Floripa e6 2017

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H florianópolis

344 ANOS

floripa

é nº 6 Março 2017

entrevista

“É hora de colocar as contas em dia”, afirma prefeito Gean Loureiro

urbe

Revitalização de trilhas abre debate entre Floram, ONGs e trilheiros

cAPITAL DA INOVAÇÃO Segmento de TECNOLOGIA atrai cada vez mais talentos para Florianópolis

Gastronomia

Os Menus do Centro, do Destino SC, para conferir em Realidade Aumentada

A&D

Falta pouco para o Parque Marina na Beira-mar Norte virar realidade






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NAntonio Rubilar Ferreira Leão (Divulgação)

editorial l minha cidade l

especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

Uma publicação do Grupo RIC FUNDADOR e Presidente Emérito

Mário J. Gonzaga Petrelli

Grupo RIC SC presidente-Executivo

Marcello Corrêa Petrelli Diretor Superintendente

Reynaldo Ramos Jr.

estamos de olho O feriado de aniversário de Florianópolis foi instituído em 1976 para comemorar a emancipação política ocorrida em 23/03/1726. Porém, recentemente a Câmara de Vereadores alterou o dia de fundação para 17/02/1673, data da criação da póvoa por Francisco Dias Velho. Apesar da mudança, o feriado se mantém no dia 23 e é quando se celebra todas as efemérides da Capital, incluindo quando Florianópolis foi elevada de vila para município, em 24/01/1823, por Dom Pedro I. Neste momento festivo de uma das cidades mais amadas do Brasil, temos o orgulho de lançar a sexta edição da revista Floripa É. Muitos pontos se destacam na Capital, como a atração de jovens talentos para as nossas promissoras empresas de TI, além da nossa gastronomia, cultura e esporte. No entanto, apesar do momento comemorativo, tivemos o compromisso de retratar a situação calamitosa da Prefeitura. É importante a sua atenção para esse assunto, pois quanto mais a sociedade estiver de olho, mais participativa será ao cobrar o poder público. Para o Grupo RIC é um orgulho e uma grande satisfação estar mais uma vez presente no aniversário de Florianópolis, reforçando o nosso compromisso de ser o maior produtor de conteúdo regional do Brasil. Boa leitura! Marcello Corrêa Petrelli

Diretor Administrativo e Financeiro

Albertino Zamarco Jr. Diretor de Planejamento e Estratégia

Derly Massaud de Anunciação Diretor de conteúdo

Luís Meneghim Diretor Regional florianópolis

Roberto Bertolin

Revista FLORIPA É Produção Editorial

Victor Emmanuel Carlson assistente de produção editorial

Mia Von Baxtet Repórter

Matheus Boing fOTO DA CAPA

Flávio Tin Infografia

Rogério Moreira Jr. Gerente Comercial

Lauro Cordeiro distribuição

Ric Editora IMPRESSÃO

Gráfica Coan (Tubarão/SC)

Av. do Antão, 1857 – Altos do Morro da Cruz CEP 88025-150 – Florianópolis/SC (48) 3251-1440

Presidente-Executivo Grupo RIC SC

floripa É l 2017


NOSSA HOMENAGEM À FLORIPA VAI MUITO ALÉM DE UM ANÚNCIO DE PARABÉNS.

Nossa declaração de amor está na revitalização de parques e praças, no incentivo ao esporte, cultura e educação. Projeto Além Muros. Este é o nosso presente para Floripa nos seus 344 anos e em muitos outros que virão. Esporte: Patrocinador do Avaí FC desde 2009. Cultura: Patrocínio da Camerata Florianópolis. Lazer: Revitalização de praças e parques. Educação: Revitalização de escolas públicas. Cidadania: Ações em prol da valorização do indivíduo na comunidade.

Saiba mais: woa.com.br/woa/responsabilidade


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índice

l minha cidade l especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

10 Ariella Carioni Engelke minha cidade

rute ferreira gebler LUIZA GUTIERREZ

16 Pequenos gestos 20 Praça XV de Novembro 22 Clic F8 24 “É hora de colocar as contas em dia” 28 Prefeitura no vermelho especial

cartão-postal

Uma revista muito além do texto Curta a “Floripa É” com o aplicativo de Realidade Aumentada do Grupo RIC. É muito fácil! A seguir está o passo a passo para assistir os vídeos no seu smartphone. A. Baixe o Aplicativo gratuito nas lojas virtuais do Android (Play Store) e da Apple (App Store). Busque por “DDRRIC” ou acesse o site usando o QR Code ao lado. B. Instale o Aplicativo C. Abra o aplicativo e aponte a mira que aparece no seu smartphone nas matérias que possuem o marcador de Realidade Aumentada do Grupo RIC, como este abaixo. D. Mantenha a mira sobre o marcador e assista os vídeos produzidos pelo Grupo RIC.

Barra da Lagoa / João Pedro Assum

pção Bastos

galeria

entrevista

urbe

capital ganha rede cidadã Trilha da discórdia

46 Polo atrativo de talentos

Praia de Itaguaçu / Antonio Rubilar Leão

empreendedores

sucesso com Fine art Braçadas nos negócios plataforma pioneira Dezarranjo criativo o próximo salto é enorme

60 Menus do Centro gastronomia

Um brinde à cerveja

68 parque marina MAIS PRÓXIMO 72 fÔLEGO DE SOBRA A&D

Continente / Antonio Rubilar Leão

esporte

17º Ironman em maio

76 reflexo de um ser cultura

expressão em azulejo inspirado em jurerê catarse com humor castelo de cores Voando sobre floripa

86 Jornalismo e diversão na medida certa perfil RIC

floripa É l 2017

Mercado Público / Antonio Rubilar Leão



10

N Eduardo Guilhon (Divulgação) / Victor Carlson

minha cidade

l especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

A florianópolis DE

Ariella Carioni Engelke Sabor mexicano

A MANEZINHA TEM TANTO ORGULHO DA CIDADE QUE BATALHOU PARA REPRESENTÁ-LA

“Para aproveitar a vida noturna de Floripa acho demais o bar mexicano Guacamole, na Beira-mar Norte. É muito animado e a comida é maravilhosa. Uma boa dica para

Ariella foi rainha da Fenaostra, típica

se pedir são as flautas vegetarianas. Sério,

festa da cidade, em 2010, e pôde

é dos Deuses!”.

compartilhar com todos as belezas do

Av. Jorn. Rubens de Arruda Ramos, 2006

município e sua deliciosa gastronomia.

(Av. Beira-Mar Norte), na altura da Trav. Harmonia.

O pessoal da festa gostou tanto que ela foi convocada novamente no ano seguinte. Ariella também representou a capital no Miss Santa Catarina, quando figurou entre o TOP 5. Mas os concursos de beleza são só uma parte da sua história. Formada em Administração Pública na UDESC, ela ama praia, sol, tranquilidade e natureza. “Quero colaborar com o mundo

ingleses com sorvete italiano

deixando o mínimo impacto com um negócio de alimentação saudável, que ainda está mais na cabeça do que em planos de empreendorismo”, revela a

“Adoro o canto esquerdo da praia dos

simpática manezinha.

Ingleses. Depois do banho de mar, gosto de ir na sorveteria Monte Pelmo.

Dona Fulana

Piscinas naturais

“Um lugar muito legal de se conhecer é a

“Moro em Florianópolis desde que

confeitaria Dona Fulana, que tem várias

nasci, mas só conheci neste ano as

unidades na Ilha, mas eu prefiro ir na

piscinas naturais da Barra da Lagoa.

Lagoa da Conceição. Além de ter doces

Devia ter ido antes! É um lugar

e salgados deliciosos, tem um diferencial

magnífico. Para chegar, há uma trilha

para quem tiver animais de estimação.

de fácil acesso, toda sinalizada com

Eles têm espaço pet friendly para você

cordas nos trechos mais difíceis. Só

poder levar seu bichinho sem se preocupar

a vista já valeria a pena. A água é

Saudável

com “os olhares”. E o mais interessante é

cristalina, o local é lindo, dá vontade

“Perto do Beiramar Shopping tem o Fresh

que vendem quitutes feitos especialmente

de ficar lá o dia inteiro! Para entrar

Bowl Salad que é maravilhoso. Como me

para os animais, como quiches e cupcakes.

nas águas tem que pular das pedras.

tornei vegetariana há um ano, é o lugar

Esse lugar me conquistou por demonstrar

Uma aventura e tanto! Só precisa

perfeito. Tem opções para quem não é

essa preocupação com o bem estar dos

tomar cuidado com a correnteza”.

vegetariano também. Uma dica: o açaí de

nossos bichinhos”.

Na Barra da Lagoa, depois da ponte pênsil,

lá é um dos melhores que já comi”.

No centrinho da Lagoa, na Avenida Afonso

siga para a Prainha do Leste. O acesso da

Rua Altamiro Guimarães, 20, esquina com a

Delambert Neto, 663.

trilha fica no canto direito.

Avenida Beira-mar Norte.

Floripa É l 2017

Ela é tão deliciosa que vale a pena até esperar na fila (que sempre tem). Aproveito a praia e ainda me delicio com um autêntico sorvete italiano. Pena que fecha no inverno”. Na Esquina da Rua Brisamar e da Rua Lázaro de Oliveira Souza.



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Victor Carlson

minha cidade

 especial  cartão-postal  galeria  entrevista  urbe  empreendedores  gastronomia  a&d  esporte  cultura  perfil RIC

A FLORIANÓPOLIS DE

RUTE FERREIRA GEBLER CENTRO HISTÓRICO “Adoro andar no entorno da Praça Quinze de Novembro e passar pela Catedral, o Mercado Público e, claro, o Teatro Álvaro de Carvalho. Também gosto de caminhar pela Rua Conselheiro Mafra e apreciar as muitas casas que ainda conservam suas característica originais”. Centro de Florianópois.

SANTO ANTÔNIO E SAMBAQUI

A CANTORA QUE ENCANTA GERAÇÕES INDICA SEUS LUGARES PREFERIDOS NA CIDADE

1971. Ela trabalhou no Coração de Jesus,

Nascida em Pelotas (RS), Rute começou

“O projeto abriu um leque de oportunidades

“Tem casario, igreja, artesanato e ainda

a cantar ainda criança e aos 23 anos se

para muitos jovens que seguiram caminho

dá para experimentar ostras cultivadas

formou pelo Conservatório da Universidade

na música e tenho imenso orgulho disso”,

no local. O pôr do sol é uma atração

de Música de Pelotas. No ano de 1969,

conta. Com uma voz que emociona as

imperdível. Já no Sambaqui indico o

quando chegou em Florianópolis, ela já

platéias, Rute já foi agraciada com inúmeras

Restaurante Restinga. Meu neto de

tinha sido semifinalista do II Concurso

homenagens, entre elas, o Prêmio McCall

cinco anos adora. Dentro têm vários

Internacional de Canto do Rio de Janeiro

Life Father do Clube Soroptimista (1978), o

componentes do Boi de Mamão como

(1965). Depois foi finalista do Concurso

título de Cidadã Honorária de Florianópolis

a Maricota e outros personagens que

Nacional de Canto de Goiânia (1977). Foi

(1985) e de Cidadã Catarinense (2000).

aguçam a curiosidade das crianças”.

em solo catarinense que Rute teve a maior

Atualmente ela dirige o Estúdio Vozes e

O Restaurante Restinga fica na Rodovia Gilson da

parte da vivência musical e sua primeira

escreve textos de memórias sobre a sua

Costa Xavier, 2759.

apresentação na Capital foi no TAC, em

carreira “com histórias hilárias”, revela.

JURERÊ

RIBEIRÃO DA ILHA

“A Costa da Lagoa é um passeio

“A praia de Jurerê Tradicional é a minha

“O Ribeirão no sul da Ilha também

lindo. Os barcos param nos trapiches

preferida. Sou bem conservadora quanto

é lindo. As casinhas açorianas são

dos restaurantes para embarque e

a isso. Ali ainda tem aquelas pessoas

um convite para caminhadas e o

desembarque de passageiros. Assim é

que se conhecem e se encontram. É um

Restaurante Ostradamus tem minha

possível passear, comer, beber e depois

contraste com Jurerê Internacional.

recomendação”.

retornar de barco para a Lagoa”.

Mas toda a praia é uma delícia”.

O Ostradamus Bar e Restaurante fica na

O terminal lacustre fica ao lado da ponte da

Final da Rod. Maurício Sirostsky Sobrinho/SC-402

Rod. Baldicero Filomeno, 7640.

Lagoa da Conceição.

na Udesc e foi regente da Associação Coral entre 1972 e 1982. Rute também realizou eventos que fizeram história em Florianópolis, como o “Vozes da Primavera”.

FLORIPA É  2017

COSTA DA LAGOA



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NMarcos Campos (Acervo pessoal) / Divulgação

minha cidade

l especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

A FLORIANÓPOLIS DE

LUIZA GUTIERREZ a COLUNISTA DO JORNAL NOTÍCIAS DO DIA REVELA SUAS DICAS PARA CURTIR A CIDADE A dinâmica jornalista tem uma agenda cheia de compromissos. Além do jornal, é ativista de causas voltadas ao câncer e inclusão, sendo voluntária em eventos em prol de entidades como a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), Associação Brasileira de Portadores de Câncer (Amucc) e APAE. Luiza começou no jornalismo na década de 1980 e na RIC em 2001. “Hoje a RIC é a minha segunda casa”, afirma a colunista. Morando na Capital desde 1977, em 2015 ela recebeu o título de Cidadã Honorária de

Toque de mãe “Viver em Florianópolis permite o contato com a natureza, as experiências em grupo com trilhas, remadas e acampamentos em família. Fica a dica para que os pais tirem a molecada da frente do computador e programem atividades em contato com a água, que além de renovarem as energias, movimentam o corpo e curam o estresse. Existem muitas opções de aluguel de pranchas para praticar o esporte sem ter que investir no equipamento. A sugestão é que as famílias procurem pessoas e empresas capacitadas e responsáveis para que tenham segurança. Permitamse as aventuras, mas com atenção e segurança sempre!”.

Florianópolis pela Câmara Municipal. “Sou manezinha da Ilha por simbiose e amo essa cidade”, declara Luiza, que foi indicada ao Prêmio Mulheres Que Fazem a Diferença da ACIF Mulher. O resultado sai no dia 30 de março. “O que vale é ter sido indicada. Isso já um grato reconhecimento por minha atuação na área de ação social”. finaliza a jornalistas que está sempre envolvida com a maioria dos eventos filantrópicos que mexem com a cidade.

Trilhas pela Ilha

Stand up

“Tem muita opção de trilha na Ilha.

A Trilha da Praia do Gravatá tem início na rodovia

Eu já fiz várias vezes a Trilha da Praia

SC-406, cerca de 400 metros após o trevo da

“Seja do Rio Vermelho para a Costa da

do Gravatá. O caminho não é tão

Praia da Joaquina em direção à Praia Mole. O

Lagoa, na Lagoa do Peri, na Remada

difícil e a chegada na pequena praia

percurso é de 1.800 metros com trilha bem larga

da Lua Cheia do SUP de Sambaqui até

dá a impressão de entrar no paraíso.

e belo visual da Praia Mole.

Santo Antônio, no canal da Barra da

Outra dica interessante é a trilha da

A Trilha que liga a Praia da Galheta à Praia da

Lagoa ou nas travessias do Sambaqui

Barra da Lagoa. Gosto de sair da praia

Barra da Lagoa tem 3.400 metros de extensão

para as Ilhas do Ratones Grande e

da Galheta, percorrer todo o maciço

e dois belíssimos pontos de vista panorâmicos,

Ratones Pequeno, já fiz todas e sempre

da Barra da Lagoa até chegar na

com paisagem incluindo grande parte do Leste

estamos planejando outras aventuras

ponte pênsil. O visual de toda a Ilha é

da Ilha e de quase toda a Lagoa da Conceição.

em grupo ou em família. O meu caiaque

muito especial. Também tem a Trilha

A Trilha do Morro das Aranhas começa junto às

é o barco de apoio do marido e filho,

do Morro das Aranhas. Essa é um

inscrições rupestres no costão direito da Praia

que já foi meu parceiro de remada, mas

pouco mais difícil, mas a paisagem

do Santinho. O percurso é de 2.700 metros.

hoje prefere o Stand Up Paddle”.

ao chegar na Praia do Moçambique é

Atenção com a proximidade dos costões e com a

Procure SUP Sambaqui na Praia do Sambaqui,

sensacional”.

descida íngreme no Moçambique.

(48) 9679-9114. www.supsambaqui.com.br

Floripa É l 2017



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minha cidade l

especial

l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

pequenos gestos, grandes resultados

Os três totens do Sou Bem Floripa se tornaram marca registrada da cidade e sao fotografados por dezenas de milhares de pessoas, como este na Lagoa da Conceição

Depois de quatro anos do Movimento Sou Bem Floripa, que incentiva pequenos gestos para gerar grandes resultados, a ideia contagiou outras cidades do Estado até a criação da campanha Somos Bem Santa Catarina

Os encantos de Florianópolis e a vontade do Grupo RIC em usar a força da mídia para destacar e incentivar ações positivas motivaram a criação do Movimento “Sou Bem Floripa”. O ano era 2013 e a RICTV Record instalou totens coloridos em pontos de grande circulação de pessoas com as inscrições “Sou Bem Floripa”. Iniciava então um contínuo movimento para provocar mudanças positivas por meio do incentivo a pequenos gestos e atitudes que promovam a cidadania e o espírito de coletividade. As ideias Bem Floripa motivaram campanhas na TV, jornal e redes sociais. Foram sugeridas mudanças práticas como ser cordial no trânsito; economizar água; denunciar maus tratos aos animais; conceder lugar no ônibus para idosos, gestantes e Floripa É l 2017

deficientes físicos; e preservar a natureza. Para sugerir melhorias para a estrutura da cidade foram realizados seis debates na sede do Grupo RIC, em Florianópolis. Participaram entidades e representantes de organizações, com transmissão ao vivo pelo RIC Mais, acompanhamento do público pelas redes sociais e transmissão posterior pela Record News SC. Com o tempo ações beneficentes agregaram ainda mais importância, provando que o movimento alcançava seu objetivo. A maior ação foi um show no Point do Riozinho, no Campeche, que arrecadou mais de três toneladas de alimentos revertidas ao Lar Seove, que atende idosas de Florianópolis, e ONG Lar Recanto da Esperança, que se destina a recuperação de dependentes químicos.


17 NMarcos Campos (Divulgação)

Ações de conscientização ambiental também foram efetivadas. Para alertar o público quanto à proibição de cachorros nas praias foram realizadas parcerias para a instalação de mais de 40 placas de orientação nos balneários da Capital. Além disso, uma praça foi adotada no Morro do Horácio. O movimento foi responsável pela revitalização, com colocação de gramados e bancos, a pintura de muros e brinquedos, cercas e plantas. Após quatro anos do seu início o “Sou Bem Floripa” colhe frutos, mostrando que é uma marca consolidada na cidade. Os totens estão presentes nas fotos divulgadas por moradores e turistas nas redes sociais com a hashtag oficial #SouBemFloripa, transformando o movimento em uma marca que representa a cidade a nível nacional e internacional. Só no Facebook a página oficial do movimento possui uma interação semanal de 74 mil pessoas que comentam, compartilham e enviam fotos e vídeos. Os prêmios foram uma consequência do movimento. Em 2014 o “Sou Bem Floripa” foi reconhecido no prêmio Empresa Cidadã pela ADVB/ SC, que homenageia as empresas catarinenses que fazem da responsabilidade social o seu melhor exemplo. Em 2015 a iniciativa brilhou nacionalmente e conquistou o Prêmio Marketing Contemporâneo da Associação Brasileira de Marketing e Negócios. Além de receber o título da categoria “Responsabilidade Social e Sustentabilidade” o movimento ganhou o troféu de destaque em relação aos cases concorrentes pela primeira vez na história da premiação. A iniciativa também foi apresentada como case de sucesso na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em Porto Alegre, onde participaram alunos e professores da instituição.

O movimento Sou Bem Floripa deu origem ao Somos Bem Santa Catarina

Com tanta repercussão, em 2015 a iniciativa rompeu as barreiras locais, levando para Joinville, Blumenau, Itajaí e Chapecó a bandeira Sou Bem. Para Marcello Corrêa Petrelli, presidente executivo do Grupo RIC SC, a iniciativa superou as expectativas. “O Sou Bem Floripa é um movimento que nos dá orgulho e nos ajuda a trabalhar com mais ênfase temas de relevância regional. Acreditamos na nossa cidade, no nosso Estado e vamos avançar cada vez mais”, afirma. No ano seguinte o Grupo RIC lançou o posicionamento “Somos Bem Santa Catarina”, que relaciona todos os movimentos Sou Bem do Estado. A peça da campanha é um filme (confira no marcador acima) onde as letras das palavras “Somos Bem Santa Catarina” passam por cada região catarinense, sendo levadas por pessoas de diferentes etnias até unirem-se em um só grande totem. Floripa É l 2017

Websérie valoriza lugares tradicionais Contando com o bom humor do manezinho, o movimento lançou recentemente a websérie “Só em Floripa”. Resumida em oito capítulos a série apresenta programas para se fazer somente na Capital e é veiculada exclusivamente pelo Facebook do “Sou Bem Floripa”. Guiados por dois jovens manezinhos, a Carol e o Duda, os internautas visitam um lugar diferente da Ilha em cada capítulo com muito bom humor e descontração. A dupla já colheu e comeu ostras fresquinhas no Ribeirão da Ilha; pegou siri à noite na Lagoa da Conceição; fez a trilha da Lagoinha do Leste e Stand Up Paddle na Lagoa do Peri. A ação mostra como aproveitar a cidade com consciência e reafirma o objetivo do movimento “Sou Bem Floripa”.


18

N Divulgação

Grife “Sou Bem Floripa” Com a construção de uma marca forte, com apelo suficiente para atrair o desejo dos consumidores, o movimento passou a comercializar seus produtos. Camisetas, toalhas de praia, adesivos e imãs de geladeira ganharam a estampa “Sou Bem Floripa”. A grife foi licenciada por meio da Soulvenir, empresa florianopolitana especializada em transformar o espírito manezinho em produtos. O planejamento, desenvolvimento de produto (criação), produção e

Interaja com o Movimento

comercialização ficou por conta da empresa. As artes foram pensadas usando elementos e linguagens da cultura manezinha, incentivando ações positivas, como

Os totens estão localizados na Av. Beira Mar Norte (próximo ao

a preservação da natureza e dos animais. As cores também

trapiche), no mirante da Lagoa da Conceição (no alto do Morro das

harmonizam com o colorido da campanha e dos totens do

Sete Voltas) e no Parque de Coqueiros, próximo a cabeceira da ponte.

“Sou Bem Floripa”. Parte da renda da venda dos produtos

facebook.com/

instagram.com/

será revertida em mais ações em prol da

SouBemFloripa

soubemfloripa

cidade, completando o ciclo do bem do movimento. Os produtos estão disponíveis para venda pelo site soulvenir.com.br ou na loja Soulvenir localizada no segundo piso do Shopping Iguatemi. floripa É l 2017


Na segunda de manhã sou bem Felipe Schmidt. Na terça de tarde sou bem Praça XV. Na quarta à noite sou bem Itaguaçu. No happy hour de quinta sou bem Santo Antônio. No final de tarde de sexta sou bem Lagoa da Conceição. No almoço de sábado sou bem Mercado Público. No domingo de tarde sou bem Ribeirão da Ilha.

Florianópolis, 344 anos. Uma homenagem do Grupo RIC, o maior produtor de conteúdo regional, à cidade que, todos os dias, nos enche de orgulho.


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minha cidade l especial l

cartĂŁo-postal

l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

Floripa É l 2017


21 NFlávio Tin

Um ângulo diferente da Praça XV de NOvembro e da rua Felipe Schmidt no olhar do fotógrafo Flávio “voando por floripa” tin. Confira mais no página 81.

Floripa É l 2017


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minha cidade l

especial l

cartão-postal l

galeria

l entrevista l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

Clic F8

Palácio Cruz e Sousa / Anto

nio Rubilar Leão

O grupo f8 é composto por amigos apaixonados por fotografia e que têm floripa como tema permanente

Barra da Lagoa / João Pedro Assum

pção Bastos

Coqueiros / Anísio Borges

Centro / Sidney Kair

Ponta do Leal / Antonio Rubilar Leão

Centro / Sidney Kair

Artesanato / Anísio Borges floripa É l 2017

Centro / Anísio Borges

Centro / João Pedro Assumpção Basto

s


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Coqueiros / Anísio Borg

es

Centro / Sidney Kair

Ponte Pedro Ivo / João Pedro Assumpção Bastos

Av. Beira Mar/ João Pedro Assumpção Bastos Coqueiros / Antonio Rub

ilar Leão

Centro / Anísio Borges

Av. Beira-mar Norte / Sidney Kair Santo Antônio de Lisboa / João Pedro

Barra da Lagoa / João Pedro Assum

pção Bastos

Assumpção Bastos

Coqueiros / Anísio Borg

floripa É l 2017

Praia da Armação / Sidn

ey Kair

es Ribeirão da Ilha / João Pedro Assum

pção Bastos


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minha cidade l especial l cartão-postal l galeria l

entrevista

l urbe l empreendedores l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

“É hora de colocar as contas em dia” EM ENTREVISTA EXCLUSIVA, O PREFEITO Gean loureiro afirma que vai zerar a conta até o fim do ano e trabalha em várias medidas para reduzir custos e incentivar a economia A cidade está emporcalhada de pichações e grafites. A Prefeitura vem discutindo uma regulamentação e estamos buscando a revitalização dos espaços públicos. Não queremos eliminar a possibilidade do grafiteiro expor seu trabalho, mas ao mesmo tempo isso precisa ser coordenado pelo poder público. A pichação, sim, nós queremos eliminar para dar um aspecto melhor à cidade. Está se formando uma cracolândia na Baía Sul, no Centro. Hoje a cidade tem mais de 500 moradores em situação de rua. Estamos buscando investimentos para um projeto de assistência social que deverá ser lançado no aniversário da cidade. Vamos localizar aqueles que desejam retornar às suas cidades e ter o controle para não ser uma viagem com retorno. Depois vamos renovar convênios com comunidades tera-

pêuticas para que o dependente faça o tratamento. Também iremos trabalhar com as ONGs que lidam com dependente químico, a maioria usuária do crack, para evitar que a dependência se transforme em delitos. Para que serve o IPUF em uma cidade exemplo de ocupação desordenada? Hoje a missão principal é organizar o novo Plano Diretor, que normatizará o crescimento da cidade. Agora alinhamos tudo na Secretaria de Meio-Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Urbano para que possam atuar em conjunto. O IPUF é onde tramitam todos os processos administrativos e a entidade passa a ter um valor muito maior do que agir isoladamente sem estrutura e condições de trabalho. O poder público é atropelado pelas floripa É l 2017

inovações que oferecem serviços mais baratos e com qualidade. Sempre que se discute uma lei de informática no Congresso ela já está defasada antes mesmo da aprovação. É preciso trabalhar com normas que regulamentem as atividades para ter mais rapidez nas definições. Em janeiro regulamentamos a lei e o fundo de inovação para ter mais agilidade por meio de decreto de toda a atividade. O Uber é um exemplo prático de que às vezes as resistências são superadas pela tecnologia que atropela o sistema. A administração pública ainda está vivendo uma época jurássica. Portanto, temos uma cidade absorvida pelo mundo digital nas empresas privadas, mas ainda não encontramos uma cidade digital que desejamos. Esse atendimento melhor ao público usando as tecnologias é que vamos priorizar.


25 NDaniel Queiroz (ND)

Logo teremos um “Uber” para o transporte coletivo. Por isso precisamos regulamentar o serviço para que possamos trazer aspectos como a segurança, mas sem deixar que as inovações sejam utilizadas. O Estado é mais capaz do que a sociedade para regular? A discussão não é sobre quem é mais capaz, mas sim, da concessão de serviço público que precisa ser regulamentada, sob pena de isso trazer um prejuízo para toda sociedade. Portanto, existem alguns pontos que podem ser trabalhados por meio de regulamentação e atualizações à medida que chegam novas tecnologias. A Comcap é deficitária e a Prefeitura está no vermelho. Não seria o momento ideal para privatizar? Não. Entendemos que é uma empresa que pode ter resultados com gestão diferente. Nosso objetivo é que a Comcap seja uma companhia de melhoramento urbano. Vamos iniciar a manutenção dos abrigos de ônibus e cuidar da manutenção predial das nossas unidades. Ampliaremos as atividades para áreas que dão mais retorno financeiro e diminuir os custos com automatização. Nem sempre a privatização é o melhor resultado. Temos uma nova visão de gestão onde a Comcap terá uma capacidade de arrecadação ainda maior. Mas a manutenção predial não é terceirizada hoje em dia? Sim, mas faremos com a Comcap por um valor bem menor. A reforma da passarela no Carnaval chegava a R$ 1 milhão. Fizemos tudo por menos de R$ 100 mil. O contrato de manutenção dos abrigos de ônibus será de 10 a 15% do contrato anterior de R$ 500 mil. A Comcap vai desonerar o poder público, será autossustentável e geri-

da de maneira profissional. Alguma privatização planejada em função da situação da Prefeitura? Nós estamos trabalhando algumas possibilidades com parcerias público-privadas. Inclusive regulamentamos as PPPs com o nosso pacote de janeiro. Queremos desonerar o município de atividades que a iniciativa privada pode executar. Portanto, estamos estudando onde podemos realizar PPPs.

“Nem sempre a privatização é o melhor. Temos uma visão de gestão onde a Comcap terá maior capacidade de arrecadação” A parte privada se sente muito insegura com as PPPs. Por isso fizemos uma regulamentação municipal. A lei federal trazia valores impossíveis para os municípios. Agora temos uma regulamentação com estabilidade normativa e segurança jurídica para as empresas. A situação financeira dificulta a realização do compromisso de novas creches. O senhor pensa em “comprar” vagas na rede privada? Estamos fazendo o estudo daquilo que traga a mesma qualidade que é prestada no público e que possa ter um custo menor. Vamos finalizar as creches que já estão em execução. Não descartamos nenhuma possibilidade, mas primeiro vamos buscar o equilíbrio financeiro para fazer projetos pilotos. O que nós queremos é fazer um atendimento cada vez maior, floripa É l 2017

de maneira gradativa, para poder ter o atendimento universal para todas as crianças até 6 anos. Joinville “comprou” essas vagas, dobrou a quantidade de 10 para 20 mil e elas são mais baratas. Estamos fazendo o diagnóstico de quanto custa cada criança na creche e se com esses recursos é possível atender melhor ou se é possível atender por outro meio. O atendimento pela rede privada pode ser mais barato, mas será preciso fazer uma avaliação pedagógica muito qualificada, pois queremos garantir o melhor de atendimento e contemplar o maior número de crianças. O aumento do ITBI não resultou em maior arrecadação de imposto, mas sim, em maior da inadimplência. Com a dificuldade da Prefeitura, reajustar os impostos é a alternativa? Acredito que a sociedade já percebeu o meu estilo de governar. Nós corrigimos isso reduzindo a carga tributária para 2% e 0,5%, dependendo do caso. Adotamos um pacote de medidas que não reajustou nenhuma alíquota tributária, apesar do corpo técnico da Secretaria da Fazenda defender o aumento da alíquota do ISS. Não iremos aceitar nenhum aumento de imposto. Precisamos buscar o desenvolvimento econômico ampliando a arrecadação com mais empresas instaladas. Vamos eliminar os entraves burocráticos e regularizar quem quer pagar imposto, mas não consegue pela demora. Também vamos cobrar os grandes devedores com ações administrativas como o pedido judicial de indisponibilidade de bens e credenciamento das instituições bancárias para financiamento das dívidas dos devedores para obter o recebimento imediato. Obviamente fizemos uma


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reforma administrativa que reduziu o número de cargos comissionados e que também reavaliou os benefícios que não condiziam mais com a realidade. Se o pacote não fosse aprovado só sobraria o aumento do imposto. A população já está no limite e um aumento amplia a sonegação. Não subimos os impostos, somente reduzimos. A economia de R$ 4 milhões dos comissionados é valor irrisório em relação à folha de R$ 1 bilhão. Nós não estamos tomando uma única medida. Quando acabamos com a incorporação dos servidores na ativa, conseguimos frear o crescimento geométrico da folha. Quando reduzimos a hora extra também diminuímos o custo da Prefeitura. Não é uma ação isolada que resolve o problema financeiro, mas um somatório de ações. Muitas vezes você tem que dar o exemplo. Eu baixei um decreto que diminui o salário do prefeito em 30%, do vice em 20% e dos secretários em 10%. Isso não resolve o problema, mas dá exemplo. Acredito que R$ 20 milhões é bastante dinheiro. No total da folha parece pouco, mas é muito dinheiro. O impacto pequeno não justifica que eu não faça. Reduzimos os valores de aluguéis de R$ 20 milhões. Não resolve, mas se soma ao resultado. Portanto, hoje a Prefeitura não tem um único foco, mas está em todas as frentes, reduzindo custeio para permitir a volta da capacidade de investimento. A cobrança de dívida tem um efeito de curto prazo? Sim, mas estamos atuando em duas frentes. Estabelecemos convênio com o Ministério Público de Santa Catarina para entrar com ação criminal contra os devedores. Claro que se eles pagam você não recebe mais. Por outro lado, também estamos trabalhando setores da economia que vêm sonegando o ISS. Quando um determinado setor passa a pagar, isso é

incremento real, pois é permanente. Quando começarmos a cobrar, toda a base tributária aumentará. Por isso não é necessário aumento de imposto para ter mais arrecadação. A despesa da folha sobre a receita corrente líquida era de 39,5% em 2008 e 57,42% em 2016. Quais foram as razões do aumento? Muitas delas, como as incorporações, corrigi neste pacote. Também houve incremento de servidores em atividades da saúde e da educação. Mas no momento em que acabamos com a gratificação freamos o aumento. Por isso era necessária essa mexida, sem ferir os direitos adquiridos, para que se estancasse o crescimento geométri-

“Se o pacote não fosse aprovado só sobraria o aumento do imposto. A população já está no limite” co da folha. Se não tomássemos essas medidas chegaríamos em dezembro com quase 70% de comprometimento. Isso foi criado por diversas leis, como a 63/2003, que geraram cada vez mais despesas. Os políticos são os responsáveis pela situação atual? Existe uma demanda do servidor público por uma melhor remuneração. Só que hoje chegamos em um ponto onde isso tem que ser reavaliado. Em algum momento tem que se ter essa responsabilidade. Eu preferi ter desde o primeiro momento. Todas essas leis foram votadas por unanimidade. Os prefeitos e vereadores não fazem conta? floripa É l 2017

Provavelmente o plano de cargos foi decidido para acabar com uma greve. A de 2003, por exemplo, na época não impactava tanto na folha. O pagamento da primeira parcela do plano de cargos também foi no período de greve, quando já se estava acima do limite prudencial. Hoje estou tendo a responsabilidade de avaliar tudo isso. Mas quando se encaminha o projeto para a Câmara Municipal, ela passa a entender que o município tem as devidas condições de pagar. O que está sendo bom é que esse momento de austeridade na Prefeitura está permitindo reavaliar benefícios que se demonstraram impossíveis de serem realizados. Mas isso não era possível avaliar na época? No PCCS a estimativa era R$ 50 milhões e passou de 100. Exato. Seria mais do que R$ 100 milhões neste ano se não tivéssemos revogado as cláusulas financeiras. Naquele momento não houve a responsabilidade do encaminhamento. Eu fale isso. Encaminharam um projeto que era impossível de se cumprir. Agora, não é porque o governo passado fez que eu não tenha que corrigir no presente, mesmo que isso me gere uma impopularidade no serviço público. Mas eu não posso perder a minha credibilidade. Ainda assim a conta não fecha. Se nós não tivéssemos tomado essas medidas a Prefeitura estaria completamente falida já neste ano. Nós freamos o crescimento geométrico de despesas, com uma folha que não tinha como arcar desde agora. Nenhuma administração buscou reavaliar tantos benefícios existentes há tanto tempo e que não se tinha coragem de discutir. Nós tivemos a coragem de enfrentar. Se aconteceram erros no passado, eles já foram cometidos e nós temos é que não cometê-los novamente. Mas, prefeito, a conta não vai fechar daqui a alguns meses...


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Se nós não tivéssemos adotado esse pacote, a partir de setembro não pagaríamos a folha e não teríamos como cumprir o plano de cargos em maio. Haveria uma série de novas incorporações. Agora passa a não ter mais. Vamos pagar, até o momento, parte do salário de dezembro. Ainda não temos recurso para a outra metade e 13º. A arrecadação e a gestão interna têm que gerar R$ 140 milhões. Se existe alguém bom de conta sou eu. Eu não dormi a primeira semana pensando que teria quatro meses sem salário e aí sim haveria uma greve interminável. Por isso que desde o primeiro momento enfrentamos isso. Com o pagamento da folha alguma outra conta deixará de ser paga? Não, porque estamos trabalhando no incremento da receita. Isso leva em conta apenas a receita atual. Temos uma meta de redução de custeio de pelo menos R$ 100 milhões neste ano. Mesmo com a projeção otimista, as três contas somadas (pessoal, custeio e dívida) não fecham. Estamos trabalhando em tudo que é possível. Temos que trabalhar o estímulo da economia do município. Uma empresa como a Peixe Urbano, que cresce mais de 40% ao ano, pode gerar R$ 250 milhões em quatro anos. Os processos administrativos que estão parados no IPUF somam uma receita de mais de R$ 30 milhões. A redução do ITBI vai gerar um incremento de pelo menos R$ 40 milhões. A gente continua nesse desafio de fazer essa conta zerar. Ainda não chegamos nisso, mas a nossa meta é chegar lá. Mas a Prefeitura recuou no pacotão. Somente em medidas que não tragam impacto financeiro para a gestão. Suspendemos o plano, mas revogamos as cláusulas financeiras. Vamos encaminhar em maio uma proposta

para a Câmara dentro da realidade do município. A flexibilização manteve a discussão com o servidor, mas tiramos o impacto financeiro da folha. Só que encaminharemos dizendo que em 2017 não vamos conceder nada. Teremos uma relação franca com o servidor. É hora de colocar as contas em dia. O município, nos últimos quatro anos, não fez a sua parte. Falta pressão da sociedade e sobra dos sindicatos? Acho que falta um esclarecimento da população que não consegue visualizar uma relação de custo e folha de pagamento com tudo que a Prefeitura arrecada. Mas isso já está mudando. Há algum tempo o prefeito que en-

“Se critica que os políticos são demorados demais para agir. Eu fico contente por ser criticado por ter agido” frentasse uma greve de 38 dias desceria massacrado em praça pública. Hoje eu sou aplaudido na rua, porque muitos apóiam as medidas de austeridade. Acho que essa conscientização vem ocorrendo, caso contrário, eu não teria condição política para isso tudo que se fez. Quem foi o prefeito que mais buscou austeridade na estrutura do que eu nessas medidas? Não existe na história da cidade. A história é todos os políticos votando por unanimidade essas leis. Agora teve um embate com uma divisão dentro da Câmara. A discussão com o sindicato seria revogar totalfloripa É l 2017

mente. Não era “revoga Gean”? Eu podia ter acabado com a greve na primeira semana. Preferi enfrentar. É injusto dizer que não era necessário fazer esse pacotão no recesso? Se eu não fizesse iria ter uma greve em setembro por falta de pagamento. Iam me culpar porque eu não tomei as medidas em janeiro. Eu prefiro ser criticado pela ação e não pela omissão. O PSOL pediu o afastamento do governador do Rio e aqui o PSOL é contra as reformas. Incoerência total. Para você ter uma ideia, eles votaram contra o aumento da ITBI e agora foram contra a redução. Será que foi um voto político ou foi um voto técnico? Tem algum outro prefeito que lida com três vereadores do PSOL? Não tenho conhecimento e não tenho problema em lidar com oposição. O problema é ser contra tudo. Os votos são mais ideológicos do que levando em conta regras administrativas. Não estaria na hora de mudar o modelo de gestão do poder público? Na verdade tem que se redefinir o pacto federativo. Hoje não cabe mais a quantidade de delegações que foram feitas pela União aos municípios e a concentração da arrecadação no nível federal. Mas também é óbvio que tem que se ter uma gestão responsável por tudo isso. Imagina como a cidade estaria daqui a quatro anos se eu não tivesse tomado essas medidas? Estaria falida e inviável. Teve um prefeito que decretou calamidade financeira. Não criamos esse artifício. Preferimos ter medidas responsáveis de mudança do quadro normativo da cidade. Não quero ser culpado por omissão, mas por ação. Muitas vezes se critica que os políticos são demorados demais para agir. Eu fico contente por ser criticado por ter agido.


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minha cidade l

especial

l

cartão-postal

l

galeria

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entrevista

l

urbe

l

empreendedores

l

gastronomia

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a&d

l

esporte

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cultura

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perfil RIC

Prefeitura no vermelho o Descontrole administrativo transformou o município em uma máquina de aumento salarial. Gestão atual terá que lidar com um rombo enorme A profunda crise econômica pela qual o país passa vai além da desastrada Nova Matriz Econômica do Governo Federal anterior e da revoltante avalanche de casos de corrupção com cifras bilionárias. A maioria dos estados e municípios do Brasil abusou da irresponsabilidade nas gestões anteriores. Nos últimos 15 anos, os governos e prefeituras incharam a máquina pública, se endividaram e cederam às pressões sindicais. Governadores, prefeitos e vereadores conduziram os gastos públicos de forma imprudente e, entre outros atos, criaram e aprovaram leis nocivas para a sociedade. A Prefeitura de Florianópolis começou o ano de 2017 em calamidade financeira. A folha de pagamento correspondia a 58% da receita líquida corrente, estourando o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 54%. E o pior, a expectativa era que esse valor chegaria a quase

70% no final do ano, com os salários dos servidores públicos pagos somente até setembro, o que acarretaria uma crise sem precedentes. E não acabou. A Prefeitura está devendo R$ 1 bilhão, sendo R$ 614 milhões para pagar em 2017. A atual gestão não teve outra opção a não ser adotar medidas emergenciais, racionais e responsáveis de austeridade. O chamado pacotão enviado para a Câmara no começo do ano serviu para frear o avanço das despesas com a folha de pagamento e dar um basta nas incorporações. A Prefeitura de Florianópolis tinha virado uma máquina de aumento de salários. Todavia, as medidas adotadas apenas evitaram o crescimento vertiginoso das despesas, mas não reduziram o tamanho do problema. A previsão é um gasto anual de R$ 1 bilhão com pessoal. Sem as medidas a folha seria maior que R$ 1,150 bilhões. Outra frente atacada pela atual gestão foi a redução das despesas de custeio. O valor de R$ 543 milhões, executado em 2016, foi reduzido para R$ 414 milhões. Vários esforços estão sendo realizados, como a recente diminuição dos gastos com aluguéis em 70% do valor, gerando uma economia de R$ 7 milhões em quatro anos. Mas isso tem limite, sob pena de paralisar as atividades da Prefeitura. FLORIPA É l 2017

A gestão também trabalha para lidar com a dívida com os fornecedores. A tendência será um alongamento do débito e a negociação dos valores. O problema é que essas frentes, por mais esforços que sejam realizados, estão longe de alcançar o rombo previsto de R$ 400 a R$ 700 milhões. Resta à Prefeitura correr atrás das receitas. Isso sem aumentar impostos, pois a conjuntura econômica indica que um reajuste de tributos resultaria em inadimplência e queda na arrecadação. A gestão está contando com receitas geradas como a redução do ITBI (ver pág. 32), ação criminal contra devedores e desburocratização da máquina pública para incentivar os empreendedores, entre outras medidas. O problema é que toda essa batalha está longe de superar o tamanho do rombo. Ainda se não bastasse, a arrecadação do primeiro bimestre de 2017, a mais importante do ano em função da cota única do IPTU e da atividade econômica ligada ao turismo, foi uma ducha de água fria, distanciando a projeção otimista da receita. O prefeito Gean disse que vai zerar a conta até o final do ano (veja a entrevista). Ele está contando fortemente com uma retomada econômica através de várias medidas de incentivo, mas o desafio é gigantesco. O mais provável é que a Prefeitura de Florianópolis termine 2017 no vermelho.


29 NRogério Moreira Jr.

Rombo nas contas da Prefeitura R$ 439,377 mi

R$ 693,288 mi

Baseado na projeção otimista

Baseado na projeção da Secretaria da Fazenda

A conta não fecha Total de despesas

2,02 bi Atraso com folha e dívida fornecedores

597,379 mi Projeção otimista considerando o aumento médio em 10 anos

1,59 bi

Custeio (já considerando corte em relação à 2016, quando foi de R$ 543.334.881,14)

414,569 mi

Projeção estimada segundo a Secretaria da Fazenda

1,3 bi

Pessoal

1.013,455 mi

Fonte: Secretaria da Fazenda (Jan/17)

Mas como chegamos nesse ponto? Desde 2003, os prefeitos criaram projetos de lei que foram aprovados por unanimidade pelos vereadores. Naquele ano, foi aprovada a Lei Complementar 063, que criava o Estatuto dos Servidores Públicos do Município. A cada página da lei uma gratificação era gerada e incorporada nas aposentadorias. Muitas outras leis foram aprovadas ao longo dos anos funcionando como pequenos “Planos de Carreira” para conceder gratificações e incorporações, criando pequenos nichos de privilégios. Tudo isso foi gerando um crescimento perma-

nente da folha de pagamento. Como o salário base é baixo, de forma geral, as leis conceberam penduricalhos que por fim foram incorporados ao vencimento. Um mecanismo perverso para as contas públicas. O grande problema é que as gratificações, que deveriam ser temporárias, acabaram incorporadas ao vencimento por meio dos artifícios criados pelas leis, atendendo as demandas da categoria. Desta forma, a gratificação que deveria ser recebida apenas durante o exercício daquela atividade torna-se permanente com a incorporação. O mesmo acontece FLORIPA É l 2017

com quem exerceu cargos e determinadas atividades. Findo aquele cargo ou atividade a gratificação deveria cessar. Mas não é o que ocorre. O melhor exemplo é a hora extra. Esse é um valor que deveria ser pago somente quando realizado. Só que o setor público funciona com uma lógica diferente do setor privado. As regras de administração são ignoradas e isso cria distorções, pois as próximas horas extras serão calculadas sobre o novo vencimento onde foram incorporadas as primeiras horas extras. No setor privado o gestor alinha os salários com os valores de mercado e a capacidade de pagamento da empresa. No setor público os políticos não dão a mínima para os números e, principalmente, para o impacto de longo prazo, apenas para satisfazer o interesse político de curto prazo, além de estarem suscetíveis às pressões realizadas eficientemente pelos sindicatos. “Precisamos ser responsáveis e entender que não viemos parar nesta crise por acaso, mas sim, com uma trajetória insustentável da despesa pública. Uma folha de pagamento com aumento automático acima da inflação não é sustentável a longo prazo para uma Prefeitura com arrecadação em queda. É uma ilusão defender que continue desta maneira, pois o resultado deste caminho é o de parcelamento de salários, prejudicando os servidores”, explica Bruno Sousa (PSB), um dos poucos vereadores que estudam as contas da Prefeitura. Esse conjunto de leis e decretos foi gerando situações para deixar qualquer cidadão revoltado. Uma ajuda de custo que chegava a R$ 4.300,00 foi criada para indenizar o uso do carro particular nas atividades externas da Prefeitura. O proble-


30

2008

Legenda Limite prudencial Limite legal

48,13% ma é que o valor acabou incorporado ao salário, mesmo que o veículo não esteja mais sendo usado, e será levado para a aposentadoria depois de dez anos. Esse caso mereceria um estudo considerando a expectativa de vida do brasileiro, pois deve ser o “aluguel” de carro mais caro do mundo. E os munícipes de Florianópolis pagarão essa conta por décadas. Um acinte. Esse é apenas um caso entre dezenas de gratificações criadas na Prefeitura e que transformam a folha de pagamento em uma colcha de retalhos. Cada funcionário tem o seu histórico de incidência, gratificações e incorporações. O resultado é que a gestão da Prefeitura tem dificuldades para saber qual será o impacto antes de gerar a folha de pagamento. O mecanismo das incorporações cria uma impactação descontrolada. Além disso, o sistema, chamado de “Joaquina”, é considerado “sem segurança”. Por isso uma auditoria será realizada. Também serão feitas auditorias junto com o Ministério Público do Estado para verificar a inconstitucionalidade dessas incorporações. Mas é difícil acreditar que valores serão restituídos ou que gratificações in-

2009

50,74% 2010

49,32% 2011

49,28% 2012

52,20% 2013

51,42% 2014

51,96%

Fora do limite O município extrapolou o limite prudencial em 2012. Em 2014, foi aprovado o PCCS. Em 2015, o limite legal foi ultrassado.

2015

57,65% 2016

57,42% 2017 *

76,08% *Folha = R$ 1,013 bi / Receita projetada = R$ 1,33 bi

corporadas serão retiradas por mais absurdas que sejam. O modelo brasileiro de gestão de Estado não tem mecanismos para consertar tamanha discrepância. Não se discute o que se ganhou.

Legenda Receita Corrente Líquida Gastos com folha Gastos com folha acima do limite prudencial da LRF Gastos com folha acima do limite legal da LRF Limite prudencial da LRF Limite legal da LRF 1 2017 (projeção da Sec. da Fazenda) 2 2017 (projeção otimista) X% Aumento da folha

Folha / Receita Corrente Líquida

R$ 899,643 mi

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) entrou em vigor em 2000 para criar mecanismos de fiscalização e transparência nas contas públicas. Curiosamente, ela previa como objetivo uma maior participação popular, o que nunca ocorreu. O aspecto mais conhecido da Lei se refere aos limites de gasto com pessoal sobre a receita líquida corrente de 54% e o chamado limite prudencial de 51,3%, quando os tribunais exigem que os municípios diminuam seus gastos com folha de pagamento. O problema é que o ser humano se move por incentivos e os sindicatos encontraram no limite a meta a ser atingida. Hoje a sociedade está pagando caro pela desmedida elevação dos gastos com despesa de pessoal ocorrida nas últimas gestões. O PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Vencimento dos Servidores Públicos), aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores em 2014, incluía os limites da LRF no seu escopo e justamente quando a Prefeitura já estava no limite da lei. “Se você pegar o artigo 36 da lei municipal do PCCS, ele é um artigo mais conservador do que a LRF porque diz que o limite é 95% dos 54% da LRF. Portanto, é de 51,3%. Ora, na medida

Evolução da Receita Corrente Líquida e da Folha de Pagamento

R$ 1,6 bi R$ 1,4 bi

Folha aumentou 338% entre 2008 e 2017.

R$ 1,3 bi

R$ 1,32 bi R$ 1,18 bi

R$ 1,05 bi R$ 1,01 bi

R$ 955,763 mi

R$ 816,461 mi

R$ 715,154 mi R$ 623,686 mi 9%

24%

23%

14% R$ 826,841 mi 9% 13% R$ 615,973 mi R$ 761,384 mi 10% 11% R$ 498,942 mi R$ 542,439 mi 21% R$ 402,687 mi R$ 443,339 mi R$ 362,892 mi R$ 300,192 mi

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

1

2

2017

Fonte: Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina FLORIPA É l 2017


31 NRogério Moreira Jr.

Até R$ 500 De R$ 500 a R$ 1 mil De R$ 1 mil a R$ 1,5 mil

Raio-X Número de servidores da Prefeitura de Florianópolis segundo a faixa salarial.*

De R$ 1,5 mil a R$ 3 mil De R$ 3 mil a R$ 4,5 mil

70%

De R$ 4,5 mil a R$ 6 mil

dos servidores recebem até R$ 6 mil

De R$ 6 mil a R$ 7,5 mil De R$ 7,5 mil a R$ 9 mil De R$ 9 mil a R$ 10,5 mil De R$ 10,5 mil a R$ 12 mil

Total 11.816 servidores

De R$ 12 mil a R$ 13,5 mil De R$ 13,5 mil a R$ 15 mil De R$ 15 mil a R$ 16,5 mil

4,7%

De R$ 16,5 mil a R$ 18 mil

dos servidores recebem acima de R$ 15 mil

De R$ 18 mil a R$ 19,5 mil De R$ 19,5 mil a R$ 21 mil Acima de R$ 21 mil

*Rendimento bruto, menos férias e adiantamento de 13º salário. Fonte: Secretaria de Administração

em que existe uma lei de responsabilidade fiscal que diz que o limite máximo é 54% e depois veio uma lei municipal e baixou esse limite, eu não posso me sentir responsável por ter aprovado essa lei. A gestão disso compete ao Executivo”, explica o vereador Afrânio Boppré (PSOL). “A lei foi muito bem feita porque botou uma trava. O prefeito Cesar Sousa Jr. desobedeceu a trava da lei municipal e a trava da lei federal”, relata. “O vereador que fala isso fecha os olhos para poder ter o seu compromisso com os votos do seu nicho eleitoral. Ele desconhece os números. O PCCS tem um teto que é quando atinge percentual da LRF. Acontece que isso se chama limite prudencial, justamente porque não é para ficar aí.

Você não dirige só passando em sinal amarelo. Há um motivo para isso. Então, se o nome é limite prudencial, não é para viver ali. Em 2008, a folha representava 38% da receita corrente líquida. Neste ano chegaria perto dos 70%. Eu fico entristecido com o vereador que fala isso porque é mais importante para ele o seu nicho eleitoral do que a cidade de Florianópolis”, rebate Bruno Souza. O PCCS quando foi apresentado seria implementado em quatro anos. Todavia, a expectativa de um primeiro impacto de R$ 14 milhões se transformou em um valor maior que R$ 30 milhões. “O plano foi mal elaborado. Já em 2016, o próprio prefeito que encaminhou o plano não pagou a segunda implementação”, lembra o vereador Celso Sandrini (PMDB). O projeto foi elaborado em conjunto pelo prefeito Cesar Sousa Jr. e o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal). Para Fábio Pugliesi, professor de Direito Tributário da Esag/Udesc, a LRF tem o defeito de impor limites, mas não estabelece procedimentos. “De todo modo, é desaconselhável trabalhar sempre no limite. Isso é uma questão de governança. É imprudente trabalhar usando o limite como meta. O prudente é evitar essa situação que acaba gerando conflito com os sindicatos. O gestor público que assume despesas dessa ordem deveria ser responsabilizado”, defende o professor. “O grande problema disso é que a Prefeitura acaba com a sua capacidade de investimento. Quando o município investe, ele também está ajudando na economia. Agora toda a sua capacidade de arrecadação está direcionada para a folha. Isso é perverso com a cidade”, lamenta Pugliesi. Florianópolis vive exatamente essa situação. A receita da Prefeitura em FLORIPA É l 2017

Folha do município R$ 1.01 bi

Fora de foco Todo começo de gestão é a mesma novela. Foco na redução dos cargos comissionados. A nova administração prevê uma despesa para 2017 de R$ 45,2 milhões contra um valor de R$ 49,3 milhões da gestão anterior. Todo o esforço nessa despesa representou uma economia anual de R$ 4.134.279,32. Todavia, esse valor é irrisório se comparado a despesa total com pessoal previsto em 2017 de R$ 1.013.455.847,00, perfazendo 0,41%. De todo modo, é uma medida para demonstrar o corte de despesas, mas isso está longe de resolver o problema financeiro. A redução de 8,4% no valor veio acompanhado de um corte de 162 cargos comissionados, passando de 1068 vagas para 906 (15%). “Tenho uma visão consistente de que a Prefeitura tem que equilibrar a entrada e saída de recursos. Dentro da nossa lógica de austeridade do PSOL, não teríamos cargos comissionados para funções importantes, pois temos um corpo técnico suficiente. Extinguir comissionados seria a principal medida a ser tomada”, afirma o vereador Marcos José de Abreu (Marquito). Economia dos comissionados sobre a folha

0,4%

1 Quadro final R$ 49,344 mi em 2016 (1.068 comis.) 2 Quadro com R$ 45,210 mi a redução (906 comis.) 3 Economia 1

R$ 4,134 mi (8,38%) 2 3


32

2000000

NRogério Moreira Jr.

2016, resultante de impostos como ISS e IPTU, mais as taxas, foi de R$ 1.083.307.221,00. Ou seja, a população está pagando apenas para sustentar a folha de pagamento. É impressionante que o prefeito Cesar Sousa Jr. e todos os vereadores da Câmara não tenham percebido que o PCCS resultaria em uma receita própria da Prefeitura destinada exclusivamente para o pagamento da folha. Também foi um absurdo vincular o plano a variações percentuais do limite prudencial, pois isso significa que qualquer economia gerada pelo município seria devorado pelo plano, como um câncer esfomeado. A gestão de Cesar Souza Jr. trabalhou permanentemente entre o limite prudencial e legal da LRF. A cada quadrimestre a gestão deveria comprovar medidas para o limite retornar ao patamar inferior a 51,3%. Mas ocorreu o contrário. Em 2014, quando foi aprovado o PCCS, a Prefeitura deveria ter tomado medidas

Em novembro de 2014, a Prefeitura aumentou o ITBI (Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis). Para os casos gerais o reajuste foi de 2% para 3% (+50%). Para quem comprava seu primeiro imóvel a alíquota subiu de 0,5% para 3% (+600%). Mas a intenção do gestor não considerou os reflexos práticos da medida. O gráfico abaixo mostra que os valores arrecadados (deflacionados) não refletiram o amargo aumento na sua totalidade. O acréscimo foi de 25%. Porém, houve uma queda de 26% nas

transações dos imóveis. Ou seja, algumas pessoas desistiram de comprar um imóvel e outras adotaram contratos de gaveta. O aumento na arrecadação apenas mostra que as negociações de alto valor compensaram a queda nas transações. Já o cidadão com renda familiar de R$ 2 mil, ao adquirir um imóvel de até R$ 180 mil do Programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, passaria a pagar, ao invés de R$ 900,00, um imposto de R$ 5.400, quase três o valor da sua renda. A mentalidade arrecadadora criou uma

situação que penalizou quem lutava para comprar a sonhada casa própria. Como resultado, o aumento afungentou as pessoas do pagamento do imposto. No pacotão, a situação não restabeleceu a condição anterior. O imposto de 3% para casos gerais retornou para 2%. Mas o imposto de 0,5% ficou restrito para o primeiro imóvel no limite de R$ 180 mil. Assim, considerando 2014, as pessoas com menos renda, mas com condições de adquirir o primeiro imóvel acima do limite, terão que pagar um imposto 400% maior.

R$ 11,077 mi R$ 10,242 mi Média até Nov/14

R$ 6,510 mi

R$ 9,491 mi

R$ 9,195 mi

R$ 8,968 mi

R$ 7,751 mi R$ 6,869 mi

R$ 7,193 mi

+25%

6000000

4000000

cara. Não tem cabimento a sociedade enfrentar uma severa crise e a Prefeitura dobrar a folha de pagamento, como ocorreu entre 2012 e 2016. “Os problemas financeiros enfrentados por diversos entes da federação mostram que a busca pela eficiência no setor público é algo essencial. O Brasil apresenta um quadro sui generis. Pagamos uma das maiores cargas tributárias do mundo e convivemos com serviços de baixíssima qualidade. Ao mesmo tempo, falta dinheiro aos gestores públicos. Algo precisa mudar com urgência antes que a União, os estados e os municípios fiquem inviáveis”, defende Sander De Mira, presidente da ACIF. A situação de calamidade financeira exigirá um esforço monumental de correção que se alongará por várias gestões, com governos adotando medidas drásticas e a população sendo chamada a decidir quais demandas são prioritárias.

Aumento do ITBI em 2004 resultou em incremento da inadimplência

0000000

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justamente para evitar o aumento do limite. A partir daí, a Prefeitura passou a trabalhar fora do limite legal de 54% quando concedeu os 30% do plano. A situação perdeu o controle e ficou devendo a segunda parte de 20%. A gestão atual ainda teria que aplicar mais 20% em maio e outros 30% em 2018. “Se fosse uma empresa, a Prefeitura estaria fechada há algum tempo, quando a situação já era crítica. Agora é de calamidade. Mas o problema só aparece quando chega nesse ponto. E a sociedade não acompanha questões relacionadas ao orçamento. Então, não há cobrança nesse assunto. As finanças públicas saudáveis são a única forma de continuar oferecendo serviços para a população”, analisa o vereador Bruno Sousa. A sociedade precisa se envolver para mudar esse modelo estrutural de gestão pública, onde não se consegue reverter as medidas adotadas e por isso está pagando uma conta

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Os vereadores são responsáveis ou não? diversas leis criadas desde 2003 colaboraram para a atual situação da Prefeitura. todas foram votadas por unanimidade na câmara de vereadores Ainda que as leis em questão tenham sido apresentadas pelo Executivo, competia aos vereadores a análise das mesmas, fiscalizando as contas apresentadas pela Prefeitura. Mas não foi o que ocorreu. Os vereadores votaram por unanimidade em todas as leis que ajudaram a criar a situação atual do município. Mas, afinal, os vereadores são responsáveis ou não? Para a maioria dos vereadores entrevistados eles não são responsáveis. “Olha, com certeza não”, afirma Pedro de Assis Silvestre (PP). “Não, a b s o l u t a m e n t e ”, concorda Celso Sandrini (PMDB), “tanto que foram aprovados por unanimidaManifestante no dia 25/01/17, quando foi votado o pacotão

de. Não fazemos leis que beneficiam o servidor, só o próprio prefeito, que tem todas as informações sobre o alcance dessa lei”, complementa Sandrini. O vereador Erádio Manoel Gonçalves (PSD) entende da mesma forma. “Não, porque o projeto vem dizendo que a Prefeitura tem condições de pagamento. Estava lá para ser aprovado e nenhum vereador ficaria contra o funcionário”, explica. Na mesma linha, o vereador Sandrini afirma que “é muito difícil para os vereadores quando o prefeito manda um projeto que é para beneficiar os servidores, afirmando que tem capacidade financeira, nós vereadores sermos contrários”. Para Sandrini, a responsabilidade é exclusivamente do prefeito e por isso os projetos são aprovados por unanimidade. “Se o prefeito, chefe do Executivo, apresenta um plano e diz que tem condições de pagar, qual mecanismo a Câmara terá para ser contrária?”, questiona. Outra argumento dos vereadores é que o problema são as gestões dos prefeitos. “A Prefeitura vem de inúmeras más gestões”, aponta Pedro. Outro vereador que culpa o Executivo é Edinon Manoel da Rosa (PMDB). “Falta gestão. Não dá para ficar só aumentando gratificação, dando bonificação, se lá na frente não se consegue cumprir o que foi oferecido”, garante. O vereador Afrânio Tadeu Boppré (PSOL), um dos vereadores com mais tempo na Câmara, defende que o ExeFLORIPA É l 2017

cutivo é que tem atribuição da gestão. “Mesma coisa dizer assim: ocorreu uma corrupção no Executivo. Eu sou responsável? Eu tenho que fiscalizar, mas a responsabilidade não é minha. É lá de dentro, foram eles que erraram”, defende. “O prefeito tem secretário de administração para quê? Secretário de finanças para quê? Para fazer gestão”, completa Afrânio. Além de culpar a gestão, os vereadores se eximem da responsabilidade argumentando que as leis chegavam após um consenso entre patrão e empregado. “Veja, o empregado pede R$ 20 de aumento e o empregador responde R$ 10 e o empregado pensa e aceita. Por isso a votação unânime. É um acordo entre prefeito e servidor”, analisa Guilherme Pereira de Paula (PR). Vários vereadores seguiram a mesma linha. “O Executivo diz que tem recurso, o Legislativo não vai se opor àquilo. Mas faço o mea-culpa. Temos um pouco de responsabilidade”, conta Edinon. “Havia a vontade do prefeito Cesar Jr. em acabar com a greve, mas só empurrou com a barriga um problema”, revela. Fica evidente nessa discussão que os vereadores se eximem da responsabilidade afirmando que se o Executivo envia um projeto significa que tem como pagar. “Nós estamos aqui para fazer leis. Se o prefeito manda uma lei que beneficia os servidores, quem votaria contra uma carreira? O prefeito garantiu que tinha condições de pagar. Já o prefeito Dário Ber-


35 NDaniel Queiroz (ND)

Lei Complementar 063/2003

Lei Complementar 341/2008

Lei Complementar 358/2009

Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Florianópolis. Gera dezenas de gratificações incorporadas nas aposentadorias. O projeto de lei foi apresentado pela prefeita Angela Amin (PP). A lei foi aprovada por unanimidade em 14/04/2003 pelos vereadores: Acácio Garibaldi S. Thiago Filho (PSDB) Alexandre Filomeno Fontes (PPB) Aloísio Acácio Piazza (PMDB) Dalmo Deusdedit Meneses (PPB) - atual vereador Demósthenes José Machado (PPB) Erádio Manoel Gonçalves (PFL) - atual vereador Francisco Rzatki (PMDB) Gean Marques Loureiro (PSDB) – atual prefeito Heriberto Basílio Ramos Júnior (PFL) Jaime Tonello (PFL) João Aderson Flores (PFL) João Aurélio Valente Júnior (PPB) João Bastista Nunes (PFL) – atual vice-prefeito João Itamar da Silveira (PSDB) Juarez Silveira (PPB) Lázaro Bregue Daniel (PT) Marcílio Guilherme Ávila (PPB) Márcio José Pereira de Souza (PT) Nildomar Freire Santos (PCdoB) Oscar Manoel Conceição (PPB) Ptolomeu Bittencourt Junior (PFL)

Altera lei 063/2003 sobre a incorporação de valores aos proventos de aposentadorias e pensões. No mesmo dia, outras oito leis garantiam incorporações às aposentadorias em projetos enviados pelo prefeito Dário Berger (PSDB). (Votação Unânime) Angela Albino (PCdoB) Alceu Nieckarz (PRB) Alexandre Filomeno Fontes (PP) Dalmo Deusdedit Meneses (PP) - atual vereador Guilherme da Silva Grillo (PP) Hazael Tércio da Costa Batista (PMDB) Jaime Tonello (DEM) Jair Antonio Miotto (PTB) João Aurélio Valente Júnior (PP) João da Bega Itamar da Silveira (PMDB) Márcio José Pereira de Souza (PT) Ptolomeu Bittencourt Junior (DEM) Walter da Luz (PSDB)

Projeto enviado pelo prefeito Dário Berger (PSDB) que institui gratificação de serviços de urgência médica e de média complexidade variando de 50% e 100%, adicional de hora plantão, outras gratificações e indenizações. (Votação Unânime) Acácio Garibaldi (PP) Asael Pereira (PSB) Celso Francisco Sandrini (PMDB) - atual vereador Dalmo Deusdedit Meneses (PP) - atual vereador Edinon Manoel da Rosa (PSB) - atual vereador Gean Marques Loureiro (PMDB) - atual prefeito João da Bega Itamar da Silveira (PMDB) Márcio José Pereira de Souza (PT) Noberto Stroisch Filho (PMDB) Roberto Katumi Oda (DEM) - atual vereador Tiago Silva (PPS) - atual vereador

ger não quis assinar porque a equipe dele provavelmente sabia o impacto. Mas o Cesar Jr. disse que podíamos aprovar e que teria um determinado impacto, mas depois se viu que era o dobro”, expõe Edinon. O vereador Erádio responsabiliza o prefeito por ter encaminhado um projeto defendendo que era bom para os funcionários e que tinha como pagar. “O vereador que votar contra funcionário está morto. Por isso a administração municipal tem que saber se tem condições de encaminhar o projeto”, contrapõe Erádio. Na mesma linha segue Sandrini. “Se o chefe do Executivo diz que tem capacidade, quem somos nós para dizer o contrário? O sindicato diz: aprovem, vereadores, porque isso foi fruto de um trabalho de longo prazo. Como vamos ser contra em uma situação dessa?”, indaga Sandrini.

Alguns vereadores pensam diferente e admitem a responsabilidade. “Nós só chancelamos o acordo entre eles, mas foi totalmente irresponsável. Deveríamos pedir a impactação financeira. Mas o servidor faria pressão querendo aumento, a panela ferveria e a gente não conseguiria segurar”, avalia Guilherme Pereira. Já para o vereador Bruno Sousa (PSB) a Câmara é sim responsável por esta crise financeira. “Os vereadores, poderiam ter exercido o seu papel de fiscalização e ter feito uma pesquisa sobre a situação fiscal. Mas não há interesse. A Câmara avalizou, portanto, foi corresponsável”, avalia Bruno. O colega de partido, Gabriel Meurer, segue a mesma linha. “Se os vereadores votaram a favor, teoricamente eles tinham subsídio para votar nesse sentido”, considera. O vereador Miltinho Barcelos (DEM) também defende que é responsabilidade da Câmara fiscalizar o modo que o Executivo gasta o dinheiro. “Eu me sinto responsável, sim, pois é papel fundamental da Câmara dividir essa responsabilidade com o Executivo. Se os vereadores virarem FLORIPA É l 2017

as costas para o Executivo no momento em que a cidade está hoje, Florianópolis vai parar e passar por uma situação mais complicada”, observa. Outro argumento usado para eximir a responsabilidade dos vereadores é a dificuldade para fazer as contas. “Não tem como fazer conta, porque se o próprio Executivo diz que tem condições de implantar, como nós diremos que não? O plano era um desejo histórico do sindicato, que conquistou e convenceu o prefeito que era interessante aprovar”, argumenta Sandrini. “Nós não temos como avaliar a capacidade financeira”, defende Guilherme Pereira. Mas teve vereador que estudou as contas da Prefeitura. “O problema é que os números costumam falar a verdade. E muitas vezes a verdade não é o que o vereador quer Guilherme Pereira de Paulo, presidente da Câmara Municipal de Florianópolis


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Lei Complementar 424/2012

Lei Complementar 466/2013

Lei Complementar 503/2014

Projeto enviado pelo prefeito Dário Berger (PMDB) alterando a lei 063/2003. Concede hora extra acrescido de 100% nos dias úteis e 200% no fim de semana e nos feriados. (Votação Unânime) Asael Pereira (PSB) Célio Bento da Silveira (PMDB) Celso Francisco Sandrini (PMDB) - atual vereador César Luiz Belloni Faria (PSD) Dalmo Deusdedit Meneses (PP) - atual vereador Edinon Manoel da Rosa (PMDB) - atual vereador Jaime Tonello (PSD) João Aurélio Valente Júnior (PP) Márcio José Pereira de Souza (PT) Marcos Aurélio Espíndola (PSD) Noberto Stroisch Filho (PMDB) Renato Geske (PSD) - atual vereador Ricardo Camargo Vieira (PCdoB)

Altera artigo da Lei 063/2003, proposto pelo prefeito Cesar Souza Jr. (PSD). O servidor ocupante do cargo de Auxiliar de Sala fará jus a gratificação de 40% sobre o seu vencimento e será incorporada à aposentadoria. (Votação Unânime) Afrânio Tadeu Boppré - atual vereador Aldérico Furlan Célio João Cesar Luiz Belloni Faria Celso Francisco Sandrini - atual vereador Dalmo Deusdedit Meneses - atual vereador Edmilson Carlos Pereira Junior Edinon Manoel da Rosa - atual vereador Edson Lemos Erádio Manoel Gonçalves - atual vereador Guilherme Botelho da Silveira Guilherme Pereira de Paulo - atual vereador Jeronimo Alvez Ferreira Lino Fernando Bragança Peres - atual vereador Marcelo Fernando de Oliveira - atual vereador Pedro de Assis Silvestre - atual vereador Ricardo Camargo Vieira Roberto Katumi Oda - atual vereador Tiago Silva - atual vereador licenciado Vanderlei Farias - atual vereador Waldyvio da Costa Paixão *não constava os partidos na ata

Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos dos Servidores Públicos (PCCS) enviado pelo prefeito Cesar Souza Jr. (PSD). (Votação Unânime) Afrânio Tadeu Boppré (PSOL) - atual vereador Aldérico Furlan (PSC) Celso Francisco Sandrini (PMDB) - atual vereador Cesar Luiz Belloni Faria (PSD) Dalmo Deusdedit Meneses (PP) - atual vereador Deglaber Goulart (PMDB) Edinon Manoel da Rosa (PMDB) - atual vereador Edmilson Carlos Pereira Junior (PSB) Edson Lemos (PSDB) - atual vereador licenciado Erádio Manoel Gonçalves (PSD) - atual vereador Guilherme Botelho da Silveira (PSDB) Guilherme Pereira de Paulo (PSD) - atual vereador Lino Fernando Bragança Peres (PT) - atual vereador Marcelo Fernando de Oliveira (PDT) - atual vereador Marco Aurélio Espíndola (PSD) Pedro de Assis Silvestre (PP) - atual vereador Ricardo Camargo Vieira (PCdoB) Roberto Katumi Oda (PSB) - atual vereador Tiago Silva (PDT) - atual vereador licenciado Vanderlei Farias (PDT) - atual vereador Waldyvio da Costa Paixão (PDT)

encontrar. O vereador tem seu compromisso político e ignora os números. Eu fui atrás dos números e eles mostraram a realidade. É muito triste porque diante do debate político a cidade fica em segundo plano. Os números não mentem”, afirma Bruno, contador por formação. “Se alguém quiser falar que dois mais dois não é igual a quatro, é porque quatro não lhe interessa”, garante. Gabriel avalia que não houve tempo para analisar o pacotão. “Eu particularmente não tive tempo para analisá-lo, assim como vários outros vereadores”, conta. Mas ele apareceu em fotos do Facebook com Bruno em uma reunião para analisar as contas. Por outro lado, Gabriel explica que é possível verificar se a conta não fechará. “Acredito que agora os vereadores analisarão o impacto financeiro. Estamos lidando com servidores, com vidas, mas as contas da Prefeitura são importantíssimas”, opina. Miltinho também não vê dificuldades em fazer contas. “Fiz vários estudos sobre os PCCS. É a minha área, já que minha formação é em administração pública”, declara tranquilamente. Mas existe um fator mais importante do que os números ou a competên-

cia da gestão: a eficiente pressão dos sindicatos e a omissão do restante da sociedade. “Os servidores mostraram que têm força para segurar um processo de greve”, assegura Marquito. Mas o vereador garante que não foi pressionado. “Muito pelo contrário. Eu me pautei por uma coerência de que o serviço público é fundamental para o mais pobre”, aponta Marquito. Para o vereador Erádio o sindicato tem força, “mas eu voto independente do sindicato. (...) a gente conversou com o Executivo, com o sindicato, eles fizeram força para acabar com a greve que estava fora dos limites e estava complicado para a população”, afirma Erádio. Já o vereador Vanderlei Farias (PDT) iniciou o ano dentro da gestão da Prefeitura, mas saiu correndo de volta para a Câmara para votar contra o governo. Mas ele garante que não se sente pressionado pelo FLORIPA É l 2017

funcionalismo. “Eu me sinto tranquilo. Defendo o interesse público e, assim, defendo o serviço público de qualidade”, garante. Outro vereador que não acusa a pressão dos sindicatos é Maikon Costa (PSDB). “Nunca me senti pressionado pelo sindicato. Ele é somente um instrumento político. Não representa fielmente os servidores públicos que merecem respeito”, declara. Gabriel também não se sente pressionado e argumenta que se ocorresse o contrário não teria aguentado a pressão no Procon. “Todo projeto votado é analisado. Aprovamos ou não pensando em toda a cidade”, diz. Para Miltinho a maioria da sociedade foi a favor do pacote. “O que me chocou muito foi a forma como o sindicato passou as informações. Era muita mentira”, recorda. Edinon afirma que a greve foi política. “Era uma posição contra o Temer e como o Gean é do PMDB...”, avalia, “além disso, tudo tem um limite. Nós não podemos levar essa questão de uma


37 NMarco Santiago (ND)

Lei Complementar 541/2015 Projeto enviado pelo prefeito Cesar Souza (PSD). Terá direito à percepção de gratificação correspondente a 30% do vencimento do cargo o servidor que exercer atividades em condições de periculosidade ou risco de vida. (Votação Unânime) Afrânio Tadeu Boppré - atual vereador Aldérico Furlan Augusto Luiz Fernandes Junior Célio João Celso Francisco Sandrini - atual vereador Dalmo Deusdedit Meneses - atual vereador Deglaber Goulart Edinon Manoel da Rosa - atual vereador Edson Lemos - atual vereador licenciado Erádio Manoel Gonçalves - atual vereador Felipe Augusto Teixeira Guilherme Botelho da Silveira Guilherme Pereira de Paulo - atual vereador Jaime Tonello Lino Fernando Bragança Peres - atual vereador Marcelo Fernando de Oliveira - atual vereador Marcos Aurélio Espindola Pedro de Assis Silvestre - atual vereador Vanderlei Farias - atual vereador *não constava os partidos na ata

forma irracional. O município não pode viver para pagar funcionalismo”, defende. O vereador Erádio concorda. “O sindicato quando quer faz a conciliação, mas quando visa uma coisa só política não mira resultados”, avalia Erádio. O vereador Afrânio defende os sindicatos. “Estão querendo jogar a culpa no sindicato quando não é esse o problema. O sindicato só fez essa grande pressão agora porque o prefeito foi estúpido. Portanto, não se trata de jogar o sindicato contra a sociedade. O sindicato foi buscar o que era de direito dele. A sociedade ficou solidária à luta do sindicato”, assegura. Para Sandrini a pressão dos sindicatos funciona. Ele lembrou as decisões tomadas em 2014. “Na verdade o prefeito quis acabar com uma greve desgastante, o sindicato pressionou para que ele apresentasse o plano. Como é que seremos contra? Então, responsabilidade total do prefeito Cesar Jr.”, considera Sandini. O

Manifestantes coordenados pelo sindicato dos servidores tentou impedir a votação na Câmara

vereador Pedro contrapõe. “Não funciona pressão, tanto é que a maioria dos vereadores votou contra o sindicato no pacotão”, analisa. Já Bruno afirma que a política brasileira está à mercê das minorias organizadas. “O que conta mais é o benefício concentrado do que o prejuízo disperso. Politicamente é muito melhor você conceder um benefício para a minoria organizada e distribuir o prejuízo. A população, dispersa, não tem tempo para vir aqui, está tocando a sua vida”, opina. Apesar das opiniões diferentes, os vereadores, ao se eximirem da responsabilidade, viram as costas para a população. “O debate aqui na Casa foi infeliz. Foi transformado em um debate de intenções, de quem era o bom contra quem era o mau, em vez de ser sobre como está a situação fiscal da Prefeitura, que é de calamidade”, aponta Bruno. Para o vereador Maikon o problema não é somente do Executivo. “É de toda a cidade. O cidadão não se interessa pelo que acontece nessa peça orçamentária. Assim como em casa, precisamos gastar menos do que ganhamos”, argumenta. Na mesma linha, o vereador Edinon defende mais participação da população. “Não adianta o municíFLORIPA É l 2017

pio pensar em arrecadar para pagar uma folha que estava virando um elefante. Temos que chamar a sociedade para esse debate. Está na hora de colocarmos algumas travas em algumas portas que vivem escancaradas”, defende Edinon. Já Guilherme Pereira pensa que a população não se manifesta. “Teve a nota publicada nos jornais de 33 entidades, mas não é a mesma pressão que existe com quatro mil servidores na porta berrando”, observa. Sander de Mira, presidente da Acif, uma das entidades que se manifestaram, defende que o legislativo tem responsabilidade sobre o que aprova. “O Executivo tem obrigação sobre os projetos que envia para avaliação pelos vereadores. Por outro lado, o legislativo não pode lavar as mãos ou aprovar textos flagrantemente inadequados. O resultado é visível: Florianópolis enfrenta uma crise de enorme proporção. Chegamos a um ponto de inflexão com a Prefeitura devendo milhões de reais e sem capacidade de investimentos”, avalia. O comportamento dos vereadores só mudará se a sociedade se organizar e pressionar seus representantes, principalmente aqueles que se eximem da responsabilidade e ignoram solenemente as contas. O sindicato, por sua vez, cumpriu o seu papel.


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capital ganha rede cidadã Central de Monitoramento acompanhará indicadores do município para estimular a participação popular A capital catarinense é uma das seis cidades no Brasil que terá a formação de uma Rede de Monitoramento Cidadão (RMC), iniciativa que faz parte do Programa Cidades Emergentes e Sustentáveis (CES) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A rede é composta por organizações da sociedade civil, iniciativa privada e meio acadêmico. O propósito é acompanhar a evolução de temas que impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas, a partir de uma matriz de indicadores. Além de incentivar a participação social, a Rede de Monitoramento Cidadão também terá o papel de propor soluções para a cidade, bem como produzir e disseminar conhecimento. Os assuntos prioritários a serem monitorados são os que constam no Plano de Ação Florianópolis Sustentável e compreendem os seguintes temas: saneamento básico; vulnerabilidade a desastres naturais e mudança do clima; uso do solo e ordenamento territorial; mobilidade e transporte; gestão pública moderna; gestão fiscal; conectividade; eficiência energética e energias renováveis. Fernando Penedo, da Baobá floripa É l 2017

– Práticas Sustentáveis, é coordenador-geral do projeto e afirma que a iniciativa estimulará a participação social e o fortalecimento da democracia. “A proposição de ideias, ações e projetos para o futuro do município a partir da sociedade civil é tão importante quanto a observação da evolução dos indicadores na cidade”, explica Fernando. Para ele, com a formação e operação da rede de monitoramento, os cidadãos ganham dados confiáveis gerados a partir da análise técnica em assuntos de sustentabilidade urbana “e poderão observar o que está sendo feito na construção de uma cidade sustentável, realmente desejada por quem vive ali”, garante. A metodologia da Rede de Monitoramento Cidadão foi criada em 2010 e tem como foco apoiar o desenvolvimento sustentável de cidades médias, com crescimento econômico e populacional acelerado, da América Latina e Caribe. Até o presente momento a metodologia já foi executada em 71 cidades do continente. Além de Florianópolis (SC), outras cinco cidades brasileiras possuirão Redes de Monitoramento Cidadão: Goiânia (GO), João Pessoa (PB),


39 NDivulgação / Victor Carlson

Palmas (TO), Três Lagoas (MS) e Vitória (ES). Nas capitais, o apoio financeiro ao projeto é do Fundo Socioambiental da Caixa. A Baobá – Práticas Sustentáveis, agência responsável pela criação das redes nos municípios, iniciou seu trabalho em julho de 2016. Após um levantamento dos principais atores sociais, a agência realizou um seminário e foi constituído o Grupo de Trabalho para a institucionalização da Rede, composto por UFSC, Sociesc, ACIF, CDL, FIESC, Observatório Social de Florianópolis, FloripAmanhã, Pró-Canas e RIC TV Record. A fundação está prevista para início de abril. “A criação da Rede de Monitoramento Cidadão está acontecendo em um momento muito importante da sociedade brasileira. As pessoas estão ficando mais conscientes de que só teremos uma cidade melhor se a sociedade civil atuar fortemente junto ao poder público. A Rede está integrando vários setores em prol de um objetivo comum, uma cidade melhor”, elogia Anita Pires, presidente da Associação FloripAmanhã e integrante do Grupo de Trabalho de Estruturação da Rede. A metodologia proposta entende a cidade como um organismo vivo, onde a participação cidadã e a busca pela transparência precisam ser promovidas, assim como as possibilidades de articulação entre diversas organizações. A meta é assegurar uma visão integrada da cidade e do próprio processo de monitoramento cidadão do planejamento urbano. Com esse esforço continuado e informado da cidadania, associado a uma lógica colaborativa com os governos locais, as Redes de Mo-

Anita Pires, do FloripAmanhã, é integrante do Grupo de Trabalho de Estruturação da Rede

nitoramento Cidadão atuarão não apenas no acompanhamento da aplicação do Plano de Ação desenvolvido em cada cidade, mas também terão os meios e as ferramentas para consolidar uma cultura de monitoramento sistemático, capaz de fortalecer a democracia e gerar um debate qualificado entre todos os agentes relevantes para a promoção da sustentabilidade. A partir dos indicadores monitorados e de suas avaliações, a Rede deve propor estudos e políticas específicas relacionadas com o processo de urbanização. Alguns indicadores importantes neste contexto são aqueles relacionados com crescimento e melhoria do hábitat, uso do solo e ordenamento territorial e desigualdade de renda. “O conteúdo de base técnica da Rede pode subsidiar os diálogos em torno do planejamento urbano, recomendando projetos e intervenções que conduzam a cidade para a sustentabilidade”, finaliza Anita Pires. floripa É l 2017


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Trilha da discórdia Projeto da floram, com apoio de ongs ambientais, revitaliza as trilhas da ilha, mas não agrada aos grupos de trilheiros Percorri a Trilha da Lagoinha do Leste pela primeira vez em meados da década de 1980. Naquela época, ao chegar à cumeeira, era possível avistar toda a praia e a Lagoinha. Anos depois proibiram a pastagem de animais domésticos. Após três décadas, o efeito é surpreendente. Hoje, uma vistosa mata ocupa o lugar. Mas na última travessia fui surpreendido pela revitalização do percurso, ação que divide as opiniões. Essa revitalização faz parte do Programa Roteiros de Ambiente, uma iniciativa da Floram, reativando uma ideia que existia desde 1998. Todas as trilhas precisam de algum tipo de manutenção, o que já foi realizado pelas comunidades, como a drenagem para desviar o curso d’água e evitar a erosão. Outra necessidade está nas áreas mais úmidas ou alagadiças, que provocam o alargamento das trilhas. A Floram convidou várias ONGs e entidades para realizar o trabalho de revitalização. “Chamamos vários atores, mas somente as ONGs, que sempre nos provocaram para o problema, apostaram no projeto”, conta Mauro Manoel da Costa, fiscal de meio ambiente da Floram. “Não tinha como a Floram dar conta sozinha, por isso convidamos esse grupo”, explica o fiscal. Os parceiros do programa foram o IMMA (Instituto Multidisciplinar de Meio

Ambiente e Arqueoastronomia), a Associação Coletivo UC da Ilha, o IEATA (Instituto de Estudos Ambientais Trilheiros de Atitude), o Instituto Çarakura e a Cooperativa Caipora. “A UC da Ilha é parceira da Floram há muito tempo. Participamos do conselho consultivo dentro do Parque da Lagoa da Peri e de mutirões de limpeza. Quando a Floram começou a criar o grupo fez o convite para o Coletivo participar pela afinidade da temática”, diz a geógrafa Talita Góes, coordenadora técnica da trilha junto com Rodrigo Dal Molin. O Coletivo tem especial interesse na conservação de parques como o da Lagoinha do Leste e conta com 15 pessoas associadas. Mas ao questionar trilheiros bastante ativos nos grupos que se formam na internet, todos reclamaram desconhecer o programa. “Não conheço essas ONGs. Acompanho vários grupos na internet e nunca se comentou sobre esse projeto. Ficaríamos muito felizes em participar”, afirma o professor Wellington Lima. “Também não conheço e me preocupa o fato delas estarem refletindo o pensamento de um grupo muito pequeno”, expõe o jornalista Oscar Lobo, diretor do Grupo de Montanha da Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo (ACEM). Mauro informa que aconteceram reuniões com as comunidades onde floripa É l 2017

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41 .NVictor Carlson

foram trabalhadas as trilhas. “Os trilheiros precisam ser mais ativos como são os onguistas. Eles têm que procurar a gente para contribuir”, provoca Mauro. De acordo com a Floram e as ONGs, a trilha da Lagoinha do Leste tinha o percurso mais afetado pela erosão. “O morro estava se partido ao meio e o pessoal estava abrindo muitos caminhos novos”, defende Mariléia Sauer, coordenadora do IEATA, ONG que existe há cinco anos e congrega 20 pessoas. “A trilha estava ótima para quem gostava de aventura, mas você limita o acesso. Isso sem falar dos danos que estavam ocorrendo”, revela Mariléia. “Tinha muita galera do ‘urru’ atrás de trilha ‘roots’ levando 100, 200 pessoas, o que gerava grande impacto”, alerta a geógrafa Talita. Mauro garante que o trabalho realizado na Lagoinha do Leste não se repetirá. “O que foi realizado é excepcional, pois precisa de uma intervenção em todo o percurso. As outras trilhas têm características diferentes. Trabalharemos a drenagem e o manejo do solo onde tem erosão”, explica Mauro. O trilheiro Oscar Lobo avisa: “Todas as trilhas absolutamente não”. Uma consequência desse programa pode ser a abertura de novas trilhas. “É bem provável. Do jeito que ficou parece que estão no ‘shopping’, já que o grau de dificuldade morreu”, lamenta Welligton. Oscar segue a mesma linha. “Sim, pode ocorrer. O trillheiro não ficará passeando em caminhos pavimentados. Ele buscará alternativas e abrirá mais trilhas, causando impacto ambiental”, entende Oscar. Mauro, da Floram, relata que já “pegou” no Facebook trilheiros combinando de fazer a trilha das Torres, na Lagoinha do Leste, com facão para abrir caminhos. Outra preocupação dos trilheiros é a facilidade de acesso, que provocará a procura ainda maior pela praia. “O acesso fica muito mais popular, com mais gente sem noção e sem respeito ao meio am-

biente”, alerta Welligton. “O volume de pessoas na praia já é enorme. Terá mais lixo e mais impacto”, opina Sílvio Adriani Cardoso, condutor de atividades outdoor. “O maior beneficiado nesse processo de manejo de trilhas é o trilheiro. Se tivéssemos feito esse manejo há 20 anos não seria necessário essa intervenção”, garante Mauro. “Especialistas defendem que esse foi um trabalho para prêmio”, argumenta Mauro, comparando ao feito dos Incas. Pode ser que sim, mas a revitalização desapareceu com a Trilha da Lagoinha do Leste. Uma trilha pressupõe o aspecto agreste e rude, cheia de dificuldades. Também não dá para chamar de caminho, pois ele só existe com o passar do tempo, carregando o aspecto deixado pelo uso, como na Costa da Lagoa. Hoje, temos uma escadaria rudimentar que será desfrutada de outra forma por moradores e turistas.

Aspecto atual da ligação entre a Praia do Pântano do Sul e a Praia da Lagoinha: uma escadaria no lugar da trilha

caminho, proporcionado facilidades de acesso

floripa É l 2017

A opinião da ACEM A Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo (ACEM) defende que a revitalização “da forma radical como está sendo feita não deveria alcançar mais que a trilha da Lagoinha do Leste”, opina o presidente Ricardo Garcia. A ACEM alerta que a Floram deveria considerar a existência de três modalidades de trilha: 1. Trilha de Aventuras: aquelas mais radicais usadas apenas por praticantes de trekking, as quais não devem sofrer qualquer intervenção, exceto para evitar degradação ambiental. Esse é o caso da Trilha do Morro da Coroa até a Ponta da Felicidade, que não foi feita para servir à comunidade e hoje é usada para aventura. 2. Trilhas esportivas: aquelas utilizadas por turistas, competições de corridas e/ou bike, além de pescadores. 3. Caminhos: Trilhas históricas e/ou tradicionalmente usadas por comunidades como da Costa da Lagoa. Atualmente, a trilha da Lagoinha do Leste foi transformada em para turistas e famílias em passeio.


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Como havia várias denominações com lagoinha na Ilha, elas

Canasvieiras sofreu uma corruptela.

ganhavam a referência de lugar,

O certo seria Canavieiras (sem o “s”),

como a Praia da Lagoinha da Ponta

como existe na Bahia e no Espírito

das Canas, nome oficial da praia.

Santo, que é uma variedade de cana.

Os nomes originais Aranhas,

Daniela é o nome do Balneário.

Praia das Aranhas e Morro

O nome original é Praia do Pontal

das Aranhas (também

da Ponta Grossa, hoje também

chamada de Dazaranhas)

chamado de Pontal de Jurerê.

foram trocados a partir da

O mesmo ocorre com Jurerê,

década de 1970 por

nome do empreendimento. A

Alguns nomes vão

praia se chamava Ponta Grossa.

Santinho Praia do Santinho

perdendo sua identidade

e Morro do Santinho.

original. Ingleses do Rio Vermelho é tratado apenas como Ingleses. Da

Talvez se não fosse pela Av. do Antão, o nome de

mesma forma, São João

Um caso de difícil conserto. O

Batista do Rio Vermelho é

nome correto da praia é Calheta

tratado por Rio Vermelho.

e não Galheta. Calheta é uma enseada fechada, como existem

Morro do Antão já teria

vários casos nos Açores. Já

desaparecido. Também

Galheta é uma pequena jarra, sem

conhecido por Morro da Cruz.

qualquer relação com o local.

O Morro do Campeche também é chamado de Morro do Lampião. O

Como ocorreu por toda a

equipamento era usado quando o

Ilha, a chegada dos açorianos

aeroporto funcionava no Campeche.

alterou o nome de várias localidades. A Lagoa Grande virou Nossa Senhora da

Campeche já existia nos mapas desde

Conceição da Lagoa Grande,

o tempo das navegações e se refere ao

depois Lagoa da Conceição.

nome dado à ilha na frente da praia. Existe a versão errônea que o nome deriva do francês champ et pesche (campo de pesca), por conta da passagem de aviadores franceses na década de 1920.

Outro caso de grafia errada, mas que pode ser revertida mais facilmente que a Calheta. Na Praia da Armação fica a Ponta da Companha e O nome original é Praia do

não da Campanha. “Companha é derivado das

Rio das Pacas e não Praia da

companhias da pesca da baleia que ficavam

Solidão. “Novos moradores,

alojadas na ponta”, relata Augusto.

triste e descabidamente, chamam de Solidão, o que fere a tradição local”, escreveu Nereu.

Açores é o nome de um balneário a oeste da Praia do Pântano do Sul e não o nome da praia. “É uma tentativa de menosprezar a comunidade local e não pode ser levada em conta”, defende Nereu. Floripa É l 2017


43 NRogério Moreira Jr.

a morte do lugar empreendimentos e falta de zelo do poder público colaboram para o topocídio e a perda da identidade local É tanta gente nova morando em Florianópolis que o processo de alteração dos nomes das localidades está se acelerando. “Hoje, a maioria dos moradores é recém-chegada e muitos querem criar nomes segundo a sua bagagem cultural”, comenta o escritor Nereu do Vale Pereira. Ele e o professor Augusto César Zeferino escreveram o livro “Florianópolis, análise geo-histórica e glossário toponímico”, obra que elenca o nome e o histórico de várias localidades do município. O topocídio, que é a morte do nome de um lugar, ocorre por diversas razões. “Pode acontecer um fato extraordinário que marca aquele lugar. A Praia do Matadeiro, por exemplo, serviu de refúgio de um matador”, conta Augusto, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Outro fator relevante no topocídio são os empreendimentos imobiliários e os exemplos são vários. A Praia da Daniela, por exemplo, nem existe oficialmente na lei municipal de 1999. O correto é Praia do Pontal. O nome Daniela se refere ao nome do balneário, em homenagem à neta do proprietário. Já a Praia de Jurerê se chamava Praia da Ponta Grossa. Na instalação do loteamento o arquiteto batizou o empreendimento de Jurerê e o nome pegou. A Praia do Santinho era Praia das

Aranhas, assim como o nome da localidade. O Santinho aparecia apenas no nome Morro da Pedra do Santinho. “Atualmente, até os nativos chamam de Santinho e ficam de costas para a origem Aranhas. Eu, que nasci nos Ingleses... é uma tristeza. Esse pessoal mata o lugar com a mudança dos nomes”, lamenta Augusto. Em alguns casos, os nativos se manifestam. “Anos atrás foi colocada uma placa para vender terreno na Praia da Solidão, que originalmente se chama Rio das Pacas. Alguém foi lá, apagou ‘lidão’ e alterou para “só Rio das Pacas”, sorri Nereu. “Adventícios, sem nenhuma tradição ilhoa, desejam substituir este tradicional topônimo por praia da solidão, em uma grande falta de gosto diante da beleza do local”, escreveram os autores no livro. Um caso mais recente ocorreu com a ocupação do Balneário dos Açores. Agora os frequentadores chamam o canto direito da Praia do Pântano do Sul de Praia dos Açores. Para os estudiosos, outro grande responsável é o poder público. “Não ajuda quando eles passam a adotar os nomes sem consultar o que é correto. Por exemplo, o elevado do Rio Tavares. Ali é Porto do Rio Tavares. A autoridade não conhece o lugar e consagra o nome errado”, alerta Augusto. Os autores também apontam para a imprensa, incapaz de consultar e estudar o nome correto das localidades e ficando à mercê da moda do momento. “A imprensa é toda perdida. Veja a questão dos bairros: não existe bairro dos Ingleses. Só tem bairro no distrito central e dois bairros no distrito do Ribeirão da Ilha, que são Tapera e Carianos. O restante é localidade”, explica Floripa É l 2017

Augusto. Por outro lado, eles entendem que os usos e costumes levam a criação e adoção de novos nomes. “Não se pode querer impedir que a população reivindique outro nome, mas não se deve aceitar nomes errados, como acontece com a Praia do Rio das Pacas”, argumenta Nereu. Os escritores defendem que haja um mínimo de zelo pela identidade local. “A preservação da cultura e das tradições é que dá sustentáculo para a cidadania. Quanto mais se conhece e se cultiva as raízes do local, mais cidadão você é, mesmo que você não seja da região”, defende Nereu. “Valorizar a historia e a formação do lugar é um sentimento de amor à terra”, reflete Augusto. “Esse é um dos predicados mais importantes do ser humano: se você valoriza a sua terra é um indicativo que você valoriza a vida e a importância da família, daquela gente e da sua cultura”, afirma. Infelizmente sem o respeito às comunidades e à história do local, muitos nomes continuarão a ser alterados indevidamente. Pelo andar da carruagem, daqui a pouco vão chamar a Praia dos Ingleses de Praia dos Argentinos e o Saco dos Limões de Novo Centro...

Obras consultadas Descortinando as 100 belas praias de Florianópolis, Nereu do Vale Pereira, Insular, 2004. Ingleses do Rio Vermelho, Augusto César Zeferino, ed. do autor, 2008. A Ilha 500 anos: origens da denominação e outros feitos, Nereu do Vale Pereira, Papa-Livro, 2013 (2ª edição). Florianópolis, análise geo-histórica e glossário toponímico, Augusto César Zeferino e Nereu do Vale Pereira, IHGSC, 2016.




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minha cidade l especial l cartĂŁo-postal l galeria l entrevista l urbe l

empreendedorismo l gastronomia l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

Polo atrativo de talentos

Involves, uma das empresas de TI que atraem novos moradores para FlorianĂłpolis

Floripa É l 2017


47 NDivulgação / Kenn Robert (Divulgação)

forte ecossistema empreendedor no segmento de TI abre oportunidades e cresce o número de pessoas de outras regiões que chegam à Florianópolis Santa Catarina é o estado que mais cresce em número de colaboradores na área de TI e as empresas de tecnologia têm faturamento estimado em R$ 11,4 bilhões, o que corresponde a aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) catarinense. No total, 2,9 mil empresas de TI contam com 5,3 mil sócios empreendedores e mais de 47 mil funcionários. Esses números foram revelados pelo estudo Acate Tech Report 2015, desenvolvido pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) em parceria com a Neoway e lançado no ano passado. A pesquisa também mostrou que as maiores responsáveis pela receita do setor tecnológico catarinense são as regiões da Grande Florianópolis, com 901 empresas que faturam R$ 4,3 bilhões, e do Vale do Itajaí, com R$ 2,9 bilhões provenientes de 804 empresas. Ao considerar a renda média, o polo de Florianópolis é o terceiro maior do Brasil, com R$ 4,7 milhões por empresa, perdendo apenas para Campinas e Rio de Janeiro. Florianópolis também apareceu em destaque na Edição de 2016 do Índice de Cidades Empreendedoras, da Endeavor, ocupando a vice-liderança nacional como melhor cidade do país para empreender e perdendo apenas para São Paulo. Dois fatores foram os grandes responsáveis pelo destaque florianopolitano: capital humano e inovação. Na capital catarinense, o forte ecossistema empreendedor no segmento já supera em faturamento

Da Lagoa aos EUA Apesar da retração econômica nacional, os investimentos em tecnologia da informação cresceram 3% em 2016, acima da média mundial (2,4%). Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software, o Brasil foi responsável por quase metade do faturamento do setor – R$ 60 bilhões de um total de R$ 133 bilhões – na América Latina. Uma startup que representa esse avanço do segmento é a Cata Company. Depois de aumentar o faturamento em 1700% no ano de 2015, a empresa manteve o forte ritmo de expansão e fechou 2016 com crescimento de 350%, faturando mais de R$ 12 milhões. Ainda em 2016, a Cata Company, antiga Catamoeda, reformulou a marca, desenvolveu três novos produtos e lançou oficialmente sua operação em solo norte-americano. Criada há três anos na Lagoa da Conceição, cartão postal de Florianópolis, a proposta inovadora da empresa era solucionar a falta de moedas no varejo. Hoje virou referência em tecnologia para o varejo e segurança. “O ano passado foi desafiador para todos no Brasil. Para garantirmos crescimento, alinhados com a nossa parceira Prosegur, focamos em aprofundar a oferta de valor aos clientes das soluções da empresa e aceleramos o processo de exportação, com operação própria no mercado norte-americano. Vamos continuar priorizando a inovação em 2017, com o desenvolvimento de mais um modelo de cofre inteligente de alta performance, com excelente custo-benefício, e uma nova divisão da empresa voltada à segurança de custódia de numerários”, afirma Victor Levy, CEO e fundador da startup, prevendo crescimento superior a 450% em 2017. Em parceria com a Prosegur, líder de segurança privada, a Cata Company desenvolveu também o CataCash One, cofre tecnológico inédito para pequenos e médios varejistas, o módulo publicidade para trade marketing nas suas máquinas e equipamentos de back office para concessionárias e empresas de transporte contabilizarem internamente suas moedas. A empresa também continua aprimorando o seu primeiro produto, o CataMoeda Prosegur. Atualmente são mais de 300 máquinas em todo o Brasil para solucionar o problema de falta de troco. O equipamento oferece vantagens tanto para o varejista quanto para o consumidor final e já recolocou mais de 125 milhões de moedas em circulação no país.

Floripa É l 2017


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crescimento acelerado Fundada em 2015 na capital paulista, a startup Exchange Now chegou à Florianópolis no fim do ano passado para participar do programa de aceleração Darwin Starter. A empresa criou um aplicativo que ajuda pessoas e empresas a encontrarem a melhor cotação de câmbio onde estiverem, facilitando a procura pelas oportunidades mais vantajosas de compra e venda de moedas. Pelo app, os usuários conseguem pesquisar o melhor valor, fazer a reserva e receber o produto em casa com apenas três passos simples e rápidos. Com mais de 13 mil usuários em sua base e cerca de mil operações já realizadas, a startup

a indústria do turismo (mais de R$ 4 bilhões, de acordo com a Acate) e emprega cerca de 12 mil pessoas. Com tantos índices positivos e oportunidades disponíveis, cresce o número de pessoas de outras regiões que chegam à Florianópolis para atuar no mercado de tecnologia e inovação. Em um setor que demanda talento, criatividade e especialização, as empresas locais recebem de braços abertos funcionários de outros estados e países, diversificando a cultura, o sotaque e os costumes na outrora ‘provinciana’ Florianópolis. Um desses talentos é a gaúcha Ana Madalena Bernal, de 34 anos, gerente administrativa financeira da startup Cata Company. Formada em Administração pelo Cesusc, ela atua na área de TI desde 2008. “O mercado de inovação da Capital é fascinante. Existe todo um ecossistema desenvolvido para esse setor, na qual entidades de classe promovem a cultura e a disseminação do conhecimento de práticas inovadoras, não só tecnológicas, mas de gestão”, afirma Ana. “Sinto que o setor de TI em

Florianópolis é divertido, dinâmico e eclético, e por isso consegue trazer tantas pessoas tão diferentes para um mesmo lugar”, elogia. De acordo com Ana, trabalhar com inovação é inspirador. Para ela, ver a empolgação quando cada programa ou sistema são construídos é contagiante. “Acho que o maior estímulo é a rapidez com que tudo pode mudar e o desafio é estar atento às mudanças”, conta Ana, que é praticante amadora de corrida em trilhas e praias, além de asfalto. O mesmo sentimento é compartilhado por seu colega na Cata Company, Guilherme Boria, diretor da área administrativa da startup. Natural de São José dos Campos, ele veio estudar administração na UFSC e retornou para São Paulo após concluir o curso, onde integrou a equipe de grandes empresas. “Quando me formei na UFSC eram poucas as oportunidades de trabalho na iniciativa privada que realmente valiam à pena. Mas agora o mercado florianopolitano já oferece excelentes pos-

mudou-se para a capital catarinense com o objetivo de encontrar novas possibilidades de crescimento. Segundo Marcos Almeida, CEO da startup, a escolha por Florianópolis aconteceu em função do ecossistema em formação, da qualidade de vida, dos tributos mais baixos e do polo de investimentos formado na cidade. “Capitais como São Paulo reúnem grandes empresas de tecnologia e atores do meio econômico, mas em Florianópolis estão concentrados importantes investidores com capacidade e potencial para fazer a Exchange Now crescer. Programas como o Darwin Starter, que oferecem aporte e mentoria para projetos nascentes, fazem da cidade o lugar ideal para construir um negócio”, elogia.

Vinícius Duarte, da Involves, aproveita a oportunidade de emprego para curtir a natureza da Ilha Floripa É l 2017


49 NDivulgação

sibilidades em empresas inovadoras e com políticas humanizadas de trabalho”, explica Guilherme, que no início do ano voltou a morar na Capital e atualmente divide o seu tempo entre a Cata Company e o surfe. “Eu escolhi trabalhar em Floripa para aliar o estilo de vida mais saudável e ligado à natureza com uma vontade antiga que tinha de ajudar a desenvolver o mercado de trabalho local”, comenta. De acordo com o diretor, é preciso criar um ambiente que fomente a criação de ideias para atrair profissionais dedicados e engajados com o propósito da empresa. “Especificamente no caso de uma startup, tem-se a missão de fazer tudo isso com pouco recurso financeiro. Mas são desafios que valem a pena quando recebemos feedbacks positivos de pessoas e empresas elogiando os nossos produtos”, garante Guilherme. Outro talento que veio de fora é o pelotense Vinícius Duarte, analista de marketing da empresa Involves. Há dois anos morando em Florianópolis, ele conta que sempre preferiu o estilo de vida litorâneo e a capital catarinense, em particular, reúne todas as características que ele aprecia para ter boa qualidade de vida. “Eu conhecia muito pouco da cidade até 2015, quando surgiu a oportunidade de integrar o time da Involves. E a cidade conta com a estrutura e a riqueza natural que podem ser traduzidas na qualidade de vida que eu procurava”, elogia o analista, que gosta de fazer trilhas e desbravar outros cantos locais. Na opinião de Vinícius, a Ilha é muito versátil e isso permite que ele se inspire de diversas formas e escreva cada vez mais. “Vejo Florianópolis como uma cidade bem madura em relação ao mercado, principalmente no segmento de tecnologia. Temos grandes empresas e um ecossistema de colaboração que só contribuirá para a modernização e crescimento da cidade”, acredita.

Startup&cerveja A paixão por cerveja e tecnologia impulsionou os irmãos João e Mateus Bodanese a empreenderem. Eles criaram a MyTapp, um sistema de chopeiras eletrônicas ativadas por meio de um cartão pré-pago. A máquina foi idealizada em 2014, testada em 2015 e lançada em 2016. No total, já foram vendidas 213 Tapps para seis estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. MyTapp é a junção das palavras inglesas My, Tap e App (“minha”, “torneira de chope” e “aplicativo”). Como o próprio nome sugere, a startup desenvolveu uma tecnologia (hardware e software) que automatiza chopeiras, facilitando o consumo de cerveja. Funciona assim: o dono do estabelecimento instala a chopeira e os clientes utilizam um cartão com crédito pré-pago para liberar o chopp. Além disso, os consumidores ainda têm acesso a informações e descrições da bebida que escolherem. De acordo com Mateus, o diferencial da solução é “fornecer uma experiência nova no consumo de chope. Com a MyTapp o cliente consegue consumir a quantidade que quiser do seu o estilo preferido de cerveja e só paga por isso”. A empresa nascente é incubada do Midi Tecnológico, gerido pela Associação Catarinense de Empresas Catarinenses (Acate) e mantido pelo Sebrae/ SC. Isso facilitou a instalação da primeira máquina em Santa Catarina, que fica na sede da incubadora, na Acate. Além disso, a troca entre as empresas incubadas facilitou o desenvolvimento e aperfeiçoamento da solução e dos empreendedores. “No Midi incentivamos que os incubados troquem experiências e contribuam para a evolução das soluções uns dos outros. Acreditamos que além de favorecer o produto final, essa interação soma para o fortalecimento do ecossistema catarinense de startups”, reforça Kamila Bittarello, coordenadora técnica da incubadora. Em 2016, a startup faturou R$700 mil e alcançou mais de 300 pessoas. Para esse ano, a expectativa é triplicar esses números. Apesar do desafio de crescer vendendo software e hardware, o índice de aceitação da tecnologia é alto. Para Mateus, o objetivo da empresa é um só: democratizar o acesso às cervejas no Brasil. Floripa É l 2017


50 NDivulgação

Self Service de suplementos alimentares O Brasil possui o segundo maior mercado fitness do mundo, com 32 mil academias e cerca de 8 milhões de frequentadores, de acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA). De olho no crescimento do setor e com uma ideia inovadora, sugerida por seu irmão, Conrado Balvedi decidiu empreender na área. Ele e mais dois sócios desenvolvem uma espécie de vending machine de suplementos alimentares, sendo que a fórmula é fabricação própria. A 1Will fechou 2016 com sete máquinas instaladas em academias e está

Scale-Up nativa

começando sua expansão para o resto

A empresa Involves foi criada em 2008 em Florianópolis e já tem clientes na

o consumidor pode escolher entre seis

América Latina e África, além do Brasil, onde ela se destaca no segmento de

variedades de proteínas de acordo com

tecnologia e inovação. Selecionada duas vezes para o programa de aceleração

seu objetivo. Já na segunda é possível

Promessas, da Endeavor, a história da Involves tem várias semelhanças com

escolher entre dois suplementos, um para

o caminho percorrido pelas empresas do setor tecnológico de Santa Catarina:

ser consumido durante o treino e outro

começou com um projeto específico dentro do seu segmento e cresceu

antes dos exercícios.

progressivamente, sem nunca ter recebido investimentos externos.

A startup entrou como pré-incubada do

Dentro do ecossistema empreendedor da cidade, o negócio se destaca como

Midi Tecnológico em novembro de 2015.

uma scale-up, título dado pela Endeavor às empresas de alto impacto, ou seja, que

Na incubadora, os empreendedores

crescem e empregam acima da média. Outra característica é ser formada por mais

receberam mentorias e capacitações que

sócios – a Involves tem seis, que começaram como jovens universitários unidos pelo

ajudaram no aperfeiçoamento do modelo

gosto musical em uma banda de rock. Hoje, a empresa atende grandes companhias

de negócio. “Dentro do Midi conseguimos

como L’Oréal, Motorola, Red Bull, Positivo Informática e Cocamar por meio do Agile

visualizar melhor nosso objetivo e

Promoter, plataforma de gestão de trade marketing e merchandising em tempo real.

trabalhar com

A aderência da plataforma desenvolvida pela Involves impulsionou o crescimento da

ele servindo

empresa em mais de 100% ao ano, desde 2010. Para dar sustentação a esse ganho

como norte.

de mercado, o quadro de colaboradores vem aumentando rapidamente, totalizando

Nossa ideia é

mais de 80 atualmente e cerca de 30 oportunidades abertas.

proporcionar

Recentemente selecionada como a melhor pequena empresa de TI para se trabalhar

suplementação

no Brasil, a Involves conta com diversos funcionários vindos de outros estados e

de qualidade

países, alguns especificamente para trabalhar aqui.

da forma mais

“Estamos constantemente em busca de profissionais especializados e, para isso,

prática possível”,

desenvolvemos uma série de atividades para atrair e reter talentos, como horários

destaca Gabriel

flexíveis e espaços de descontração. Queremos não só garantir a produtividade, mas

Bilck, um dos

principalmente a satisfação no trabalho”, afirma André Krummenauer, co-fundador

sócios da

e administrador da Involves.

empresa. Floripa É l 2017

do país. A solução oferece dois tipos de suplementos alimentares: os proteicos e os de performance. Na primeira categoria,


Câmara Técnica

DEBATE

CONTABILIZANDO PARA O CIDADÃO

XXX

CONTESC Convenção da Contabilidade do Estado de Santa Catarina

Balneário Camboriú/SC


52

NVictor Carlson

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Endrigo, Iva e Alexandre

sucesso com Fine art O trio é um dos grandes responsáveis pela efervescência da fotografia em Florianópolis. Nos últimos anos a cidade assistiu a diversas manifestações culturais envolvendo o mundo fotográfico, entre elas, o já tradicional “Varal da Trajano”. Esse movimento que agitou e congregou vários fotógrafos teve como motivador os serviços prestados e o apoio da Multicor, dos sócios Endrigo Righeto, Iva Bertotti e Alexandre Freitas, todos com mais de 20 anos de experiência no mercado. Mas qual o segredo para tamanho envolvimento? Foram três fatores principais. Primeiro, a Multicor apostou alto na especialização da impressão de alta qualidade das fotografias por meio do método do Fine Art. Neste processo as impressões são realizadas dentro de padrões específicos e controladas com o uso de papel algodão e pigmentos de tinta mineralizados, entre outros fatores. “Foram quatro anos estudando o assunto até a tecnologia chegar ao nível que almejávamos”, lembra Endrigo. Atualmente a Multicor é a única certificada em Santa Catarina pela Hahnemühle, empresa alemã especializada em papel, fundada em 1584, por seguir todos os critérios de qualidade. O segundo fator foi o apoio a diversas iniciativas de eventos ligados a fotografia e a arte, o que estimulou o mercado e o envolvimento dos fotógrafos. “Criamos oportunidades de apresentar a qualidade do Fine Art e aguçamos o engajamento dos profissionais”, explica Alexandre. Por fim, “aqui realizamos um atendimento personalizado”, salienta Iva. Com essas ações e a qualidade do material, a Multicor atrai cada vez mais a atenção de fotógrafos. O reconhecimento pode ser visto com vários trabalhos ali impressos que são acolhidos em feiras e museus pelo mundo. “Agora a nossa empresa foi escolhida pela Hahnemühle para ser a responsável pela impressão na feira Fotografar, em São Paulo”, comemora Endrigo. Mais uma “medalha” merecida.

Floripa É l 2017


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Mesmo tendo se aposentado há uma década, Fernando “Xuxa” Scherer continua presente na lembrança dos catarinenses. Considerado o maior nadador de Santa Catarina e um dos grandes nomes da história da natação brasileira, além de duas medalhas olímpicas de bronze – nos 50mts livre em Atlanta/EUA (1996) e nos 4x100mts livre em Sydney/AUS (2000) –, Xuxa acumulou incontáveis conquistas internacionais, entre elas, o bicampeonato e recorde mundial em piscina curta. Mas engana-se quem pensa que ele abandonou as piscinas. Nos últimos anos Fernando manteve o sucesso, mas como empresário ligado ao segmento da natação. “Eu sempre soube que a minha vida de atleta teria um prazo determinado e que seria essencial investir em projetos já prevendo os rumos após a aposentadoria”, conta. “Em 2007, quando este momento finalmente chegou, eu já ministrava palestras motivacionais, tinha a acade-

mia F. Scherer e era sócio na empresa Hammerhead, marca de artigos esportivos fundada em 1999 e que oito anos depois já era a segunda no market share nacional do segmento”, revela o empresário. Foi justamente com base em todo o seu conhecimento e experiência no mundo esportivo, em especial, é claro, na natação, que Fernando, o irmão Eduardo e a cunhada Ana Catarina Azevedo Scherer – ídolo da natação feminina brasileira dos anos 80 e 90 – criaram a Hammerhead, atualmente presente em mais de quatro mil pontos de vendas no Brasil. “Eu

sempre digo que a Hammerhead é a minha terceira filha por ser um projeto pelo qual tenho grande amor, dedicação e respeito”, revela o pai de Isabella e da pequena Brenda, do seu casamento com Sheila Mello. De acordo com Xuxa, o que começou como um sonho de três pessoas se tornou uma marca reconhecida por seus valores, unindo parceiros, atletas, colaboradores. “Temos muito orgulho em ser uma comunidade que une, promove e incentiva a prática da natação no país”, comemora. Com a correria do dia a dia, ele comenta que falta tempo para se dedicar com mais frequência à atividade esportiva, mas que continua a dar as suas braçadas sempre que possível. “Como ex-atleta, sei que a prática do exercício é essencial para a manutenção da saúde e tento sempre estar na ativa”, afirma. “O amor ao esporte é o que move a minha vida há três décadas e assim será sempre”, garante com um largo sorriso.

Fernando Scherer

Braçadas nos negócios FLORIPA É l 2017


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Jaison Niehues

plataforma pioneira para órgãos públicos FLORIPA É l 2017

Desburocratizar o serviço público e promover a agilidade no fluxo dos processos. Esses são alguns benefícios da plataforma 1Doc Governo, sistema desenvolvido pela startup catarinense 1Doc. A solução inédita no país já evitou mais de dois milhão de impressões, com economia superior a R$ 200 mil aos cofres. A proposta de criar um programa capaz de melhorar o funcionamento e o atendimento no setor público foi dos sócios fundadores Jéferson de Castilhos e Jaison Niehues. Contratados por uma prefeitura catarinense em um cargo em regime de comissão, eles se sentiam como gaiatos no navio, presentes em uma realidade de processos e estruturação totalmente arcaicos. “A minha primeira dificuldade foi conseguir uma caneta para escrever. Para tal, foi preciso enviar um memorando físico – assinado e carimbado – para a diretoria de compras”, recorda Niehues. O conceito da 1Doc Governo é bem simples: a plataforma agrega de forma on-line os processos de comunicação interna, atendimento ao cidadão e gestão documental. Basta cadastrar o chamado pelo site para que a demanda seja automaticamente encaminhada ao setor responsável, garantindo rapidez no atendimento à população e diminuindo a dependência das impressões. O processo é transparente ao cidadão do início ao fim. Todas as respostas são enviadas aos requerentes por e-mail ou SMS. Já a agilidade para os órgãos públicos foi imensurável. Em algumas prefeituras, uma demanda gerada no protocolo poderia consumir até uma semana. Atualmente, em algumas horas pode estar resolvida. A 1Doc também se destaca por ser uma das poucas startups brasileiras com modelo de negócio voltado aos órgãos públicos. “É fundamental que as prefeituras se conscientizem sobre a necessidade de agilizar os processos por meio da tecnologia. São pequenas ações do dia a dia que geram grande economia aos cofres públicos, aliadas à sustentabilidade e preservação da natureza. Todos saem ganhando com isso”, finaliza Niehues.



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Os sócios Douglas Ferreira e Matias Carlos Althoff transformaram uma brincadeira em negócio

Floripa É l 2017


57 NVictor Carlson / Reprodução

Dezarranjo criativo Os ilhéus Douglas e Matias encontraram uma forma bem divertida para montar o próprio negócio Quem assiste os vídeos do Dezarranjo Ilhéu pensa que a falação desenfreada foi acelerada com trucagens de edição. Mas o processo de criação não tem nenhum efeito e é mérito exclusivo do talento do designer e ilustrador Douglas Ferreira. Até bem pouco tempo ele usava apenas o ipad para gravar o áudio dentro do carro. “Recentemente foi que compramos um microfone. O segredo é treinar o enredo durante o banho”, sorri Douglas. O curioso é que na hora de gravar ele sabe apenas o começo e o fim da história. “O miolo vai saindo na hora, é um dezarranjo”, brinca. Também se equivoca quem pensa que tem mais de uma pessoa nas vozes. “Até a minha mãe perguntou de quem era a outra voz”, conta. O nome Dezaranjo Ilhéu surgiu justamente da avalanche de produção de ilustrações no início da ideia, em 2014. “Comecei a publicar as ilustrações com expressões locais e à medida que o pessoal curtia fui acelerando a produção”, lembra o designer. A inspiração vem dos tem-

pos de criança na Cachoeira do Bom Jesus cercado de personagens tipicamente ilhéus. “O vídeo com duas crianças discutindo no jogo de bola de gude, é uma lembrança da brincadeira com meus amigos na rua”, revela Douglas. As primeiras ilustrações usavam expressões como da imagem acima. Em seguida foi preciso inovar até chegar aos vídeos com animação dos personagens. “Eu não manjava nada de animação. Então saiu algo Floripa É l 2017

bem simples, com três movimentos de boca”, revela Douglas. Na parte de criação, o sócio Matias Althoff, formado em Administração pela Univali, participa da aprovação. “Se eu mando o vídeo e ele não para de rir, pronto, está aprovado”, se diverte Douglas. O Dezarranjo começou como negócio logo em seguida. Os sócios viram naquela enorme quantidade de curtidas uma oportunidade. Na primeira feira em Santo Antônio de Lisboa venderam todos os quadros e canecas. “Nem tinha acabado a feira e já tínhamos saído para comprar uma mesa maior”, lembra Matias. A dupla continua na feira, mas também tem um site de venda on-line, além de alguns lojistas em uma seleção bem restrita. “A linha de produtos foi aumentando. Antes produzíamos tudo com equipamento próprio, mas hoje precisamos de fornecedores para dar conta de toda a gama de produtos”, explica Matias. O curioso é que apesar da juventude de Douglas e Matias, a maioria dos personagens retratados tem mais idade, como a velhinha que dá dicas de autoexame para o Outubro Rosa do ano passado, um dos vídeos de maior sucesso do Dezarranjo. “São as pessoas mais velhas que mantêm o estereótipo do manezinho e a visão que eu tinha na época de criança”, finaliza Douglas.


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Felipe Reitz e o protótipo do primeiro equipamento do mundo para a detecção e avaliação da dor

Floripa É l 2017


59 NVictor Carlson / Reprodução

o próximo salto é enorme Projeto no Sapiens Parque apresenta equipamento inovador pronto para conquistar o mercado no segundo semestre O cientista Felipe Retiz ouviu do professor Diomário Queiroz, na época presidente da Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina), que “uma nova Siemens está nascendo aqui no Sapiens”. “Isso me deixou arrepiado”, lembra o cientista Felipe Reitz, “e resolvi mudar até o nome da empresa de Global Detecta para Reitz Innovation”, lembra. O elogio serviu para Reitz vislumbrar que o negócio poderia se transformar em uma multinacional. Tamanha expectativa tem uma razão de ser. O equipamento desenvolvido pelo cientista mostra a quantidade de dor e qual a tolerância da pessoa em relação à dor. A máquina faz um scanner do corpo por meio de diversos sensores que geram dados enviados para um software e um algoritmo gera o laudo. “Com esse aparelho criaremos uma linguagem universal para a dor e isso facilitará a eficiência dos tratamentos”, comenta o pesquisador. O potencial de mercado do

Desenho do novo equipamento desenvolvido com apoio da Olsen Odontomédica, de Palhoça

equipamento é enorme. “Somente a previdência social perde bilhões por ano com fraudes que ocorrem porque a pessoa não tem dor ou exagera na dor”, analisa. Além do estado, muitos hospitais e clínicas já manifestaram interesse pelo equipamento. “As empresas poderão economizar em média R$750,00 por colaborador ao ano, em função do risco de afastamento das suas funções. Agora imagina uma empresa com 15 mil empregados!”, explica Reitz. Isso sem contar as empresas de seguro, do ramo farmacêutico, de ergonomia do trabalho entre outros setores. A ideia do projeto surgiu quando Reitz morava na Europa. Além da experiência com venda de equipamentos de tecnologia da área Floripa É l 2017

médica, ele montou uma clínica na Irlanda em 2001, que se tornou uma das maiores da Europa de medicina integrada. O reconhecimento do trabalho realizado na clínica e a visão inovadora no uso da tecnologia atraiu o interesse da indústria de seguros. “Eles gastavam bilhões para detectar fraudes e me procuraram para desenvolver algo relacionado com a dor. Começamos a pesquisa e dois anos depois apresentei o primeiro conceito de identificação e avaliação de dor”, conta Reitz. “Eles enviaram uma ‘lista negra’ de clientes no qual gastavam 15 mil euros e nós em 45 minutos e por 380 euros identificamos se havia problema”, relembra. Reitz retornou para o Brasil em 2010 e aqui continuou a pesquisa para desenvolver o equipamento capaz de identificar e quantificar a dor de forma mais rápida, adaptando o modelo de negócios à realidade brasileira. “Na Europa o investidor gosta e ‘tô dentro’. Aqui é tapa nas costas e ‘te vira’”, analisa. Mas Reitz teve o apoio do sócio Adonai Zanoni e orientações do empresário Cesar Olsen, exportador de equipamentos odontomédicos e que está desenvolvendo a estratégia para entrada no mercado norte-americano. Para dar o grande salto ainda falta a aprovação da Anvisa, mas Reitz acredita que no segundo semestre entra com força no mercado. Portanto, em breve, saberemos se o Prof. Diomário acertou sua previsão.


60

minha cidade l especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l

O Destino SC do Grupo RIC promoveu mais uma edição do “Menus do Centro” com cinco restaurantes: Bistrô da Praça, Chez Popi Atelier de Doces, La Cave Bar, Delfino 146 e Delícias Portuguesas. “Os restaurantes são de qualidade, com preços diferenciados e bem atrativos”, afirma Santiago Edo, gerente de marketing do Grupo RIC. A ideia foi prestigiar a região central de Florianópolis, incentivando as pessoas a se encontrarem em um local conhecido pela boa gastronomia, com as casas localizadas no entorno das praças do Banco Redondo e Getúlio Vargas, a histórica Casa do Barão e o Beiramar Shopping. Nesse projeto cada restaurante

gastronomia

apresentou um prato com harmonização de vinho completando cinco semanas de ação gastronômica. A parceiria envolveu o conteúdo editorial do Grupo RIC de forma diferenciada. A colunista de gastronomia Luciane Daux acompanhou a preparação dos pratos pelos chefes, gravando reportagens que foram exibidas no programa Ver Mais da

Conheça cinco casas e suas receitas que foram divulgadas pelo Destino SC nesse verão

l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

RICTV Record, no portal RIC Mais e nas mídias sociais do Grupo RIC. Além disso, as receitas foram publicadas na coluna de Luciane no jornal Notícias do Dia e no blog da jornalista. “É bem interessante esse projeto, pois dá conhecimento ao público que existem opções no Centro para comer muito bem”, opina Luciane. O “Menus do Centro” foi uma das atrações promovidas pelo Destino SC, projeto que divulgou os principais roteiros e eventos da temporada. O Destino SC se destaca pelo grande esforço de mídia, que traz conteúdo de qualidade e visibilidade aos patrocinadores. Ao todo são aproximadamente 30 eventos com

Menus do Centro Filé de peixe com tagliatelle de legumes e fonduta de provolone 1 posta grande de peixe branco fresco (olhete ou dourado) 1/2 de cada: cenoura, abobrinha e

La Cave O La Cave é uma casa de vinhos que traz o moderno conceito de gastrobar. A proposta é oferecer a possibilidade de degustar novidades da gastronomia e bons vinhos em um ambiente aconchegante e informal. Como diferencial o La Cave oferece rótulos de diversas regiões da França, entre espumantes, vinhos tintos, brancos e rosés. R. Altamiro Guimarães, 260

alho poró 1 talo de salsão 1 dente alho

fazer o roux branco, com um pouco

Sal

de manteiga, a farinha de trigo e o

Cebolinha verde

leite, em fogo baixo até engrossar.

40g de queijo provolone

Finalizar com o queijo provolone.

1 colher (sopa) de farinha de trigo

3. Tagliatelle: cortar os legumes no

2 colheres (sopa) de manteiga

formato de tagliatelle, saltear todos

200ml de leite

em frigideira bem quente com manteiga,

1. Peixe: em uma frigideira colocar uma co-

acertar o sal, finalizar com cebolinha.

lher de manteiga e deixar esquentar. Com o

4. A receita é do chef Renato Barros, do La

peixe já salgado, selar e levar ao forno pré-

Cave Gastrobar, que participa do projeto

-aquecido a 200ºC por mais ou menos 3

“Menus do Centro” com este prato. Um vinho

minutos.

Bordeaux branco é a indicação de harmoni-

2. Fonduta: em uma panela com fogo baixo,

zação de Gustavo Esteves, sócio da casa.

floripa É l 2017


61 NDivulgação / Paulinho Sefton (Divulgação)/ Alex Takaki (Divulgação) / Luciane Daux (Divulgação) / Felipe Machado Soares (Divulgação) / Mariana Burigo (Divulgação)

Cuscuz marroquino com chutney de manga e camarões grelhados A bucólica Rua Luiz Delfino abriga o café e bistrô que leva o seu nome. Um ambiente elegante e descontraído

Delfino 146 O espaço da galeria de obras do artista plástico Juarez Machado se transformou em um ambiente que remete à atmosfera de uma sala de estar e traduz bem a intenção dos sócios, que é fazer os clientes e amigos se sentirem em casa. O Delfino 146 tem um cardápio enxuto, mas com possibilidades para o café da tarde, happy hour ou jantar. Rua Luiz Delfino, 146

para curtir os fins de tarde no centro da cidade. 70g de cuscuz marroquino 50g de chutney de manga

3. Aqueça uma frigideira com um

5 unidades de camarão médio, lim-

pouco de azeite de oliva e grelhe

po e eviscerado

os camarões. Retire os camarões e

150 ml de água fervente

coloque o cuscuz hidratado na frigi-

Alho, sal e pimenta do reino para

deira. Acrescente azeite de oliva e

temperar o camarão

o chutney de manga. Acerte o sal.

80 ml de azeite de oliva

4. Sirva o cuscuz no centro do prato e os

30 ml de pesto de ervas frescas

camarões grelhados sobre ele, regando

1. Hidrate o cuscuz em água fervente. Re-

com o pesto de ervas e decorando com

serve.

micro brotos.

2. Tempere o camarão com alho sal e pi-

5. A receita é da chef Adriana Fernandes,

menta

do Delfino 146.

Petit Pavlova

ma com silpat (ou papel manteiga). 3. Leve ao forno pré-aquecido

Doce de origem

(95ºC) por aproximadamente

australiana que,

uma hora e meia.

pela sua leveza,

4. Em uma vasilha colo-

homenageia a bailarina

Chez Popi

que os dois chocolates

russa Anna Pavlova.

cortados e acrescente

100g de claras (apro-

as colheres de creme

ximadamente 3 claras

de leite. Leve ao mi-

de ovo) / 200g de açúcar refinado / 1 barra de

croondas e esquente de 30 em 30 segundos até amole-

“Ingredientes selecionados com

cada: chocolate meio amargo e cho-

cer. Incorpore delicadamente os dois

gotinhas de carinho”! Este é o Chez

colate ao leite / 6 colheres (sopa) rasas

e reserve a ganache.

Popi Atelier de doces, especializado em

de creme de leite / Flores comestíveis

5. Arrume os discos de merengue em

macarons, brigadeiros, cupcakes, entre

e frutas da estação para decorar

uma base ou em um prato de servir

outras criações exclusivas. Localizado

1. Em uma panela coloque as claras e

independente. Coloque a ganache no

em um antigo casarão na região nobre

o açúcar. Em fogo baixo e sempre mexendo

centro do disco. Arrume as frutas e as flores

do centro de Florianópolis, o atelier tem

com um pão duro, dissolva bem o açúcar

por cima da ganache e sirva assim que termi-

produtos para pronta entrega em um

nas claras até não sentir mais nenhum grão-

nar de montar.

espaço aconchegante

zinho no fundo da panela.

6. Esta receita é criação da Paula Popi, espe-

e também aceita

2. Coloque as claras rapidamente na batedeira

cialmente para o “Menus do Centro” no Des-

encomendas.

e deixe bater até o merengue dobrar de tama-

tino SC. A Chez Popi fica na Rua Vitor Konder,

Rua Vitor

nho e esfriar. Coloque numa manga de confei-

125, e é uma excelente opção para curtir as

Konder, 125

teiro com um bico Flor e modele discos na for-

tardes de verão no centro da cidade.

Floripa É l 2017


62

N Divulgação / Paulinho Sefton (Divulgação) / Divulgação / Luciane Daux (Divulgação)

Polvo Croata O menu é inspirado nas viagens do chef Ricardo Almeida, que sempre traz pratos criativos e saborosos como o Polvo Croata, apreciado pelo chef em sua visita à Croácia. 6 tentáculos de polvo

Bistrô da Praça

2 cebolas 2 cabeças de alho 2 folhas de louro 2 colheres (sopa) de páprica picante

uma cebola cortada em rodelas, so-

Sal e pimenta a gosto

breponha sobre estas os tentáculos

O Bistrô da Praça completa 15 anos e

500 ml de azeite de Oliva

do polvo e cubra com a outra ce-

já se tornou um clássico na cidade. Os

Redução de balsâmico

bola em rodelas também. Tempere

proprietários Ricardo Almeida e Jorge

Broto de coentro

com o sal, a pimenta e a páprica.

Dal Toe são os responsáveis desde os

2. Disponha as folhas de louro e as

menus, até a carta de vinhos. A culinária

Acompanhamento:

cabeças de alho cortadas ao meio.

é francesa clássica de bistrô e sempre

150 g de batata baroa cozida

Cubra com o azeite de oliva. Envolva a

acompanha as

e espremida

forma em papel laminado e leve em forno

novidades da estação e

3 colheres (sopa) de azeite de oliva

médio por uma hora e meia.

de viagens pelo mundo.

Sal e pimenta a gosto

3. Em um prato disponha o purê de man-

Largo Benjamin

Para finalização:

dioquinha, o polvo e finalize com o aceto

Constant, 663

1. Em uma forma antiaderente, disponha

e os brotos.

Salada de bacalhau “Espera, Marido” A chef Helena Moreira conta que em Portugal, quando se tem um desejo imediato de comer bacalhau e ainda não se tem o peixe dessalgado, pede-se, então, que

Delícias Portuguesas

o marido espere “um bocadinho”

O Delícias Portuguesas é o restaurante

2 dentes de alho picados

retirar toda a água.

português mais conhecido da cidade.

½ cebola roxa

2. Em uma frigideira, aloure o alho

A proprietária e chef Maria Helena

Suco e raspas de um limão siciliano

picado no azeite de oliva. Junte o

Moreira propõe variados pratos da

Azeite de oliva, sal e pimenta do

bacalhau desfiado e salteie ligeira-

moderna e da tradicional culinária

reino a gosto

mente. Retire do fogo.

portuguesa. O restaurante abrange

½ abacate maduro cortado em cubos

do famoso bacalhau

Pãezinhos para acompanhar

crua finamente fatiada, a salsinha ou coen-

ao pato aos

1. Lave o bacalhau para retirar o excesso de

tro picados, raspas e suco do limão, acerte

belíssimos vinhos.

sal e então desfie toda a carne. Lave abun-

sal e pimenta do reino. Sirva sobre o aba-

Rua Visconde de

dantemente a carne desfiada até que fique

cate em cubinhos e acompanhe com pãe-

Ouro Preto, 559

no ponto correto de sal. Esprema bem para

zinhos quentes.

até que venha a deliciosa salada. Por isso o nome do prato! 1 pedaço de bacalhau ainda salgado, em torno de 200g

floripa É l 2017

3. Misture ao bacalhau a cebola


63 NDivulgação

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gastronomia

Capital terá observatório da gastronomia

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Para a Abrasel, o que representou a conquista deste título para Florianópolis? A Abrasel/SC atuou desde o início do processo, em 2010, no desenvolvimento do dossiê que seria encaminhado para a Unesco com a candidatura. Portanto, receber o selo da organização foi uma conquista para todos os envolvidos, pois colocou a cidade e nossa gastronomia no foco de uma rede de visibilidade internacional, com potencial para incrementar o setor turístico-gastronômico local. Em novembro de 2016, a nossa

Florianópolis recebe selo da Unesco para implantar projeto inédito no Brasil e que reforçará a cidade como referência mundial na gastronomia

entidade teve a oportunidade de participar de um evento internacional da Rede de Cidades Criativas que ocorreu em Macau, na China. De acordo com a gerente Andréa Alberti, que representou a Abrasel/SC na ocasião, Florianópolis é muito respeitada e admirada mundialmente pelo grupo. Houve, realmente, um incremento do setor a partir desta escolha? O segmento tem trabalhado bastante com foco na qualificação da sua mão de obra. Acreditamos que ainda estamos plantando a semente para que, em um futuro próximo, possamos colher os frutos

Conhecida no exterior pelo turismo e suas belezas naturais, desde dezembro

deste grande projeto que deverá trazer

de 2014, quando foi nomeada membro

muitos benefícios para a gastronomia de

da Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Florianópolis também é referência em gastronomia. A cidade foi a primeira do país a participar do grupo nessa categoria e agora recebeu o selo da Unesco para implementar o Observatório da Gastronomia. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Santa Catarina

“Foi uma grande conquista, pois colocou nossa gastronomia com uma visibilidade internacional”

Florianópolis e para a própria cidade. Podemos dizer que Florianópolis está no mapa mundial do turismogastronômico? Podemos dizer, sim, que Florianópolis hoje está no mapa e cada vez mais conquista lugar de destaque na Rede Mundial das Cidades Criativas. Atualmente, a capital catarinense tem chefs de cozinha respeitados e premiados

(Abrasel/SC), ao lado de órgãos e outras entidades ligadas ao setor, trabalhou desde

e implantação de um Observatório da

internacionalmente e o selo contribuiu para

2010 para que o município conseguisse esse

Gastronomia que será pioneiro no Brasil

este reconhecimento. Ainda nesse ano,

resultado. Confira a entrevista com Raphael

e também nas cidades que integram o

teremos a participação de chefs ligados ao

Dabdab, presidente da Abrasel/SC.

grupo global. O objetivo é a coleta de

grupo global no Encontro Nacional Abrasel,

informações e produção de conhecimento

que ocorrerá de 7 a 9 de novembro em

Como funciona o Observatório?

ligado à área, o que ajudará empresários e

Florianópolis. Por meio de workshops e

O grupo gestor do projeto da Unesco em

gestores no planejamento e execução de

palestras, eles mostrarão um pouco da sua

Florianópolis trabalha no desenvolvimento

suas atividades.

gastronomia e da cultura de seus países.

floripa É l 2017


64 NDivulgação

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gastronomia

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Jovem desenvolve NARIZ ELETRÔNICO O APARELHO QUE TEM A FUNÇÃO DE IDENTIFICAR OS AROMAS NA CERVEJA FOI DESENVOLVIDO NA ALEMANHA POR CIENTISTA RADICADA EM FLORIANÓPOLIS A presença dos chamados off-flavors é um dos problemas mais sérios na indústria cervejeira, porque a maioria dos consumidores julga o produto principalmente pelo seu sabor. Sua avaliação é complexa e primordial no controle de qualidade da bebida e comumente é realizada por técnicas de análise de alto custo, morosas ou subjetivas. A engenheira química Amanda Reitenbach, radicada em Florianópolis e diretora do Science of Beer Institute, desenvolveu um “nariz eletrônico” (e-nose) para avaliar e detectar os compostos indesejáveis em amostras de cervejas. “Trata-se de um instrumento constituído por um arranjo de sensores parcialmente seletivos, utilizado na análise de compostos voláteis. Essa tecnologia procura detectar o perfil dos compostos voláteis e necessita de uma quantidade pequena de amostra (15 ml), permitindo resultados rápidos e de menor custo”, descreve a autora do

projeto. O trabalho é fruto de seu doutorado na Universidade Versuchs und Lehranstalt für Brauerei in Berlin e no curso de Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Amanda Reitenbach ressalta que a cerveja é uma das bebidas mais sensíveis e instáveis do ponto de vista sensorial, possui sabor e aroma complexos, porém apresenta pouca estabilidade de aroma, se comparada a outras bebidas alcoólicas. Portanto, seus sabores e aromas variam

Como funciona A tecnologia estudada pela doutora revela uma alternativa promissora para o desenvolvimento de novos produtos e para a comparação de compostos aromáticos que podem afetar a qualidade de cervejas. “As pesquisas para produzir equipamentos que simulem o olfato humano têm avançado consideravelmente”, lembra Amanda. Na indústria cervejeira a tecnologia de narizes e línguas eletrônicos pode ser útil em mais de uma etapa do processo e encontra aplicações que reduzem o tempo de análise e aumenta a eficiência, por se tratar de equipamentos que, se bem construídos, calibrados e ‘educados’, podem fornecer resultados precisos.

Curso de Sommelier Amanda Reitenbach, diretora do Science of Beer Institute, e criadora do “nariz eletrônico” da cerveja

devido à ampla gama de influências que ocorrem em todos os estágios do processo de preparação e durante a estocagem. “A cerveja possui acima de mil componentes, que podem contribuir de forma mais ou menos acentuada para o sabor do produto, conferindo à bebida aromas agradáveis e, em muitos casos, prejudiciais, em razão da presença de compostos denominados off-flavors”, explica a engenheira química. FLORIPA É l 2017

Os apaixonados pela combinação malte, lúpulo e cevada de Florianópolis terão uma oportunidade de se aprofundar no assunto em 2017. O Science of Beer Institute (referência nacional no ensino em torno do universo da cerveja) traz a cidade seu curso Sommelier, que qualifica os interessados na avaliação e distinção dos mais diferentes estilos da bebida disponíveis no mercado. As aulas começam no dia 25 de março e preparam os alunos a atuar em diferentes segmentos. O corpo docente tem 15 professores especialistas e módulo específico sobre harmonização.


65 NDivulgação

Um brinde à cerveja

selecionamos seis rótulos de cervejarias da grande florianópolis. Imperdível!

Greifenbier Munique Dunkel Dunkel significa “escura”, uma clássica da cerveja Lager escura. É maltada,

Saison A Sunset Brew foi até a África do Sul implantar a receita da Darling Brew, maior cervejaria artesanal do

com boa espuma e leve sabor torrado.

país. A Sunset Brew tem

O aroma apresenta a doçura natural

capacidade de produção

do malte, com toques de chocolate,

de 24 mil litros/mês para

caramelo, nozes ou “toffee“, mas não é

os estilos American India

frutado. A cor vai de um cobre intenso

Pale Ale, American Pale

ao marrom-escuro (44 EBC), com

Ale, American Lager, Light

amargor de

Lager e a

20 IBU e índice alcoólico de 4,8%. CERVEJARIA BADENIA Santo Amaro da Imperatriz

premiada Modern Saison. CERVEJARIA Sunset Brew – Tijucas

BRUXA #1 BELGIAN BLOND Cerveja clara, de aroma frutado e leve dulçor equilibrado pelo lúpulo, agrada aqueles que estão iniciando no mundo das cervejas artesanais. Tem amargor de 20 IBU e 6,5% ABV. A Bruxa #1 é produzida pela Cervejaria Unika, em Rancho Queimado, que tem 13 estilos de cervejas divididos entre duas marcas: a BRUXA, dedicada às cervejas belgas, e a UNIKA, das escolas alemãs e americanas. A produção é dos cervejeiros Ronaldo Dutra Ferreira e Vinícius Carpentieri. CERVEJARIA UNIKA • BRUXA Rancho Queimado

Lord Dan Cerveja Belgium Dubbel, forte e escura, de alta fermentação, com cor vermelha profunda e espuma também avermelhada, densa e

Rufus Amber Ale

Floripa IPA

persistente. Indicada

A Rufus é uma cerveja do estilo

A cerveja que leva o nome da

Goblet e na temperatura

Amber Ale, caráter maltado, agradável sabor e aroma cítricos característicos

cidade é uma Imperial Pale Ale distinta. Utiliza lúpulos de diferentes partes do mundo,

para usar em copo ideal de consumo de 8-10ºC, possui 8,2% ALC e 22 IBU. A bebida tem

dos lúpulos americanos.

como Inglaterra, Alemanha

notas intensas de

Sua graduação alcoólica

e Japão. O resultado é uma

caramelo e chocolate

é de 5,2% e o IBU de 30.

bebida onde o dulçor do malte

equilibradas com o

A cervejaria começou

equilibra o amargor, além de

tostado. Os aromas

em 2010, na Lagoa da

possuir aromas e sabores

são provenientes

Conceição, com produção

de um frutado exótico que

de maltes e cereais

caseira.

lembram

especialmente selecionados para esta

Em 2013, tornou-se uma

lichia e abacaxi. Uma

receita. A leve sensação de amargor se

cervejaria cigana.

cerveja com cara de praia.

faz presente para manter o equilíbrio.

CERVEJARIA DA LAGOA Florianópolis

Cervejaria Cozalinda Florianópolis

CERVEJARIA FAIXA PRETA Santo Amaro da Imperatriz

Floripa É l 2017


66

NVictor Carlson

minha cidade l especial l cartão-postal l galeria l entrevista l urbe l empreendedores l

gastronomia

l a&d l esporte l cultura l perfil RIC

No entanto, no dia seguinte, um

Cabral soube investir na expansão.

grupo de blumenauenses passeava

Um belo pier foi construído e o

pela Costa da Lagoa e a correria foi

cardápio fugiu do tradicional

grande na cozinha naquele dia. Eram

comercial para a grande família. O

O Restaurante Cabral começou

35 pessoas esfomeadas por pratos

diferencial do ambiente acolhedor

discretamente a sua história em

com frutos do mar. Dali em diante

atraiu a clientela que chega de barco,

1989. No primeiro dia, a Dona Nô

o negócio cresceu e a família dos

lancha, jet ski, além dos trilheiros.

vendeu uma paçoca para um vizinho.

fundadores Manoel Cabral e Nolícia

Merece uma visita!

O Cabral da costa

explosão de sabores O Thai Balls acompanhado do molho

todas as receitas em bolinhas com

de pimenta doce tipicamente tailandês

bastante condimentos e especiarias

é estopim para aguçar todas as

nobres, sendo que os cardápios se

percepções do paladar. A cada mordida,

renovam a cada semana. “Nossa

as bolinhas de linguiça de pernil

proposta é fazer uma viagem por

explodem com sabores do gengibre,

meio dos sabores dando uma volta

capim-limão, pimenta vermelha, pimenta

ao mundo, o que inclui receitas

do reino, manjericão, molho de peixe

do Marrocos, China, Turquia, Índia,

e alho. Ufa! Como se não bastasse, o

Inglaterra, Itália e, claro, do Brasil”,

molho feito de pimentas vermelhas,

explica Graziela.

vinagre de arroz, alho, gengibre e açúcar

Para cada receita o Ora Bolas publica no

torna impossível comer um só!

site e nas redes sociais um texto sobre

A porção é produzida pelo Ora Bolas

sua história, com curiosidades do

Food Lab, do casal Graziela Storto e

prato e do local onde foi inspirado.

Alexsandro Vanin. Eles começaram

“Todo o nosso trabalho é artesanal,

atendendo eventos de amigos e a

com as bolinhas produzidas uma a

aceitação foi imediata. Com a crescente

uma com bastante

demanda, os empresários já preparam,

esmero e muitos

em breve, um endereço aberto

sabores esperando

ao público.

para explodir”,

O conceito do Ora Bolas é transformar

afirma Vanin. Floripa É l 2017



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minha cidade l

especial

l

cartão-postal

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galeria

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entrevista

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esporte

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cultura

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perfil RIC

Uma das propostas apresentadas para a Prefeitura prevê um parque organizado em três grandes praças, garagem em subsolo e uma marina

parque marina MAIS PRÓXIMO falta pouco para o edital de concorrência ser encaminhado, o que permitirá a instalação do Parque Urbano e Marina na Beiramar Norte com investimento privado

Na terra onde tudo parece impossível de ser realizado, o projeto do Parque Urbano e Marina na Beira-mar Norte está bem encaminhado. “Ainda em 2017 queremos ter o vencedor da licitação iniciando o licenciamento ambiental da obra”, afirma Vinicius De Lucca Filho, secretário municipal de Turismo de Florianópolis. Algumas etapas ainda precisam ser cumpridas para a ideia sair o papel e se tornar realidade. O projeto está em estudo na Prefeitura e um grupo de trabalho será formado para dar sequência ao que foi realizado na gestão anterior, FLORIPA É l 2017

com liderança do novo Conselho de Desenvolvimento da Cidade, criado na reforma administrativa. A proposta ainda precisa da aprovação da Câmara de Vereadores, já que foi retirada do pacote enviado em janeiro e agora segue o trâmite normal. Com o projeto de lei, ainda faltarão algumas autorizações de órgãos públicos. Os estudos preliminares do Parque foram apresentados pelos escritórios ARK7 Arquitetura e AJX & Karolyne Soares por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) solicitado pela Pre-


69 NARK7 Arquitetura (Divulgação) / Victor Carlson / Divulgação

por que não em florianópolis?

A Praça Central, uma grande área de lazer arborizada com diversos equipamentos, como pista de skate, parquinho, quadras de beach tênis, além de espaços de contemplação

4 Um sistema de bondinhos, como o que

feitura Municipal. As duas propostas servirão como base para a elaboração do edital de licitação de concessão para a implantação do projeto. A área de intervenção, definida no edital da PMI, fica entre as Praças Portugal e Sesquicentenário (onde existem dois bolsões de estacionamento), compreendendo uma extensão de aproximadamente 350.000 m2, que se estende aproximadamente 320 metros mar adentro. A estimativa de investimento é em torno de R$ 90 milhões. A proposta da ARK7 Arquitetura, em parceria com a JA8 e DUX, apresentada aqui em três imagens, foi organizada em três grandes Praças. A Praça da Água, junto a Praça Portugal, com um

grande espelho d’água natural e a inclusão de uma rampa pública para transporte marítimo. Já a Praça Central será um aterro, com garagem de carros, e uma grande área de lazer arborizada com diversos equipamentos, além dos edifícios da marina com lojas/salas e da Escola de Vela. Por fim, a Praça do Mar, que avança sobre o mar a partir da Praça Sesquicentenário. “Essa praça cria uma nova relação das pessoas com o mar e com a cidade. Ao se prolongar 300 metros mar adentro, além dos novos visuais para a cidade, permite um contato maior com o mar”, explica o arquiteto Giovani Bonetti. Essa praça servirá de quebra-mar da marina e terá um restaurante na sua extremidade.

existe em Balneário Camboriú, ligando o Rio Vermelho e a Lagoa da Conceição, atravessando o alto do maciço da Lagoa e interconectado por estações cheias de atrações turísticas, além da bela paisagem do leste da Ilha.

4 Decks ligando as praias da Joaquina e a Mole, ou as praias da Lagoinha e Ponta das Canas, seguindo o exemplo de Balneário Camboriú, que tem o deck da Barra Norte conectando a praia Central às praias do Canto e do Buraco.

4 Uma nova travessia na Baía Sul com ponte, túnel e uma ilha artificial no meio, como existe entre a Dinamarca e a Suécia. O empreendimento seria privado, pago A Marina será protegida por um quebra-mar e terá piers flutuantes para comportar 624 vagas privadas de 120 a 40 pés e 60 vagas públicas de 40 a 30 pés, além de um píer para embarcações de transporte marítimo FLORIPA É l 2017

com pedágio, e que ajudaria a desafogar a ligação via o centro de Florianópolis.


70 NDivulgação

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esporte

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cultura

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perfil RIC

LUXO É A PAISAGEM casa com linhas contemporâneas foi idealizada com área gourmet integrada e próxima da natureza Acomodada sobre terreno em declive

a área privativa, com sala íntima, escritório

rodeada pela mata nativa local.

e com natureza exuberante no entorno,

e suítes, em um volume que se desprende

“No inverno ou no verão, em meio ao

a residência foi projetada para manter

do terreno, aproveitando seu relevo para

jardim e sob a copa das árvores, foi

forte relação com a paisagem, a insolação

flutuar sobre a vegetação”, explica Bernardo.

projetado um deck em madeira. Servido

e o clima local. O projeto é do escritório

Os setores de serviços e garagem

de sentadeiras, mesa e fogo de chão, ele

Blasi Bahia Arquitetos Associados,

funcionam como pivôs entre as áreas

possibilita bons momentos de integração

tendo à frente os arquitetos Marina Blasi

social e íntima. As áreas gourmet, com

em família, amigos e de proximidade com

Bahia e Bernardo Bahia. “Os elementos-

churrasqueira, cozinha, jantar, estar, varanda

a natureza, que é o grande luxo deste

chave da casa são o vidro, que confere

e piscina, são facilmente integradas por

projeto” destaca Bernardo.

transparência e leveza, a madeira natural

meio dos grandes painéis

e aconchegante, e os planos alvos, sóbrios

em vidro que se escondem

e elegantes”, conta Marina.

na alvenaria quando abertos.

A casa é térrea, aproximando o contato

Já a área íntima e as três

com o solo, e o projeto foi implantado em

suítes possuem contato

forma de “L”. “Isso cria uma organização

direto com o pátio central,

espacial clara. Em um eixo se posiciona a

sendo que na ponta

área social, marcada pela grande cobertura

do volume se localiza

metálica com forro em madeira e pé direito

a suíte master com

duplo em toda sua extensão. No outro fica

aproximadamente 60m² e

FLORIPA É l 2017


71 NLio Simas (Divulgação) / Fernando Willadino (Divulgação)

maio tem feira de design Além de reunir as marcas que se destacam no mercado, a 1ª Design Business Fair terá um formato inédito com venda direta ao consumidor. A feira ocorre entre os dias 3 e 7 de maio no Jurerê Sports Center, em Jurerê Internacional, e será aberta ao público. Será a oportunidade de encontrar empresas de todos os setores e que estão em evidência pela excelência no design de produto. “O grande diferencial da feira será a diversidade de produtos, com os mais recentes lançamentos e também os clássicos da indústria catarinense. Eles estarão expostos em cenários especialmente criados para a ocasião e com a possibilidade do visitante poder levar para casa o produto que gostou”, explica Roselie de Farias Lemos, presidente do Centro Design Catarina.

versatilidade e conforto A arquitetura contemporânea, que explora a luz e a beleza de cada peça, valorizando o imóvel com a melhor distribuição espacial e conforto em cada ambiente. Essa tem sido a tendência dos projetos arquitetônicos atuais, que buscam integrar a versatilidade do mundo moderno com o conforto do espaço. Dois exemplos desses desejos colocados em prática são os projetos desenvolvidos pelo escritório Pinheiro e Serrano Fonseca Arquitetura. No apartamento da Beira-mar Norte, os arquitetos tiveram como desafio criar maior integração entre os ambientes. “A planta era bastante tradicional, com cozinha isolada da sala e dependência de empregada voltada para a lavanderia”, conta o arquiteto Mário Pinheiro. Para conferir maior unidade ao espaço, as alvenarias que isolavam os espaços da sala foram eliminadas e o dormitório de empregada deu origem a um versátil home office. “A versatilidade se deu por meio do amplo painel em marcenaria cujas portas de correr embutidas separam esse ambiente da sala quando necessário. Esse mesmo painel também abriga as novas portas de correr de acesso à área íntima e lavanderia”, explica Mário. O resultado opõe a leveza das linhas retas do painel com um grande quadro amadeirado que emoldura o móvel da parede oposta, composto por cristaleira espelhada, aparador, nichos e painel para a fixação da TV. Já na Cachoeira do Bom Jesus o cliente desejava uma residência para receber amigos, apreciar a natureza do entorno e com muita tecnologia. “Tínhamos uma área para intervir de 290m² com o objetivo de criar

São esperados cerca de 45 expositores dos setores industriais, desde o mobiliário ao vestuário e calçados,

um espaço social bem integrado e uma área íntima reservada. A nossa abordagem foi sensorial e intuitiva, explorando a iluminação e a beleza do local. Obtivemos a amplitude, o aconchego e a praticidade que o projeto pedia”, revela Mário.

do alimentício ao tecnológico, além de eletro e utilidades domésticas, entre outros. O público terá ainda a chance de participar de talk shows com apresentação de cases das empresas e de designers participantes da DBF, entre outras atividades como degustações e desfiles. Design Business Fair / Data: 3 a 7 de maio de 2017 / Local: Jurerê Sports Center / Horário: das 12h às 22h / (48) 3665-4873 FLORIPA É l 2017


72

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esporte

l cultura l perfil RIC

Lira domina o master Ao longo dos seus 91 anos, o Lira sempre se destacou no esporte catarinense, em especial, na natação. Além dos talentos que brilham nas piscinas nos principais eventos nacionais, o clube se orgulha em ser uma das maiores potências brasileiras no master. Em 2016, a equipe sagrouse campeã geral no 57º Campeonato Brasileiro da categoria, realizado no Complexo Aquático da Unisul. A expectativa é repetir o excelente resultado

nOVAS BRAÇADAS

na próxima edição do evento, que acontecerá em abril, também na Unisul.

Dar sequência ao trabalho de organização realizado nos últimos anos, com o fortalecimento das associações e clubes filiados e revelação de grandes talentos. Esses são alguns desafios de Carlos Camargo à frente da Federação Aquática de Santa Catarina (FASC) para os próximos quatro anos. Com uma longa trajetória ligada à modalidade, Carlão acumula sucessos como treinador do Clube Doze – onde revelou Fernando “Xuxa” Scherer – e como coordenador do Complexo Aquático da Unisul, que atualmente abriga a melhor estrutura para natação no Estado. Qual a sua missão frente à FASC?

De acordo com Carlos Eduardo Ferrari

Igualar a dinâmica da gestão do professor Marcelo Amin, que nestes últimos anos

Cardoso, um dos mais ativos integrantes

colocou a FASC como uma das mais organizadas federações do país.

da equipe master do Lira, mais de 30

Como você avalia o momento da natação catarinense?

pessoas fazem parte do time. “Temos um

Assim como o esporte brasileiro no geral, passamos por um momento delicado,

grupo no whatsapp com vários atletas que

onde as indefinições político-esportivas falam alto. Durante anos, sob qualquer

treinavam nas décadas de 80 e 90 e cada

circunstância, o Estado assumiu as rédeas do esporte nacional. Agora, novas óticas

vez mais pessoas se interessam em voltar

e necessidades surgem, que clamam por soluções não apenas operacionais, mas de

a nadar. Além da possibilidade de reviver

política de mercado, onde o esporte possa de fato sobreviver por si mesmo.

o contato com os amigos, elas sentem

Como os clubes catarinenses estão frente aos demais estados?

necessidade de retomar a atividade física

Estamos muito bem, com uma organização profissional, coesa e democrática. Os

por uma questão de saúde e bem-estar”,

clubes continuam exportando talentos para outros estados. Isso porque grande

explica Cadu.

parte de nossos filiados são associações de pais que têm dificuldades de competir

Na opinião de Vinícius Becker, treinador

em termos econômicos com entidades com mais de 10 mil sócios. Neste ponto

da equipe principal de natação do Lira, no

temos uma grande desvantagem.

caso do master, além do incremento na

E como estão os clubes da Capital?

qualidade de vida, outro forte motivador

O Doze está bem na base e o Lira nas categorias acima.

do retorno dos ex-atletas às piscinas é

Antes a natação era dominada pelos clubes da Capital,

poder nadar somente pelo prazer, sem a

que duelavam com Blumenau e Joinville. Mas hoje as

pressão pelo resultado. “Os eventos são

forças na natação estão pulverizadas e temos excelentes

grandes confraternizações e que servem

clubes também em Tubarão, São Bento, Palhoça e em

para socializar. Os nadadores competem

Criciúma, com destaque para o criciumense Leonardo

pela superação das suas próprias metas e

Schilling, um dos melhores nadadores brasileiros de livre

esse é o espírito esportivo que prevalece

e borboleta, com inúmeras conquistas nacionais.

no master”, garante Vinícius. Floripa É l 2017


73 NVictor Carlson / Divulgação / Elis Rodrigues (Divulgação)

Rugby infantil no Campeche O Desterro Rugby Clube tem apostado forte na formação de novos atletas. Todos os sábados de manhã, a partir das 9h30, um equipe de treinadores do clube acompanha um grupo em torno de 20 meninos e meninas entre 7 e 13 anos de idade. O treino é gratuito e aberto ao público. “A molecada é o futuro do esporte. Quanto mais cedo a criança tiver contato com o rugby, mais tempo de prática ela terá e quando estiver com 20 anos já acumulará uma vivência importante”,

fÔLEGO DE SOBRA COM a Apneia

conta Mário Zerbetto, presidente do

Muitas pessoas acham que apneia consiste apenas em trancar a respiração embaixo

a jogar com 18 anos ou mais. Isso acaba

d´água, mas esta explicação está a mil léguas submarinas de ser a adequada. A

tendo impacto no nível de jogo e no

apneia (ou mergulho livre) abrange diversas modalidades que consistem no apneísta

desenvolvimento”, explica.

Desterro. “A minha geração começava

permanecer o maior tempo submerso ou percorrer a maior distância ou profundidade sob a água e sem o auxílio de equipamentos para a respiração. O divemaster Ricardo Branco, especialista em mergulho livre de alto desempenho e professor de apneia, explica que a modalidade contribui muito para o condicionamento físico e por isso cada vez mais é usada por atletas, bombeiros e praticantes em geral que buscam ampliar a capacidade respiratória. “Embora no Brasil a cultura ainda seja pequena quanto à importância da apneia, aos poucos as pessoas estão adquirindo a consciência dos benefícios deste treinamento para aperfeiçoar o desempenho em suas modalidades e também para a qualidade de vida”, garante.

Este ano o clube conseguiu aprovar

Nascido em Caxias do Sul (RS) e formado em Educação Física, Ricardo começou há

um projeto incentivado pelo

25 anos como autodidata, após ser arrebatado pelo filme Imensidão Azul. Mas foi

Ministério do Esporte para trabalhar

somente em 2000, ao se mudar para Florianópolis, que ele se tornou divemaster.

com adolescentes de 13 a 19 anos

Hoje, além de atuar como professor da modalidade, ele também ministra aulas de

no Campeche, além de um núcleo

cross training para quem deseja melhorar o condicionamento

no Centro, ainda sem local definido.

físico, “sempre com muita atenção à respiração, é claro”, afirma.

A garotada terá como exemplo de

Apesar do interesse crescente pela apneia, ele alerta para o

motivação o grupo masculino adulto,

índice de fatalidades, sendo a maioria pela falta de conhecimento

atual vice-campeão brasileiro, que

dos quesitos necessários para praticar a modalidade com

se prepara para o campeonato

segurança. “Infelizmente já tirei muito

catarinense e a Liga Sul Brasileira.

caçador morto do mar”, lamenta.

Já a equipe feminina adulta recebe

Pensando nisso ele criou um grupo de

a visita de 16 times de todo o Brasil

estudo da apneia, que ensina todos os

para a fase qualificatória do Circuito

aspectos que compõem a modalidade,

Brasileiro de Seven Feminino, que terá

tanto físicos quanto mentais. “É preciso

seis etapas no total.

estudar todo o universo da apneia

Os jogos ocorrem

e aprender a estabelecer o nível de

no campo da Tapera

segurança para a própria integridade”,

(UFSC) nos dias 25

finaliza o divemaster.

e 26/03. Floripa É l 2017


74 NDivulgação

Esportes dos Eua em Jurerê A mais recente novidade para crianças e adolescentes em Jurerê Internacional são aulas de beisebol e futebol americano, que estão sendo ministradas

17º Ironman em maio

no Jurerê Sports Center – Centro

Quem já teve a oportunidade de prestigiar o Iroman em Jurerê sabe a emoção de

de 8 a 11 anos (beisebol) e de 12 a 18

acompanhar a prova em uma arena a céu aberto. São milhares de pessoas apreciando

anos (futebol americano). Os treinos

a competição e incentivando os atletas. Esse lindo momento de exaltação esportiva já

acontecem aos sábados pela manhã e a

tem data para se repetir na Capital. No dia 28 de maio, a mais tradicional e importante

mensalidade custa R$ 170.

Esportivo e Artístico. Podem participar crianças de ambos os sexos, com idades

prova do Circuito Iroman do país retorna para Jurerê Internacional para a 17ª edição do Ironman Florianópolis. O evento reunirá cerca de 2.500 atletas de diversos países que percorrerão as distâncias de 3,8 km de natação, 180,2 km de ciclismo e 42,2 km de corrida. A competição tem status de Sul-Americano e garante 75 vagas para os triatletas da Faixa Etária para a final do Mundial Ironman no Havaí (EUA). Já tradicional no circuito internacional, a prova na Capital se consagrou graças a qualidade do evento, ao profissionalismo da organização e a grande receptividade do povo catarinense, pontos destacados por todos os participantes. Estes fatores explicam porque as vagas, quando abertas, acabam rapidamente.

As modalidades são ministradas pelo

“A cada ano a nossa responsabilidade é entregar um evento cada vez melhor,

professor americano Jeff Healy, que

agradável e técnico, superando a edição anterior. E temos certeza que o trabalho que

aplica o English in Play, criado para ensinar

está sendo realizado resultará nisso e que todos

esportes típicos dos Estados Unidos

ficarão felizes em participar de mais uma edição do

em um ambiente onde o aluno aprende

Ironman Florianópolis”, destaca Carlos Galvão, CEO

inglês enquanto se diverte praticando

da Unlimited Sports, responsável pelas cinco provas

a atividade física. Jeff é professor do

do Circuito no país e pelo Circuito Triday Series.

programa High School do Missouri

A primeira largada será às 6h45 para a elite

University e também um apaixonado

masculina e o tempo limite é de 17h. O Clube

por esportes. Com o objetivo de unir sua

Doze de Agosto será o local da área de transição

paixão com a vontade de lecionar a sua

e chegada, além de receber o público com uma

língua materna, ele ensina

série de atrações, como a Expo Iroman. No ano

aos jovens de 8 a 18

passado, a feira teve uma movimentação diária de

anos as táticas e jogadas

10 mil pessoas, confirmando seu sucesso na missão

das duas modalidades

de apresentar empresas, produtos do segmento

mais populares da sua

esportivo e parceiros da prova.

terra natal. FLORIPA É l 2017



76

NAcervo da artista / Victor Carlson

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cultura

l perfil RIC

reflexo de um ser A pintora holandesa freekje veld recicla suas telas em um processo singular de criação e expressão É no pequeno atelier nos fundos de uma casa em Santo Antônio de Lisboa que a holandesa, radicada no Brasil desde 1997, pinta, ilustra e monta brinquedos móveis para publicar em obras didáticas e infantis, além de vender na Casa Açoriana. Freekje estudou Design Gráfico na Academia de Artes de Ultrecht, em seu país natal, e hoje vive de trabalhos freelancers. Todavia, a sua principal criação desaparece dos olhos do público. “Eu pinto para lidar com o mundo. Não me importo se é bonito ou feio. É um sentimento de momento. Por isso são tantos estilos. Hoje é um jeito, amanhã o estado de espírito muda e

sai diferente. Não consigo ficar sem

“Acho importante as crianças voltarem

isso”, conta Freekje. E se ninguém levar

para as coisas simples, de dar valor para

o quadro, ela pinta novamente sobre

a criatividade”, afirma a mãe de duas

a mesma tela. “O pessoal começou a

meninas nativas, “mas estou tentando

se ‘rebeldiar’ com essa minha atitude”,

achar um meio de produzir sem ser

sorri. “Separo o trabalho freelancer

para mim. Eu me sinto bem de contar

daquilo que faço para mim mesma”.

uma história desse folclore com Boi

Em meio à profusão de estilos,

de Mamão. Isso me lembra desenhos

muitas pinturas de corpo humano. “A

antigos que alguém fez apenas com

gente se expressa através do corpo e o

relatos. Eram fantásticos”. Todos os

que você pensa não é visual”, explica.

brinquedos são peças únicas. “Agora

Quando os freelas ficaram escassos ela

está na hora de inventar outra ideia ou

foi inventiva e criou brinquedos móveis.

vou parecer uma fábrica”, finaliza.

FLORIPA É l 2017


77 NVictor Carlson

Jesus Fernandes

expressão em azulejo Não tem como passear pelo Ribeirão da Ilha Ilha e não reparar no belo painel em azulejo do restaurante Ostradamus. O autor, Jesus Fernandes, trabalha poucos metros adiante em seu pequeno atelier. Radicado em Florianópolis há 12 anos, Jesus teve nesse painel a primeira oportunidade de trabalhar com azulejos. “O Jaime Barcelos, proprietário do restaurante, conhecia o dono da cerâmica Eliane e me convidou para fazer um teste na fábrica. Foi a oportunidade de conferir o resultado da minha arte depois da queima e me adaptei bem ao processo, passando a me dedicar exclusivamente ao azulejo”, conta Jesus. O primeiro painel do restaurante era colorido. Em 2014, foi trocado por um painel em azul, seguindo o estilo português. Jesus, que pinta desde criança, vem se dedicando ao estilo português, caracterizado pela moldura em arabescos e a presença de figuras ligadas a mitologia e a iconografia religiosa. “No azulejo português a moldura é como uma coroação da figura central. Quanto mais rebuscado, mais importante o tema”, explica. Os anúncios na internet ajudaram a nacionalizar o seu trabalho, hoje exposto em dez estados. O principal projeto em andamento são 83 painéis que estão sendo produzidos para uma igreja de Sabará, em Minas Gerais. Para essa produção, que já dura dois anos, Jesus vai para Cocal do Sul onde a bancada de trabalho e o forno são maiores do que possui em seu atelier. “Tenho uma parceria com a Eliane. Eles me contratam para atender seus clientes e eu loco a estrutura para atender os meus”, finaliza. Floripa É l 2017


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NAcervo da artista / Attahualpa Cesar (Divulgação)

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inspirado em jurerê Artista Adri Volpi externa por meio da sua vibrante arte o cotidiano de moradores e turistas do tradicional balneário Jurerê Internacional está mais colorida com as aquarelas da artista Adri Volpi, convidada para ilustrar o material de comunicação do empreendimento. Para desenvolver o trabalho, Adri ficou seis meses vivenciando o dia a dia de Jurerê. O resultado pode ser visto nas redes sociais e também nos mapas de localização do balneário. “É um lugar que realmente inspira vida. A natureza, a integração entre a preservação e a urbanidade, o ritmo e a forma de viver neste local foram transferidos para o papel sob o meu olhar”, explica. Adri observou o cotidiano de moradores e turistas, analisando a forma como convivem e usufruem dos espaços públicos para seu bem-estar. As reproduções da artista dão vida ao conceito oficial de Jurerê Internacional, “Inspire Vida”, que busca fomentar a

corporativos da UNICEF em 2008 e foi o

qualidade de vida dos seus moradores

mais vendido na Argentina. Suas obras

e visitantes por meio de experiências

também já saíram em publicações como

como celebrar, relaxar, descobrir,

The Washington Post e Revista Marie

saborear, apreciar, superar e acreditar.

Claire Hong Kong.

A catarinense de Curitibanos é

“Trabalho com diversos materiais e

graduada em Artes Plástica pela Udesc

plataformas. Gosto de mesclar várias

e tem realizado exposições em Miami,

técnicas no mesmo suporte. Minha

Paris e Nova York, além do Brasil. Sua

inspiração vem do amor, da minha

obra intitulada “Você ilumina meu

família e da minha fé em Deus. A minha

dia” foi escolhida em Genebra para

obra é um reflexo do que acredito, com

fazer parte da coleção de cartões

leveza e doçura”, finaliza.

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cultura

l perfil RIC


79 NMarco Santiago (ND)

Farra do Bowie

catarse com humor Uma banda glam rock, com influência prog e proto punk, inspirada no visual andrógeno de David Bowie. Não entendeu? Não se preocupe. Basta ir ao show para pegar o espírito do grupo e se divertir com o humor das letras do primeiro disco “Born to be a faggot”, como nas músicas “Toulouse”, um trocadilho infame de “to loose”, e “Marciana Drag Queen”, com elã sideral. A estética glam é inspirada nos anos 1960. “Na época isso chocava, mas hoje só emociona a gente”, gargalha o guitarrista André Se-

ben, figura mais do que conhecida – e querida – do cenário musical da Capital, com passagens pelas bandas “Os Udigrudis”, “Os Chefes” e “Banho de Lua”. “Depois de 15 anos de covers quero ter prazer na música própria”, conta Seben que também integra a banda Dr. Jorge & Mr. Seben. Depois do lançamento do disco o grupo está produzindo o clipe da faixa “Vidal claustrofobia” com a Vinil Filmes. “A música fala da Rua Vidal Ramos, que é caprichosinha demais”, sorri Seben. “A letra é repleta de passagens engraçadas que

Floripa É l 2017

vamos reproduzir no clipe. Vou chamar vários amigos de bandas para atuar”, se diverte o baixista Rafael “Rassa”, que toca desde 1987, com passagens por “Os Cafonas” e “Cochabambas”. Seben explica que a produção de vídeoclipes acabou assumindo importante papel com o declínio da indústria do disco. “Trabalhamos para ter todo o trabalho disponível em streaming, sendo que o vídeo atende a demanda do pacote pronto no Youtube, como as pessoas querem agora”, comenta o guitarrista. David Bowie está orgulhoso.


80 NDivulgação

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Augustin de Lassus

castelo de cores As cores, os detalhes e as formas sobrepostas são as principais características das obras do artista plástico Augustin de Lassus. O jovem pintor de 32 anos nasceu em Toulouse, na França, mas cresceu no Brasil e adotou Florianópolis para viver. Em seu atelier, no Jurerê Open Shopping, ele desenvolve sua arte e expõe suas telas multicoloridas. Uma das marcas registradas de suas pinturas são os castelos, inspirados na Europa medieval, que podem levar meses para ficar prontos em razão da complexidade dos detalhes. Além da criação das suas belas obras, Augustin oferece aulas semanais de pintura para crianças. “É uma forma de disponibilizar aos moradores e veranistas de Jurerê atividade cultural voltada às crianças, bem como transmitir o conhecimento das Artes Plásticas a potenciais futuros artistas e pintores”, explica o francês. As aulas são realizadas no próprio atelier e têm atraído cada vez mais interessados. Como resultado desse trabalho, ele já coordenou oficinas de pintura para crianças em diferentes eventos e atualmente é curador dos projetos relacionados à arte desenvolvidos pelo Jurerê Open Shopping. Outra área de atuação do talentoso jovem é no desenvolvimento de ilustrações que servem de estampas para roupas e acessórios. As parcerias são com as empresas Empty Clothing, de Tubarão, e com a Duna Casual, de Florianópolis, sendo que as camisetas estão disponíveis no próprio atelier. Recentemente Augustin passou a investir nos Múltiplos – reproduções de suas obras originais com qualidade museológica –, assinadas e certificadas. “A cultura deve estar ao alcance de todos”, garante. A partir dessa visão, o artista plástico encontrou nos Múltiplos a possibilidade de suas obras colorirem os mais diversos ambientes transmitindo mensagens otimistas a preços mais acessíveis. “Arte que não democratiza não é arte e as reproduções são uma forma de fazer com que meu trabalho possa ser apreciado pelo maior número possível de pessoas”, afirma o pintor.

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cultura

l perfil RIC


81 NVictor Carlson

Paulistano da capital, Flávio Tin não perdia a oportunidade de fugir da selva de pedra para ficar em meio a generosa natureza na região de Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. Ali estava sempre armado de uma câmera para registrar a fauna e as paisagens. Foi onde tomou gosto pela fotografia outdoor. O interesse pela atividade foi aumentando até a chegada da fotografia digital. “Foi quando a fotografia se tornou uma atividade mais acessível”, lembra Tin, que mudou até de curso universitário e trocou o Direito pela Publicidade. Foi assim que surgiu a primeira oportunidade profissional, indicado por um professor para apoiar o trabalho de um fotógrafo. De lá para cá, muitas outras experiências surgiram. Tin atuou bastante na produção de fotos de surf e skate no litoral norte catarinense. Em Florianópolis, tem seis anos de experiência em fotojornalismo no jornal Notícias do Dia, do Grupo RIC, e na produção de serviços freelancers. Inspirado em fotógrafos com trabalhos externos consagrados como o francês Henri Cartier-Bresson e o brasileiro Araquém Alcântara, Flávio Tin manteve a sua obra focada nas produções outdoor. “Desde pequeno sempre gostei de apreciar as produções da National Geographic”, conta. “Eu tinha interesse pela fotografia aérea, mas sem drone era muito difícil. Tive poucas oportunidades com voos. Quando surgiu o drone comecei a estudar o assunto. Sabia que essa tecnologia teria tudo a ver com o meu trabalho”. Hoje ele investe nas produções com drone para a comercialização das fotografias em Fine Art, com o tema “Voando por Floripa”. Vale a pena conferir, como o cartão postal na página 20 e a capa!

Flávio Tin

Voando sobre floripa

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NMarcos Hermes (Divulgação)

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cultura

l perfil RIC

Jurerê Jazz florianópolis recebe a 7ª edição do festival com cerca de 100 shows programados de artistas nacionais e internacionais

Os amantes de boa música já podem marcar na agenda: de 20 de abril a 1º de maio Florianópolis receberá o 7º Jurerê Jazz Festival, um dos maiores e mais importantes eventos musicais do país. Serão cerca de 100 shows com grandes nomes da música nacional e internacional, além de talentos locais. A maioria das apresentações será de graça e terá como palco principal Jurerê Internacional, além de outros pontos espalhados pela cidade. Haverá música nos terminais de ônibus, para garantir que o festival chegue a todas as pessoas. “Estamos novamente reafirmando a principal bandeira do Jurerê Jazz, que é de democratizar o acesso à música de qualidade e ao mesmo tempo dar visibilidade aos artistas que realizam trabalhos de destaque”, explica o idealizador e coordenador do festival, o produtor cultural e curador Abel Silva. Outra forte característica do Jurerê Jazz é a pluralidade de estilos. Será possível acompanhar performances de blues, samba, bossa nova, MPB, instrumental e outros estilos. Entre os nomes já confirmados os grandes destaques são Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, juntos no show “O Grande Encontro”. O público poderá assistir ainda apresentações de Maria Gadú, Delicatessen Jazz, Felipe Coelho, Amaro Freitas, Luiz Gustavo Zago, Camerata Florianópolis, além de artistas internacionais a serem confirmados. Os ingressos para vários shows já estão à venda.

Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo entre os grandes destaques

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83 NVictor Carlson

MÚSICA DA ALMA Musicoterapia organizacional Ajuda a diminuir o estresse E melhora o ambiente São 10h de terça-feira e uma alegre melodia preenche os ouvidos de quem está na empresa Hammerhead. Os colaboradores estão em roda, cantando e tocando instrumentos, com largos sorrisos nos rostos. No comando desta simpática e despretensiosa sinfonia está Shilar Ingrid Menta, uma das desbravadoras da musicoterapia organizacional em Florianópolis. É impossível estar na

Uma divertida sessão de musicoterapia para relaxar o corpo e melhorar as relações interpessoais

presença de Shilar e não se impressionar

possível tornar o ambiente profissional mais

por sua dedicação e amor à música e pela

harmonioso e dinâmico”, elogia Márcio.

forma como ela usa os seus talentos para

Primeiro é feito um mapeamento

transformar vidas. “Sempre me emociono

do histórico sonoro musical de cada

com o poder de mudança que a música

colaborador. “Essa memória auditiva

facilita. Isso fica explícito no ambiente

estimula a trazer o olhar deste indivíduo

profissional, quando apoiamos pessoas a

para seu propósito de vida, sendo um

sair do automatismo e entrar em contato

gatilho para novas atitudes positivas”,

com novas possibilidades através da

explica Shilar. Em seguida são realizados

música”, conta Shilar.

exercícios em grupo para criar o elo entre

Bacharel pela UDESC, pós-graduada e

os colaboradores. “Cada um é estimulado

uma das pioneiras em coaching musical

a usar sua criatividade, aperfeiçoando

no Estado, formada pela Coaching Express

os processos”, garante o supervisor

CB, ela explica que a tensão produz

comercial Pablo dos Santos Corrêa. “Todos

adrenalina, hormônio do estresse. Com a

ficam à vontade, integrados e na mesma

musicoterapia o corpo começa a relaxar, enquanto o cérebro libera serotonina, que

Shilar Ingrid Menta: sinfonia da vida

sintonia, que é o que se espera em uma organização”, complementa.

dá sensação de prazer e bem-estar. “No

pela implantação dessa dinâmica na

O trabalho é conduzido por profissionais

ambiente de trabalho, onde existe a pressão

empresa de artigos para natação. Para ele,

com graduação ou especialização. Além

pelo resultado, a resposta é muito positiva,

a musicoterapia ajuda a desenvolver as

do conhecimento musical, é preciso ter

com diminuição do estresse e consequente

relações interpessoais e a comunicação

predisposição para servir. “Estamos em

mudança no clima organizacional”, comenta

nas organizações, facilitando o trabalho

eterna construção e a música nos apóia a

a musicoterapeuta.

em equipe e a integração entre os

ressignificar nossa história. Assim podemos

Márcio Cavalcanti, gerente geral da

colaboradores. “Por meio desse processo

transformar nossa vida em uma sinfonia

Hammerhead no Brasil, foi o responsável

de despertar para o autoconhecimento é

inspiradora”, finaliza Shilar.

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84

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O litoral em P&B

cultura

l perfil RIC

Aliança prevê 29 eventos em 2017 Nos últimos anos, a Aliança Francesa de Florianópolis tem se consolidado como um dos principais canais de

Chamar os fotógrafos Antônio Rubilar Ferreira Leão e João Pedro Assumpção Bastos

difusão da cultura francófona na

de amadores soa um tanto estranho ao conferir seus trabalhos. O fato é que o termo é

Capital catarinense, atingindo alunos

empregado tão somente porque eles não vivem da fotografia, mas seus registros são dignos

e apreciadores do idioma com

de serem publicados em livro. E é justamente o que eles estão fazendo ao lançar a terceira

inúmeras atrações culturais. Para 2017,

obra da dupla, intitulada “Litoral Catarinense, Impressões”. Os fotógrafos já publicaram

29 eventos estão confirmados com

os livros “Florianópolis – Outras Paisagens” (2002) e “Serra Catarinense – Vidas e Formas”

atrações musicais, espetáculos teatrais e

(2005), sempre usando o preto e branco. A diferença é que dessa vez, ao invés do filme e

cinematográficas.

do laboratório em casa, os fotógrafos trabalharam com modernas máquinas digitais, com

​Um dos projetos de maior sucesso,

resultado igualmente belo. “Se fosse para eleger a minha preferida, na dúvida ficaria com o

o Sexta Jazz chega para mais uma

registro feito em um dos nossos redutos de pescadores, talvez Garopaba, talvez Armação,

temporada e desta vez​ tendo como sede

talvez Pântano do Sul, mostrando um grupo de pessoas simples, todas intelectualmente

a Sala Lindolf Bell, no tradicional Centro

‘ocupadas’ (...) Na dúvida, ainda, poderia deixar-me vagar na foto que mostra uma igrejinha

Integrado de Cultura (CIC). O projeto

à beira-mar”, escreveu o poeta Alcides Buss na apresentação.

reúne mensalmente, um público eclético e apreciador dos principais nomes do Jazz, passando pelos clássicos até os contemporâneos. A estreia da temporada, no dia 31 de março, fará uma homenagem ao saxofonista americano Joshua Redman, Os músicos Tiê Pereira (contrabaixo), Mauro Borghezan (bateria), Fábio Mello (sax) e Vitor Miranda (guitarra) comandam o show. A entrada é gratuita. Mais informações e a programação completa do Plano Anual de Cultura da AFF podem ser acessadas no site da Aliança (QR-Code ao lado). Floripa É l 2017


85 NAntonio Rubilar Ferreira Leão (Divulgação) / João Pedro Assumpção Bastos (Divulgação) /Divulgação

Encontro de compositores O II Congresso da Associação

Miguel Roig-Francolí e Poundie

Irlandini, Piedade, Lourdes Saraiva

Brasileira de Teoria e Análise

Burstein são os convidados de

e de outros estados como Manzolli,

Musical reunirá em Florianópolis,

honra do evento para conferências,

Pitombeira, Guerra Peixe e Marlos

entre 3 e 6 de maio, músicos

e debates. Como parte da

Nobre. Os concertos acontecem

pesquisadores e educadores nos

programação haverá dois concertos

nos dias 03/05, às 19h, no Auditório

campos das teorias composicional

e dois Momentos Musicais gratuitos

do CEART/ UDESC, e 04/05, às 20h,

e analítica e contará com

com repertório variado. Destaque

no Teatro Álvaro de Carvalho. Já os

duas grandes personalidades

para obras de compositores

Momentos Musicais acontecem nos

internacionais da Teoria da Música.

residentes em Florianópolis, como

dias 04 e 05/05, às 13h40, no CEART.

Resgate histórico

arquitetura eclética do Palácio, reproduzindo

o lançamento. Professor de música na

os saraus organizados no final do século XIX.

Udesc e com doutorado nos Estados

Uma das convidadas foi a jornalista Camila

Unidos, o minucioso trabalho realizado por

Fresca, de São Paulo, que já realizou dois

André foi fundamental para possibilitar a

O Palácio Cruz e Sousa foi palco de um

trabalhos semelhantes ao resgatar violinistas

execução das obras de Adolpho Mello no

evento memorável no último dia 11 de

da mesma época em Minas Gerias. Camila

sarau. Depois da apresentação, a autora

dezembro com o lançamento da obra

também é musicóloga e articulista da revista

Mônica pacientemente autografou os livros

“Adolpho Mello, Legado Catarinense”.

Concerto. Outra presença notável foi de Sueli

distribuídos aos presentes.

Escrito por Mônica Cristina Corrêa,

Sepetiba, neta de José Brasilício de Souza,

Todo esse trabalho só foi possível graças

doutora em literatura francesa pela USP, a

compositor do hino de Santa Catarina. Brasilício

ao esforço e esmero da sobrinha-bisneta de

obra resgata a história do virtuoso violinista

também foi autor do prefácio do livro “Pequena

Adolpho, Sandra Zabel Ferreira de Mello,

de São José e traz a transcrição das

Arte de Expressão do

que recuperou o volumoso

partituras de época, revivendo as letras há

Violino”, escrito por

material das obras do violinista e

décadas adormecidas.

Adolpho Mello, sendo

possibilitou o resgate da história

Um lindo sarau foi organizado para marcar

um dos poucos textos

de um dos maiores músicos que

o lançamento. Os convidados foram

que fala sobre o artista

Santa Catarina já teve. Chamado

recepcionados pela Sociedade Histórica

e sua obra.

de “Deus da Música” pelos

Destherrense, tendo como anfitriã a

André de Moura,

jornais da época, Adolpho

historiadora Pauline Kisner, que vestida a

responsável pela

Mello nasceu na antiga São

caráter conduziu a programação daquela

transcrição das

José da Terra Firme em 1861

noite. As músicas do compositor Adolpho

músicas a partir dos

e faleceu em Florianópolis

Mello foram interpretadas pelos virtuosos

originais manuscritos

em 1926, deixando um legado

irmãos Rossi, com Pablo no piano e Juan

pelo compositor,

que agora está mais vivo do

no violino, que ecoaram no cenário de

também prestigiou

que nunca.

Floripa É l 2017


86

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perfil RIC

O novo programa da RICTV Record já conquista a audiência da Grande Florianópolis com Raphael Polito, a jornalista Marta Gomes e o ator André Silveira

Jornalismo e diversão na medida certa Sob comando de Raphael Polito, Balanço Geral se consolida com nova linguagem jornalística e proximidade com a população da Grande Florianópolis Uma proposta inovadora, com linguagem despojada. O linguajar do povo. Essa é a proposta do Balanço Geral, que está no ar desde dezembro na RICTV Record e já conquistou o coração e a audiência da população da Grande Florianópolis.

Para “balançar” com a audiência, a RICTV resolveu radicalizar e adotar uma nova linha de telejornalismo em Santa Catarina. “A ideia é sair do telejornal tradicional, que é característica da televisão catarinense, e partir para uma linguagem nova, mais próxima do floripa É l 2017

telespectador”, explica o gerente de jornalismo da emissora em Florianópolis, Marcos Giraldi. Assim, o modelo do BG que é sucesso em outras regiões do Brasil foi importado para cá. Com ele, veio o comunicador Raphael Polito, que tem história em Santa Ca-


87 NDivulgação / Flávio Tin (Divulgação)

CRESCIMENTO

Equipe do jornal e o apresentador visitam os bairros para falar direto com o povo

tarina – trabalhou na Record TV na década passada – e que ganhou experiência em outros estados do país. “É espetacular voltar para casa. Aqui está minha família, onde estudei e me formei jornalista. Foi aqui no Sul que comecei minha carreira. Ver minhas filhas crescerem perto dos avós e poder conciliar isso ao amor que tenho pela profissão não tem preço. A oportunidade de voltar para este Estado é mágica”, comemora. Além da apresentação frenética de Raphael Polito, o jornalismo da RICTV também se adaptou à nova linguagem do Balanço Geral. Os repórteres assumiram uma nova postura editorial e passaram a “entrar” no assunto. “A ideia é mostrar o problema da comunidade a partir da ótica de quem está enfrentando essa situação. A linguagem é mais próxima daquilo que o telespectador vivência, seguindo as novas tendências do jornalismo mundial”, explica Giraldi.

Raphael Polito retorna para o Grupo RIC onde já trabalhou nos anos 2000

A resposta da comunidade foi rápida. Assim que o novo modelo foi implantado, a população da Grande Florianópolis passou a enxergar no Balanço Geral o porta-voz que lhe faltava. “O BG é o canal para resolvermos nossos problemas. É o nosso 0800, ligação direta com as autoridades”, escreveu nas redes sociais um dos telespectadores que teve o problema resolvido. A aposentada Deli Regina Mendes é uma dessas telespectadoras que comemorou a nova linha do jornalismo da RICTV Record. Ela ligou para a emissora e pediu a presença da reportagem do Balanço Geral no bairro Carvoeira. Ela sofria há anos com o trânsito intenso na rua em que mora e as faixas de segurança estavam apagadas. “Depois da reportagem, todas as faixas foram pintadas e nossos problemas, resolvidos”, conta a aposentada. Paralelamente ao jornalismo contundente, Raphael Polito também percorre os bairros da Grande Florianópolis em visitas que têm o objetivo de falar direto com o povo. A ideia é conhecer de perto da realidade dos moradores e saber quais as demandas da região. “A receptividade tem impressionado. A cada dia sinto mais e mais o carinho da população. Sinal de que havia uma carência desse tipo de jornalismo. O sucesso é garantido, e quem ganha são os moradores que têm no Balanço Geral um aliado na busca pela solução de suas demandas”, comenta Polito. “Eu sou o que sou. O Polito que senta para almoçar no Mercado Público ou nos Ingleses, que vai à Mole ou à Lagoa da Conceição tomar sol e é o mesmo que está no programa. Um comunicador que vai além do fato, de simplesmente noticiar. Crítico, sim. Meu desejo é trazer a população para dentro do BG. Juntos vamos sorrir, chorar, vamos brigar por melhorias, vamos comemorar as vitórias e vamos conduzir o programa para uma nova fase”, afirma o apresentador.

ENTRETENIMENTO O Balanço Geral também tem entretenimento em um formato inovador para a região. É a Hora da Venenosa, modelo importado da Record São Paulo, que alia notícias do mundo dos famosos com uma pitada de “veneno” lançada pela cobra Judite (Nelson Félix). O quadro, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 14h, também tem a apresentação da jornalista Marta Gomes e do ator André Silveira, que faz o papel do cobrador de ônibus Cleosvaldo. O aumento na audiência e a receptividade do telespectador são comemorados por Marta Gomes. “É resultado de um trabalho feito com amor, alegria e com o empenho de profissionais que são especialmente aguerridos e talentosos. Pessoas de verdade!”, garante Marta. Balanço Geral e A Hora da Venenosa se consolidaram como o novo cardápio no almoço do telespectador da Grande Florianópolis. Sucesso garantido e proximidade com a população na tela da RICTV Record.

floripa É l 2017


88 NDivulgação

Suceso do Destino SC

RIC comemora três décadas Retratar a vida da nossa gente e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina e Paraná. Esta é a missão que norteia o trabalho do Grupo RIC desde a sua origem. Em 2017 o Grupo RIC, que iniciou a sua história com os catarinenses, comemora 30 anos entendendo cada sotaque, a diversidade de etnias e culturas da região. Ao longo do tempo a empresa de comunicação também ampliou suas fronteiras até conquistar a marca de maior grupo de comunicação regional do Brasil. Com olhar voltado às demandas da sociedade, atualmente a empresa possui uma estrutura amadurecida, com sete emissoras de TV, jornal, dois portais web, uma editora de revistas e mais de 50 equipes de jornalismo. A empresa de comunicação possui outra marca forte: o compromisso com causas sociais e econômicas. Os projetos do Grupo RIC vão além da produção de conteúdo editorial e envolvem patrocinadores e marcas em ações especiais: Destino SC, Campanha do Agasalho, IMPAR e Sou Bem Floripa são exemplos desta presença. Este esforço é reconhecido todos os anos com a conquista de prêmios estaduais e nacionais. Com essas ações o Grupo RIC forma uma corrente determinada em dar voz para as pautas positivas. Uma comunicação responsável, em defesa do certo, do necessário, marcada pelo olhar otimista e pela superação, características que contribuem com o desenvolvimento socioeconômico do Estado. floripa É l 2017

Para os moradores e turistas aproveitarem o verão catarinense a RICTV Record realizou mais uma edição do Destino SC Verão. As atrações são promovidas no conteúdo editorial das plataformas do Grupo RIC: TV, internet e jornal. Ao completar uma década o principal projeto de Verão do Grupo RIC passou por uma renovação e tem suas ações concentradas em quatro pilares: geração de conteúdo, em que os assuntos relacionados à temporada são distribuídos nos veículos do Grupo RIC em mais de 30 reportagens; ativação, que leva as marcas dos clientes aos principais eventos; sampling, com distribuição de brindes; e a divulgação de seus patrocinadores. Além da visibilidade no conteúdo editorial, outra marca nesta edição são os eventos apresentados pelo projeto. O público de Balneário Camboriú prestigiou o show nacional com “O Rapa” e as atrações internacionais Donavon Frankenreiter e Slightly Stoopid. O projeto também incentivou a prática de esportes com o “Open Destino SC de Beach Tennis”, o “Destino SC Surf Amador”, nas areias da Praia da Joaquina; e o “Festival Destino SC de Stand Up Paddle”, na Lagoa da Conceição. Ao todo os eventos reuniram 274 competidores.

Projeto premiado O Destino SC já recebeu o Top Turismo da ADVB/SC (Associação dos Dirigentes de Vendas) em 2011, 2012, 2013 e 2014. O prêmio reconhece ações que contribuem para a imagem, atração, preservação, incremento e a consolidação do turismo.



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