JOINVILLE
165 anos
JOINVILLE
é nº 5 • Março 2016
ENTREVISTA
Udo Döhler faz um balanço da gestão à frente da prefeitura TURISMO
Crescem as opções de turismo e lazer em propriedades da área rural AÇÃO SOCIAL
Exemplos que fazem de Joinville uma referência no voluntariado
CRESCIMENTO ORDENADO PRESTES A APROVAR SUA LEI DE ORDENAMENTO TERRITORIAL, O MUNICÍPIO SE PREPARA PARA DEFINIR NOVAS REGRAS PARA A EXPANSÃO URBANA
Comemorar uma hist贸ria que constru铆mos juntos.
#esse茅oplano
Desde 1971 participamos de muitas hist贸rias. Em 2016, queremos agradecer a sua parceria durante estes 45 anos.
45 ANOS
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editorial
l índice l minha cidade l #joinville l entrevista l matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
Giovani Proença Bueno @creative_drone Bairro Saguaçu
EVOLUÇÃO NA CIDADE E NO CAMPO Ao completar 165 anos de fundação, Joinville se consolida como a principal força da economia catarinense e também como detentora da maior população entre os municípios do Estado. Tal posição faz com que as questões relativas ao desenvolvimento e à expansão urbana ganhem extrema importância, no sentido de garantir um futuro sustentável para seus habitantes. Uma das ferramentas essenciais para orientar este crescimento – a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) – é o destaque desta edição da revista JOINVILLE É, reforçando o compromisso do Grupo RIC SC de prestar serviço à população com informações relevantes para que o joinvilense possa acompanhar os rumos da sua cidade. Prestes a ser aprovada pelo Legislativo municipal, a LOT vai determinar novas regras para a ocupação do solo, indicando onde e como poderão se instalar empreendimentos comerciais, industriais e residenciais. Na reportagem que começa na página 22 ouvimos especialistas em urbanismo e agentes políticos, além de representantes de empresários e de moradores, para traçar um panorama das principais mudanças que a nova lei deve trazer para a cidade. Passando do espaço urbano para a área rural, outra matéria especial desta edição mostra a expansão do turismo rural no município. São dezenas de proprietários em diferentes regiões de Joinville que estão apostando firme na atividade, que vem aumentando a renda e elevando a autoestima das populações rurais. Para quem é turista ou mora na cidade, as opções de lazer junto da natureza aumentam a cada ano. Completando os destaques desta edição, trazemos ainda uma reportagem sobre a força do voluntariado em Joinville e relembramos alguns dos personagens que marcaram os 40 anos de história do JEC. Boa leitura e um feliz aniversário a todos os joinvilenses! Marcello Corrêa Petrelli Presidente-Executivo Grupo RIC SC
JOINVILLE É l 2016
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editorial l
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índice
l minha cidade l #joinville l entrevista l matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
minha cidade
irineu machado denise Schlickmann FUNDADOR e Presidente Emérito
SANDRA FURLAN
16 18
presidente-Executivo
OLHARES DIGITAIS Alexandre Setter @alexse
Marcello Corrêa Petrelli tter Trocadero
entrevista
28
turismo
Diretor SUPERINTENDENTE
Reynaldo Ramos Jr. Diretor DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA
Derly Massaud de Anunciação
caminhos para crescer
Diretor de conteúdo
Luís Meneghim Diretor REGIONAL JOINVILLE
os encantos do interior ação social
Silvano Silva
Revista JOINVILLE É Paulo Klein @klein.paulo Rua Orleans
prontos para ajudar
GERENTE COMERCIAL JOINVILLE
Cristian Vieceli Editor-executivo
empreendedores
Diógenes Fischer
QUALIDADE NO COPO
REPORTAGEM
Adrieli Evarini, Daiana Constantino, João
união pela educação
Batista da Silva, Raquel Schiavini, Renan
vivendo de arte
46
Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr.
preparada para o futuro
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40
Grupo RIC SC
#joinville
matéria de capa
34
Mário J. Gonzaga Petrelli
Dias Silveira, Suelen Venturini, Vandré Kramer e Windson Prado
cultura
fotografia
efervescência nas letras
Fabrizio Motta Giovani P. Bueno @creative_drone Portal Turístico
POÉTICA CRIATIVA
Diagramação
Diógenes Fischer FOTO DA capa
52 40 anos de amor à camisa esporte
Rogério da Silva (Secom) Distribuição
RIC Editora
rumo ao pódio em 2016
IMPRESSÃO
62 programa ao ar livre
Coan Gráfica
lazer
www.ricmais.com.br/sc/revistajoinvillee
observatório de horizontes Adhemar Rocha @adhem
JOINVILLE É l 2016
arrochafotos Rio Piraí
Rua Xavantes, 120, Bairro Atiradores CEP 89203-210 – Joinville/SC (47) 3419 8000
Parabéns, Joinville! 165 anos construindo um Mundo Melhor. Joinville é uma das melhores cidades brasileiras para se viver. Temos certeza que o lugar onde as pessoas vivem pode ser sempre melhor. Por isso, para a Tigre é um orgulho e uma alegria fazer parte desta história e da vida dos joinvilenses há 75 anos.
Engenharia de Aplicação
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.Windson Prado NFabrizio Motta / Carlos Jr (Arquivo ND)
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minha cidade l #joinville l entrevista l matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
saBORES DO MAR “Apesar de adorar um churrasco com os amigos, frutos do mar também me apetecem bastante. Em Joinville, o melhor lugar para se deliciar é o Caranguejo do Alemão. O ambiente é bastante simples, mas muito agradável. Há anos frequento o local.” O Caranguejo do Alemão fica na Rua Arnaldo Moreira Douat, 599, Bairro Floresta. De segunda a sábado, das 18h30 às 23h30. (47) 3454 7773.
CORAÇÃO TRICOLOR
A joinville DE
irineu machado O proprietário DE UMA DAS MAIORES IMOBILIÁRIAS DA REGIÃO REVELA SEUS LUGARES PREFERIDOS PARA CURTIR A CIDADE ONDE VIVE HÁ MAIS DE QUATRO DÉCADAS Empresário do ramo imobiliário, Irineu Machado, 58, é natural de Vidal Ramos e até os 16 anos ajudou a família a plantar fumo, arroz e feijão. Em 1974, convenceu os pais a trocar o trabalho na agricultura por novas oportunidades em Joinville. Aqui começou como frentista, mas foi nas vendas que descobriu seu talento. Estacionava seu Fusca bege perto do terminal de ônibus do Centro, colocava um letreiro nos vidros e ali mesmo oferecia lotes para as pessoas que circulavam na região. E assim foi crescendo, realizando o sonho da casa própria de muita gente. Morador do Centro e pai de dois filhos, Irineu também é proprietário da TV da Cidade, Jornal da Cidade, e recentemente arrendou a Rádio Nativa FM.
“Já fui presidente do JEC entre os anos de 2000 e 2001. Hoje confesso que não tenho muito tempo de ir aos jogos, mas gosto de acompanhar o nosso time do coração e continuo sendo sócio do clube. Na trajetória do JEC, a Arena Joinville tem um papel muito importante. Ir lá sempre me rende boas recordações.” A Arena Joinville fica na Rua Inácio Bastos, 1084, Bairro Bucarein.
COME IN ITaLIA
PESCAR E NAVEGAR
LAZER perto da NATUREZA
“Quando estou de folga gosto bastante de
“O ponto de partida dos passeios
sou apaixonado por aquela gastronomia.
aproveitar o tempo com a família e com os
náuticos é o Joinville Iate Clube. Gosto
Na região de Joinville, o restaurante
amigos. Nestas aventuras, passear de barco
muito de lá, o ambiente é tranquilo
italiano que oferece uma gastronomia
e pescar são nossas atividades preferidas.
e familiar. Às vezes nem saímos de
igual à italiana é o La Fontana. Os donos
Gosto de navegar pela Baía da Babitonga e
barco. Ficamos lá aproveitando a
são italianos e preparam os pratos com
também pelas praias da região.”
natureza exuberante, tomando um
competência e propriedade.”
Formada pelo encontro das águas do mar e do
vinho e batendo papo com os amigos.”
O La Fontana fica na rua Campo Alegre, 586,
Rio Palmital, a Baía da Babitonga é considerada
O Joinville Iate Clube fica na rua Baltazar
Bairro Glória. Serve jantar de terça a sábado,
um dos principais estuários do estado e uma das
Buschle, 2850, Bairro Espinheiros.
das 19h a meia-noite. Serve almoço nos fins de
maiores reservas de Mata Atlântica catarinense.
(47) 3434 1744.
semana, do meio-dia às 16h. (47) 3445 1140.
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“A comida italiana é uma das minhas prediletas. Já fui diversas vezes à Itália e
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.Windson Prado NFabrizio Motta / Divulgação PMJ
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A JOINVILLE DE
denise Schlickmann
A Artista plástica sugere um roteiro por algumas das melhores ATRAÇÕES culturais e GASTRONÔMICAS DA CIDADE QUE ADOTOU COMO SUA Jaraguaense de nascimento, joinvilense de coração. Denise Schlickmann, 50, veio para Joinville quando tinha cinco anos e aqui descobriu o talento para as artes. Desde muito cedo já ensaiava as primeiras pinceladas, sempre incentivada pela família, em especial pela avó materna, que era modista, e pelo pai e irmão músicos. Em sua trajetória teve aulas com Clemencia Miranda Coutinho, José Diniz, Marli Farias Volpato, entre outros. Há trinta anos Denise brinca com os pinceis fazendo história e levando sua arte mundo afora. Hoje é ela quem faz escola, compartilhando sua vocação com dezenas de alunos.
MEMÓRIAS DO ARTISTA “A história de Joinville está registrada em nossos museus. Adoro todos eles! O Fritz Alt principalmente. Ele é bonito, muito bem cuidado e possui um acervo com obras produzidas pelo primeiro artista plástico de renome na cidade. ” O Museu Casa Fritz Alt fica na Rua Aubé, s/nº, Bairro Boa Vista. Abre de terça a domingo, das 10h às 16h. (47) 3433 3811.
vinho com bacalhau “Sempre quando quero tomar um bom vinho vou ao Castelinho Don Bruno. Os donos estão sempre presentes para garantir o atendimento diferenciado. E ainda servem um bacalhau maravilhoso!” A cantina fica na Rua Dr. João Colin, 1163, Bairro América. Atende de segunda a sábado a partir das 18h. (47) 3422 2156.
no embalo do rock
ARTE E gastronomia
natureza viva
“Adoro dançar e sinto falta de uma casa
“Quando bate a fome, logo lembro
“Sou apaixonada pela zona rural de
noturna com música ao vivo de qualidade,
da Rosti Haus Batataria. Adoro o
Joinville. O Piraí e o Quiriri são as minhas
para os mais maduros dançarem de rosto
atendimento de lá e não resisto
regiões prediletas. Há rios, mata nativa,
coladinho. Mas quando estou afim de
à batata rosti! Além disso, eles
casas antigas e simples. Gosto de olhar
ouvir um rock ou pop vou ao Didge Steak
promovem exposições. No aniversário
a paisagem e chego a sonhar em um dia
House. A música é boa e sempre tem
da cidade minha mostra ‘Joinville do
morar em uma daquelas casinhas.”
gente interessante.”
Meu Coração’ estará exposta lá.”
O acesso ao Piraí se dá pela Rua 15 de Novembro
O Didge fica na Rua Visconde de Taunay, 368,
A Rosti Haus fica na Rua General Valgas Neves,
até o Bairro Vila nova. No final da rua há placas de
Bairro Atiradores. Abre diariamente a partir das
389, Bairro Anita Garibaldi. Abre de terça a
várias estradas na região. Já o Quiriri fica na SC-418,
18h. (47) 3028 7988.
sábado das 18h às 23h30. (47) 3025 7740.
no pé da Serra Dona Francisca.
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.Windson Prado NFabrizio Motta / Divulgação PMJ
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A JOINVILLE DE
sandra furlan APAIXONADA PELA CIDADE HÁ 23 ANOS, A REITORA DA UNIVILLE DESTACA OS LUGARES QUE MAIS GOSTA DE FREQUENTAR EM MOMENTOS DE LAZER OU A TRABALHO
diversidade gastronômica “Gosto do Parque Opa Bier por ser um espaço descontraído, ideal para um happy hour com amigos ou um jantar especial. Além disso, há restaurantes especializados em diversos estilos gastronômicos, de carnes e frutos do mar a comida japonesa.” O Parque Opa Bier fica na Rua Max Colin, 1589, Bairro América. Os horários de atendimento variam de acordo com cada restaurante.
capricho no cardápio “Costumo indicar o Santa Mistura a meus amigos pela qualidade da comida. Os pratos são bem variados, e sempre chegam com uma apresentação impecável. Eu e minha família gostamos bastante e sempre escolhemos o local para comemorações como aniversários, por exemplo.” O Santa Mistura fica na Rua Otto Boehm, 648, Bairro América. Abre de segunda a sábado, a
Em janeiro de 1993 Sandra Aparecida Furlan trocou o interior de São Paulo pelo Norte
partir das 11h. (47) 3025 6569.
Catarinense. Formada em Engenheira Química, ela é mestre e doutora em Engenharia de Processos pelo Instituto Nacional Politécnico de Toulouse, na França. Foi durante a faculdade que se apaixonou pela vida acadêmica e desde então compartilha seus conhecimentos ensinando jovens na universidade. Quando voltou ao Brasil, começou a lecionar em Lorena (SP) antes de ser convidada para trabalhar no Centro de Desenvolvimento Biotecnológico que estava em fase de implantação em Joinville. “Não conhecia a região, vim visitar Joinville e o centro de pesquisas e me encantei com ambos. Em dois meses me mudei para cá. Alguns anos depois, em 1997, ingressei na Univille”. lembra. No início de 2013, Sandra assumiu a reitoria da universidade. Casada, vive com o marido e o enteado no Bairro Bom Retiro.
A CASA DAs artes
AMOR PELO SABER
espaço criativo
“O lugar que mais me representa em
“Também gosto muito do Inovaparq, por
belas exposições é o Instituto Juarez
Joinville, sem sombra de dúvida, é a Univille,
ser um espaço de criatividade e estímulo
Machado. É um lugar fantástico, muito
onde tive a oportunidade de crescer e
ao empreendedorismo inovador. Dar
acolhedor. Sempre tem algo bacana e
amadurecer profissionalmente ao mesmo
uma passadinha por lá sempre rende uma
pessoas interessantes. Sempre que dá,
tempo em que pude contribuir com minha
troca de ideias e um papo interessante.”
passo lá para conferir as novidades.”
experiência científica.”
O Inovaparq fica no campus da Univille e
O Instituto Juarez Machado fica na Rua Lages, 994,
A Univille fica na Rua Paulo Malschitzki, 10, Zona
funciona de segunda à sexta, das 8h às 18h30.
Bairro América. Abre de terça a sábado das 10h às
Industrial Norte. (47) 3461 9000.
(47) 3461 9229.
19h e domingos das 15h às 19h. (47) 3033 3036.
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“Se há um local que nos proporciona
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#joinville
l entrevista l matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
olhares digitais Através das lentes de seus celulares, usuários do aplicativo Instagram compartilham belos flagrantes do dia a dia em Joinville
Regina de Oliveira @re
Jarian Bittencourt @jarian_bittencou
Jô Mroskowski @jomro
skowski Instituto Juarez
rt Casa Neitzel, Quiriri
free72 Rua das Palmeiras
Wladimir Crippa @wladcrippa Praça
da Bandeira
Machado
Carla Caetano @instacarlacaetano__ Bairro América
Regina de Oliveira @refree72 Aeroporto
Jarian Bittencourt @jarian_bittencou JOINVILLE É l 2016
rt Igreja Luterana
Kariny Amaral @karinyamaral Alameda da Dança
Carla Caetano @instacarlacaetano__
Recanto Diamante
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Carla Caetano @instac
eitura arlacaetano__ Antiga Pref
Creston Filho @crestonfilho Estrad
a do Rio do Júlio
Vincente Ramos Jr @vangrogh01 Paisagem Urbana
Diomar Muhlmann @diomarmuhlmann Palacete Schlemm skowski Mercearia Jô Mroskowski @jomro
Sofia
Tania Bauer @tania_bauer Igreja Germ
ânica, Rio do Júlio
Marcelo Guiné @marceloguine Museu de Arte Rober to Floriani @robertofloriani
Diomar Muhlmann @diomarmuhlman
n Palacete Schlemm
Roberto Floriani @robert
Morro do Mirante
ofloriani Escola Ada San
Silvio N. Eigat @silvioofic
t’Anna Vincente Ramos Jr @vangrogh01
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o ial_ Cachoeira Vale do Our
Casa em Pirabeiraba
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editorial l índice l minha cidade l #joinville l
entrevista
l matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
preparadA para o futuro PERTO DE ENCERRAR O MANDATO, UDO DÖHLER AVALIA SEU LEGADO À FRENTE DA PREFEITURA, COMENTA OS DESAFIOS ENFRENTADOS EM SUA GESTÃO E PROJETA UMA NOVA CIDADE PARA AS PRÓXIMAS DÉCADAS A nove meses de encerrar seu primeiro mandato como prefeito de Joinville, Udo Döhler (PMDB) fala das mudanças promovidas em sua gestão e anuncia os passos que a cidade dá em direção ao futuro. Mesmo em meio às dificuldades financeiras da Prefeitura, Udo se diz animado e satisfeito com o andamento da administração. Ele mostra resultados e anuncia o que ainda há para ser feito para encerrar sua passagem pelo executivo. Qual foi a principal mudança na administração de Joinville desde que o senhor a assumiu a prefeitura? Sem dúvida foi o choque de gestão, compromisso que fiz questão de colocar em prática desde o primeiro dia em que assumi. Há um ano e meio não assino nenhum documento. Tudo é feito hoje de forma digital, o que dá mais transparência às nossas ações e permite que a sociedade fiscalize nosso trabalho. Contamos com três softwares que nos ajudam a ver a cidade e suas necessidades, temos ferramentas que acompanham todos nossos atos, da licitação de uma obra até sua execução. Isso representa mais segurança e agilidade no serviço prestado ao cidadão. Tanto é, que
desde que assumimos a prefeitura não tivemos nenhuma licitação com problemas ou suspeitas de desvio de conduta. Estas ações fizeram com que Joinville recuperasse seu crédito junto aos fornecedores e obtivesse melhores preços ao comprar serviços e produtos destinados à comunidade.
“Há um ano e meio não assino nenhum documento. Tudo é feito hoje de forma digital, o que dá mais transparência às nossas ações” E de que forma a digitalização está contribuindo para a melhoria dos serviços de educação e saúde? Nossos professores estão com notebooks e os alunos a partir do sexto ano têm tablet. As salas têm lousas digitais e ar-condicionado. Hoje o JOINVILLE É l 2016
ambiente escolar está digitalizado e isso permitiu que a gente melhorasse ainda mais a nossa educação, que sempre foi boa. Tivemos em 2015 o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado e o melhor do país no oitavo e nono anos. Isso foi construído com nossos professores e também com a digitalização. Na saúde ocorre o mesmo. Por vezes, não temos uma leitura dos avanços na área. Mas se olharmos pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ele mostra que o desempenho da saúde no município é de 0,91, quando 1 é o índice máximo. Joinville oferece hoje o melhor tratamento de saúde pública do Estado. Tem filas, sim, isso foi herdado, mas estamos trabalhando para oferecer um serviço cada vez melhor. Quando assumimos encontramos as 56 unidades básicas de saúde sem documentação. Nem alvará tinham. Hoje, 11 estão com toda a documentação em dia. Também reformamos e colocamos as unidades em ordem, garantindo acessibilidade a todos. O PA Norte também foi reformando e está dobrando de tamanho. Ampliamos o Hospital Municipal São José em 33% e regularizamos a distribuição de medicamentos. Por tudo isso, podemos dizer que fizemos uma gestão invejável.
19 .Windson Prado NFabrizio Motta
O que ainda precisa avançar para que o senhor termine seu governo satisfeito? O modelo de administração das cidades de porte médio já está esgotado. As cidades que continuarem a crescer desta forma vão quebrar. Detroit nos Estados Unidos é uma cidade em que isso aconteceu. Ela tem o perfil muito parecido com o de Joinville. Sabemos que daqui a 30 anos nossa população duplicará. Mas, se não cuidarmos, daqui a 50 anos ela pode chegar a 2 milhões como aconteceu em Detroit. Se não estivermos atentos, Joinville também pode quebrar. De uma hora para outra muita gente vai embora e a cidade fica desvalorizada em todos os aspectos. Por isso, é preciso olhar para o futuro e planejar a forma que queremos a Joinville de 2045. A cida-
“A meta é transformar nossa matriz econômica, ainda concentrada no metalmecânico, e direcioná-la para a produção de tecnologia” de está sendo desenhada para uma população de até 1 milhão de habitantes. Mas não tem como chegar a 2 milhões! A gente sabe que cabem até 8 milhões de pessoas em Joinville, mas não é esta a cidade que queremos. Queremos uma cidade que continue JOINVILLE É l 2016
tendo 50% do seu território com área verde, que tenha qualidade de vida, que mantenha a maior população do Estado na área rural. Esta é a nossa riqueza e isso não podemos perder. Como será a Joinville do futuro? Será uma cidade tecnológica, mas com muito verde e ótima qualidade da vida. Estamos lançando o projeto Join Valley, um plano de inovação cuja meta é transformar nossa matriz econômica, ainda concentrada no metalmecânico, e direcioná-la para a produção de tecnologia. Nosso modelo atual de economia está se esgotando. Precisamos pensar em outras formas de manter o desenvolvimento das cidades. Estamos construindo laboratórios onde as pessoas poderão estudar e criar suas startups. Já
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entrevista
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temos um endereço para isso, um espaço que estamos adaptando no Centro. Lá as pessoas vão se reunir e buscar soluções diferentes e eficientes para muita coisa. Estamos nos preparando para construir uma Joinville inteligente, humana e com uma economia criativa.
tes violentas e assaltos assustam os moradores. Que medidas tem sido tomadas nesta área? Sabemos que é preciso aumentar o efetivo da Polícia Civil e Militar e estamos cobrando do governo estadual. A Delegacia de Homicídios que precisávamos já veio, mas é necessário treinar e equipar nossa força policial. Tivemos mudanças no comando das corporações e acho que essa oxigenação será bom para a cidade. Implantamos a Guarda Municipal, que é uma guarda cidadã e ajuda a proteger o patrimônio, nossas crianças nas escolas e a cidade como um todo.
Diversas obras de mobilidade urbana anunciadas pela prefeitura, como as pontes que ligariam a zona Sul à zona Leste, acabaram não realizadas na sua gestão. O que fez a administração municipal mudar de planos? Queríamos avançar fortemente com a mobilidade e a pavimentação, mas tivemos nossas expectativas frustradas diante das dívidas da prefeitura e da crise que assola o país. Mesmo assim, vamos conseguir viabilizar a construção de três importantes pontes na cidade, nas ruas Nacar, Plácido Olímpio de Oliveira e Anêmonas. Conseguimos, em parceria com o Governo do Estado, garantir a duplicação da Avenida Santos Dumont e a conclusão da elevação da Rua Minas Gerais. A prefeitura também está repavimentando mais de 100 ruas, instalando abrigos e implantando 56 km de corredores de ônibus até o fim do ano. Quais são as principais obras que sua gestão deixa para a cidade? Fornecer uma educação de qualidade às crianças e adolescentes. Penso que esta é a nossa principal obra. Mas tivemos outras importantes, como a revitalização do Parque Zoobotânico, a criação do Parque Porta do Mar e do Parque São Francisco, além do mirante do Morro da Boa Vista. Temos um projeto de US$ 70 milhões aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para drenagem do Rio Itaum-Açu. Também
“Queríamos avançar com a mobilidade, mas tivemos nossas expectativas frustradas diante das dívidas da prefeitura e da crise que assola o país” queremos construir o Parque do Piraí, no Bairro Vila Nova, e implantar o tratamento de esgoto na região. Na cultura tivemos a reforma e desinterdição de espaços como o Museu da Bicicleta, Biblioteca Pública, Casa da Cultura e outras unidades culturais que estavam fechadas. Apesar de não ser responsabilidade imediata da prefeitura, a segurança pública na cidade tem deixado a desejar. Homicídios bateram recordes no ano passado e as morJOINVILLE É l 2016
Como é sua articulação com os deputados federais e estaduais eleitos por Joinville? Nosso diálogo é bom. Eles têm se esforçado ao máximo, mas os recursos que chegam são insuficientes. É inaceitável que governo federal sonegue recursos para educação. É inaceitável que a tabela do SUS não seja reajustada e a prefeitura tenha que arcar com os gastos. É preciso que nossos parlamentares trabalhem por isso e estamos cobrando deles. O que o senhor mais aprendeu nestes três anos de gestão? Conhecer as pessoas. Este foi meu maior aprendizado. Sempre estive próximo da comunidade, mas como prefeito pude ter contato com toda a população, desde aquele que mora no mangue em uma casa sem luz, sem esgoto e sem segurança, até aquele que chega ao município interessado em benefícios pessoais e empresariais. Joinville é dividia em duas cidades: a “cidade um”, que é o centro desenvolvido, e a “cidade dois”, que é a periferia. Nosso trabalho é ouvir as pessoas destas duas Joinville e tentar equilibrar esta balança.
Excelência em escadas internas em madeiras e móveis personalizados em MDF e MDP!
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CAMINHOS PARA CRESCER JOINVILLE É l 2016
23 .Raquel Schiavini NFabrizio Motta
JOINVILLE AGUARDA A APROVAÇÃO DA nova Lei de Ordenamento Territorial, QUE DEVE MUDAR AS NORMAS PARA O USO DO SOLO E direcionar O CRESCIMENTO sustentável DO MUNICÍPIO
Depois de 18 audiências públicas, muitas discussões e mudanças, a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) – a ser aprovada nos próximos meses pela Câmara de Vereadores – vai definir as novas regras de uso, parcelamento e ocupação do solo no município. Criada em 1996 e revisada em 2010, a LOT é uma obrigação imposta pelo novo Plano Diretor, em vigor desde 2008. Um de seus princípios é trazer as pessoas para perto da infraestrutura urbana. “A cidade não é boa se for tão espalhada”, defende Vladimir Constante, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbando de Joinville (Ippuj). A nova lei prevê o fortalecimento da região central, com aumento do potencial construtivo e conseqüente adensamento. Prédios mais altos, mais comércios, serviços e até indústrias de baixo impacto ambiental poderão se instalar nesta área. “Pensamos muito na questão estrutural da cidade. A necessidade de se fazer grandes deslocamentos gera muitos gastos e faz com que se perca muito tempo no trânsito”, complementa o presidente do Ippuj. Outra mudança profunda que o documento traz é a criação de pelo menos 200 faixas viárias, onde o gabarito (altura das construções) será elevado e novos usos passam a ser permitidos, como a instalação de negócios de pequeno, médio e grande portes nos setores de comércio e JOINVILLE É l 2016
serviços. “Estes eixos viários foram escolhidos levando em conta a infraestrutura existente e o atendimento do transporte público. Mais uma vez pensando em reduzir as distâncias”, diz Vladimir. Já nos bairros periféricos, como Morro do Meio, Jardim Paraíso, Aventureiro e parte do Vila Nova, onde não há grande oferta de infraestrutura, o potencial construtivo aumenta um pouco, mas com certo controle. Hoje são permitidos dois pavimentos nestas regiões, com exceção de alguns projetos do Minha Casa, Minha Vida, de quatro andares. A nova LOT estabelece 9 metros (cerca de três pavimentos) para todos os bairros mais afastados. Somente nas faixas viárias é que o gabarito aumenta, com limites que variam de região para região. “A cidade tem de ter vida própria, mas não pode ser tão espalhada. A tendência é trazer mais vida para as áreas centrais que têm perdido vitalidade nos últimos anos. Vejo as faixas viárias com mais autonomia também na periferia, com mais comércio, indústrias e serviços. Isso gera uma melhor distribuição do emprego na cidade”, conclui o presidente do Ippuj, que espera ver a LOT aprovada até meados deste ano. Para garantir que o processo seja feito de forma participativa – conforme determina o Estatuto das Cidades, de 2001 –, outras audiências públicas
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ainda virão para debater as emendas feitas no Legislativo.
discussões públicas Um exemplo de participação e pressão popular que já surtiu efeito na LOT foi no Bairro São Marcos. Os moradores não concordam com a elevação do gabarito que poderia chegar a 18 metros na faixa viária. O Ippuj recuou e reduziu para 9 metros, mesma altura dos bairros periféricos. Ainda assim, os moradores prometem continuar brigando para manter o gabarito de apenas dois pavimentos, como é hoje. Isso porque a Associação de Moradores do São Marcos vem pleiteando, desde 2009, a criação de uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), que vai da Rua Tupy até o Rio Águas Vermelhas, ligando o corredor ecológico com a Serra Dona Francisca. Defendida pelo Ministério Público e órgãos ambientais, a Arie ainda não foi homologada pelo Executivo. Segundo o presidente da Associação, Gustavo Gohr, na região há mais de 15 nascentes, que fazem parte de duas bacias hidrográficas,
Constante: “A tendência é trazer mais vida para as áreas centrais, que têm perdido vitalidade nos últimos anos”
além de animais em extinção. Há, inclusive, um abaixo-assinado com 445 assinaturas pedindo a criação da Arie. “Gostaríamos de manter a preservação do São Marcos, tornando o bairro estritamente residencial”, completa Gohr. Outra alteração que os moradores conseguiram nas audiências foi limitar a instalação de comércios e indústrias na região da Rua Tupy (que vai até a BR-101), principal eixo viário do bairro.
Gustavo Gohr: participação dos moradores reduziu o aumento do gabarito para construções no São Marcos JOINVILLE É l 2016
Na Câmara de Vereadores, a última audiência sobre a LOT ocorreu no dia 8 de dezembro. Duas emendas foram analisadas. Uma delas tinha o objetivo de excluir a área de expansão urbana Sul e transformá-la em área rural de utilização controlada, sob o argumento de que ainda faltam estudos para avaliar possíveis riscos ambientais. Esta emenda, porém, já foi derrubada na Comissão de Legislação e Justiça. Outra emenda foi apresentada na audiência pelo vereador James Schroeder (PDT) e prevê a implantação do Corredor Ecológico do Rio do Braço. “Ali existem até espécies em extinção, isso é de muita importância”, observou o vereador. Durante a reunião também entrou em discussão um pedido do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde) para que a LOT se adeque à Lei Brasileira de Inclusão. Segundo o vice-presidente do Comde, Emiliano Nascimento, a legislação deve se adaptar para evitar problemas futuros. Novos encontros serão marcados e a população será chamada a participar. Uma região que promete po-
25 NRogério da Silva (Secom) / Fabrizio Motta
As principais mudanças da LOT lêmica é a do Bairro América. Parte dos moradores defende que a área seja mais residencial, enquanto outra quer usos comerciais. Recém empossado presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara Municipal, o vereador Manoel Bento (PT) sabe da importância da lei, reforça o coro de que a cidade “não pode ficar engessada”, mas garante que vai esgotar todas as dúvidas e ouvir a comunidade sobre as emendas. “Faremos quantas audiências forem necessárias. O sentimento da população deve prevalecer.” Algumas audiências serão feitas na Câmara e outras nas próprias regiões afetadas pelas mudanças.
ajustes na legislação Para o vereador, há dois viés a considerar: o econômico e o social, com o fortalecimento da periferia, para que ela tenha vida própria e seus moradores não precisem se deslocar até o Centro para ter acesso a serviços públicos e privados. O pensamento conflita, em certo aspecto, com a diretriz da Lei de Ordenamento Territorial, que prega o adensamento da região central. Mas Bento promete diálogo onde há uma aparente divergência: “Não vou prejudicar minha cidade e nem pretendo travar o projeto. Só quero usar de todos os meios para esclarecer bem as pessoas. Afinal, vamos mexer com o patrimônio delas”. Um dos exemplos citados pelo vereador sobre a defasagem da legislação é o fato de haver regiões da cidade onde em um lado da rua se permite alguns comércios e serviços e no outro, não. “Hoje, até para colocar uma antena de celular é preciso fazer audiência. É muita burocracia que a nova lei deve retirar”, ressalta o vereador. Quanto à Zona Sul do município, o novo presidente da Comissão de
Área de expansão urbana Sul
Geminados
Vai potencializar os setores industrial
Hoje não existe qualquer regra
e de logística às margens da BR-
para construção de geminados em
101, até o final do Eixo Sul. Onde
Joinville. A nova LOT estabelece em
antes era uma área rural poderão
4 metros a largura mínima da frente
se instalar grandes indústrias,
do lote. Geminados frontais a vias
transportadoras e empresas de
principais da faixa viária não podem
base tecnológica.Também deve ser
ter saída de garagem direto para a rua.
aprovada a construção de edifícios residenciais, com a mudança de
Estacionamento
macrozoneamento baseada em um
Não serão mais exigidas vagas de
plano urbanístico específico que prevê
estacionamento para comércios e
arruamento e mapeamento das áreas
serviços, com exceção das vagas
de risco e de preservação.
especiais para idosos e pessoas com deficiência. A única obrigação é criar
Criação de faixas viárias
quatro vagas para bicicletas a cada
Ocorrerá em regiões de maior
25 m2 de área edificada. Condomínios
potencial construtivo, que concentram
residenciais devem ter no mínimo
comércios e serviços. Serão cerca de
uma vaga por moradia.
200 faixas ao longo das principais vias públicas destinadas ao adensamento
Loteamentos e condomínios
populacional. As faixas ocupam 100
Além da drenagem, pavimentação,
metros de cada lado das ruas, onde
saneamento, iluminação e arborização
poderão ser erguidos prédios mais
que hoje já são exigidos do loteador,
altos, além de comércios de médio e
a LOT traz mais duas obrigações:
grande porte e serviços. Marquês de
construção de calçadas e sinalização
Olinda, Getúlio Vargas e João Colin
viária básica. O tamanho máximo da
são alguns exemplos de faixas viárias.
quadra deve ser 200 metros, o que ajuda na mobilidade e permeabilidade
Limites para construções
da malha urbana.
Hoje, a altura máxima permitida para prédios no Centro é de 18 andares
Tamanho dos lotes
(sem contar embasamento, garagem,
Hoje, lotes na área urbana podem ter
lojas e cobertura). Na região periférica
no mínimo 360 m2. Nenhum terreno
são autorizados dois pavimentos.
pode ser menor que estas dimensões.
Com a LOT, o limite será em metros,
A LOT propõe mínimo de 240 m2 com
não mais em andares. O máximo na
pelo menos 10 metros de frente. Em
área central será de 45 metros, mas
faixas viárias, o lote mínimo passa a ser
pode chegar a 67,5 metros (50% a
de 600 m2, com 30 metros de frente.
mais) se o construtor pagar a outorga
A dimensão mínima sobre para 1,25
onerosa ou fazer a transferência
mil m2 em setores industriais e faixas
do direito de construir. O potencial
rodoviárias com frente de 50 metros.
construtivo de 45 metros de altura se tornaria possível também em áreas de
Preservação ambiental
bairros como Floresta, Iririú, Boa Vista
A região dos mangues e a região dos
e Glória, por exemplo. Quanto mais
mananciais são áreas protegidas por
afastado do Centro, mais o gabarito
leis federais, mas dentro da LOT há a
vai diminuindo. Na região periférica da
previsão de potenciais construtivos
cidade serão permitidos até 9 metros,
em alguns trechos, de forma
exceto nas faixas viárias.
controlada.
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NFabrizio Motta / Divulgação Acij
editorial l índice l minha cidade l #joinville l entrevista l
matéria de capa l turismo l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
Manoel Bento: “Faremos quantas audiências forem necessárias. O sentimento da população deve prevalecer”
perto das rodovias.
Urbanismo acredita que a cidade tem “uma dívida” com esta região. Além da permissão para indústrias e empresas de logística – que o documento já prevê –, o vereador defende a instalação de prédios para atender os estudantes da UFSC e até um shopping center. “Não podemos retroceder. Quero garantir que a Câmara tenha autonomia e independência para apreciar, fazer as emendas necessárias e fazer valer esta lei. Não podemos perder mais empregos e oportunidades de desenvolver Joinville”, ressalta o vereador. Outra preocupação da Comissão de Urbanismo é oficiar a Celesc para que esteja preparada para acompanhar o crescimento da cidade. Bento não quis se comprometer com data, mas disse que a Lei de Ordenamento Territorial deverá estar aprovada antes das eleições municipais.
Indústrias
empresários têm pressa
ONDE PODERÃO SE INSTALAR: Comércios Lojas de pequeno porte serão permitidas em quase toda a cidade. Empreendimentos de médio e grande portes ficarão limitados às faixas viárias e aos setores de adensamento prioritário. Atacadistas terão de apresentar Estudo de Impacto de Vizinhança para se instalar em algumas áreas.
Serviços Empresas de pequeno porte poderá se instalar em praticamente toda a cidade. A grande restrição ao prestador de serviço ficará para as empresas de logística (transportadoras), que devem ir para
O uso industrial ganhará novas áreas exclusivas, como o distrito industrial da Zona sul. A indústria que demonstrar ser de baixo impacto ambiental poderá se instalar em boa parte da cidade.
Além do prefeito, se tem alguém com pressa para que esta lei seja aprovada é a Associação Empresarial de Joinville (Acij). Ainda em 2014, um documento com contribuições da entidade foi enviado ao JOINVILLE É l 2016
Executivo. Pedia soluções em relação aos usos tolerados para não prejudicar empresas já instaladas em áreas onde a nova LOT não permite mais seu perfil de negócio, além de não restringir o gabarito para indústrias e empresas de logística situadas em faixas rodoviárias e setores de interesse industrial. “A aprovação da LOT é fundamental para que a cidade possa avançar em alguns projetos. Diversos investimentos aguardam o desfecho deste processo para se concretizar”, pontua João Joaquim Martinelli, presidente da Acij. Além disso, segundo Martinelli, a rápida aprovação da lei vai trazer mais segurança jurídica para quem pretende investir na cidade. A entidade ressalta ainda que a LOT já foi amplamente apreciada pela sociedade e defende que seja aprovada na íntegra. “A Acij não atua defendendo a classe empresarial em específico, mas toda a cidade. Acreditamos que ajustes pontuais podem ser feitos depois”, diz o presidente da entidade.
Para Martinelli, da Acij, a LOT deve ser aprovada na íntegra da forma que chegou à Câmara, com ajustes pontuais a serem feitos posteriormente
27 .Xxxxxxx NXxxxxxx
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turismo
l ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
OS EnCANTOS DO INTERIOR O TURISMO RURAL EM JOINVILLE GANHA FORÇA E SE DESTACA NACIONALMENTE GRAÇAS AO EMPENHO DE PROPRIETÁRIOS E INCENTIVO DO PODER PÚBLICO
Á tranquilidade rural de cenários como este, na Estrada do Piraí, atraem cada vez mais visitantes em busca de sossego longe da agitação urbana
JOINVILLE É l 2016
29 .Adrieli Evarini NFabrizio Motta
Engana-se quem pensa que, longe da fumaça das grandes empresas nacionais e multinacionais instaladas em Joinville, impera a produção agrícola. Quando o cinza das indústrias e do asfalto dá lugar ao verde da Mata Atlântica, a sensação que se tem é de estar de volta a um passado mais tranquilo, em meio a antigas propriedades rurais e rios de águas límpidas que correm por entre as árvores. Cenários como este têm estimulado o desenvolvimento do turismo rural em diversas localidades do município, que vem se destacando cada vez mais nesta atividade com projetos pioneiros e roteiros encantadores. A impressão de viagem no tempo é reforçada pela aproximação com a produção colonial, animais e natureza, aliada ao ar puro e ao silêncio de um verdadeiro recanto. É assim que os visitantes se sentem ao entrar na propriedade de Ango Kersten, no Rio Bonito. O trator estacionado evidencia a preocupação da família com a terra, mas não é só para preparar o terreno para o plantio que o veículo serve na propriedade dos Kersten. O passeio de trator é quase que uma obrigação para os turistas e joinvilenses que visitam o local. No trajeto, o sacolejar do veículo dá a sensação de imersão no universo rural. Acompanhado por diversos animais que dão vida à paisagem, o visitante tem a oportunidade de conhecer de perto paisagens incomuns no dia a dia agitado da cidade. Além disso, a família proporciona um verdadeiro mergulho em sua história. Ao visitar a casa e o estábulo onde é feita a produção de melado e demais produtos coloniais, os visitantes podem conhecer de perto o cotidiano rural e a história da família criada na propriedade. Para
O casal Kersten recebe os visitantes para uma imersão no cotidiano rural, com direito até a passeio de trator
JOINVILLE É l 2016
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O Sítio da Vó Bia, em Pirabeiraba, deixou de ser um espaço de lazer particular para apostar na profissionalização do turismo combinado com conscientização ambiental
Ango Kersten, proprietário, a aproximação das pessoas com o campo é uma forma de encontrar uma paz perdida na agitação da cidade. Ele destaca ainda que, cada vez mais, as pessoas estão nascendo e crescendo sem conhecer e saber de fato como são os animais de que elas ouvem falar nas histórias e assistem na televisão. “Hoje é comum encontrar crianças que nunca viram sequer uma galinha. Algumas não sabem o que é tomar um banho de rio”, destaca. Além dos bichos da fazenda, o rio também é uma atração e tanto do local. A água gelada e límpida do Rio Pirabeiraba corta a propriedade e encanta pela beleza e preservação em meio a um cenário cada vez mais raro em grandes cidades.
Ango Kersten, que faz da agricultura e da produção de produtos coloniais sua principal fonte de renda, o Sítio da Vó Bia aposta na relação dos turistas com a Mata Atlântica. No distrito de Pirabeiraba, em meio
dedicação ao turismo Em Joinville as opções para conhecer o campo e apreciar as belezas naturais estão crescendo e fazendo com que os produtores cresçam junto. Diferente da propriedade de
Marcelo: apesar de receber turistas de diversas partes do mundo, cerca de 80% dos visitantes são joinvilenses em busca de contato com a natureza
JOINVILLE É l 2016
a Serra do Mar, a finalidade – além da preservação – é a conscientização dos visitantes em relação aos cuidados com a vegetação nativa. Foi com esse desejo que Miriam Graboski transformou o sítio, antes usado apenas para o descanso da família, em uma propriedade visitada e recomendada por cada pessoa que passa por lá. Administrado pelo filho de Miriam, Marcelo Luiz Taranto, o local deixou de ser um espaço de lazer pessoal para se tornar um recanto acessível a joinvilenses e turistas. Há 15 anos vem recebendo hóspedes do Brasil e do mundo. “Recebemos até mesmo um monge da Índia. Foi uma visita muito especial, que mostra o quanto as pessoas gostam daqui e recomendam nosso espaço”, destaca. Hoje, 80% das visitas são de joinvilenses e, segundo Marcelo, a melhor propaganda do sítio é a qualidade dos serviços e atrações disponíveis. Preocupados em oferecer um espaço com estrutura e acessibili-
31 NFabrizio Motta
dade aos visitantes, os proprietários investem em novidades e, especialmente, em atividades que proporcionem um verdadeiro encontro com a natureza. Um exemplo são as trilhas disponíveis para todas as idades. Para os adultos há um caminho mais íngreme, rodeado de vegetação e que traz, como prêmio, ao final da caminhada, uma figueira imponente. “São necessárias quinze pessoas para abraçá-la. O retorno de quem chega até o final é incrível”, enfatiza a proprietária. E as crianças não ficam de fora da aventura. Para elas, há uma trilha mirim que reforça a conexão da infância com a natureza. Com a intenção de disponibilizar para os joinvilenses mais opções de lazer ao ar livre – e, como afirma Miriam, oferecer uma alternativa de paz em meio à correria do cotidiano –, o sítio logo se transformou em um negócio e em fonte de renda para toda a família. A propriedade recebe visitas constantemente. Além das atividades de imersão na natureza, o local serve como um centro de eventos que atende aos
O frescor e a limpeza das águas dos diversos riachos da região é um atrativo a mais na temporada de verão
mais variados segmentos, de batizados a treinamentos de empresas. “É muito trabalhoso, mas é um negócio rentável, pois o turismo rural é uma opção muito procurada. As pessoas estão buscando se desligar da rotina estressante para descansar em locais sem acesso à internet e sem sinal de celular, onde possam ouvir
A arquitetura tradicional de algumas propriedades e o contato animais de fazenda encantam os visitantes
JOINVILLE É l 2016
o barulho do riacho, apreciar o cantos dos pássaros e sentir o cheiro da mata. Para nós tem sido – além de uma missão pessoal com o objetivo de preservar a natureza e conscientizar as pessoas – um negócio lucrativo e estável”, avalia Marcelo.
da escola para o sítio Um projeto que começou tímido, com apenas seis propriedades da zona rural dispostas a receber crianças e leva-las para um mundo de descobertas até então desconhecido, hoje conta com 15 locais cadastrados e outras três propriedades na lista de espera. Assim é o Viva Ciranda, o principal projeto de fomento ao turismo rural em Joinville. Criado em 2011, o Viva Ciranda já recebeu prêmios como case de sucesso e em outubro deste ano levará o nome da maior cidade de Santa Catarina para o velho mundo. O programa desenvolvido pela Fundação Turística de Joinville em parceria com outras entidades participará, no segundo semestre, do
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turismo
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O projeto Viva Ciranda leva estudantes da rede municipal para conhecer o turismo rural em 15 propriedades
Congresso Internacional de Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável, em Santiago de Compostela, na Espanha. Até o final de 2015, mais de 24,6 mil crianças já haviam participado do programa, que surgiu com a intenção de desenvolver o turismo nas cinco regiões rurais de Joinville – Estrada Bonita, Estrada da Ilha, Piraí, Dona Francisca e Quiriri – e hoje é considerado pioneiro no turismo pedagógico, envolvendo desde crianças até adultos. Segundo a coordenadora do Viva Ciranda, Anelise Falk Rosa, esse é um projeto de inserção continuada, pois a movimentação das propriedades e da área rural ocorre o ano inteiro. É um fluxo contínuo incrementado pelo projeto, que leva crianças da rede municipal até as propriedades cadastradas, proporcionando integração entre os alunos e o turismo rural.
dade urbana e industrializada, seu território é composto em grande parte por áreas rurais, que correspondem a 60% do município. Para Anelise, o fortalecimento do turismo rural em Joinville abriu uma nova possibilidade de fonte de ren-
da para agricultores e proprietários. Eles obtêm recursos cobrando taxas de visitação, comercializando produtos produzidos na propriedade, locação dos espaços para a realização de eventos, além de gerar oportunidades de trabalho cooperativo na comunidade, como a integração na comercialização dos produtos. Segundo ela, nos últimos cinco anos, os recursos gerados através do turismo rural cresceu em torno de 40% na cidade. “As propriedades rurais passaram a ter nova fonte de renda, com isso a parte financeira do proprietário rural foi bastante incrementada”, destaca. Além do fortalecimento econômico da região, Anelise ressalta a importância das ações e do turismo rural para a autoestima do produtor rural. Para ela, hoje eles se percebem como atores principais do projeto e sabem que existe uma força na comunidade onde estão iseridos. Assim, lutam para que possam conseguir melhorias. “Eles
renda extra e autoestima Apesar de Joinville ser conhecida nacionalmente como uma ci-
Nos últimos cinco anos, os recursos movimentados pela atividade turística em áreas rurais cresceram 40%
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33 NDivulgação PMJ
já sabem que juntos tem uma força maior para ir atrás das necessidades daquela comunidade rural”, diz. A coordenadora do Viva Ciranda destaca ainda o poder da convivência com as crianças que reacende nos produtores a capacidade de olhar para si e reconhecer o quão importantes são para o desenvolvimento. “Os proprietários descobriram que têm muita coisa a ensinar e muito a aprender com os visitantes. Eles descobriram que tem mais capacidades além da agricultura.”
destaque nacional Em 2015, durante a Festa das Flores, Joinville sediou o 9º Congresso Brasileiro de Turismo Rural, o que demonstra a força do setor em âmbito nacional. Para o presidente
da Fundação Turística de Joinville, Raulino Esbiteskoski, o evento serviu como uma grande vitrine para a cidade. “A realização desse evento foi um ponto muito positivo, muitas pessoas de fora de Santa Catarina participaram e elogiaram a estrutura e, mais do que isso, a região de Joinville”, avalia. Raulino destaca a boa localização da zona rural da cidade, próxima da região central, o que facilita o acesso para turistas. “Eu não conheço nenhum lugar onde a área rural esteja tão próxima do centro da cidade”, observa. “Com o fomento realizado através do Viva Ciranda as pessoas estão conhecendo Joinville.” Ele avalia ainda que o próprio joinvilense desconhecia as belezas naturais da sua terra, ce-
JOINVILLE É l 2016 JOINVILLE É l 2016
nário que está mudando graças a projetos e, principalmente ao comprometimento dos produtores em estruturar suas propriedades para receber visitantes. “Esse crescimento dependeu também da vontade e iniciativa dos produtores, eles são o motor do turismo rural em Joinville”, conclui. É o que atestam os exemplos de Ango Kersten e Miriam Graboski, citados no início desta reportagem. Assim como eles, dezenas de outros proprietários de recantos naturais do município têm contribuído para proporcionar à população e aos turistas opções de lazer que encantam os olhos, fazendo com que a famosa “cidade das flores” também passe a ser conhecida nacionalmente como a “cidade do turismo rural”.
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PRONTOS PARA AJUDAR CONHEÇA O TRABALHO DOS VOLUNTÁRIOS: PESSOAS QUE DEDICAM PARTE DO SEU TEMPO A AUXILIAR O PRÓXIMO SEM OUTRA REMUNERAÇÃO QUE NÃO SEJA O PRAZER DE CONTRIBUIR PARA A SOCIEDADE
JOINVILLE É l 2016
35 .Suellen Venturini NFabrizio Motta
Criado há 123 anos, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville é referência nacional e presta auxílio imprescindível ao trabaho dos bombeiros efetivos da cidade
“Em nome de Deus e em defesa do próximo”. Escrita em vermelho na parede da construção histórica que é sede dos Bombeiros Voluntários de Joinville, a frase serve de lema para 1,7 mil homens e mulheres e dá uma ideia da missão da corporação mais antiga do Brasil neste modelo. Instituído há 123 anos, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville é hoje uma referência nacional em voluntariado. Do contingente que atende ocorrências e realiza vistorias, apenas 10% é remunerado. Os outros 90% são pessoas que dedicam pelo menos 24 horas por mês para salvar vidas pelo valor que há em fazer o bem sem olhar a quem. “O modelo que move nossa corporação é o voluntariado. Mesmo contando com bombeiros remunerados, a cidade não pode prescindir dos voluntários, pois temos uma estrutura mínima de atendimento com os efetivos. Nosso trabalho é fundamental para complementar o atendimento feito por essas equipes”, explana Jaekel Antonio de Souza, comandante dos Bombeiros Voluntários de Joinville. Mesmo com a maioria não remunerada, a corporação não tem problemas de falta de brigadistas. Pelo contrário, todos os anos mais pessoas querem fazer parte e há fila de espera para os Bombeiros Mirins, programa que integra jovens de 10 a 18 anos aos serviços da corporação. O comandante destaca que, na prática do dia a dia, não existe diferença entre voluntários e remunerados. “Todos começaram como voluntários. Então, quando a gente olha para a corporação não consegue diferenciar quem é voluntário e quem é efetivo, inclusive pelo quadro da chefia. Nós temos subchefes e bombeiros-chefes que são voluntários também”, observa Souza. JOINVILLE É l 2016
Com responsabilidade e competência, os Bombeiros Voluntários de Joinville carregam um legado capaz de mudar vidas. Foi o caso de Cyrus Soltani Manjaterra, 25 anos. Há um ano e três meses ele largou emprego, família e amigos em Mogi Mirim, no interior paulista, para realizar o sonho de ser bombeiro voluntário em Joinville. “Eu fui bombeiro voluntário em Mogi Mirim por quatro anos. Lá a gente fazia um pouco de tudo, mas sempre quis trabalhar em uma corporação grande. Simplesmente quis ser bombeiro em Joinville. Posso dizer que sempre foi um sonho porque o bombeiro daqui tem um nome muito grande lá fora”, comenta Cyrus. Decidido, um dia colocou as malas no carro e veio para a cidade. Hospedou-se em um hotel e foi até o batalhão dos bombeiros para ingressar no quadro joinvilense de voluntários. Normalmente os candidatos precisam residir na cidade há pelo menos dois anos, mas no caso de Cyrus uma exceção foi
Cyrus veio do interior de São Paulo com o sonho de colaborar com os Bombeiros Voluntários de Joinville
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Valdeir fundou a Casa Padre Pio para dar hospedagem gratuita a pessoas que esperam tratamentos de saúde
aberta quando ele comprovou sua experiência como bombeiro no Sudeste. Agora ele dirige ambulâncias e caminhões de resgate e combate a incêndio a serviço de Joinville, como voluntário, e também faz o mesmo trabalho profissionalmente pela Autopista Litoral Sul. Para Cyrus, que não tem pretensão de ser efetivado no Corpo de Bombeiros, o voluntariado é uma vocação. “Sempre que posso eu estou aqui porque acaba se tornando uma família, uma coisa que você faz por gosto.” Os bombeiros de Joinville têm convênio com a Prefeitura e contam com a colaboração de empresas e doações via conta de luz para o custeio das despesas da corporação. E não é pouco. Cada traje de combate a incêndio, por exemplo, custa em média R$ 5 mil. Para ser bombeiro voluntário é necessário ter mais de 18 anos, residir em Joinville e saber nadar, além de fazer o curso de capacitação que tem duração de oito meses e dispor pelo menos 24 horas por mês para o voluntariado.
alívio para os aflitos Padre Pio Pietrelcina – um sacerdote conhecido pela capacidade de curar enfermos que viveu na Europa no início do século 20 – foi a inspiração para o nome de uma casa que é hoje um porto seguro para doentes e seus familiares em Joinville. Localizada no bairro Espinheiros, desde 2011 a Casa Padre Pio recebe gratuitamente pessoas que vêm para a cidade realizar tratamentos e cirurgias e não têm onde ficar. Na maioria, são acompanhantes que não têm como pagar por hospedagem e pacientes que vem de outras cidades para transplantes. “Levando uma comadre minha que teve câncer para quimioterapia e radioterapia no Hospital São José percebemos uma demanda, que até então nos era desconhecida, desse pessoal que vinha para tratamento em Joinville e não tinha onde ficar. Muitos acabavam dormindo no pronto-socorro do hospital, na rodoviária ou em pontos de táxi”, conta Valdeir de Souza Paiva, 38 anos, fundador e presidente da Casa Padre Pio. JOINVILLE É l 2016
Foi ele que cedeu a casa e cede tempo todos os dias para ajudar as pessoas que precisam de abrigo e alimento. Junto com Valdeir, outros 28 voluntários trabalham no lar que recebe em média 500 pessoas por ano e ofereceu cerca de 6 mil pernoites em 2015. A casa recebe pessoas de todo o Brasil, principalmente do Norte e Nordeste, que chegam indicados pela assistência social dos municípios de origem. No lar, eles dispõem de cozinha, sala de TV e leitura, banheiros e alojamentos femininos e masculinos. São 20 vagas no total. Os custos de manutenção são cobertos com doações da comunidade e com o dinheiro dos próprios voluntários. “Temos um sentimento de missão cumprida. Ficamos muito felizes em diminuir um pouco a aflição e as preocupações desse pessoal”, afirma Valdeir. Lucélia Gama, 37 anos, foi acolhida pela Casa em 2011 e atualmente é voluntária na instituição. Em 2007 ela foi diagnosticada com falência renal em Salvador, na Bahia, e pro-
Lucélia foi tão bem recebida na Casa que se mudou para Joinville e passou a trabalhar como voluntária
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Com a renda obtida com a organização do brechó, a Associação de Voluntários do Hospital São José já conseguiu comprar equipamentos importantes para o hospital
curou atendimento em Joinville porque ouviu dizer que aqui a cirurgia não demoraria. Sem ter onde ficar, soube pela internet da Casa Padre Pio e passou alguns meses morando no lar. Quando fez o transplante de rim, o pai dela também foi acolhido. Ela gostou tanto de Joinville que acabou escolhendo a cidade para viver. Alugou uma casa, ali mesmo no bairro Espinheiros, e toda às tardes é voluntária. “Eles me ajudaram tanto! Quando fiquei no hospital foi a Vanda (voluntária e esposa do fundador presidente) que cuidou de mim. Depois eu acabei ficando em Joinville por causa do tratamento, mas gostei da cidade e quis ajudar também”, conta Lucélia.
esforço pela saúde Em hospitais e institutos de saúde de Joinville, grupos trabalham para fazer o bem a quem precisa.
O voluntariado nessa área é uma marca registrada da cidade. Um dos grupos mais antigos, a Associação de Voluntários do Hospital São José, existe há 30 anos. Atualmente cerca de 30 voluntários fazem visitas e trabalham na arrecadação de fundos para melhorias na unidade de saúde. Uma das maneiras para conseguir recursos é o tradicional brechó que fica em um dos prédios do hospital. A presidente da associação, Rosamari da Silva, 68 anos, lembra com orgulho que a associação já conseguiu adquirir equipamentos importantes para o hospital. “Compramos equipamentos para oncologia, eletrocardiograma e todos os aparelhos de TV do hospital”, diz Rosamari. Enquanto associações com três décadas de história se consolidam na cidade, outras começam a nascer. Com reuniões todas as segundas às 14h, a Associação de Voluntários da JOINVILLE É l 2016
Maternidade Darcy Vargas completou um ano de atividades em novembro do ano passado. O grupo conta com 20 voluntários que fazem serviços de costura. Além de vender os produtos para arrecadar fundos para associação, as roupinhas compõem enxovais que são distribuídos para as mães mais carentes. Com a ajuda de empresas, a associação tem como meta melhorar as condições da estrutura da maternidade, que já tem 68 anos. Foi depois de uma longa carreira como professora que a presidente e fundadora da associação, Rosângela Martinowsky Baptista, 64 anos, sentiu o chamado do voluntariado. Ela conheceu as necessidades da maternidade através da filha, que trabalha na casa. “Desde que me entendo por gente eu gosto de crianças e sempre fui professora, mas tenho aprendido muito com essa iniciativa”, reconhe-
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ce Rosângela. “Quando uma mãe é bem tratada ela fica mais feliz e transmite para o filho mais felicidade. É tão lindo quando encontro aquelas mães contentes! O sorriso de gratidão delas é muito compensador.” Essa solidariedade que faz bem é fruto de muito trabalho e comprometimento. Na Rede Feminina de Combate ao Câncer, que há 35 anos oferece exames de saúde para mulheres e apoio a diagnosticadas com câncer, trabalham sete funcionários e 50 voluntários. Para comprovar que dispõe de tempo, dedicação e compromisso, a candidata a voluntária precisa assinar um termo de responsabilidade e trabalhar em todos os setores da entidade antes de fazer o juramento. No Pró-Rim de Joinville, o grupo de mulheres dá lições de envolvimento. A aposentada Irma João Selacio, 75 anos, tratou um câncer por anos e quis dar um sentido diferente para a sua vida. Voluntária na Pró-Rim, ela ajuda outras mulheres a aprender a fazer artesanato e costuras que são vendidas e tem o lucro revertido em cestas básicas para pa-
ação social l empreendedores l cultura l esporte l lazer
O grupo de voluntárias da Maternidade Darcy Vargas tem pouco mais de um ano e já conta com 20 membros
cientes renais em situação de carência. O grupo que se reúne todas as terças à tarde tem 20 participantes. “A gente aprende muito e acaba fazendo amizades”, conta Irma. Agora, ela leva a irmã e a filha para participar também.
voluntários da cultura A aposentada Darcy Amélia Nogueira, 78 anos, é uma amante da
Darcy Nogueira, 78 anos, participa desde 2000 do programa de voluntariado da Fundação Cultural de Joinville
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arte. Sem estudo ou profissão, ela desenvolveu cedo o gosto por pintura, cerâmica e poesia. Sempre guardou na memória os poemas que criou, mas nunca achou que fossem ser apreciados. Viúva e mãe de seis filhos, quatro dos quais já falecidos, ela diz que a vida difícil de dona de casa nunca a impediu de sorrir. Ansiosa por uma atividade, começou a frequentar a Casa da Cultura, onde viu sua obra reconhecida e passou a trabalhar como voluntária há 16 anos. Assim como outros dois aposentados, ela é pioneira do programa de voluntariado da Fundação Cultural de Joinville, que começou no dia 10 de agosto de 2000. Este programa tem o objetivo de proporcionar exclusivamente aos aposentados uma nova atividade nos espaços culturais da cidade. Nos museus, aposentados com a partir de 50 anos são monitores e dedicam seu tempo a cultura e a arte. Para Darcy, é uma atividade importante para os idosos e também para quem vai até os museus. “Eu aprendi muito aqui e acho que posso ensinar também. Aqui eu me sinto em casa, gosto muito”, diz Darcy.
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.Vandré Kramer NFabrizio Motta
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Felipe Mazon e Raffael del Olmo
Qualidade no copo
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O prazer de degustar uma boa cerveja uniu os empreendedores Felipe Mazon e Raffael del Olmo. Juntos eles criaram a Dom Haus, uma das mais novas marcas de cerveja artesanal de Santa Catarina, com fábrica em Araquari, no Norte do Estado. “Nosso foco é ser referência em Santa Catarina”, destaca Felipe. O Estado é destino de 70% da produção atual, que chega a 40 mil litros por mês. O fato de apostar as fichas no mercado catarinense não impede a Dom Haus de conquistar novos mercados. O Paraná é destino de 20% da produção e, no final do ano passado, foi a vez de chegar aos exigentes e ávidos por novidades bares de São Paulo. As primeiras conquistas foram no tradicional circuito dos happy hours e da noite paulistana: Vila Madalena e Alto Pinheiros. “Os resultados foram promissores e estamos ampliando nosso espaço na capital paulista”, ressalta. Novas praças estão na mira da Dom Haus: a cervejaria quer chegar a Campinas, Rio de Janeiro e Brasília. E pretende reforçar sua distribuição em Santa Catarina, onde está presente em mais de 500 pontos de venda, entre bares, restaurante, lojas especializadas e grandes redes de supermercado, dos quais 150 estão em Joinville. Uma das principais armas para firmar a marca é promover sessões de degustação de seus produtos. “Reunimos ingredientes que começam pela beleza das garrafas, passando pelo incomparável sabor, aliados à alta qualidade, tanto na escolha dos grãos quanto na elaboração do produto”, afirma Felipe. Um dos mais novos exemplos dessa proposta é a Barley Wine, uma série especial de mil garrafas lançada pela cervejaria para comemorar seu aniversário. A cerveja, que tem teor alcóolico de 10%, foi envelhecida durante quase um ano em barris de carvalho que foram usados na produção de cachaça.
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.Vandré Kramer NFabrizio Motta
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Omunga, na língua umbundu – falada na região central de Angola –, quer dizer união, unidade, conjunto. É essa união, principalmente de forças, que o empreendedor social Roberto Pascoal vem buscando desde 2013 na construção de bibliotecas e na capacitação de professores. O alvo são cidades pequenas, de até 10 mil habitantes, localizadas em áreas remotas ou com baixos indicadores sociais. Três lugares já estão no mapa de Pascoal: o sul do Piauí, no sertão Nordestino; a periferia de Luanda, capital de Angola; e o norte de Moçambique. “Buscamos lugares com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), áreas isoladas e com problemas educacionais, como a evasão escolar, altos índices de reprovação e defasagem na idade escolar.” O empresário define a Omunga como uma “grife social”. O que viabiliza os projetos são camisetas com estampas assinadas por designers e artistas de Joinville, vendidas pela internet e por meio de campanhas realizadas em empresas. Os projetos acontecem em parceria com o poder público, ONGs, voluntários e a iniciativa privada. “Nosso negócio é ajudar a melhorar o mundo por meio da educação. Dividimos o lucro da venda de camisetas com quem precisa”. Os resultados da atuação da entidade já começam a aparecer: as bibliotecas no Piauí estão em funcionamento e professores das cidades de Curral Novo e Betânia do Piauí são constantemente capacitados. Um novo ciclo de aperfeiçoamento acontece neste semestre. Em Angola, a biblioteca foi construída com o apoio de uma congregação religiosa e deve ser inaugurada até maio deste ano. Segundo Pascoal, as campanhas da Omunga viabilizarão o “recheio” do espaço físico com livros e computadores para atender mais de 1,5 mil crianças e adolescentes de uma escola na periferia da capital angolana.
Roberto Pascoal
união pela educação
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MARIA LUÍZA GARCIA, FRANQUEADA DE JOINVILLE
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.Vandré Kramer NFabrizio Motta
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Sarah Pinnow e João Guilherme da Costa
vivendo de arte
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Facilitar a vida dos artistas de Joinville e região foi o que levou João Guilherme da Costa e Sarah Pinnow a idealizarem a Galeria El Clandestino, focada na comercialização de obras de arte. Desde agosto de 2013, já foram 16 exposições. A maior parte dos eventos está relacionada às artes visuais, mas, segundo João Guilherme, um dos sócios do empreendimento, o espaço expositivo já sediou eventos de música, lançamentos de livros e até de uma coleção de joias. “O nosso objetivo é dar mais tempo para os artistas se preocuparem com a pesquisa e a produção de suas obras. A venda é por nossa conta”, diz o empreendedor. Outra preocupação dele e de Sarah é com a democratização da arte. “Procuramos mostrar que a arte é para todos”, diz ela. Peças são comercializadas a partir de R$ 50, mirando as pessoas que querem adquirir a sua primeira obra de arte. O próprio nome procura ressaltar os diferenciais da galeria. O primeiro aspecto é a localização: em meio ao burburinho do centro da cidade. O segundo é ser uma alternativa à rigidez dos espaços comerciais tradicionalmente destinados à arte. Os desafios para 2016 estão lançados. João Guilherme diz que é “o ano da mudança”. Um projeto da galeria, aprovado no Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), vai garantir a manutenção do espaço e incentivar o trabalho de produção e pesquisa dos artistas, por meio de intervenções na El Clandestino. Nove exposições já estão marcadas para este ano. Quatro workshops – de caligrafia, bordado e arte para crianças – também estão agendados. “É um tipo de evento que queremos estar mais presentes”, enfatiza Sarah. A perspectiva dela e de João Guilherme é a de um ano bem mais tranquilo, apesar do cenário de crise econômica. “A nossa agenda nos permite dizer que estamos blindados.”
A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS MÉDICAS
E
m média 95% das emergências ocorrem fora do ambiente hospitalar. O tempo do inicio do atendimento é determinante para a vida do paciente, bem como para a existência ou não de sequelas. Apesar de todos os cuidados e precauções, a ocorrência de emergências é imprevisível. As dificuldades de uma pessoa querida, um familiar ou mesmo um desconhecido, sempre geram momentos dramáticos e de ansiedade tanto para a vítima como para todos os presentes. Nesses momentos é que vemos a importância dos serviços móveis de urgências e emergências. Com uma ambulância e seus sinalizadores ligados, o deslocamento para a ocorrência é rápido. Com equipamentos apropriados e profissionais qualificados, os riscos de aumento de lesões ou de morte diminuem bastante. O objetivo dos serviços de urgência e emergência médica é salvar vidas, diminuindo o risco de seqüelas, transportando o paciente com segurança para o ambiente hospitalar, quando necessário.
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O que é uma Emergência Médica?
O que é uma Urgência Médica?
Quando uma pessoa se encontra com risco iminente de morte, como nos casos de parada cardiorrespiratória, acidente vascular cerebral ( AV C ) , i n f a r t o a g u d o d o m i o c á r d i o , hemorragias graves, choque elétrico, afogamentos, queimaduras graves, entre outros.
Quando uma pessoa se encontra em uma situação que não pode ser adiada e deve ser resolvida o mais rápido possível, como nos casos de cortes ou ferimentos profundos, insuficiência respiratória, crises asmáticas, fortes dores abdominais, entre outros.
Flavio J. Nascimento sócio Administrador
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cultura
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eferVescência NAS LETRAS A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE JOINVILLE GANHA FÔLEGO COM ASSOCIAÇÕES DE AUTORES CADA VEZ MAIS ENGAJADOS E NOVOS NOMES DESPONTANDO NO CENÁRIO EDITORIAL
Estimulada a publicar depois de participar de grupos literários, Marlete Cardoso está prestes a lançar “Coração Guarani”, seu primeiro livro
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47 .João Batista da Silva NFabrizio Motta
Adormecida entre o final dos anos 1990 até 2010, período marcado por ações pontuais, a literatura em Joinville voltou a entrar em ebulição nos últimos anos, reavivando um fervor criativo experimentado nas décadas de 1970 e 1980. A retomada passou pela organização de entidades representativas – que incluem a Confraria do Escritor, a Associação das Letras e a Academia Joinvilense de Letras (AJL) – e por um maior engajamento dos autores. Políticas públicas de incentivo cultural e a consolidação da Feira do Livro também criaram um contexto favorável. Unindo forças, os grupos têm protagonizado um novo movimento de efervescência literária, que já é tido por alguns como o maior da história da cidade. A mobilização começou em 2011, com a criação da Confraria do Escritor, projeto idealizado pela escritora Rita de Cássia Alves. “O principal desafio foi realizar esse chamamento, evidenciar a necessidade de estarmos juntos pelo bem-querer à causa literária, assim como promover ações para divulgar nossos escritos e nos aproximar dos leitores coletivamente”, lembra Rita de Cássia. Com cerca de 200 pessoas cadastradas, o grupo completa cinco anos em abril e quer ser cada vez mais relevante. “A cada ano, precisamos nos reinventar, estudar, trocar experiências leitoras e promover vivências literárias, somando histórias e parcerias”, observa. Foi a partir das discussões dos confrades que nasceu a Associação das Letras. A ideia era que a entidade fosse o braço jurídico da confraria, mas rapidamente, a partir da fundação em 2012, ganhou corpo e alma próprios, contando hoje com 75 sócios. Presidida pela escritora Bernadéte Costa, a associação, reconhecida como de utilidade pública
em 2015, está à frente do Encontro Catarinense de Escritores, evento que chegou à terceira edição no ano passado. A entidade ainda organiza projetos editoriais e de capacitação literária, entre outras ações. “Somos um instrumento motivador para dar oportunidades aos escritores. Em grupo conseguimos muito mais do que quando estamos sozinhos”, avalia Bernadéte. Para 2016, a associação quer atrair especialmente jovens escritores e projeta mais presença na internet, com site e página de comércio eletrônico. “Queremos dar oportu-
nidades ao associado, fazendo com que seus livros sejam conhecidos por um grande número de pessoas”, completa a presidente da Associação das Letras.
o retorno da academia Neste clima inspirador, a AJL retomou o fio de sua própria história. A entidade foi fundada em 1969 mas pouco se movimentou desde então, ficando inativa por décadas. A reativação ganhou força pelas mãos de um dos nove remanescentes do grupo, Carlos Adauto Vieira, atual presidente. O processo de reestruturação
Rita de Cássia fundou em 2011 a Confraria do Escritor, marco inicial da retomada da produção lterária local
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48 NDivulgação
editorial
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As concorridas reuniões da Confraria do Escritor, que tem cerca de 200 membros cadastrados, deram origem a outros grupos de autores que atuam no município
começou em 2013, com a eleição de novos acadêmicos para recompor o quadro de imortais. Oito vagas já foram preenchidas. “A academia segue buscando novos membros, porque quer completar um número 40, conforme o estatuto”, informa o presidente, adiantando projeto de lançar em breve uma antologia com textos produzidos pelos acadêmicos. “A academia olha com bons olhos o papel da cultura em Joinville, para a qual deseja contribuir com suas atividades”, ressalta Carlos Adauto.
nho tido uma grata surpresa ao ver o interesse dos leitores e um retorno muito bom deles, o que me estimula a seguir escrevendo.” Envolvida nos grupos, a professora Marlete Cardoso se prepara para debutar entre os novos autores com “Coração Guarani”, livro infanto-juvenil que deve ser lançado até abril. “A Confraria e, poste-
riormente, a Associação das Letras contribuíram e continuam contribuindo para o estímulo aos escritores já conhecidos da comunidade, e mais ainda aos novatos como eu”. Leitora dedicada, Marlete acredita que o convívio com os grupos literários também incentiva a leitura da produção local. “Não há escritor de qualidade sem muita leitura”, frisa.
motivação inspiradora Para o escritor Salustiano Souza, Joinville está fortalecida num despertar literário existente no país. “As entidades, cada uma dentro de seus objetivos, têm sido importantes, pois muitas pessoas acabam sendo estimuladas a escrever ao perceberem que não estão sozinhas”, comenta. Ele mesmo faz parte dessa renovação. Estreou em livro com “O Eterno Barnes”, em 2013, e, após lançar o segundo romance em 2015, já trabalha numa nova obra. “Te-
Salustiano estreou em 2013, com “O Eterno Barnes”, lançou o segundo livro em 2015 e já prepara o próximo
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.Daiana Constantino NDébora Mattos (Napkin) / Susane Sabino (Everline) / Cristian Luciano Dias (Feitosa)
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cultura
l esporte l lazer
GÊMEOS DO SPRAY
“Queremos montar um negócio para viver de arte, fazer empreendedorismo da arte.” Essa é a meta dos irmãos Feitosa para
evolução em dupla
2016. Há mais de uma década em Joinville,
A Napkin tem um projeto de peso para 2016, segundo a vocalista e guitarrista
“Pretendemos investir em conhecimento
os gêmeos Eduardo e Alexandre pretendem continuar apostando fortemente no grafitti.
Natana Alvarenga e a pianista e backing vocal Kimberly Neves. Nos próximos
artístico, em viagens, estudos e formas de
meses elas pretendem superar as expectativas do público com o lançamento do
aprimorar ainda mais essa técnica.” Naturais
segundo EP e de um videoclipe. Tendo como elemento central o piano e a guitarra
de São Paulo e formados em Design, os dois
com efeito reverb, o trabalho traz influências de bandas como Keane, Two Door
planejam fazer este ano pelo menos uma
Cinema Club, Ok Go e Imagine Dragons. Serão quatro novas faixas, mostrando a
exposição com obras inéditas em espaços
CM
“cara nova” da Napkin. Segundo a dupla, quem as acompanha desde o início vai
culturais, além de trabalhar em campanhas
MY
noatar uma grande diferença em comparação ao primeiro EP “Someday, Maybe”.
publicitárias para grandes marcas.
C
M
Y
CY
CMY
RendA-se à palhaçada O espetáculo “Everline em ação!”, do grupo Mero Acidente! Palhaçaria, que estreou no ano passado, continua em exibição ao público de Joinville. Segundo Bia Alvarez, que interpreta a palhaça Everline Flore, o trabalho é acessível e pode ser apreciado por pessoas de todas as idades. “Por ser um espetáculo com uma palhaça mulher, aborda temas típicos do universo feminino. A Everline é uma policial que questiona os contos de fadas onde as princesas são sempre salvas por príncipes, tratando o público como parte ativa da história”, conta a artista. A peça está em cartaz no Verão Teatral, da Associação Joinvilense de Teatro. Para 2016, a atriz pretende colocar em prática o curso “Palhaçaria em Formação” em parceria com a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga (Amorabi). Ao todo, 25 pessoas terão aulas gratuitas durante nove meses.
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40 anos de amor à camisa PERSONAGENS IMPORTANTES NA HISTÓRIA DO JEC RELEMBRAM as principais conquistas E outros MOMENTOS que marcaram a trajetória tricolor JOINVILLE É l 2016
esporte
l lazer
53 .Renan Dias Silveira NFabrizio Motta / Germano Rorato (Divulgação)
Foi no dia 29 de janeiro de 1976 que Osni Fontan, aos 28 anos, entrou no gramado do antigo campo do Caxias como capitão do Joinville Esporte Clube e liderou o time na primeira partida da sua história: um empate de 1 a 1 com o Vasco. Hoje, o clube que se originou de uma fusão dos joinvilenses América e Caxias é uma potência do futebol catarinense e já brilhou entre os grandes do esporte brasileiro. Nesta trajetória já enfrentou mais de 130 adversários, visitou quase 180 estádios e contou com a participação de mais de mil atletas. Entre os grandes nomes que já vestiram a camisa tricolor, o capitão Osni ainda é lembrado com um carinho especial pela torcida. Aos 67 anos, ele também guarda boas lembranças de sua participação em pelo menos 20 dos 40 anos de história do clube. De 1976 a 1985 foram muitos gols e títulos, quatro destes comandados por ele. Único Octacampeão de Santa Catarina, o JEC só não teve maior hegemonia porque um formulismo atrapalhou o terceiro título do Coelho no seu terceiro ano de existência. “Fomos tricampeões só em 1978 porque em 1977 vencemos o primeiro e o segundo turnos do Catarinense e ainda tivemos de jogar um hexagonal. Ao invés de oito, poderíamos ter dez títulos consecutivos”, relembra o ex-jogador, que marcou 64 gols pelo Tricolor em 199 jogos. Foi dele o primeiro gol do JEC em um campeonato estadual, diante do Marcílio Dias, em 1976. Para Osni, único atleta vivo que já jogou por Caxias e América, este é o ano que jamais será esquecido em sua carreira de mais quatro anos como jogador e outros 16 como dirigente do JEC. Depois de oito anos de Caxias, ele e seus companheiros “tiveram” de se juntar aos maiores rivais da época para formar uma nova
Autor do primeiro gol da história do JEC, Osni Fontan se destacou como jogador e, anos mais tarde, como dirigente
agremiação: o Joinville Esporte Clube. “Foi impressionante. O grupo se uniu, não parecíamos rivais, éramos amigos”, relembra. O time terminou o ano sagrando-se campeão estadual com 21 vitórias, dez empates e apenas cinco derrotas. É por isso que a torcida tem o hábito de dizer que o JEC “já nasceu campeão.”
time oito estrelas Mas a hoje histórica hegemonia no Campeonato Catarinense demorou um pouco a engrenar. Em 1977,
Maringá: gol no primeiro minuto de jogo abriu as portas para a vitória na final de 1985 contra o Avaí
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mesmo com o Tricolor vencendo os dois turnos, a Chapecoense faturou a competição. Depois disso, só deu JEC: foram oito títulos conquistados em sequência, de 1978 e 1985. Lembrar do ano do octacampeonato enche de orgulho não só o torcedor, mas também quem participou diretamente daquela conquista. É o caso do o ex-meia João Carlos Giovanaz, conhecido – e celebrado – pela torcida como Maringá. No dia 11 de dezembro de 1985, a equipe comandada pelo técnico João Francisco entrava em campo para disputar a final contra o Avaí, que tinha a vantagem do empate. Ainda no primeiro minuto de jogo, um chute de fora da área de Maringá começou a cravar o nome do JEC na história do futebol catarinense. “Me orgulho muito de ter participado daquela campanha e por ter sido premiado com um gol maravilhoso que deu início à esta conquista”, relembra. Segundo o ex-jogador, a conquista do octa foi um marco não só na sua carreira, mas também na vida do clube. “O torcedor de Joinville, mesmo os mais jovens, devem ter ouvido falar muito deste time de 1985, que
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NFabrizio Motta
De volta ao comando do tricolor, Hemerson Maria quer trazer de volta o impulso que levou o JEC à conquista inédita do Campeonato Brasileiro da Série B, em 2014
foi um dos grandes que o JEC teve na sua história”, acrescenta, ao falar da esquadra formada por Walter; Alfinete, Leandro, Léo e Jacenir; Ricardo, Nardela e João Carlos Maringá; Geraldo Pereira, Wagner e Paulo Egídio.
lugar entre os grandes Após a conquista do octacampeonato estadual se seguiram 28 anos em que o JEC atuou como coadjuvante do futebol nacional. Até que, em 2014, esse ostracismo finalmente cabou. O ano foi marcado por uma das mais importantes temporadas em toda a trajetória do clube, com a conquista da Série B e o retorno à elite do futebol brasileiro. Três anos depois de vencer a Série C, o JEC teve os anos de 2012 e 2013 para se preparar para o acesso. E assim o fez. Com uma campanha de finalista no Catarinense, a Série B de 2014 era a menina dos olhos de direção, jogadores e torcedores. No dia 4 de novembro, em São Luiz, no Mara-
nhão, o JEC conquistava o acesso à Série A, com vitória por 2 a 1 diante do Sampaio Corrêa. “Foi uma trajetória marcada pela regularidade. Ficamos quase todas as rodadas no G4. Tivemos a melhor defesa, um dos melhores ataques. O que marcou foi o equilíbrio do grupo, trabalhador e disciplinado”, comentou Hemerson Maria, técnico da equipe. Eram 90 minutos para a história. Talvez por isso, nenhum detalhe passe desapercebido pelo ex-treinador. “Tenho tudo gravado na memória. Começamos bem no jogo. No final tivemos a pressão. Era um time que só tinha perdido uma vez em casa. Lembro do gramado fofo, do calor. Não consegui conversar com os jogadores dentro do vestiário. Tudo está marcado, a alegria no aeroporto, no ônibus, a recepção da torcida”, recorda o treinador, que deixou o JEC ainda na Série A, em junho de 2015, mas retornou ao clube em fevereiro de 2016 com o objetivo de conseguir novamente o acesso. JOINVILLE É l 2016
em boas mãos Os números de Gilsivan Soares da Silva descrevem o importância deste goleiro para a história do Joinville Esporte Clube. Ele foi contratado em 2011 depois de ter jogado contra o JEC defendendo o Operário na Série D de 2010. Ivan, como ficou conhecido, fez seu nome no Coelho como um dos líderes do grupo nas conquistas da Série C (2011) e B (2014), algo inédito nos 40 anos do JEC. “O que mais me marcaram foram os títulos, mas as amizades, ter a família por perto, sentir o carinho de todos e o calor das arquibancadas foram fundamentais no meu crescimento”, descreve o goleiro de 31 anos, que deixou o JEC em fevereiro de 2015. Na história recente do Joinville, ninguém levantou mais troféus que Ivan. Além disso, as conquistas projetaram o time do Norte de Santa Catarina para o Brasil, principalmente em 2015, quando disputou sua primeira competição internacional
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NGisela Müller (Divulgação) / Fabrizio Motta
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após o título da Série B. “Os títulos foram consequência de muita dedicação e entrega pelo clube. Sempre fui focado e me cobrava muito”, relembra um dos melhores goleiros do campeonato daquele ano. Da estreia contra o Caxias-RS na Série C de 2011 até o jogo contra o Atlético de Ibirama no Catarinense 2015 (sua última partida) foram 191 jogos: 91 vitórias, 53 empates e 47 derrotas. Ao todo, foram 193 gols sofridos com a camisa preta, branca e vermelha. Além disso, com um gol de pênalti marcado contra o Marcílio Dias, na Copa Santa Catarina de 2012, Ivan até hoje é o único goleiro que marcou pelo tricoloer nos 40 anos de vida do clube.
o craque dos números A história do JEC envolve muitos personagens e números. Fazer parte disso é motivo de orgulho de todos os personagens citados, mas um caso chama a atenção em Joinville. De forma voluntária, desde outubro de 2001, Anderson da Silva Miranda registra todos os dados do tricolor. E tudo por gostar de futebol. “É um grande hobby. O que tenho foi fruto
Com muita personalidade, o goleiro Ivan foi um dos líderes do time nas conquistas da Série C (2011) e B (2014)
de um trabalho de quase 15 anos de pesquisa e de certa forma é gratificante ser considerado o estatístico do clube, mesmo que informal”, descreve. Aos 49 anos, o catarinense de Braço do Norte é hoje o estatístico do clube e fonte número um da imprensa joinvilense por possuir registros de todos os jogos do JEC, com dados sobre o andamento das partidas, jo-
Anderson compilou dados de todos os jogos da história do JEC por hobby e hoje é o estatístico informal do clube
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gadores e equipe técnica. O que não é recente foi pesquisado. Trabalhador do ramo de gestão de software, Anderson teve o apoio do clube para catalogar todas as informações de que dispõe. Foi assim, ao menos, para conseguir os dados até 2001. “Em outubro daquele ano o JEC foi jogar contra o Criciúma e tive a curiosidade de saber quantas vezes o Coelho já havia jogado contra o Tigre. Na época, o site do JEC tinha a relação dos jogos. Lancei em um banco de dados as informações de aproximadamente 1,7 mil jogos com informações básicas.” Depois, por trabalhar na empresa patrocinadora master daquele ano, ele entrou em contato com o departamento de futebol para validar os dados e passou a catalogar os jogadores de cada partida pelas súmulas. “Foram quase dois meses de pesquisa lá no Ernestão [antigo estádio usado pelo Tricolor] com o apoio do Paulinho [Hoffmann] e do [Gilson] Sagaz”, relembra, citando os funcionários responsáveis por registros e logísticas do clube como colaboradores do seu trabalho.
Limテ」o
TUDO SOBRE O VERテグ CATARINENSE E MUITO MAIS.
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.Renan Dias Silveira NDivulgação / Satiro Sodré–SSPress (Carolina) / Acervo Pessoal (Sheila)
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nossa pequena notável “Promissor” é o adjetivo que melhor se encaixa no futuro de Mariany Miyamoto. Já considerada um ícone da ginástica rítmica nas categorias de base, a joinvilense de 14 anos faturou medalhas em todas as competições que participou em 2015. Além de sagrar-se campeã geral
a 27 centésimos das olimpíadas
individual em sua estréia nos JASC,
Com fortes braçadas rumo ao Rio, a
conquistou também o Campeonato
joinvilense Carolina Bergamaschi é uma
Brasileiro Juvenil, realizado em
das apostas da natação brasileira nos Jogos
agosto em São Caetano do Sul
Olímpicos deste ano. Aos 21 anos, ela espera
(SP), com o maior somatório de
alcançar o índice olímpico nos 50 metros
pontos nos aparelhos e medalha
nado livre nesta temporada. A nadadora está
de ouro no aparelho corda. Com
a 27 centésimos da marca, que é de 25s28.
o desempenho, Mariany foi
Para diminuir seu tempo, uma rotina pesada
convocada para a seleção brasileira
de oito treinos por semana em Joinville.
e ajudou a conquistar o primeiro
Desde 2008 competindo nacionalmente,
lugar para o Brasil no Campeonato
Carol esteve entre as melhores do país em
Sul-Americano, em outubro do ano
2009 e agora retoma a carreira após uma
passado, na Bolívia.
gravidez que a afastou das piscinas em 2015.
Rumo ao pódio em 2016 Coragem, determinação, igualdade e inspiração são os preceitos citados pela atleta Sheila Finder como essenciais na sua vida. A joinvilense que é destaque no esporte paralímpico do Brasil treina diariamente de olho na convocação para representar o país nas Paralimpíadas de 2016 tanto no salto em distância quanto nos 100 m e 200 m rasos nas provas de velocidade. Na bagagem, ela traz participações nos Jogos da China (2008) e de Londres (2012), chegando a ser finalista em ambos. Aos 36 anos, desde 2003 participando de competições no paradesporto, Sheila quer brigar por um lugar no pódio em 2016. JOINVILLE É l 2016
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.Renan Dias Silveira NDivulgação PMJ / Acervo Pessoal (Pscheidt) / Flávio Perez-Contrapé (Eliane)
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esporte
l lazer
em ritmo acelerado O sonho olímpico de Ricardo Pscheidt está muito próximo de virar realidade. Aos 35 anos, o são-bentense está entre os três melhores atletas brasileiros do mountain bike e torce para que o Brasil consiga mais de uma vaga em sua modalidade para ter a chance de participar do principal evento esportivo do planeta. Segundo o ciclista, que treina em estradas e trilhas da Região Norte de Santa Catarina, 2008 foi seu principal ano, quando ganhou o Campeonato Brasileiro MTB XCO pela segunda vez. Para 2016, ele planeja participar de competições pela América do Sul e etapas da Copa do Mundo com o objetivo de melhorar seus índices para os Jogos do Rio.
Correndo como o vento
um salto até o rio Os Jogos Olímpicos de 2016 são uma realidade na
Aos 20 anos, Tamiris de Liz, se firma como uma das principais
vida da joinvilense Eliane Martins. Em fevereiro, aos
descobertas no cenário do atletismo catarinense nos últimos tempos.
29 anos, a saltadora em distância obteve o índice
Especialista em provas de velocidade, Tamiris é nome praticamente
olímpico na modalidade. Depois do 10 º lugar no Pan
confirmado no revezamento 4x100 m do Brasil para as Olimpíadas
de 2015, onde não chegou à final por 8 centímetros,
de 2016. A joinvilense ingressou no atletismo aos dez anos e em
disputar uma olimpíada é a meta da atleta. Segundo
2012 conquistou duas medalhas de bronze no Mundial Juvenil, em
ela, a atual temporada faz parte do melhor momento de
Barcelona, na Espanha. Nos Jogos de Pequim, em 2012, integrou a
seus quase 20 anos de carreira. Além do Pan, também
Seleção Brasileira de Atletismo. Depois disso, a “Filha do Vento” –
participou do Mundial de Atletismo realizado em
como ficou conhecida – passou um período na Universidade de Miami,
Pequim, na China. A joinvilense mudou recentemente
nos Estados Unidos, e atualmente treina com a Seleção Brasileira em
para São Paulo e costuma visitar sua cidade natal nas
São Paulo, sob o comando do técnico Victor Fernandes.
datas comemorativas e em folgas prolongadas. JOINVILLE É l 2016
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programa ao ar livre O PARQUE EXPOVILLE, que RECEBE cerca de 3 mil visitantes a cada fim de semana, se consagra COMO ESPAÇO DE LAZER Das famíliaS joinvilenseS
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Um dos mais tradicionais espaços públicos de turismo e lazer de Joinville, a Expoville ganhou notoriedade por receber grandes eventos em seus pavilhões, entre eles a extinta Fenachopp e a Festa das Flores, que segue sediada no local. A estrutura inaugurada em 1972 nasceu com vocação para shows, exposições, congressos e feiras, mas hoje agrega atrações que vão além de paredes e estandes, com parte da área de quase 210 mil m 2 sendo mais bem aproveitada para atividades ao ar livre. O privilegiado espaço verde, adornado por árvores, gramados e lagos, sempre foi atrativo, mas sofreu com a ociosidade e a falta de investimentos ao longo do tempo. O cenário passou a mudar a partir de 2013, quando um consórcio assumiu a administração do complexo. A revitalização da parte externa, com 80 mil m 2 destinados ao parque, iniciou após a reestruturação dos pavilhões. Pouco mais de dois anos depois, o novo Parque da Expoville já é sucesso de público e vem recebendo melhorias contínuas. Cerca de 3 mil pessoas visitam o parque nos fins de semana, de acordo com a administração. Além dos atributos naturais do espaço às margens da BR-101 e com acesso pela principal entrada da cidade, os visitantes são atraídos por uma série de atividades, entre brinquedos, jogos e equipamentos de lazer. Pedalinho, parque infantil inflável, futebolha, waterballs, pista de minibuggy, bikefamília e tirolesa são algumas das opções que garantem a diversão. “Nossa missão é aproximar os visitantes do contato com a natureza. A gente consegue fazer isso de forma natural e divertida promovendo todas essas atividades”, comenta Francine Olsen, coordenadora do parque. As brincadeiras tem custo de R$ 10,
mas o espaço está aberto para quem quiser inventar o próprio lazer, seja fazendo um piquenique, lendo um livro, caminhando ou praticando esportes. “A gente estimula muito as pessoas a trazer seus brinquedos, patins, pipa, peteca... Pode trazer e vir brincar”, convida Francine. Programas especiais, como Rua do Lazer, Yoga no Parque e Trilha Ecológica, reforçam a proposta de interação das pessoas com o espa-
ço. A infraestrutura com estabelecimentos gastronômicos também é outro atrativo do local. Conforme a coordenadora, novas ações são planejadas, como aulas de crossfit, campo de minigolfe e área coberta para viabilizar atividades mesmo com chuva. “Mas cuidamos muito para não superpovoar de brinquedos e perder aquela forma natural do parque. Porque o estar ali, sem fazer nada, também tem que ter graça. O
Ao lado dos pavilhões de eventos, a área de 80 mil m2 promove o contato com a natureza e o convívio social
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parque é um ambiente para descansar e relaxar”, ressalta Francine.
há espaço para todos As áreas gramadas e pavimentadas servem aos mais variados objetivos dos visitantes, da patinação ao slackline, da ginástica à contemplação, passando até por uma pista de automodelismo. Mas não é preciso radicalizar muito para passar momentos agradáveis em família ou com os amigos. É o caso do morador do Bairro Paranaguamirim, Edson Luiz Faria, que prefere um passeio tranquilo de pedalinho com a esposa Juliana da Silva Faria e o filho Luiz Gustavo, de dois anos. Mesmo que a Expoville fique distante cerca de 15 km de onde reside, ele enfatiza que o espaço disponível é um diferencial. “O melhor lazer que temos em Joinville é aqui, porque tem uma área mais ampla”, observa, destacando que o parque tem potencial de atrair ainda mais visitantes. Andrea Martin, moradora do Bairro Glória, é vizinha da Expoville e está sempre por lá. Sua companhia constante é o filho Alexandre, de quatro anos, que aproveita o espaço para andar de bicicleta. Segundo ela, ainda há necessidade de mais opções de lazer para as crianças e de melhorias na infraestrutura, incluindo bebedouros e sanitários. “Mesmo assim o pessoal tem aproveitado bastante. A tendência é melhorar depois que se começa a ver que as pessoas estão passando a usar mais o parque”, avalia.
Francine: “A gente estimula as pessoas a trazer seus brinquedos, patins, pipa, peteca... Pode trazer e vir brincar”
Parque Expoville Rua 15 de Novembro, 4315, Bairro Glória. Abre aos sábados, das 14h às 19h, aos domingos e feriados, das 9h às 19h. Entrada gratuita. Estacionamento a R$ 7. www.facebook.com/parqueexpoville
Andrea frequenta o parque com o filho e torce para que o sucesso de público traga melhorias na infraestrutura
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OBSERVATÓRIO DE HORIZONTES APÓS PASSAR SETE ANOS INTERDITADO, O MIRANTE DO MORRO DO BOA VISTA REABRE COM UMA NOVA ESTRUTURA E MAIS SEGURANÇA PARA OBSERVAR A BELEZA GEOGRÁFICA DE JOINVILLE E REGIÃO Em 2014, quando o velho mirante com escadas em caracol foi demolido para dar lugar a uma nova estrutura, renascia a esperança dos joinvilenses em ter de volta um de seus principais pontos de visitação, interditado desde 2009. Questões judiciais e técnicas atrapalharam o cronograma. O governo revisou várias vezes a data de entrega das obras que integraram o projeto do Parque do Morro do Boa Vista. Depois de muita espera, no entanto, em 2016 a cidade ganha o novo mirante como presente de aniversário. A plataforma é moderna, segura e atrativa, com acesso por escada ou elevador. Construída no topo do morro, a 240 metros de altura em re-
lação ao nível do mar, a estrutura de concreto armado se ergue do chão em 14,5 metros para permitir uma visão panorâmica de Joinville, além de belas vistas da Baía da Babitonga, da Serra do Mar e de cidades vizinhas. Tudo isso a olho nu ou com o auxílio de lunetas, para os mais interessados em captar os detalhes. O mirante ganhou também novidades em seu entorno. Em meio à vegetação da Mata Atlântica, uma passarela de madeira elevada com 560 metros de extensão leva o visitante até a “janela de observação”, um mirante secundário de 10 metros de altura com vista voltada para o Centro e a região Oeste da cidade. Lanchonete, salas de apoio, guarita, JOINVILLE É l 2016
sanitários e estacionamento completam a infraestrutura no local. As vagas de carros são reservadas preferencialmente para pessoas com deficiência e idosos. Uma linha de ônibus entre o Terminal Central e o mirante também atende os visitantes. Os mais dispostos podem subir o morro a pé ou de bicicleta, aproveitando os 2 quilômetros de acesso pavimentado em meio à mata como atração à parte. “O mirante vai oferecer muitas outras coisas e terá condições de receber muito mais pessoas”, destaca Vânio Kuntze, diretor executivo da Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj).
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