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Madonna
by ZINT
O mundo precisa de mais Madonnas
por NATHÁLIA CIOFFI (@ci0ffi)
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Se não fosse por Madonna, os conceitos de dança, ritmo e performance estariam estagnados à simplicidade. Questões como a liberdade sexual e religiosa talvez nunca se tornariam temas de grandes hits e videoclipes. A cantora reinventou o mundo da música pop com suas danças e letras carregadas de simbolismos e, com seis décadas completas de vida, ainda é referência mundial.
A dança à lá Madonna é considerada um marco da ascensão da cultura pop dos anos oitenta. Carregada de simbologias, ela representa a liberdade de expressão e o grito das minorias em busca de direitos iguais. As performances pouco dignas da família tradicional norte-americana exercidas pelos dançarinos, abusavam de movimentos ousados e eróticos, simbolizando, sem o menor pudor, o ato de rebelar-se contra o conservadorismo da época.
Sexo, religião e amor são palavras-chave presentes nas letras de Madonna. A abordagem de temas considerados taboo para a época – crítica ao fanatismo religioso e a expressão da liberdade sexual – fizeram da cantora uma das artistas mais polêmicas das décadas de 80/90.
Sempre ligada aos movimentos sociais da época, exaltando a luta pelos direitos das mulheres, dos negros e principalmente da comunidade queer, Madonna também sempre se posicionou contra a questão das perseguições religiosas em torno do mundo. Na música Forbidden Love, de 2005, a cantora aborda sobre dois personagens que vivem uma paixão proibida por diferenças étnicas.
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Madonna Louise Ciccone nasceu no dia 16 de agosto de 1958, em Bay City, no Michigan, Estados Unidos. Cantora, compositora, atriz, empresária, dançarina, escritora e diretora, a artista já lançou 13 álbuns de estúdio, esteve em 21 filmes e dirigiu dois, é dona de uma rede de academias e possui sete Grammy Awards e dois Golden Globe Awards. É estimado que, juntos, seu patrimônio líquido esteja em torno de US$ 590 e 800 milhões de dólares.
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O termo strike a pose (“Faça uma pose”, em tradução literal) é uma das expressões mais ilustres já ditas pela Rainha. O termo surgiu pela primeira vez na letra da música Vogue, em 1990, e indica que tudo vai ficar bem se você apenas relaxar e fizer uma pose – a palavra seria uma metáfora para levantar a cabeça e ser forte. A partir de então, a expressão foi usada como símbolo de resistência para reforçar o grito pela liberdade da comunidade LGBTQ+.
A reivindicação pelo direito de existir e ocupar espaço expressou-se também nas roupas usadas na arte da Madonna. Figurinos exóticos, carregados de brilho e glamour, são vestidos pelos dançarinos não importando o gênero, reforçando a ideia dos corpos Queer, com o Gender Bending (termos que explicitam a quebra da ideia de roupas de gênero, usando peças tanto femininas quanto masculinas). Todos esses looks chamam a atenção, causando incomodo aos conservadores e reafirmando o conceito de ocupar um espaço que é seu por direito, não importando o gênero, raça e crença.
Com tamanho ativismo, não é de se espantar que a cantora tenha sofrido, ao longo da carreira, com muitas críticas e comentários agressivos pelas ideias que defendia. Porém, mesmo sofrendo com a crueldade que perpetua no mundo das divas pop, Madonna não se intimida e segue reivindicando os direitos das minorias e da liberdade artística. Aos sessenta anos, ela mostra que a luta sempre continua e que o amor vencerá – e é por isso que nós precisamos de mais Madonnas. //