Almanautica 35

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ALMANÁUTICA

PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Vela e Esportes do Mar – Ano VI – nº 35 – março/abril 2018

www.almanautica.com.br ISSN: 23577800 35

Leia nesta edição:

Exclusivo: Casal que naufragou explica o motivo Lars Grael x COB: Desistência ou estratégia? Ele construiu um 44 pés. E o plotter. E a venenosa... Travessia Ubatuba - África do Sul

E muito mais: Colunistas especializados Regatas e competições Notícias da vela Meteorologia Mulheres na vela Cervejeiros que navegam Notícias da Marinha


ALMANÁUTICA

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EDITORIAL

Nós, os sábios

O

Facebook virou uma espécie de tribunal do povo. Todos julgam tudo. Para qualquer assunto há muitos especialistas que colocam de maneira definitiva suas opiniões pétreas e não admitem sequer opiniões contrárias. Tudo sabem, tem todas as soluções para qualquer coisa e ponto final. É como dizem: o papel (no caso a web...) aceita tudo... No recente caso do naufrágio do casal de jovens (ver entrevista na página 8), não foi diferente. No Brasil, no exterior, no Facebook, na imprensa, todos apontaram o dedo em riste acusando-os de inexperiente. Frases como “O mar não aceita desaforo” e outras bravatas pulularam pelos quatro cantos e cruzaram o oceano da ignorância, desembarcando no Brasil. Mas como nem tudo o que parece é, procuramos o jovem casal e descobrimos que... bem, sem spoilers, havia uma explicação plausível. Infelizmente não para quem – do alto de sua arrogância – só sabe de furacões e suas consequencias pelo mesmo meio que divulgam suas idéias, a internet e a imaginação. Para esses a possibilidade de um erro de navegação estar ligado à própria natureza não é uma possibilidade. Fica a lição. Eu tento me policiar todos os dias e ainda escorrego: não achemos nada. Vamos saber antes de opinar... Mas mudando de alhos para bugahos, nesta edição também registramos a primeira vitória de uma mulher brasileira em uma perna da Volvo Ocean Race. E claro, como parece que a genética determina algumas coisas nessa vida, Grael é o sobrenome, com Martine na frente. E por falar em mulheres, vocês vão notar que a coluna “Vela e Batom - As mulheres no Leme” da nossa querida e competente colunista Priscilla Marjorie ganhou lastro e “subiu” para a página 3. Afinal, quem pode com essas mulheres? Da mesma maneira nosso querido e competente causista Comandante Avoante, escritor e velejador Nelson Mattos aqui ao lado veio para arejar essa seção cheia de letras e poucas imagens. Sugiro também que leia com atenção a coluna de Eduardo Sylvestre, que traz uma bela novidade: um Curso Nível 1 da World Sailing que será realizado no Lago Paranoá... Enfim, modéstia às favas essa edição está recheada de assuntos interessantes, novidades e registros. Divirta-se! Ah, e para sugestões, contatos em geral e coisa e tal já sabe: falecom@almanautica.com.br Ricardo Amatucci - Editor

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Murillo NOVAES Anuário 2018

agradecimento. Mari Peccicacco, uma das melhores jornalistas e assessoras de vela do país, e Ann Viebig, a sueca mais brasuca que existe, presença de qualidade nas secretarias dos mais diversos eventos de vela pelo mundo, complementam o núcleo duro da equipe. Muitíssimo Olá amigos de AlmaNáutica, eis que obrigado! cá estamos em mais uma jornada vélica rumo Mas por que o assustador do início ao desconhecido. Bem, nem tão desconheci- do assim... Mas igualmente assaz assustadora. então? Bem, porque como o dileto leitor deve Estamos na reta final do lançamento de mais saber (ou deveria...), infelizmente nosso merum Anuário Brasileiro de Vela. A segunda edi- cado de vela é algo por demais amador ainda ção desta nossa empreitada, de nome 2018 e e navegar nas turbulentas águas das atividades econômicas relacionadas a este desporto, referente ao ano-calendário 2017. modo de vida e paixão é aventura pra ninguém Antes de tudo é preciso agradecer botar defeito. sempre aos parceiros que tornam possível este Desde os amigos que representam meu “delírio” de produzir uma publicação de luxo de mais de 400 páginas com o objetivo estaleiros milionários, tomam vinhos milionáde fazer um registro histórico de qualidade (da- rios, navegam em barcos milionários e na hora

de colocar um simples anúncio, com descontos indecentes, choram como se fossem um sudanês do sul em marcha para a Etiópia até outros que, verdadeiramente, estão há mais de dois anos sem realizar uma boa venda de verdade, tudo contribuí para um cenário complicado. E não fosse a força de outros, que resistem como as rochas dos faróis às mais duras intempéries e, mesmo com pouco, dividem o que têm e nos colocam para cima, a Tenho ainda que registrar aqui o em- travessia seria ainda mais dura. penho e talento da pequena equipe que torna No entanto, não sejamos dramáticos. este livro tão especial. Começando com as in- críveis Dushka e Mayu Tanaka que, além de O fato é que, mesmo com toda a dificuldade, a desenharem publicações de alto nível como a edição 2018 está maior, mais completa e mais nova revista Ela d’O Globo e a Vogue e tantas bonita. E é por isso que conclamo a todos os outras revistas e livros de prestígio ainda acham envolvidos com nossa vela que comprem, ditempo para nos auxiliar no embelezamento do vulguem e prestigiem o anuário. Afinal ele é registro de nossa vela. Ao Júnior, ex-editor da a única publicação premium exclusivamente de revista Náutica, sub-editor do anuário e meu vela do nosso Brasil varonil. A outra, contanbraço direito (e esquerdo, porque para nós o do todos os segmentos e categorias, é este lado esquerdo é mais legal) fica também aqui o jornal que lhe cai ora em mãos. Anuncianqui a 500 anos, se houver Terra ainda, nosso anuário lá estará lembrando o que houve neste então longínquo 2017) da vela brasileira em suas diversas vertentes. Portanto à CBVela, ABVC, ABVO, clubes, federações estaduais e amigos que sempre nos prestigiaram fica o nosso eterno muito obrigado. Ao Amatucci e sua eterna e generosa alma náutica também.

tes, clubes, entidades, associações de classe e demais coletivos têm pacotes especiais. Quem quiser completar a coleção coma primeira edição ganha um super desconto também. Compre, divulgue e prestigie. Clique em www.anuariodevela.com.br e garanta o seu. Desde já agradecemos!

Martine E, enquanto terminava esta linhas, eis que fui assaltado (calma!) por uma bela notícia. O AkzoNobel, com Martine Grael a bordo venceu a sexta etapa da Volvo Ocean Race. Uhuu!! Na primeira vez que um velejador brasileiro venceu uma etapa da regata de volta ao mundo, na Holanda, em 2006 (onde pude testemunhar, in loco, na madrugada fria de Roterdã), o comando do inesquecível Brasil 1 estava com um Grael, Torben. Foi ele também, junto com Joca Signorini e Horácio Carabelli (nosso urubulino uruguaio-catarinense), que colocou o Brasil no topo ao vencer a VOR 2008/9 no comando do sueco Ericsson 4. Agora, quando pela primeira vez uma velejadora de Pindorama chega à frente numa etapa da Volvo Ocean Race, é a filha dele, Martine, que tem a honra de seguir, renovar e ampliar a incrível saga familiar. Sem falar no já comemorado ouro olímpico no Rio ao lado da parceira Kahena Kunze, no 49erFX. Demais!! Vai Tine!!! Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

Memórias do Avoante tos Filho

Por Nelson Mat

Mais um carnaval que passou Por causa de uma irritante, insistente e dolorida hérnia de disco cervical, estamos obrigados a ficar ancorados no Iate Clube do Natal mais tempo do que pretendíamos. Como já falei no artigo anterior, são as doenças do corpo de quem não podemos fugir nunca, apenas esfriar a cabeça e fazer o dever de casa na esperança de que o corpo volte a funcionar nos conformes. Principalmente para a gente que vive a vida a bordo de um veleiro, a saúde é mais do que essencial. Mas, a verdade é que quem tem essa vida meio nômade, navegando em busca de sonhos, aventuras, ilhas perdidas, conhecimentos, culturas e muita sede de um mundo em paz, livre e justo, não é qualquer hérniazinha escambichada que faz com que a vida fique estagnada. Ainda mais quando clarins, tambores, cuícas e apitos anunciam a chegada do Carnaval e todo seu reinado de alegria. Foi assim que fechamos as gaiutas e vigias do Avoante e ganhamos o mundo em busca de um Carnaval que batia em nossa porta. Pegamos o rumo das estradas do litoral do Rio Grande do Norte, no sentido das praias do norte. Fazia muito tempo que não tomávamos esse rumo, mesmo tendo uma casa na praia de Enxu Queimado/RN, e ainda mais num período

sob as ordens e encantos de Momo e sua bela rainha. Não sei se essa vida náutica deixou a gente mais exigente, ou se ficamos mais chatos com certas coisas, mas até o Rei do Carnaval e toda sua expansiva e alegre forma avantajada, sucumbiu aos apelos do politicamente correto e perdeu seu apelo mais alegre e engraçado, a cativante gordura, elementar para o Rei dos excessos dos prazeres da vida. Mudou a cara alegre do Carnaval e até as Colombinas e Pierrôs já não se atrevem a sair às ruas. Voltemos ao nosso corso carnavalesco pelos recantos litorâneos da terra de Poti. A primeira parada foi na praia de Pititinga para sentir toda a beleza ingênua de uma praia e confirmar que o mar continua cobrando a parte que o homem quis abocanhar na sua sanha invasora. Pititinga, retirando os escombros indecentes da invasão do homem, é um cartão postal de beleza e tranquilidade. Por lá, não sei se pela cobrança do mar ou se por medo do homem, ainda existe paz e tranquilidade pairando no ar. Uma inocente leveza nos visitantes, veranistas e caiçaras. Chegamos lá na manhã do Sábado de Carnaval e saímos ainda com o sol alto de uma tarde que prometia muita chuva. Se minha avaliação da praia não prevaleceu durante o Carnaval à culpa não é da bela Pititinga, mas de um mundo que pulsa e transpira incerteza, ilegalidade e indiferença. De lá, seguimos no rumo da praia de Enxu Queimado e seu encantado e belo coqueiral. Sempre gostei de Enxú-Queimado, foi lá descobri um mundo de pessoas boas, leais, cordiais e de extremo calor humano. Mas, nesse Carnaval, a praia de nome exótico e cativante me pareceu sem identidade e sem as carac-

terísticas da outrora vilazinha de pescadores. Os sons que se expandiam no ar, os escombros abandonados na bela beira mar, a latada de um palco de aspecto duvidoso e com bandas se apresentando com repertório tão igual, que mais parecia um CD. Uma noite mal dormida e a alvorada com sons saídos da má educação de porta malas escrachados e sem o mínimo controle da ordem pública, foi à gota d’água para fazer o rumo de volta. Sei que tudo isso não foi, nem nunca será, típico da bela Enxu Queimado, mas da nova ordem nacional que faz populações inteiras reféns de uma minoria sem Leis. O Carnaval seguia seu rumo e nós também na lembrança das antigas bandinhas de um passado recente. A estrada de volta estava triste, mas livre e sem excessos. O que será que se passava na bela Pititinga? O que seria da antiga vilazinha selvagem de Enxu Queimado? Para onde ir agora? Fugimos do litoral e fomos em busca das águas doces da Lagoa do Bomfim. Lá, onde ficamos, não havia Carnaval, apenas os ecos que saiam de uma televisão que, vez em quando, batucava sons de uma festa muito longe dali. Lá os ventos traziam urros de um leão que não vi a cara, porém muito presente naquela aragem. Lá fora era Carnaval, mas a natureza não dava sinais de sua presença. Por onde tocava o clarim? Por onde andava o Rei Momo? Acho que preciso velejar!

Coluna de Nelson Mattos Filho Velejador avoante1@yahoo.com


Curso Nível 1 da World Sailing no Lago Paranoá Neste início de ano dei uma palestra para um grupo de velejadores do Laser 4.7 que participavam de uma clínica. O tema foi “Definindo Metas” com o subtítulo “Ingredientes para ganhar”. Um dos maiores problemas que vejo hoje na vela brasileira, é a falta de metas objetivas que façam a vela crescer, como lazer e esporte, principalmente para a base. Digo lazer e esporte, pois ninguém começa um esporte sem ter afinidade, empatia ou simplesmente se divertir. No nosso caso, velejando, passeando, tendo a oportunidade de se envolver com a vela. Nesta clínica fui falar no segundo dia, e perguntei qual era o sonho deles e o que eles precisariam fazer para alcançar este sonho. Perguntei “O que aconteceu ontem para que vocês velejem melhor hoje? O que vocês tem que realizar em três meses para estar mais perto de alcançar seus objetivos em um ano? Muitos não estão acostumados com este tipo de pergunta, justamente por não terem claro suas metas e objetivos. Outra pergunta: O que temos que realizar esta semana? O que é preciso melhorar para estar mais perto do meu objetivo? São perguntas “inteligentes” que como técnicos precisamos fazer aos nossos velejadores. Para que tenham sucesso eles precisam trabalhar habilidades específicas, que sejam mensuráveis, que sejam alcançáveis, e também que sejam relevantes dentro de um determinado tempo. Muitas respostas foram generalizadas: Quero ser medalhista olímpico! Quero ganhar o mun-

Vela Batom

e

As mulheres no Leme

Sua vida, seu plano A “Tolice é viver a vida assim, sem aventura...” Já ouviu essa belíssima letra de Lulu Santos? Foi essa a música, “O Último Romântico”, que inspirou a coluna dessa edição. Certa vez, em minha primeira visita à Ilha Grande (RJ), conheci um jovem casal que deixou a capital paulista para viver em uma ilha por onde nem automóveis circulam. Fiquei maravilhada com a decisão e perguntei à jovem do casal o que os fez tomar a decisão de deixar tudo para trás ainda tão novos? E ela me respondeu: chegamos a um ponto em que vimos duas alternativas - ou trabalhávamos a vida toda para talvez um dia viver no paraíso ou trabalhávamos um pouquinho por dia, vivendo desde já nesse paraíso. E ficamos com a segunda opção. Hoje se dedicam ao turismo na ilha e reservam diariamente tempo para apreciarem o por-do-sol e praticarem seu principal hobby: o remo de canoa havaiana. Diariamente somos encorajados a sacrificarmos o presente nos dedicando ao enriquecimento material, deixando nossos sonhos mais profundos para um segundo momento de nossas vidas, o nosso ‘plano B’. Mas e se o caminho fosse o inverso? E se viver os nossos sonhos não fosse nosso plano B, mas nosso plano A? A velejadora entrevistada esse mês é Joana Cunha, portuguesa radicada no Brasil. O que a jovem paulistana e Joana tem em comum? Ambas decidiram fazer de seu sonho seu plano A. Soltar as amarras que as prendiam aos valores convencionais e respirar outros ares. Joana tem 35 anos. Nascida em Lisboa, estudou Engenharia de Produção. Durante sua graduação morou em Florianópolis e realizou um intercâmbio universitário na UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Desde então, passou a viver fora de sua terra natal explorando diferentes lugares ao longo dos anos. ‘Sair de Portugal sozinha para fazer intercâmbio foi o que despertou tudo. Saí para ficar

dial! Até aí sem problema, pois temos que ter Metas Sonho!! O problema é como vamos alcançar isso? Como trabalhar passo a passo para chegar lá? Estas mesmas perguntas faço agora para os dirigentes de clubes, federações e escolas de vela: O que vocês estão

fazendo para que a vela cresça hoje no Brasil? Para qualquer esporte crescer é preciso vários planos com metas e objetivos. Objetivos e metas não só conduzem nosso programa de vela, nosso clube, nossas vidas, mas eles nos trazem direção e confiança. Geralmente nossas metas são divididas em três: As metas dos sonhos; metas de resultados e metas de rendimento. Metas dos sonhos, seria por exemplo a vela no Brasil deixar de ser considerada elitista e que todos os clubes e marinas tivessem uma escola de vela com padrão CBVela com uma ou duas vezes ao ano uma aula aberta onde todos pudessem ser convidados a conhecer nosso e esporte e velejar grátis... Metas de resultado: que pudéssemos treinar ao menos 50 novos instrutores e técnicos de vela por ano nos próximos 5 anos em vários estados brasileiros... Metas de rendimento, são mais específicas e de curto prazo e fazem um link para as metas de resultados que por sua vez se ligam às metas dos sonhos. Por exemplo criar um curso básico de instrução para começar a padronização de ensino a vela. Posso dizer que neste caso isso já está acontecendo. Talvez não numa velocidade que queremos, mas já é uma realidade. Em Abril de 2018 a CBVela junto com o Iate clube de Brasília estará realizando

o curso Nível 1 da World Sailing nos dias 23 a 27 no Lago Paranoá, para instrutores e técnicos daquela região. Fantástico! Faz três anos que estes cursos estão somente disponíveis no Estado de São Paulo, e ir para o Distrito Federal é um grande avanço. O processo para se alcançar as nossas metas ou nossos objetivos, chamamos de “Processo de Progressão” ou “Process Goals”, e tudo isso tem que ser de uma forma clara, objetiva e inteligente. Só quando trabalharmos desta forma é que veremos o crescimento da vela e teremos sucesso. Não adianta querer o milagre das medalhas, querer que a vela seja reconhecida como esporte para as grandes massas, se não começarmos a trabalhar de forma inteligente e passo a passo. As metodologias estão disponíveis para todos, e todos podem ter ser suas metas de Sonho, de Resultados e de Rendimento. Mas para isso é preciso que se tenha boa vontade, tempo, compromisso e mente focada. Só desta forma - e é o meu intuito, com objetivos claros - fazer a vela crescer!

6 meses em Floripa e acabei ficando um ano. Quando voltei para Portugal para terminar a faculdade conheci o Theo, meu marido, que tinha acabado de vir do Brasil para ficar um ano em Portugal e trabalhar no Laboratório Nacional de Engenharia Civil”, contou Joana. Theo é Oceanógrafo e trabalha com engenharia costeira. Quando terminou seu trabalho em Portugal aplicou-se para uma bolsa de doutorado em Brisbane, Austrália, e para lá foi o casal em Agosto de 2012. Sobre esse período, Joana recorda saudosa: “Austrália... Melhor país do mundo para se mo-

nasci em uma família de velejadores. O meu avô sempre teve veleiro e dominava o leme até os seus 97 anos. Mal caminhava em casa e ainda assim subia no barco e se posicionava ao leme. Apesar disso, acabei por não aproveitar e nem aprender muita coisa. Ia para passear mesmo e tinha sempre muita gente a bordo para “trabalhar”, o que não exigia que eu me envolvesse tanto. Mas alguns anos antes de conhecer o Theo, fiz uma viagem a vela até Cadiz, na Espanha, com os meus primos. Foi a primeira vez que saímos sem o meu avô e sem os tios, ocasião em que tive de fazer turnos durante a noite. A sensação de velejar à noite, sozinha e com aquela lua refletida na água, aquela calmaria, não se esquece... Foi marcante para mim!” - revela Joana encantada. Joana e Theo decidiram em 2016 vir para o Brasil após concluírem que iriam comprar um veleiro e morar a bordo, sem experiência em velejar ou conhecimento sobre manutenção ou sobre a vida no mar. Com seu filho Mateus de 2 anos, embarcaram nessa aventura e rumaram para Paraty- RJ. Antes disso, passaram um mês na Indonésia e decidiram se casar em Portugal junto à família, para então se mudarem ao Brasil. Depois de muita pesquisa sobre qual barco comprar, optaram pelo Fast 395 por acreditarem ter o tamanho confortável para os três, com uma confortável cabine de popa, e saberem que se trata de um barco que veleja muito bem. Em Janeiro de 2017 mudaram-se para o Stokes, seu novo lar sobre o mar. O nome do barco é uma homenagem ao matemático irlandês George Gabriel Stokes, responsável pela teoria de Stokes, ou teoria de ondas não-lineares, bastante estudada na Oceanografia. Moraram alguns meses no Rio de Janeiro, onde velejaram bastante, e depois mudaram-se para Paraty, onde vivem hoje. Em Abril de 2017, Joana ficou grávida de seu segundo filho, Frederico. Perguntamos a ela como foi viver a gravidez a bordo: “Passei a gravidez toda a bordo até as 40 semanas e achei tudo normal, igual a estar em uma casa habitual. Enjoei nos primeiros meses igual à outra gravidez. A única diferença é que quando saíamos para o mar eu tomava por precaução uma medicação para não enjoar, mas acredito

rar! Foram quatro anos maravilhosos! Tínhamos uma van com cama, fogão e tudo mais, então aos finais de semana saíamos para viajar... Primeiramente apenas nós dois e posteriormente com nosso primeiro filho, o Mateus”. Quando Theo acabou o doutorado decidiram voltar para o Brasil por um período, mas não queriam assinar um contrato de aluguel de 36 meses e mobiliar uma casa toda. Foi nesse momento que morar a bordo veio em mente: “Durante os 4 anos na Austrália, muitas vezes íamos ao Jardim Botânico e ficávamos admirando as poitas no rio, logo em frente. Havia poucas poitas mas sempre alguns veleiros atracados e ficávamos sonhando em um dia ter um barco. Parecia um sonho um tanto impossível pois nenhum de nós sabia velejar. Apesar disso, dei ao Theo um livro sobre as rotas de navegação no mundo e outro sobre manutenção de veleiros e ele passava horas lendo-os e pesquisando sobre barcos”. Como a vela entrou em sua vida, Joana? “Eu

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Mais completo...

Eduardo Sylvestre

O Anuário Brasileiro de Vela 2018 Ano Calendário 2017 traz, em fotos incríveis, textos resumidos e súmulas completas, tudo que passou na vela brasileira e com os brasileiros na vela do mundo no ano passado (2017) e no segundo semestre de 2016, mais um super especial com os principais destaques do ano, a Volvo Ocean Race, a Transat Jacques Vabre e a America’s Cup. Nele, você reúne, em uma publicação de luxo, com mais de 400 páginas, totalmente ilustrada e informativa, feita também para aficionados e colecionadores, tudo sobre nosso esporte e paixão num só lugar. Todas as súmulas dos principais eventos, os melhores fotógrafos, os campeões brasileiros e estaduais, os campeonatos mundiais nas principais classes, os cruzeiros mais interessantes, os melhores clubes e marinas e, no final, um diretório completo com prestadores de serviços para veleiros, lista de faróis, canais de rádio, principais grupos de WhatsApp, links, Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa museus, almanaques e guias dos principais de Desenvolvimento da CBVela, Expert destinos e informações gerais de interesse dos da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e velejadores. Pré venda no site www.anuariobrasileirodevela.com.br ISAF World Youth Sailing Lead Coach. que o benefício era mais psicológico que de fato algo necessário. Ao final da gestação, o Theo tinha que me ajudar a entrar e sair do barco puxando o cabo e saltando com o Mateus. No dia 29 de Janeiro, quando fiz 40 semanas, mudamos para uma casa onde vamos ficar um mês e dia 4 de Março voltamos para morar no barco e o plano é ficar e continuar velejando. O ponto positivo é que vamos poder passear e ir para outros lugares estando sempre em casa, então o Frederico pode estar deitadinho dormindo na cama enquanto o Mateus está no mar dando seus mergulhos e nadando com as tartarugas!”. Sobre os desafios para as mulheres na vela e seus conselhos a novas aspirantes, Joana ressalta: “Penso que a tratativa é sim diferente entre homens e mulheres no mundo da vela, mas não se deve dar importância a isso. Por fim, as tarefas dentro de um barco são as mesmas para ambos e se deverá sempre trabalhar em equipe, dividindo-as. Eu, por exemplo, fico ao leme onde posso dar colo às crianças e o Theo se encarrega dos cabos. Já na cabine eu faço os cuidados com a casa e o Theo a manutenção do barco. Sendo assim, não percam tempo, mulheres! Corram atrás daquilo que gostam. Velejar dá uma sensação de liberdade maravilhosa e possibilita viver a vida 100%. É uma entrega total em cada velejada pois há sempre um novo desafio a ser superado”. O filho de Joana nasceu dia 7 de Fevereiro de 2018. Essa velejadora guerreira e tão querida nos concedeu a entrevista poucos dias após o parto enquanto ainda estava no hospital. Quando sugerimos postergar, ela afirmou: “me comprometi e vou fazê-lo!”... Ela nos conta que o sonho dela e de Theo é transformar a ‘casa-barco’, como chama o Mateus, em um barco de pesquisa oceanográfica. Nós da coluna “Vela e Batom - Mulheres no Leme” desejamos muito sucesso nessa busca por mais e mais sonhos à tripulação do Stokes. Vocês podem seguir a velejadora Joana no Instagram: @joanaacunha Belíssimos ventos a todos os leitores e leitoras! Escrevam dando suas sugestões: primarjorie@gmail.com

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Priscilla Marjorie Olivastro é Pediatra, velejadora e Diretora Feminina da ABVC


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4 A Bordo

regata Brasileiro de 29er

Mocra e Optimist O Aratu Iate Clube sedia no mês de agosto o Campeonato Brasileiro da Classe Mocra. Mocra vem das iniciais Multihull Offshore Cruising and Racing Association, que reúne multicascos de Oceano. Para pertencer à classe é preciso medição e certificados oficiais pela representação brasileira (ver site da ABVO). O evento acontece entre os dias 23 e 25 de agosto, sendo integrante da Regata Aratu-Maragojipe que acontece também no dia 25, já sob a nova diretoria do AIC na pessoa de Emerson de Andrade Meirelles Bonfim, seu Comodoro. Vale ressaltar que o Campeonato é válido pela ABVO.

O 46º Campeonato Brasileiro de Optimist foi decidido na última regata em uma disputa inusitada no Yacht Clube da Bahia, em Salvador (BA). Os gêmeos Leonardo Crespo e Mathias Crespo, ambos do Rio de Janeiro (RJ), entraram para a última das 12 regatas do evento para decidir entre eles o título. Com um segundo lugar na prova final, Leonardo passou o irmão na classificação geral. Merecido reconhecimento também para Álvaro Nadal e Lorenzo Balestrin (Clube do Jangadeiros), que completaram os 5 primeiros colocados do campeonato, e proporcionaram uma disputa de alto nível até o final. No feminino, outra disputa sensacional. A última regata foi disputada podendo ter 3 velejadoras como campeãs: Nina Pessoa (CNC-RJ), Sofia Faria (ICSC) e Manoela Cunha (Jangadeiros). No final, Nina Pessoa teve um desempenho único na última regata, vencendo a última regata no geral e levando o título de Campeã Brasileira Feminino em 2018 (técnico Rodrigo Amado). Assim, no feminino ficaram Nina, Sofia e Manoela respectivamente. O Campeonato Brasileiro define também os representantes brasileiro no Campeonato Sul-americano de Optimist: são classificados os 11 primeiros velejadores masculinos e as 4 primeiras velejadoras femininas.

O Campeonato Brasileiro da Classe 29er 2018 foi disputado em janeiro, nas águas da Represa Guarapiranga em São Paulo. Após 5 dias e 12 regatas realizadas, na categoria masculino, a equipe campeã foi Nicolas Bernal & Gabriel Michaelis (YCSA) e na feminino, Rafaela Salles & Fernanda Blyth (ICRJ).

Escola Municipal de Vela no YCP O Veleja SP foi lançado no início de fevereiro na Represa Guarapiranga com o objetivo de proporcionar às crianças e jovens do ensino municipal público, o acesso ao esporte da vela, criando a primeira Escola Municipal de Vela de São Paulo, idealizada pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME), com execução da Dick Sail, instalada no Yacht Club Paulista (YCP), e com patrocínio do Itaú-Unibanco. O projeto envolverá 240 estudantes em turmas de 20 alunos e terá duração de até 11 meses. Os participantes receberão aulas teóricas e práticas para que adquiram o conhecimento ne-

Porto Alegre - RS

Esta é a primeira competição de Nicolas Bernal que saiu da Classe Optimist e optou pela 29er como sua nova classe. E a estreia não poderia ser melhor. Confira o resultado geral: Nicolas Bernal & Gabriel Michaelis (YCSA) Lucas Cazale & Richard Hilbert (ICRJ) Giovanne Pistorello & Gabriel Simões (CJD) Rafaela Salles & Fernanda Blyth (ICRJ) Matheus Oliveira & Leo Accioly (YCB) Bernardo Peixoto & Carlos Eduardo Lopes (YCB) Thiago Monteiro & Vinicius Oliveira (CICP) Ignácio Alzueta & Rafael de Moricz (YCSA) Gabriela Bartijotto & Fabio Melchert (CCSP) O Campeonato Brasileiro da Classe 29er foi organizado pelo Yacht Club Santo Amaro (YCSA). A edição de 2019 do Brasileiro será realizado em Salvador pelo Yacht Clube da Bahia em data ainda a ser definida.

Floripa - SC 29º Catarinense de Vela Oceânica O carioca Mahalo levou o título na última perna do 29º Circuito Catarinense de Vela Oceânica. O Itajaí Sailing Team, foi o segundo colocado, e Zeus Team terceiro. A dupla Clínio de Freitas (medalhista olímpico bronze Seul 88), com o auxílio luxuoso do proeiro Lars Grael na classe Tornado venceu a regata final para confirmar o título da classe. Na ORC o título também ficou para uma equipe do Rio de Janeiro e a definição do campeão também se deu na última regata. Comandados por Peter Siemsen, a tripulação do Ângela Star VI levou pela segunda vez o título do Circuito Oceânico. Completaram o pódio o Stand By Me, vice-campeão, e Catuana Kim, terceiro colocado. A classe HPE-25 teve como campeão o catarinense Força 12 (Arno Juk). Na RGS Geral o Caulimaran levou com cinco vitórias em seis regatas. Maná em 2º e Gaivota em 3º. Na Bico de Proa A, Harmonya, na Bico de Proa B, Caos Calmo. Astral venceu na RGS Cruzeiro e Tico Tyko na Multicascos. Campeões do 29º Circuito Oceânico da Ilha de Santa Catarina

A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h às 11h pela Metrópole FM de Salvador: metro1.com.br Baixe o app e ouça em qualquer lugar!

Guarapiranga - SP

ORC: Ângela Star VI IRC: Mahalo HPE-25: Força 12 RGS Geral: Caulimaran RGS Cruzeiro: Astral Multicascos: Tico Tiko Bico de Proa A: Harmonya Bico de Proa B: Caos Calmo

cessário antes de desenvolverem suas habilidades no esporte. “Vamos nos engajar no Navega SP com a responsabilidade de oferecermos aos jovens uma formação que irá fazê-los se sentir valorizados e, com certeza, irão criar ainda, consciência de respeito ao meio ambiente”, disse o Comodoro do YCP, José Agostini Roxo. A Escola Municipal de Vela funcionará de terça à sexta-feira das 8h às 11h e das 14h às 17h com alunos a serem definidos pela SEME. Nos meses de janeiro e julho a programação será adequada às férias escolares.

Brasileiro de Snipe O gaúcho Xandi Paradeda levanta a taça pela segunda vez consecutiva e conquista seu 12º título no 69º Campeonato Brasileiro da Classe Snipe, no Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre. O título de vice-campeão foi conquistado por Beto Paradeda, também do Jangadeiros, e Phillip Grochtmann, do Veleiros do Sul. O 1º lugar do Feminino foi para Geórgia Rodrigues da Silva e Amanda Rodrigues Silva (Jangadeiros). O evento reuniu 120 atletas em Porto Alegre em janeiro. Alexandre Paradeda comentou a importância do título conquistado na sua terra natal e projetou os próximos desafios ao lado de Lucas Mazim: “Essa foi uma semana muito incrível para mim. Eu retornei ao Janga e a Porto Alegre. Encontrei a família e muitos amigos que não via há muito tempo, depois da mudança para Ilhabela. Foi um campeonato de alto nível, com 60 barcos e no final essa disputa particular

com o meu irmão. Agora iremos nos preparar para a eliminatória do Pan no próximo ano. É o campeonato mais importante e onde vamos dar foco total”. O 3º lugar na Geral ficou com a dupla Rafael Gagliotti e Henrique Wisnieski, do Iate Clube de Santos. O pódio foi completado com Mário Sérgio de Jesus Júnior e Willian Moura, da Escola de Vela de Ilhabela, em 4º lugar e João Pedro Souto de Oliveira e Fernando Gioia, do Iate Clube do Rio de Janeiro/Marinha Brasil, em 5º.

Cabanga: Taça Comodoro

Copa ICS de regatas de percurso

Recife - PE

Em fevereiro o Cabanga Iate Clube de Pernambuco promoveu a Regata Taça Comodoro nas classes Oceano e Monotipos. A competição abre oficialmente o calendário de regatas do Cabanga em 2018 e marca o início da gestão do Comodoro Delmiro Gouveia.

Paradeda e Mazim

Foto: Claudio bergman

Santos - SP

Pelo terceiro ano consecutivo, o Iate Clube de Santos promove a Copa ICS de Regatas de Percurso, com apoio da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), da Federação de Vela do Estado de São Paulo (FEVESP), da Classe RGS/BRA, do Clube Internacional de Regatas de Santos. A competição reúne em quatro etapas as principais rotas do litoral paulista: Volta da Laje de Santos, Volta da Ilha das Cabras, Volta da Laje da Conceição e Volta da Ilha dos Arvoredos, que também vale para a tradicional regata patrocinada pela Suunto e realizada pelo clube desde a década de 50. Neste ano, a disputa está aberta para as classes ORC, IRC, BRA-RGS e RGS Silver e terá a Laje de Santos como primeiro desafio, que será celebrado com um coquetel de recepção no Mirante da sede Guarujá, na sexta-feira, 2 de março.

O trajeto para os veleiros de oceano seguiu do Recife até Porto de Galinhas com aproximadamente 20 veleiros presentes na raia. A competição é válida como segunda etapa do Campeonato Pernambucano de Oceano. Já para os monotipos a disputa foi na raia de Maria de Farinha, Litoral Norte de Pernambuco. Participaram do evento as classes Laser, Dingue, Hobie Cat 16, Snipe, Day Sailer e Optimist. Apenas para a garotada do Optimist, a disputa foi na bacia do Pina.

As quatro etapas que reunem as principais rotas do litoral paulista


Rio de Janeiro - RJ

Aconteceu em fevereiro no Búzios Vela Clube (BVC) o Campeonato Brasileiro de 420. A Jorge Zarif leva Finn competição contou com participação pernambucana no pódio. A velejadora do Cabanga, Marina da Fonte, ao lado da dupla Marina Mariutti Clarioba, da flotilha de Vela Jovem da Bahia, se despediu como vice-campeã geral do Nacional. Durante os dias de disputa, as velejadoras fizeram bonito em águas cariocas, se mantendo sempre entre as primeiras colocações, tanto na classificação geral, quanto nas regatas do dia. Vale destacar que esta foi a primeira competição oficial de Marina da Fonte após sair do Optimist. Na classe de iniciação na vela, a Quarto colocado nos Jogos Olímpicos Rio atleta construiu um currículo extenso e bastante 2016, o paulista Jorge Zarif conquistou o vitorioso, incluindo o bicampeonato Brasileiro, Campeonato Brasileiro de Finn, realizado em vários títulos regionais e estaduais. fevereiro no Rio de Janeiro. André Mirsky e João Pedro H. Souto de Oliveira completaram o pódio com a segunda e terceira colocações, respectivamente. A competição contou com um total de 25 velejadores. Este é o oitavo título de Brasileiros de Finn de Jorge. Entre 2009 e 2018, o paulista apenas não levou o primeiro lugar em 2017... Ricardo Santos do YCSA ficou em segundo na Master e Robert Rittscher, do Yacht Club Paulista em primeiro na Grand Master.

Angra dos Reis - RJ

Tráfico desce do Rio de Janeiro para Angra

Traficantes dominam região, explodem caixas eletrônicos, e disputam áreas à bala causando pânico e confusão Desde o fim de dezembro, a violência na Costa Verde (Paraty, Bracuhy e Angra do Reis) tem se agravado. Uma disputa por territórios de vendas de drogas que começou em dezembro e não acabou até agora (fev.) deixou alguns bairros reféns de traficantes. As ações mais violentas dos criminosos tem se dado em Angra dos Reis, principalmente nos bairros de Sapinhatuba (I e III), Morro da Glória e Belém. Esses bairros estão exatamente no entorno do complexo Piratas (marina e Shopping), veja no mapa. Em fevereiro dois moradores foram feridos por balas perdidas. Motoristas deram meia volta na Rio-Santos durante a intensa troca de tiros entre os traficantes. Alguns traficantes do Rio de Janeiro vieram para Angra para reforçar uma das facções em guerra, o Terceiro Comando Puro (TCP) e Comando Vermelho (CV). A Costa Verde tem a sexta maior taxa de homicídios do estado do Rio de Janeiro, com 52,05 casos por 100 mil habitantes, apenas levando em conta dados de 2015 (SSP RJ). Em outubro de 2017 uma quadrilha explodiu um caixa eletrônico no Resort Vila Galé, que fica na praia do Tanguá em Angra. O grupo fugiu de lancha. No dia 13 de novembro outra explosão em caixa eletrônico. Desta vez no centro de Angra dos Reis no Largo da Lapa , próximo a Igreja da Lapa e da Receita Federal. O local ficou destruído e parte de uma rua teve que ser interditada, pois, além dos destroços, os criminosos colocaram pregos, grampos de ferro nas ruas para dificultar o acesso da polícia. Os bandidos

novamente fugiram pelo mar. No início de dezembro (dia 9) três pessoas foram assassinadas após bandidos invadirem um forró (Bar da Dulce) em Santa Rita do Bracuhy, numa possível execução ligada a briga de facções (versão da polícia), por conta de drogas. Na madrugada anterior (8), doze homens armados com fuzis, explodiram três caixas eletrônicos na Vila Residencial da Praia Brava, onde moram funcionários que trabalham na usina nuclear. O local é considerado uma área de segurança nacional. Houve troca de tiros com policiais militares por cerca de 20 minutos e os bandidos também fugiram de lancha. Também em dezembro o grupo explodiu um outro caixa eletrônico na Vila Residencial de Mambucaba, já na região de Paraty, que também é uma Área de Segurança Nacional, e onde moram funcionários da Eletronuclear. A fuga também se deu pelo mar. A Polícia Federal acredita que todos sejam da mesma quadrilha por causa do modus operandi e da fuga, todas com lancha. O prefeito de Angra, Fernando Jordão (MDB) divulgou nesta que esteve em Brasília para pedir ajuda para combater a onda de violência que tomou Angra dos Reis e anunciou que a Força Nacional está indo para o município. Ele disse que a Força Nacional vai realizar ações em Angra dos Reis, com apoio do Exército e todas as policias. Almanáutica: Jornalista Responsável: Paulo Gorab Editor/Publisher: Jornalista Ricardo Amatucci (MTB 79742/SP) Publicação bimestral Distribuição nacional Ano 06, número 35 março/abril de 2018

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Porto Alegre - RS

Brasileiro de 420

Match Race, tchê

Sul-americano da 470

Geison Mendes e Gustavo Thiesen - do Veleiros do Sul - venceram o Campeonato Sul-americano da classe 470 na categoria masculino, que encerrou neste domingo no Club Náutico San Isidro, em Buenos Aires. Já a dupla Clube dos Jangadeiros, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, conquistou o ouro no feminino. Elas ficaram em terceiro na classificação geral e primeiro na categoria feminina. A boa regularidade dos resultados nas 10 regatas fez a dupla do Veleiros do Sul alcançar o título de pentacampeã sul-americana. Geison e Gustavo fazem parte da Equipe Brasileira da Doze equipes disputarão CBVela 2018 e estão em campanha olímpica o Match Race para Tóquio 2020.

que abre a International Match Race Super League O clube gaúcho Veleiros do Sul sedia a 6ª Porto Alegre Match Cup, de 22 a 25 de março. Esse é o primeiro evento do circuito de 2018 da International Match Race Super League, composto por 17 torneios em 14 países. A Super League está atrelada a Match Racing Association Inc que promove a modalidade de competição em todo o mundo. A Copa também será válida como Campeonato Brasileiro de Match Race de 2018 e primeira etapa Sul-americana. Serão 12 equipes, divididas em chaves, todos os competidores disputam entre si, numa primeira fase, para apuração dos semifinalistas e, posteriormente, dos finalistas. Os barcos para as regatas serão os da classe Elliott 6m, com três tripulantes, todos idênticos e que serão fornecidos pelo Veleiros do Sul. O Elliott já foi classe olímpica em Londres 2012 e foi um projeto pensado para disputas de match race: barco contra barco, onde manobras rápidas e táticas apuradas são pontos fortes da regata. O Porto Alegre Match Cup valerá pontos, Grau 3, para o ranking da World Sailing.

Natal - RN

As meninas do Jangadeiros ainda conquistaram o pódio na classificação Geral, com o 3º lugar. O início de competição foi muito bom para Fernanda e Ana, que terminaram os dois primeiros dias na liderança da competição. Contudo, um problema no barco fez com que a dupla abandonasse uma das regatas do terceiro dia de competições, perdendo a possibilidade de descarte em alguma outra prova. “Hoje não conseguimos arriscar nas largadas, visto que já não tínhamos descarte. Ontem perdemos uma regata em função da avaria no barco. Mesmo assim, ficamos felizes de vencer cinco das 10 regatas do campeonato e conquistar o título no Feminino”, disse Fernanda. Os argentinos Fernando Gwozdz e Tomas Dietrich, ficaram em 2º. O resultado no Sul-Americano da Classe 470 contou pontos para o ranking da Federação Internacional de Vela. Foram 13 duplas disputando a competição, representando a Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai.

A força da vela potiguar

Fortalecido, o Iate Clube do Natal investe na vela potiguar. Através da suas oficinas de vela para jovens associados, sob o comando do Comodoro Kaleb Frreire, promove toda uma reestruturação física da sua sede social. O diretor de vela Ricardo Barbosa, conduz um calendário de competições e faz esforços para manter forte o iatismo no clube.

ISSN: 23577800/35 Almanáutica é uma Depto. Jurídico: marca registrada. Dra. Diana Melchheier Proibida a reprodução total ou parcial Contato: do conteúdo impresso e/ou on-line. falecom@almanautica.com.br Assinaturas: Veja condições Visite nosso site: no site. Assine e receba em www.almanautica.com.br casa seu Almanáutica!

Foto da capa

A foto da capa é de Martin Keruzore (VOR)


ALMANÁUTICA

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A proposta do deputado... Confusa e mal redigida - apesar de apenas um artigo - a lei para obrigar passageiros de transportes marítimos a usar coletes salva-vidas chove no molhado quanto aos jet skis Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 8479/17, que torna obrigatório o uso de colete salva-vidas por tripulantes e passageiros de embarcações abertas, sem a chamada “cabine habitável”, e passageiros e tripulantes de jet ski. A regra vale para navegação interior, ao longo de canais, rios, lagoas, enseadas, baías e angras. Em termos práticos essa Lei modificaria a Lei nº 9.537 (dez/97) que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário. Segundo o autor, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), “o objetivo é evitar tragédias no transporte aquaviário de passageiros como as que ocorreram recentemente na Bahia e no Pará”. O PL tem apenas um parágrafo: “É obrigatório o uso de colete salva-vidas por tripulante e por passageiro de embarcação de transporte de passageiros sem cabine habitável ou de moto aquática, empregada em navegação interior.” Acontece que a NORMAM-03/DPC em seu capítulo 4 trata das normas e materiais de segurança e navegação para embarcações. A dotação de coletes salva-vidas determina que as chama-

Guarapiranga - SP

tivo (decisão pode ser modificada pelo judiciário). O Tribunal Marítimo é um órgão administrativo e vinculado ao Ministério da Marinha. Ficam a perguntas: as pessoas que trafegam de terno e gravata ou as senhoras de vestido, ou mesmo os que estão vestindo suas melhores roupas recém lavadas e passadas deverão vestir os coletes mofados e rotos das embarcações de transporte? Dá pra sentar nas cadeiras/bancos

das Embarcações Miúdas (até 5m de comprimento) devem dispor de coletes salva-vidas, mas não obriga seu uso, a não ser em monotipos: as embarcações com propulsão somente a vela com classes padronizadas por tipo (Laser, Soling, Optimist, etc), para tráfego exclusivamente no período diurno, estão obrigadas a usar os coletes salva-vidas. Para as demais embarcações miúdas, os coletes salva-vidas deverão ser guardados de modo a serem prontamente acessíveis. A Marinha também já normatiza o uso para os Jet Skis: “É obrigatório o uso do colete salva-vidas para o condutor e passageiro de moto-aquáticas e similares”. Na prática, a Lei tenta obrigar passageiros de barcos de transporte a usar os coletes salva-vidas. No que tange aos Jet skis, parece que o deputado não está bem informado: A Normam já normatizava e a autoridade marítima já fiscalizava e definia a punição. Hoje os processos tramitados pela MB resultam em multas e/ou apreensões ou mesmo em alguns casos na perda da habilitação disponíveis com o colete? Alguém vaio ajudar os idosos a levantarem vestindo o colete? Ou essa e ocorrem em nível administrativo podendo será uma Lei que não vai se cumprida? chegar devido à gravidade, em julgamento no A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Viação e TransTribunal Marítimo, ainda em nível administra- portes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania...

Regata Abertura, Circuito Guarapiranga, Hobie Cat e clínica: Destaques da represa paulista No início de fevereiro na represa de Guarapiranga aconteceu a tradicional Regata de Abertura da temporada 2018, com a participação de mais de 230 veleiros e 430 velejadores num lindo dia de sol, promovida pelo SPYC – São Paulo Yacht Club, aberta a todas as classes e clubes num clima de amizade e confraternização. Entre muitos destaques a Classe Hobie Cat mostrou que está se organizando para um grande ano de 2018... O velejador de Hobie Cat 16, Richard Hager, por exemplo, levou seu filho Thor Hager de 7 anos para ter o primeiro contato com a regata. Segundo Richard, “foi uma oportunidade fantástica para interação de pai e filho, bem como para estimular a criança, em fase de conhecimento e exploração dos esportes náuticos e poder participar de fantásticas competições”. Muitas duplas de Hobie Cat são formadas por famílias. Também é o caso do Marcello/Ligia, Neto/Luana e Tales/Adriana, que são casais, além de Murilo e Davi que são avô e neto: “velejo com meu neto e fico muito triste quando minha filha não libera ele!” diz Murilo. Amigos de longa data também formam duplas, como no caso de Fabio Potenza e Genésio Oliveira (Kiko) e Drausio e Bárbara (Babu). Barbara é velejadora de longa data de Windsurf e teve sua primeira experiência no HC16.

quadro pintado a mão, oferecido pelo velejador Plinio Pereira. O primeiro colocado da classe HC16, pelo segundo ano seguido, foi a dupla Jose Beato Neto e Luana Sousa. Na classe HC14, o primeiro colocado foi Marcos Couto.

Aconteceu no final de fevereiro a clínica de vela da Classe Day Sailer no ASBAC (Clube da represa do Guarapiranga), com 26 participantes, alguns de outras classes. O evento teve início com uma palestra do Juiz Gustavo Leibovici que durante 2 horas explanou sobre as novas regras tirando várias dúvidas dos participantes e orientando também como serão as largadas das regatas ligadas à Federação de Vela de São Paulo (Fevesp) em 2018. Na parte da tarde o Coordenador da Classe Arno Buchli mostrou como planejar o Layout de um barco dando dicas de trimagem de velas e regulagem do Day Sailer. No Domingo devido à falta de vento para aulas práticas foi realizada uma sessão para tirar dúvidas. O evento teve apoio da ABVC - Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro e do Jornal Almanáutica.

além de representar o Brasil em Campeonatos Mundiais e Panamericano. Nessa clínica focamos em conceitos básicos para ajudar os velejadores iniciantes e os assuntos abordados foram boas práticas de montagem do barco, posicionamento da tripulação nas diversas condições de vento, regulagem de leme, regulagem da vela – conceitos e regulagem de trapézio além da troca de experiência entre os velejadores. Essa foi a 1 primeira clínica de uma série de 4, que ocorrerão durante o ano de 2018. Esse ano, teremos os campeonatos Sul-Brasileiro e Brasileiro na Ilhabela. Além disso, contamos com forte apoio da Tom & Cat, Clube de Campo Castelo, São Paulo Yacht Club (SPYC), além da organização da FEVESP, que está de parabéns. (Drausio Morganti Coordenador das Flotilhas HC14, HC16 e Race)

“Foi incrível velejar de Hobie! Esperava uma regata monótona e sem muita ação, comparando com o windsurf, mas foi totalmente o contrário. Desde as manobras até o trapézio, teve muita ação e trabalho em equipe. Não vejo a hora de correr mais regatas!” disse Bárbara. “Alguns velejadores ativos de HC16 não conseguiram compararecer, bem diferente do ano passado que eram apenas 3 barcos. Contamos também com 4 barcos HC14 e 02 barcos Races”, contoou Drausio Morganti, Coordenador da Classe junto à Fevesp, a Federação de Vela do Estado de São Paulo. Para alguns velejadores entretanto, o clima não foi tão amistoso e a disputa deu o tom. É que esse ano haverá a soma dos resultados de todo o ano e o ganhador ficará com um troféu itinerante ferecido pelos velejadores Marcello Polonio e Ligia Stocco, através da Stocco Esculturas, além de um

Flotilha Hobie Cat 14, Hobie Cat 16 e Race

Para a flotilha de Catamarans o ano já começou. No dia 21/janeiro/2018 realizamos a primeira clínica de Hobie Cat no Clube de Campo Castelo onde compareceram mais de 30 velejadores, mesclando entre iniciantes e veteranos. Para ministrar a clínica de catamaran, contamos com o velejador Claudio Texeira, que tem em seu currículo a conquista de campeonatos Paulista, Sul-Brasileiro e Brasileiro,

A versão 2018 do já consagrado Circuito Guarapiranga estreou no final de fevereiro. Este ano a organização será dos clubes Castelo, Itaupu, Asbac, Sailing Center, e Yacht Club Paulista, cada um sediando uma das etapas. O Jornal Almanáutica entrou como patrocinador e fornecerá os 22 troféus da última etapa (1º, 2º e 3º para cada um dos 4 grupos, mais a premiação da classificação geral, direto no rating, do 1º ao 10º colocado). Dividido em 5 etapas (em 2017 foram 9), a característica dessa competição da Guarapiranga é um rating desenvolvido com a participação de diversos velejadores de muitas Classes, e que permite uma largada única para todas as Classes. Em 2017 a competição que teve 113 barcos que participaram em pelo menos uma etapa e 300 inscrições realizadas.


Lars Grael desiste de candidatura junto ao COB Lars Grael, forte candidato a ocupar a vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB), declinou da candidatura. A informação é do jornal O Globo de fevereiro. Lars, presidente da Comissão Nacional de Atletas, membro do Conselho Nacional dos Esportes (CNE) e superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Clubes não se candidatou. Apoiado por atletas, ex-atletas, associações e outros agentes do esporte para entrar no pleito, (marcado para 23 de março) inclusive um almoço foi organizado pela comunidade esportiva, para convencê-lo a candidatar-se. Mas o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley telefonou para Lars e pediu que ele ficasse de fora. “Não lembro exatamente as palavras que usei. Falei como amigo e dei minha posição de que, neste momento, acho justo que o vice seja alguém do colégio eleitoral”, admitiu Wanderley. “Em absoluto pedi, com essas palavras, que desistisse”, explicou. Ainda segundo O Globo, comenta-se que Lars tenha recuado de olho no futuro, nas eleições para a presidência, em 2020. Devem concorrer ao cargo pelo menos três candidatos: o coronel reformado Marco La Porta, atual presidente da Confederação Brasileira de Triathlon, o acadêmico José Medalha, ex-técnico de basque-

Lars: convencimento ou estratégia? te, profissional de Educação Física com mestrado (Treinamento Esportivo) e doutorado (Administração Esportiva) pela Universidade do Indiana (EUA), e Marcel, ex-integrante da seleção brasileira de basquete por 20 anos (tem quatro Olimpíadas no currículo) e que foi diretor do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. A associação sem fins lucrativos “Sou do Esporte” promoveu um debate aberto ao público e transmitido ao vivo - entre os três em São Paulo, no Auditório do (Foto: Sindi-Clube) Demarest.

rio no qual desenvolvia a campanha “Blake Expeditions”, para alertar sobre os problemas ambientais dos rios e oceanos. Homens armados, que estavam em um pequeno barco abordaram a embarcação do esportista neozelandês e anunciaram o assalto. Eles recolherem dinheiro e objetos pessoais das nove pessoas, entre estrangeiros e brasileiros a bordo. A tripulação reagiu. De acordo com a polícia, Blake - que levava um fuzil no veleiro - teria disparado contra os assaltantes. O velejador, de 53 anos, foi Sir Peter Blake estava no Brasil para uma morto durante o tiroteio. Outros dois tripulanexpedição no veleiro Seamaster, barco laborató- tes ficaram feridos.

Gustavo Pacheco desiste da Golden Globe Assim como Izabel Pimentel, Gustavo Pacheco não conseguiu patrocinadores para participar da nova edição da regata de volta ao mundo sem escalas Golden Globe. A regata reedita a regata original vencida por Sir Robin Knox-Johnston, e tem como regras a não utilização de equipamentos modernos como GPS, sistemas de navegação e outros que não existissem na época da regata original na década de 60. Nós recebemos de Gustavo um e-mail explicando sua desistência: “Olá Ricardo, tudo bem ? Venho informar que desisti de participar da regata Golden Globe Race 2018. Até o momento não obtivemos resposta positiva de patrocínio através da lei de Incentivo ao Esporte de nenhuma das várias empresas que contatamos. Sem verba nesse momento, fica impossível executar o final do cronograma (início em janeiro) para finalizar a preparação do barco, comprar os equipamentos obrigatórios e seguir para a Europa até o meio de março. O tempo hábil de conseguir recursos se esgotou. Agradeço então a sua ajuda pela matéria publicada no Almanáutica. Muito obrigado! Bons ventos!”.

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A Juan Yacht Design, de Juan Kouyoumdjian, foi selecionada para projetar o próximo IMOCA 60 para a próxima Vendée Globe. Juan aceitou com entusiasmo a oportunidade de desenvolver este projeto: além da conexão humana inegável, também houve a chance de conceber um protótipo, o que atraiu o designer franco-argentino. Segundo ele, os monocascos projetados para competir na Vendée Globe são, na realidade, as únicas verdadeiras plataformas onde os arquitetos contemporâneos ainda podem expressar plenamente seu potencial, empurrando os limites de suas pesquisas. “No contexto da navegação em monocascos de ponta, a Vendée Globe é, no momento, a única plataforma que oferece inovação. Trabalhar no desenvolvimento de um projeto Open 60 é muito estimulante intelectualmente”. Concluiu Juan. As considerações para o projeto deste veleiro apenas começaram. A equipe ainda está na fase de pesquisa. O desafio nos próximos meses será combinar os elementos técnicos e esportivos dentro do quadro das regras da Classe, criando a fórmula certa para a Vendée Globe.

Preso assassino de Peter Blake

O assassino do velejador Sir Peter Blake, morto no dia 5 de dezembro de 2001 no Amapá, foi preso dia 14 de fevereiro, na cidade de Breves, em Marajó (PA). José Irandir Cardoso havia sido condenado a 35 anos pelo assassinato e estava foragido desde 2002. O assassinato ocorreu no dia 7 de dezembro de 2001, quando Peter Blake fazia uma expedição na região amazônica. À noite, por volta das 23h, homens armados invadiram o veleiro para roubar. Peter Blake reagiu e foi morto a tiros. Policiais militares de Breves prenderam José Irandir durante uma revista de rotina. Ele foi levado para a delegacia onde foi constatado que se tratava de um fugitivo do sistema penitenciário do Amapá, onde cumpria pena de 35 anos pela morte do velejador. Relembre

Novo projeto para os Imoca 60

Bruxa solta na VOR No intervalo de uma semana, uma situação de homem ao mar e uma morte rondaram a Volvo Ocean Race em janeiro. A equipe Vestas 11th Hour Racing envolveu-se em uma colisão com uma embarcação de pesca a 30 milhas do final da perna 4, perto de Hong Kong. Um membro da embarcação de pesca foi levado de helicóptero para o hospital, mas faleceu devido ao acidente. O barco sofreu danos e a equipe se retirou oficialmente da perna. Alguns dias antes, ainda durante a quarta etapa o australiano Alex Gough caiu no mar e foi, minutos depois, resgatado pela sua tripulação no Scallywag. O incidente ocorreu durante uma mudança de vela com ventos de 15 a 20 nós. O velejador que caiu no mar não vestia roupa de segurança, como coletes normalmente usados em regatas oceânicas. “Eu fui tolo, mas tive sorte de os caras me resgatarem rapidamente”, disse Alex Gough... (Foto: Rich Edwards/VOR)

Nautispecial realiza treinamento em marinas A Nautispecial realizou em fevereiro um treinamento em dois clubes de Foz do Iguaçu (PR): o Iate Clube Lago do Itaipu e o Cataratas Iate Clube. Foram abordadas novas técnicas de limpeza e conservação interna e externa da embarcação, proteção ambiental e cuidados pessoais para os marinheiros. Cada participante recebeu um kit de produtos Nautispecial e um certificado. O treinamento não tem custo e é oferecido pela marca durante todo o ano. As marinas interes-

sadas podem entrar em contato com a empresa pelo site www.nautispecial.com.br.

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ALMANÁUTICA

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Meteorologia Vivendo o Ciclone Gita Oceanografia não conseguir velejar por conta das frequentes que o chapéu para o povo de Fiji, que é feliz a borda da tempestade tinha ventos de quase Por: Luciano Guerra

Inicio o artigo deste mês com um caloroso “Bula!” a todos os amigos do Almanautica. “Bula!” é a primeira palavra que escutamos e aprendemos ao chegar no meio do Oceano Pacífico, no arquipélago onde me encontro neste momento. Na língua de Fiji, “Bula!” significa bem-vindo. Talvez você já tenha percebido, mas não custa dizer que a matéria desta edição foi escrita em um dos lugares mais lindos que nós, nautas, temos ao nosso dispor. O arquipélago das Ilhas Fiji. E apesar de estar em lua de mel com este pedaço de céu na terra, não foi em tom de total alegria que produzi essa matéria. Este é o relato emocionado do meu encontro com o Ciclone Gita, considerado pelos locais o mais forte ciclone a atingir a região em 60 anos. E pelo fato de poder compartilhar mais esta passagem com vocês é que antes de tudo agradeço por estar vivo e me solidarizo com o povo da Nação Fijiana. Segue o relato... Dois amigos de longa data me convidaram para comandar um veleiro de aluguel ao redor de algumas ilhas do Pacífico no Arquipélago de Fiji. Informei que a época não era propícia e, um deles retrucou dizendo que não tinha outra data. Então resolvi aceitar sob pena de

formações de ciclone na região. Todos estavam cientes dos riscos e resolveram bancar a ideia... Ao chegar na ilha de Viti Levu no dia 11 de fevereiro, logo fomos avisados pelos locais que um ciclone estava em formação e que a maioria dos barcos de aluguel não se encontrava mais na Marina de Port Denarau, pois haviam se retirado como medida de proteção. Neste momento as condições climáticas na região já não estavam boas. Portanto de 11 a 13 de fevereiro ficamos rodando a região sul de Viti Levu com bastante restrição. No dia 14 de fevereiro o Ciclone Gita atingiu a Ilha de Tonga, passou de categoria 4 para categoria 5 e se deslocou em direção a ilha principal de Fiji. Eu estava na baía de Wailoaloa, e o vento já atingia a escala dos 50 nós constantes. A chuva também era muito intensa. Neste mesmo dia (14) decidimos que o melhor a fazer era ficar trancados em um quarto de algum hotel... A todo momento perguntávamos aos locais o que deveríamos fazer, e todos eram unânimes em dizer: “Sejam felizes, isso vai passar.” Abrindo um especial parênteses, tiro mais do

hoje e agora, e faz o necessário a medida que a natureza dá as cartas. Culturalmente não há a preocupação com o amanhã. Um dos amigos ligou para o serviço de ferry que faz o transporte de pessoas entre as ilhas do norte e a ilha principal (Viti Levu), e perguntou se estaria funcionando. Recebendo a informação de que ainda poderíamos contar com o serviço, reservamos nossa vaga e seguimos rumo às Ilhas Yasawa. Enquanto Gita massacrava a ilha de

100Km/h e ondas de mais de 3 metros. Agora, temporariamente a salvo, consigo viver um pouco melhor a simplicidade do povo local e entender que o amanhã pode não existir. Não só para eles, como para todos nós. Após atingir o sul de Fiji, o Ciclone ganhou ainda mais força e passou a se locomover mais lentamente no sentido da Nova Caledonia e Nova Zelandia. Vejamos as cenas dos próximos capítulos... Mas o que fica de aprendizado desta experiência? Fica aqui a minha dica: venham pra cá. Fiji é uma nação composta por mais de 300 ilhas, cuja língua inglesa é amplamente falada pelos nativos. A temporada de vela inicia em abril e termina somente em outubro. Junho e julho são os meses com menor índice pluviométrico. A temperatura da água é maravilhosa e a visibilidade é algo inexplicável. Duas são as regiões mais procuradas pelos velejadores, Yasawa e Mamanuca. E ao contrário do que muitos pensam os preços não são tão altos para nós de Pindorama. Ciclone Gita e sua evolução Mais uma vez o meu muito obrigado a você Tonga, nós fugíamos como míseros ratos para que nos acompanha no Almanáutica. as ilhas do norte. A escolha foi acertada pois o Vinaka Vakalevu ciclone atingiu a ilha de Lau (ao sul de Viti Levu) (Muito Obrigado! em Fijiano) com ventos de 200Km/h, obrigando o povo a deixar suas casas. E o que aconteceu comigo e Luciano Guerra, é Capitão Amador, escom os amigos? Nós pegamos apenas a borda pecialista em meteorologia pela UFF/RJ da tempestade na ilha de Nacula. Neste caso, e trabalha com modelos meteorológicos.

Exclusivo: Casal conta causa do naufrágio Vocês ficaram com medo de morrer? Não ficamos com medo de morrer, porque estávamos perto da terra e nós tínhamos nosso bote, mas ficamos aterrorizados de perder o barco e tudo o que havia nele. E talvez se machucar. E o barco, ainda está lá? O barco ainda está lá, estamos conversando com uma empresa de resgate que está trabalhando para resgatá-lo. Ele se dividiu em 6 partes…

Algumas pessoas disseram que vocês não deveriam ter se arriscado sem ter alguma experiência anterior. O que você tem a dizer sobre isso?

O simpático - e não tão inexperiente - casal concedeu uma exclusiva ao Almanáutica explicando os motivos do naufrágio, seus planos e o que estão fazendo agora

Muitos artigos e pessoas disseram que não tínhamos experiência, mas já navegamos no golfo do México e eu (Tanner) trabalhei como assistente de entrega de barcos. Nós também passamos algum tempo navegando em barcos de amigos, então não somos tão inexperientes assim.

‘Nikki tem 24 anos e seu companheiro Tanner, 25. Eles estão juntos há 5 anos e viajam pelos EUA. Apenas dois dias depois de iniciarem seu sonho de morar a bordo, o veleiro naufragou. O casal e seu cachorrinho se salvaram sem maiores problemas. A notícia virou manchete pelo mundo, inclusive no Brasil. Relatos iniciais davam conta que a imperícia e imprudência de velejadores inexperientes seriam as causas desse O que você faria de forma diferente, agora que passou por essa Vocês tem planos de vir ao Brasil? naufrágio. Mas nessa entrevista exclusiva que deram ao Almanáutica, experiência? Nunca fomos ao Brasil, mas nós absolutamente tenão só nos esclareceram o verdadeiro motivo do acidente como conNunca mais entraremos em um canal desconhecido à noite… mos planos de navegar aí! E muito obrigado por nos taram um pouco mais sobre sua história. dar esta oportunidade de conversar com você! Onde vocês estão agora? Como foi o começo dessa história? Nós encontramos o barco na “Craigslist” (Craigslist é uma rede de comunidades online que disponibiliza anúncios gratuitos aos usuários) há cerca de um ano por US $ 5.000 no Alabama. Então nós alugamos um carro para buscá-lo e navegamos de volta à Flórida, onde trabalhamos até fevereiro. Nossos planos são viver a bordo e eventualmente navegar para as ilhas do Caribe.

Atualmente, estamos hospedados na casa da mãe do Tanner em Jacksonville, na Flórida que fica cerca de 4 horas ao norte de onde ocorreu o nafrágio. Estamos lidando com a parte legal do acidente e tentando tirar o barco de lá.

Como aconteceu o acidente?

Nós tivemos uma oferta de uma pessoa que quer nos doar um barco. De graça mesmo!

Nós íamos ancorar para passar a noite em uma ancoragem protegida que alguém havia sugerido mas nossas cartas não combinavam com o canal por causa de um recente furacão que remexeu a areia e pedras nesse canal. Estávamos viajando a 2 nós e batemos em algo muito duro. Nikki quase voou do barco porque ela estava navegando na frente do barco com uma luz forte. Era cerca de 20 horas. A quilha deve ter soltado porque era uma quilha aparafusada e imediatamente começamos ver a água entrando no barco. Estávamos cerca de uma milha da terra...

Quais são os planos para um barco novo?

Quando passamos por um problema como esse, muita coisa pode mudar em nossa cabeça, na nossa maneira de pensar, de agir. Mudou algo para vocês? Tanner e eu sempre fomos pessoas que acreditamos que as coisas acontecem por um motivo, então nós levamos todo esse acidente como uma benção, uma lição. Eu nunca poderia supor como tantas pessoas incríveis se uniriam para nos apoiar e ajudar como foi feito!


cruzeiro

Notícias do Caribe

(e adjacências...)

Rita e Rubens nos contam de sua passagem por Bahamas, Porto Rico BVIs, Névis, Grenada e Trinidad...

9

Já havia relatado a ressurreição do nosso motor nas Bahamas, mas após nossa estadia na ilha deserta onde o milagre ocorreu, fomos para uma nova ancoragem chamada Great Guana Cay. Belíssima, tudo aquilo que as Bahamas prometem em seus postais. Fora uma encalhadinha na entrada, foram cinco dias espetaculares. Depois das adversidades, foi só pesca, churrasco de peixe na praia, uma coceirinha nos meninos, talvez uns sintomas leves de ciguatera, mas tínhamos que correr. Marisa, esposa do Marcão chegaria em uns 15 dias em Porto Rico, e aí fica um conselho: muito cuidado ao agendar as chegadas de amigos e familiares. Essa vida é muito imprevisível, e, ou seu barco apresenta algum problema, ou a meteorologia te atrapalha, ou você é um amigo maravilhoso que atrasa tudo para auxiliar seu “vizinho” de barco como foi o caso, ou tudo isso junto... kkk. Em suma, mais uma escala em San Salvador (Bahamas), linda, mas meio pós apocalíptica por causa de furacões que a assolaram, e fomos enfrentar de seis a sete dias de viagem com ventos desfavoráveis e ondas altas. Portanto o Frankstein, novo nome do nosso motor, teria que ser posto a prova. Não foi fácil, mas chegamos a Porto Rico. Na primeira tentativa de sair de San Juan, capital, para uma ancoragem menor, Fajardo, tivemos um rompimento da flange do escapamento, e o barco ficou literalmente negro de fuligem por dentro, meu maior pesadelo. Voltamos, consertamos, eu fiz umas 40 faxinas e Frank só voltou a abrir quase totalmente o bico quando chegamos em Fajardo. Liberamos nossos amigos e ficamos uns 30 dias morando por lá, com um mecânico tentando fazer o segundo milagre. Depois de duas tentativas abortadas de partida, uma delas voltando para Fajardo sem motor, com tempestade, visibilidade zero e sabendo que lá existem inúmeros naufrágios não cartografados, sobrevivemos e partimos para as BVIs, e Deus, como adoro esse lugar! Reencontramos Luís e Mauriane, um grande presente, e curtimos só uma semaninha do que deveriam ter sido dois meses. Com tudo atrasado pois eu teria que voltar a trabalhar, pernoitamos em Peter Island para partir na madrugada para a Martinica, umas 310 milhas. Bom, ferrou de novo... na madrugada o motor li-

gou sozinho...FANTASSSSSMA... Mas Rubão resolveu. Durante a viagem nem lembro mais o que aconteceu no motor, mas depois de umas 12 horas com um tempo muito diferente da previsão, tudo contra, e Rubão consertando com êxito a avaria, desistimos do destino traçado e paramos em Nevis. Estávamos exaustos. Depois disso tudo correu bem. Fomos direto a Grenada, quase 4 dias, mas com muita vela e pouco motor. Lá veio o bom sofrimento habitual: um montão de amigos, aquela baita farra que Brasileiros sabem fazer: música, comilança

(usei meu último feijão preto para feijoada) e despedida, pois Trinidad nos esperava. Deixamos nosso barco, retornamos ao Brasil, e sei que as dificuldades mostradas podem desanimar alguns, mas quem tem lido as edições anteriores, sabe que tudo isso passou. Tomamos uma atitude sensata, trocamos nosso único entrave que era o motor, e, depois de curtir mais uma temporada, 2017 no Caribe, fomos para os Açores. Após uma travessia que durou ao todo 26 dias sem nenhum percalço, aproveitamos dois meses e meio por lá, e deixamos Dóris com dor

Travessia Ubatuba – Cape Town

Comecei a velejar no ano 2000. Meu primeiro veleiro foi um HC 14, de vela amarela, caindo aos pedaços. Tive muito outros veleiros depois desse. Vários monotipos e um outro par de veleiros de oceano. Em todos eles minha vontade de viajar, de ir cada dia mais “só até ali”, era enorme. Devorara os livros de outros velejadores e imaginava que, um dia, seria eu quem estaria cruzando os mares, deixando terra pela popa e só a encontrando dias depois, pela proa. Em 2017 uma conjunção de fatores - alguns adversos, como meu divórcio, outros favoráveis, como minha parceira com o velejador José Spinelli Neto - permitiu que esse sonho de cruzar um oceano fosse, enfim, realizado. Nascia, assim, o “Desafio Cusco Baldoso – Soneca – África do Sul 2018”, com apoio de várias pessoas e empresas, incluindo o Almanáutica. Eu e o Spinelli deixamos Ubatuba a bordo do Soneca, um Samoa 33 pés projetado pelo escritório do Cabinho na manhã do dia 3 de janeiro de 2018. Chegamos ao Guarujá na manhã seguinte, onde fizemos uma escala na marina Boreal para embarcar o terceiro tripulante – Alan Trimboli – e terminar de provisionar o barco. A partida para Cape Town ocorreu às 06h39 do dia 5. Motoramos o primeiro par de horas, rumo magnético 210º (rumo ao sul). Nosso objetivo era descer até a latitude 37 S e lá encon-

Na madrugada o motor ligou sozinho...

Por Juca Andrade

trar os westerlies, ventos de oeste que sopram com força e favoráveis até o próximo continente. Ao meio dia já estávamos velejando com mestra e gennaker, vendo a última porção de terra dos próximos 38 dias: a Ilha Queimada Grande no través de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Nossa travessia não foi muito fácil. Não encontramos os ventos de oeste na latitude esperada. Para piorar, uma forte tempestade nos fez subir da latitude 37 S para a 30 S – um enorme retrocesso. Orçamos 70% do tempo. Fugimos de uma tormenta força 11. Fomos apanhados por outra força 8. As ondas que lavavam o convés arrancaram boa parte da vedação de sikaflex de alguns parafusos e gaiútas e resultado foram goteiras que, apesar de pequenas, causaram enorme desconforto. Ainda assim, seguimos em frente e após apanharmos um pouco – e desistirmos do tal vento oeste – aprendemos a explorar o padrão de ventos que nos era oferecido. Quando ventava de NE, N e NW, cerca de quatro ou cinco dias seguidos, seguíamos em frente e fazíamos progressos consideráveis no rumo 120º M. Depois do NW o vento rondava para SE, momento em que íamos para latitudes mais baixas, no rumo 60ºM. Esse vento durava cerca de 24 horas e com ele nós subíamos um grau de latitude (doía, pois parávamos de avançar). Depois do SE o

no coração para minha última etapa de trabalho. Escrevo hoje do Brasil, já aposentada, e em 6 dias, quando você estiver lendo isso, já teremos reencontrado Dóris, nosso lar, na Ilha Terceira dos Açores e agora sem mais interrupções. Tudo pronto. Nossos documentos, malas e Bebê, nossa gata navegadora. Uma nova e longa etapa se inicia. Vários países da Europa, Marrocos, Tunísia, Grécia... sei lá, vou contando conforme as coisas acontecerem. Afinal, a grande tônica dessa escolha de vida é ter planos e destinos mutáveis como o vento! vento entrava de E. Nesse momento descíamos inicialmente no rumo 180º M e, depois, no 160º M. Após mais um dia sem avanço significativo para a África do Sul, o vento voltava a entrar de NE e a nossa dança recomeçava. Nos torturamos muito tempo por não achar os ventos de oeste onde os manuais diziam que ele estaria. Sabíamos que lá pela Latitude 43 S havia esse vento, mas por lá haviam depressões atmosféricas maiores que nossa capacidade. Lendo, então, um guia de navegação do Royal Cape Yacht Club, fomos “avisados” que em alguns anos, como em 2011, o padrão de ventos da América do Sul deixa de ser observado. Pois é, escolhemos um ano atípico para essa travessia e, portanto, ela seria feita de maneira fora do usual. A tripulação se entrosou muito bem. Essa era uma preocupação, pois a bordo havia três ca-

A bordo do “Soneca” a tripula bate uma refeição. Visite o site: desafioafrica18.blogspot.com.br pitães amadores, cada um dono de seu próprio barco e com uma visão particular de como tocar um barco à vela. Por sorte nossas semelhanças eram maiores que nossas diferenças e cada um pegou para si uma tarefa da navegação, com o respeito e a cooperação dos demais. Graças ao leme de vento tocamos muito pouco o barco “na mão”, menos de oito horas nos 38 dias. Isso foi providencial, pois o convés era frequentemente lavado por ondas incrivelmente geladas, o que tornaria turnos “lá fora” se não perigosos, pelo menos incrivelmente desconfortáveis. Nossa comunicação externa era feita duas vezes ao dia, baixando e enviando e-mails

através do telefone via satélite e todas as noites fazíamos contato com nossos amigos radioamadores – um momento sempre bastante esperado. Os turnos de vigília eram feitos em conjunto durante o dia e, à noite, em turnos de 03 horas. Com isso cada um de nós dormia 06 horas todas as noites. Sono não foi problema, assim como a alimentação. Estávamos abastecidos para três meses no mar. As carnes eram armazenadas em conservas. A qualquer hora tínhamos filé ao molho madeira ou lombo barbecue para matar a fome... A maior preocupação eram os navios, que passavam relativamente perto. O Soneca está equipado com AIS – automatic identification system – e assim recebíamos dados de navegação de qualquer navio em um raio de 32 milhas náuticas. Fomos acompanhados da costa do Uruguai até menos de 50 milhas de Cape Town por quatro Pardelas de Óculos. Os albatrozes eram visita frequente, assim como peixes voadores que se estatelavam aos montes no convés. Não vimos baleias, mas vários capacetes boiando (sem os donos, por sorte). A chegada em Cape Town foi emocionante. Avistamos terra na madrugada do dia 12 de fevereiro, trinta e oito dias depois de sairmos do Guarujá: a silueta quase sensual da Table Moutain, cercada pela ardentia das ondas que quebravam nervosas, iluminadas por uma lua discreta e amarelada. Pela manhã, as focas vieram nos dar as boas vindas. Agora em terra todos me perguntam sobre as ondas gigantes que quebravam no convés ou sobre os ventos de quarenta nós. Para mim, porém, isso não é a parte importante dessa travessia. Em minhas memórias prefiro lembrar das noites de planetário, em que o céu se retroiluminava pelo brilho das próprias estrelas e o Spinelli nos ensinava astronomia; pelo azul do mar e do céu em suas variações quase que infinitas; pelas risadas que demos das piadas e causos do Alan (- Você tem tempo para ouvir uma história?) e, principalmente do orgulho que dá saber que mesmo diante de tantas adversidades, o atlântico nos deixou passar. Nós conseguimos. E vamos no pano mesmo!


Cervejeiros que Navegam

Martine Grael vence perna na VOR

R O Brasil chegou à marca de 679 cervejarias no final de 2017. Segundo o levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicado na primeira semana de 2018, o Rio Grande do Sul ultrapassou São Paulo em quantidade de cervejarias: agora são 142 contra 124. Claro, aparecem apenas as cervejarias registradas e com fábrica própria, portanto se forem acrescentadas as chamadas “ciganas”, que são legalmente constituídas mas tem produção em terceiras, além das não registradas (piratas, ilegais ou seja como você chama) a quantidade é bem maior. Em produção o Brasil só perde para a China e EUA. Aqui são 140 milhões de hectolitros (14 bilhões de litros!!) anuais contra 460 milhões da China e os 221 milhões dos EUA. R

Cursos online:

biabier.com.br Fabiana Büll Haik criou um curso online para quem quer aprender a fazer cerveja em casa. São três módulos com 16 videoaulas. CraftBeer.com Foco na educação cervejeira e é uma das referências no assunto. Disponível apenas em inglês. Craft Beer University Voltado para cervejeiros caseiros, oferece capacitações sobre equipamentos, logística e preparação para o exame Beer Judge Certification Program. Escola Superior de Cerveja e Malte Em Blumenau (SC), investe nas capacitações online com foco na produção cervejeira. A cada fim de semana se inicia uma nova turma. Cursos voltados para a área de produção industrial e gestão cervejeira. As atividades contam com

a transmissão síncrona das aulas realizadas na escola e o aluno online pode interagir no mesmo momento. Siebel Institute of Technology Renomada escola de produção de cerveja disponibiliza online a grade teórica do seu curso de formação de cervejeiro. São 3 cursos para diferentes graus de formação, começando no iniciante e seguindo até os módulos teóricos do curso de mestre cervejeiro. Para participar dos cursos é necessário preencher uma ficha de aplicação, principalmente para os cursos mais avançados, que demandam conhecimento prévio.

Contravento ... com Getúlio Vara

f E começou a eleição no Yacht Clube da Bahiaaaaa. Pelo menos a disputa pelo prêmio

O barco Team AkzoNobel foi o vencedor da sexta etapa da Volvo Ocean Race 2017-18, percurso de mais de 6 mil milhas náuticas entre Hong Kong e Auckland (Nova Zelândia). Com a brasileira Martine Grael a bordo, a equipe cruzou a linha de chegada na manhã desta terça-feira (27), após uma disputa milha a milha com o Sun Hung Kai / Scallywag pela vitória. A equipe holandesa do AkzoNobel fez o percurso em 20 dias, 9 horas e 17 minutos. Diferença de apenas 2 minutos para o segundo colocado, o Scallywag. Em terceiro chegou o MAPFRE, 22 minutos depois. A etapa foi uma das mais próximas da história, com o Dongfeng Race Team e Turn the Tide On Plastic terminando a prova 25 e 27 minutos, respectivamente, atrás do AkzoNobel. O sexto colocado foi o holandês Team Brunel, que terminou a etapa após 1 horas do vencedor. O resultado, além de um dos mais apertados de todas as edições do evento, foi histórico para a vela nacional, já que a campeã olímpica da Rio 2016 se tornou a primeira brasileira a vencer uma perna da regata de Volta ao Mundo.

“Sentimento incrível de ganhar uma perna em Auckland”, comemorou Martine Grael. “Foi Troféu Baixaria. É que o Comodoro Marcelo Sacramento de Araujo mandou uma nota de repúdio um clima muito tenso antes da chegada aqui na Nova Zelândia. Teve vento fraco, todo mundo se na qual manda pau nos ataques contra sua “honra, caráter, dignidade e da família”. “Meu padrão aproximando por trás com mais vento e foi muito tenso nas últimas 24 horas. Parecia uma pulga de vida é o mesmo nos últimos 20 anos”, bradou Marcelo. O engraçado é que parece que os que não queria sair!”. acusadores não aparecem, apenas jogam cocitas nel ventilador. Ah, para, ô... etapa da Volvo Ocean Race terá como destino final o Brasil. Os barcos f Mais uma baixa na tal nova Golden Globe: Gustavo Pacheco. Same old speech: no Money. partem noAdiapróxima 18 de abril de Auckland rumo a Santa Catarina, na cidade de Itajaí. A etapa vale Pelo menos não saiu atirando com metralhadora giratória. E ainda agradeceu nosso velho (ra- pontuação dobrada e terá desafios pelos mares do sul como os limites de gelo, ondas gigantes e bugento?) Amatucci pelo apoio dado pela divulgação do Almanáutica. Ponto pro cê, Pachecão! ventos fortes. O primeiro a contornar o Cabo Horn ganhará uma pontuação extra. (Foto Ainhoa Sanchez/VOR)

f E o Circuito Guarapiranga, ein? Em 2017 foram 113 barcos e 300 inscrições realizadas em 9 etapas. Esse ano a turma reduziu pra 5 etapas ???????????? Organizado X Esvaziado. Vamos ver quem vence a peleja. Resultados na edição 01 de 2019... Quem viver, não morrerá.

f Cenário: Regata de Abertura da Guarapiranga. Sol maravilhoso. Dois dias de competição. Eu disse dois? Opa. Era pra ser. Se a Classe Optimist não resolvesse simplesmente não aparecer no sábado e deixar pra correr no domingo, ignorando a Instrução de Regata. Insubordinação? Desrespeito? O clima pesou geral no domingo. Punição? Nada. Explicação? No. Se esse tipo de exemplo pegar quando chegar na Laser vai ter neguinho colocando motor de popa... Pode isso Arnaldo? Getúlio é velejador, bem informado, não tem meias palavras e sim, Vara é o sobrenome...

vras

Caça Pala

ALMANÁUTICA

10

Nesta edição 10 nomes de praias na Ilha Grande. Você conhece todas? Boa sorte! Se precisar de resposta mande um e-mail: falecom@almanautica.com.br e nós enviaremos a solução! ARAÇATIBA - DOIS RIOS - PARNAIOCA - MEROS - ABRAÃO- PROVETÁ AVENTUREIRO - LOPES MENDES - CAXADAÇO - PALMAS


Eles construíram um 44 pés em casa E os eletrônicos também! Chart plotter com AIS... ele criou um sistema de alarme que envia um SMS para dois telefones se a bomba de porão ligar ou ainda se o barco for invadido. Só? Não. Tinta venenosa também...

11

MB

Marinha do Brasil Submarino e navio HMS Ocean

Ana Paula de Lima e Dymphnus Vermeulen construíram no quintal de casa um barco que pesa 13 toneladas e possui 44 pés. E não é só (como se fosse pouco...). Dymphnus fez seus próprios eletrônicos e sua tinta venenosa. Isso mesmo. O homem é, digamos, fora da curva... Em dezembro de 2012, quando moravam em Carambeí, na região central do Paraná, os dois iniciaram o processo de construção do veleiro Belo. Cinco anos depois o projeto tornou-se realidade e já moram a bordo. Ana Paula tinha um salão de beleza em Carambeí e cuidavam do pai de Dymphnus, que estava doente. “Ficamos dois anos cuidando dele e depois que faleceu fomos para a Ilha do Mel descansar um pouco e lá descobrimos que viver de calção e chinelo é muito bom”, conta ele. Após cinco anos trabalhando no projeto, em novembro do ano passado a embarcação finalmente ficou pronta e foi realizada uma ‘operação de guerra’ para que o veleiro batizado de Belo pudesse entrar em Itajaí. “O caminhão era muito alto para entrar na cidade e ficamos uma semana num posto de gasolina até podermos entrar. Foi uma operação de guerra”, contou Dymphnus. O Almanáutica conversou com esse simpático, criativo e cojajoso casal. O áudio completo da entrevista você pode ouvir no site do Almanáutica (www.almanautica.com.br). Lá eles contam a origem da relação com o mar: o avô de Dymphnus era pescador na Austrália e a sua mãe sempre o levava para passear de barco (Sempre tiveram barco mas veleiro é o primeiro). E as finanças? Ele é analista de sistemas e trabalha em casa - agora no barco, portanto a renda vem - e continuará vindo dessa maneira. Como analista de sistemas ele desenvolveu

Vai um sorvete aí?

Rocha móvel - a lanchinha leva o sorvete até você Durante a temporada 2018, um barco da marca estará presente nas principais ilhas de São Sebastião com produtos da marca. Na geladeira, estarão presentes os maiores sucessos como o coco branco, mas também lançamentos como a pink limonade, e o whey protein, além de opções veganas. “É um ponto de venda promissor e também uma comodidade para quem curte o verão embarcado e não abre mão do picolé Rochinha, que é o mais amado do litoral paulista”, disse Lupercio Moraes, CEO da marca e idealizador do projeto. O “Barco Rochinha” visita as ilhas de São Sebastião das 10h às 19h durante todo o verão.

(e disponibilizou no Youtube) como construir um chartplotter com AIS e outras traquitanas. Eles mantém esse canal de vídeos ( busque no YouTube por veleiro Belo), além do Instagram e Facebook. Quem quiser acompanhar essa viagem, ou saber como fazer as traquitanas é só se inscrever lá! Dymphnus faz questão de agradecer 3 empresas que ajudaram quando mais eles precisavam: A Madeireira Muller, que disponibilizou um espaço para o término da construção

quando a casa ficou pequena. O Restaurante Aroma, cujo dono adora imagens aéreas então presenteou o casal com um drone para que eles registrem imagens da viagem pelo mundo. E a Frisia Cooperativa Agroindustrial, que disponibilizou o caminhão para levar o veleirão

de Carambeí para Itajaí. Bons ventos ao casal que ainda leva um cachorrinho a bordo...

A Marinha do Brasil iniciou dia 20 de fevereiro, com a presença dos ministros da Defesa do Brasil e da França, a fase de integração dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo previstos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O marco desta nova fase do PROSUB acontece no Complexo Naval da Itaguaí, com o início da montagem final do “Riachuelo”, o primeiro dos submarinos convencionais do programa a ter unidas todas as seções que formam o casco e os múltiplos sistemas já instalados em cada uma delas. Esta fase, de elevada sofisticação tecnológica, é a última, antes do lançamento do submarino ao mar, previsto para o segundo semestre ainda este ano. O PROSUB prevê, além da construção concomitante dos quatro submarinos convencionais, o projeto e a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear e a infraestrutura necessária à construção, operação e manutenção do ambos os modelos. O programa conta com forte participação de universidades e centros de pesquisa, o que gera, entre outros benefícios, transferência de tecnologia, desenvolvimento próprio de tecnologias, processos e materiais avançados, fomento ao desenvolvimento da base industrial brasileira de defesa, capacitação de profissionais em atividades altamente especializadas e milhares de empregos diretos e indiretos. -.Na manhã do dia 19 de fevereiro, em Plymouth – Inglaterra, o Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante de Esquadra Luiz Henrique Caroli, representando a Marinha do Brasil, assinou o contrato de transferência do HMS “Ocean” junto às autoridades do Ministério da Defesa britânico. Tendo sido incorporado à Marinha Real (Royal Navy – RN) do Reino Unido em 1998, o HMS “Ocean” foi projetado para realizar operações anfíbias com helicópteros embarcados e com Tropas dos Royal Marines (Fuzileiros Navais britânicos), bem como para atender a missões de ajuda humanitária, como a ocorrida em setembro de 2017, quando aquele Navio assistiu às populações Caribenhas que foram flageladas pela passagem do furacão “Irma”. Na Marinha do Brasil, o HMS “Ocean” será empregado em operações aéreas com helicóp-

HMS Ocean: 18 helicópteros

teros, operações anfíbias com tropas de Fuzileiros Navais e missões de Controle de Área Marítima para proteção de nossas Linhas de Comunicações Marítimas, bem como conduzirá atividades de apoio logístico, de caráter humanitário, de auxílio a desastres naturais e de apoio a operações de manutenção da paz. A incorporação do HMS “Ocean” à MB será em 29 de junho de 2018, sendo que o processo de transferência do Navio tem previsão de ser concluído até o final do mês de julho, com chegada ao Brasil em agosto. Até lá, os tripulantes brasileiros realizarão cursos na RN, em empresas fabricantes dos equipamentos e intensivos treinamentos, além de que o Navio executará serviços de manutenção e docagem em estaleiro britânico, de modo a que seja recebido em suas melhores condições de material e de preparação de nosso pessoal.

HMS “Ocean” - Características: • Comprimento total: 203,43 m; • Deslocamento carregado: 21.578 t; • Velocidade máxima mantida (VMM) prevista em projeto: 18,0 nós • Raio de ação: 8.000 milhas náuticas • Acomodação para tropa: 806 Fuzileiros • Aeronaves embarcadas: 18 helicópteros O Navio tem capacidade para operar simultaneamente até 7 aeronaves em seu convés de voo, podendo utilizar todos os tipos de helicópteros pertencentes aos Esquadrões da Marinha do Brasil, quais sejam: Seahawk (SH-16), Cougar (UH-15 A/B); Lynx (AH-11B), Esquilo (UH-12/13), Bell Jet Ranger III (IH-6B) e Super Puma (UH-14).


ABVC

INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO

Palavra de

PRESIDENTE É com muito entusiasmo que anunciamos um novo calendário de eventos para 2018. Após ultrapassarmos as dificuldades do ano que passou, iniciamos com novas ideias, novos rumos e uma série de eventos menores que farão a ABVC chegar mais perto de você! Nesse meio tempo viajei por algumas VicePresidências (VPs) e pude conhecer muitos associados do Brasil todo e ouvir o que eles gostariam da ABVC, sentir o que cada um gostaria de ter de retorno da nossa associação e ao longo do ano vamos implantando cada idéia, cada sugestão, na medida do possível. Faremos o melhor com a estrutura que temos hoje e já iniciamos o processo de migração da plataforma digital para uma mais moderna e inovadora, que irá se comunicar com as mídias sociais, porporcionará diversas formas de pagamentos e principalmente um clube de benefícios com inúmeros apoiadores. Em breve o novo site da ABVC estará no ar! Outra novidade é a nova página da ABVC no Facebook, administrada pela nossa competente Marina Bruschi, acompanhe, curta e compartilhe nossos posts. Aqui no Almanática, Priscila Marjorie fala sobre as mulheres na vela com matérias que dão um charme todo especial no nosso jornal. A ABVC já está apoiando eventos de outras entidades, Marinas, Clubes e Regatas do tipo Cruzeiro, onde estiver você, estaremos juntos com certeza. Destaque para o lançamento do Happy Hour ABVC. Toda primeira quinta do mês, a ABVC promoverá um encontro descontraído e reunir os velejadores para um bate papo a vela. Confira no calendário ao lado. Infelizmente tivemos que fazer o cancelamento do Cruzeiro Costa Sul, devido a baixa adesão, acreditamos que o fator meteorológico contribuiu muito para isso. Porém, também vamos remodelar esse cruzeiro e adaptá-lo para condições melhores, novos roteiros e paradas que vão despertar o interesse de todos. Nossos amigos do SONECA, Juca, Alan e Tio Spinelli chegaram bem à Africa do Sul, e com certeza terão muitas boas histórias pra nos contar, serão os convidados especiais da ABVC para o Ciclo de Palestras em vários Estados. Em breve teremos mais uma Edição do Anuário Brasileiro de Vela, do Murillo Novaes, contando toda nossa trajetória e nossos eventos do biênio. Parabéns Murillo por essa grande iniciativa. Ademais, nossas VPs estão trabalhando muito, acompanhe o cronograma de eventos, coloque a data na sua agenda e não deixe de participar, rever os amigos e fazer novos, afinal, a vela é um berço de grandes amizades! Passado o Carnaval, nos despedimos da crise e iniciamos o ano com bons ventos!! Envie a sua sugestão, crítica ou reclamações para presidente@abvc.com.br

Calendário de atividades 2018 Confira o calendário que preparamos para você, associado. Outras atividades de outras vice-presidências serão realizadas e ainda serão divulgadas. Mas esse é o calendário mínimo de atividades que você já está convidado a participar. Anote na agenda!

Junho Palestra - Melhor que uma meta atingida, um sonho realizado! – Max Gorissen – 30 de junho Agosto Clínica de Vela -Trimagem de velas – 11 de agosto.

Diretoria Nacional e VP Angra dos Reis

11º Encontro Nacional da ABVC – Angra Setembro Setembro dos Reis – 31 de Maio Clínica de Vela - Uso de bote de apoio – Happy Hour ABVC - 6 de setembro Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 08 de setembro Diretoria Feminina - Priscilla Marjorie - Bate papo e petiscos Outubro Curso de Vela ElaVela para Mulheres – Outubro Clínica de Vela - Manutenção preventiva Marina Farol de Paraty: 1º e 2º Semestre Happy Hour ABVC - 4 de Outubro de motores de centro – 13 de outubro /2018 – Datas a confirmar Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 Novembro - Bate papo e petiscos Ciclo de Palestras , jantares e ações dirigiCruzeiro ao Forte São João (Guarujá-Berdas as Mulheres da Vela ABVC day -21 de outubro - Guarapiranga tioga-Guarujá) – 10 e 11 de novembro VP São Paulo – Marcelo Rustiguer

VP Interior – Paulo Abreu (Comodoria Itupararanga: Luiz Paulo)

Março Happy Hour ABVC - 1º de Março (depois toda primeira quinta de cada mês). Local: Ilha dos Camarões – Av Vicente Rao, 1513 – Bate papo e petiscos Clinica Elétrica de Veleiros - Conceitos e fundamentos pra sua embarcação não ficar sem energia. - 17 de Março - R$ 390,00 Desconto de 10% para membros da ABVC (R$ 351,00) Utilize o cupom descontoabvc no site Inscrições www.brana.com.br

Abril Happy Hour ABVC - 5 de Abril Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 - Bate papo e petiscos

Março Palestra com Juca Andrade - Travessia do Atlântico rumo a África - 24 de Março no Pier São Francisco - Votorantim - Represa de Itupararanga

Novembro Happy Hour ABVC - 1 de Novembro Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 VP Paraty – Murilo Pigão - Bate papo e petiscos

Março Dezembro Pascoa na Ilha do Cedro - 31 de março Jantar de encerramento 06/dezembro Abril Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 Regata do Pigão 12 edição - 14 de abril - Bate papo e petiscos

União dos velejadores do sudeste com churrasco na Ilha das Couves (Angra, Paraty, Ubatuba e Ilhabela) - 29 de abril

Diretoria Rio de Janeiro – Matheus Eichler ABVC Day 28/abril –Represa do Guarapiranga Rio de Janeiro Bier Show – 22 a 25 de Julho Março Cruzeiro Costa Verde 2018 - 08 a 14 de Estande da ABVC, sorteios, desembarque julho pelo píer. VP SANTOS – Max Gorissen

Março Setembro Clínica de Vela - Tintas Venenosas – 17 Regata do Pigão 13ª edição - 22 de sede março tembro

Abril Maio Desafio África do Sul Cusco Baldoso - SoHappy Hour ABVC - 3 de Maio neca 2018 – Juca Andrade e Cia (a conLocal: Ilha dos Camarões - Av Vicente firmar). Rao, 1513 - Bate papo e petiscos Maio Clinica de regulagem de Vela 27/maio - Clínica de Vela - Manutenção de catracas Guarapiranga –12 de maio Passeio ao Forte dos Andradas (Guarujá) Junho – 26 de maio Happy Hour ABVC - 7 de junho Local: Ilha dos Camarões - Av Vicente Estamos trabalhando por uma ABVC meRao, 1513 - Bate papo e petiscos

lhor, para todos!

Bons ventos em 2018!

Paulo Fax

Presidente da ABVC

Agosto Chopp na Ilha da Cotia - 18 de agosto

Agosto Happy Hour ABVC - 2 de agosto Local: Ilha dos Camarões - Av Vicente Rao, 1513 - Bate papo e petiscos Clinica Motores de Popa (12 de agosto) Guarapiranga. Local a confirmar.

Convênios Consulte o site para mais detalhes e condições

Iate Clubes e Marinas

Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo, Marina Bracuhy, Marina Porto Imperial: 50% de desconto

nas duas primeiras diárias consecutivas em vaga molhada. Descontos

Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Ge-

ladeiras Elber, SetSail Inteligência Náutica (Iate Clube de

Santos): descontos em vistoria/Survey, assinatura semes-

tral de previsão de tempo e mar, contratação de Navegação

Planejada, Serviços e manutenções. Dream Yacht Charter

Brasil aluguel de embarcações no exterior, Cusco Baldoso cursos de vela oceânica: desconto e Isenção da taxa de

matrícula, isenção da taxa de pernoite, 10% de desconto nos cursos e atividades.

O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.


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