CATÁLOGO "VOAR DOCE LAR", RICK RODRIGUES E LUCCAS MARTINS

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RICK RODRIGUES E LUCCAS MARTINS

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Voar doce lar é um projeto multimídia dos artistas Rick Rodrigues (1988, João Neiva/ES, artista plástico) e Luccas Martins (1987, Louveira/SP, músico), selecionado EDITAL 001/2021 – SELEÇÃO DE PROPOSTAS ARTÍSTICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PARQUE DE ESCULTURAS REFERENTE AO PROJETO PARQUE CULTURAL CASA DO GOVERNADOR, VILA VELHA/ ES, na “Categoria Projeto de Exposição Temporária para o Parque Cultural Casa do Governador”. O projeto é um encontro entre a música e as artes visuais, apoiado na ciência com anseios educativos.

O conceito está em ter no movimento, na inconstância, no que não podemos carregar, na certeza da mudança: a nossa casa. A instalação é uma reflexão sobre o ponto de vista de ter nesses fatores o que nos define enquanto seres vivos. A natureza é o elemento que melhor representa o movimento incessante e infinito. Daí nasce a ideia dos artistas em propor obras baseadas nos pássaros, na simbologia de voar e de ter uma casa representativa, mesmo enquanto tudo isso está presente em um tempo-espaço igualmente em constante mudança.

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RICK RODRIGUES Cria do CB, o bairro Crubixá, em João Neiva (ES), Rick Rodrigues (1988) é artista plástico e mestre em artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Sua pesquisa explora o espaço da intimidade, do devaneio, da imensidão e da sensibilidade compreendidos por meio da fenomenologia poética da casa, da morada como proteção e como espaço de habitação. Ele trabalha com séries de desenhos, gravuras, bordados, objetos e pequenas instalações. Rick integra o grupo Almofadinhas, também formado pelos artistas Fábio Carvalho (RJ) e Rodrigo Mogiz (MG), que se dedica ao território do sensível e do delicado utilizando o bordado para elaborar suas obras, enfatizando memória, gênero, afetividade e sexualidade.

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O artista apresentou diversas exposições individuais e participou de mais de 50 exposições coletivas. Dentre as mostras individuais, destacamos: “Tratado geral das grandezas do ínfimo” (Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro/RJ, 2019); “Casa 34” (Galeria de Arte Espaço Universitário, Vitória/ES, 2018, com apoio do Edital Nº 016/2016 Projetos Culturais Setoriais de Artes Visuais – Secult/ES); e “Tudo o que não invento é falso” (Galeria Homero Massena, em Vitória/ ES, 2016, com apoio do Edital de Seleção Nº 015/2015 – Projetos de Exposição na Galeria Homero Massena – Secult/ES). Das principais exposições coletivas que participou, destacam-se: “Bispo do Rosário: Eu Vim – Aparição, Impregnação e Impacto” (Itaú Cultural, São Paulo/ SP, 2022); “VIX Estórias Capixabas” (Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, Vitória/ES, 2020), “Transbordar: Transgressões do bordado na arte” (Sesc Pinheiros, São Paulo/SP, 2020); “20/20” (Museu Vale, Vila Velha/ES, 2018); e “Experiência B” (Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Jacarepaguá/RJ, 2018). 7


Rick também participou das residências artísticas “Sesc Artes Vertentes”, na 10ª Edição do Festival Artes Vertentes, em Tiradentes/ MG; “Residência 8” na OÁ Galeria, em Vitória (E S), ambas em 2021; Programa “Territórios”, do Sesc Teresópolis (RJ), no ano de 2019; e Programa “Casa B”, do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea mBrac, Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (RJ), em 2018. O artista também foi premiado por suas séries de desenhos e bordados no Salão Nacional de Artes Sobre Papel, em São Paulo (SP), em 2020; na TRASH Incubadora de Artistas, em Atibaia (SP), no ano de 2018; e no 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, em Santo André (SP), em 2016. Rick Rodrigues foi finalista do Concurso Garimpo (2017) da Revista DASartes, vencedor na categoria voto popular. Já foi citado em textos críticos por Almerinda Lopes, Ana Paula Cavalcanti Simioni, Diana Kolker, Elisa Maia (Revista DASartes), Heloisa Espada, Luciane Bucksdricker, Neusa Mendes, Almandrade, Cesar Kirally, Luiz Gustavo Carvalho, Marcelo Campos, Ricardo Resende e outros. O artista esteve em exposições, oficinas e debates, na mesa “Alinhavo” (2021), no Sesc Pinheiros; “Costura como travessia, memórias como afluentes” (2021), oficina parte da programação do Festival Artes Vertentes “H2O” (2021); esteve no Festival Sesc de Inverno “Perspectivas e Pluralidades” (2019) do Sesc Teresópolis/RJ e Festival Artes Vertentes “Ciclo Pororoca” (2020) e “Se queres ser universal, comece por pintar a tua aldeia” (2018), em Tiradentes/MG. As obras de Rick Rodrigues contemplam diversos acervos institucionais, como Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, Galeria de Arte Espaço Universitário e Galeria Homero Massena, em Vitória (ES); Memorial Fundação Cristiano Varella, em Muriaé (MG); Galeria de Arte Ibeu, no Rio de Janeiro (RJ); Casa do Olhar Luiz Sacilotto, em Santo André (SP); e Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo (SP). Além deles, o artista também tem obras em coleções particulares nacionais e internacionais. 8

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LUCCAS MARTINS A experimentação e originalidade são marcas registradas deste artista multilinguagem. Seja enquanto percussionista, pesquisando e montando seu setup de percussão com instrumentos específicos como o handpan e o berimbau ou como produtor musical, utilizando técnicas de gravação e mixagem inusitadas que dão uma estética autêntica a qualquer projeto. Entre seus trabalhos recentes destacam-se: Luccas Martins Handpan Live in Europe (2022) EP gravado ao vivo na Espanha, França e Inglaterra, com performances solo de handpan e de pandeiro. As músicas desse álbum já ultrapassam 450.000 plays nas plataformas de streaming.

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Originários do Agora - Música Ancestral Contemporânea (2022) - álbum resultado das conexões vividas no projeto Handpan Brasileiro, no qual realiza vivências musicais com grupos de música regional com o intuito de inserir o handpan na música popular brasileira. O projeto nasceu buscando revelar o cenário real e atual da cultura indígena contemporânea por meio da música, desmistificando ideias preconcebidas sobre os povos originários. O Coral Guarani Kuara’y Retxakã, composto por membros da Aldeia Tekoá Mirim do Cacique Pedro da Silva de Aracruz/ES, deu voz às canções ancestrais pertencentes a seu povo ao longo de sete faixas em um álbum musical inédito. A parte instrumental do disco traz o lirismo da música guarani, que por vezes remete à música de concerto com a participação de quarteto de violoncelos, fagote e trompete e, ao mesmo tempo, finca os pés no tempo presente dialogando com a sonoridade de sintetizadores e da música eletrônica. A percussão gravada por Luccas Martins tem destaque especial com efeitos sonoros feitos de sementes orgânicas, 11


tambores e a participação do handpan, instrumento de percussão harmônico-melódico suíço, que confere sonoridade exótica e transcendental ao álbum. Voar Doce Lar (2022) - álbum de handpan solo criado especialmente para a obra homônima, uma instalação de arte contemporânea com formato site specific, concebida em parceria com o artista plástico capixaba Rick Rodrigues, em exposição no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha/ES.

do mundo. No cenário internacional, fez shows em Cingapura, Inglaterra, Paris e uma turnê de verão em Ibiza acompanhando a cantora madrilenha Elena Tovar. Cursou Percussão Popular na Escola de Música do Estado de São Paulo, “EMESP Tom Jobim” (2005- 2010) e Licenciatura Plena em Música na Faculdade de Artes Alcântara Machado, “FAAM” (2008-2012). Atua como músico profissional em shows e gravações desde então.

Em 2020, foi indicado na categoria Artistas Intérpretes: Cultura Popular no Prêmio Profissionais da Música 2020. Também teve duas músicas selecionadas no Festival Rádio Mec. Na categoria Música Instrumental, a composição Acaiá (Um Café Pra K-Ximbinho) é uma das faixas do projeto Pomar, disco ainda não lançado, em parceria com o premiado pianista Tiago Gomes, ganhador do Grammy Latino com o disco de Hermeto Pascoal. Já na categoria Música Popular, a canção Vislumbre cantada por Luccas Martins, violão e percussão, acompanhada de Rafael Cabello no acordeon e Rogério Botter Maio no baixo. Enquanto produtor musical, trabalhou em projetos com Toninho Carrasqueira, Toinho Melodia, Arleno Farias, entre outros. Em 2017, seu trabalho autoral Serelepe, voltado à música nordestina, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Grupo de Música Regional. Em 2019, o mesmo álbum figurou o chart dos discos de World Music mais tocados nas rádios da Europa. O currículo traz apresentações ao lado de grandes nomes da canção da MPB como Sérgio Reis e de expoentes da tradicional música instrumental brasileira, como o violonista Zé Barbeiro e o baixista Rogério Botter Maio. Também já se apresentou ao lado da cantora e percussionista italiana, Alessandra Belloni, que foi eleita a melhor percussionista 12

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ARTES VISUAIS São 59 (cinquenta e nove) objetos/esculturas no formato de casas de passarinhos de madeira, com 20 cm³ individuais e sustentadas por postes de eucalipto em alturas diferentes. O número de casas é uma referência à quantidade de espécies de aves que foram catalogadas no bosque da Casa do Governador de acordo com o relatório PRAD 2021 (Plano de Recuperação de Área Degradada - Relatório Geral Casa do Governador). Segundo o estudo, “as dez espécies de aves mais comuns na área foram, respectivamente, bem-te-vi, canarinhoda-terra, piru-piru, quero-quero, urubu-de-cabeça-preta, lavadeiramascarada, sabiá-da-praia, anu-preto, cambacica e sabiá-barranco, todas espécies nativas do Brasil”. As esculturas estão espalhadas pelo bosque e os pássaros poderão habitar as casas da instalação.

Voar doce lar também se propõe a cumprir funções educativas. Desse modo, com base no estudo citado acima, desenvolvemos placas de acrílico com os nomes populares e científicos de cada espécie de ave. Totalizando, também, 59 (cinquenta e nove) plaquinhas de textos, elementos fixados nos versos das esculturas. Nosso objetivo é despertar no espectador a curiosidade por conhecer os tipos de pássaros que habitam o ambiente da exposição, além de ser instrumento educativo facilitador em visitas mediadas a grupos diversos.

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MÚSICA A música se faz presente na instalação com a proposta de fazer alusão às características sonoras das dez espécies de aves mais comuns catalogadas no relatório PRAD 2021 da área em questão. São dez peças com inspiração em características dos cantos das aves como: padrão de repetição; canto livre; melodias ascendentes ou descendentes, entre outros. Composições focadas no handpan, instrumento de percussão melódico harmônico, criado na Suíça no início do ano 2000, que vem ganhando admiradores ao redor do mundo com seu som exótico, relaxante e suave. A duração média de cada música é de três minutos. As peças foram compostas e gravadas ao vivo, in loco, no bosque da Casa do Governador. As sessões de gravação de Luccas Martins aconteceram em períodos que privilegiaram a presença dos pássaros no local. A ideia é que esse som ambiente de natureza esteja presente nas gravações, tornando-as parte da experiência de visitar o local e ao mesmo tempo uma ferramenta de imersão auditiva. As peças gravadas estão disponibilizadas na íntegra nas plataformas de streaming como Spotify, Deezer, YouTube Music e Google Play, álbum que conta com bordados de Rick Rodrigues como arte de capa digital.

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INTERAÇÃO: ARTES VISUAIS E MÚSICA Voar doce lar é uma instalação interativa. Pretende-se proporcionar uma experiência de imagem (objetos/esculturas) e som (músicas) de modo que, ao se aproximar de determinadas casas expostas o espectador dispara as melodias compostas por Luccas Martins. Isso acontece por meio de sensores de presença que estão posicionados estrategicamente dentro de dez esculturas produzidas por Rick Rodrigues. As músicas resultaram da pesquisa sobre as dez espécies de aves mais vistas no bosque da Casa do Governador, conforme o documento de fauna e flora que consta no Plano de Recuperação de Área Degradada - Relatório Geral Casa do Governador 2021, que serviu como base para compor as músicas inspiradas nas respectivas espécies. As dez casinhas sonoras também contam com um elemento de transição para o mundo digital por meio de QR code do Spotify, impresso nas plaquinhas indicativas das espécies, os quais os visitantes podem escanear. As aves homenageadas foram: 1.Bem-te-vi 2.Canarinho-da-terra 3.Piru-piru 4.Quero-quero 5.Urubu-de-cabeça-preta 6.Lavadeira-mascarada 7.Sabiá-da-praia 8.Anu-preto 9.Cambacica 10.Sabiá-barranco 18

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As dez músicas presentes na obra foram distribuídas nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Youtube, Google Play, e outras. Elas estão em formato de álbum com o título: VOAR DOCE LAR

Original Handpan Soundtrack By Luccas Martins For Contemporary Art Exhibition By Rick Rodrigues E Luccas Martins. 60

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ÍNDICE REMISSIVO: CAPA: Rick Rodrigues, 2021. Desenho. Nanquim sobre papel. Dimensões: 21 cm x 29,7 cm. CROQUIS DA OBRA. DESENHOS DE RICK RODRIGUES: Páginas 2, 3 e 19. PROCESSO E MONTAGEM DA INSTALAÇÃO “VOAR DOCE LAR”: Páginas 5, 6, 9, 10, 15, 17, 20 a 45. PROCESSO DE CONCEPÇÃO DAS MÚSICAS E INSTALAÇÃO SONORA: Páginas 13, 46 a 59. BORDADOS DAS 10 PRINCIPAIS AVES DO BOSQUE DA CASA DO GOVERNADOR: Rick Rodrigues, 2022. Bordados sobre tecido morim. Dimensões: 40 cm x 40m [cada]. Páginas 48 a 57.

MÚSICAS: Luccas Martins, 2022. 10 músicas para handpan solo, compostas e gravadas ao vivo, in loco no bosque e na praia do Parque Cultural Casa do Governador, Praia da Costa, Vila Velha/ ES. Distribuídas nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, YouTube Music, Google Play e outras. Páginas 58 e 59. CRÉDITOS DE IMAGENS: Junior Luis Paulo: páginas 1, 2, 5, 6, 9, 10, 15, 17, 20 a 45. Giulyanna Cipriano: páginas 13, 46 a 59.

FICHA TÉCNICA Voar doce lar, Rick Rodrigues e Luccas Martins Instalação. Casas de passarinho de madeira, placas de acrílico, postes de eucalipto, caixas de som, sensores de presença e músicas gravadas in loco. Dimensões: 15 m x 15 m x 02 m. REALIZAÇÃO: Parque Cultural Casa do Governador PROJETO EXPOGRÁFICO: Rick Rodrigues e Evton Ramon PROJETO GRÁFICO: Evton Ramon FOTOGRAFIAS E TRATAMENTO DE IMAGEM: Junior Luis Paulo e Giulyanna Cipriano TEXTOS: Rick Rodrigues e Luccas Martins REVISÃO DE TEXTO: Giulyanna Cipriano

PRODUÇÃO EXECUTIVA: Dani Nogueira PRODUÇÃO DOS OBJETOS DE MADEIRA: ER Luthier MONTAGEM: Filipe Aliprandi Deodoro da Fonseca

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Orlandino

INSTALAÇÃO ELÉTRICA: Filipe Aliprandi MÚSICAS: Luccas Martins MIXAGEM E MASTERIZAÇÃO: Homero Lotito ELABORAÇÃO E MONTAGEM DOS SISTEMAS ELETRÔNICOS DE DISPAROS: Constantino Buteri Neto GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: Renato Casagrande VICE-GOVERNADORA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: Jacqueline Moraes

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SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA: Fabricio Noronha SUBSECRETÁRIA DE ESTADO DE POLÍTICAS CULTURAIS: Carolina Ruas Palomares SUBSECRETÁRIO DE ESTADO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA: Pedro Sobrino Porto Virgolino

Projeto selecionado EDITAL 001/2021 – SELEÇÃO DE PROPOSTAS ARTÍSTICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PARQUE DE ESCULTURAS REFERENTE AO PROJETO PARQUE CULTURAL CASA DO GOVERNADOR, VILA VELHA/ES, na “Categoria Projeto de Exposição Temporária para o Parque Cultural Casa do Governador”.

GERÊNCIA DE ESPAÇOS E ARTICULAÇÃO CULTURAL: Vinicius Fábio Ferreira Silva MUSEU DE ARTE DO ESPÍRITO SANTO DIONÍSIO DEL SANTO – ACOMPANHAMENTO DO EDITAL 001/2021: Nicolas Soares – Coordenador Rafane Andrade Catálogo da instalação “Voar doce lar” (2022), dos artistas Rick Rodrigues e Luccas Martins. Apoio: realizado com recursos do:


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