Educomunica - Ano V - nº 10 - novembro, 2014

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Vem pro PET!

Atividades extracurriculares complementam a formação.

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Já é hora do estágio?

Esta pode ser a porta de entrada para um bom emprego.

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Inclusão na universidade

CEPAE completa 1 0 anos de conquistas e desafios.

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Editorial As palavras são, muitas vezes, superestimadas. Não é preciso usar palavras para conseguir momentos especiais. Às vezes, aquilo que é marcante se dá no silêncio, numa troca de olhares, numa simples ação que não é gritada para o mundo. Conhecimento se adquire com trabalho duro, lapidando informação em uma mina que muitos julgavam não possuir preciosidades. A incessante corrida por estas preciosidades rendeu bons frutos. A FACED sempre nos traz algo interessante a ser apresentado e discutido. Pensando nisso, esta edição procura abrir caminhos ao estudante, apresentando possibilidades extracurriculares, como os PETs, o estágio acadêmico, iniciação científica, monitorias, estudo de idiomas, além de trazer o debate entre teoria e prática nos cursos de Pedagogia e Jornalismo. Ao mesmo tempo, há também matérias que destacam o aspecto humano (muitas vezes despercebido) presente na FACED, como a gincana social promovida pela Pedagogia e a entrevista realizada com Lara e Ilma. Inserida em um semestre teórico, a produção do Educomunica marca a prática e a busca pelo aperfeiçoamento das técnicas de jornalismo impresso da sexta turma e é com orgulho que se publica o resultado desse trabalho. Marcante, esta edição não é feita apenas de palavras e criteriosas apurações, mas também de sentimentos. C

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Teoria x Prática: há distância?

A importância da teoria e da prática na formação do profissional

Amannda Barbosa - Bianca Félix - Matheus Martins - Natalia Ferraz

Para que não ocorram discrepâncias na organização das grades dos cursos de graduação, o Ministério da Educação (MEC) lança, regularmente, diretrizes que visam indicar como os cursos devem organizar suas ementas e horas-aulas. Em 2013, o MEC lançou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Jornalismo, tendo como um de seus principais pontos a necessidade de que o aluno seja capacitado tanto na parte crítica quanto na parte técnica. Segundo Ana Cristina Menegotto Spannenberg, coordenadora do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o fundamento teórico acumulado durante a graduação proporciona ao jornalista uma reflexão sobre os fatos, dando conhecimento suficiente para que ele não cumpra as técnicas de forma mecânica. “Eu posso aprender a fazer uma notícia ou uma reportagem rapidamente, com um mês de treinamento em algum veículo. Porém, as disciplinas teóricas vão me ajudar a refletir bastante sobre aquela notícia que eu estou passando, entendendo que nunca existe uma só verdade”, afirma.

Pedagogia

O curso de Pedagogia da UFU teve sua grade modificada por volta do ano de 2006, quando as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia foram lançadas. De acordo com a professora do curso de Pedagogia da UFU, Camila Lima Coimbra, discute-se muito sobre a ausência de algumas disci-

plinas teóricas dentro do curso, ainda que as novas diretrizes tenham reduzido a carga prática. “Tem essa crítica de que nós da Pedagogia somos ‘generalistas’, porque dentro das ciências da educação nós temos várias outras ciências que nos ajudam com esse olhar sobre o nosso objeto de estudo, a educação. Nesse referencial, a Pedagogia se encontra como a ciência que faz a reflexão da prática, reavaliando as teorias, caminhando na reflexão de ‘teoria e prática’”, pontua. Para Lázara Cristina da Silva, coordenadora do curso de Pedagogia da UFU, o importante é que a teoria e a prática coexistam de maneira harmônica. Ela afirma que o curso de Pedagogia tem seu diferencial dos demais pois aborda a questão do senso comum como um tipo de “saber através da experiência”, e que, por ser um curso em que o aluno tem contato com o pedagogo desde muito jovem dentro do ambiente escolar, uma formação com quatro anos de duração não é o suficiente para desconstruir a ideia de imaginário coletivo do exercício profissional. É notável que, dentro dos cursos de graduação, a prática e a teoria não se sustentam sozinhas. Uma boa base teórica e um treinamento prático que possa capacitar o aluno para o mercado de trabalho são de suma importância para a formação de um profissional de qualidade. O processo de formação profissional nunca chega a um fim, pois há um contínuo aprendizado de acordo com o que é vivenciado dentro e fora da sala de aula. C

EXPEDIENTE O jornal EDUCOMUNICA é uma produção experimental dos alunos do 2º período do Curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolvida no Projeto Interdisciplinar em Comunicação II, sob orientação da Profª. Drª. Vanessa Matos - MTB: 50.456. Reitor: Prof. Dr. Elmiro Santos Resende. Diretor da FACED: Prof. Dr. Marcelo Soares Pereira. Coordenadora do Curso: Profª. Drª. Ana Spannenberg. Editores assistentes: Daniel Pompeu, Gabriel Ribeiro, Gabrieli Mazzola, Paola Buiatti. Editoração: Ricardo Ferreira de Carvalho. Tiragem: 1 00 exemplares. Impressão: Agência de Notícias – Jornalismo/UFU. 2


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Jornalismo na FACED, entenda o porquê

Entenda os motivos que levaram o curso de Jornalismo da UFU a estar na Faculdade de Educação

Alex Furtado - Hiago de Paulo - Rassendil Junior - Timoteo B Junior

Por meio da Resolução nº 258 do ano de 2008, expedida pelo CONSUN/UFU (Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia), foi oficialmente criado pela instituição, em agosto daquele ano, o curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo. A implantação da nova graduação, que passou a formar comunicadores habilitados para o exercício do jornalismo, era um sonho antigo do Prof. Arquimedes Diógenes Ciloni, então reitor da Universidade: “Desde que assumi o meu primeiro mandato como reitor, sempre tive o sonho de promover a ampliação dos cursos oferecidos pela UFU, e o jornalismo fazia parte desse sonho". Mas a história que envolve a criação do curso e todo o caminho percorrido até que ele se tornasse uma realidade é permeado de desafios, desencontros e, curiosidades. Uma das primeiras informações que é passada aos calouros diz respeito a uma peculiaridade que de início parece apenas pitoresca: o Jornalismo da UFU é o único curso de Comunicação Social do país gerido por uma faculdade de educação. A ideia inicial, conta Ciloni, era que o curso fizesse parte da antiga Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais (FAFCS), mas houve a recusa por parte do seu colegiado. O ex-reitor esclarece que apenas o Prof. Marcelo Soares Pereira da Silva, atual e então diretor da Faculdade de Educação (FACED) se mostrou aberto e disposto a encarar o novo desafio. Adriana Cristina Omena dos Santos, professora do curso de Comunicação Social - Jornalismo, explica que ao chegar à FACED já havia a decisão de que o curso de Comunicação Social seria mesmo assumido pela Faculdade, e ainda diz que o Prof. Silva foi bastante visionário ao aceitar o curso, principalmente porque naquele momento a reitoria não mais analisava aderência ideológica, mas apenas buscava alguém que pudesse receber o curso: “Quando vim transferida do Tocantins, trabalhei no Instituto de Artes, antiga FAFCS, e lá consultei as atas, e nelas pude ver que a faculdade não aceitou o curso dizendo que os perfis dos alunos eram próximos, que iria existir uma concorrência meio que interna. E, além disso, não havia recursos naquele momento”, afirma Omena. Assim, em 11 de julho de 2007, por meio de uma portaria do gabinete do Reitor (nº 0735) foi criada uma comissão com a finalidade de elaborar o “Projeto do Curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo”. Então, convergindo a matriz principal da faculdade – a educação – com os conceitos comunicacionais do curso de Jornalismo, a FACED assume essa nova graduação criando a oportunidade de formar profis-

sionais que possam fazer o uso da comunicação junto com alguns preceitos da educação. Ao mesmo tempo em que a FACED o assumia, era aprovado o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). A professora Omena destaca que quando o curso foi assumido pela Faculdade de Educação, o REUNI era uma possibilidade, mas não uma certeza, e que foi “sorte” o recurso ter saído logo em seguida, o que possibilitou os recursos necessários para o desenvolvimento da nova graduação. Concluída esta primeira etapa, era preciso colocar o curso para funcionar. Segundo Omena, a proposta inicial tinha um foco muito grande na educação, existiam várias disciplinas relacionadas a área, o que deixava a graduação distante do que seria um curso de comunicação. Após assumir o projeto, a professora conta que a proposta foi sendo alterada aos poucos, até chegar ao modelo atual: uma graduação em comunicação social com algum olhar sobre a educação. Em 2009 a primeira turma do curso de Jornalismo da UFU foi iniciada, ainda com pouca infraestrutura e poucos professores. Hoje, quase seis anos depois, o curso de Comunicação Social da UFU está na sua sexta turma e já conta com dez professores efetivos. Apesar dos diversos desafios pelos quais passou, foi consagrado recentemente pelo ranking proposto pelo INEP como o melhor curso de graduação em Jornalismo do Brasil, considerando a avaliação feita pelo MEC e a nota obtida pelo curso no ENADE. C 3


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CEPAE completa dez anos de conquistas e desafios

Com o trabalho do Centro, cresce a inclusão de pessoas com necessidades especiais na UFU

O Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (CEPAE) da UFU, que está em seu décimo ano de funcionamento, carrega na bagagem conquistas e desafios. Criado no domínio da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) e posteriormente vinculado a Faculdade de Educação (FACED), o CEPAE busca prestar atendimento pedagógico aos alunos e servidores da UFU com deficiência física, auditiva e visual, além de autistas e superdotados. Atualmente 71 alunos são atendidos. Eliamar Godoi, professora da FACED e coordenadora do Centro, conta que os recursos que o CEPAE oferece atendem a todas as necessidades dos discentes. Para os deficientes visuais, há a mental em sua vida acadêmica, já que adaptação de textos em áudio e progra- “se não fosse esse apoio, nenhuma pesmas de computador que funcionam co- soa com deficiência teria condição de mo sintetizadores de voz, enquanto os permanecer na Universidade”. estudantes surdos dispõem de intérpretes Késia Pontes também é deficiente vida Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). sual e frequenta o Centro. Mestre em Outro recurso oferecido para esses alunos História e aluna de inglês da Central de são os monitores, que auxiliam na mobi- Línguas da UFU (CELIN), ela conta que lidade do discente além de receber dentro da Universida- “É importante observar a apoio, já foi estagiáde, na mediação com pessoa como ela é, e ria do CEPAE. Uma os professores e nas de suas funções era não enxergar a atividades acadêmipesquisar tecnologias deficiência dela.” cas. Esses monitores assistivas, que são são treinados, receMaria Ivonete serviços ou equipabem bolsa pelo trabamentos que facilitam lho e geralmente são colegas de curso dos o desenvolvimento de atividades diárias alunos cegos e surdos. por pessoas com necessidades especiais. Um dos alunos atendidos pelo CE- “Ao mesmo tempo em que eu fazia isso, PAE é Heverton Rodrigues, estudante me beneficiei dos resultados junto com de Estatística. Segundo ele, que é defici- outros estudantes”, esclarece. Para Kéente visual, o auxílio que recebe é refe- sia, mesmo com muitas conquistas denrente à adaptação de textos e provas, e tro do Centro, as pessoas com deficiência um monitor que o ajuda a se deslocar ainda encontram problemas na Universipelo campus. Heverton diz que o atendi- dade, como buracos e má conservação mento prestado pelo CEPAE é funda- das calçadas e ausência de senhas sono4

Isabella Rodrigues

Isabella Rodrigues - Letícia Brito - Marcela Pissolato

ras nos locais de atendimento. Maria Ivonete Ramos, técnica administrativa e uma das mentoras do CEPAE, conta que ainda existem desafios a serem vencidos. Segundo ela, as unidades acadêmicas recebem recursos financeiros para suas gestões, mas não há auxílio extra para o Centro. Para arrecadar os recursos necessários para a compra de equipamentos, materiais e contratação de estagiários, são realizados projetos referentes a pesquisa de editais, como os do Programa de Extensão Universitária (ProExt) oferecido pelo MEC. Para ela, ainda há muito que ser pensando em prol dos alunos atendidos pelo CEPAE. “Eu imagino o que é ser cego e a dificuldade dele, mas eu não vivo. É importante observar a pessoa como ela é, e não enxergar a deficiência dela. Vê-la como alguém que tem uma necessidade específica, para que ela possa ter acesso a tudo, assim como eu”, diz. O CEPAE fica localizado na sala 140 do Bloco G – Campus Santa Mônica. Telefone: (34)3239-4513. C


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Gincana Social movimenta alunos da Pedagogia Alunos incentivaram a doação de sangue e cadastro em banco de medula óssea

Entre 29 de setembro e 31 de outubro, a Coordenação do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia - UFU, em parceria com o seu Diretório Acadêmico – D.A. da Pedagogia, realizou uma gincana com o tema “Compromisso Social e Solidariedade”. Divididos por turma, os alunos do curso arrecadaram diversos itens como forma de pontuar na gincana. A doação de leite em pó ou livros infantis rendiam 05 pontos cada e brinquedos para crianças registravam 03 pontos. Outra forma de pontuar era através da doação de sangue e do cadastro como doador de medula óssea, ações que correspondiam a 10 pontos cada. De acordo com a Coordenadora Geral do Curso de Pedagogia, Lázara Cristina da Silva, o intuito da campanha, foi promover uma maior integração entre os alunos, diversificando as dinâmicas do curso. Além disso, Lázara explicou que a inclusão do cadastro como doador de medula óssea teve uma motivação especial. “Recentemente, na Pedagogia, os alunos ficaram incomodados, porque uma criança morreu por não ter conseguido um transplante de medula óssea. Nessa discussão a gente esclareceu a importância de se cadastrar (para a doação), pois no transplante de medula você não perde nada, não tem prejuízo algum para o sujeito.”, esclareceu.

Como funciona o cadastro

O cadastro como doador de medula óssea é um procedimento simples e segundo a Fundação Hemominas pode ser feito em qualquer Hemocentro. O interessado tem que ter entre 18 e 54 anos de idade e apresentar boa saúde. Após a assinatura de um Termo de Consentimento e um Formulário de Identificação do

Amanda Rodovalho

Amanda Rodovalho - Ellen Melo - Victor Fernandes

candidato, será colhida apenas uma pequena amostra de sangue destinada à realização do exame HLA (histocompatibilidade), que vai traçar as características genéticas do candidato e verificar a compatibilidade para o transplante de medula óssea, para que então, ele possa integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, produzindo hemácias, leucócitos e plaquetas, que são alguns dos componentes do sangue. O transplante de medula óssea é necessário em casos de doenças que afetam as células do sangue, como alguns tipos de leucemia, anemias, linfomas, imunodeficiências congênitas, dentre outras. O transplante é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico sob anestesia geral. Os alunos do curso de Pedagogia elogiam e apoiam a iniciativa, além de sugerirem que outros cursos adotem a mesma ação solidária. “Acho que essa iniciativa

de doação de sangue deveria ser até estendida para os outros cursos, não pensando apenas no prêmio, mas pensando no próximo também”, afirma Roniery Queiroz, do segundo ano de Pedagogia. Isabel Simão, graduanda do quarto ano, analisa que incluir a doação de sangue e o cadastro como doador de medula óssea na atividade foi “um ponto positivo”. Ela também afirmou que “não é comum no curso iniciativas desse tipo”.

Resultados da Gincana

Sandra Horani, secretária do Curso de Pedagogia Presencial, disponibilizou a classificação final dos grupos que participaram da ação. A turma campeã foi o segundo ano noturno com um total de 1.696 pontos. Em segundo lugar, o quarto ano noturno com 877 pontos e na terceira colocação, o primeiro ano noturno que fez 215 pontos. Mas a grande vencedora dessa gincana foi a solidariedade e a preocupação com o próximo, pois diversas pessoas serão beneficiadas com as doações e iniciativas que a atividade promoveu. C 5


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astro Rodrigo C

“Sorry, eu não

Morar e estudar no exterior tem sido o sonho de milhares de estudantes que ingressam em um curso superior, ou ainda almejam ingressar, no Brasil. Sonho este que se tornou mais fácil de ser realizado Idioma é barreira para após a criação do Ciência sem Fronteiras pelo governo federal em brasileiros na conquista 2011, com o objetivo de abrir as portas para estudantes de graduação de uma bolsa de e pós-graduação que queiram estudar, em suas áreas de conhecimenintercâmbio to, no exterior. Mas, nos últimos anos, o programa e os futuros ingressantes tem encontrado uma barreira: o destino mais procurado pelos estudantes era Portugal, pelo fato do país possuir o mesmo idioma que o nosso. Atual6

mente, as universidades portuguesas estão suspensas do programa, porque de acordo com o ministério da Educação, a intenção é que os candidatos aprendam uma segunda língua. Do total de bolsistas que tinham como destino Portugal e que foram redirecionados para outros países, 110 tiveram que retornar ao Brasil por não terem conhecimento suficiente da língua. Dentre essas bolsas, 30 eram para a Austrália e 80 do Canadá, país em que as universidades exigiram o conhecimento não só do inglês, mas também da língua francesa. Com todas essas dificuldades, a meta de 101 mil bolsas do Ciência Sem Fronteiras até 2015, pode não


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falo inglês” ser alcançada. Cerca de 60 mil já rio da língua. “Espero que o prograforam concedidas até dezembro de ma possa acrescentar em meu co2013, nas categorias graduação-san- nhecimento. O material e a forma de duíche, doutorado-sanduíche, dou- ensino são muito bons” – diz a estutorado pleno, pós-doutorado, jovem dante. talento e pesquisador visitante. O Uma medida prática para uma maior destino até a data foi os melhor qualificação dos bolsistas EUA, que já recebrasileiros já está a beu mais de 17 mil “Portugal acabou sendo caminho. Segundo intercambistas o país que deu certo” o docente Ivan Ribrasileiros. Israel Golino beiro, coordenador do programa InHá solução glês sem Fronteiras da Universidade O governo federal, através do Mi- Federal de Uberlândia, outras línnistério da Educação, oferece como guas serão incluídas ao programa no solução do problema relacionado à ano de 2015, “Para além do inglês, barreira linguística, o programa In- teremos o francês, o espanhol, o aleglês sem Fronteiras (IsF), que procu- mão um pouco vagarosamente, e ra melhorar a proficiência dos alunos também o italiano”. C brasileiros na língua inglesa. Ele está presente em cerca de 45 universidades federais e contempla, preferencialmente, as áreas de exatas, biomédicas, agrárias e tecnológicas. O graduando Israel Golino, exbolsista do programa Ciência sem Fronteiras, teve que optar por realizar seu intercâmbio em Portugal. “Minhas opções eram Portugal, Espanha e Inglaterra. Cortei Inglaterra pela falta do inglês, a Espanha por um problema no edital e Portugal acabou sendo o país que deu certo”, afirma o estudante que agora participa do programa Inglês sem Fronteiras. Em entrevista para os alunos do Jornalismo UFU, Giovanna Lima, também estudante do programa IsF, conta que almeja a bolsa do Ciência sem Fronteiras para a Austrália em 2015, e busca através do Inglês sem Fronteiras o conhecimento necessá-

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Mateus Augusto - Rodrigo Castro

g

Arte: Rodrigo C astro

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Sistema de cotas provoca discussões

UFU já destina vagas para o sistema de cotas e deve aderir totalmente à lei no início de 201 5 Ygor Rodrigues

Adrivania Santos - Bruno Prado - Giovana Oliveira - Laura Fernandes - Ygor Rodrigues

As instituições públicas ainda estão porcionar a integração de classes e em processo de adaptação e destinam, estimular as próximas gerações a buscagradativamente, parte de suas vagas ao rem uma vaga em instituições de ensino sistema de cotas. A lei n°12.711/2012, superior públicas. assinada pela presidenta Dilma RousEmbora tenha sido criado com intenseff, prevê que universidades e institutos ção positiva, o sistema causou controfederais de educação, ciência e tecnolo- vérsias no âmbito acadêmico desde sua gia terão até agosto de 2016 para aderir imposição feita pelo Ministério da Edutotalmente ao sistema que garante a re- cação (MEC), que “restringiu as discusserva de 50% das masões acerca de sua trículas por turno e "Se sentir negro(a) é adoção apenas aos curso para alunos que conselhos e não aos uma questão de tenham cursado todo cursos em si”, como identidade" o ensino médio em afirma Adriana Adriana Omena Omena, docente do escolas públicas. Deste número, 50% deve ser garantido a curso de Comunicação Social – Habilipessoas com renda familiar, por pessoa, tação em Jornalismo da UFU. de até 1,5 salário por mês, e o número Alécio Dantas, da Diretoria de Prode vagas destinadas aos que se autode- cessos Seletivos (DIRPS), diz que é poclarem negros, pardos e indígenas será ssível incitar uma discussão e vermos a correspondente à porcentagem dessa efetividade dessas cotas. Essas discusparcela da população em determinada sões, no entanto, não eximem a UFU de região, de acordo com dados do Institu- cumprir a lei, pois ela faz parte do Poder to Brasileiro de Geografia e Estatística Executivo. “Há uma lei federal que foi (IBGE). feita pelos legisladores e a UFU, como A lei não tem a finalidade de se es- órgão executor, tem a função de cumpritender por muitos anos. Seu foco é pro- la”, acrescenta Dantas. 8

Um dos pontos de questionamento é relativo às fiscalizações da utilização das vagas destinadas às cotas raciais. Na UFU, o método de inclusão nesse sistema se restringe à autodeclaração, o que facilita o ato de burlar as regras. Entretanto, Omena afirma que “se sentir negro(a) é uma questão de identidade e ser taxado de negro na universidade vem acompanhado de outros adjetivos. Eu acredito na cota e sei que ela é perversa para a classe média branca, mas acho que é necessária pelo menos por enquanto”. Esse ponto de vista, no entanto, não expressa um consenso. Monalisa França, aluna negra da 5ª turma de Comunicação Social, ingressou na universidade por meio do Programa de Ação Afirmativa de Ingresso no Ensino Superior (PAAES). Monalisa é contra as cotas raciais e afirma que “este é um mecanismo de separação desnecessário diante da capacidade das pessoas de entrar na faculdade”, mas é a favor das cotas sócioeconômicas por entender que a lógica é diferente. De acordo com dados fornecidos pela DIRPS, no ano de 2014, pelo ingresso no Sistema de Seleção Unificada (SISU), das 3360 vagas para cursos da UFU, excluídos os 25% reservados ao PAAES, 33,9% foram para ingressantes que se encaixam nas cotas. Na FACED, dentre as 90 vagas para os cursos de Comunicação Social, pedagogia diurno e noturno, 32,2% foram para cotistas. A partir de 2015, com a extinção do PAAES, a UFU adere totalmente à lei, destinando metade das vagas de cada curso às cotas. Ainda que apresente falhas, enquanto não há uma proposta mais bem elaborada, este é o método que está garantindo o ingresso de estudantes de diversas classes sociais no ensino público superior. C


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Vem pro PET você também!

As PETculiaridades de um programa embalado pela Educomunicação

O Programa de Educação Tutorial (PET) foi desenvolvido em meados de 2006 com o objetivo de apoiar atividades acadêmicas que fazem a integração de três pilares: ensino, pesquisa e extensão. Segundo informações da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), a UFU possui atualmente 26 grupos de PET, em seus diversos tipos: o SESu, ligado à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu); o Institucional que é constituído por grupos de estudantes organizados a partir de Cursos de Graduação da UFU e o Conexões que envolve alunos em situação de risco. O objetivo do programa é propiciar aos alunos condições para a realização de atividades extracurriculares que complementem a sua formação acadêmica. As atividades do PET acontecem sob a orientação de um PET CNX durante dois anos e meio, e professor-tutor. conta que a participação no programa O PET Conexões de Saberes (CNX) contribuiu muito para sua formação socienvolve alunos de comunidades popula- al, ajudando a vivenciar realidades distinres, como jovens descendentes de comu- tas, ultrapassando o senso comum. Hoje, nidades do campo, quilombolas, cursando o mestrado, ela ressalta que não indígenas ou de situação de vulnerabili- conseguiria desenvolver seu projeto, um dade social, para trabalhar com a Educo- livro sobre o perfil de mulheres, se não timunicação. Abrangendo os cursos de vesse passado pelo PET. Jornalismo, PedagoPara ela, a convigia e Licenciaturas, é ''É como mostrar que nós vência com os petiao único que utiliza a existimos dentro da nos foi muito situação socioeconôimportante, pois ao academia'' mica do aluno no entrar em uma uniThiago Cardoso processo de seleção. versidade em que o Atual tutora do PET CNX, a profes- ambiente é bastante elitizado, conviver sora Adriana Cristina Omena dos Santos com pessoas em uma mesma situação sodefende que as discussões desenvolvidas cial é muito interessante. Thiago Cardoso, no grupo são de grande importância para 19, é outro estudante que participa atuala vivência acadêmica de qualquer discen- mente do PET CNX. Cursando pedagote, independente de condição social. Na gia na UFU, ele relata que desenvolve um questão sobre cotas, por exemplo, o PET trabalho paralelo com o PET em um CenConexões colabora para o desenvolvi- tro de Assistência à Periferia de Uberlânmento de uma ótica crítica sobre seus be- dia. Cardoso já participa desse projeto há nefícios e contrapontos. cinco anos e, ao entrar na universidade, Diélen Borges, 30, foi participante do viu no PET a oportunidade de conhecer

Michele Rosa

Amanda Cristina - Bianca Mara - Melissa Gomes - Michelli Rosa - Pedro Vitor

as bases teóricas e o teor científico do que ele já vivenciava na prática, como a literatura marginal. ' É como mostrar que nós existimos dentro da academia'', cita. Também relata que o auxílio da bolsa é essencial, pois a carga horária do curso muitas vezes não permite que o estudante tenha uma vida profissional. O PET CNX sempre abre editais para a seleção de novos bolsistas e alunos participantes em geral (não-bolsistas). O próximo edital deve ser lançado no final deste semestre, e todos os interessados podem participar do processo de seleção. A construção do senso crítico no formato petiano e o desenvolvimento da educomunicação fazem desse PET um programa singular de formação social para seus participantes. C

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Hora extra contribui para formação Existem muitas opções, mas é preciso ter foco e disciplina

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completar as horas”, explica. Semestralmente são abertas vagas de monitoria para todos os cursos da UFU. Uma das formas de ingresso é o aluno ser designado pelo professor. No entanto, a melhor forma de conseguir uma vaga é demonstrar interesse e se sobressair na disciplina pretendida. O trabalho do monitor é auxiliar o professor no que for solicitado bem como sanar dúvidas dos alunos sobre o conteúdo discutido. E as vantagens do esforço são muitas: a função voluntária gera experiência e aprimoramento da matéria estudada, o tempo investido conta para cumprir as horas extras necessárias a fim de concluir o curso e, em alguns casos, a atividade pode ser recompensada financeiramente. Uma performance acadêmica de destaque somada à empatia pela matéria pretendida pode fazer diferença durante o processo de seleção. Contudo, desde que tenha sido aprovado, o discente pode optar por uma disciplina em que não atingiu nota alta e pela qual não teve tanta afinidade. Por isso a monitoria é uma atividade exercida por um aluno que, primordialmente, tenha interesse. O professor do curso de Jornalismo, Gerson de Souza, explica que a monitoria também é o momento no qual o aluno pode rever a sua trajetória acadêmica enquanto universitário: durante a correção de atividades ele se lembra dos erros que também cometia, se aprofunda na temática e aprimora a capacidade de organizar seus estudos, se autoavaliando e reeducando como futuro profissional. De acordo com Oscari Bruno, há no curso de Jornalismo três bolsas de monitoria remuneradas. Durante o processo de seleção é divulgado um edital aos alunos que informa as vagas disponíveis em cada disciplina e quais delas são custeadas. Os alunos interessados podem procurar a coordenação do curso para fazerem sua inscrição. C Letícia Maria

Viver o ambiente universitário é mais que assistir sistematicamente às aulas, estudar para as provas e frequentar festas. O dia a dia da maioria das pessoas as impede de rever seus costumes e pensar o mundo. A universidade pode ser o melhor momento para uma autoavaliação frente às atividades exercidas, sejam estudantis, profissionais ou meramente cotidianas. As alternativas para o aluno que deseja incrementar o currículo e progredir no tempo investido para se aprofundar em diversos temas são muitas: iniciação científica, projetos de pesquisa, estágio, monitoria, entre outros. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Faculdade de Educação (FACED) oferece dois cursos, sendo Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo e Pedagogia. Marielle Cardoso Marra e Monique Adriele da Silva, futuras pedagogas, compartilham seus interesses em iniciação científica (IC): “acho que a pesquisa durante a IC nos faz ter um foco para escolher a linha do mestrado que a gente quer”, diz Marielle. Monique completamenta: “você saber que caminho quer seguir [é importante], porque querendo ou não, o campo da Pedagogia é muito amplo”. Segundo os técnicos administrativos dos cursos de Pedagogia e Jornalismo da FACED, Cândida Rosa Neta e Oscari Bruno, respectivamente, quem coordena os processos de iniciação científica, desde a divulgação à seleção, são os professores que têm projetos. Muitos alunos escolhem atividades extracurriculares somente para cumprir carga horária obrigatória, ou pelo apoio financeiro, como inicialmente a aluna de Pedagogia, Bruna Gomes Silva. Porém, no meio do caminho tal posicionamento pode mudar. “Vou ser sincera. No início comecei o estágio por causa da bolsa. Mas vi que está me acrescentando muito (...), é uma forma de adquirir experiência”, argumenta. A estudante de Jornalismo, Amanda Francieli Silva, decidiu ser monitora a convite de seu professor. “Eu peguei mais para

Letícia Maria - Josielle Ingrid - Raissa Jeany


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Estágio acadêmico movimenta alunos na graduação Estudantes já começam a pensar no futuro

Na graduação, quando os alunos alcançam o 3º semestre de curso, inicia-se a busca por um estágio, que é a porta de entrada para um bom emprego. Nos cursos de Comunicação Social – Jornalismo e Pedagogia da UFU o cenário não é diferente e logo os alunos começam a se movimentar em busca de um espaço. Os cursos oferecem três tipos de estágio acadêmico, aquele que se realiza dentro de um órgão da Universidade, outro que se realiza dentro de um órgão do próprio curso, e um terceiro que se realiza fora do espaço físico da UFU. O aluno estagiário tem direitos e deveres garantidos na Legislação do Estágio, na Lei N. 11.788, de 25 de Setembro de 2008. A empresa no qual ele estagia tem o dever de assegurar os direitos, já os deveres, completar a carga horária e apresentar um relatório a cada seis meses, são responsabilidades do aluno. De acordo com o Art. 10, a carga horária máxima do estágio é de 4 horas diárias e 20 semanais. A Universidade deve

enviar à empresa o cronograma de avaliações no início do período letivo, para que o aluno seja liberado em período de provas. A contratação do aluno é formalizada e regulamentada exclusivamente pelo Termo de Compromisso de Estágio (Con-

Arquivo Pessoal

Ana Augusta Ribeiro - Lais Vieira - Nadja Nobre

trato de Estágio), que deverá ser assinado pela empresa, pelo aluno e pela instituição de ensino. Iara Mora Longhini, professora da Pedagogia, acompanha os alunos que realizam o estágio. Segundo ela, a UFU deixa o curso e os alunos livres para fazerem escolhas. "No meu caso, eu, ou os alunos, que entramos em contato com a escola e comunicamos a escolha à coordenação do curso.” afirma Iara. Em relação aos feedbacks que recebem, ela contou que eles só acontecem porque os professores buscam informações ou os alunos relatam o que acontece. O aluno Igor Miranda, 21, aluno de Jornalismo, está no 8º período e atua como estagiário no Jornal Correio de Uberlândia, o discente afirma que o estágio é unir a teoria à prática, e que a va-

lorização do trabalho do estagiário depende muito de como ele realiza suas funções. "A cobrança é de acordo com o que eles enxergam da capacidade, do interesse da pessoa ser suficiente para poder ser cobrada. Eu trabalhava em um núcleo, e pedi pra ser mudado depois de um ano de estágio. Dessa forma eu fui sendo cobrado como um profissional, mas foi uma decisão pessoal.", contou. Para a aluna do curso de Pedagogia, Carolina Travaglia, 21, o estágio serviu para fazê-la pensar em diferentes alternativas de resolver situações. "Essa experiência me agregou muito, profissionalmente e pessoalmente, pois vi como é realmente o dia a dia de um pedagogo dentro da escola” afirma. É perceptível que a busca por estágios acadêmicos é cada vez mais frequente, e com um mercado de trabalho tão competitivo, isso é natural. Com o estágio os alunos são motivados e desafiados para vivenciar o dia-a-dia de suas profissões, e com o amparo da universidade se sentem mais seguros para, no futuro, seguirem sozinhos. C 11


EDU C OMUNICA

Ano V - novembro 2014 - nº 10

UFU

Juntas, elas garantem uma FACED mais limpa

Maryna Ajej - Pedro Lobato - Thalita Araujo Pedro Lobato

com crianças em uma escolinha e me sinto bem com isso. Sentem reconhecimento com relação ao trabalho desempenhado na FACED? Lara: Eu acho que reconhecem sim, porque aqui antes sempre tinha reclamação e foi esse o motivo pelo qual me colocaram aqui. Ilma: Eu acho que poderia ter um reconhecimento maior porque todo mundo é ser humano “né?”. Tem uns que não reconhecem, pensam que só porque você mexe com o pano de chão você não é nada e que precisa servir os outros sempre. Não é bem assim. Sentem-se parte importante aqui? Lara: É, se não fosse a gente para limpar o chão... faltaria algo. Como é a relação com as pessoas do bloco G? de trabalho não me deixaram voltar a Lara: É boa, as pessoas respeitam. estudar, mas nunca desisti. Ainda não Ilma: Tem pessoas que são “gente tenho ideia do que eu quero fazer, mas boa”, mas tem umas que “só Deus na isso pra mim é decisivo. causa” porque passam por mim e não Ilma: Eu já havia escolhido Peda- falam nem bom dia. gogia antes, já trabalhei no projeto O que poderia melhorar? Travessia Nota 10 Lara: Tem hora "Às vezes me veem com alfabetização que a gente “tá” de idosos. Traba- limpando, pedem desculpa limpando a escada, lhei três anos com por estarem passando, e eu acho que é falisso e gostei da exta de respeito a mas tem outras (pessoas) periência. pessoa passar finQuais são os que acham que nós somos gindo que não tem planos para o funinguém, não fala invisíveis." turo? Oládia Brito nem um bom dia. Lara: Eu termiÀs vezes me veem nei o ensino médio e parei. Eu preten- limpando, pedem desculpa por estarem do voltar, vou fazer o ENEM agora (8 e passando, aí pra mim tudo bem, mas 9 de novembro). tem outras [pessoas] que acham que Ilma: Eu faço faculdade de Pedago- nós somos invisíveis. gia, estou estudando e trabalhando. Algo que tenham vontade de falar Não pretendo continuar aqui, sabe? e que as pessoas precisam saber. Quando eu me estabelecer na cidade, Ilma: Se eu pudesse dar uma dica, vou procurar algo mais a “minha cara”. eu falaria para as pessoas serem mais Antes, onde eu morava, eu trabalhava humanas. C

Muitas pessoas passam diariamente pelos corredores da FACED. Poucos percebem que uma faculdade precisa de mais que ensino para funcionar adequadamente. O bom ambiente de trabalho é fundamental e é pensando nisso que Oládia da Silvia Brito, 26, chamada pelas colegas de Lara, e Ilma Reis da Silva, 20, desenvolvem suas atividades de limpeza na FACED. Ambas são funcionárias de uma empresa terceirizada. Elas trabalham há alguns meses no bloco G, onde está situada a FACED. Ambas nasceram em Janaúba (MG) e vieram para Uberlândia em busca de mais e melhores oportunidades. Compartilham a vontade de continuar os estudos. Estar na FACED influenciou sua vontade de fazer faculdade? Lara: Não. Quando eu terminei o ensino médio fui pra Presidente Prudente (SP) e precisei trabalhar. Prestei o ENEM de 2009 e perdi o prazo de inscrição do programa. Meus horários 12


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