RG 102

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REGISTRO GERAL DO QUE INTERESSA O 102 EDIÇÃ EIRO | FEVER 0,90

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FETICHE?

Suzy Menkes agora é nossa colunista e fala sobre a nova Hermès de Paris

Machões que se vestem de mulher

Sem fantasia, a rainha do carnaval conta tudo e revela sua intimidade. Reinaldo Lourenço veste a musa

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LEITTE

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O TOP ACESSÓRIO DO VERÃO: PALHA DA CABEÇA AOS PÉS

ISSN 1678-9040

claudia

O NOVO DO DESIGN MUNDIAL E OS FERAS DA ARQUITETURA BRASILEIRA








ISSN 1678-9040

PATRICIA CARTA Diretora Responsável

Diretora de Redação DORIS BICUDO Projeto Gráfico e Consultor Convidado STEVE WILLIAMS Direção de Arte NORIS LIMA Editor Executivo MARIO BOLZAN Editora de Texto ALESSANDRA GARATTONI Produtora Executiva MAYRA OMETTO Set Designer TISSY BRAUEN Arte BRUNO LENARDUCCI ANTONUCCI, MARCELLA KATZ UEHARA E ROGÉRIO DOMINGOS Consultora de Arte Convidada ELIANE STEPHAN Editores Especiais Convidados BRUNO ASTUTO E DUDI MACHADO Editor de Estilo Convidado FABRIZIO ROLLO Editor de Beleza Convidada CASSIA AVILA Diretor de Produção Gráfica PAULO SÉRGIO CASTILLO LOPES Coordenador ROBERTO APOLINÁRIO Produção Gráfica DANILO CARVALHO

Colaboradores ALEXANDRE SCHNABL, ANTÔNIO GILBERTO CARRADAS, ANTONIO TRIGO, BIA PEROTTI, BOB WOLFENSON, CARLOS CUBI, DANIEL BENASSI, DANIELLE LEVITT, DÉBORA SILVEIRA, DIEGO GAIOTTI, EVA JOORY, FÁBIO ISHIMOTO, FABRIZIO ROLLO, FAUSTULO MACHADO, FLAVIO BATTAIOLA, GIOVANA GASPARINI, GUSTAVO LEITÃO, ISABELA SCAFF, KAIO ASSUNÇÃO, KIKE MARTINS DA COSTA, MANUELA FIGUEIREDO, MATHEUS MAZZAFERA, PATRICIA BROGGI, PATRICIA FAVALLE, PAULA MENDES, PAULA QUEIROZ, PAULO VAINER, PEDRO VENCESLAU, PHILIPPE KLIOT, RAFAEL MARTINELLI, RAPHAEL BRIEST, REINALDO LOURENÇO, ROMULO FIALDINI, SUZY MENKES, TEREZA KAWALL, TINKO CZETWERTYNSKI, VANDA JACINTHO, ZÉ PEDRO E ZECA GUTIERREZ

Site RG Diretor de Redação JEFF ARES. Editora ROSANA RODINI. Editora de Arte RAFAELA MENDONÇA. Designer e Gerente de Mídias Sociais RINALDO ZIRRAH. Repórter MIRELLA PENTEADO DE CAMARGO. Assistente de Redação VICTOR FRESI. Fotógrafos CARLOS PRATES, CAROLINA KRIEGER E MIDORI DE LUCCA

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Publicidade Superintendente Comercial LUIS ANTONIO MARTINS CARNEIRO Diretora de Projetos Especiais BEATRIZ MONTEIRO Contatos ALESSANDRA GHERARDI, CATARINA CARVALHO E MARLI FALCHERO Contato Rio de Janeiro ISABEL MUNIZ (21) 8124-3205 isabelmuniz@cartaeditorial.com.br

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Diretoria Diretor Executivo IDEL ARCUSCHIN Diretora Financeira e Administrativa ANA CRISTINA FERREIRA LEITE RG é uma publicação mensal da Carta Editorial Ltda. Avenida Brasil, 1.456, tel. (11) 3084-1400, fax (11) 3084-1401, CEP 01430-001, São Paulo, SP

Diretores PATRICIA CARTA E IDEL ARCUSCHIN Fundador LUIS CARTA (1975-1986) ANDREA CARTA (1986-2003) RG não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não têm autorização para falar em nome da RG ou a retirar qualquer tipo de material se não tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente. Registro nº 219.382, de 20/07/2004, no 1º Ofício de Registro de Títulos e Documentos, de acordo com a Lei de Imprensa. FOTOLITOS: Bureau São Paulo e Digiscan DISTRIBUIÇÃO: FC Comercial e Distribuidora S/A. IMPRESSÃO: IBEP Gráfica

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ÍNDICE

FEVEREIRO 2011 17 ELA É NOSSA! A COLUNISTA FERA DA MODA SUZY MENKES FALA SOBRE A LOJA DA HERMÈS EM PARIS

21 REGISTRO OS LIVROS QUE VALEM OURO UM BATE-PAPO COM KELLY WEARSTLER TEM TRILHA INÉDITA DE SOFIA COPPOLA! A CHEGADA DE JONATHAN ADLER AO BRASIL

34 MÓVEIS DE MODA? MODA E DESIGN DE MOBILIÁRIO JUNTOS NAS PEÇAS MAIS BACANAS DA TEMPORADA

41 PARA INGLÊS VER O IT GUY DOUGLAS BOOTH ESTÁ NAS LISTAS DOS ESTILOSOS DO MUNDO

50 DA PRAIA AO CAMPO TRÊS DESTINOS, TRÊS MALAS: O QUE LEVAR COM VOCÊ PARA APROVEITAR O FINALZINHO DO VERÃO

62 PEDRAS BRUTAS JOIAS COM PEDRAS BRUTAS SÃO QUESTÃO DE PERSONALIDADE!

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Homens que sobem nos saltos!

CAPA Claudia usa camiseta Lanvin na NK Store, hot pants e saia de plumas, Thais Gusmão e sapatos Christian Louboutin. Foto Bob Wolfenson Concepção Reinaldo Lourenço Styling Fábio Ishimoto Cabelo Cris Narvaes Maquiagem Diego Quirino Produção de moda Kaio Assunção Tratamento de imagem RG Imagem Agradecimento Fisio Store


ÍNDICE

FEVEREIRO 2011 88 IMPRESSÃO DIGITAL A ARQUITETA QUE DÁ UMA AULA DE COMO MISTURAR PEÇAS E COMPOR LOOKS SUPERCHIQUES

94 DELÍCIAS CÍTRICAS UM GUIA GASTRONÔMICO COM AS DICAS PARA HARMONIZAR FRUTAS ÁCIDAS COM PEIXES

96 HOMENS DE SALTO ENTRAMOS NO MUNDO DOS CROSSDRESSERS, OS HOMENS CASADOS QUE SE VESTEM DE MULHER

100 TUDO EM CASA FIQUE POR DENTRO DO UNIVERSO DOS ARQUITETOS MAIS BACANAS DO PEDAÇO

106 DANÇA DO CISNE SUCESSO DE CRÍTICAS, NATALIE PORTMAN ESTREIA O CISNE NEGRO, MIX DE THRILLER COM MODA DA RODARTE

110 COLONIAL CARIOCA A CASA DE VIVIANE SOARES SAMPAIO NO RIO DE JANEIRO

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Objetos de desejo

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A top Izabel Goulart em Vida Jet Set 10



REINALDO LOURENÇO E BOB WOLFENSON

Quando pensamos no ensaio com nossa personagem de capa Claudia Leitte, dois nomes vieram à cabeça imediatamente: Rei e Bob. Superafinados, os dois se entendem até com um olhar, e o resultado está aqui. A musa do carnaval, chique e mais linda do que nunca. 12

FOTO RAFAEL MARTINELLI

COLABORADORES


SUZY MENKES

Considerada por dez entre dez fashionistas uma lenda viva da história da moda, Suzy Menkes estreia conosco contando sobre o luxo contido da loja da Hermès em Paris. A temida e amada jornalista tem coluna fixa no International Herald Tribune.

PHILIPPE KLIOT

Diretor de arte brasileiro radicado em Londres, Philippe é colaborador assíduo de RG. São deles a linda foto e a dica do Abre Registro com a cantora-sensação do Reino Unido. Cidadão do mundo, também assina o Destino Tailândia para esta edição.

FOTOS VICTOR BOYKO/WIREIMAGE.COM, ARNO NOLLEN E ARQUIVO PESSOAL

DANIELLE LEVITT

Desde o ínicio de sua carreira, a fotógrafa retrata a juventude e as subculturas, o pop e o street fashion com um olhar indefectível. Das páginas da The New York Magazine, Arena, GQ e Harpers Bazaar ela voa para o mundo e ganha também a RG, onde mostra suas cores em Dossiê.

FABRIZIO ROLLO

Prata da casa há 18 anos, o jornalista e arquiteto Fabrizzio Rollo garimpou pelo mundo, e colocou nas páginas da RG seus achados de design e décor. A foto dele que ilustra esta página faz parte do livro publicado pelo Hotel Costes, de Paris.

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CENA DE BACKSTAGE: BOB, REINALDO, PATRICIA, CLAUDIA E DORIS. A MULATA DIVA DE DI CAVALCANTI EM BAILE DO COPA E A EXPLOSÃO DE CORES DA PRADA

Com fantasia

Se você ainda não conhece a nova loja da Hermès em Paris, deixe que SUZY MENKES te conte. A partir dessa edição, RG passa a publicar a coluna que Suzy escreve para a revista do The New York Times. Só para ilustrar melhor quem é Mrs. Menkes, as críticas de moda que ela faz para o jornal inglês Herald Tribune são daquelas que arrancam gritinhos de júbilo ou de tristeza do mais respeitado estilista, sabe como? Nesta o conceito. Sem considerar todos os produtos que a flagship tem de desejável, a boa experiência fica por conta da dualidade entre tradição e vanguarda, o antigo e o novo. Mas quem escapa a antagonismos? A própria revista que você tem em mãos traz um punhado deles. O menos sútil você encontra na matéria sobre os crossdressers, homens que amam se vestir de mulher por diversão e fetiche. A foto é fantasia pura, propícia para a nossa edição de pré-carnaval. Edição esta que nos faz pular de alegria do começo ao fim. As assinaturas de BOB WOLFENSON e de REINALDO LOURENÇO no ensaio com CLAUDIA LEITTE justificam. O trio, pra lá de elétrico, não deixa por menos, você vai ver. Patricia Carta

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FOTO RAFAEL MARTINELLI, ARQUIVORG/DIMAS SCHITTINI E DIVULGAÇÃO

edição, bem mais branda, ela discorre sobre o espaço da loja, cita os móveis, aponta


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KCASE AL. GABRIEL MONTEIRO DA SILVA, 271 JARDIM AMERICA SÃO PAULO SP TEL.: (11) 30816562 / 30816530


SUZY MENKES

Hermès:

VENDENDO LUXO DISCRETO

S

obre o cenário plano, três cabanas ziguezagueiam por cinzas orgânicos, criando uma zona de conforto para os nômades andarilhos da moda. Uma cama, coberta por um cobertor macio, é tão convidativa que desperta um desejo urgente de se deitar e contemplar os ambientes: o mosaico de uma piscina art déco; balcões de ferro forjado restaurados; um tapete com estampas sobrepostas, echarpes de seda e selas de couro. Hermès criou uma aura de magia na imensa loja da Rive Gauche, em Paris. Mais do que uma flagship, foi construída para capturar a essência e a estética da marca fundada em 1837. Assim como outros magníficos edifícios erguidos pelas marcas de luxo, essa loja é como uma parada em um moderno caminho da seda, idealizada como destino para turistas compradores que em números cada vez maiores chegam da China. Patrick Thomas, presidente e diretor executivo da Hermès, disse que a nova

A flagship da Rive Gauche traduz o espírito secular da marca

loja, situada na Rue de Sèvres 17, pretende atrair os clientes locais que não têm a intenção de ir até o outro lado do Rio Sena. Thomas fala também que os visitantes de Hong Kong, Macao, Coreia do Sul e Taiwan, assim como os chineses, somam de 4% a 5 % dos compradores de Paris, resultando em um aumento de 17% nas vendas. “Eu queria a experiência Hermès gente vindo até aqui apreciar, tomar chá, ler um livro, comprar flores”, disse Pierre Alexis Dumas, o diretor criativo da companhia. Ele também vê a loja como um tributo a sua falecida mãe, Rena Dumas, fundadora da RDAI, responsável pelo projeto impressionante. Há um foco renovado nos itens para a casa, enfatizado por uma loja de flores na entrada e um relançamento de uma linha de móveis aerodinâmicos que Jean-Michel Frank criou para Hermès nos anos 30. Os estofados aparecem nos tradicionais tons neutros e marrons da grife, com algumas ocasionais estampas de cavalos em debandada.

E os tapetes de seda à mostra, com suas pátinas de cores suaves e as sombrias gravuras equestres foram tecidos por artesões na China, com as criações dos artistas americanos Janis Provisor e Brad Davis. A despeito da prática de gestão global e do crescimento de uma clientela internacional, Hermès mantém sua identidade defendendo o que Dumas chama de “os valores eternos” do seu falecido pai. Essa é a essência do luxo moderno. Mas Thomas prefere a palavra “qualidade”. Em resposta às perguntas sobre os 17.1% das ações da empresa familiar adquiridos no ano passado por Bernard Arnault, da LVMH Moët Henessy Louis Vuitton, ele diz: “Não creio que uma maison como Hermès seja capaz de sobreviver em um universo definido pelo dinheiro”. Ainda assim, dinheiro é a chave para a qualidade dos produtos que variam de acessórios de couro a roupas, sapatos, joias e louça. Pela sua elegância discreta, a loja é um templo para os superricos e um exemplo de riqueza silenciosa em uma era de pós bling bling. Se o nome “Hermès não estivesse estampado acima da porta, a identidade da loja ainda continuaria inquestionável. Até a livraria parece ter brotado das raízes da marca, e essa identidade demonstra o poder de uma flagship de argamassa e tijolo na era digital. De acordo com Thomas, a loja representa a luta da marca pela sua independência. “É o timing perfeito, porque reivindica a singularidade e a diferença da Hermès”. “A maison prova constantemente que poesia e criatividade não são incompatíveis com negócios financeiros”.

SUZY MENKES É COLUNISTA DO INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE FOTOS DIVULGAÇÃO

A colunista passeia pelos corredores da nova loja da marca em Paris e dá o seu veredicto: “É mais do que uma mera flagship”


E O OSCAR VAI PARA... Liège Monteiro zanza entre muitos meios e sobrenomes há 40 anos. São muitas facetas e um Oscar no meio do caminho. Foi em 1981, ano em que o amigo Robert De Niro ganharia a estatueta. Estava lá, de limusine e cabelo frisado. Quer mais? Ela conta aqui para Gustavo Leitão

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Oscar só foi adiado duas vezes em toda a História. Uma delas depois do assassinato de Martin Luther King. A outra foi em 1981, quando eu estava prestes a pegar a limusine e acompanhar Robert De Niro até a cerimônia. Meu amigo de anos — a gente se conheceu numa noite no Hippopotamus, no Rio —, Bob me chamou para entrar com ele no tapete vermelho no ano em que estava disputando o prêmio de Melhor Ator por Touro Indomável. A penthouse dele no Chateau Marmont, em Los Angeles, estava animadíssima: Jerry Lewis, Martin Scorsese... E ele ficava com um papelzinho pra lá e pra cá, decorando seu discurso de vitória. Até quem não tinha nenhuma chance, o que não era o caso dele, fazia o seu. “Está bom assim, Liège?”, ele perguntava. “Ótimo, Bob”, eu incentivava, enquanto embrulhava meu cabelo nos papelotes para dar mais volume. Meu cabelo sempre foi muito fino. Escolhi um vestido preto, de época, que tinha comprado num leilão em Londres. Foi dispu-

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tado com Julie Christie lance a lance, até ela olhar para mim e fazer um sinal de “pode ficar”. Acho que ela foi com a minha cara. Era de uma seda fina, meio transparente, com um toque espanholado, e deixava o corpo fantástico. Quando eu estava quase pronta, Bob me olha e diz: “Pode parar. Não vamos mais”. Fiquei congelada. Ronald Reagan tinha sofrido um atentado e o país estava em polvorosa. Americano leva ameaça terrorista muito a sério. No dia seguinte, tive que refazer o cabelo, vestir de novo minha roupa e fomos. Bob numa limusine com Jake La Motta, o boxeador que inspirou o filme, eu em outra. A entrada é uma coisa hilária, meu Deus. Um tapete vermelho no meio da tarde, naquele calor, com todo mundo overdressed, argamassa de base na cara. No meio de tamanho tumulto, me chamou a atenção uma mulher de mink rosa! Desci uma escada e logo dei de cara com o Peter O’Toole. Ele me olhou de cima a baixo e falou que éramos da mesma família, dos magros de braços alongados. “Você dança comigo no baile depois?”. Nem sei se ele estava me paquerando, mas eu fui, claro. Me despedi do Bob na saída — ele ia LIÈGE E DE NIRO EM NOITE comemorar a estatueta num FERVIDA DO HIPPOPOTAMUS DO RIO NOS ANOS restaurante italiano — e segui 80. A PROMOTER NOS DIAS sozinha. Quem diria não ao DE HOJE E UM OSCAR NO Lawrence da Arábia? MEIO DO CAMINHO

FOTOS ARQUIVO RG E GETTY IMAGES

PRIMEIRA PESSOA




REGISTRO L I V R O S + A R T E + M Ú S I C A + D E C O R A Ç Ã O + D E S I G N + C 0 M P O R TA M E N TO FOTO PHILIPPE KLIOT

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RAROS, DELICADOS E PRECIOSOS Livros exclusivos em grandes dimensões, com edições numeradas e impressos em papel de altíssima qualidade. Prepare as luvas, pois folhear essas raridades requer muito cuidado. A primeira dica é Yves Saint Laurent Haute Couture: The Complete Works. A coleção com mais de 1283 croquis vai desde a abertura da primeira loja, em 1962, passando pelo vestido Mondrian, de 65, e a coleção da Rússia, de 76, até o último show, em 2002. Tudo escrito por Pierre Bergé. Limitado a 500 exemplares, assinados e numerados, o livro Pucci - Vintage Art Edition é para os verdadeiros fãs do príncipe das estampas Emilio Pucci. Escrito por Vanessa Friedman, editora de moda do Financial Times, o exemplar foi encader22

nado com o tecido original e acompanha quatro desenhos do estilista. O book do Studio Job é ideal para quem quer desvendar tudo o que está por trás do trabalho realizado pela dupla dinâmica Job Smeets e Nynke Tynagel. Celebrados nas feiras de Milão e Miami, e presentes nas coleções de grandes museus, os móveis e objetos de arte criados por eles mostram toda a sensibilidade que pode estar presente no design industrial. O livro tem capa dura revestida de couro, impressão dourada na borda, marcadores de pano e tipografia personalizada. Já Elusive Truth é um livro de grande formato que ilustra o quadro completo da expo de Damien Hirst que rolou em Nova


PAPO CABEÇA Os preferidos deles...

LIVROS EXCLUSIVOS SAEM DAS PRATELEIRAS E GANHAM DESTAQUE NAS DECORAÇÕES

Maria Baró PAISAGENS CRÍTICAS: ROBERT SMITHSON NELSON BRISSAC PEIXOTO

STUDIO JOB, FREEBOOK, R$ 318

“Gosto de pensar como a arte pode estar relacionada com a ciência”

Ramon Martins ENTREVISTAS COM FRANCIS BACON FOTOS FAUSTULO MACHADO

DAVID SYLVESTER

YVES SAINT LAURENT HAUTE COUTURE THE COMPLETE WORKS, FREEBOOK, R$ 6.400

“Nesse livro, o artista é um dos personagens mais enigmáticos da história”

Débora Aguiar

ELUSIVE TRUTH, FREEBOOK, R$ 5.300

BOWIE — A BIOGRAFIA MARC SPITZ

“Biografia não autorizada de um dos maiores ídolos pop dos anos 80”

York. Feito de couro, com edição limitada de 450 números, ele vem em uma caixa de aço feita sob medida, com um símbolo de perigo gravado na tampa. Além disso, é interativo: existem pequenas janelas pelo livro que, ao serem abertas, revelam detalhes das pinturas. Para fechar em grande estilo o Private Rooms – Collector’s Edition, do fotógrafo italiano Guido Argentini, que desafia muitos limites para mostrar um território proibido recheado de nus femininos, retratados em images ousadas e provocantes. Limitado a 300 números, leva capa dura, com estojo revestido de veludo.

Arnaldo Danemberg DOM CASMURRO MACHADO DE ASSIS

“Gosto de todos os clássicos do autor. Releio e aprendo sempre, cada vez mais”

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REGISTRO

ACIMA, O ESPELHO MÁGICO COM MEDUSA DE CARAVAGGIO E ABAIXO MESA DE TRABALHO COM LUPAS E OLHO DE PEIXE

EXPOSIÇÃO FOTOS ROMULO FIALDINI

COPY & PASTE DE VON HA Obras de Tarsila do Amaral e Leonilson surgem quase que literalmente na exposição Doublé Crossing, que Gustavo Von Ha abre no dia 24 deste mês na Promo-Arte Gallery, em Tóquio. “Criei 30 desenhos feitos com o reflexo de imagens retiradas de livros, internet etc. A técnica é simples, mas muito usada ao longo da história da arte. Ela permite uma cópia invertida e espelhada da imagem original de obras de outros artistas”, diz o artista.

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Em pauta, propriedade intelectual e falsificação. “Qual o papel do artista numa época em que tudo já foi feito e num mundo onde downloads ilegais fazem parte da rotina?”, pergunta o artista, que olhou ainda para a polêmica criada por Orson Welles em 1938. Naquele ano, o diretor aterrorizou os Estados Unidos ao anunciar em uma rádio que o mundo estava sendo atacado por alienígenas. Era a interpretação para Guerra dos Mundos. O mesmo uso de referências à falsificação e fraude aparece nesta individual que tem curadoria de Marcos Moraes, diretor da Faap. Gustavo chama de atravessamento o processo. Tudo com o apoio da Embaixada do Brasil em Tóquio. Copiou?. (ZECA GUTIERRES)

Trabalhos de Gustavo von Ha sobre as obras de Tarsila do Amaral (ao lado, abaixo) e de Leonilson: arte 100% legítima


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arcamos um encontro com a top designer de interiores KELLY WEARSTLER para conversar sobre suas ousadas combinações de cores e alguns projetos futuros. Ela nos contou que foi buscar inspiração na natureza para sua mais nova criação: uma coleção de objetos para casa. Um charme só! A americana, que já foi escolhida uma das mulheres mais bem vestidas dos Estados Unidos, e tem a cor como marca registrada, ainda revela uma paixão pelo design brasileiro. Adora Tenreiro e Sergio Rodrigues e assume: “Sou obcecada pelos desenhos e tapeçarias de Burle Marx”.

RG: Qual o seu segredo para usar cores fortes e estampas? Kelly Weartler: Eu tenho uma abordagem muito séria ao selecionar as cores que vou usar em um projeto. Trata-se basicamente de uma hierarquia, onde eu escolho uma tonalidade que será predominante e dará o tom da decoração. Assim, todas as outras cores devem seguir esta principal. Você pode ter muitas cores em um mesmo quarto, mas, para que isso seja um sucesso, é uma questão de forma, padrão e textura.

RAIO X POR PAULA QUEIROZ

seus desenhos e tapeçarias. RG: De onde veio a inspiração para a sua nova coleção de objetos? KW: Desenho os objetos na mesma linha que uso para criar os espaços. O processo é orientado pelas emoções. Eu faço o que eu sinto. As inspirações, às vezes, vêm da natureza, da forma humana ou da necessidade de algo que eu não consigo encontrar. Agora estou usando materiais como mármore e pedra, misturando-os com texturas orgânicas, como o cristal e a madeira. RG: Projetos futuros? KW: Estou ansiosa para me conectar com mais pessoas e levar a minha visão e o meu trabalho para uma maior audiência. Eu também adoraria fazer um outro livro de design, e publicar os projetos residenciais que venho trabalhando. RG: Artista? KW: Alguns dos meus favoritos são Ettore Sottsass, Pedro Friedberg e Franz Klein. RG: Música? KW: Estou amando uma música chamada West Coast, de Coconut Records. RG: Viagem? KW: Qualquer lugar com a minha família. RG: Ídolo? KW: Eu tenho dois ídolos. Meus filhos Oliver e Elliott.

FOTOS DIEGO GAIOTTI E GARANCE DORÉ

DESIGNER DA COR

Escultura Sputnik, de bronze e cristal: luxo para todos os lados

RG: Conhece o design brasileiro? KW: Existem tantos designers brasileiros maravilhosos. Eu amo as peças de Joaquim Tenreiro dos anos 1950 e 60. Sergio Rodrigues também é outro grande talento, pelo uso de materiais locais, como a madeira e o couro. E os jardins de Roberto Burle Marx, que são incríveis. Eu sou obcecada pelos

FÃ DO DESIGN BRASILEIRO, A AMERICANA KELLY WEARSTLER SE ORIENTA PELAS EMOÇÕES

Escultura Brass Legs, à venda na Bergdorf Goodman: cool!


REGISTRO Starlet Elle Faning, um dos destaques do filme sensação

MÚSICA POR ZÉ PEDRO

CONFIRA A ESCOLHA DE SOFIA COPPOLA PARA SOMEWHERE Phoenix

Não existe um bom filme sem uma trilha sonora de arrasar. A vontade de sair logo do cinema e correr para a loja mais próxima em busca daquela música que você esperou até o fim dos créditos para saber o nome muitas vezes é maior do que o desejo de indicar o filme para os seus amigos. É o tal caso da música certa na história errada. Com os filmes de Sofia Coppola você não corre esse risco. Assim como Fellini, Hitchcock e Woody Allen, ela sabe a força que uma canção tem numa obra cinematográfica. Desde seu primeiro e definitivo filme chamado Virgens Suicidas, de 1999, a música tem um papel fundamental em suas películas. Nessa sua primeira produção, por exemplo, a banda eletrônica francesa Air (na época ainda pouco conhecida no mundo) foi a responsável pela trilha sonora, que ainda contava com uma canção emblemática dos anos 70 chamada Alone Again (Naturally), de um esquecido cantor inglês chamado Gilbert O’Sullivan, e a clássica I’m Not In Love, do grupo 10cc. No filme seguinte, Encontros e Desencontros, de 2003, Sofia mistura estilos e décadas musicais, como o maestro italiano Nino 26

Rota e a banda emblemática dos anos 80 Jesus and Mary Chain, com seu grande sucesso Just Like Honey. Três anos mais tarde, em seu filme mais ambicioso, o épico Maria Antonieta, de 2006, ela surpreendeu público e crítica ao colocar grupos de rock contemporâneos como pano de fundo dessa história de mil séculos atrás. Em Somewhere, seu filme mais recente, a música volta a ser o foco principal numa trama feita de poucos diálogos e planos abertos. Escolheu locações que misturam estradas desertas e o mitológico Hotel Chateau Marmont, em LA, apresentadas ao espectador com um roteiro musical muito bem amarrado que mistura os meninos franceses da banda Phoenix – que já haviam colaborado com algumas canções nos filmes anteriores de Sofia (ela e o vocalista da banda, Thomas Mars, são casados) – e alguns artistas emblemáticos dos anos 80 como The Police e o cantor Bryan Ferry. A trilha ainda não está disponível nas lojas, mas eu, como sempre um incansável pesquisador de raridades, apresento aqui o set list para você se apaixonar pelas músicas e querer ver o filme.

William Storkson Ghandi Fix

Foo Fighters My Hero

The Police So Lonely

Amerie I Thing

T. Rex

20 th Century Boy

Gwen Stefani Cool

Paolo Jannacci Che Si Fa

Romulo

Teddy Bear

Kiss

Love Theme From Kiss

The Strokes

I’ll Try Anything Once

Sebastien Teller Look

Bryan Ferry

Smoke Gets In Your Eyes

FOTOS DIVULGAÇÃO

VIAJE NA TRILHA DE SOFIA

Love Like a Sunset


PESSOAL FEITOS SOB MEDIDA, OS ACESSÓRIOS DE DANIELA CUTAIT SÃO MAXIPODEROSOS. À BASE

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CORDÃO MÁGICO Na linha do tempo, desde o antigo Egito e passando pelo reinado de Henrique II, a passamanaria é tendência até hoje: só que agora em cores superexuberantes. Além de pulseiras e trançados para vestir, é material bem bacana para mudar o décor do seu so-

fá, poltrona, cúpula, mesa... O cordão das cortinas pode até funcionar como cinto! A CHACUR é a fábrica mais tradicional no tear manual e mantém a mesma qualidade ao longo dos anos. Tudo lá é feito sob medida, desde 1918. www.chacur.com.br

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A clutch ao lado, que parece ter acabado de sair do baú de uma antenada em moda, faz parte da novíssima Cruise Collection da LOUIS VUITTON. A madrepérola como acabamento dá o ar vintage da peça. www.louisvuitton.com

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Esses porta-charutos encontrados na ESTHER GIOBBI são feitos de galuchat (pele de arraia) tingidos em tons rosé. Quem disse que mulher não pode fumar charuto? www.esthergiobbi.com.br


REGISTRO

VIDA PRIVADA POR ANA PAULA DE ASSIS

Como não ficar hipnotizado diante das criações do top decorador JONATHAN ADLER? Nascido na zona rural de New Jersey, o garoto prodígio passou a adolescência moldando vasos de barro no porão de casa. Sua carreira não poderia ser diferente senão consolidada sob os sólidos pilares da cerâmica. Com estilo que mescla formas 28

modernistas e tons ultracoloridos, a coleção está recheada de peças divertidas e, em 93, ganhou as prateleiras da Barneys. Não demorou muito para que Mr. Adler conquistasse Nova York, Miami, Chicago e São Francisco e fosse alçado à condição de darling do décor, com direito a participação especial no reality show Top Design. É

quase impossível você não ter se deparado com um de seus acessórios, que incluem as famosas almofadas que esbanjam grafismos e têm manufaturas made in Peru. A novidade? No começo de 2011 está prevista a abertura da primeira loja da grife em São Paulo. Alguém duvida de que os hypes farão sucesso por estas bandas?

FOTO DIVULGAÇÃO

CERÂMICA NOVA NO PEDAÇO


Ô ABRAM ALAS, QUE A RG QUER PASSAR! ELAS SÃO PRESENÇA NA AVENIDA. UMAS ATÉ VIRARAM LENDA! MAS NÃO IMPORTA: UMA VEZ MUSA, SEMPRE MUSA!

MADRINHAS POR RINALDO ZIRRAH

LUMA DE OLIVEIRA

Ela já deu o que falar na passarela. Não só por sua beleza e simpatia: em 1998 causou furor ao usar uma coleira com o nome do Eike. Tudo bem que ela se afastou das plumas e paetês, mas, para tal personagem, a lembrança prevalece. Volta, Luma!

SABRINA SATO

Ela arranca gargalhadas com as suas presepadas, mas não se engane — na hora do vamos ver, ela dá um show na avenida. Este ano ela sai pela Vila Isabel e sua fantasia tá um disse-me-disse tremendo. Mas o valor RG sabe e te conta: beira os R$ 60 mil.

FOTOS AGÊNCIA FOLHAPRESS E DIVULGAÇÃO

ADELE FÁTIMA

Um ícone. E a primeira Rainha de Bateria, de fato, no fim dos anos 70. Seu rebolado tirava o fôlego de todos, a encarnação da mulata brasileira. Chegou a ser uma do Sargentelli. Não à toa foi a primeira bondgirl brasileira, sabia?

RAYSSA OLIVEIRA

Ela é a mais nova de todas à frente das baterias. Genuinamente da comunidade de Nilópolis, Raissa brilha como a Rainha da Beija Flor que homenageia o Rei Roberto Carlos este ano. Aliás, falam que o Rei ficou encantado com a moça...

LUIZA BRUNET

Elegante, mulherão, sorriso e voz cativantes. Rainha, Musa ou Madrinha, não importa. Faz bonito por onde pisa. Quando nos ensaios da Imperatriz Leopoldinense, causa delírio na comunidade. Não por menos, continua fiel ao verde e branco da bandeira da Escola.

MARIA RITA

A cantora já estava envolvida com o meio do samba, a gente sabe. Até que a Vai-Vai a convidou para sair à frente da bateria. Sua fantasia será comportada, como um fraque, segundo o carnavalesco Alexandre Louzada. Com direito a muito brilho, penas e tudo mais que a festa pede.

PAOLA OLIVEIRA

A global já desfilou dois anos para a Grande Rio, mas recusou este ano o convite para ser a musa deles. Diz que tem agenda cheia , gravações da novela Insensato Coração. Sua beleza e samba no pé foram reconhecidos e dizem que a escola e diretoria andam saudosas da moça.

MONIQUE EVANS

Anos 80, o Rio fervia. E à cada borbulha ela estava presente. Marcou presença em revistas, telejornais e tudo mais por con- ta de sua postura destemida e sexy. Virou a “titia Monique” e, ainda hoje, continua musa e.... polêmica.


REGISTRO

ARTE POR FABRIZIO ROLLO

CAÇA AO TESOURO Vai começar a temporada de caça ao tesouro. A 24ª edição da Tefaf (The European Fine Art Fair), que acontece entre 18 e 27 de março na pitoresca cidade holandesa Maastricht, recebe público cada vez maior: internacional, de gosto refinado e bolso nada apertado. Diretores de museus, colecionadores de antiguidades ou modernidades disputam o crème de la crème das artes, que é aprovado por um comitê especializado depois de apresentado pelos antiquários e galerias participantes. As regras para expor na Tefaf são sérias e tudo é raro e com pedigree. O Vetting Committee, ou comitê de aprovação dos itens a serem exibidos pelos antiquários e galerias, é rigoroso. Formado por historiadores (alguns dealers expositores ou não) e restauradores, garante a veracidade das obras. O público frequentador é quase um sócio. A seção de Arte Asiática deve ser anterior a 1900. Cerâmicas e porcelanas muito antigas necessitam de certificado de tes30

te de termo luminescência, realizado por laboratório ou instituição renomada. A restauração de mobilliário só é aceita em algumas exceções e em doses sutis. Envernizar uma peça é proibido. Dourar de novo (regilding) é uma heresia, aceitável em raríssimos casos. Joias, arte tribal, arte pré-colombiana, livros, manuscritos, livros antigos, moedas, cristal, vidro, fotografia, tecidos e outros têm suas particularidades e tudo é conferido com lupa pelo comitê. De um minimal bowl oriental do Período Neolítico até um fragmento egípcio de relógio d’água encomendado por Alexandre o Grande (que será apresentado pela Galerie Harmakhis, de Bruxelas), passando por um self-portrait do artista italiano Bernardo Bellotto, tudo pode valorizar sua coleção ou ser o start para o colecionismo. Desde o início do século 17, colecionar é um vício que envaidece. Mas, deixando o orgulho de lado, o colecionismo é a mais pura arte da preservação e do cuidado com a história. Jamais fica fora de moda. www.tefaf.com

Desk de nogueira com pedras incrustadas, Itália, 1790, Perrin Antiguidades, Paris

GIACOMETTI (1901-1966) LUMINÁRIA DE BRONZE COM PATINA DORÉE, ASSINADA, ALBERTO GIACOMETTI, 1950, GALERIE L’ARC EN SEINE, PARIS


JM FRANK (1893-1941)

HIGHLIGH

T

Petit Cabinet de carvalho trabalhado em laca marfim, com portas esculpidas em losangos, 1935, assinado, JM FRANK CHANAUX & CO. Esse móvel-bijoux será apresentado pela Galerie L’Arc en Seine, Paris. Frank já foi considerado o designer mais caro do século 20, antes da designer irlandesa Eileen Gray atingir a cifra de mais de 23 milhões de euros pagos pela sua Serpent Chair na faraônica venda YSL-Pierre Bergé chez Christie’s, em 2009. No closet ou toilette, esse móvel de Jean-Michel é francamente chique!

ROYAL TRAVESSA ESTILO GEORGE I, DE VERMEIL, LONDRES, 1725, GRAVADA A MARCA EDMUND PEARCE. ENCONTRADA NO ANTIQUÁRIO KOOPMAN RARE ART, EM LONDRES

THE EUROPEAN FINE ART FAIR, QUE ACONTECE NA HOLANDA, É COMO UMA CAIXA DE SURPRESAS. E NESSA CAIXINHA SÓ TEM JOIAS

FOTOS DIVULGAÇÃO

Courtly Ivory Cabinet, 1650, Alemanha, Kunstkammer Georg Laue

Broche de diamantes e turmalina, Gianmaria Buccellati


REGISTRO

RETRATO POR PATRICIA FAVALLE

Esqueça os estereótipos quase sempre atribuídos às belas e loiras. Em plena Califórnia, solo sagrado do cinema, Shawn Southwick é dessas mulheres que se desdobram em muitas e dá conta de vários papéis. Atriz, cantora, empresária e mãe de dois meninos agitadíssimos, Cannon e Chance, de 10 e 11 anos, e de um marmanjo de 28 anos, Danny, a ex-coelhinha da Playboy – hoje, mórmon praticante – esbanja um fôlego de dar inveja à concorrência vinte e poucos anos mais jovem. Shawn já fez coro para Nat King Cole e backing vocal para um grupo de rock. Mas foi nos anos 80, quando formava com a irmã Shannon uma dupla country, que despertou de vez a vocação pelo frenesi dos palcos. Na época, também aceitou o desafio de atuar no sitcom Hollywood Insider, onde ocupou o posto de entrevistadora de 1988 até 1996. “O programa era um mix de entretenimento e informação. Certamente foi um dos mais duradouros da TV no gênero.” Multifacetada, apostou no feeling empreendedor para lançar o Luxurious Hair Extension, engenhoso aplique de cabelo com 32

sistema do tipo tic-tac, ou “faça você mesma”. “A ideia surgiu por uma necessidade pessoal, já que os modelos tradicionais causavam dores de cabeça e demoravam horas para serem colocados. Foi quando tive o insight de transformar o meu conhecimento em case de marketing. Escalei Priscilla Presley para ser garota-propaganda e passei a comercializar os kits em canais especializados em venda direta.” O invento lhe rendeu nada menos do que US$ 23 milhões e comprovou a sua expertise para os negócios. O lado ousado e um tanto debochado cativou os espectadores e também o polêmico âncora da CNN, Larry King, que a conheceu nos bastidores da atração e logo a elevou à condição de sétima esposa. A parceria acumula 13 anos, entre altos e baixos e especulações sobre traições com enredos a Nelson Rodrigues. No auge de seus 51 anos, disposta a sair da toca, a blonde woman de 1,78 metro e cintura malhadérrima (mantida à base de dietas e sessões intermináveis de exercícios físicos) se prepara para retornar à música. O anúncio coincidiu com a aposentadoria do marido, que encerrou oficialmente o show Larry King Live em dezembro, após 25 anos no ar.

FOTO RICARDO BAYON

DE PLAYMATE A MULHER DE LARRY KING


ÍCONE CHER, A ETERNA RAINHA Década após década, ela brilha dentro e fora da pista

NA PÁGINA AO LADO, EM SEU CHÂTEAU DE BEVERLY HILLS, ONDE MORA COM O MARIDO. ACIMA, UM DOS MUITOS MOMENTOS EM FRENTE AO ESPELHO E A VERSÃO DE SUA BONECA

E

m cartaz no cinema com Burlesque, já faz 50 anos que Cher consagrou-se estrela. Apelidada de deusa do pop, é hoje a inspiração para quem

capricha na montação. Nos shows que apresenta em Las Vegas, lotação esgotada, público de diversas gera-

PRODUÇÃO DÉBORA SILVEIRA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA JAVIER LONDONO

ções e muitos, muitos gays.

DOBRADINHA REAL No quadrilátero mais hype de L.A., em Beverly Hills, está instalado o château da dupla: um riscado rococó sem grades ou portões aparentes. No living, um piano de cauda, xodó da anfitriã, que só experimentou outros acordes pelas mãos de Paul McCartney. Pelo chão de mármore já circularam nomes como Sharon Stone, Bill e Hillary Clinton, e Carlos Slim (o homem mais rico do mundo, segundo a Forbes). Mas foi em seu cantinho privê, diante de uma penteadeira equipada com montes de maquiagem de fazer inveja a qualquer mortal, que a senhora King conversou com a gente. O bate-papo gira em torno dos seus assuntos preferidos – moda e redes sociais na internet. “Adoro os estilistas brasileiros, eles criam peças sensuais. Estou pensando em investir no mercado fashion e, quem sabe, não inicio essa aventura pelo Brasil?”. E o papo flui entre um post no Twitter e as olhadelas no espelho, que só dão trégua quando o contexto aborda temas pessoais. Um breve suspiro acompanha o franzir de testa com pinta de desaprovação. “Pode escrever aí: o meu reinado está apenas começando!”, dispara.

Cher tem uma legião de fãs. No Brasil, seu blog (www. cherbrasil.com.br) continua na ativa, algo que não acontece com outros ídolos americanos. Para se manter jovem, a cantora se espelhou na Barbie. Falando em Barbie, a musa tem em sua coleção mais de 20 delas. E, talvez em virtude das 17 intervenções cirúrgicas que admite ter realizado (a conta não inclui os incontáveis procedimentos estéticos), mostra ser tão imutável como a boneca. Em hipótese alguma, levanta antes das dez da manhã e, depois que acorda, sua primeira ação é praticar no mínimo sessenta minutos de exercícios “físicos e para a alma”. Entre perucas, muitas perucas, roupas extravagantes de gosto duvidoso (tudo bem, ela pode), anunciou sua próxima operação: seus pezinhos número 38 sofrem a ação do tempo e precisam de uma correção. Sem pensar em aposentadoria, Cher continuará no salto alto, como todos os mortais – e cerca de 10 clones que vivem exclusivamente de imitá-la – nunca a imaginaram sem. (ANTONIO TRIGO)


REGISTRO

Mesa Rainbow, de Maria Pergay, 1968

HOJE

ONTEM

DESIGN POR FABRIZIO ROLLO

FASHIONABLE & DESIGNABLE Maria Pergay é lenda viva do design e continua na ativa aos 80 anos. Nascida na Rússia, iniciou a carreira na França criando e produzindo objetos e mobiliário de metal para big names como Hermès, Christian Dior e, claro, Maison Jansen, que não poderia faltar no currículo de um designer de peso da época. Nos anos 60 e 70, Maria – ao lado de Michel Boyer e Roger Talon – foi responsável por mudar

o décor francês acrescentando o aço. A superfície lisa e acetinada do metal, combinada ao couro, peles e veludos, era o máximo do chique. São conhecidos o Daybed Flying Carpet, que parece uma folha de aço flutuante, ou mesmo a cadeira Ring, com encosto e assento cônicos. Uma das minhas peças prediletas é a mesa Oval, de 1968, com tampo de chapas de aço e base elíptica de acrílico. Sua mais nova criação, a mesa Rainbow,

EQUAÇÃO Some a cadeira Bertoia (Harry Bertoia) de 1952 à poltrona Bowl (Lina Bo Bardi) de 1951. Resultado: Reverb Wire Chair, de Brodie Niell. The Apartment Gallery, Londres. www.theapartment.uk.com

+ 34

=

encontrada na Demisch Danant, em NY, marca sua bravura e paixão pelo material. Combina o aço e o acrílico ao tampo de vidro pintado em tons de amarelo-ouro. Alguma semelhança cromática com o marquês Emilio Pucci é sinal de que as melhores fábulas têm algo em comum! Se na curva do arco-íris encontra-se um pote de ouro, para Maria Pergay, o pote é pura lenda! www.demischdanant.com


FLUO VERDE AJAX

Top hit no design e nas artes, o verde fluo amarelado é inspirado nos objetos decorativos e utensílios domésticos de vidro, conhecidos como Vasoline Green, produzidos entre o art déco e os anos 50. No alto, em sentido horário, obra de Bill Thompson, da Galeria Margaret Thatchers Projects (NY); banqueta Bubu, de Philippe Starck, da XO, (à venda na Casa Contemporânea) e mesa Swatch de Hella Jongerius, da Galerie Kreo. Ao lado, Energy Glass, obra de Ann Veronica Janssens, Galeria D&ALab (Bélgica).

Mesa Swatch, Galerie Kreo, obra de Bill Thompson, Thatchers Projects, e banqueta Bubu, Xo-design

NESTA ESTAÇÃO, O DÉCOR PEDE UM TOQUE FLUORESCENTE QUE PROMETE ACABAR DE VEZ COM A MONOTONIA

SIMPLES CHIQUE A HOLSCHER CHAIR, DO DINAMARQUÊS POL KJAERHOLM, É UM DOS PILARES DO DESIGN MODERNO ESCANDINAVO. O PROFOTOS DIVULGAÇÃO

TÓTIPO FOI FEITO A MÃO EM PARCERIA COM A MULHER DELE, ANNA, QUANDO O DESIGNER AINDA NEM SONHAVA SE TORNAR CONHECIDO. R20TH CENTURY (NY). WWW.R20THCENTURY.COM 35


REGISTRO

A MÁSCARA AFRICANA COM COCAR FOI GARIMPADA EM UMA DE SUAS VIAGENS A PAREDE DE INOX ABRIGA A COIFA, ALINHADA AO COOKTOP

PINTURAS FEITAS PELOS FILHOS COMPÕEM A DECORAÇÃO

TODA VEZ QUE VÊ UM PRATO ROSA, COMPRA PARA AUMENTAR A COLEÇÃO

PARA GUARDAR ERVAS, USA UTENSÍLIOS INUSITADOS, COMO ESSE ABACAXI

MEU MUNDO FOTOS ROMULO FIALDINI

A IT COZINHA DE RITA LOBO Criadora do site Panelinha, RITA LOBO só tem motivos para comemorar: acaba de lançar seu quarto livro Panelinha, receitas que funcionam (Editora Senac), com sugestões que vão desde massas rápidas a uma lista de conselhos nutricionais. No dia a dia, costuma dizer que tem uma

cozinha aberta para a sala. Por ali testa novos pratos, recebe os amigos e observa os filhos Dora e Gabriel juntarem as suas experiências. “É muito legal e o coração da minha vida”, afirma a cozinheira e escritora, sempre com um sorriso no rosto. (ANTONIO TRIGO)


PEEK-A-B

OO

Dentro da Fendi O padrão virou tecido do forro das desejadas bolsas

HI- TECH POR FABRIZIO ROLLO

FOTOS DIVULGAÇÃO

TRAMA APLICADA Um escritório de design baseado em Nova York fez a FENDI cair de amores. Trata-se do Aranda/Lasch que, ao unir arte, artesanato, arquitetura, tecnologia e moda, deu aos arquitetos Benjamin Aranda e Chris Lasch notoriedade sem limites. Modern Primitives é o projeto que já ganhou apoio de peso até da Apple. Funciona assim: a partir de um octaedro — prisma de base triangular – multiplica-se a imagem, transformando-a em 2D ou 3D. Protótipos de isopor com spray de borracha de secagem instantânea foram aplicados sobre os tais prismas e geraram esculturas, paredes-divisórias, mesas de apoio,

poltronas e outros objetos de decoração. O novo puzzle modernista tem sido aclamado como o mais criativo exercício plástico do últimos tempos. No iPad ou iPhone será possível multiplicar o octaedro com o toque dos dedos. No caso da Fendi, os ângulos geométricos ganharam deliciosos plaids de patchwork de pele, além de tecido jacquard feitos, acredite, de papel. Tramados a mão e em pequenos emaranhados, são encontrados em lenços e forros de algumas das bolsas mais procuradas do momento: as Peek-a-Boo. Nunca os dois “F” invertidos soaram tão modernos.

MODA TECHNO

O emborrachado com acabamento de alta-costura foi a solução tecnológica de Michael Wilkinson para o figurino do longa TRON LEGACY. O neoprene é base também do trabalho de Alba Prat, que saiu de Barcelona para estudar moda na Universität der Künste, em Berlim. O resultado? Peças com recortes que mais parecem esculturas...


REGISTRO MIXER DE FRUTAS. Assim como as bananas da Prada, laranjas e limões bem maduros de Stella McCartney provam que a temporada no Hemisfério Norte é literalmente frutífera. CHUVA CHIQUE PARA ENFRENTAR AS ÁGUAS DE MARÇO SEM PERDER O ESTILO UM BOM GUARDA-CHUVA É ESSENCIAL. PROTEJA-SE COM UM MODELO DA MAHARISHI. OS CABOS SÃO DE BAMBU NATURAL.

FRIVOLIDADE

MÁXIMA POR DUDI MACHADO

Cano Alto AS GALOCHAS DA TRADICIONALÍSSIMA MARCA INGLESA HUNTER ACABAM DE GANHAR AVAL DE JIMMY CHOO. PROTEÇÃO DELUXE GARANTIDA.

TUTTI FRUTI

Na onda tropicaliente, os produtos da terra continuam em altíssima temporada. As cerejas e maçãs nos sapatos da Vuitton são a prova real do tema em questão.

FOTOS DIVULGAÇÃO

LADY LIKE

Tão tradicional quanto a Duomo, a marca de acessórios milanesa Valextra passa por um momento de revival hype. Por suas bolsas minimalistas em variadíssima gama de cores, as it girls têm deixado pequenas fortunas na flasgship da marca na Via Manzoni.


Cleópatra CONHECIDA POR SUAS COMBINAÇÕES DE PEDRAS PRECIOSAS, A BVLGARI CHEGA FULL GLAM NA PRIMAVERA COM UMA NOVA COLEÇÃO DE COLARES EXTRAORDINÁRIOS. BEM AO ESTILO DOS QUE SEDUZIAM SUA MAIS VORAZ COLECIONADORA: LIZ TAYLOR.

JEFF COOL

Toda a renda dos cremes Kiehl´s com label das famosas tulipas desenhadas por Jeff Koons vai em prol da luta contra a exploração e sequestro de crianças. Iniciativa do artista que já passou por isso.

CITY TOUR

Fabricadas à moda antiga, mais precisamente desde 1891, as bikes da Bowery Lane Bicycles têm look vintage e feeling nostálgico. Lindas, mas nem por isso extraordinariamente caras, elas são totalmente roots. Feitas a mão, tornaram-se objeto de desejo desta temporada entre a galera cool de downtown NY.

TRON MANIA NA ONDA HIPER FUTURISTA DO REMAKE DE TRON: LEGACY – QUE INSPIRA DE EDITORIAIS A

Bella Donna Indispensável para as chiques dos anos 50, a Ferragamo resgata as estampas que fizeram a cabeça de divas como Sophia Loren com seus lenços de seda.

ESTILISTAS –, O SAPATEIRO EDMUNDO CASTILLO PISOU FUNDO. SÃO DELE AS SANDÁLIAS FLUORESCENTES QUE PODEM SER CARREGADAS NA TOMADA E ILUMINAR AS PISTAS.


REGISTRO

A

carioca não para mais em casa. Percorre o mundo fazendo editoriais para as revistas ID, Marie Claire França e Vogue Espanha, além de diversos trabalhos para L’Oréal Paris. Aos 21 anos, YASMIN “WINIE” LOURENÇO já conquistou muita coisa, mas ainda não conseguiu perder o apelido. “Me chamam assim desde meus treze anos, já tentei me apresentar como Yasmin Lourenço, mas não tem jeito.” Só mais um de seus charmes em meio à personalidade forte e um segredinho: uma de suas cinco tatuagens fica escondida dentro da boca e, se todo exotismo parece pouco, Winie já teve um moicano que pintava de tudo quanto é cor: “Continuaria mudando sempre, mas pela profissão de modelo adotei o loiro… por enquanto”, conta em tom quase profético. Ela pode. E mistura minimalismo com rock’ n’roll, muita cintura alta, jeans skinny e saltos, com uma quedinha por Chanel, Balenciaga, YSL, Gloria Coelho. Esperta, Winie. (GIOVANA GASPARINI)

EXTREMOS OPOSTOS O estilo minimalista é temperado com uma leve pitada rocker

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WINIE USA LOOK TOTAL NK STOKE FOTOS DANIEL BENASSI E ACERVO PESSOAL PRODUÇÃO DE MODA ALEXANDRE SCHNABL ASSISTENTE DE PRODUÇÃO RAFAEL OURIVES E ISABELA SIQUEIRA BELEZA DANIEL CAPANEMA /WERNER COIFFEUR

IT GIRL: WINIE LOURENÇO


IT GUY: DOUGLAS BOOTH

N

FOTOS MARCUS MAM /CONTOUR PHOTOS / GETTY IMAGES E REX FEATURES

ão é sempre que o mundo aponta um verdadeiro it-guy. Desses, com estilo nas veias. Mas a Inglaterra é berço deles e Douglas Booth vem despontando como o preferido das últimas listas dos homens mais estilosos – e não só pela tradicional QG UK, onde está em segundo lugar entre cinquenta nomes de peso. Ok, ele tem pinta teenager e as comparações com o americano Robert Pattinson foram inevitáveis, mas só pela beleza e carreira proeminente. O porquê? Doug fica a milhas de distância do nonchalant do vampiro e encarou com propriedade seu primeiro papel: chamou a atenção da imprensa pela interpretação como o andrógino Boy George, ícone dos anos 80 em Worried About the Boy. Antes, já tinha atraído olhos fashionistas ao lado de Emma Watson na campanha da Burberry. Sua próxima investida é contracenar com Demi Moore e a chatinha Miley Cyrus em uma produção teen. Mas, todo mundo sabe, a adolescência passa, graças a Deus. E Douglas já tem tudo para ficar. (MARIO BOLZAN)

NOME NA LISTA O inglês se mantém no topo das listas dos mais estilosos e tem talento de sobra


REGISTRO

ESTRELA DE CABARÉ BURLESCA CHRISTINA AGUILERA PARECE NÃO TEMER A MALDIÇÃO QUE AFETOU OUTRAS ESTRELAS DO POP QUE TENTARAM CARREIRA NO CINEMA. EM BURLESQUE, QUE ESTREIA ESTE MÊS, ELA NÃO SÓ TEM SIDO APLAUDIDA, COMO ATUA AO LADO DA VETERANA CHER. “EU A ADORO E NÃO POSSO DIZER COISAS BOAS O SUFICIENTE SOBRE ELA. É FASCINANTE”, DIZ EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À RG. PARA O DIRETOR, STEVE ANTIN, ELA É A PRÓXIMA BARBRA STREISAND. O QUE ELA ACHA DA COMPARAÇÃO? “APESAR DE TER REALMENTE ME ENVOLVIDO E FEITO O MEU MELHOR, AINDA TENHO MUITO PARA PROVAR. MAS TOPO O DESAFIO!”. CHRISTINA, ENTÃO, ADORA UM COMO ARTISTA, A ÚNICA FORMA DE CRESCER É SE DESAFIANDO.” (ANTONIO TRIGO)

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FOTO DIVULGAÇÃO

DESAFIO? “É CLARO!


TIPO EXPORTAÇÃO

FOTOS PAUL TAYLOR/GETTYIMAGES E DIVULGAÇÃO

Em uma matéria sobre o melhor do Brasil, a ultracool revista Monocle, em sua edição de novembro, disse que não é justo que os picolés da DILETTO sejam exclusividade do País e que eles deveriam ganhar o mundo. Coincidência ou não, o fato é que a marca preparase para estrear sua primeira operação internacional. O empresário Leandro Scabin acaba de enviar a primeira remessa de picolés gourmet para seis pontos de venda estrategicamente distribuídos pelo centrinho de Sydney, na Austrália. Em junho, será a vez dos britânicos provarem as delícias made in Brazil, com a inauguração de um quiosque da marca na tradicional Harrods. É mole? Não, é gelado, gostoso e durinho na medida certa! O sabor iogurte com limão-siciliano foi o eleito do nosso verão. (KIKE COSTA)

CURVA ACENTUADA

C’EST FANTASTIQUE! TEM FRANCÊS EM CLIMA PA-TRO-PI: JEAN MICHEL RUIS, DONO DO HOTEL-BUTIQUE MAIS COOL DE SANTA TEREZA, NO RIO, DESCOBRIU SEU LADO FLORISTA. O GOSTO PELA COISA VEIO DOS PASSEIOS QUE OFERECE AOS SEUS HÓSPEDES PELOS JARDINS DE BURLE MARX ESPALHADOS PELA CIDADE. ENTRE OS FÃS DO HOTEL E DOS BUQUÊS, TEM ATÉ JUDE LAW. O MIX PERFEITO? “ANGÉLICA, LÍRIO E ROSA”, RECOMENDA O NEOPAISAGISTA. WWW.MAMARUISA.COM

Quem conhece a KVADRAT sabe que, em matéria de tecido, não há muita concorrência no mercado. A empresa, que ficou famosa por produzir e reeditar tecidos de poliéster dos anos 50, agora empresta seus traços contemporâneos para as cadeiras da marca dinamarquesa GUBI. As cores são vibrantes e os tecidos têm tudo a ver com o design mais arredondado da marca. Além do toque macio, não provoca aquelas indesejáveis rugas nas peças. À venda na Scandinavia Designs, em São Paulo.www.scandinavia-designs.com.br


REGISTRO

MENOS É MAIS NUMA CIDADE ONDE ESBARRAR EM CONSTRUÇÕES DE MAIS DE 2 MIL ANOS É CORRIQUEIRO, O FRISSON DO MOMENTO ESTÁ NO OUTRO EXTREMO. INAUGURADO EM ROMA, CONCEBIDO PELA IRANIANA ZAHA HADID, O MAXXI, PRIMEIRO GRANDE MUSEU DE ARTE DO SÉCULO 21 DA CAPITAL, CHAMA A ATENÇÃO POR SUAS LINHAS FUTURISTAS. O PRÉDIO DÁ A IMPRESSÃO DE UMA NAVE POUSADA NO BAIRRO DE FLAMINIO, A 20 MINUTOS DO CENTRO HISTÓRICO. ENCOMENDADO HÁ DEZ ANOS, O MUSEU É INTERLIGADO POR UMA TRAMA DE RAMPAS E ESCADAS CURVILÍNEAS. AS EXPOSIÇÕES TRAZEM GRANDES NOMES DA ARTE E ARQUITETURA CONTEMPORÂNEAS, COMO ANISH KAPOOR E ALDO ROSSI. (GUSTAVO LEITÃO)

É OBRA DE ARTE, MAS É TAMBÉM MOBILIÁRIO DE LUXO. SÃO AS MESAS DA D&A LAB, CRIADAS POR JONATHAN MONK

VELOZES

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POUCOS A BORDO

Mais importante empresa italiana que fabrica embarcações de luxo, a RIVA convidou o designer australiano Marc Newson para produzir a lancha dos sonhos dos marujos mais elegantes. O resultado é a Aquariva, apresentada na última edição da Miami Art Basel, em 2010. Por trás dessa aventura nos mares está o megaempresário André Balazs, dono do hotel Standart, de Los Angeles, Miami e Nova York, e ex de Uma Thurman. Detalhe: são apenas 22 unidades. www.riva-yacht.com

DUPLO SENTIDO Apresentadas no Superdesign London, em 2010, essas mesas-container vão muito além do design. São obras de arte criadas por JONATHAN MONK a pedido da D&A Lab. A propósito, arte aplicada no design é a marca registrada da galeria que atende em Bruxelas. Sim, a ideia é nova e deve pegar por aqui. A proposta de Monk foi reinterpretar a famosa “Bookshelf 1984”, de Donald Judd. Cool. www.dna-lab.net. (FABRIZIO ROLLO)

FOTOS ENRICA SCALFARI / REX FEATURES E DIVULGAÇÃO

BALAZS NEWSON E ENTO NO LANÇAM IVA, DA AQUAR SEL NO ART BA


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FOTOS STILL FLAVIO BATAIOLLA ASSISTENTE DE PRODUÇÃO DE MODA LIANA HAJE FOTOS MARCIO MADEIRA E ARQUIVO PESSOAL

IGLU



MODA Chapéus de palha com tramas diferentes

PODRE DE CHIQUE

Polos de várias cores são essenciais

O ELEGANTE ARQUITETO JORGE ELIAS É FÃ DO CLÁSSICO E TEM O DOM DE ESCOLHER PEÇAS QUE SÓ MELHORAM COM O TEMPO POR MARIO BOLZAN

Lenços estampados para colocar no bolso do paletó

“Os pratos são criações do meu filho Eduardo”

CLÁSSICO Eau D´Orange Vert, da Hermès

“Este de par de mocassins Gucci é meu favorito e só melhora com o tempo”

“Tenho uma coleção de batas, são lindas e uma delícia de usar”

FOTO FAUSTULO MACHADO FOTOS STILL FLAVIO BATAIOLLA ASSISTENTE DE PRODUÇÃO DE MODA LIANA HAJE

Camisas listradas e o laranja da Hermès



ESTILO

HI-LO POR BIA PEROTTI

O MIX DA VEZ

KELTIE COLLEEN ELEGE CAMISETA CROPPED LISTRADA PARA FAZER PAR À SUA MÍNI DE PAETÊS

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FOTOS AMBER DE VOS/GETTYIMAGES, DAVE M. BENNET/GETTYIMAGES, RAPHAEL BRIEST E DIVULGAÇÃO

AS T-SHIRTS SÃO A PEÇA-CHAVE DA VEZ E SURGEM EM PRODUÇÕES ESTRELADAS, COM DIREITO A MUITO BRILHO E GLAMOUR


GWYNETH PALTROW DESFILA LOOK 100% BURBERRY PARA PRESTIGIAR DESFILE DA MARCA

ÃO INSPIRAÇ

SARAH JESSICA PARKER EM SEX AND THE CITY FOI PRECURSORA DA FÓRMULA HI-LO DAS CAMISETAS

BÁSICA COM BOSSA

T-SHIRTS PODRINHAS GANHAM STATUS NA COMPANHIA DE PEÇAS NOBRES. LOOK ATUAL TANTO PARA O DIA QUANTO PARA NOITE. APOSTE! A BLOGUEIRA FRANCESA BETTY AUTIER ENSINA COMO LEVAR A SAIA DE PLUMAS PARA PASSEAR DURANTE O DIA

O PEEP TOE VERMELHO DE CAMILLA BUGS ARREMATA O LOOK SÓBRIO DE CAVEIRAS + BORDADOS

A CAMISETA CASUAL É A BASE PARA OUTRAS TENDÊNCIAS, COMO A MAXI SAIA – A BOLA DA VEZ –, A ESTAMPA DE ONÇA E PEEP ANKLE BOOTS

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ESTILO FLORES E PAETÊS FORAM A ESCOLHA DE BLAKE LIVELY PARA SEU TUBINHO, DE QUEBRA COMBINOU AS JOIAS

OS 10+ VAMOS COMBINAR POR BIA PEROTTI

A NOVA MANIA ENTRE AS CELEBRIDADES É ELEGER E DESFILAR UMA SÓ COR DA CABEÇA AOS PÉS

O VIOLETA APARECE ATÉ NA MAXIFLOR USADA POR RACHEL FINCH

LEIGHTON MEESTER COMBINA SANDÁLIAS PESADAS, CLUTCH, PULSEIRAS E BRINCOS AO VESTIDO DE TULE BORDADO CARTEIRA E SAPATOS NO MESMO TOM PARA ARREMATAR O LINDO VESTIDO DE SCARLETT JOHANSSON

AGORA PODE KATE BOSWORTH ELEGE O VERMELHO PARA PRODUÇÃO COM VESTIDO ASSIMÉTRICO

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HÁ POUCO TEMPO COMBINAR ACESSÓRIOS AO TOM DO VESTIDO ERA SINÔNIMO DE PREVISÍVEL. É HORA DE REVER OS CONCEITOS E SEGUIR A MODA. AS CELEBRIDADES ELEGEM SUA COR FAVORITA E INVESTEM NELA.


LÁ FORA O AZUL KLEIN APARECEU EM VÁRIAS PASSARELAS. OLIVIA WILDE JÁ GARANTIU O SEU!

GWYNETH PALTROW DE BARBIE MODERNINHA COMBINA DOIS TONS DE ROSA. PARA NÃO FICAR CARICATO, MAKE PESADO E VESTIDO ESTRUTURADO

FOTOS SCOTT BARBOUR/GETTYIMAGES, STEFANIE KEENAN/GETTYIMAGES, STEVE GRANITZ/GETTYIMAGES, JASON MERRITT/GETTYIMAGES, BRENDAN HOFFMAN/GETTYIMAGES, DONNA WARD/GETTYIMAGES, BRYAN BREDDER/GETTYIMAGES, ANGELA WEISS/GETTYIAMGES, KEVIN WINTER/GETTYIMAGES E GARETH CATTERMOLE/GETTYIMAGES

A MODELO E FASHIONISTA DREE HEMINGWAY FAZ BONITO COM A FÓRMULA BRILHO + FORMAS ARQUITETÔNICAS E SÓ

REGRA BÁSICA

JESSICA STROUP OPTA PELA DISCRIÇÃO E ELEGÂNCIA COM VESTIDO NUDE DE MICROBABADOS

A COR POR SI SÓ JÁ CHAMA A ATENÇÃO. VALE A REGRA DO MENOS É MAIS. AH! E VALE DIZER QUE A MAQUIAGEM JAMAIS DEVE ACOMPANHAR OS TONS DAS PEÇAS. APOSTE EM CABELOS PRESOS MAIS OLHOS PESADOS OU CABELOS SOLTOS E MAKE NATURAL.

A CANTORA TAYLOR SWIFT APARECE EM LOOK LADYLIKE COM VESTIDO DE CINTURA MARCADA E SAIA RODADA. NOS PÉS, SANDÁLIAS DE CETIM

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JOIA

Silvia Furmanovich, R$ 8.800

PETRIFICADOS Depois de seis anos afastado das passarelas femininas, TOM FORD ressurge em grande estilo com uma coleção chiquérrima e campanha fotografada por ninguém menos que o papa da fotografia Steven Meisel. Destaque para o maxipingente de cristais confirmando que, se depender do aval dele, a tendência de joias e acessórios com pedra bruta tem tem lugar garantido.

AS PEDRAS VÃO ROLAR

Hector Albertazzi, R$ 420

ATITUDE DE SOBRA E PERSONALIDADE FORTE. VEM AÍ A TEMPORADA DAS PEDRAS BRUTAS

Jussara Romão, R$ 350

ROXO, O FAVORITO QUERIDINHA DOS DESIGNERS, A AMETISTA EM FORMATO DE CRISTAIS CAIU NO GOSTO DE FASHIONISTAS JÁ LIGADOS NA NOVA TENDÊNCIA. UMA FORCINHA DE MR. FORD TALVEZ? SEJA EM PINGENTES, COLARES OU ANÉIS, ELA É ELEITA A PEDRA DA VEZ!

Hector Albertazzi, R$ 822

POR BIA PEROTTI Silvia Furmanovich, R$ 22.800

Hector Albertazzi, R$ 294

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PEDRA BRUTA Wish list OS ACESSÓRIOS DA MARCA CRIS BARROS COSTUMAM VIRAR ITENS DE DESEJO, COM DIREITO ATÉ A FILA DE ESPERA. TUDO ISSO GRAÇAS AO MIX DE MATERIAIS INUSITADOS E DESIGN PRIMOROSO. NESTE VERÃO TODAS QUEREM MISTURAR PEDRAS BRUTAS A METAIS ENVELHECIDOS. APOSTE!

FOTOS STILL CARLOS CUBI E DIVULGAÇÃO FOTOS MARCIO MADEIRA E SLAVEN VLASIC/GETTY IMAGES

PAR PERFEITO

A DRUZA E MASCOVITA, QUE LEMBRAM UM CASCALHO, SURGEM MISTURADAS A BRILHANTES E CRISTAIS. É ESSE HI LO QUE DEIXA AS PEÇAS AINDA MAIS ATUAIS.



BELEZA

PISCA-PISCA

OS NOVOS – E MÁGICOS – ARTIFÍCIOS PARA TER CÍLIOS LONGOS POR PATRICIA BROGGI

O tamanho certo para os cílios é: longo! Só que nem todo mundo nasceu assim. Cílios postiços eram a melhor opção, mas agora há produtos que prometem fazer seus cílios crescerem. O mais conhecido é o Lipocils Expert. Usado para tratar feridas, tinha um efeito colateral curioso, fazia os cílios crescerem. Não demorou a virar cosmético. Na esteira do sucesso, surgiram outras duas opções, à venda só nos Estados Unidos: o Neulash, que pode ser encontrado na Saks, deve ser aplicado na raiz dos cílios, e o Latisse (U$ 120), feito à base de bimatoprost, ingrediente usado para tratar pressão ocular – seu uso é controlado e precisa de receita. Entre os três, duas características em comum: os resultados são notados com um mês de uso. Lipocils, Talika, SAC 0800-163434.

Neulash, US$ 150

Lipocis Expert, R$ 150

OLHO VIVO OS INDISPENSÁVEIS

INVISTA NO TRIO IDEAL PARA BRILHAR NOS MELHORES SALÕES

DELINEADOR

As versões coloridas e o traço forte e marcado são mais do que bem-vindos

CÍLIOS

Esqueça a aplicação em tufinhos; invista em um par exagerado e coloque inteiro

GLITTER

Para não espalhar pelo rosto, use um gloss transparente para fixar nas laterais

DELINEADOR MARCADO, CÍLIOS EXAGERADOS, ENFEITES NADA COMUNS… VALE TUDO NA MAQUIAGEM EXAGERADA, AQUELA QUE É SOB MEDIDA PARA OS MAIS DISPUTADOS BAILES DE CARNAVAL. JAYME VASCONCELLOS, MAQUIADOR DO W IGUATEMI E AUTOR DO VISUAL ACIMA, DÁ A DICA PONTO DE PARTIDA: “DESTREZA, NOÇÕES DE MAQUIAGEM E BOM SENSO SÃO FUNDAMENTAIS PARA ASSUMIR OS PINCÉIS, MAS TUDO É VÁLIDO NESTA OCASIÃO”. ELE APOSTA EM GLITTER E DELINEADOR COLORIDO COMO PARES PERFEITOS PARA OS CÍLIOS ENORMES.

FOTOS DUDU E MENDEZ E ZERO CREATIVES/GETTYIMAGES FOTOS STILL FAUSTULO MACHADO E DIVULGAÇÃO

VALE TUDO


Dior, R$ 186

Contém 1g, R$ 17 cada

Contém 1g, R$ 29 cada

CARA PINTADA

A HORA É DAS CORES AQUI, ALI, EM TODO LUGAR... NÃO SEJA TÍMIDA, OUSE! POR CASSIA AVILA

Avon, R$ 16 Avon, R$ 2

Clarins, R$ 82

Duda Molinos, R$ 32

ARCO-ÍRIS

Duda Molinos, R$ 31 Avon, R$ 17

REVIVAL OLHO (PRETO) TUDO + BOCA NADA? NÃO! O MAKE DO VERÃO É COLORIDO, EM UMA NOVA LEITURA DAS DÉCADAS 60, 70 E 80

Kryolan, R$ 80 cada

Givenchy, R$ 65 Clarins, R$ 91

FOTOS DIVULGAÇÃO

Chanel, R$ 92

MIX

PLANO B

TOQUE FINAL

Nude, cinza, preto e marrom são clássicos e sempre estarão aí para looks mais sóbrios. Mas a ordem em make agora é a cor, numa brincadeira vibrante e cool. No verão vamos usá-las de uma maneira esfumaçada, não como formas blocadas.

Se você usar uma sombra amarela no fundo dos olhos e uma rosa nas extremidades, use o beringela, o curinga no lugar do preto e marrom, para marcar côncavos e delinear os olhos perto das pálpebras. Nas maçãs, blush rosinha claro.

Apesar da mistura de cores, a regrinha olho mais e boca menos ainda vale. À noite, o importante é colocar nos olhos, rente à pálpebra, um beringela para marcar e levantar. Rímel é item de extrema necessidade. Esse nunca sai de moda!

MAC, R$ 79


MOD MODA

Missoni, sob consulta

MARC JACOBS SPRING 2011 PRADA SPRING 2011

New Order, R$ 187

FOGO DE PALHA

NAS PASSARELAS, O ACESSÓRIO DO VERÃO EM VERSÃO SÉCULO 21 POR PAULA MENDES

Dior, sob consulta

Bottega Veneta na Avec Nuance, R$ 3.290

Na última temporada, Miuccia Prada e Marc Jacobs trouxeram de volta à cena os chapéus mexicanos – que, agora, seguem o clima statement que deu o tom a sapatos, clutches e colares nas estações recentes. Missoni, com suas criações sempre estampadas e coloridas, ajudou a reforçar o encanto da peça. A tendência das passarelas Spring 2011 já aterrissa com força total no alto verão brasileiro. Quanto maior, melhor! Para atualizar as versões em tons neutros, fitas grossas e coloridas são bem-vindas…

Serpui Marie na Alberta, R$ 897

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Na passarela do último desfile da marca de Miuccia Prada, o modelo statement listrado em cores bold


REVIVAL ANOS 70

EM UMA DAS MAIS ICÔNICAS IMAGENS DE TAXI DRIVER, JODIE FOSTER DESFILA O CHAPÉUREFERÊNCIA DESTE VERÃO. A PERSONAGEM IRIS, INTERPRETADA PELA ATRIZ NO LONGA DE MARTIN SCORSESE, É INSPIRAÇÃO DE ESTILO DA DÉCADA Minha Avó Tinha, R$ 80

A COLECIONADORA VIVIANE SAMPAIO A coleção particular da museóloga Viviane virou decoração

Daisy&Ruth, R$ 90

FOTOS STILL FLAVIO BATAIOLLA ASSISTENTE DE PRODUÇÃO DE MODA LIANA HAJE FOTOS CHRIS MOORE/GETTYIMAGES, REX FEATURES, ROMULO FIALDINI E LUIZ FELIPE KIM

A CHAPELEIRA DANI CUTAIT

Daniela Cutait, R$ 327

TETO SOLAR Das festinhas do high às marchinhas de Carnaval, DANIELA CUTAIT atende toda mulher elegante. De seu ateliê saem chapéus, clutches e colares com tecidos africanos, cristais italianos, fitas e penas do mundo todo. Só as miçangas e o espírito de festa, esses sim, são devidamente brasileiros.

Lool, R$ 367

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energia!

Neste mês a gente aqui da redação garantiu nossa poção de energia indo direto à fonte.

Quer compreender melhor? Chegamos mais perto de CLAUDINHA LEITTE. Só para dar uma ideia, a reserva da agenda da nossa musa deste e de outros carnavais foi feita em setembro. Sim, pasmem, quatro meses antes da sessão de fotos, marcada para o comecinho de janeiro. Era pegar ou largar. Como não somos bobos nem nada, agarramos com unhas e dentes a oportunidade. Valeu a pena, como vocês podem conferir. Mas o que valeu mesmo foi chegar mais perto desse avião de mulher, com todo respeito, mas é assim que a ala masculina se refere a ela. Para dar o brilho que Claudinha merece, uma equipe de apoio foi escalada. BOB WOLFENSON no comando das lentes, REINALDO LOURENÇO na direção geral e o stylist Fabio Ishimoto, no figurino. Na arquibancada, o fã-clube RG. Comandando o som das caixas, a própria. Sim, ela fez questão de se encarregar pessoalmente da trilha. Tudo de bom, assim como a nossa edição superenergética que antecede o carnaval. E para dar o balanço certo, outro convidado que faz toda a diferença: Fabrizio Rollo, que traz todo seu estilo para as nossas páginas abrindo seu caderninho de anotações. Por lá encontramos os endereços mais incríveis do planeta, o que garante que esta é uma edição de colecionador. E mais: a moda que vale seguir e o roteiro da vez – faça frio ou calor. Se está bom para vocês, nós queremos mais: SUZY MENKES agora é nossa! A partir deste número passamos a publicar uma coluna assinada por uma das mais importantes críticas de moda do mundo, vinda diretamente do International Herald Tribune. O luxo da nova flagship da Hermès de Paris é o tema escolhido pela expert. Ela tem topete para tanto...

diretora de redação


Claudinha incandescente


Vestido, Emilio Pucci, hot pants, Adriana Degreas e sapatos, Christian Louboutin

Dez anos de sucesso absoluto no cenário da música popular fizeram uma revolução na vida e na imagem da apaixonada Claudia Leitte, mas nada que risque sua espontaneidade de menina e seu profissionalismo de mulhera POR BRUNO ASTUTO FOTOS BOB WOLFENSON CONCEPÇÃO REINALDO LOURENÇO STYLING FABIO ISHIMOTO


Camiseta, The Candy Shop Flavor, saia, Thaís Gusmão e sapatos Christian Louboutin

“Meu desafio é ser mais contida... Mas não vou virar uma mentira. Quando é necessário, sei rodar a baiana; esqueço que estou montada no Louboutin” 72


Q

uando conversei com Claudia Leitte, no início de janeiro, sua maratona de preparação física para a extenuante rotina de Carnaval já havia começado com dois meses de antecedência – afinal, durante quatro dias, ela vai ficar seis horas, no mínimo, em cima de um trio elétrico, cantando quase ininterruptamente. Certa vez, ela soltou a voz por 12 horas seguidas, e acabou entrando para o Guinness Book, o Livro dos recordes, para onde voltou depois de promover o maior ‘beijaço’ do mundo, conclamando uma plateia enorme de 8.372 casais a oscular à vontade. “Entrei para o Guinness pela canção e pelo chupão”, diverte-se. Quem a conhece bem sabe que a maior característica dessa sãogonçalense de 30 anos é a obstinação. Estamos aqui diante de uma mulher focada, disciplinada, que programa metas e exige o mesmo comprometimento de seu entourage, como se vivesse em constante e vigilante empresa. Ao mesmo tempo, guarda em si uma espontaneidade de adolescente, falando, sem medo, o que lhe vem à cabeça, doa a quem doer. “Eu sempre fui assim: o lado pé no chão brigando com o coração. Falo mesmo o que dá na telha. Outro dia, minha mãe mandou um e-mail com cópia, sugerindo que eu faça um media training, para dosar as palavras, para não me abrir demais. Meu desafio é ser mais contida. Não relembrar tanto certas coisas, não expor tanto certos desejos. Mas eu não vou virar uma mentira. Quando é necessário, eu sei rodar a baiana; esqueço que estou montada no Louboutin”, avisa, sem contestar a fama de exigente. Não tolera atrasos, é implacável com desafinos e ruídos de comunicação em sua equipe. Recentemente, ganhou as manchetes da press de celebridade ao ser vaiada pelo público em Pato Branco, RS, porque seu show teria atrasado duas horas. “Eu estava pronta e a porcaria do LED não funcionou, então quem tomou vaia fui eu. Chamei todo mundo no camarim e dei esporro. Eu não subo no palco rouca, eu não desafino, sou bailarina, concilio a respiração. Quero que as pessoas também deem o melhor de si, deem o sangue como eu dou. Não é tirania; é uma expressão máxima de respeito e reverência ao público.”

MAS QUE AVIÃO... Com 12 shows – no mínimo – por mês, já rodou o País “mais que aeromoça”. Mas, em vez de perguntar se o passageiro deseja chá ou café, voa confortavelmente em seu próprio avião. Quando comprou o possante, correu a boca miúda que o passo era maior do que suas pernas. Mas Claudia desconhece limites; quando põe alguma coisa na cabeça, vai em frente, e ai de quem não acreditar. “Não é um; são dois aviões”, corrige. “Eu tenho uma empresa que cuida de transportes, ganho dinheiro com isso. Presto serviço para muita gente, com carros, aviões. No ano passado, aluguei para um monte de políticos.” Sua empresa, a Ciel (C.L. em inglês, céu em francês, a língua preferida do pai), administra sua carreira, os eventos, os contratos, os comerciais, mas Claudia não descarta empresariar outros artistas a partir deste ano. “Tenho uma equipe enorme, não cuido de nada sozinha. Mas sei superficialmente o que se passa. Não sei quanto eu tenho, mas sei quanto eu gasto, quanto é destinado a investimento.” Multiplicadora de cifras, conta que investe seu dinheiro em imóveis e, sobretudo, na carreira. Abriu uma loja virtual, a CL Store, onde vende produtos que levam sua marca: camisetas, bolsas, sapatos. Ou seja: é a dona de seu próprio licenciamento. A liberdade comercial permitiu-lhe recusar grandes contratos em nome de certas convicções. Não faz, por exemplo, publicidade de cerveja. “É por causa do meu público adolescente e infantil, uma questão de responsabilidade social. Micareta já tem cerveja; não precisa do meu incentivo. Já recebi propostas que não posso dizer que tenham sido tentadoras, porque não me tentaram nem um pouco, mas minha equipe ficou balançada.” Então a posição não tem nada a ver com o fato de ser evangélica? “Não sei de onde surgiu essa história de eu ser evangélica. Eu acho que fui duas vezes a um templo na minha vida. Fui criada em colégio de freiras, mas religião nunca me atraiu. Não gosto de normas, dogmas. Tem muita gente que fica de joelhos falando ‘Deus, Deus’, e está com o coração sujo.”


Camiseta, Fit, vestido de canutilho, Elizabeth Marques e saia, ThaĂ­s GusmĂŁo


Vestido, Reinaldo Lourenรงo e saia, Gucci no Trash Chic


c

riada na Bahia desde os seis dias de idade, conta que nunca foi a um terreiro, que acha, no entanto, “culturalmente lindo”. Ah, Bahia. Claudia é a mais baiana das fluminenses ou a mais fluminense das baianas? Afinal, nasceu em São Gonçalo, Estado do Rio, e não nas entranhas do Pelourinho, como gostam de lembrar seus detratores. A explicação é a seguinte: a mãe, baiana, morava com o pai, carioca, em São Paulo, mas queria porque queria dar à luz em Salvador, cercada da família. Aos oito meses de gestação, tomou o avião com a bolsa já rompida e o piloto teve de fazer um pouso de emergência no Rio. O tio, que tinha clínica em São Gonçalo, preparou o parto. E, assim, por um acaso do destino, Claudia nasceu nos arredores do Rio.

NEM TUDO SÃO FLORES Aliás, não há frase da cantora que não faça alusão à família. Pelo lado materno, nasceu rica, herdeira de fazendas, lojas e imóveis em Santo Estevão, interior da Bahia. Quando o avô, influente político, morreu, seis filhos começaram a vender e perder tudo, a herança evaporou. Claudia teve uma infância simples, sem bonança nem tragédia, mas a mãe, professora do ensino público por 30 anos, não abriu mão de colocar os dois filhos em bons colégios. “A gente ia para a escola com um tênis que não era legal e durava três anos, então acabava reparado pelos outros. Mas ninguém sofria; isso acabou estimulando nossa criatividade.” Seu irmão cuida de toda parte cibernética e de redes sociais da nova diva do axé. Até estourar como vocalista da banda de axé Babado Novo, protagonizou mil aventuras. Motéis de beira de estrada, já perdeu as contas de quantos conhece. “Uma vez dormi num quarto que tinha buraco na parede e ouvia vários sons eróticos durante a noite. Morria de medo e comia feito porca por causa da ansiedade. Uma vez, no interior do Maranhão, estava cantando num trio e o povo começou a jogar ovo, tomate. Depois vi que não era para mim, mas para 76

um prefeito que ia discursar depois”, conta, às gargalhadas. “Eu não pensava no que vinha depois. Sem demagogia, dizia que tinha que dar tudo de mim agora. Até hoje sou assim; nunca deixo nada para amanhã.” O pulo da gata foi em 2007, quando anunciou que estava deixando o grupo, sem traumas, sem estresse, rumo à carreira solo. De todos os integrantes, só um não a acompanhou, o guitarrista, de quem diz sentir saudade. “Algumas pessoas saíram e não aceitaram a nova estrutura. Todo mundo que vê a carreira do artista se pergunta se ele ficou estrela, se ficou metido, mas nunca olha para quem está em volta. Eu vi muita gente se transformar, e isso eu não admito. Se eu não me coloco num pedestal, não quero que ninguém faça isso.” O début foi em janeiro de 2008, num megashow na Praia de Copacabana, onde gravou seu primeiro DVD solo diante de 1 milhão de pessoas. “Não tinha nem tempo de pensar em desistir ou ter medo de alguma coisa. Além do apoio da minha família, eu tinha muito trabalho, perseguir o meu foco, alicerçar a base dessa nova fase. Não sou uma pessoa de medos; eu sempre tive, por exemplo, a certeza de que queria fazer acrobacias e dar saltos mortais cantando. Queria fazer e faço.” Embora esteja na estrada desde os 13 anos, Claudia considera o início do Babado Novo o marco inicial da carreira, que este ano completa 10 anos. Ela pensava em fazer uma festa à altura, um DVD comemorativo, mas anda sendo demovida pela agenda intensa. Será que a mais incansável das cantoras brasileiras está se abrindo a brechas e folgas? “Realmente, houve uma mudança na minha vida pessoal desde que me casei, há quase quatro anos”, confirma. “Eu passei a me permitir relaxar um pouco, porque sentia muita culpa, não aceitava o fato de estar curtindo, achava que estava fazendo alguma coisa errada por não estar trabalhando. Eu comprei meu apartamento com 25 anos, mas ainda era filha da minha mãe e do meu pai, era muito menina, muito imatura. Quando olho para trás, me vejo completamente diferente do que sou hoje. Minha relação com o Márcio foi muito intensa, amadureci enormemente.”


Marcio Pedreira foi o objeto de desejo de Claudia no colégio, a ponto de ela pular muro para vê-lo jogando futebol. “Ele me contou que um dia me olhou e me achou muito magrelinha; eu era piralha, né? Sempre fui de namoros longos, bem canceriana. Não tem essa coisa de beijo e tchau; se beija, vira vício de mangaba forever. Já beijava os meninos pensando em casamento, sempre grudenta. Grudava tanto que acabava enjoada, ia até o talo de um jeito que desgastava a relação (risos). Com o Marcio, foi diferente. Eu realmente encontrei minha alma gêmea”, desmancha-se. Ele é hoje o empresário da mulher, relação que ela confessa não ser sempre um mar de rosas. “Às vezes atrapalha, mas a gente para, conversa, briga e discute. Quando explode, é massa, e depois fazer as pazes é o máximo. Duas coisas que são diferentes na nossa relação: com ele, eu sempre posso ser eu mesma, ele nunca falou para eu mudar qualquer traço da minha personalidade, ao contrário de outros namorados que eu tive. Já ouvi de um que eu não podia mais cantar e era sempre um estresse, porque eu ficava preocupada com a roupa do palco, com o que eu dizia. Marcio dissocia a artista da mulher. Outra coisa: eu passo o tempo todo com ele. Quando a gente se separa às vezes por causa do trabalho, eu sinto uma saudade que dói; dois dias longe já é um absurdo.” Eles são pais de David, 2 anos, e planejam engravidar novamente em 2011. “De tudo que eu imaginei do que seria ser mãe, nada chega nem perto dessa emoção. Depois do David e o do Marcio, senti que construí algumas coisas palpáveis, que me dão tranquilidade, então não tenho mais aquela culpa. Mas sou mãe canceriana, cuidadosa. No início, por exemplo, eu não consegui subir numa montanha russa na Disney, que eu adoro. Tinha medo de me arriscar e deixar meu filho no mundo. Agora já recuperei minha autoconfiança.” Depois do Carnaval, a família mergulha em 30 dias de férias; já foram a Paris, La Jolla, Los Angeles, sempre em casas alugadas. “Ultimamente, tenho sido uma péssima dona de casa por falta de tempo, mas, se precisar, faço de tudo. Nunca lavei roupa, mas lavo minhas calço-

las. Outro dia comprei uma maquininha para colocar no meu banheiro e poupar tempo, porque eu não admito que ninguém toque nelas.” QUEM PODE, PODE! Um mês depois de dar à luz, Claudia surgiu em capas de revistas com a barriguinha negativa, bombada, sarada, magérrima, para espanto geral da Nação – afinal, o Carnaval se avizinhava. Nas entrevistas, atribuiu o milagre da boa forma à amamentação. “Hoje eu me pergunto: ‘rapaz, como eu consegui?’ Achava mesmo que tinha sido por causa da amamentação, mas a verdade é que fui muito disciplinada com a alimentação e tive um acompanhamento de um personal sério e responsável. Em 20 dias, tive alta total, a cicatrização da cesariana foi perfeita, tive muita sorte. A única coisa que sentia de ruim é o dever de estar pronta justamente naquele Carnaval; é claro que eu queria ficar com o meu filho, mas eu tenho uma empresa, uma porção de gente que depende de mim.” Da maternidade, saiu toda faceira, mostrando o herdeiro. “Por que esconder o momento mais lindo e sublime da minha vida? Meu filho jamais deixará de ser filho da Claudia Leitte, então tento fazer a coisa da maneira mais natural possível.”

“Já beijava os meninos pensando em casamento. Grudava tanto que acabava enjoada, ia até o talo de um jeito que desgastava a relação (risos)”


Vestido, Stella McCartney na NK Store e saia, Thaís Gusmão


Vestido, Blumarine Trash Chic


k, passemos aos revezes da fama. Twitteira convicta, faladeira do tipo que não se controla, volta e meia se vê envolta em polêmicas, como a repetitiva e cansativa suposta rivalidade com a colega Ivete Sangalo. Ambas negam a rixa, é claro, então tento fazer diferente. Quanto esse tipo de especulação a afeta? “Acho isso chato, um saco, acho que essa pergunta já deu. Nós somos muito unidos na Bahia, e não teria como ser diferente. Em seis horas de trio, todo mundo começa a cantar a música do outro, é como se fôssemos de uma mesma família. Eu cresci no centro histórico de Salvador, morava entre a Ladeira da Preguiça, o Olodum, o Batatinha. Não tinha como eu fugir das interferências de Ivete, Margareth Menezes, Chiclete com Banana. Se tivesse sido criada em São Paulo, talvez tivesse virado roqueira. Deve haver uma razão muito estúpida e pouco louvável dessas pessoas que tentam nos colocar uns contra os outros, mas eles não conseguem. Outro dia, e um jornalista falou uma besteira, quebrei o maior barraco com ele. Tinha me chamado de perna de sabiá, de feia, e chegou à minha coletiva fazendo perguntas. Eu me arrependo de ter sido rude, acho que foi desnecessário, a gente tem sempre que policiar o ego e

“Gosto da sedução, dos clichês da intimidade. Tem coisas que, se eu tomar umas taças, não tenho limites para satisfazer.” 80

a vaidade. Mas, em geral, sou acostumada com coisa boa, a imprensa normalmente é muito positiva.” CANSEI DE SER SEXY Ri da fama de sex symbol, mas admite que no palco vira mesmo um furacão em transe. Afinal, cresceu na Bahia, terra de todas as delícias sem pecado. “Quem me acha símbolo sexual deveria me ver de manhã, com o cabelo em pé depois do show. Eu gosto de sexo, mas isso não significa que eu seja um ser sexual. Não sou ninfomaníaca (risos). Gosto da sedução, dos clichês da intimidade, como usar uma lingerie para o marido. Tem coisas que, se eu tomar umas taças, não tenho limites para satisfazer.” Diz que não tem tempo para remoer as provações, mas lamenta a ausência de pessoas queridas que foram ficando para trás em seu percurso, entre as quais as que não acreditavam em seu brilhante futuro. Para estar em dia com a realidade, mantém o hábito de se maquiar, fazer sua própria escova e baby liss. “Tenho anjos da guarda à minha volta, mas detesto, por exemplo, que calcem meus sapatos. É algo que eu mesma posso fazer. Também não sou chegada a babação de ovo.” Interessa-se por moda, a ponto de devorar todas as revistas gringas da banca. Na última viagem, a Las Vegas, detonou o cartão de crédito em modelitos de Alexander McQueen. “Quando eu não tinha grana, fazia um monte de bobagens. Pegava revista japonesa e custumizava minhas roupas com muito cor-de-rosa. Hoje eu acho brega, mas era uma coisa pura, uma coisa fofa.” Sua simpatia natural, seu carisma imbatível e sua voz sorridente só se desmancham quando pergunto como é estar no ápice de uma carreira, afinal, ela realizou todos os sonhos que projetou desde a mais tenra juventude. “Estou muito longe do ápice, Deus me livre, ainda tenho muita estrada pela frente. Na verdade, até hoje não sei onde eu quero chegar. Quero cantar, aprender coisas, ser como a Hebe Camargo, que para mim é o maior exemplo de amor à vida. Não sei aonde vai levar essa inquietude dentro de mim, mas eu vou ser feliz. O céu é o limite”.


Cabelo Cris Narvaes com produtos Redken e L`Oreal Professionnel Maquiagem Diego Quirino Produção de moda Kaio Assunção Assistente de produção de moda Rebeca Lot Produção de objetos Manuela Figueiredo Tratamento de imagem RG imagem Agradecimento Fisio Store


Sob as abas Os chapéus que prometem fazer a cabeça das lindas e elegantes são grandes, coloridos e têm passaporte carimbado para o México. Quem decreta a novidade? Miuccia Prada, Marc Jacobs e outros magos da moda FOTOS PAULO VAINER EDIÇÃO DE MODA VANDA JACINTHO BELEZA DIEGO QUIRINO 82


Camiseta, Carina Duek, R$ 140, shorts, Erre, R$ 368. ChapÊu, Daniela Cutait, R$ 367, pulseira de marfim e brilhantes, de Êbano e brilhantes e brinco de marfim e brilhantes, Vera Duvivier, preços sob consulta e espadrilles, Marc Jacobs na NK Store, R$ 2.580


Camiseta, Daslu, R$ 140 e macaquinho, Maria Bonita Extra, R$ 670. ChapĂŠu, Daniela Cutait, R$ 367



Camiseta, Bo.Bô, R$ 198, shorts, Lilly Sarti, R$ 368. Brincos, Silvia Furmanovich, R$ 16.800 e pulseiras, Hermès, R$ 2.500 cada. Na página ao lado. Casaco, Stella McCartney na NK Store, R$ 6.890 e brincos, Silvia Furmanovich, R$ 16.800 Assistentes de foto Luciana Izuka, Fernando Queiroz e Kadu Maia Produção de moda Mariana Bonfati e Alix Duvernoy Tratamento de Imagem Leo Vas



um exagero de

bom gosto Eclética e sem medo de ousar, Renata Magalhães abre seu cobiçado guardaroupa. O que encontramos? Um mix ultra chique de peças garimpadas mundo afora, vestidos herdados da avó e acessórios inacreditáveis. Prazer em conhecê-la! POR ANTONIO TRIGO FOTOS ROMULO FIALDINI EDIÇÃO DE MODA VANDA JACINTHO

A arquiteta Renata Magalhães sempre gostou de circular entre vários mundos: quando pequena, alternava-se entre o futebol com os três irmãos (ela é a única menina) e as aulas de balé; a atual profissão só veio depois de passar por outras três faculdades; de família supertradicional, admite que a única expressão que a irrita é a tal da “tem que casar, tem que seguir um padrão”. Hoje, garante, só se deixa levar pela própria intuição... A casa onde mora, com a mãe Dea e o pai Eduardo Pereira de Magalhães, é dessas em que detalhes cheios de 88

personalidade se misturam. Da avó Leda Amaral, veio uma tela de Tarsila do Amaral (Leda e a artista eram primas irmãs). A herança dos bisavós, Brigadeiro Luís Antonio e Maria Paes de Barros, inclui uma baixela presenteada pela Marquesa de Itu. Nada, no entanto, chama mais atenção do que os filtros de barro e moringas Stefani, uma tradicional cerâmica da família materna, que ainda existe em Jaboticabal, no interior de São Paulo. Filha caçula de três irmãos homens, Renata se define como um moleque.

Com eles, aprendeu a esquiar na neve e até a jogar futebol. “Eu era o quarto menino, não tinha como ser diferente – se não apanhava!” Hoje, é com as cinco sobrinhas – a cantora Mallu Magalhães é uma delas – que exerce seu lado mais feminino, o mesmo que a fez estudar balé por muitos anos. Quando parou com as aulas no Balé Cisne Negro, se aventurou no vôlei até resolver, aos 16 anos, investir num curso superior de jazz no Alvin Ailey, em Nova York. No Brasil, trabalhou como bailarina e um ano depois tentou sua pri-


RENATA USA VESTIDO COURRÈGES VINTAGE QUE GANHOU DA AVÓ COM PULSEIRAS DE PRATA COMPRADAS NA GRÉCIA

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OLHAR APURADO: O VESTIDO FOI COMPRADO EM UMA FEIRA DE NOVA YORK. AS ALMOFADAS Sテグ FEITAS POR ELA

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EM SENTIDO HORÁRIO: À BEIRA DA PISCINA, COM VESTIDO BORDADO, UM DE SEUS PREFERIDOS, E LENÇO FERRAGAMO. A COLEÇÃO DE BOLSAS, A MESA ONDE DESENHA SEUS PROJETOS E, ABAIXO, A COLEÇÃO DE SAPATILHAS: ELA AMA AS TORY BURCH

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ESSENCIAIS DA RENATA: APETRECHOS DE TÊNIS E MUITA ÁGUA MINERAL

meira faculdade, de publicidade. Já no segundo período, se mudou para Boston para aprimorar o inglês e cursar marketing. Quando percebeu, tinha pontos suficientes para cursar arquitetura em Harvard. Ligou para o pai e ouviu como resposta: “Que bom, filha, agora você já sabe que é capaz, pode voltar!”. Foi o que ela fez. Logo na chegada ao Brasil conseguiu emprego numa famosa agência publicitária, a qual, admite, detestou. “A publicidade tem aquela coisa de marketing pessoal e eu sou muito tímida”, revela. Foi nessa época que ela se casou e, para acompanhar o marido que precisava trabalhar em Nova York, entrou no curso de Fashion Design da Parsons. Seis meses antes da conclusão, teve que voltar a São Paulo. O tempo passou, o casamento acabou, mas outras boas-novas estavam programadas: trabalhou com a amiga Esther Giobbi e, na sequência, fez as malas rumo a Paris, onde passou um tempo estudando francês. Mais uma vez na capital paulistana, sem querer, mudou seu destino ao decidir ela mesma realizar o projeto de

uma casa da família em Maresias. O resultado fez tanto sucesso que ela logo foi convidada para assumir novas obras. Foi o ponto decisivo: matriculou-se na faculdade de arquitetura na Belas Artes e nunca mais parou. Hoje, ainda faz sucesso criando almofadas, bolsas – e até cúpulas de abajur — de ikat ou mongolian lamb. Entre viagens para a China ou Marrocos, já produziu também peças de roupa, como casacos confeccionados com pele de mink. “Não me tornei designer, sou uma arquiteta. Decoração e moda são áreas que precisam de uma exposição muito maior e gosto de ver minha profissão como algo mais pessoal.” E, por falar em moda, Renata tem um mix dos sonhos em seu closet: peças Prada, Chloé, YSL e Chanel – de preferência vintage – estão entre suas favoritas. Elas fazem companhia a vestidos Diane von Furstenberg, cashmeres Jil Sander e acessórios garimpados em países como a Grécia. Mas nada a define mais do que as delicadas sapatilhas: são incontáveis... que ela usa para visitar as obras que assina embaixo!

Pingue-pongue Cidade: a que estiver no momento Museu: Musée National Picasso, em Paris, e MoMA, em Nova York Sonho: as viagens que ainda não fiz e uma tela de Beatriz Milhazes Livro: A Arte da Felicidade (Dalai Lama) Esporte: Sou apaixonada por tênis Estilo: Anna Della Russo e Kelly Wearstler Viagem inesquecível: todas! Um cheiro: o de bolo de chocolate saindo do forno Dica: ser sempre gentil Beleza: é o resultado de forma e conteúdo Comida: chocolate e frutos do mar

“Decoração e moda são áreas que precisam de uma exposição muito maior. Minha profissão é mais pessoal” 93



Pintado no prato CARLA PERNAMBUCO ECONOMIZA NO COZIMENTO E ENSINA COMO ATRAVESSAR O VERÃO COM UM MIX DE ALIMENTOS CRUS E CONDIMENTADOS POR KIKE MARTINS DA COSTA FOTO ROMULO FIALDINI

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AO LADO, O PRATO INGLÊS PINTADO A MÃO FAZ PARTE DO ACERVO PARTICULAR DE CLÔ OROZCO

s dias quentes pedem refeições leves. Ceviches, carpaccios, tartares e sashimis são as melhores opções. Não por acaso, todas essas receitas fazem um mix de ingredientes crus e condimentos que agregam sabores e aromas. Nos ceviches, o leite de tigre feito com cebolas e suco de limão ou laranja “cozinha” o peixe ao mesmo tempo que o tempera. Nos sashimis o peixe cru ganha uma explosão de paladares com o shoyu e o wasabi ou com o ponzu – molho à base de saquê, vinagre de arroz e suco de yuzu (frutinha cítrica típica do Japão). Nos tartares, a mostarda, o limão e as ervas fazem a diferença. Nesses pratos a acidez e o gosto particular dos sucos cítricos estão presentes. E não interessa o sotaque da receita: seja nos polvos grelhados da culinária grega ou nos peixes da Polinésia e da Tailândia, a laranja, a lima, a tangerina, o grapefruit e as diversas variedades de limão formam um casamento perfeito com os frutos do mar. E foi pensando nessa combinação que a chef Carla Pernambuco, do Carlota, elaborou algumas receitas descomplicadas para você fazer em casa. Aqui, a ideia mais uma vez é unir o frescor do peixe cru à potência e à riqueza gustativa de temperos como o aceto balsâmico, o gergelim, o picles, as ervas aro-

máticas e, como não poderia deixar de ser, o suco ou os gomos de laranjas, limões e grapefruits. Na primeira sugestão, o tartar de salmão, Carla ensina que, para fazer seis porções, é necessário picar com uma faca bem afiada 600 g de salmão fresco e deixá-lo marinar em uma mistura de meia xícara de água, uma xícara de açúcar, uma pitada de sal, 150 ml de saquê e o suco de um limão. Depois de uma hora, drene o peixe e incorpore duas colheres de sopa de pepininhos em conserva bem picados e outra de minialcaparras. Tempere com azeite extravirgem, sal e algumas gotinhas de Tabasco. Na hora de servir, decore cada porção com um toque de ovas de arenque, um ramo de dill e guarneça com alguns gomos sem pele de grapefruit e de laranja. A outra receita é a de uma salada de sashimi de salmão: corte em tirinhas finas o peixe, misture-o a um terço de xícara de gergelim torrado, uma pitada de sal, pimenta branca moída e azeite extravirgem de oliva a gosto. Espalhe as tiras de peixe em uma travessa e regueas com o suco de duas laranjas, duas colheres de sopa de molho de ostra e um caramelo feito com uma redução de meia xícara de aceto balsâmico, meia xícara de açúcar mascavo e duas colheres de sopa de mel. Bom apetite!

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aiba que existem ótimas alternativas para casar cítricos com os frutos do mar. O chef Wolfgang Puck (foto), do concorrido Spago, de LA, temperava seu famoso robalo no extinto Granita Restaurant, em Malibu, com raspas de casca de laranja e um molho à base de suco de tangerina. No ceviche de Rita Lobo, a laranja-lima é o toque para cortar a acidez do leite de tigre. Para marinar 400 g de tirinhas de salmão e linguado, um mix de 300 ml de suco de laranja-lima, 200 ml de suco de limão, quatro colheres de azeite de oliva, um punhado de coentro picado, um pimentão amarelo assado e seis tomates-cereja cortados em cubinhos, uma cebola roxa picada, sal, orégano e pimenta-do-reino. Na cevicheria Suri do chef Dagoberto Torres mistura-se suco de laranja e leite de coco ao suco de limão no caldo do ceviche Tuluni, feito com vieiras, robalo e corvina. Para finalizar, gotas de conhaque e chips de mandioca. 95


DOSSIÊ


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le é a mina

Passar lápis no olho, fazer as unhas com esmero, calçar um salto alto, vestir meia-calça, pendurar brincos na orelha e sair por aí. O que para as mulheres é uma rotina, para muitos homens é uma aventura incrível, uma verdadeira injeção de adrenalina na veia. RG investiga o mundo mágico dos machões que se vestem de mulher POR PEDRO VENCESLAU FOTO DANIELLE LEVITTE

Que homens são estes? Pode parecer estranho, mas eles estão por toda parte e você nunca vai conseguir indentificá-los, ainda que seu radar seja dos mais apurados. Esses rapazes de hábitos estranhos não dão sinais ou pistas. São machos irretocáveis, falam grosso e, não raro, são mulherengos incorrigíveis. Mas entre as quatro paredes se revelam divas vaidosas e exigentes. Desde que o consagrado cartunista Laerte, da Folha de S.Paulo, assumiu-se um cross dresser, o maior de todos os tabus masculinos saiu do armário. Pode-se dizer que ele é um caso raro: a maioria dos cds tem pavor de holofotes. Como não se encaixam nas categorias básicas da sexualidade (e do mundinho) — não são gays, travestis, drags ou transformistas – são vistos como uma anomalia em todas as tribos. O fato é que não fazem questão de receber um rótulo. O barato é outro. “Hoje em dia o crossdresser não é mais considerado uma patologia. Também

não é um fetiche. Trata-se de um fenômeno de linhagem cultural”, explica o psiquiatra Alexandre Saadeh, professor de psicologia da PUC-SP e especialista em sexualidade e transtornos do gênero. Ele conta que é comum pacientes sentirem-se culpados e ficarem enrustidos no começo. Mas com o tempo a tendência é ir aos poucos saindo de uma espécie de armário interno. “Muitos cds são casados e suas mulheres os estimulam. Também existem mulheres crossdressers, mas este fenômeno é muito pouco conhecido no Brasil”, diz o psiquiatra. Que fique claro: nem sempre o homem que sente vontade de se travestir é um cd. Existe uma fronteira tênue que separa os gêneros. “Existe o fetichismo transvérsico, que é quando o homem precisa se vestir de mulher para ter excitação sexual. Já o travesti é aquele que assume identidade feminina, mas quer manter o pênis. E existe o transexual, que deseja mudar de sexo”, conclui Saadeh. 97


DOSSIÊ

CLUBE SOCIAL A reportagem da RG mergulhou nesse universo secreto e proibido. O primeiro passo da investigação foi acionar a maior fonte do jornalismo mundial: o Google. Não é difícil encontrar as superfícies das sociedades secretas. A principal delas no Brasil atende pelo nome de Brazilian Crossdresser Club (BCC). Anunciados como “o primeiro clube voltados para cross dressers do Brasil”, o BCC foi fundado em 1997. A estrutura associativa é como a de outros grupos, com uma direção eleita, anuidades e eventos regulares. O ingresso, porém, é bastante criterioso. O candidato a sócio precisa ter uma identidade feminina e endereço eletrônico correspondente. A aprovação depende da chancela da direção da entidade. O ponto alto do BCC é um evento chamado Holliday en Femme, onde as “meninas” se encontram em um clube de campo para um fim de semana de pura feminice. O grupo faz questão de frisar aos interessados: “Informamos que o BCC não tem caráter sexual ou de encontros. Em virtude dos temas tratados desaconselhamos o acesso a menores de idade apesar deles poderem aqui encontrar respostas a muitas de suas dúvidas”, informa um aviso assinado por Monique Michele, Deborah Lee, Deborah Cristina (Debbi) e Priscila Queen, a alta cúpula cross dresser. O BCC conta ainda com braços regionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, o clube se chama “Rio´s Ladies” , no Rio Grande do Sul “Pampa’s Girls” e em Curitiba “Red Feet Ladies”. UM SALÃO SÓ PARA MENINOS A esteticista Dudda Nandez adora se esbaldar na pista de baladas gays que, segundo ela, são mais animadas que as hétero. Foi em uma delas que em 2005 pintou a ideia de criar um espaço exclusivo para homens que gostam de se vestir de mulher. “Muitos amigos me pediam para montá-los antes da balada. Um dia eu resolvi abrir uma página no Orkut e ela bombou”, conta. O negócio cresceu e,

“O cross dresser não é mais considerado patologia. Nem fetiche. É um fenômeno cultural”

hoje, Dudda é dona de um bem-sucedido negócio que recebe até estrangeiros: um estúdio de “transformação”. Ela recebe moços e os transforma em moças por algumas horas. Uma vez montadas, as meninas posam para as lentes de Dudda ou, dependendo da ousadia, saem para baladas reservadas. Na maioria das vezes ela não fica sabendo dos nomes masculinos de suas clientes. As imagens são enviadas por e-mail ou gravadas em um CD e depois deletadas. “A discrição aqui é total”. Como era de se esperar, Dudda acaba amiga da maioria das clientes. A mais ilustre é o cartunista Laerte. Dentro do estúdio, ele atende pelo nome de Sonia. “Laerte sempre participou dos nossos encontros, mas nunca ninguém sacou quem era. Só uma pessoa uma vez disse que o conhecia de algum lugar”, diz. Dudda topou me receber em uma “cross session”. O evento é mensal, temático e chega a reunir até 20 “meninas” , com produção completa e maquiagem. As unhas são cobradas à parte… A pedido das meninas que participaram do coquetel os nomes das presentes não será revelado. LINHA DE MONTAGEM Ao chegar ao estúdio, localizado em um salão de beleza de dois andares, fui convidado a subir as escadas e aguardar a minha vez. Outros cinco homens estavam na fila e escolhiam suas roupas em uma arara enquanto Sofia recebia os últimos retoques nos lábios. Dudda contava com a assessoria de uma amiga, cuja função era cuidar das unhas, abotoar sutiãs e dar suporte psicológico. Mais tarde fica claro que a assistente, uma mulher de uns 50 e poucos anos, é, na verdade, casada com uma cd assídua do estúdio, chamada Priscila. As opções de perucas, sapatos, roupas e acessórios são muitas. Seria até difícil escolher, mas o tamanho da minha barriga reduz drasticamente as opções. A saída é uma bota de cano para lá de longo, uma meia calça preta por baixo e um vestido até o joelho. Para encobrir os pelos (por que tê-los? Diz uma das meninas), a solução foi improvisar um xale em volta do pescoço. O grand finale foi uma peruca loira e longa. E recebi um nome feminino: Patrícia. Como em uma linha de fábrica, as meninas são montadas e vão descendo para o encontro. São dez no total, quatro delas com suas esposas (elas são chamadas de S/O – suport opositive). Entre martínis e canapés, a conversa rola solta. Quis saber das casadas como é a relação. “Fui eu que depilei ele...Para não sofrer tanto de dor”, conta uma das suport opositive, um bela loira de 40 e poucos anos, Ela é mulher


de “Sofia”, também loira e da mesma idade. Outra cd casada, Paula, essa uma morena, revela: “Meu negócio são os sapatos. Tenho dezenas de pares. Nós compramos juntas”. Ao que a esposa emenda: “Ela tem um armário de sapatos só dela. Já eu...”. Risos, muitos risos. Todas ali se dizem lésbicas (um eufemismo para heterossexuais), algumas revelam que adoram ser assediadas na rua. As casadas que tem filhos contam como é fazer malabarismo para justificar os sinais femininos. “Se me perguntam porque me depilo, digo que é para nadar. Se me pegam com as unhas dos pés pintadas a resposta está na ponta da língua: é uma recomendação médica”. A confraternização acaba aos poucos, com as meninas entrando em uma linha de desmontagem. Está na hora de voltar a ser menino. SEM MEDO DE SER FELIZ Não dá para dizer que a “tendência” de homens se vestirem de mulher é tão antiga quanto Adão e Eva. Até porque, naquela época os dois viviam pelados no Paraíso e ainda não tinham inventado o salto alto e o batom. Mas são fartos os relatos de reis da Europa antiga que passavam seus dias trajados como rainhas. Quando William Shakespeare despontou no teatro, não havia mulheres nos palcos, mas muitos homens, em nome da arte, trataram de representá-las. Acelerando um pouco o relógio do tempo, sobram exemplos de cross dressers famosos. Nos Estados Unidos, o primeiro a assumir publicamente que preferia usar saias e não dispensava um lápis de olho foi o diretor de cinema Ed Wood. Considerado um mito em Holywood, ele participava “montado” das gravações nos anos 50. Ele chegou até a fazer um longametragem em homenagem à escolha, o clássico do cinema B Glen or Glenda. Detalhe: de peruca loira e casaco angorá, ele mesmo atuou como protagonista. Se alguém questionasse sua escolha, Ed respondia que as roupas femininas o deixavam mais confortável. Vinte anos depois, em 1970, foi a vez de David Bowie sair do armário. Naquele ano, ele apareceu de vestido, make completo e madeixas loiras na capa do álbum The Man Who sold the world. Mas o caso mais, digamos, emblemático do universo crossdresser é o do ex-todo-poderoso chefe do FBI, J. Edgard Hover. O homem durão que prendeu Al Capone e enfrentou a máfia se transformava em uma ladie depois do expediente. Depois de uma certa idade, Hover deixou de lado o preconceito e passou a dar festas em sua casa vestido de mulher.

AO LADO, LAERTE, PRIMEIRO BRASILEIRO FAMOSO QUE ASSUMIU SER CROSS DRESSER. ACIMA, THE COCKETTES

Os precursores

Dois grupos teatrais fizeram do cross dresser um apelo pop

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o Norte das Américas havia The Cockettes. No Sul, Dzi Croquettes. A primeira trupe invadiu a cena teatral de São Francisco no final dos anos

60. Logo apelidados de “psychedelic drag queens”, injetaram humor ácido e performances absurdas nos palcos dos Estados Unidos. De quebra, trouxeram para o mainstream personagens que a maioria das pessoas da época não queria esbarrar à luz do dia. Uma delas, talvez a mais polêmica, foi a drag queen Divine (mais tarde, uma das musas do diretor underground John Walter, do longa-metragem trash Pink Flamingos). Aqui no Brasil, 13 homens com espírito libertador, e muita criatividade para a dança e para o figurino excêntrico, seguiram a tendência e, em meio às amarguras da Ditadura Militar, subiram no salto alto e embalaram a noite carioca com dança e deboche. Humor esse que, entre outros acertos, influenciou o jeito do carioca moderno de falar. Ainda bem que, depois de décadas no esquecimento, os Dzi Croquettes ganharam a merecida fama nacional, em 2010, com o documentário de mesmo nome, produzido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez. Ah, The Cockettes também teve sua trajetória retratada em documentário de 2002, produzido por Bill Weber e David Weissman. Abusadas! (ZECA GUTIERRES) 99


[MARCELO Rosenbaum] Arquiteto família

Os momentos de diversão são ao lado dos filhos Bertha e Ian - e os inseparáveis cães Tonho e Neguinha. Para Rosenbaum, é quando a piscina se transforma numa casa de praia

DONOS DE CASAS

RG invade a casa de antenados arquitetos e mostra o espaço que eles criaram para viver — e curtir momentos de descontração — quando não estão, literalmente, com a mão na massa! POR ANTONIO TRIGO FOTOS ROMULO FIALDINI


[FELIPE Diniz] Arquiteto black tie

Ótimo anfitrião, Felipe Diniz escolheu uma de suas obras para a nossa foto. E levou sua divertida poltrona dos Irmãos Campana. Inseparáveis? Os charutos!


[ JOÃO Armentano] Arquiteto 3x4

FOTOS OTTO STUPAKOFF

João Armentano gosta do diferente. Sua sala de lareira não poderia ser de outra maneira: serve não só para aquecer os momentos íntimos, como para abrigar divertidos ícones que preenchem a parede


[PATRÍCIA Anastassiadis] Arquiteta show de bola

A cobertura duplex onde mora — que mais parece uma casa — é um dos andares do prédio projetado por ela. Amante de futebol, aprecia nessa varanda sua vista para o Pacaembu, em São Paulo. Faça chuva, faça sol...


[DADO Castello Branco] Arquiteto descalço

Nesse pequeno espaço da casa de Dado encontramos elementos que ele adora quando projeta: madeira de demolição e fotos em preto e branco


[BETO Galvez] Arquiteto cabeça

A mesa de acrílico, ele mesmo desenhou. Já a poltrona vintage, comprou do amigo João Pedrosa. É nessa sala de televisão que Beto passa horas lendo – e relendo – livros e revistas


natalie ATORMENTADA Cisne Negro, estrelado por Natalie Portman e Mila Kunis, é um programão para quem gosta de balé, de um bem estruturado terror psicológico e ainda, de quebra, de ver duas lindas jovens se beijando POR KIKE MARTINS DA COSTA

É um fenômeno: nunca um filme sobre o universo do balé atraiu tantos marmanjos às salas de cinema de Times Square, do West End londrino e do Odeon parisiense. A explicação é que Cisne Negro é muito mais do que uma produção sobre balé, é um filme de terror psicológico – e o que tem atraído todo esse contingente masculino é a caliente cena do beijo entre a meiga Natalie Portman e a provocante Mila Kunis. Na história dirigida pelo extravagante Darren Aronofsky (de Requiem para um Sonho) com estreia no Brasil programada para este mês, a israelense Natalie e a ucraniana Mila interpretam duas jovens integrantes do corpo de baile do New York City Ballet, sediado no prestigioso Lincoln Center. Elas disputam o papel principal na nova montagem que o coreógrafo Thomas Leroy (vivido pelo ator francês Vincent Cassel) está preparando para o Lago dos Cisnes. O problema é que a perfeccionista Nina Sayers (Natalie) é sem dúvida a bailari106

na mais técnica e apropriada para encarnar o cisne branco, mas não tem o poder de sedução necessário para dar vida à sua outra persona, o envolvente cisne negro. Essa qualidade, no entanto, é o que não falta à lasciva Lily (Mila). Na neurose de perder o papel para sua rival, Nina entra num processo de enlouquecimento que lembra a insanidade de Mia Farrow em O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski. Por conta dessa semelhança com a obra do cineasta polonês, Cisne Negro foi jocosamente apelidado de O Balé de Rosemary. O filme todo é narrado pelo ponto de vista de Nina, por isso a gente nunca pode ter certeza se algumas coisas de fato aconteceram ou se são alucinações da bailarina. Um desses acontecimentos, a propósito, é a cena de sexo entre Lily e Nina, sem dúvida um dos momentos mais fortes e intensos da história. As duas atrizes, que são amigas na vida real, ajudaram a criar o hype em torno do fato e comentam o que acharam de vivenciar na tela um beijo e uma transa



CROQUI ASSINADO POR KATE MULLEAVY, DA RODARTE: É DA MARCA AMERICANA O FIGURINO DO FILME

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lésbica. “Todas as cenas de sexo e intimidade num filme provocam um certo desconforto, com todo aquele pessoal no set e depois com a gente imaginando o que a plateia vai pensar ao ver. Para mim é indiferente se meu parceiro é um homem ou uma mulher. Mas até que foi fácil dessa vez. A Natalie é uma atriz fantástica. A gente não discutiu muito, apenas fomos lá e fizemos. Depois fomos tomar uns drinques e nunca mais comentamos o que rolou”, diz Mila Kunis, que em dezembro rompeu seu namoro com o ator Macaulay Culkin (que ficou famoso mundialmente quando, ainda garoto, em 1990, estrelou a comédia natalina Esqueceram de Mim. Lembram?). “Eu confesso que fiquei apavorada antes de rodar a cena. Para mim aquele foi o verdadeiro momento de terror do filme. Mas no final até que não foi tão desagradável...”, comenta Natalie Portman, que surgiu na entrega do Globo de Ouro ostentando sua barriguinha de seis meses a bordo de um Viktor & Rolf– ela namora o coreógrafo Benjamin Millepied, que conheceu justamente durante as filmagens e a preparação do longa.

FOTOS DIVULGAÇÃO

“FIQUEI APAVORADA ANTES DE GRAVAR A CENA DE SEXO COM MILA KUNIS. PARA MIM AQUELE FOI O VERDADEIRO MOMENTO DE TERROR DO FILME, MAS NO FINAL ATÉ QUE NÃO FOI TÃO DESAGRADÁVEL...”


Depois de participar dos três últimos filmes da saga Guerra nas Estrelas no papel da rainha Amidala, Natalie transformouse em uma musa dos maníacos por Star Wars pelo mundo todo, e sua performance nesse beijo em Mila Kunis – também conhecida por suas atuações no seriado That 70s’ Show e com uma das vozes do desenho animado Family Guy — fez uma verdadeira multidão de nerds correr aos cinemas para vê-la em ação. Mas essa polêmica toda só por causa dessa única cena das meninas não faz jus ao filme. Cisne Negro merece ser visto por outras dezenas de razões. A fotografia de Matthew Libatique, o roteiro de Mark Heyman e Andres Heinz, as incríveis imagens dos bastidores do mundo do balé, o retorno de Barbara Hershey como a mãe neurótica de Nina, a música de Tchaikovsky e as interpretações na medida de Natalie Portman e Mila Kunis (vencedora do prêmio Marcello Mastroiani no Festival de Veneza de 2010) fazem deste um dos principais candidatos a faturar uma penca de estatuetas nas cerimônias de premiação do Oscar.

MAIS QUE UM BEIJO Natalie Portman e Mila Kunis na cena que faz os cinemas lotarem

BESAME MUCHO Cenas picantes entre mulheres ajudam a alavancar as bilheterias

NATALIE PORTMAN NO GLOBO DE OURO: FIGURINO VIKTOR & ROLF, ELOGIOS DA CRÍTICA E O OSCAR DE MELHOR ATRIZ

Para os voyeurs que querem simplesmente ver duas lindas atrizes se beijando, há outras várias sugestões de filmes nas locadoras, como “Três Vidas e Um Destino” (com Penélope Cruz e Charlize Theron), “Frida” (com Salma Hayek e Ashley Judd), “Gia” (com Angelina Jolie e Elizabeth Mitchell), “Henry & June” (com Maria de Medeiros e Uma Thurman) e “Fome de Viver” (com Susan Sarandon e Catherine Deneuve). Bom divertimento!


NA CASA HERDADA POR VIVIANE SOARES SAMPAIO NO RIO DE JANEIRO, UM OLHAR EUROPEU SOBRE O COLONIAL BRASILEIRO POR PAULA QUEIROZ FOTOS ROMULO FIALDINI

A COLONIAL CARIOCA



ABAIXO, NO JARDIM, DETALHE DAS FOLHAS ENORMES, QUE VIVIANE ADORA NA ESTANTE, PARTE DA COLEÇÃO DE BORLAS E POMPONS DE MADEIRA E A SANTA QUE PROTEGE A CASA

a recém-chegada à Cidade Maravilhosa, os avós de Viviane Soares Sampaio se depararam com as demolições dos grandes casarões datados do século 19, que estavam acontecendo no bairro da Lapa. Os imigrantes italianos não pensaram duas vezes, arregaçaram as mangas e começaram o que Viviane chama de “Arqueologia Urbana” – um verdadeiro garimpo de tudo aquilo que era bacana e podia ser aproveitado de alguma forma, em algum momento de suas vidas. Dez anos depois, com os pés na década de 60, a dupla já tinha acrescentado à sua bagagem muitos azulejos portugueses, escadas, portas, janelas, mármores, pisos e por aí vai. Escolheram, então, o alto de Santa Teresa para montar, literalmente, esse quebra-cabeça que tinham em mãos. As paredes grossas e os quartos de vestir entregam que a morada saiu das mãos de dois italianos legítimos. A cozinha aberta para a sala revela o gosto pela culinária e o jeitinho brasileiro de receber e festejar. “Quando olho para esse jogo montado pelos meus avós, às vezes me sinto em Portugal, ora acho que estou na Itália, e muitas vezes me lembra Ouro Preto, em Minas Gerais”, revela a neta Viviane, que já é anfitriã por essas bandas há 15 anos. A fachada da residência é um caso à parte. Toda em tons de Malva – um lilás bem suave – contrasta com o verde-floresta que a circunda. Ao redor da construção, um barrado na parte inferior chama a atenção. Em uma das reformas que a residência passou, Viviane encontrou perdida no forro, uma porção de azulejos portugueses do século 19. Coincidência ou não, eram os mesmos que cercavam toda a residência. Ela não pensou duas vezes: trocou os mais desgastados e adicionou mais algumas peças. 112




DUAS DE SUAS PAIXÕES: OS CHAPÉUS, QUE TRAZ DE TODAS SUAS VIAGENS E UM PAINEL FEITO COM AZULEJOS PORTUGUESES VIVIANE SEMPRE CRIA UM MIX ENTRE SUAS IDEIAS E A HERANÇA DOS AVÓS. O ROSA DAS PORTAS SÃO DELES, MAS O VERDE VIVO DAS PAREDES FOI TRAZIDO POR ELA DA ÚLTIMA VIAGEM À TANGER, MARROCOS. AO LADO, VASO COM FOLHAGENS E FLORES QUE ELA VIVE PEGANDO DOS VIZINHOS

Hoje o mobiliário do século 19 e as peças de design dos anos 60 habitam em perfeita harmonia com as cores fortes das paredes. E esse cenário com clima descontraído, irreverente e muito charmoso já angariou uma porção de fãs. O local é destino mais que perfeito para pequenas e grandes produções. Aliás, foram tantas que Viviane já perdeu a conta. “Nem me lembro mais quantas vezes vieram aqui. Só sei que deixo fazer o que quiserem. Pintam e bordam e muitas vezes eu me surpreendo com o resultado. Adoro outros olhares”, revela. Com 700 mil exemplares vendidos, a edição da Playboy, que recebeu a descolada Cléo Pires na capa, conseguiu a maior vendagem dos últimos cinco anos. E não é só pela desenvoltura da atriz que a revista merece atenção especial, todos os cliques do expert Bob Wolfenson foram feitos nos cômodos da casa de

Viviane. Quem também abusou desse cenário foi a equipe da comédia de longa-metragem Muita Calma Nessa Hora, com roteiro de Bruno Mazzeo, que acaba de estrear nas telonas. Além de editoriais de moda e muitos lançamentos de coleções. Já no andar subterrâneo da antiga casa a história é outra. Museóloga de formação, amante das artes por natureza e com o gosto pelo garimpo de móveis impresso em seu DNA, não restou outro caminho a Viviane se não administrar um antiquário. Mas ela assume: “Às vezes dá um certo dó ver uma peça indo embora. Mas juro que passa super-rápido”. Nas prateleiras de seu empreendimento, aguarde o que ela trará de sua próxima trip. Viviane irá desvendar tudo o que puder entre o Tigre e o Eufrates e promete trazer muitas novidades da Síria, em especial da cidade mais antiga do mundo: Damasco. 115


FLASHBACK

E D A V U H C S E T E F N O C

ERVIAM O F E C A RI PAL UE DO BANA Q I A H C TA C A P MAIS , A FES O CO E G D L R I S A E A B D LÕ O S OS SA L COM OS ARQUIVO S DE 1980 A V A N R D ÕE NO CA RO. DIRETO S FOLI O U I O E Ç DE JAN QUE BALAN E VINTAG


FOTOS ARQUIVO RG / DIMAS SCHITTINI

NA PÁGINA AO LADO, RÉGINE CHOUKROUN COM FANTASIA FEITA EM PARIS ESPECIALMENTE PARA A NOITE. NESTA PÁGINA, A ANIMAÇÃO DE TEREZINHA SODRÉ


FLASHBACK OLIVIA NEWTON-JOHN COM NAMORADO NATIVO DE IPANEMA

EM VISITA AO RIO, OLIVIA NEWTON-JOHN TRATOU DE ARRUMAR UM AFFAIR CARIOCA, UM GAROTÃO DE IPANEMA. KARMITA MEDEIROS, AINDA LOLITA, COMEÇAVA SUA TRAJETÓRIA JET-SETTER QUE VIVE ATÉ HOJE QUARTETO FANTÁSTICO: ZEE, PAULETE E O ESTILISTA MARQUITO FERVEM COM KARMITA MEDEIROS, SOCIALITE QUE VIROU FIGURA CARIMBADA NO HIGH PARISIENSE


A MUSA DE TODAS AS FESTAS MARTHA ROCHA


FLASHBACK

EMILINHA BORBA, DE RAINHA DA MARINHA, COM O PRODUTOR MUSICAL GUILHERME ARAÚJO

COM O TEMA DOURADO, O BAILE ERA UM BRILHO SÓ. LAMÊS, LUREX E PAETÊS NAS PRODUÇÕES E PAREDES DO COPA. FLASHES PIPOCAVAM SOBRE AS TOPS DALMA CALADO E MARINA MONTINI, A MULATA-MUSA DE DI CAVALCANTI

EDSON MOREIRA ENTRE AS TOP MODELS DA ÉPOCA MILA MOREIRA E DALMA CALADO


MARINA MONTINI ERA REFERÊNCIA DA MULHER BRASILEIRA: DEIXAVA OS GRINGOS DE BOCA ABERTA


VIDA JETSET IZABEL GOULART COM SEU HARLOW

HOTEL MAZZAFERA O ano começa com o pé direito para a turma de Matheus Mazzafera. Um dolce far niente com as musas Giovanna Battaglia e Alessandra Ambrosio em Saint Barths e, direto do Rio de Janeiro, a megafesta comandada por Henrique Pinto, uma de suas melhores! Em São Paulo, loucuras e festinhas privês na casa do stylist, o famoso hotel Mazzafera.

GIOVANNA BATTAGLIA E ALESSANDRA AMBROSIO UM TABLET DE RAICA

LALA RUDGE E LUIGI CARDOSO

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DANIEL URZEDO E ERIKA DOS MARES GUIA


O AMOR É LINDO PARA LETICIA BIRKHEUER

RICARDO TISCI E JUNIOR BRASIL

ENTRE AS GRAVAÇÕES DE SEU PROGRAMA NA TV, MATHEUS MAZZAFERA CIRCULOU PELO EIXO ST. BARTHS, RIO E SÃO PAULO COM SUA CÂMERA ESPERTA FERNANDA ABDALLA E DONATA MEIRELLES

BRUNO ASTUTO COM A TOP LEA T

INSIDER: NO JARDIM DE GILBERTO MIRANDA E CAROL ANDRAUS

MARIO TESTINO E JESSICA SIMON

ANJA AMBROSIO MANZUR

IZABEL ROCKS!

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Os assinantes de São Paulo e Rio de Janeiro receberão semanalmente junto com a ISTOÉ. Assinantes das demais localidades, ligar: Demais Localidades: 0800-775-0098 Outras Capitais: 4002-7334



GUIA D E S T I N O S + R E S TA U R A N T E S + B A R E S + D I C A S FOTO ROMULO FIALDINI

DAR UMA PAUSA À BEIRA-MAR É SEMPRE BOM. PREFERE OUTROS DESTINOS? SIGA O ROTEIRO

Cena lúdica flagrada na exclusivíssima pousada Fazenda da Lagoa, de Mucki Skowronski, em Una, no sul da Bahia. Por lá, acabamentos em fibras naturais e muito requinte à altura do cenário


GUIA NO MOLESKINE Anote as dicas!

ESMERALDA DAS ÁGUAS DA LAGOA TAY NAI

DESTINO

TE PHILIPPE KLIO N JESSICA SIMO

RELAX SESSÃO BEAUTÉ

POR ROSANA RODINI

LAGOA AZUL

Visite o spa Chiva Som, um dos mais maravilhosos do mundo, com habitués famosos, tratamentos incríveis e uma atmosfera perfeita

NUNCA FOI À TAILÂNDIA? EIS AS DICAS DO DIRETOR DE ARTE PHILIPPE KLIOT. BOA VIAGEM!

SALINAS R$ 188

O sol é forte! Não dispense a barraca

N

ão é difícil encontrar razões para visitar a Tailândia. Paraíso exótico do sudeste asiático com palácios suntuosos, templos budistas, ilhas paradisíacas e uma rica cultura milenar. Da capital Bangcoc à cidade histórica de Ayutthaya, há uma surpresa a cada esquina — cheiro de arroz cozido, flores de lótus e orquídeas salpicadas por todo canto ou as impressionantes praias da região de Phuket, com a areia mais branca do mundo. RG indica também o balneário de Hua Hin, na costa do Golfo, éden de águas quentes e mar calminho, quase sem ondas. O resto é melhor você descobrir sozinho, numa viagem que mexe com o corpo e com a alma.

TOPO DO MUNDO PARA SE DELICIAR

Em Bangcoc, vá ao Vertigo, um dos mais transados. Fica no topo de um prédio de 60 andares, com vista para a cidade e comida fantástica

PUCCI NA ALBERTA R$ 1.640

DICAS DE QUEM CONHECE

A maxibolsa leva o kit praia ideal

CLAUDIAMARISGUIA R$ 80 CADA

O toque final de acessórios coloridos 128

Daniela Issa

No roteiro da estilista brasileira? Praias, relax e longas meditações

Kate Moss

Carine Roitfeld

A top é assídua. No Quando está por lá, último réveillon, alugou Carine frequenta o spa um iate e foi ao restô Chiva Som, pertinho The Thainaan de Bangcoc

CULTURA LOCAL VISITA OBRIGATÓRIA

Templo budista em Bangcoc. Vale visitar o Palácio Real e o complexo de templos Wat Phra Kaeo

FOTOS PHILIPPE KLIOT, MARCIO MADEIRA E DIVULGAÇÃO FOTOS STILL DIEGO GAIOTTI

CANTÃO


E ORIENTE-S Ana Luiza Wawelberg, R$ 251

EXÓTICO Área Objetos, R$ 49

Bali Express, R$ 2.980

A dobradinha azul e verde cai sob medida no décor

MATERIAIS COMO O BAMBU E A PALHA E CORES VIBRANTES EM CANGAS E CERÂMICAS TRABALHADAS LEVAM À EXÓTICA TAILÂNDIA Espaço Til, R$ 89

PRODUÇÃO DE OBJETOS ISABELA SCAFF FOTOS STILL DIEGO GAIOTTI FOTO MARCIO MADEIRA

ALESSA

Bali Express, R$ 480

EXPRESSO

Bali Express, R$ 2.280

DAY OFF Aposte nas peças de bambu para se sentir com os pés na areia

Para a área indoor ou outdoor, vá de produtos orientais

Ana Luiza Wawelberg, R$ 980

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GUIA

DESTINO

ROTEIRO

Paradas obrigatórias em El Chaltén

POR MARIANA SODRÉ

ONDE FICAR? OS ANDES FAZEM PANO DE FUNDO DE EL CHATÉN

HOTEL LOS CERROS

O hotel é o centro do paraíso. Aconchegante, charmoso, ótimos serviços e quartos com vistas lindas

PARAÍSO PERDIDO NO PICO DO VERÃO DÊ UM BREAK E CONHEÇA UM CENÁRIO QUASE INEXPLORADO: AS PAISAGENS DE EL CHALTÉN, NA PATAGÔNIA

E

CARTÃO-POSTAL FITZ ROY

Mesmo quem não escala pode admirar a beleza natural do Fitz Roy, sem desafio!

BURBERRY PRORSUM

DEPOIS DAS DEZ RESTAURANTE LOS CERROS

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LOUIS VUITTON

ARMANI EXCHANGE E D&G

THE NORTH FACE

As botas de couro arrematam o look

Acessório na medida para os dias mais frios

Os hiking sticks para o trekking

No restaurante do hotel, uma chocodelícia para finalizar!

FOTOS FLÁVIO BATTAIOLA, GETTYIMAGES E DIVULGAÇÃO

l Chaltén é uma cidade ainda em construção, separada de Buenos Aires por três horas de voo. Fica no sul da Patagônia argentina, quase na fronteira com o Chile e tem o monte Fitz Roy como cartão-postal. Suas ruas de terra contam com poucas lojas de artigos típicos e nenhum restaurante estrelado. É o lugar errado para quem busca ferveção, compras e afins, mas o destino certo para quem quer a tão almejada paz, natureza deslumbrante e bem-estar. O programa oficial é o trekking, a caminhada nos bosques dos vales e montanhas. E, nesta época do ano, o sol brilha entre as cinco da manhã e as dez da noite. Quando a lua chega, todos vestem os charmosos chinelos do hotel Los Cerros para relaxar ainda mais. A temporada vai de outubro a abril, aproveite!


PELES COMO A DA RAPOSA, ALPACA OU VICUNHA AUMENTAM A TEMPERATURA DA CABANA NA PATAGÔNIA CHIFRE CHIQUE Na decoração, chifre e pele fazem um mix perfeito Blue Gardênia, R$ 980

C TOQUE DE

LASSE

Renée Behar, R$ 52.000 o par Blue Gardênia, R$ 270

PRODUÇÃO DE OBJETOS ISABELA SCAFF FOTOS STILL DIEGO GAIOTTI FOTO KARL PROUSE/GETTYIMAGES

By Kamy, R$ 800 Hermès, R$ 3.860 cada

By Kamy, R$ 800

ME AQUEÇA Mantas da Hermès para nunca mais sentir frio

TATO No pufe ou na almofada, a pele confere um ar de sofisticação

Clami Design, R$ 1.820

MADEIRA DE LEI Invista em móveis de madeira para um look invernal

MICHAEL KORS

By Kamy, sob consulta

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GUIA ROTEIRO DE ARTE Um guia delicioso para entender melhor

AFRESCOS MARAVILHAS NAS PAREDES

Capela Saint-Blaise-des-Simples, em Milly-la-Forêt, com painéis pintados por ele nos anos 50

DESTINO POR FABRIZIO ROLLO

A CASA DE JEAN COCTEAU EM MILLY-LA-FORÊT É UM ACHADO HISTÓRICO QUE PODE E DEVE SER VISITADO

O

mundo particular do francês JEAN COCTEAU (1889-1963) pode agora ser conhecido de perto. Seu refúgio – ou maison de campagne – em Millyla-Forêt, nos arredores da floresta de Fointainebleau, comprado em 1947 para fugir do burburinho parisiense, acaba de ser restaurado e transformado em fundação aberta ao público com o apoio de Pierre Bergé. Cocteau foi poeta, cineasta, dramaturgo, ilustrador, cenógrafo e um grande conquistador. Longe de ser considerado exemplo de beleza física, o canceriano Cocteau exercia seu magnetismo por meio de sua forte veia

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ARTE COLEÇÃO CHIQUE

artística surrealista. Conquistou um dos mais belos atores franceses da época, o loiro Jean Marais, que atuou no filme A Bela e a Fera, mas o affair entre os dois foi sempre tumultuado. O jardineiro e depois ator Edouard Dérmit (Doudou), seu companheiro assumido por longa data, viveu ali até morrer em 1995. Minha visita privê a Milly-la-Forêt foi cercada de euforia e entusiasmo: sempre fui encantado pelo seu estilo e liberdade expressivos. A pequena casa nada mais tem que uma saleta, escritório, banheiro e dois quartos, mas cada detalhe foi arrumado e decorado por esse poeta-esteta. Paredes revestidas de algodão estampado de onça ou motivo paisley, quadro-negro com colagens, fotos, desenhos, crayons, busto de Lord Byron, palmeiras de latão, móveis renascentistas e gazelas orientais de bronze compõem a casa do poeta mais chique e admirado do século 20.

Para comprar desenhos autênticos e pôsteres – 14, Rue de Seine, em Paris. www.jeancocteau.net

FILMES PARA VER EM CASA

A Bela e a Fera, 1946 Orphée, 1950 L’Eternel Retour

FOTOS DIVULGAÇÃO

REFÚGIO DA FERA


Em rede com a TV mais inovadora do mundo. A RedeTV! foi a primeira emissora 100% digital, a primeira 100% Full HD e a primeira a transmitir um programa 3D em canal aberto do mundo. É por isso que Ê a emissora que mais cresce em audiência. RedeTV! Inovando para crescer.

redetv.com.br


HORÓSCOPO

ALÔ, ALÔ, AQUARIANO!

O MÊS DE FEVEREIRO PROMETE ENERGIA E INTENSIDADE NAS COMUNICAÇÕES, ALÉM DA CAPACIDADE DE INTUIR E IMAGINAR UM FUTURO MELHOR E MAIS FRATERNO. PARA OS AQUARIANOS, SERÁ UM PERÍODO DINÂMICO EM QUE PODERÃO FAZER O QUE GOSTAM E VALORIZAM: A LIBERDADE E A CRIATIVIDADE. O ENTUSIASMO É PARA TODOS. MÃOS À OBRA! POR TEREZA KAWALL

21 Janeiro – 19 Fevereiro Para você, aquariana, esse é o ciclo ideal para somar esforços em atividades altruístas, políticas e sociais. PARIS HILTON que o diga: mestre do marketing pessoal e que presta serviços comunitários por ser troublemaker de carteirinha! Não tenha medo de expor suas ideias mais originais e progressistas, ainda que soem estranhas. A vanguarda é sempre uma minoria, e que graça teria uma vida sem ideais? Topázio é a pedra do mês.

Anel H. Stern

21 Março – 20 Abril

Você estará mais elétrica e vibrante do que nunca. Acredite em sua intuição e viabilize seus novos planos, sejam eles quais forem: este mês é de ação e superação de desafios. As redes sociais podem dar um upgrade em sua vida!

TOURO 21 Abril – 20 Maio

Canalize melhor sua energia, pois as solicitações do cotidiano podem deixá-la estressada. Organize-se com e a produtividade vai fluir melhor. A dica é: alterne os momentos de trabalho com os de lazer. Faça caminhadas, incluir a natureza em sua agenda só faz bem.

GÊMEOS 21 Maio – 20 Junho

Neste mês acontece um “stellium”, ou seja, várias estrelas juntas, em sua casa das viagens longas e da busca espiritual. É tempo de movimento, aprendizado e de ouvir com mais atenção. Renove sua rede social e lembre sempre: o verdadeiro amor é atemporal.

CÂNCER 21 Junho – 22 Julho

A ordem do mês é o “compasso de espera”. Alguma frustração de ordem íntima poderá alimentar ressentimentos ou querer tomar atitudes revanchistas. 134

É hora de controlar emoções e deixar a poeira baixar. O tempo é um grande aliado, assim como a paciência.

LEÃO 23 Julho – 22 Agosto

Momento favorável para criar um ponto de vista diferente sobre como ver e atuar na vida. Agora você poderá conciliar inteligência, ousadia e confiança pessoal para avançar em suas metas. Nas relações sociais não espere convites, tome iniciativas!

VIRGEM 23 Agosto – 22 Setembro

Vênus e Saturno em Capricórnio tendem a trazer um período de amadurecimento e estabilidade em sua vida afetiva, saiba desfrutar esse momento. Já no ambiente de trabalho o mês é ótimo para mudanças, reciclar conhecimentos, fazer pesquisas e estar mais aberta às novidades da tecnologia e dos benefícios das redes sociais.

LIBRA

ESCORPIÃO 23 Outubro – 21 Novembro

Cautela nos negócios! Questione propostas muito tentadoras ou sugestões para investimentos. Movimentação intensa na vida familiar, encontros e possíveis viagens vão oxigenar o seu espírito. Deixe as preocupações na gaveta e divirta-se!

SAGITÁRIO 22 Novembro – 21 Dezembro

Dê asas à sua imaginação e faça novos projetos. Júpiter em Áries proporciona entusiasmo, audácia e uma energia superpositiva para o futuro. Este é também um mês de animação e encontros com pessoas criativas e originais.

CAPRICÓRNIO 22 Dezembro – 20 Janeiro

Sua capacidade de trabalho está em alta com maiores responsabilidades. Adote uma atitude mais diplomática e tolerante com aqueles que estão à sua volta. Atenção com a saúde: no verão o corpo pede mais água, frutas e saladas.

23 Setembro – 22 Outubro

PEIXES

Dê tempos, pois a vida exige tolerância e compaixão nas relações. É importante que você saiba relevar a importância de sua opinião ou necessidades próprias. Mude o foco e concentre-se nas coisas que estão indo bem: esse é o remédio perfeito para essa fase.

20 Fevereiro – 20 Março

A melhoria da qualidade de vida tem a ver também com a qualidade dos pensamentos e aspirações diárias. Abuse de sua sensibilidade e criatividade para desfrutar das pequenas alegrias do cotidiano; sonhar e viver não estão dissociados!

FOTO ANDREW H.WALKER/GETTYIMAGES E DIVULGAÇÃO

ÁRIES


Onde

ENCONTRAR MODA

ALBERTA, AV. AFRÂNIO DE MELO FRANCO, 290, SHOPPING LEBLON, TEL. (21) 3875-1792, RJ. ARMANI EXCHANGE, RUA HADDOCK LOBO, 1.550, TEL. (11) 3323-3510, SP. BOBSTORE, AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 2.232, SHOPPING IGUATEMI, TEL. (11) 3814-8074, SP. CALECHE, AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 2.232, SHOPPING IGUATEMI, TEL. (11) 3032-3218, SP. CHANEL, AV. MAGALHÃES DE CASTRO, 12.000, SHOPPING CIDADE JARDIM, TEL. (11) 3032-7287, SP. CLAUDIAMARISGUIA, WWW. CLAUDIAMARISGUIA.COM.BR, TEL. (31) 3281-9455, MG. CONCEITO SHOWROOM, RUA CASA DO ATOR, 538, TEL. (11) 3849-5318, SP. DAISY&RUTH, RUA CAPITÃO PRUDENTE, 245, TEL. (11) 3812-4115, SP. DASLU, AV. CHEDIDT JAFET, 131, TEL. (11) 3841-4000, SP. DIBIKINI, RUA JOÃO LOURENÇO, 353 TEL. (11) 3849-0105, SP. DIOR, RUA HADDOCK LOBO, 1.589, TEL. (11) 3082-8016, SP. FOLIE DES SACS, RUA DR. MELO ALVES, 348, TEL. (11) 3062-7237, SP. HERMÈS, AV. MAGALHÃES DE CASTRO, 12.000, SHOPPING CIDADE JARDIM, TEL. (11) 3552-4500, SP. JO DE MER, AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 2.232, SHOPPING IGUATEMI, TEL. (11) 3097-8353, SP. KA, TEL. (21) 2247-2768, RJ. LOOL, AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA, 2.232, SHOPPING IGUATEMI, TEL. (11) 3037-7244, SP.

LOUIS VUITON, RUA HADDOCK LOBO, 1.587, TEL. (11) 3088-0833, SP. LUXOTICA, SAC 4003-8225 MARC JACOBS, RUA HADDOCK LOBO, 1.594, TEL. (11) 3897-2600, SP. MARTU, RUA CUSTÓDIO SERRÃO, 46, TEL. (21) 3874-7537, RJ. MARY ZAIDE, TEL. (21) 3322-5021, RJ. MINHA AVÓ TINHA, RUA DR. FRANCO DA ROCHA, 74, TEL. (11) 3865-1759, SP Q-GUAI, RUA HENRIQUE DUMONT 65ª, TEL. (21) 2529-2263, RJ. RICHARDS, AV. AFRÂNIO DE MELO FRANCO, 290, SHOPPING LEBLON, TEL. (21) 2294-7610, RJ. SALINAS, RUA VISCONDE DE PIRAJÁ, 2.000, TEL. (21) 2274-0644, RJ. SCHUTZ, RUA OSCAR FREIRE, 944, TEL. (11) 4508-1499, SP. STUDIO TMLS, RUA MELO ALVES, 549, TEL. (11) 3063-5352, SP.

EDITORIAL

ALEXANDRE HERCHCOVITCH, RUA HADDOCK LOBO, 1.151, TEL. (11) 3063-2866, SP. BO.BÔ, RUA HADDOCK LOBO, 1.702, TEL. (11) 3081-0469, SP. CARINA DUEK, RUA OSCAR FREIRE, 736, TEL. (11) 2359-5972, SP. CERVERA, RUA OSCAR FREIRE, 1.262. TEL. (11) 3086-0735, SP. DANIELA CUTAIT, RUA PROF. ARTUR RAMOS, 183, SALA 62, TEL. (11) 30343356, SP. DASLU, AV. CHEDID JAFET, 131, TEL. (11) 3841-4000, SP. HERMÉS, AV. MAGALHÃES DE CASTRO, 12.000, SHOPPING CIDADE JARDIM, TEL. (11) 3552-4500, SP.

LILLY SARTI, RUA PEIXOTO GOMIDE, 1.749, TEL. (11) 3063-1551, SP MARIA BONITA EXTRA, RUA OSCAR FREIRE, 705, TEL. (11) 3063-3609, SP. NK STORE, RUA SARANDI, 34, TEL. (11) 3897-2600, SP. SILVIA FURMANOVICH. AV. MAGALHÃES DE CASTRO, 12.000, SHOPPING CIDADE JARDIM, TEL. (11) 3552-1460, SP. VERA DUVIVIER, VERADUVIVIER@UOL.COM.BR

PERSONAGEM

ADRIANA DEGREAS, TEL. (11) 3064-4300, SP. CHRISTIAN LOUBOTIN, TEL. (11) 3032-0233, SP. ELLIZABETH MARQUES, TEL. (11) 3311-2925, SP. FIT, TEL. (11) 3088-6548, SP. NK STORE, TEL. (11) 3897-2600, SP. REINALDO LOURENÇO, TEL. (11) 3085-8150, SP. THAÍS GUSMÃO, TEL. (11) 5660-6728, SP. THE CANDY SHOP FLAVOR, TEL. (11) 3062-3288, SP. TRASH CHIC, TEL. (11) 3815-3202, SP.

BELEZA

AVON, SAC 0800 708 2866. CHANEL, SAC 0800 704 3440. CLARINS, SAC 0800 704 3440. CONTÉM 1G, SAC (11) 3660-0378, SP. DIOR, SAC 0800-170506. DUDA MOLINOS, SAC (11) 4736-8896, SP. MAC, SAC 0800 772 2777.

ERRATA

NO REGISTRO RG DA EDIÇÃO ANTERIOR O SITE CORRETO DA 55 MANAGEMENT É WWW.55MGT.COM




HAPPY END

Colar de plumas, cordas e passamanarias Dior, à venda na loja da Avenue Montaigne, em Paris

Luxo contemporâneo é assim: mistura cores e materiais com acabamento de alta costura. Belo exemplo é o colar da Dior, assinado pela Camille Miceli, em edição limitada para a primavera 2011. Ulalá! 138

FOTO DIVULGAÇÃO

Alegoria couture




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