Anuário RMC 2017 / Yearbook

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ANUÁRIO 2017

O Rio Music Conference é uma plataforma de encontros para profissionais debaterem ideias e descobrirem soluções. Em 2017 e chega a sua nona edição reunindo players do Brasil, América do Sul e mundo com a intenção de fortalecer o mercado da Dance Music. Após um circuito nacional que realizou edições em Curitiba (RMC Brasil) e São Paulo (RMC América Latina), retornamos ao Museu de Arte do Rio (MAR) para a Edição Global do RMC, onde ocupamos 6 salas durante três dias (15, 16 e 17 de Fevereiro) com conteúdos cuidadosamente selecionados, dando a devida atenção a cada um dos grandes temas que, juntos, são responsáveis por um setor sólido e sempre antenado a novidades: Mercado, Cenário, Tecnologia, Artístico, Capacitação, Tendências e Tecnologia. Em sua atuação internacional, o RMC esteve presente no Amsterdam Dance Event (ADE) com o tradicional RMC House, um espaço pensado para que os brasileiros possam marcar reuniões e se conhecer melhor. O Anuário do Mercado RMC é uma publicação pensada com cuidado pela equipe editorial, pois sua confecção é de extrema importância para todos os interessados no setor da música eletrônica – não apenas por reunir o que o último ano trouxe para a indústria, mas também apresentar tendências e novidades para o ano que começa. Neste material serão apresentados conteúdos exclusivos, entrevistas, pareceres e os vencedores das 22 categorias no VI Prêmio RMC – uma votação auditada, onde participam cerca de 800 membros do mercado, chamados de “Embaixadores”.

Rio Music Conference is an encounter for professionals to debate ideas and discover solutions. 2017 holds its ninth edition, reuniting players from Brazil, South America and the rest of the world in order to strengthen the Dance Music market. After a national circuit with editions in Curitiba (RMC Brazil) and São Paulo (RMC Latin America), we return to the Museu de Arte do Rio (MAR) for the RMC Global Edition, where we occupy 6 rooms for 3 days (15, 16 and 17 February) with carefully selected content, giving much deserved attention to each one of the major subjects which will together be responsible for a solid, up-to-date sector: Market, Scenario, Technology, Artistic, Capacitation and Trends. Internationally, RMC has been at the Amsterdam Dance Event (ADE) with the traditional RMC House, a space designed for Brazilians to have meetings and get more acquainted with each other. The RMC Market Yearbook is a publication specially crafted by the editorial team. Its confection is extremely important for all those interested in the electronic music market - not only to revisit what the past year has brought to the industry, but also to read about trends and novelties for the year in course. This material presents exclusive content, such as interviews, reports and the winners of the 22 categories of the VI RMC Awards - an audited voting process, whence our around 800 “ambassadors”, members of the market, participate. This Yearbook is fully translated to English and there are 10,000 printed copies, which grants us potentially 30,000 readers. There is also an online copy through the following web address: issuu.

Este Anuário é integralmente traduzido para o inglês e possui uma tiragem de 10 mil exemplares, o que confere um potencial de leitura da edição impressa de até 30 mil leitores. Além disso, está também disponível em plataforma virtual através do link issuu.com/riomusicconference. Aproveite a leitura! Equipe Rio Music Conference

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com/riomusicconference Enjoy your read! Rio Music Conference Team


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ANUÁRIO 2017

SumárioIndex 08

Por dentro do RMC

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Linha do Tempo

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Festivais: Turbulências e Novas Apostas

Inside the RMC Timeline

Festivals: Turbulence and Promising New Players

22

Opinião de Mercado

26

WME

30

O Poder do Vídeo

38

Pelas pistas do Brasil: Uma História Visual

About the Market

Women’s Music Event The Power of The Music Video

Brazilian Dance Floors: A Visual Story

50

Nightlife Além do Show Nightlife Beyond the Show


ANUÁRIO 2017

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Dados de Mercado

58

Entrevista: Guga Trevisani

62

O Estado: Amigo ou Rival?

68

Record Store

76

DJ Q&A

84

O Som do Brasil em 2016

88

Entrevista: Gilles Peterson

96

Novas Tecnologias

104

Experiência Visual

116

Pelas pistas do Brasil: Uma História Visual

Market Data

Interview: Guga Trevisani

The State: a Parter or a Rival? The Love for the Vinyl

Exchanging Information The Sound of Brazil in 2016 Interview: Gilles Peterson New Technologies Visual Experience

Brazilian Dance Floors: A Visual Story

127

VI Prêmio RMC VI RMC Awards


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ANUÁRIO 2017

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ANUÁRIO 2017

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ANUÁRIO 2017

por dentro do

RMC Inside the RMC

O Rio Music Conference (RMC) é o encontro da música eletrônica e entretenimento na América do Sul, que visa realizar conexões entre os profissionais deste setor e oferece oportunidades a quem deseja participar deste mercado. O RMC engloba a Conferência (parte dia), o Festival Rio Music Cainival e o Club Week (parte noite), e desde 2009 estabeleceu sua Edição Principal em meio ao Carnaval carioca,devido à intensa movimentação cultural já existente na cidade.

Rio Music Conference (RMC) is an electronic music and

PELO BRASIL Na temporada 2016 o RMC realizou duas edições em grandes centros brasileiros. A Edição Brasil aconteceu em Curitiba, em Novembro, e contou com dois dias de atividades oficiais no MUMA – Portão Cultural. Já a edição América Latina ocorreu em São Paulo, no Unibes Cultural, em Dezembro. Em ambos encontros, temas de interesses regionais e nacionais foram destaque, e convidados ilustres marcaram presença em painéis, workshops e Q&As exclusivos.

AROUND BRAZIL

entertainment meeting in South America, which aims to make connections among at professionals within this segment and offers opportunities to those who wish to participate in this market. The RMC encompasses the Conference (by day), the Rio Music Carnival Festival and the Club Week (by night), and since 2009 has established its Main Edition amidst Rio de Janeiro’s Carnival, to make the most of the city’s intense cultural movement which is in full force during that period.

For the 2016 season, the RMC held two other editions in large Brazilian centers. The Brazil Edition took place in Curitiba, in November, and featured two days of official activities at MUMA – Portão Cultural. The Latin American edition took place in São Paulo, at Unibes Cultural, in December. In both meetings, issues of regional and national interest were highlighted, and distinguished guests were present at panels, workshops and exclusive Q & As.


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ANUÁRIO 2017

anúncio A DECADE OF CONNECTING OUR CULTURE.

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INTERNATIONALMUSICSUMMIT.COM


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ANUÁRIO 2017

Conferência

Conference

A Conferência, carro-chefe do Rio Music Conference, é montada cuidadosamente pelos coordenadores Leo Janeiro e Gary Smith e foca em todas as áreas da economia criativa voltadas a música e entretenimento. A conferência recebe anualmente mais de 300 convidados, entre brasileiros e estrangeiros, que participam de painéis ou palestras com a intenção de iniciar discussões em torno de temas necessários para o desenvolvimento da cena, aumentar o diálogo entre as esferas público-privadas e promover o conhecimento. O público da conferência é formado pelos próprios membros do mercado, provenientes de diversos locais do Brasil e do mundo, e também por interessados em tornar-se parte deste universo em crescimento – como estudantes, artistas, profissionais de outras áreas, mídia, fornecedores e investidores. A programação de painéis do RMC 2017 compreende quatro salas com atividades simultâneas e o restante do espaço de conferência é utilizado como área de negócios, pensada para proporcionar o melhor ambiente de interação entre os participantes.

The conference, the most important portion of the Rio Music

Curadores RMC 2017:

Curators of the RMC 2017:

Maurício Soares

Conference, is carefully constructed by coordinators Leo Janeiro and Gary Smith, that work within all of the areas of the creative economy directed towards music and entertainment. The conference receives more than 300 guests annually, including Brazilian nationals and foreign guests as well.

Discussion

panels and presentations are built to initiate discussions about the development of the electronic music scene, increase dialog between the public and private sectors of the scene, and promote awareness in general. The members of the conference are the players within the market itself, hailing from diverse locations from around Brazil and the world, and it also includes everyone who is interested in becoming part of this ever-growing universe such as students, artists, business professionals from other areas, media, suppliers, and investors. The programming of the panels includes three simultaneous meeting areas, and the rest of the space used for business meetings.

Leo Janeiro

Gary Smith

Claudia Assef

Sandro Horta

Bruna Calegari


anĂşncio museudeartedorio.org.br/mardeamigos


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ANUÁRIO 2017

Museu de Arte do Rio (MAR)

Workshops

Workshops

Quando se trata de música eletrônica, o conhecimento não fica apenas por conta de debates e painéis. Voltados à grande parte dos inscritos (composta por DJs e produtores de música eletrônica), os Workshops funcionam paralelamente à conferência. São nestes breves tutoriais ministrados ao vivo que as últimas tecnologias são botadas à prova pelos experientes instrutores das melhores escolas de discotecagem e produção musical do país. Os participantes têm a oportunidade de ficar por dentro das novidades e aprender com os melhores do mercado.

When we talk about electronic music, the dissemination of

Club Week

Club Week

O Club Week é uma parceria com estabelecimentos locais voltados ao entretenimento noturno, sejam bares ou casas noturnas. Na época do Rio Music Conference, estes estabelecimentos tornam-se co-anfitriões do evento ao oferecerem vantagens para que os membros da conferência familiarizem-se com o mercado do entretenimento local. A ideia é ligar toda a cidade em uma corrente onde os participantes da conferência conheçam mais a noite carioca.

Club Week is a partnership with the local scenes directed at

Rio Music Carnival

Rio Music Carnival

O Rio Music Carnival, festival oficial de encerramento do Rio Music Conference, acontece em meio à folia carioca do carnaval e recebe anualmente alguns dos principais artistas nacionais e internacionais. Na edição de 2017 — que vai acontecer entre os dias 24 a 28 de fevereiro — o maior carnaval eletrônico do mundo vai apresentar DJs como Afrojack, Dimitri Vegas & Like Mike, Illusionize e Vintage Culture no palco montado na Marina da Glória. mais a noite carioca.

Rio Music Carnival, the official festival that closes the Rio Music

knowledge and information is not the sole responsibility of the panels and debates. Aimed at the great majority of our attendees (composed of DJs and electronic music producers), the workshops function in parallel with the conference events. During these live tutorials the most experienced instructors from the best schools of DJ’ing and production from around the country test the newest technologies and practices. The participants have the opportunity to get the newest information, make new contacts, and learn with the best of the market.

night-life entertainment, including bars or nightclubs. During the time of the Rio Music Conference these establishments turn into cohosts for the event by offering benefits for the RMC members to get to know the local market and entertainment options. This is a chance of connecting the whole city and creating places where the participants can get to know a little bit more about the “carioca” nightlife.

Conference, takes place right in the middle of the worldwide famous Carnaval and welcomes some of the biggest national and international artists to the Wolderful City. In 2017, from February 24th to the 28th, the biggest electronic carnival in the world presents DJs such as Afrojack, Dimitri Vegas & Like Mike, Illusionize and Vintage Culture on the stage, in Marina da Glória.nightlife.


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ANUÁRIO 2017

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ANUÁRIO 2017

FEV/FEB

MAR/MAR

• Em nova casa, RMC 2016 ocupa a área revitalizada do Centro carioca.

• At its new space, RMC 2016 occupies the revitalized area of downtown Rio de Janeiro.

• A empresa TheWaveVR lança a 1ª plataforma social de música em RV (Realidade Virtual) do mundo, trazendo uma nova experiência musical para DJs e público.

ABR/APR

• Tomorrowland Brasil realiza sua segunda edição. • Autoridades argentinas proíbem eventos de música eletrônica na cidade após mortes na edição portenha do festival Time Warp.

• The company TheWaveVR launched the world’s first social music platform in VR

• Tomorrowland Brasil holds its second

(Virtual Reality), bringing a new musical

edition.

experience to DJs and the public.

Argentine

authorities

prohibit

electronic music events in Buenos Aires after deaths at Time Warp festival.

AGO/AUG

• A empresa SoundSwitch lança um combo de software/hardware que permite edição de iluminação integrado ao Serato DJ, possibilitando aos DJs tocarem e comandarem a luz da festa simultaneamente. • Diplo recebe o brasileiro Omulu em seu programa da BBC. • The company SoundSwitch releases software/hardware

combo

with

SET/SEP

• Selo Austro, braço da Som Livre exclusivamente dedicado à música eletrônica, é lançado. • Carl Cox faz última apresentação no clube Space depois de 15 anos de residência. • Austro Label, Som Livre’s new

OUT/OCT

• Ultra retorna ao Brasil com dois dias de evento lotado no Sambódromo carioca. • Martin Garrix é eleito o melhor DJ do mundo segundo ranking da DJ mag (e os brasileiros Alok, Felguk e Vintage Culture figuram entre os 100 primeiros).

electronic music sub-label is released. • Carl Cox does last presentation at

• Ultra returns to Brazil with two days

Space club after 15 years resident.

full capacity at the Rio de Janeiro Sambódromo.

light editing integrated with Serato

• Martin Garrix is elected best DJ in

DJ, allowing DJs to play tracks and

the world according to DJ Mag (and

command party lights simultaneously.

Brazilians Alok, Felguk and Vintage

• Diplo receives Brazilian Omulu in his

Culture are in the top 100).

BBC program C.


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ANUÁRIO 2017

MAI/MAY

JUN/JUN

• Polêmica envolvendo o nome “Brazilian Bass” tem discussões envolvendo produtores brasileiros Zegon e a Alok. • IMS abre oficialmente a temporada de verão em Ibiza e divulga relatório mostrando crescimento de 60% no setor da música eletrônica mundial.

• Ato terrorista deixa 50 mortos em clube na Flórida. • Absolut Nights revive as noites dos anos 90 com edições nos clubes Hell’s e Manga Rosa.

• Terrorist attack kills 50 in Florida nightclub.

JUL/JUL

• Relatório da Nielsen Music mostra queda no total de músicas comercializadas nos EUA, porém aumento do número de ouvintes - o streaming é apontado como o principal modificador do mercado. • Vendas de toca-disos ultrapassam a de CDJs nos EUA.

• Absolut Nights revives the 90’s

• Controversy about the term “Brazilian Bass” arises between Brazilian producers Zegon and Alok. • IMS open official summer season in Ibiza

nightclub scene with editions in

• Nielsen Music report shows fall in

Hell’s and Manga Rosa clubs in São

total music commercialized in the

Paulo.

US, but rise in number of listeners -

and releases report showing 60% growth

streaming is appointed main market

worldwide in the electronic music sector.

modifier. • Turntable sales surpass CD-Js in the US.

NOV/NOV • Edição Nacional do RMC acontece em Curitiba.

• RMA National Edition is held in Curitiba.

DEZ/DEC

• Edição RMC São Paulo. • Dixon é eleito o melhor DJ do mundo segundo ranking do site Resident Advisor. • Tomorrowland Brasil anuncia que não realizará evento em 2017. • RMC São Paulo Edition. • Dixon is elected best DJ in the world by Resident Advisor. •

Tomorrowland

Brasil

cancellation of 2017 edition.

announces

JAN/JAN

• Música “Hear me now” de Alok, Bruno Martini e Zeeba é a mais tocada no Spotify em todo Brasil. • “Hear me now” by Alok, Bruno Martini e Zeeba is most played in Spotify Brazil.


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Festivais turbulência e novas apostas.

MERCADO DE GRANDES EVENTOS TEM MUDANÇAS RADICAIS CAUSADAS POR PROBLEMAS ECONÔMICOS; MARCAS INTERNACIONAIS SEGUEM COM DIFICULDADE EM FINCAR RAÍZES NO PAÍS. FESTIVALS: TURBULENCE AND PROMISING NEW PLAYERS THE MARKET FOR BIG EVENTS HAS GONE THROUGH SOME RADICAL CHANGES CAUSED BY ECONOMIC PROBLEMS; INTERNATIONAL NAMES ARE STRUGGLING TO TAKE ROOT IN THE COUNTRY.

João Anzolin

Desde sua primeira edição, em 2012, o Anuário do Mercado RMC acompanha os acontecimentos do mercado dos festivais com atenção especial. Clubes, festas e festivais são os espaços fundamentais do ecossistema onde artistas e público vivem e por onde transitam, cada um desempenhando seu papel para o bom funcionamento do outro – daí o especial interesse desta publicação e da Conferência no segmento. Olhando para os conteúdos já registrados aqui em anos anteriores encontramos análises sobre a intensa movimentação de festivais nos meses de novembro de 2013 e 2014 (quando Dream Valley, XXXPerience, Chemical, Seven, King e Paradise Weekend lotavam o mês de eventos), assim como a constatação de que a experiência ganhou importância significativa sobre os conteúdos artísticos em 2014 e 2015. Curioso concluir que, se muitos dos pontos levantados no passado recente lá permanecem, outros seguem tão ou mais atuais do que antes – como a questão sobre a perenidade das marcas estrangeiras em solo nacional, que era destaque no Anuário RMC 2013, ou os efeitos da crise financeira que atinge o país nos últimos dois anos, reportado no Anuário 2016.

Since its first edition in 2012, the RMC Market Yearbook has followed the events of the festival market with special attention. Clubs, parties, and festivals are fundamental spaces of this “ecosystem” where artists and the public inhabit and travel, each doing their part for the other to be able to work well - hence the special interest of this publication and the Conference in the segment. While looking through the content from previous years we found intense festival movement in the months of November 2013 and 2014 (Dream Valley, XXXPerience, Chemical, Seven, King and Paradise Weekend), as well as Experience, which gained significant importance over artistic content in 2014 and 2015. It’s ironic to conclude that while many of the points raised in the recent past stayed in the past, others remain as pertinent as or even more than before - such as the issue of foreign brands on national soil, which was featured in the 2013 RMC Yearbook, or the effects of the financial crisis that has hit the country for the last two years, reported in the 2016 Yearbook.


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O último ano trouxe mudanças envolvendo tanto marcas internacionais como nacionais. No primeiro cenário, a segunda edição do gigante Tomorrowland aconteceu em abril para um público menor do que a de 2015, quando teve vendas em tempo recorde. Em dezembro a organização anunciou a não realização do festival em 2017, justificando que “fatores externos comprometeram momentaneamente a capacidade de criar o ambiente adequado para a realização do festival no Brasil”. Segundo Mauricio Soares, executivo da produtora do evento, ele “retornará ao Brasil quando forem reunidas as condições adequadas para isso. Esperamos que isso seja em breve, se possível ainda em 2018”. O banho de água fria nos fãs dos grandes festivais com chancela internacional não foi só este: o EDC Brasil, que estreou no fim de 2015 no Autódromo de Interlagos não promoveu sua segunda edição em 2016 e até o momento não emitiu nenhum comunicado oficial, deixando no ar especulações sobre o futuro do gigante norte-americano.

Last year brought changes involving both international and domestic brands. In the first scenario, the second edition of the giant Tomorrowland happened in April for a smaller audience than the one from 2015, when tickets sold in record time. In December, the organization announced that the festival would not be held in 2017, justifying that “external factors have momentarily compromised the ability to create the right atmosphere for the festival in Brazil.” According to Mauricio Soares, executive producer of the event, he “will return to Brazil when the conditions are right. We hope this will be soon, if possible already in 2018.” And to pour more cold water on fans of big international festivals, EDC Brasil, which debuted in the end of 2015 in Interlagos Autodrome, São Paulo, did not have its second edition in 2016 and until now has not issued any official statement, leaving speculation in the air regarding the future of the American giant. If the winds were not the most favorable for big international events in the state of São Paulo, in neighboring Rio de Janeiro, the scene

Se os ventos não foram os mais favoráveis para os grandes eventos com assinatura internacional no Estado de São Paulo, no vizinho Rio de Janeiro o

Alisson Demetrio ALOK / VILLAMIX FESTIVAL


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cenário foi diferente: mesmo enfrentando contratempos relacionados ao seu local o Ultra Brasil teve o festejado retorno a solo brasileiro com a maior edição já realizada por aqui: cerca de 30 mil pessoas compareceram ao Sambódromo em cada um dos dois dias de evento em outubro. A organização já confirmou os dias 12, 13 e 14 de outubro para o Ultra Brasil 2017. No segundo semestre de 2016 outra marca internacional respeitada anunciou sua estreia: o holandês Dekmantel, que realizou sua primeira edição em fevereiro de 2017 reunindo quase 10 mil pessoas no Jóquei Clube paulistano.

was different: even with the setbacks related to its location, Ultra Brasil had their celebrated return to Brazilian soil with the largest edition ever held here: about thirty thousand people attended the Sambódromo in each of the two days of the event in October. The organization has already confirmed Ultra Brasil 2017 for October 12, 13 and 14. In the second half of 2016 another respected international name announced its debut: the Dutch Dekmantel, which held its first edition in February 2017 bringing together almost 10,000 people In the São Paulo Jockey Club. The turbulence in the market did not affect only foreign brands, but was less intense when the national players were observed. Tribaltech postponed their party Escape, which would be the third

A turbulência no mercado não atingiu apenas as marcas estrangeiras, mas foi menos intensa quando se observam os players nacionais. A Tribaltech adiou a festa Escape, que seria o terceiro capítulo da sua trilogia, de 2016 para 2017, e a Tribe teve uma edição conturbada na comemoração dos seus 15 anos, em junho. Por se tratarem de marcas sólidas com bagagem respeitada, público fiel e muito numeroso, a expectativa é a de que ambas retornem com suas forças características. O Warung Day Festival vai se consolidando como um festival de porte médio

Jean Flanders TRIBE

chapter of its trilogy, from 2016 to 2017, and Tribe had a troubled 15th anniversary celebration edition in June. As they are solid names with respected work, a loyal and very numerous public, both are expected to return with full force. The Warung Day Festival is consolidating itself as a medium-sized festival in the South, as is the case with the King Festival in the Northeast - in Brasilia, Federal Music alternates medium to large editions and remains a reference


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no Sul, mesmo caso do King Festival no Nordeste – em Brasília, o Federal Music alterna edições médias com grandes e se mantêm como referência no CentroOeste do país. O núcleo Só Track Boa, fenômeno que fez inúmeras festas itinerantes por todo o Brasil, ganhou seu primeiro festival em setembro de 2016 em São Paulo. Guga Trevisan, um dos responsáveis pelo evento, confirma planos ambiciosos: “Em 2017 vamos avançar em direção a outros estados como Minas Gerais e também na região Norte. Em São Paulo e Rio as festas ganham um segundo palco, e quando sentirmos que a praça possui esta estatura maior, justifica um formato com cara de festival”. Núcleos tradicionais como Kaballah e XXXPerience seguiram caminhos distintos em 2016: enquanto a primeira focou na expansão com eventos na costa catarinense, a segunda promoveu festas menores sob o nome de XXXprience One Stage, em paralelo com a grandiosa edição principal de 20 anos em Itu.

in the Center-West of the country. The Só Track Boa group, a phenomenon that has hosted numerous traveling parties all over Brazil, got its first festival in September 2016 in São Paulo. Guga Trevisan, one of the people responsible for the event, confirms ambitious plans: “In 2017 we will move towards other states like Minas Gerais and also in the North. In São Paulo and Rio, the parties get a second stage, and when we feel that the event has gained a higher level of success, it will justify a festival-like format.” Traditional groups such as Kaballah and XXXPerience followed different paths in 2016: while the first focused on expansion with events on the Santa Catarina coast, the second promoted smaller parties under the name of XXXprience One Stage, parallelly with the major grand 20 year-edition in Itu. Such turbulence does not mean, however, that the market won’t have news in 2017: Electric Zoo has already been confirmed in São Paulo, and the northern coast of Santa Catarina will receive the first edition of the BPM Festival. “There are plans to carry out Awakenings and also other unreleased brands later this year.

Tamanha turbulência não significa, entretanto, que o mercado não terá novidades em 2017: Electric Zoo já foi confirmado em São Paulo, e o litoral norte catarinense recebe a primeira edição do BPM Festival. “Há planos para realização do Awakenings e também de outras marcas inéditas ainda este ano. O Mysteryland é um projeto mais complexo, que temos sim o desejo de trazer para o Brasil, mas que ainda precisa de mais tempo de maturação, além de um local que reúna todas as características necessárias para sua realização” afirma Maurício. O tamanho e as potencialidades do Brasil, ao que parece, ainda são mais fortes do que as crises e as instabilidades, e em 2017 devemos seguir muitas opções de grandes festivais para alimentar a sede de diversão do público.

Mysteryland is a more complex project, which we do have the desire to bring to Brazil, but it still needs more time to mature, as well as a place that has all the necessary characteristics for it to happen”, says Maurício. The size and potential of Brazil, it seems, are still stronger than the crises and instabilities, and in 2017 we should have many options of big festivals to feed the public’s thirst for amusement.

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João Anzolin É coordenador do Anuário RMC desde 2013. Trabalha com comunicação, posicionamento e conteúdo na Hot Content. Co-fundador do Festival Subtopikal de criatividade urbana em Curitiba-PR. Is the coordinator of the RMC Yearbook since 2013. He Works with communication, branding and content on Hot Content. Co-founder of Festival Subtropikal the urban creativity festival in Curitiba-PR.


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Opinião de mercado entrevista About the the market

Dentre tantas acomodações do mercado, uma foi de imensa importância no último ano. A Plusnetwork nasceu de uma fusão entre as empresas Plus Talent, ID&T Brasil e SFX. Maurício Soares, diretor de marketing e strategy da Plusnetwork, responde à nossa principal questão: como a crise afetou o setor e quais problemáticas estão estão envolvidas na estruturação de um grande mercado de entretenimento no Brasil? Among the many newcomers in the music market, one was of immense importance in the last year. Plusnetwork is a merger of Plus Talent, ID & T Brasil and SFX. Mauricio Soares, marketing and strategy director at Plusnetwork, answers our main question: how has the crisis affected the sector and what problems have appeared when structuring a large entertainment market in Brazil?

Creio que há diferentes questões envolvidas nesta pergunta. O cenário econômico de retração tem implicações profundas sobre o mercado de entretenimento, uma vez que não estamos falando de um gasto essencial, e além disso o brasileiro tradicionalmente gasta um percentual menor de sua renda com cultura e entretenimento do que a população de outros países, tais como a Argentina, por exemplo. Vimos uma queda na venda de ingressos e também no gasto médio por pessoa dentro dos eventos, e isso obviamente afeta a estrutura financeira dos mesmos.

I believe there are different issues involved in this question. The entertainment market has suffered major effects from the economic downturn, as we are not talking about an essential expenditure, and in addition the Brazilian traditionally spends a lower percentage of his income with culture and entertainment than the population of other countries, such as Argentina, for example. We have seen a drop in the sale of tickets and also the average amount spent per person inside the events, and this obviously affects their financial structure.

“Eu acredito firmemente que o mercado da música eletrônica está apenas em sua adolescência. Há muito espaço e potencial para crescer.”


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É preciso atentar também para questões tributárias e legais. Além do custo elevado do cachê de um artista internacional, o promotor de eventos brasileiro que fizer tudo dentro da lei vai gastar um adicional de quase 50% sobre o valor deste cachê apenas para fazer a remessa do montante para o exterior. Da mesma forma, a legislação trabalhista brasileira é completamente inadequada para a dinâmica do nosso setor. Para citar um exemplo, a produção de um festival deve seguir as mesmas normas regulamentadoras que a construção civil, implicando em custos extremamente elevados e determinadas exigências que não fazem o menor sentido.

Attention must also be paid to tax and legal issues. In addition to the high cost of an international artist’s fee, the Brazilian event promoter who does everything within the law will spend an additional 50% on the amount of this fee just to send it overseas. Furthermore, Brazilian labor legislation is completely inadequate for the dynamics of our sector. The production of a festival must follow the same regulatory norms as construction, for example, resulting in extremely high costs and certain requirements that make absolutely no sense. Finally, there is the “benefit” of the half-price ticket, which generates a huge distortion in the market. It is a way of outsourcing to the private initiative the burden of facilitating access to culture, without offering anything in return. This law has a direct impact on the

Por fim, existe o “benefício” da meia-entrada, que gera uma profunda distorção no mercado. Trata-se de uma forma de terceirizar para a iniciativa privada o ônus de facilitar o acesso à cultura, sem contudo oferecer quaisquer contrapartidas por isso. Esta lei tem impacto direto sobre a precificação dos eventos, que muitas vezes se vêem obrigados a praticar valores proibitivos o ingresso “inteiro” para compensar pela perda de receita na meia-entrada. O dinheiro para pagar a conta tem que sair de algum lugar. Imagine se algum deputado tem a brilhante ideia de, numa canetada, dizer que os carros precisam ter desconto de 50% para estudantes, até o limite de 40% da produção. Ou um restaurante. Ou uma academia de ginástica. Ou um escritório de contabilidade. O que você acha que iria acontecer com esses negócios e os preços praticados por eles? Além do impacto óbvio sobre a receita, a meia-entrada implica também em custos maiores de operação (é preciso fiscalizar, e isso exige mais equipe), gastos com apoio jurídico, tempo para adequar sistema de vendas, textos de termos & condições, e por aí vai. Isso tudo sem que haja qualquer compensação para o organizador do evento. 50% de desconto sobre 40% dos ingressos representa 20% de queda na receita total de bilheteria, e 20% é maior que a margem que os eventos efetivamente têm de lucro.

pricing of events forcing venues to raise the price of the whole ticket to make up for the loss of revenue in the half-price tickets, as the money to pay this bill must come from somewhere. Imagine if a congress member has the brilliant idea of saying that up to 40% of the production of cars, or a restaurant, a gym, an accounting office need to have a 50% discount for students. What do you think would happen with these businesses and the prices they will give? Besides the obvious impact on revenue, the half-price has higher maintenance costs, more people to hire in order to monitor, legal expenses, more time is needed for adapting to the sales system, the text in the terms and conditions, and so on. All of that without any form of compensation for the organizer of the event. 50% discount over 40% of the tickets represents a drop in 20% on the overall box office revenue, and 20% is more than the profit margin that most events effectively generate.


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Em paralelo, o inflacionamento acentuado dos cachês dos artistas muitas vezes não segue critérios objetivos, tais como quanto de público este mesmo artista potencialmente atrai para determinado evento ou quão única ou especial é a sua performance. Quando somamos isso à exigência do público por uma quantidade desproporcional de “top DJs”, temos mais uma vez uma conta que não fecha - e isso não só aqui, mas no mundo todo.

Parallelly, the sharp rises of artists’

fees often do not follow

objective criteria, such as how much audience this same artist potentially attracts to a particular event or how unique or special their performance is. When we add this to the public’s demand for a disproportionate number of top DJs, we again have an impossible equation - not just here but around the world. I firmly believe that the electronic music market is only in its adolescence. There is still plenty of room and potential to grow. However, there needs to be greater professionalization

Eu acredito firmemente que o mercado da música eletrônica está apenas em sua adolescência. Há muito espaço e potencial para crescer. Porém, é preciso que haja maior profissionalização e fortalecimento de toda a cadeia de valor - light designers, cenógrafos, diretores criativos, decoradores, empresas de som e luz, dançarinos e performers, etc - para que a dependência de grandes nomes internacionais diminua. Do lado dos DJs, já vemos em Alok e Vintage Culture a primeira onda de “superstars” nacionais, mas é preciso que não se pare por aí! Nomes como Illusionize e Cat Dealers têm que se firmar, assim como promessas como Bruno Martini, que vem com uma proposta que flerta muito com a música pop e indie. Ampliar as fronteiras do nosso mercado é muito mais importante do que disputar espaço dentro dele.

and strengthening of the entire value chain - light designers, set designers, creative directors, decorators, sound and light companies, dancers and performers, etc. - so that there will be less dependence on big international names. On the DJs side, we already see in Alok and Vintage Culture the first wave of national superstars, but we must not stop there. Names like Illusionize and Cat Dealers have to stand firm, as well as promises like Bruno Martini, who is coming with a proposal that flirts a lot with pop and indie music. Expanding the boundaries of our market is much more important than disputing space within it.

Maurício Soares Marketing & Strategy Director Plusnetwork


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PLATORMA DE MÚSICA, NEGÓCIOS E TECNOLOGIA, WOMEN’S MUSIC EVENT QUER AUMENTAR O PROTAGONISMO DA MULHER NA MÚSICA. A PLATFORM FOR MUSIC, BUSINESS AND TECHNOLOGY, WOMEN’S MUSIC EVENT PROMOTES THE ROLE OF WOMEN AS PROTAGONISTS IN MUSIC

Com o intuito de se tornar o eixo central em torno dos eventos focados no universo musical feminino que surgem a cada dia no Brasil, o Women’s Music Event (WME) é uma plataforma de música, negócios e tecnologia vista por uma perspectiva feminina. Seu objetivo é destacar a participação e promover a inclusão de mulheres no mercado da música, um setor ainda muito associado ao universo masculino. A plataforma WME nasceu primeiramente em formato de conteúdo digital, ondem mantém quatro pilares principais: News, Conferência, Cadastro de Profissionais e Eventos. Na área de News, além de matérias e entrevistas também se destaca a série em vídeo WME Sessions, que estreou com show intimista da cantora paulista Tássia Reis e conta com um planejamento estrelado para todo o ano de 2017

With the intention of becoming the pivotal point of events focused on the universe that is women’s music, the Women’s Music Event (WME) is a platform for music, business and technology seen from a female perspective. Its objective is to highlight the participation and promote the inclusion of women in the music industry, which is still widely associated to men. The WME platform was primarily birthed with a digital content format, keeping to four central pillars: News, Conference, Registered Professional and Events. The highlight within the News section, as well as articles and interviews, is its video series, the WME Sessions. Its debut, with an intimate show put on by São Paulo-born singer, Tássia Reis was a taste of the star-filled events planned for 2017.


27 | Amsterdam Dance Event The Electronic Music Platform 18 / 19 / 20 / 21/ 22 October 2017 An initiative of Buma


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Além dos conteúdos atualizados semanalmente, o portal WME oferece serviços como uma agenda, com os principais eventos femininos espalhados pelo mundo, além de uma ferramenta importantíssima que exibe dados de profissionais da música do Brasil, que podem se cadastrar diretamente pelo site. Tratase de um banco de dados inédito, feito sob medida para alimentar a indústria da música com profissionais gabaritadas, distantes a apenas alguns cliques de empresas interessadas em equilibrar a participação entre gêneros em seus quadros de funcionários.

Besides the weekly updated content, the WME portal offers services, such as a listing of all the main women’s events around the world and an essential tool that holds all the data for music professional in Brazil who can register directly on the website. This is a unique databank, custom-made to feed the music industry with skilled professionals and putting companies who are interested in levelling the playing field for gender only a few clicks away from hiring them. The second phase of the Women’s Music Event launch will happen on the 17th and 18th of March, when WME will be hosting its live events, split into two conference days and two show nights in São

A segunda etapa do lançamento do Women’s Music Event acontece nos dias 17 e 18 de março, quando serão realizados os eventos físicos do WME, divididos em dois dias de conferências e duas noites de shows e festa em São Paulo.

Paulo.


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A parte diurna do WME, que será realizada na Biblioteca Mário de Andrade, abrangerá painéis sobre os mais diversos assuntos ligados ao universo musical, de negócios a tecnologia, além de workshops técnicos e showcases. No total, cerca de 50 mulheres, entre artistas, executivas, jornalistas, técnicas, engenheiras e produtoras irão palestrar nos 12 painéis e 6 workshops da programação.

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WME’s daytime events will be held in São Paulo’s largest public library, Biblioteca Mário de Andrade, covering a diversity of music-related topics in its panels, including technology, technical workshops and showcases. Approximately 50 women, amongst them artists, executives, journalists, technicians, engineers and producers, will be speaking in the 12 panels and 6 workshops scheduled. The shows will be divided into two nights. The first, focused on

A parte de shows se divide em duas noites. A primeira, focada no universo da música eletrônica, dará espaço para DJs e produtoras brasileiras. Na segunda noite, o palco do WME se abre para estilos diversos, de cantoras brasileiras a bandas. O line-up da conferência e das festas, bem como o detalhamento da programação de painéis e workshops, será divulgado nos próximos meses através do site WME.

electronic music, will be featuring Brazilian DJs and producers. On the second night, WME’s stage will welcome a diversity of styles, Brazilian singers and bands. The conference’s schedule and party line-ups, as well as more detailed information about the panels and workshops, will released in the next couple of months on WME’s website. WME is the child of journalist Claudia Assef’s and cultural producer/ lawyer Monique Dardanne‘s joint efforts. Two women who have

O WME nasceu da união de forças entre a jornalista Claudia Assef e a produtora cultural e advogada Monique Dardenne, duas mulheres que trabalham há muitos anos na indústria da música e por isso mesmo entendem que algo tinha que ser feito para acelerar o processo de aumento da relevância e do protagonismo da mulher nesse setor.

worked in the music industry for several years and could therefore clearly see that something had to be done to accelerate the process of bringing greater relevance and importance to women within the sector.

facebook.com/womensmusicevent instagram.com/womensmusicevent

Claudia & Monique Jornalista, escritora e DJ, Claudia é uma das mais respeitadas pesquisadoras musicais do país, além de ser publisher do site Music Non Stop e autora do livro “Todo DJ Já Sambou”. Monique é manager de artistas há 15 anos, foi também Label Manager da Plataforma Skol Music e diretora da webtv inglesa Boiler Room no Brasil, além de fundadora da MD/Agency. A journalist, writer and DJ, Claudia is one of the most respected music researchers in the country, as well as being the publisher for Music Non-Stop and author of the book, “Todo DJ Já Sambou”w. Monique has been an artist manager for 15 years, she was also Label manager for Skol Music and brazil’s director for Boiler Room, as well as running her own agency MD/Agency


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O poder do vídeo O FORMATO GANHA FORÇA ENTRE O PÚBLICO JOVEM E RECONQUISTA ARTISTAS DE TODOS OS GÊNEROS MUSICAIS. THE POWER OF THE MUSIC VIDEO: PRODUCING A VIDEO IS PROVING TO BE CRUCIAL FOR ARTISTS MORE THAN EVER.

Em 1981, nos Estados Unidos, iniciava-se uma revolução: nascia a MTV, que mudaria para sempre o modo como consumimos música. O videoclipe virou a indústria fonográfica de ponta-cabeça, tornando-se uma ferramenta indispensável para um artista expandir sua visão criativa, sua plataforma midiática e de quebra alcançar maiores audiências. Não era mais somente o hit; o vídeo também passava a ter o poder de emplacar astros e imortalizá-los, tecer narrativas, impactar com imagens e expandir a conexão entre músico e fã.

In 1981, a revolution was beginning: in the United States, MTV, which would change forever the way we consume music, was born. The music video turned the music industry upside-down, making it an indispensable tool for an artist to expand their creative vision and media platform while reaching larger audiences. It was no longer just the hit; the video also had the power to create stars and immortalize them, weave narratives, cause impact with images and expand the connection between the musician and fans. If the video didn’t kill the radio star, according to the first music video broadcast on MTV [“The Buggles’ Video Killed The Radio

Se o vídeo não matou a estrela de rádio, como cravava o primeiro clipe transmitido pela MTV [“Video Killed the Radio Star”, do The Buggles], ironicamente outra revolução, 25 anos depois, praticamente enterrou a Music Television. Em 2005, dois ex-funcionários do PayPal fundavam o YouTube, que ao longo dos anos se consolidaria como um fenômeno sem precedentes. Hoje, o YouTube sozinho tem mais de 1,3 bilhão de usuários, quase um terço de toda a internet; o site recebe 300 horas de vídeo por minuto, e o número de horas assistidas aumenta 50% por ano. Mundialmente é o terceiro mais acessado, atrás apenas do Google

Star”], ironically another revolution, 25 years later, practically buried Music Television. In 2005, two former PayPal employees founded YouTube, which over the years would consolidate itself as an unprecedented phenomenon. Today, YouTube alone has more than 1.3 billion users, almost a third of the entire internet. Every minute the site receives 300 hours of video and the number of hours watched increases 50% per year. It is the third most accessed website worldwide, behind only Google [which has owned the platform since 2009] and Facebook - in Brazil it’s in second place, ahead of Mark Zuckerberg’s network, and it hasn’t stopped growing, especially due to the rise of mobile access via smartphones. It is estimated that in 2018, 69% of the total web


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[que desde 2009 é dono da plataforma] e Facebook — no Brasil é o segundo lugar, à frente da rede de Mark Zuckerberg. O crescimento não para, sobretudo com a ascensão do acesso via smartphones, chamado de “mobile”. Estima-se que em 2018 69% do tráfego total da web será em vídeo, chegando a 77% em 2020. Além disso, novas ferramentas vêm pedindo passagem: lives do Facebook, Snapchat, vídeos interativos, 3D e realidade virtual têm sido experimentados por artistas e boa parte desses formatos pode se firmar em breve no campo dos videoclipes.

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traffic will be in video, reaching 77% in 2020. Additionally, new tools have been appearing: Facebook lives, Snapchat, interactive videos, 3D and virtual reality are being experimented by artists and a huge part of these formats will soon be used in the making of music videos. The music industry was obviously bound to find a way to adapt to new consumer habits. In 2009, two of the top majors partnered with YouTube and founded VEVO to legally distribute their premium content on the site in full HD quality. According to Camila Zanetin, marketing manager of the platform in Brazil, the number of channel views grew by 38% in the last year and the millennial public already

Evidentemente, a indústria fonográfica daria um jeito de se adaptar aos novos hábitos de consumo. Em 2009, duas das principais majors se emparceiraram ao YouTube e fundaram a VEVO, para distribuir legalmente seu conteúdo “premium” no site, em qualidade full HD. Segundo Camila Zanetin, gerente de marketing da plataforma no Brasil, o número de views do canal cresceu 38% no último ano e o público millennial já assiste mais vídeo online do que televisão: “46% de toda a internet brasileira já acessa um dos canais da VEVO pelo menos uma vez por mês. Hoje, já somamos mais de 54 milhões de pessoas, e em uma pesquisa de fevereiro de 2016, a VEVO foi apontada como principal fonte de música para os millennials.” Afinal, é no YouTube que se pode encontrar a maior quantidade de público jovem (13-21) consumindo e criando conteúdo – estes últimos, conhecido como YouTubers ou vloggers.

watches more online video than television: “46% of all the Brazilian internet already accesses one of the channels of VEVO at least once a month. Today, we have added more than 54 million people, and in a survey of February 2016, VEVO was singled out as the main source of music for millennials. “After all, it’s on YouTube that you can find the youngest audience 13-21, whether they are consuming or creating content - the latter, known as YouTubers or vloggers. Carolina Soares, creator of the Projeto Pulso, which she defines as a “hub for research and content on music festivals,” shared complementary data with us. In a survey conducted by Pulso in late 2015 with 565 Brazilian festival goers, YouTube was the first tool for music consumption [73.6%], leaving behind free download, streaming and digital or analogue purchase. This means that music on YouTube is not just music videos - the amount of audio available on the site with only a background image is immeasurable, and lyric videos as well are increasingly popular.

Carolina Soares, idealizadora do Projeto Pulso, que se define como um “um hub de pesquisa e conteúdo sobre festivais de música”, compartilhou conosco dados complementares. Em pesquisa feita pelo Pulso no fim de 2015, com 565 frequentadores brasileiros de festivais, o YouTube consta como a primeira ferramenta para o consumo musical [73,6%], deixando para trás o download gratuito, o streaming e a compra digital ou analógica. Isso significa que música no YouTube não se resume a videoclipe — a quantidade de áudio disponível no site com apenas uma imagem de fundo é imensurável, e os lyric videos [espécie de clipe mais barato, com uma animação simples acompanhando as letras das canções] também são cada vez mais populares.

“O assunto é polêmico, mas a música eletrônica do Brasil deveria pegar umas aulas de divulgação e trabalho com o funk” - Zegon


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Ebraim Martini

É curioso que uma plataforma feita para o consumo de vídeo reproduza mais música que os serviços desenvolvidos justamente para isso. Afinal, por que tanto apelo? Para Camila Cornelsen, diretora de fotografia da Banzai Studios e ex-vocalista do grupo Copacabana Club, “a música sempre ditou lifestyle, e, mais do que nunca, as pessoas precisam de guias visuais pra se sentir pertencentes a um grupo. Acho que o audiovisual consegue trazer todas essas informações de forma muito atraente”. Ela conta que sua antiga banda teve desde cedo a visão de investir no vídeo como ferramenta promocional. “O primeiro clipe do Copa foi financiado através de um prêmio da Levi’s, em 2009. Ganhamos R$ 15 mil e podíamos investir num EP, mas usamos toda a grana nele. Era algo que nenhuma banda independente fazia, todo mundo se preocupava em apenas gravar. Quando lançamos no Youtube, ele foi parar no blog do Kanye West, na Fox Tv, Multishow... Logo de cara entendemos que era um caminho com muita força.”

It is curious that a platform made for the consumption of videos reproduces more music than the services made precisely for this. After all, why is it so appealing? To Camila Cornelsen, director of photography at Banzai Studios and former lead singer of the Copacabana Club group, “music has always dictated lifestyle, and more than ever, people need visual guides to feel part of a group. I think audiovisual can bring all this information in a very attractive way.” She says her former band had the vision of investing in video as a promotional tool. “The first Copa clip was financed through a Levi’s award in 2009. We won R$15,000 and we could have invested in an EP, but we used all the money to make the video. It was something that no independent band was doing, everyone just cared about recording. When we launched it on Youtube, it went to Kanye West’s blog on Fox Tv, Multishow ... Right from the starte we understood it was a very strong path.

Carol Soares also helps us understand the issue: “Compared to photography, videos have a unique capacity for cultural events,

A Carol Soares também nos ajuda a entender a questão: “Em comparação com a fotografia, os vídeos

since moving images and sounds are capable of creating a


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têm capacidades únicas para eventos culturais, já que imagens em movimento e sons são capazes de criar uma experiência mais intensa de presença física, interação e emoções”, explica. “Nos últimos anos, com a popularização das redes sociais e da produção audiovisual, temos um prolongamento quase sem fim da experiência dos eventos musicais. Estamos em um momento único em que o consumo desses eventos deixam de existir em um espaço-tempo definido e se prolongam continuamente em qualquer momento e local com acesso à internet.”

more intense experience of physical presence, interaction, and

Isso ajuda a compreender o fenômeno da gravação de shows e espetáculos — as pessoas deixando de ser apenas consumidores de conteúdo, para também se tornarem produtores, compartilhando seus pontos de vista —, bem como o fato de o universo da música eletrônica estar, também, cada vez mais visual. Os aftermovies tornaram-se unanimidade nesse nicho, e os festivais compreenderam a necessidade de um impacto visual marcante. “Nós nascemos e crescemos em uma sociedade altamente visual, e nossas próprias histórias de vida se misturam com as narrativas das referências audiovisuais que temos”, continua a co-fundadora do Pulso. “Não é à toa que festivais como Tomorrowland se inspiram e usam modelos de narrativas que são muito familiares para todos nós desde crianças: Hollywood e Disney World. Os vídeos passaram a ser locais onde contamos e nos contam histórias.”

the universe of electronic music is becoming evermore visual.

No entanto, é estranho notar que, se temos muitos aftermovies na nossa cena eletrônica brasileira, os videoclipes estão em falta. Tirando alguns dos nomes mais populares, como Alok, FTampa e Vintage Culture, contam-se nos dedos os clipes dos nossos DJs. “Clipe custa caro, e poucos artistas nacionais pensam em produzir um bom vídeo para se promover. Nessa cena musical em que vivemos agora, eu não vejo futuro para suas produções; as músicas estão muito ruins, tudo é meio descartável”, opina Richard Weber, diretor da Dance Paradise — programa de rádio de música eletrônica que compreendeu o poder do vídeo e se expandiu em um programa de televisão e uma produtora de audiovisual, a DPMovie.

artists think of producing a good video to promote themselves.

emotions”, she explains. “In recent years, with the popularization of social networks and audiovisual production, we’ve had an almost endless extension of the experience of musical events. We are in a unique moment in which the consumption of these events cease to exist in a definite space-time and they are prolonged continuously at any time and place with access to the internet. “ This helps us understand the phenomenon of recording shows - people going from being just content consumers to becoming producers, sharing their points of view - as well as the fact that

Aftermovies have become unanimous in this niche, and festivals have understood the need for a striking visual impact. “We were born and raised in a highly visual society, and our own life stories blend with the narratives of the audiovisual references we have,” continues the co-founder of Pulso. “No wonder that festivals like Tomorrowland are inspired and use narrative models that have been very familiar to all of us since childhood: Hollywood and Disney World. The videos have become places where we tell stories. “

However, it is strange to note that although we have many aftermovies in our Brazilian electronic scene, music videos are oddly missing. Apart from some of the most popular names such as Alok, FTampa and Vintage Culture, we can count on our fingers music videos from our DJs. “They’re expensive, and few national

In this musical scene in which we live now, I see no future for its productions; the songs are very bad, everything is a bit disposible,” says Richard Weber, director of Dance Paradise - an electronic music radio program that has understood the power of video and expanded into a television program and an audiovisual production company, DPMovie.

The DJ and producer Zegon, of the meteoric Tropkillaz, agrees that the cost of good production is high, but he ponders that with the democratization of technology, creativity can be used to make up for the financial shortage more than ever. Tropkillaz has five official videos - some of them produced by the now extinct label Skol

O DJ e produtor Zegon, metade do meteórico Tropkillaz, concorda que o custo de uma boa produção é alto, mas pondera que com a democratização da tecnologia, pode-se, mais do que nunca, usar a criatividade para compensar a escassez financeira. O Tropkillaz tem cinco clipes oficiais — alguns deles produzidos pelo extinto selo Skol Music, que investiu bastante nos lançamentos audiovisuais para promover seus artistas

Music, which invested heavily in audiovisual releases to promote its artists - and have managed to monetize YouTube in other formats. “We always invested in video. We now have more than 250 million views, and a large part of our revenue comes from our songs on Youtube channels. We release to others to replenish our content and the monetization comes to us. It’s a great way to get out


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—, mas soube rentabilizar com o YouTube em outros formatos. “A gente sempre investiu em vídeo. Temos hoje mais de 250 milhões de views, e uma grande parte da nossa receita vem das nossas músicas em canais do YouTube. Nós liberamos para outros repostarem nosso conteúdo e a monetização vem pra gente. É uma ótima forma de divulgação”, explica o DJ. “A indústria musical está se redescobrindo, e claro que para os artistas menores é difícil, mas já é possível produzir e rentabilizar com o vídeo. O assunto é polêmico, mas a música eletrônica do Brasil deveria pegar umas aulas de divulgação e trabalho com o funk.” Em tempo: o Kondzilla, que se auto-intitula o maior produtor de conteúdo audiovisual de música do Brasil, lança pelo seu canal os maiores sucessos do funk para o mundo virtual e ultrapassa os 9.4 milhões de inscritos. O videoclipe de “Deu Onda” — criação para o MC G15 — tem 24 milhões de views [arrecadando dezenas de milhares de dólares], enquanto o último lançamento do MC2K atingiu a marca dos oito milhões em apenas 13 dias. Para efeito de comparação, esta é a mesma quantidade de views que possui o aftermovie do Tomorrowland Brasil 2015 até hoje. É importante observar que, com seu trabalho, o Kondzilla tem o poder de levar um artista desconhecido ao estrelato imediato, emplacando apresentações na TV aberta, hits nas rádios e shows por todo o país — e isso tudo dispondo de simplesmente de um canal no YouTube, sem a necessidade de uma gravadora ou de um canal de televisão, como antes.

there,” explains the DJ. “The music industry is rediscovering itself, and of course for smaller artists it is more difficult, but it is already possible to produce and monetize the video. “In time: Kondzilla’s YouTube channel, which claims to be the largest producer of audiovisual music content in Brazil, launches the first of its kind in Brazil, releases the biggest funk hits to the virtual world (100% of the content in Portuguese) and boasts over 9.4 million subscribers. The video for “Deu Onda” - Kondzilla’s creation for MC G15 - has 24 million views, while MC2K’s latest release for the channel reached 8 million views in just 13 days - the same amount of views that the aftermovie of Tomorrowland Brasil 2015 has had until now.

In case you’ve watched the YouTube online tutorial explaining the monetization system for people of any age (creatoracademy. youtube.com), you already know that just with the “Deu Onda” video, Kondzilla has collected tens of thousands of dollars. In addition, it is not a record company anymore, but now a YouTube channel, which has the power to lead an unknown artist to immediate stardom: the package includes open TV presentations, shows all over Brazil, and summer hits on the radio.

It seems, therefore, to be a matter of time for national DJs and producers to see beyond Beatport and Soundcloud; the music video is definitely getting more powerful.

Parece, portanto, uma questão de tempo para que os DJs e produtores nacionais enxerguem para além de Beatports e Soundclouds; o vídeo está cada vez mais poderoso.

Flavio Lerner É editor do blog LOFT55, assistente editorial na House Mag e assina coluna na Revista Phouse. Is the editor of LOFT55 blog, editorial assistant of House Mag and signs a column on Phouse Magazine.


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2017 Creativity, Technology & Business www.sonarplusd.com

Barcelona 14.15.16.17 June

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Sonar+D brings together professionals from the international Cultural and Creative Tech Industries to network, promote their brand, products & services among a significant audience of 50.000 final users/customers and also to discover and get inspire from a great variety of disruptive projects.

Sonar+D is organically integrated into Sónar, adding to the festival a dynamic revitalisation of digital culture and creative technologies and a unique non conventional opportunity to explore new business while having a leisure break in the city of Barcelona.

Exhibition

Conference

Market Lab Innovative projects from Creative Technologies by Media Labs, Universities, and Companies that are inspiring the next generation of products and services

Stage+D Room +D Workshop Space Sónar Innovation Challenge

Realities+D The most outstanding year`s Virtual Reality projects ready to be tested.

Inspirational Talks, Demos, Panels, Workshops and Challenges where Companies challenge external talented minds to create the next generation developments and be presented at Sónar+D

Start Up Garden The 30 hottest Start Ups from Creative industries boosting their knowledge, network and business opportunities.

Networking

Performances

Meet the Expert | Meet the Investors Networking Bar

Permanent New Media Art Installations and ephemeral live Music Tech Shows where high tech aspect bring to live some creative new forms of technology that has been previously showcased at Sonar+D.

Connect with other professionals, book meetings with different field experts and investors or attend the informal gatherings (Breakfast & Meet and Drinks)


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Pelas pistas do Brasil: Uma historia visual. BRAZILIAN DANCE FLOORS: A VISUAL STORY


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Fabrizio Pepe Air Rooftop


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Eimagec Tomorrowland Brasil

Eimagec XXXperience


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WWW .SILKBEACHCLUB .COM

silkbeachclub

INFOS. E RESERVAS: CLARA NORKA - 21 98080-9144 / JULIANE LIMA - 22 99803-7088 / LEONARDO ROMÃO - 22 98166-7700


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Ebraim Martini Ă“pera de Arame

Ryan Monotoshi Amazon Power Music Festival


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FOTOS Alisson Demetrio Barra Music


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FOTOS

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Franco Rodrigues Colours

João Neto Universo Paralello


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唀洀 搀漀猀 渀漀洀攀猀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀猀 搀攀 洀愀椀漀爀 攀砀瀀爀攀猀猀漀 渀漀 攀砀琀攀爀椀漀爀Ⰰ 挀漀渀昀椀爀洀愀搀漀 瀀漀爀 㠀 愀渀漀猀 猀攀最甀椀搀漀猀 渀漀 唀氀琀爀愀 䴀甀猀椀挀 䘀攀猀琀椀瘀愀氀 搀攀 䴀椀愀洀椀⸀

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Ebraim Martini Warung

Ebraim Martini AMAZON



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Nightlife

além do show beyond the show

Muito além do DJ, o RMC contempla toda a cadeia da economia criativa por trás das cabines. Quem são estas pessoas – você está entre elas? Conheça um pouco mais sobre quem faz o show acontecer!

A Música

Way more than the DJ itself, the RMC focuses on the entire Market chain behind the DJ booth. Who are these people – are you amongst them? Find out more about who really makes the show go on!

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Se o DJ toca a música ela foi pré-gravada por alguém, certo? Mesmo quando é de autoria do próprio artista, este processo envolve músicos, engenheiros de som, de masterização, profissionais de studio e, claro, um selo que vai lancer e distribuir a música pelo mundo.

A estrela: DJ/Live

If a DJ plays a music, it means that the music was preiously made by someone, right? Even if this someone is the DJ itself, this process involves musicians, sound engineers, matering professionals, studio and, of coure, a label that will distribute the music to the whole wide world.

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O Staff Do Evento 3

A Curadoria 6

Event Staff

Artistic Direction

É aí que temos a maior quantidade de pessoas envolvidas:

Dentre tantos artistas que existem no mundo, como escolher

técnicos e empresas de som, luz, produtores, promoters,

um só, ou montar o time mais coeso para compor a noite? Este

hostess, equipe de divulgação, de segurança e limpeza. São,

é um trabalho especial das curadorias e diretoria artística, que

em sua grande maioria, trabalhadores informais ou freelances

demanda muita pesquisa e compreensão do Mercado.

que participam do evento todo, do começo ao fim – para que o evento seja tão bom a ponto que você nem perceba que eles estão ali. São pessoas que trabalham pela diversão, literalmente. Tons of people here: light and sound technicians, producers, promoters, hostess, media team, cleaning and security. Most os them are informal workers or freelancers, who stand in the event from begining to end – so that, if the party is good, you won’t even notice them. These people work for fun – literally.

A Equipe 4 The team

O staff do artista é diverso, e hoje cada vez mais artistas preferem investir em times próprios, enquanto muitos possuem vários bookers e managers e freelances envolvidos. Além da parte de fechamento de datas, logística e negociação, os profissionais que trabalham com fotografia, video, comunicação (PR) e design são cada vez mais imprescindíveis. An artist’s staff id diverse, and today many artists prefer to invest in their own crew, while others have several managers, bookers and freelance professional involved. Beyond settling dates, logistics and negociating, professional who work with photography, vídeo making, communication (PR) and design are much necessary.

Mídia

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How cano ne put together the best line-up for a party in a world with so many DJs? This is a special kind of job, done by artistic directors and curators, which demands lots of research and complete understanding of the market.

A Tecnologia 7 Technology Mais do que mixar uma música na outra, ser DJ hoje implica na escolha de softwares, hardwares e tecnologias incríveis, que criam novas maneiras de se apresentar. More than mixing one tune with another, being a DJ nowadays is all about choosing the softwares, hardwares and other amazing Technologies, creating new possibilities of performance.

O Merchan 8

Merchandising

Quem é fã, estampa na camiseta! Merchandising é o que não falta para levar um pouco dos clubes, festivais e artistas mais adorados para casa depois do show. Real fans show it on their T-shirt! The merchandising is Always present, it’s the perfect way to take your experience home after the show.

O Patrocinador 9

Media

Sponsors

Artista tem que dar o que falar? Independente do som, a mídia

Iniciativas ousadas dependem de apoio! Se você já curtiu

é fundamental: seja para sustentar um cenário artístico ou para

shows incríveis de DJs que sempre sonhou em ver, deve

informar e educar o público.

agradecer aos patrocinadores que acreditaram no evento e

Artists should be the talk of the town! No matter the music they play: the media is fundamental to support any music scene, and also to keep the crowd well informed.

deram uma forcinha para que ele acontecesse. Daring inniciatives dependo n support! If you have been to amazing shows and saw your favourite DJs, you sould thank some sponsors that believed the idea and gave it a little push so it could finally come true.


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ANUÁRIO 2017

RMC pays tribute to Dance Music Roots

Anyone who was free-spirited was accepted.

David Mancuso

20.10.44

14.11.06



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ANUÁRIO 2017

Dados de mercado

Market data

público evolução increase in attendance

2005*

2006

2007

2008

* Ano em que o Brasil entrou no circuito dos grandes nomes internacionais

2009

2010


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ANUÁRIO 2017

O ano de 2016 confirmou o esperado: a tendência de queda na quantidade de público em virtude da recessão afetou o mercado como um todo. A arrecadação total mostra uma queda em relação aos últimos quatro anos, com valores muito próximos aos do ano de 2011 no cenário eletrônico.

2016 confirmed the expected: the downward trend in the number of people as a result of the recession affected the market as a whole. The total revenue shows a drop in comparison to the last four years in the electronic scenario, with numbers very close to those of the year 2011.

A crise também mudou o comportamento dos consumidores. Embora o mercado esteja mais maduro do que nunca, a percepção de que o entretenimento não é um serviço essencial fez com que o público diminuísse a quantidade de saídas ou optasse por eventos mais específicos ou baratos.

The crisis has also altered consumer behavior. Although the market is more mature than ever, the perception that entertainment is not an essential service has meant that the public has decreased the number of times they went out or opted for more specific or cheaper events.

Existem pontos positivos: se por um lado a manutenção da alta do dólar diminuiu a vinda de artistas estrangeiros e os valores pagos em cachês, em contrapartida valorizou ainda mais os grandes artistas nacionais e abriu espaço para o crescimento de talentos que despontaram há pouco tempo, culminando em um cenário nacional mais sustentável do que nunca. Com menos orçamento, marcas e empresas patrocinadoras ficaram mais criteriosas na hora de apoiar eventos e casas - o que acaba favorecendo as propostas mais criativas.

There are positive points, however. If, on the one hand, the rise in the dollar reduced the arrival of foreign artists and the amounts paid, on the other hand it valued even more big national names and opened space for the growth of talents that recently emerged, culminating in a more sustainable national scenario than ever before. With a lower budget, brands and sponsoring companies have become more careful when it comes to supporting events and clubs - which ultimately favors the most creative proposals.

Habituado a obter resultados positivos, o mercado mostra que ainda há espaço para reação e crescimento, mesmo que em um ritmo diferente dos anos anteriores. Os eventos de música seguem como um dos mais consumidos. Mas, com um público cada vez mais exigente, a inovação e criatividade continuam sendo os fatores de propulsão do setor.

While accustomed to positive results, the market shows that there is still room for reaction and growth, even with the decrease in pace from previous years. Music events continue to be some of the most consumed, and with an increasingly demanding audience, innovation and creativity remain the driving force behind the industry.

16.104.000

3.888.000

690.000

2011

2012

2013

2014

2015

2016


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ANUÁRIO 2017

Público Attendance

Público

Festas

Semana

Mês

Ano

Grandes

9.600

1,5

14.400

57.600

691.200

Médias

4.500

18

81.000

324.000

3.888.000

Pequenas

550

610

335.500

1.342.000

16.104.000

430.900

1.723.600

20.683.200

Totais

manutenção da tendência de queda de quantidade de público em virtude da recessão

Arrecadação Revenue

Valor médio

Público

Semana

Mês

Ano

Ingressos

41,00

430.900

17.666.900,00

70.667.600,00

848.011.200,00

A&B

66,00

430.900

28.439.400,00

113.757.600,00

1.365.091.200,00

Totais

107,00

46.106.300,00

184.425.200,00

2.213.102.400,00

Arrecadação total mostra queda em relação aos anos últimos quatro anos. Entretenimento é um bem de consumo maduro neste mercado, porém não essencial.

Cachês Fees

Público

Festas

Semana

Mês

Ano

Grandes

415.000,00

1,5

622.500,00

2.490.000,00

29.880.000,00

Médias

74.000,00

18

1.332.000,00

5.328.000,00

63.936.000,00

Pequenas

7.200,00

610

4.392.000,00

17.568.000,00

210.816.000,00

6.346.500,00

25.386.000,00

304.632.000,00

Totais

Manutenção da alta do dólar fez com que contratantes optassem por talentos nacionais

Patrocínios* Sponsoring

Público

Festas

Semana

Mês

Ano

Grandes

410.000,00

1,5

615.000,00

2.460.000,00

29.520.000,00

Médias

35.000,00

18

630.000,00

2.520.000,00

30.240.000,00

Pequenas

11.600,00

610

7.076.000,00

28.304.000,00

339.648.000,00

8.321.000,00

33.284.000,00

399.408.000,00

Totais

*Patrocínios, permutas de mídia e bonificação bebidas


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ANUÁRIO 2017

ESTADOS QUE MAIS ENGAJARAM

Ȁ ȁ Ȃ ȃ Ȅ ȅ Ȇ ȇ Ȉ Ȁǿ

WWW.PHOUSE.COM.BR

São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Santa Catarina Paraná Rio Grande do Sul Distrito Federal Bahia Goiás Pernambuco


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ANUÁRIO 2017

entrevista

Guga Trevisani

interview Guga Trevisani

É impossível analisar o momento atual do sólido mercado nacional de artistas e produtores sem mencionar o nome de Guga Trevisani Arturi, cofundador da Entourage – que compreende management de artistas e produção de eventos, onde destaca-se o festival Kaballah e a festa Só Track Boa – esta última, vencedora do Prêmio RMC de Festa Destaque do Ano de 2016. O conglomerado alia uma visão estratégica à ideia de ser um time sempre unido, o que culminou em um dos maiores casos de valorização dos artistas nacionais, mesmo em um período de recessão econômica. Fiquei por dentro das opiniões de Guga sobre este novo mercado que se desenvolve cada vez mais, nesta entrevista exclusiva para o RMC:

It’s impossible to analyze the state of Brazil’s solid market of artists and producers without mentioning the name Guga Trevisani Arturi, co-founder of Entourage. Their team handles the management of artists as well as event production, including the outstanding Kaballah Festival and the “Só Track Boa” party which won the RMC Award for the Stand Out Party of the Year 2016. The conglomerate joins strategic vision with team unity culminating in one of the largest and best examples of building value and appreciation for Brazilian national artists, even while the country is moving through an economic recession. Find out more about Guga’s opinions relating to this new and growing market in our exclusive RMC interview:

“Cada artista deve ser percebido como uma empresa, quanto maior a empresa maior é a necessidade de pessoas e de um trabalho mais estratégico.”


ANUÁRIO 2017

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Quando você começou a trabalhar com bookings? Como era na época? Comecei a trabalhar como agente de forma orgânica quando produzia o festival Kaballah, já em 2005. A presença de artistas internacionais nos meus eventos justificava um envolvimento na construção de turnês com outros contratantes pelo país.

When did you start working with bookings? What was it like

Como surgiu a Entourage? Surgiu de um novo planejamento estratégico da Crash, nossa agência até 2012. O objetivo era ampliar nosso casting para além dos artistas internacionais, juntando nossa operação com algum player que já tivesse esse know-how com talentos locais: a Smartbiz de Fernando Moreno. A operação da Entourage faz jus ao significado de seu nome [“turma” em tradução livre do inglês], amparando todos os tipos de artistas, em todas as áreas de expertise.

It came to life during a strategic planning of Crash, our agency

at the time? I started to work as an agent, organically building sales when I produced Kaballah in 2005. The presence of international artists at my events justified the building of tours with other national groups around the country. How did Entourage come about? until 2012. The objective was to grow our casting strength beyond international talents to encompass players that already had the know-how to work with local Brazilian talents. Smartbiz from Fernando Moreno was a solution. The Entourage operation made sense down to the name, which means “supporting group” translated from English. We support all types of artists, in every area of expertise. In your opinion, why has the Brazilian Market grown even in the midst of a crisis?

Por que, na sua opinião, o mercado brasileiro cresceu tanto mesmo em uma época de crise? No meio dessa crise aconteceu uma coisa muito interessante: surgiu uma leva de produtores que criaram uma estética de som diferenciada. A assimilação pelo público nacional foi enorme e os mercados internacionais abriram os olhos para um país que nunca teve artistas tão fortes. A instabilidade do câmbio também ajudou, no entanto não foi o motivo principal, e sim um componente coadjuvante nessa situação.

In the middle of the crisis something interesting happened; a new group of producers appeared that created a brand new, and different aesthetic to the music. The public’s assimilation of our national music was massive in a market that never had very strong players. The instability of the currency exchange rates helped as well, while not being the principle motive, but it was a key element to success in this situation. As a businessman how do you look for the right information to keep your fingers on the pulse of the market? The heart of the market is a mix of serious professionals whom determine the pulse, speed, and methods of business. To keep

Como empreendedor, como busca se informar para tomar o pulso do mercado? O coração do mercado é um conjunto de profissionais sérios que determinam o pulso, a velocidade e a forma dos negócios. Fazer parte das discussões e estar próximo de cada um deles... não existe forma melhor.

in the know, I need to stay close to each one of these market

O mercado de management parece sempre pouco transparente e agências disputam os maiores talentos. Você acredita que os artistas perdem ao trocar de agência? O mercado de management está começando no Brasil e por estar nesse momento, vejo que a conceituação da profissão é um pouco destorcida por falta de informação e entendimento de qual é o verdadeiro papel do manager. Esse profissional, como em qualquer outra área, precisa ser capacitado para exercer essa função, seja pela vivência ou por ter estudado o assunto. É um papel amplo que vai além do marketing. Acho esse tema muito sensível, a pessoa precisa agir com mais critério para se intitular “manager”. Troca de agência é a coisa mais natural que existe, o relacionamento artista x agência deve ser sempre pautado pelo resultado, se

The management Market in Brazil is just getting started. As the

leaders…there’s no better way to do it. The management Market seems to be not at all transparent, agencies are constantly fighting for the best talents. Do you believe that artists lose something when they switch agencies?

market is in its infancy, the conceptualization of the professions is a little distorted because of a lack of information and understanding of the role of the manager. This professional, as in any other business, needs to be trained to execute their function whether through on the job training or studying the subject. Managing is a very diverse responsibility that goes beyond simply “Marketing”. I think this subject is very sensitive and that an individual must act with discretion when labeling him/herself a “manager”. Changing agencies is a very natural decision to make as the relationship between and artist and an agency must always be guided by results; if they aren’t satisfactory then there is nothing wrong with looking for new options. Today many artists have their own teams. Do you believe that the model of career management has changed?


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ANUÁRIO 2017

este não estiver satisfatório, não existe nada de errado em procurar novas opções.

Every artist must be looked at like a business. The larger the business, the larger the necessity for more team members and strategic planning. This type of management is new in our local

Hoje muitos artistas possuem seus próprios times: você acredita que o modelo de gestão de carreiras mudou? Cada artista deve ser percebido como uma empresa, quanto maior a empresa maior é a necessidade de pessoas e de um trabalho mais estratégico. Esse tipo de gestão também é nova no nosso mercado local, ele é um reflexo do crescimento dos artistas, que nunca foram tão grandes como agora.

market, reflecting the growth of our artists whom have never been such great successes as they are now. When is it worth investing in a career? That depends on the disposition that each artist has. It’s a very personal question and varies from case to case because each career has it’s “moment” for things to start happening. Careers demand time, energy, discipline, patience, and a little bit of luck of course. If you are willing to put yourself through each of these steps then I can tell you it is all worth it.

Quando vale a pena investir em uma carreira? Depende da disposição que se tem. É uma pergunta muito pessoal e varia de caso em caso, pois cada carreira tem um momento para acontecer; ela demanda tempo, esforço, disciplina, paciência e um pouco de sorte, claro. Se você estiver disposto a passar por essas etapas, posso dizer que vale a pena.

What could be better in the Brazilian market today? On the other hand, where are we in front of the rest of the world? Our market could be more cooperative. It’s already a niche market that shouldn’t be so divided; we’re missing that cooperation. On the other hand, I think the capacity we have to resolve problems in very creative manners with very little resources demonstrates our strength and inherent ability that we apply to everything, not

O que poderia ser melhor no mercado brasileiro? E, em contrapartida: aonde estamos na frente? O mercado poderia ser mais cooperativo, visto que é um mercado de nicho, não deveria ser tão partido como é, falta cooperação. Em contrapartida acho que a capacidade que temos de resolver problemas de forma criativa e com poucos recursos é algo que nos dá uma diferenciada. É inerente do Brasileiro e se aplica em tudo, não somente no nosso mercado.

just our market.

“Acho que a capacidade que temos de resolver problemas de forma criativa e com poucos recursos é algo que nos dá uma diferenciada.””


ANUÁRIO 2017

anúncio

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ANUÁRIO 2017

O Estado: Amigo ou Rival? The State: a Partner or a Rival? NEM MELHORES AMIGOS, NEM INIMIGOS. A RELAÇÃO ENTRE EVENTOS DE MÚSICA ELETRÔNICA E AS AUTORIDADES TRAZEM MUITAS NUANCES E PROBLEMÁTICAS SOCIOCULTURAIS QUE ILUSTRAM O VIGOR DE NOSSA CENA E A MANEIRA COMO ELA É VISTA PELA SOCIEDADE COMO UM TODO. NEITHER BEST FRIENDS, NOR ENEMIES. THE RELATIONSHIP BETWEEN ELECTRONIC MUSIC EVENTS AND AUTHORITIES BRINGS MANY NUANCES AND SOCIAL-CULTURAL PROBLEMS THAT ILLUSTRATE THE STRENGTH OF OUR SCENE AND THE WAY IT IS VIEWED BY SOCIETY AS A WHOLE. Jade Augusto Gola

A cultura costuma ocorrer às margens do poder público. Espontânea, globalizada, de certa forma burguesa e um tanto autossuficiente, a música eletrônica não é das expressões culturais mais conhecidas por ligações estatais. É só notar como não foram agências de fomento ou instituições oficiais que fizeram acontecer as mais importantes pistas de danças e eventos da cena brasileira. Mas como expressão cultural que toma lugar na sociedade, a relação com as autoridades acaba se dando de um jeito ou de outro, para o bem ou para o mal. E essa relação vai muito além dos clubes noturnos, que com questões como alvarás, lei do silêncio, segurança e gentrificação, costumavam dominar essa relação entre música eletrônica e poder público. Fatos recentes mostraram como essa problemática transita por outros aspectos, espaços e eventos de música eletrônica. Em 2016, não faltaram exemplos e particularidades da relação desta cena com as autoridades, em festivais, pistas itinerantes e, particularmente, na efervescente onda de festas de ruas e ocupações que tem acontecido em diversas

Cultural manifestations usually occur on the margins of public power. Spontaneous, globalized, somewhat bourgeois and self-sufficient, electronic music is not one of the cultural expressions best known to count on the State. The lack of public funding or from other official institutions for producing the most important dance tracks or in organizing the events that make the Brazilian scene “happen” is a known fact. Nevertheless, as a form of cultural expression that takes place in society, the relationship with authorities occurs in one way or another, for better or for worse. This relationship goes far beyond nightclubs and issues such as permits, the law of silence, security and gentrification, which used to dominate that of the relationship between electronic music and State power. Recent events have shown how this issue permeates other aspects, spaces and events of electronic music. In 2016, there were many examples and peculiarities of the relationship between the scene and authorities, festivals, dancefloors and, particularly, the effervescent street and squat parties trend that has been taking over several capital cities.


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ANUÁRIO 2017

capitais. Alisson Demetrio Ultra Music Festival Brasil

Um episódio emblemático em 2016 foram os perrengues que o festival Ultra Brasil passou buscando para realizar sua primeira grandiosa edição no Rio de Janeiro, em outubro. Anunciado inicialmente no Aterro do Flamengo, o local foi vetado pelo Iphan, o instituto do patrimônio histórico. Depois, o Ultra bookou a Quinta da Boa Vista, local que também foi vetado, às vésperas de sua realização, não só pelo Iphan novamente, mas também pelo Ibama e pela Justiça Federal, com a justificativa que os beats iam prejudicar o Museu Nacional, Zoológico e os parques do espaço. Por fim, o evento foi realizado com sucesso de última hora, no Sambódromo, com quase 60 mil pessoas nos dois dias de festa. Para os produtores do Ultra Brasil, tratou-se de preconceito por ser um evento de música eletrônica. Em comunicado divulgado a patrocinadores e em entrevistas, eles ponderam como pode uma festa de dance music ser vetada na Quinta da Boa Vista,

An emblematic episode in 2016 was the red tape that the Ultra Brasil festival had to cut through in October when looking for a place to host its grandiose first edition in Rio de Janeiro. Announced initially to be held at Aterro do Flamengo, the permit for the location was denied by Iphan, the institute of the historical patrimony. Then, Ultra booked Quinta da Boa Vista, a place that was also vetoed on the eve of the festival, not only by Iphan again, but also by Ibama and the Federal Court, with the justification that the beats would cause damage to the National Museum, Zoo and Space Parks. Finally, the event was moved in the last minute to the Sambódromo, receiving almost 60,000 people during the two days of celebration. To the producers of Ultra Brasil, it was an episode of prejudice against electronic music events. In a statement released to sponsors and in interviews, they pondered why a dance music party was banned at Quinta da Boa Vista, while events with


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ANUÁRIO 2017

enquanto eventos de samba, gospel e do não menos estridente funk carioca ocorreu por lá sem problemas. Logo após o veto ao Ultra no local, a justiça liberou uma festa de aniversário do supermercado Carrefour para 100 mil pessoas, como despacho dizendo como, ao contrário do Ultra, essa não era uma festa de bateestaca! As evidências apontam para a má vontade das autoridades, que veem qualquer expressão cultural de música eletrônica como “rave” de gente doida. De todo modo, o Ultra Brasil 2017 está confirmado no Rio de Janeiro, novamente no Sambódromo, dias 12, 13 e 14 de outubro. Com um evento que gerou mais de 2000 empregos diretos, agitou o turismo e a agenda cultural de uma cidade e um estado quebrados financeiramente, com organização em que todas as autarquias e demandas oficiais foram respeitadas, esse pingue-pongue das autoridades denota preconceito, um estigma com apoio da grande mídia. O jornalista Ricardo Boechat noticiou o veto da Quinta da Boa Vista ao Ultra Brasil chamando o evento de “predador”. De todo modo, com a realização confirmada e o sucesso do evento, fica a lição de que é preciso sambar em dobro para armar uma grande festa de música eletrônica, e que as autoridades ainda precisarão ser muito educadas neste sentido.

samba, gospel and the no less hedonistic funk carioca had occurred there without any problems. Soon after the Ultra veto, Carrefour supermarket was granted a permit to host its birthday party for 100,000 people, with an announcement claiming that unlike Ultra, it would not be an electronic music party! Evidence points to the ill will of the authorities, who see any cultural expression of electronic music as a “rave” attended by lunatics. In any case, Ultra Brasil 2017 is confirmed in Rio de Janeiro, again in the Sambódromo, on October 12, 13 and 14. The event generated more than 2000 direct jobs, helped tourism and the cultural agenda of a financially broken city and state, as well as respected local authorities and official demands. This “ping-pong game” practiced by the authorities denotes prejudice, a stigma, with the support of the mainstream media. The journalist Ricardo Boechat reported the veto of Quinta da Boa Vista to Ultra Brazil calling the event “predatory”. By any standards, with the confirmed performance and the success of the event, the lesson is that in order to put together a great electronic music festival a double effort has to be made, and the authorities still need to be educated in this sense.

Alisson Demetrio Carnaval Eletrônico Curitiba


ANUÁRIO 2017

A dupla de DJs Selvagem está à frente de um dos coletivos de festas itinerantes mais amados do eixo Rio-São Paulo. Millos Kaiser, um dos DJs, explica como para uma festa menor, de frequência mensal e/ou semanal, é muito mais fácil se esquivar de preconceitos e burocracias do poder público. “Eles não ajudam, mas também não atrapalham”, resume. “Não sei se (as autoridades) sabem da existência da Selvagem, mas com certeza conhecem todo esse movimento de festas na rua, até porque é difícil não reparar neles”, completa. Millos diz que não é de praxe comunicar o poder público da realização das festas, e que tampouco deveria “ser dever do Estado ajudá-las”. Em São Paulo, eventos como Virada Cultural e SP Na Rua escalam os coletivos de festas e legitimam o reconhecimento das autarquias sobre esses eventos, e Millos opina que esse é um movimento importante para a Prefeitura e afins legitimarem a existência dos coletivos e o fato de que as autoridades sabem que se arma pistas na rua e em locais diversos. Cashu e Laura Diaz comandam outro coletivo de SP, a Mamba Negra, e suas palavras atentam para como a alternância de políticos e suas subsequentes ideologias podem interferir na expressão desses coletivos e eventos. “Não podemos deixar que o falso moralismo se oponha a movimentos que surgem da população. Queremos trabalhar, queremos fazer parte desse movimento que está acontecendo nessa cena de São Paulo e em todo lugar. Artistas, coletivos e atuadores: todo o público está começando a entender que estamos juntos nessa história”. O novo prefeito paulistano, João Dória Jr. (PSDB), assumiu trazendo bons nomes para a área cultural da cidade, como André Strum, novo secretário de Cultura que comandava o Museu da Imagem do Som, onde realizou e defendeu a importância de festas de música eletrônica. Mas Dória elegeu os pichadores como algo a ser combatido de sua gestão “ordeira”. É de se pensar o que acarretaria à cena de SP se o vilão do momento fossem festas e som alto, barulho feito por jovens que querem dançar. Em entrevista à Band, Dória foi enfático ao falar mal de “fluxos” (festas) de funk, dizendo serem uma aberração, um desvio moral da juventude. Sinal de alerta ligado: festas de dance music poderiam entrar no mesmo pacote, e a repressão ser instaurada oficialmente e como vitrine política. Neste sentido, vale o alerta ao “falso moralismo” das meninas da Mamba Negra. Festas como a Selvagem e a Mamba fazem edições pagas em lugares itinerantes, e pistas eventuais de graça, na rua, equilibrando assim os orçamentos. Neste caso, a problemática não é na presença de autoridades e na polícia, mas sim de vendedores ambulantes de bebida, que competem com preços módicos com o

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The DJ duo Selvagem are in the front lines of one of the most beloved itinerant party collectives of the Rio-São Paulo circuit. Millos Kaiser, one of the DJs, explains how for a smaller party, with a monthly and/or weekly frequency, it is much easier to avoid prejudices and bureaucracies of the public power. “They do not help, but they do not get in the way, either. I don’t know if [the authorities] know about the existence of Selvagem, but surely they know about this street party movement, because it is difficult not to notice them,” he adds. Millos says it is not customary to communicate about the parties to the authorities, and that it should not “be the duty of the State to help them.” In São Paulo, events such as Virada Cultural and SP na Rua embrace these collectives and the recognition of these events by the local municipalities. Millos believes that this is an important movement so that other authorities can become aware that the streets and other public places can also become dance floors. Cashu and Laura Diaz command another SP collective, Mamba Negra, and their words point out to how changes in administration and ideological conflicts may interfere with the expression of these collectives and events. “We cannot allow false moralism to oppose movements that emerge from the population. We want to work, we want to be part of this movement that is happening in São Paulo and elsewhere. All artists, collectives and stakeholders: the whole public is beginning to understand that we are together in this.” The new mayor of São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), has hired a qualified team with names such as André Strum, the new Secretary of Culture, who used to command the Museum of Image and Sound, where he hosted many electronic music events and defended their importance. But Doria chose to pick a fight against graffiti artists in his “orderly” management. This gives us a hint of what would happen to the scene in SP if the villain of the moment shifted to loud music and parties full of young people who want to dance. In an interview with Band, Doria was emphatic when speaking ill of baile funk parties, saying they are degenerate and a moral deviation of youth. This is a sign that dance music parties could enter the same package, and repression could be officially established as a political spectacle. This is what Mamba Negra meant with their warning of “false moralism”. Parties like Selvagem and Mamba Negra make paid editions in several different locations, and occasional free street editions, which they finance by balancing their budgets. In this case, the issue is not the presence of authorities and the police, but of street vendors, who compete with the official bar offering cheaper options and thus affect fundraising for the collectives - Selvagem has always been one of the more vocal groups in asking the public to consume in official bars at their free street parties.


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bar oficial e, assim, afetam o fluxo de dinheiro da festa – a Selvagem sempre foi um dos coletivos mais vocais no sentido de pedir ao público para consumir em bares oficiais nas suas festas gratuitas de rua. Política como só ela, a cena de São Paulo também tem sido espaço de discussões acaloradas sobre a apropriação de marcas e do mercado nestas pistas de rua – marcas de bebida como Jim Beam e Smirnoff já fizeram eventos simulando as festas de rua, que foram seguidos de muitas críticas por cercarem praças e impedirem a entrada de ambulantes, demandas ditas por eles como obrigatórias por parte da Prefeitura. Quando também não se é delimitado o que é público ou privado, surgem faíscas: ambulantes podem afetar o caixa de uma festa de rua, mas grande parte do público exige o fluxo livre de pessoas – e de bebidas que não do bar oficial, tanto de ambulantes quanto o que se traz de casa. Faz parte da cultura do “rolê”. Mas é justamente a presença muito mais ostensiva do mercado, mais do que do poder público ou de coletivos 100% autônomos, que permitiu a realização de um dos eventos de rua mais agitados da cena eletrônica nacional ano passado: o pré-Carnaval de Curitiba, com quase 80 mil pessoas dançando na rua ao som de DJs como Alok. Diogo Dreyer, diretor de marketing da Bmoov Bands & Brands, que realizou o evento, opina que o poder público deve ser um “condutor que estabeleça regras claras e justas para os grandes eventos”, e não um financiador de festas. “Não se pode ser um ‘concorrente’ para os produtores privados”. Em Florianópolis, festas na rua e em espaços itinerantes é com a Sounds in da City, comandada há anos pelo DJ Allen Rosa, outra boa ilustração da relação entre a organização de festas de música eletrônica e o poder público. “Para que os evento aconteçam, tenho que lidar com mais ou menos 7 secretarias/órgãos públicos”, explica Allen, que diz ter afinado essa relação ao longo do tempo e na persistência de afirmar o evento como uma expressão cultural da cidade. “Essa relação foi se ajustando no jogo de cintura de se adaptar aos limites e na criatividade para bolar soluções para os obstáculos”. Allen finaliza sua receita para botar o DJ na rua: é preciso “conhecimento de como jogar com os parâmetros da burocracia, capacidade de comunicação e flexibilidade de negociação”. Ir além do espaço físico fixo de um estabelecimento, como é o caso de um clube, traz novas versatilidades para lidar com a burocracia. Mas traz ainda grande imprevisibilidade, como mostram os relatos da jovem turma do coletivo 101Ø, que com seu ideário de ocupação do espaço público tem feito nas ruas algumas das festas mais animadas de Belo Horizonte hoje em dia. “Não temos nenhuma ajuda de autoridades públicas, é na cara de pau mesmo”, explica o coletivo, formado por “4 Dj’s residentes, 3 loucos-fazem-tudo, 1 social media e um monte de amigos que têm carro e criatividade”. Neste sentido, a relação mais forte do coletivo com a entidade pública não é com as autoridades, mas sim

Political like no other city, the São Paulo scene has also seen much discussion about brands and market appropriation of these street dance floors - beverage brands like Jim Beam and Smirnoff have held events simulating street parties, which received much criticism for closing off squares and blocking the entrance of street vendors, demands they claim come from the City Hall. When there is no definition of what is public or private, issues arise: street vendors can affect the cash flow of a street party, but much of what is public requires the free flow of people and drinks other than the official bar, whether from street vendors or from home. It is part of the street culture. But it is precisely the presence of the market, more than the public power or the 100% autonomous collectives, that allowed one of the most agitated street events of the national electronic scene last year: the pre-Carnival of Curitiba, With almost 80,000 people dancing in the street to the sound of DJs like Alok. Diogo Dreyer, chief marketing officer at Bmoov Bands & Brands, who held the event, believes that state power should be a driving force that “sets clear and fair rules for big events,” not a party funder. “You cannot be a ‘competitor’ for private producers.” In Florianópolis, itinerant street parties such as Sounds in the City, commanded for years by DJ Allen Rosa, are another good example of the relationship between electronic music parties and the state. “For events to happen, I have to deal with about 7 public offices,” explains Allen, who says that he has refined this relationship over time and has persisted in stating the event as a cultural expression of the city. “This relationship has been a juggling game to adapt to limitations and you have to be creative to come up with solutions to the obstacles.” Allen finishes his recipe for putting DJs on the street: it requires “knowledge of how to play with the parameters of bureaucracy, and communication and negotiation skills.” Overcoming the need for a fixed establishment, such as a club, brings new versatility in dealing with bureaucracy. But it still brings great unpredictability, as shown by the reports of the young 101Ø collective, with its idea of occupying public space hosting some of the most lively street festivities in Belo Horizonte today. “We do not have any help from public authorities, we just do it anyway,” explains the group, made up of “4 resident DJs , 3 crazy do-it-alls, 1 social media account and a lot of friends who have cars and creativity.” In this sense, the strongest relationship between the collective and the public entity is not with the authorities, but with the spaces of the city. “Most people see the street just as a place for passing. We have learned to see that idle spaces should serve as leisure.” After announcing and setting up the party, there are two types of special guests in the in 101Ø; the homeless people with whom they claim to communicate, attending to their needs and refraining from leaving trash in


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“Queremos trabalhar, queremos fazer parte desse movimento que está acontecendo nessa cena de São Paulo e em todo lugar.” - Mamba Negra com os espaços da cidade. “A maioria das pessoas enxerga a rua apenas como um local de passagem. Nós aprendemos a ver de que espaços ociosos devem servir de lazer”. Divulgada e armada a festa, há dois tipos de convidados ilustres nos rolês da 101Ø. Os moradores de rua, com quem eles dizem sempre se comunicar, atentar às necessidades e não deixar lixo no lugar em que eles vivem. E a polícia, que muitas vezes chega antes da festa acontecer. “A gente sempre tenta vencer eles pelo cansaço, baixando o som quando pedem, e aumentando assim que saem. Às vezes temos que desmontar tudo e procurar um novo local em cima da hora, e vamos atualizando no Facebook”, explica o coletivo, concluindo que, no fim das contas, a polícia muitas vezes é tolerante e até indica locais mais apropriados para se botar som. Desde as garantias não muito confiáveis que autarquias importantes dão para a realização de grandes e endinheirados festivais, até na espontaneidade e particularidade organizacional de festas itinerantes ocuparem lugares não propriamente ditos de festa, revela-se aí a delicada relação entre eventos de música eletrônica e o poder público: uma convivência em que não há melhores amigos, mas tampouco inimigos mortais - a não ser quando há mortes. Buenos Aires proibiu grandes shows com “músicas de sintetizador”(!) após vários mortes de jovens relacionadas a drogas no festival Timewarp 2016; e Playa del Carmen, no México, acaba de vetar qualquer tipo de festival de música eletrônica após traficantes balearem e matarem meia dúzia de pessoas no BPM Festival no começo de 2017. Aparentemente, cada caso é um caso e as problemáticas e facilitadores são parte de um jogo que perpassa preconceitos a uma cultura, uma dose de sorte, a importância da segurança, a busca pela legitimidade de expressões culturais e a sagacidade de lidar com a burocracia pública. Todos os produtores culturais, e também o público, devem estar atentos a esses aspectos e entender as nuances delicadas da relação destes eventos com a sociedade como um todo. Informação e educação são essenciais.

their living space, and the police, who often arrive before the party starts. “We always try to beat them at their game, turning down the volume when they ask, and turning it up as soon as they leave. Sometimes we have to take everything down and look for a new place on the spot, and then update on Facebook,” explains the group, concluding that, all in all, the police are often tolerant and even indicate more appropriate places for the sound. From unreliable guarantees that the authorities give to big, expensive festivals, to the spontaneity and organizational peculiarity of itinerant parties in occupying spaces that are not normally considered to host parties, we can see the delicate relation between electronic music events and State power: a coexistence in which they are not best friends, but not mortal enemies either - except when there are deaths. Buenos Aires banned big shows with “synthesizer music” after several drugrelated youth deaths at the Timewarp 2016 festival; and Playa del Carmen in Mexico has just vetoed any kind of electronic music festival after drug dealers shot and killed half a dozen people at BPM Festival in early 2017. Apparently, every case is unique and the problems and facilities are the rules of a game in which we have to deal with prejudices towards a culture and count on a dose of luck, the importance of security, the search for legitimacy of cultural expressions and the ability to deal with public bureaucracy. All cultural producers, and also the public, must be attentive to these aspects and understand the delicate nuances of the relationship of these events with society as a whole. Information and education are essential.

JADE AUGUSTO GOLA Jornalista, DJ e pesquisador musical acadêmico de São Paulo, escreve há mais de 10 anos sobre música eletrônica em portais do gênero e na grande imprensa. Journalist, DJ and music academic researcher from São Paulo, writes for over 10 years about electronic music for specialized and general media.


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Record store O AMOR DOS ENTUSIASTAS PELA CULTURA DO VINIL TEM FEITO O MERCADO CRESCER NO MUNDO TODO THE LOVE OF VINYL CULTURE ENTHUSIASTS GENERATES GROWTH FOR THE MARKET WORLDWIDE Alan Medeiros

No dia 3 de Janeiro desse ano, uma matéria na capa do portal G1 informava que as vendas de discos em vinil haviam batido a sua melhor marca em 25 anos. Até mesmo dentro de uma plataforma de assuntos gerais foi possível observar a empolgação da redação com os dados. O título trazia a palavra “ressurreição” e informações como o protagonismo de David Bowie nas vendas do Reino Unido, que ultrapassaram a barreira das três milhões de cópias em 2016 – um número que representou crescimento de 53% quando comparado ao ano anterior. E tem mais: estudos revelados pela International Federation of the Phonographic Industry informam que realmente o número de pessoas consumindo música nos meios digitais é maior, mas a receita obtida através das vendas em vinil são superiores em relação as obtidas em plataformas mundiais como o YouTube. Nos Estados Unidos, por exemplo, os discos renderam US$ 416 milhões, enquanto o streaming fechou em US$ 385 milhões. Além disso, as lojas de discos estão se multiplicando por toda a Europa e a valorização de DJs que discotecam em turntables tem crescido nos últimos anos.

On January 3, earlier this year, a cover story on G1 portal reported that vinyl records sales of had hit their best mark in 25 years. Even as part of general affairs platform, the editorial’s excitement in publishing this data was palpable. The title included the word “resurrection” and information of David Bowie’s prominence in UK sales, surpassing the three-million-copy mark in 2016 - a number representing a 53% growth compared to the previous year. And there’s more: studies released by the International Federation of the Phonographic Industry report that the number of people consuming music on digital media is truly higher, but the revenue obtained through sales on vinyl are superior to those obtained on worldwide platforms like YouTube. In the United States, for example, the records brought in $ 416 million, while streaming closed at $ 385 million. In addition to that, record stores are multiplying all over Europe and the appreciation for DJs who play on turntables has grown in recent years.

Crescimento de vinis é de 53% em comparação com o ano anterior.


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A cultura do vinil teve seu start em 1948, após um lançamento da Columbia Records, mas o auge de popularidade da mídia foi na década de 90, quando todos os principais artistas do mundo lançavam seus trabalhos em LPs disputadíssimos. Com o crescimento das novas mídias, muita gente apostou que os discos virariam peças de museu. Mas isso está longe de acontecer de fato - e muito disso por conta da música eletrônica e seus representantes.

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Vinyl culture kick started in 1948, following a Columbia Records release, but the media’s popularity heyday was the 1990s, when all of the world’s top artists released their work on fiercely-disputed LPs. With the growth of new media, many bet that records would only be found in museums. But in fact, that is far from happening and that’s mostly thanks to electronic music and its representatives. If artists are currently being recognized in the global electronic music scene because of their refined musical research, especially regarding records, the audience has also played its part in vinyl

Se hoje vemos artistas reconhecidos no cenário eletrônico mundial por conta de uma pesquisa musical apurada, principalmente no que diz respeito a discos, o público também tem sua parcela de responsabilidade nessa valorização. Além de exigir uma técnica mais avançada, a discotecagem no vinil é capaz de oferecer algumas pérolas exclusivas para o dance floor. Gravadoras conceituadas da dance music global lançam músicas somente no formato dos LPs e raridades de produtores talentosos, mas não tão conhecidos, estão escondidas em record shops de cidades como Berlim, Amsterdã, Londres e São Paulo.

appreciation. In addition to requiring a more advanced technique, vinyl DJing is unique in a few of the features it can offer a dance floor. Highly-respected, global dance music record labels, release songs exclusively in LP format and rarities by talented producers, although not famous, are hidden in record shops of cities like Berlin, Amsterdam, London and Sao Paulo. In Brazil, the national record labels’ search for vinyl releases is increasingly significant. Renowned labels such as Playperview, D.O.C., Not For Us and Allnite Music have already put their wax on the market, verifying the positive phase is not exclusive to gringos, and that there’s real interest amongst Brazilians too. The country is the only one in South America with a major press manufacturer

No Brasil, a busca das gravadoras nacionais por lançamentos em vinil é cada vez mais representativa. Labels renomados como Playperview, D.O.C., Not For Us e Allnite Music já colocaram suas bolachas no mercado, comprovando que o bom momento não é exclusividade dos gringos - há interesse verdadeiro dos brasileiros na jogada também. O país é o único da América do Sul com uma fábrica de grande tiragem - a Polysom. Ainda assim, há muito o que fazer para que a produção e tiragem se tornem mais acessíveis.

- Polysom. Still, there is a long way to go to make production and printing more affordable. In addition to all the cultural and historical aspects, the growth of vinyl culture also has an appeal of its own because it is a physical medium that can be played, collected and kept with great affection. Just as a good DJ seeks out a good record, we sought out four Brazilian DJs known for their vinyl sets to talk a little about the singularities they each share with the format, which is as current as ever in 2017. As if that weren’t enough, they’ve also listed their 5 favorite records. Paper and pen in hand because there are some

Além de todo aspecto cultural e histórico, o crescimento da cultura do vinil também possui um apelo diferente por se tratar de uma mídia física, que pode ser tocada, colecionada e guardada com muito carinho. Como um bom DJ pesquisa por um bom disco, selecionamos quatro DJs brasileiros conhecidos por seus sets em vinil para falar um pouco sobre as particularidades do relacionamento de cada um com o formato, que está mais atual do que nunca em 2017. De quebra, eles indicaram seus 5 discos preferidos. Papel e caneta na mão, porque vem dica das boas por aí!

good tips coming your way!


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Kaká Franco Minha relação com o vinil é como qualquer outra que seja longa e duradoura. Vou explicar melhor: uma relação permanente é aquela que possui afeto, ódio, admiração, prestígio, confiança e muitas vezes ela se torna única pois tem suas peculiaridades, como a música que só será encontrada desta forma para ser tocada. Detalhando mais, afeto por eles é o cuidado que tenho em guarda-los, lavá-los e manuseá-los. Ódio é quando algumas versões raras, ou algum lançamento de meu interesse está próximo do sold out nas lojas e me pego com raiva pelo rombo financeiro que me causam, ou também quando eles fazem a agulha dar um pulinho no meio de uma mixagem. Admiração é a qualidade sonora e musical que encontro nessa mídia, prestígio de ter “aquele” vinil muito quisto ou até raro na minha coleção. Confiança é por me garantir a fidelidade de anos: discos de 30 anos atrás ainda me garantem sobrevivência e me dão a certeza de estar investindo na longevidade da minha carreira musical e contribuindo com a cadeia industrial da música eletrônica. E a palavra “única” define-se por si só por conta de lançamentos desejados na categoria vinyl only release onde a única forma de poder tocar a faixa é adquirindo este disco. Meu ranking é este, apesar da dificuldade que é escolher apenas cinco dentre tantos da minha coleção. Mas vamos lá:

My relationship with vinyl is like any other long-lasting affair. Let me explain better: a permanent relationship is one that has affection, hate, admiration, prestige, trust and often it becomes unique because it has its own peculiarities, like music that will only be found on in this format to play. Going even deeper: my affection for them comes through the care I have in keeping them, washing them and handling them. Hate comes through when some rare version, or some release I’m interested in is almost sold out in the stores and I get pissed off at the financial abyss they cause or even when the needle jumps off in the middle of a mix. Admiration is for the sound and musical quality I find in this medium, the prestige of having “that” very coveted or even rare vinyl in my collection. Trust is for guaranteeing loyalty over the years: 30-year old records still help me pay my bills and assure me that I’m investing in my musical career’s longevity and contributing to electronic music’s industrial chain. And the word “unique” is self-explanatory due to the desire of wanting vinyl only releases, where the only way you can play that track is if you purchase the record. These are my Top5, despite the difficult task of choosing only five from my collection. But here goes:

Giorgio Moroder Chase (Casablanca records)

The K-Scope Project Part 2 ep. Eric Kupper Planet K (Tribal America records)

Classic man

No mind games (Nervous records)

Rhythm Controll – My House (Catch a beat records)

Roger S

.Get hi (Strictly Rhythm)


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Ale Reis Minha relação com o vinil é a de um antigo e eterno amor. Comecei tocando com discos nos anos 80, vi surgirem as diversas mídias digitais, mas nada me encanta e me empolga mais do que colecionar e tocar vinil. O sagrado momento da pesquisa e a descoberta de novos discos e labels. As idas infinitas as records shops. O diggin’. O design das capas. O cheiro. O contato físico. Tudo isso faz com que eu ainda sinta prazer em ser DJ e tocar. Falo com certeza, se não fosse o vinil, já teria parado de tocar e estaria apenas produzindo. Difícil escolher apenas 5 discos, mas segue a lista de alguns dos que tenho muito carinho:

My relationship with vinyl is like an ancient and eternal love affair. I started playing records in the 80’s, lived through the various digital media appearances, but nothing delights and excites me more than collecting and playing on vinyl. The sacred moments spent researching and the discovery of new records and labels. The endless visits to records shops. The diggin ‘. The design on the covers. The smell. The physical contact. All this makes being a DJ and playing still a pleasurable activity. I’m certain of one thing, if it weren’t for vinyl, I would have stopped playing and would only be producing. It’s hard to choose only 5 records, but here goes a list of a few I hold great affection for:

Minha relação com o vinil é a de um antigo e eterno amor. (...) O sagrado momento da pesquisa e a descoberta de novos discos e labels. As idas infinitas as records shops. O diggin’. O design das capas. O cheiro. O contato físico.

Basic Channel

Quadrant Dub (Basic Channel records)

Herbert See you on monday (Phono records) Moodymann Black Mahogany (Peacefrog records) Pepe Bradock Burnin (Kif records)

Ron Trent & Chez Damier Morning Factory (Prescription records)


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Tatiana Pimont Aprendi a tocar com CDJ e toquei um bom tempo apenas com essa mídia. Sempre admirei o analógico, dos discos as fotos e toda magia que isso me proporcionava. No final de 2012 comecei a me apresentar com vinil timecode + traktor para estar mais próxima do vinil, até que resolvi vender tudo e investir nos meus primeiros discos analógicos, já que muito da minha pesquisa da época estava me levando para gravadoras que lançavam apenas em vinil. Depois que fiz a primeira compra, não parei mais e até hoje me dedico a essa pesquisa, junto com as digitais. Mesmo devagar e com as dificuldades de conseguir manter esse amor morando no Brasil, vale a pena quando a agulha encosta no disco ou abro um pacote e sinto o cheiro do vinil. Ainda estou em uma eterna evolução, pois mixar nas turntables é bem diferente, mas com certeza vale o esforço e os anos de evolução. Hoje me dedico ao digital e analógico e é assim meu jeito favorito de tocar. Deixo para comprar os discos que lançam apenas em disco e as digitais que lançam nesse formato. Assim tenho 100% de liberdade da construção do set e qual faixa tocar, independente se está no pendrive ou no case. Lista de 5 discos especiais da minha prateleira:

I learned how to mic on CDJs and played on that medium alone for a long time. I always admired the analogue, the records and photos and all the magic that they have to offer. At the end of 2012, I began to play with vinyl timecode + traktor to get closer to vinyl, until I decided to sell everything and invest on my first analogue records, as a great deal of my research at the time was leading me to record labels that only released on vinyl. After I made the first purchase, I never stopped, and to this day I dedicate myself to this research, alongside the digital ones. Even at a slow pace and with all the difficulties that arise in keeping up with this love affair living in Brazil, it’s all worth it when the needle touches the record or when I open a package and smell the vinyl. I’m still eternally evolving, because mixing on turntables is quite different, but certainly worth the effort and the years of evolution. Today, I dedicate myself to digital and analog and that is my favorite way of playing. I buy records when the releases are vinyl only and buy digital when I can find the tracks in that format. That way I am 100% free to build my set and chose what track to play, regardless of whether it’s on the pen drive or in my case. List of 5 special records off my shelf:

Ricardo Villalobos Achso (Cadenza)

Margert Dygas Invisible Circles (Perlon)

Binh Ship Of Imagination Album (My Own Jupiter)

Ricardo Villalobos

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808 The Bassqueen (Lo-Fi Stereo)

Steve O’Sullivan Bluetrain Retrospective (Sushitech)


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Allen Rosa Eu comecei a comprar discos de vinil pela internet por volta de 1998, uma das primeiras aquisições foi o Innerground 001, primeiro disco do selo do DJ Marky. A relação que tenho com os discos desde essa época é de uma paixão indescritível e em alguns momentos até incondicional. Já teve momentos em que abri mão de coisas básicas pra poder comprar discos. O processo de adquirir um disco de vinil cria um laço muito forte entre o DJ e a música. Onde se dedica outro tempo, esforço e atenção a pesquisa, seleção e compra. Com a música nesse formato físico acabo tendo mais intimidade com o case e tenho mais facilidade pra me organizar e encontrar o que preciso encaixar no set. Também gosto da dinâmica simples que ele proporciona, me sinto mais livre ao usar apenas o toque da agulha e das mãos. Aqui estão os meus preferidos:

I started buying vinyl records on the internet around 1998; one of my first purchases was Innerground 001, the first record released on DJ Marky’s label. My relationship with records since then is filled with indescribable and at times even unconditional passion. There have been times when I gave up buying basic things to buy records. The process of acquiring a vinyl record creates a very strong bond between the DJ and the music. It’s a different sort of time, effort and attention dedicated to research, selection and purchase. Owning music in this physical format ends up creating grater intimacy with the record case and I find it easier to organize and find what I need to fit into a set. I also like the simple dynamics it provides, I feel freer using only the touch of the needle and my hands. Here are my favorites:

Cyantific Ghetto Blaster (Sparfunk) / Coming Unstuck

Hideto Omura Love Like This

VA The Roundup Part 2

Frits Wentink Rising Sun, Falling Coconut EP

Dub Phizix And Strategy Buffalo Charge


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DJ Q&A

APROXIMAMOS SETE ARTISTAS DE VÁRIAS PARTES DO BRASIL, E DE DIFERENTES GÊNEROS, PARA TROCAREM INFORMAÇÕES, CURIOSIDADES E EXPERIÊNCIAS WE HAVE GATHERED SEVEN ARTISTS FROM MANY PARTS OF BRAZIL, OF THE DIFFERENT GENRES TO EXCHANGE INFORMATION, CURIOSITIES AND EXPERIENCES Alexandre Albini

VICTOR RUIZ PERGUNTA PARA ALBUQUERQUE VICTOR RUIZ ASKS ALBUQUERQUE

Ricardo Albuquerque é residente do Warung Beach Club e um dos criadores do Radiola Records (núcleo que reúne a cinco anos profissionais ligados ao mercado da música).

Ricardo Albuquerque is a resident of Warung Beach Club and one of the creators of Radiola Records (group that has for the past five years united professionals connected to the music market.) Do you have any ritual, or habit before you play?

Você tem algum ritual ou mania antes de entrar pra tocar? Tenho. Gosto de meditar por pelo menos 10 minutos, esvaziar um pouco a cabeça para informações dispensáveis no set e pensar em coisas positivas.

I do, I like to meditate for at least 10 minutes, to empty the mind a bit to make room for the information needed on the set and to think of positive things. What was the most curious episode you have experienced in a gig?

Qual foi o episódio mais curioso em uma gig? Certa vez eu estava me apresentando e um cara enorme chegou dizendo que era muito fã do meu som, que me acompanhava fazia tempo... Por um instante cheguei a acreditar, pedi licença pra mixar outra faixa, quando ele puxou meu braço e disse: ‘’Parceiro, teria como dar uma moral pra firma? Anuncia no microfone que nós lutadores do Corinthians estamos aqui no camarote da direita! Obrigado!’’ (risos)

Once I was introducing myself and a huge guy came up saying that he was such a fan of my music, that he had been following my work for some time, and pulled my arm and said: “Dude can you help us out, can you say on your mic that we, the fighters from Corinthians (football team and organized supporters from São Paulo) are in the VIP area on the right. Thank you!” (Laughter)


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De que forma o Brasil influencia e/ou inspira no seu trabalho? Sou um apaixonado por música dançante. Percorrer o país apresentando meus sets em lugares tão diferentes me influencia muito, pois tento sempre entender melhor como cada região ou público se movimenta, interage e aceita determinadas linhas de som.

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In what way does Brazil influence and/or inspire your work? I’m in love with dance music. Traveling around the country presenting my sets in such different places influences me a lot, as I always try to understand better how each region or public moves, interacts, and accepts certain types of sounds. How do you see the future of the Brazilian electronic music scene in the next few years?

Como você vê o futuro da cena eletrônica brasileira nos próximos anos? Vejo um amadurecimento evidente. Os DJs estão mais profissionais, as ferramentas para encontrar música evoluem a cada dia e vemos um maior número de artistas tocando bem. Os profissionais do mercado como bookers, managers e imprensa também estão se especializando. Eventos como o RMC reúnem informações importantes pra compreensão do todo. Sou bem otimista quanto a isso!

I see a definite rise in maturity. The DJs are more professional, the tools to find music are evolving every day and we can see a much larger number of artists playing well. The professionals of the market such as bookers, managers, and the press are also getting more skilled. Events such as the RMC unite important information for understanding what’s going on as a whole. I’m very optimistic about this!

ALBUQUERQUE PERGUNTA PARA RHR ALBUQUERQUE ASKS RHR

Alcunha artística de Roniere Santos de Oliveira, o londrinense de 22 anos é mais conhecido por rHr. e produz há pouco mais de três anos, mas já com o apoio de nomes internacionais de peso como Danny Daze.

As the artistic alias of Roniere Santos de Oliveira, the Londrina native (town in the state of Paraná) known as rHr, has been producing for over three years, and already counts with the support of international heavyweights such as Danny Daze. What was your first contact with electronic music?

Como foi seu primeiro contato com a música eletrônica? Foi quando tinha 14 anos. Apesar da pouca idade, eu costumava frequentar festas de black music. Então um vizinho meu mais velho me convidou para ir até um local chamado Lusthaus. Desde então comecei a pesquisar e querer saber sobre diferentes artistas, gêneros, etc.

It was when I was 14. Despite my young age, I used to go to black music parties, so an older neighbor invited me to go to a place called Lusthaus. Ever since then I started to research and wanting to know about different artists, genres, etc. You carry a large influence of breaks in your music. Who are your biggest influences in your style? I think that comes subconsciously due to the fact that my uncles were capoeira fighters and I grew up in that environment until I

Você carrega uma grande influência de breaks no seu som. Quem são suas maiores influências no estilo? Acho que isso vem subjetivamente também pelo fato dos meus tios serem capoeiristas e por eu ter crescido dentro desse contexto até os 10 anos de idade. Com certeza Anthony Rother, Two Lone Swordsmen, Sons of Slaugh, David Carreta, Mathew Jonson, Mas 2008 e Aux88 são algumas das minhas principais influências.

was 10. For sure Anthony Rother, Two one Swordsmen, Sons of Slaugh, David Carreta, Matthew Jonson, but 2008 and Aux88 are some of my biggest influences. How did the partnership with Danny Daze come about? Through a childhood friend of his. One day I finished a song called “Quebrada” and sent it to Deroboter without any intention of releasing it, just for him to hear it. After five minutes he said “that track fits in Danny’s label” and I was like “wow”. Soon after Daze himself called me and that’s how it started.


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Como surgiu sua parceria com Danny Daze? Através de um amigo dele de infância. Certo dia finalizei um som chamado “Quebrada” e mandei para o Deroboter sem pretensão de lançar, apenas para que ouvisse. Passou cinco minutos e ele falou que essa faixa cabia no selo do Danny e eu fiquei tipo “orra”. Logo depois o próprio Daze me chamou e assim começou.

Name three labels you would like to release with in 2017 and why? OMNIDISC, for the friendship with almost all of the artists in the label, and for them having dropped solid material; Viewflex, for being true old-school electro; and Clone Royal Oak, for having released such different material over the years without losing their essence. Since 2017 has been showing itself to be a year of renewed

Indique três selos que gostaria de lançar em 2017 e por quê? OMNIDISC, pela amizade com quase todos os artistas do selo e por estarem lançando materiais sólidos; Viewllex, por ser o verdadeiro electro oldschool; e Clone Royal Oak, por estar a tantos anos lançando materiais diferentes sem perder a essência.

hope, what shouldn’t professionals in the area do, in your opinion? We should not change our desire to make things happen, especially the desire of those who love their professions and work for the scene to really flourish.

RHR PERGUNTA PARA CAT DEALERS RHR ASKS CAT DEALERS

Cat Dealers é um duo carioca que nasceu cheio de suspense e desde então mantém uma evolução constante nas produções, e apresentações em festivais como Ultra Brasil.

Cat Dealers is a carioca duo that arose with a lot of suspense and since then has maintained a constant evolution in their productions and presentations in festivals such as Ultra Brasil. When did you realize that your work would be exactly what

Quando perceberam que o trabalho de vocês seria exatamente esse? Sempre fomos muito ligados à música. Eu [Pedro] toco bateria faz algum tempo, e o Lugui desde que comecei a me interessar por tocar já era viciado em música eletrônica. Começamos a brincar com o Traktor em 2012 e em 2013 passamos a produzir juntos.

it is? We have always been very connected to music. I (Pedro) have played the drums for some time and Luigi, since I started to get interested in playing, was already addicted to electronic music. We started with Traktor in 2012 and in 2013 started to produce together. What do you aim to express with your music?

O que procuram expressar através da música? Queremos mostrar quem somos através das sonoridades que produzimos. Fazer as pessoas sentirem o que a gente sente quando estamos na pista escutando artistas que somos fãs. Não tem sensação melhor do que terminar um set e ver as pessoas extasiadas vindo falar com você sobre o quanto amaram sua apresentação.

We want to show who we are through the sounds that we make, to make people feel what we feel when we’re on the dance floor listening to artists that we are fans of. There is no better sensation than to end a set and see people coming to talk to you ecstatically about how much they loved your presentation. What was your best moment in 2016? Why? Our most emotional moment in 2016 was when we played in

Qual foi o melhor momento de vocês em 2016? Por quê? O momento que mais nos emocionamos em 2016 foi quando tocamos no UMF Brasil. O nosso horário era um dos primeiros do dia, e ao chegarmos lá, não tinha ninguém ainda. Faltando 10 minutos para começar o set, a pista foi enchendo e quando demos início já estava lotada. Ficamos muito felizes de ver que aquela galera toda tinha ido lá tão cedo só para nos ver. Foi animal!

UMF Brasil. Our set was one of the first of the day, and when we got there, there was nobody there yet. 10 minutes before the set began, the floor was filling up with people and when we started it was already full. We were so happy to see that those people had gotten there so early just to see us, it was awesome!


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Quais são as expectativas para 2017 em relação a lançamentos e apresentações? Estamos bastante empolgados. Já começamos o ano com o pé direito, através do lançamento da faixa “Gravity”, em parceria com o Evokings e vocais do Magga. Temos muita música nova para lançar, e se 2016 foi bem positivo, 2017 tem tudo para ser ainda melhor!

What are your expectations for 2017 in terms of releases and presentations? We are very excited, we’ve already started the year on the right foot, through the release of our track “Gravity”, as a partnership with Evoking, with vocals by Magga. We have new music to release and if 2016 was very positive, 2017 looks like it’ll be even better!

CAT DEALERS PERGUNTA PARA GROOVE DELIGHT CAT DEALERS ASKS GROOVE DELIGHT Groove Delight é um projeto musical idealizado em 2009 pela artista paulista Ké Fernandes, que já recebeu suporte de nomes como Ritchie Hawtin, Laurent Garnier, Hernan Cattaneo, Magda, Danny Tenaglia, Martin Roth, Dave The Drummer e Marco Carola. O que o seu trabalho significa pra você? Meu trabalho hoje me ajuda a fazer o que sempre sonhei, que é passar pela vida fazendo com que ela tenha sentido, contando histórias e realmente vivendo. Tento em cada música expressar o amor e o quanto isso é muito valioso pra mim.

Groove Delight is a musical project idealized in 2009 by the São Paulo artist Ké Fernandes, who has already received support from names such as Ritchie Hawtin, Laurent Garnier, Herman Cattaneo, Magda, Danny Tenaglia, Martin Roth. Dave the Drummer and Marco Carola. What does your work mean to you? My work helps me to do what I’ve always dreamed of doing, which is to do something with meaning, by telling stories and really living. I try to express love and how much it is valuable to me in every track. How was your studio routine in 2016?

Como foi sua rotina no estúdio em 2016? Foi bem intensa. Na maior parte do tempo passei mais estudando do que fazendo música. Em 2016 aprendi muitas novidades, e também trabalhei em coisas que vão aparecer esse ano. Acredito que esse esforço para estudar, fazer e refazer os mínimos detalhes vai valer a pena em breve. Como surgiu a vontade de abrir uma gravadora própria? Sempre tive isso como objetivo na minha carreira. Ano passado me reuni com o Felipe Chebib (Robo5) e os meninos do San Marttin para trabalharmos juntos na Space Blank. No começo é tudo mais complicado, então estamos fazendo as coisas com muita calma pra daí sim, daqui um tempo, definir a personalidade da label. Pra que lado pretende levar seu som em 2017 e o que planeja para esse ano? Quero evoluir e melhorar, sem seguir tendências momentâneas. Estamos em uma cena saturada e a ideia nunca é ir pra esse lado. Precisamos que artistas sejam respeitados por terem uma identidade e não por tocarem o que sempre bomba. Por isso estou trabalhando para aprimorar minhas apresentações, com algo ligado ao audiovisual. Passei 2016 observando muita coisa, e quero trazer algo realmente novo.

Pretty intense. I spent more time studying than making music. In 2016 I learned so many new things, and also worked in things that will appear this year. I believe that the effort put into studying, doing and redoing everything the smallest details will be worth it in the long run. How did the desire to open your own recording company come about? I have always had that as a goal in my career. Last year I met up with Felipe Chebib (Robo5) and the boys from San Martin for us to work together at Space Blank. In the beginning everything is more complicated, so we’re doing things at a calm pace and then yes, in a little while, we’ll be able to define the personality of the label. In what direction do you intend to take your music in 2017 and what do you plan for this year? I want to evolve and improve, without following trends. We are in a saturated scene and the idea is to never go that way. We need artists to be respected for having an identity and not for playing what is always a hit.


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GROOVE DELIGHT PERGUNTA PARA ANINHA GROOVE DELIGHT ASKS ANINHA

Aninha iniciou a carreira em 2001. Mantém há quase 10 anos residências em clubs importantes como Vibe e Warung, desempenhando também a função de sócia da agência 24 bit. Diante de todas as mudanças que a cena e o mercado vêm experimentando musicalmente, acredita que isso possa acrescentar ou influenciar algo no seu trabalho como artista e dona de agência? As mudanças são sempre bem-vindas e aprendo muito com isso, porque saio da zona de conforto e me adapto para ao novo. 2017 será um grande ano para a 24 Bit como agência (em breve teremos novidades) e como artista será produtivo. Terei mais lançamentos e darei atenção também ao meu selo AIA Records.

Aninha began her career in 2001. For the past 10 years, she has been a resident in important clubs such as Vibe and Warung, as well working as a partner in 24 bit agency. Do you believe all the changes that the scene and the market have been experimenting musically lately can add to or influence your work as an artist and agency owner in any way? Change is always welcome and I learn a lot from it, because I get to leave my comfort zone and adapt myself for the new year. 2017 will be a great year for 24 Bit as an agency (we have good news soon) and as an artist it will be productive. I will have more releases and pay a little more attention to my label AIA Records. What is your opinion about the electronic music scene in Brazil? I think it’s great; I have no complaints. Things are flowing, the

Qual sua opinião sobre a cena eletrônica brasileira atualmente? Acho ótima; não tenho do que me queixar. As coisas estão fluindo, as pequenas festas voltaram a surgir tanto nas capitais quanto no interior (fundamentais para alimentar e fomentar a cena), projetos bacanas, promoters mais maduros, música e estrutura de qualidade. Você acredita que 2017 será um ano de muitas mudanças sonoras no Brasil? Acredito, e sinto que este ciclo está chegando ao fim. Principalmente porque as produções estão muito iguais e previsíveis. A mesma construção de música, artistas com repertório parecidos... Será natural aparecer uma nova onda, ou outro estilo que desperte interesse das pessoas. Mas estou bem desapegada quanto a isso. Foco no que gosto e trilho meu caminho.

smaller parties made a comeback in the capitals as well as the interior (fundamental for maintaining and fostering the scene), cool projects, more mature promoters, quality music and structure. Do you believe that 2017 will be year of many musical changes in Brazil? Yes, I do, and I feel that this cycle is coming to an end. Especially because the productions are more similar and predictable. The same construction of songs, artists with a similar repertoire… It’s natural for a trends to appear, or other styles that provokes an interest in people. But I’m pretty unattached in that sense. I focus on what I like and make my own path. What are the plans for your career in 2017? Produce, produce, produce, play, play, and play :D

Quais são os planos pra sua carreira em 2017? Produzir, produzir, produzir, tocar, tocar, e tocar :D

ANINHA PERGUNTA PARA VICTOR RUIZ ANINHA ASKS VICTOR RUIZ

Victor Ruiz começou sua carreira artística em 2006, e hoje é uma das grandes referências do techno no Brasil, com várias apresentações no exterior e reconhecimento internacional. Você é um artista com uma grande carreira internacional e marcado por muitas turnês. Além do Brasil, existe algum país que tem aquela sensação de estar “em casa”?

Victor Ruiz began his artistic career in 2006, and today is one of the greatest techno references in Brazil, with many presentations abroad as well as international recognition. You are an artist with a big international career and has toured many places. Other than Brazil, is there any other country that feels like “home”?


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ANUÁRIO 2017

Definitivamente sim: a Alemanha. Desde a primeira vez que fui pra tocar e passar um tempo, é o país que mais me sinto em casa. Adoro a cultura, o povo, a língua, a comida, a música e tudo mais que há por lá.

Definitely, yes: Germany. Ever since the first time I went to play and spend some time, it is the country where I most feel at home. I love the culture, the people, the language, the food, the music and everything else there.

Na hora de produzir, sempre temos uma parte em que somos mais exigentes na música, seja um timbre ou uma linha de baixo. Você tem isso também? Sou prático na hora de produzir, porém, algumas vezes, tanto na parte criativa geral, quanto na hora de achar o timbre/som certo, posso levar bastante tempo. Mas se eu ficar martelando muito em algo, sei que dali não vai sair uma faixa especial. As melhores acontecem sem esforço e geralmente (pelo menos a ideia principal) é criada em algumas horas.

When we produce, there is always this part of us that is more demanding in the song, regarding either a timbre, or bass line. Do you have this too? I’m practical when I produce. However, sometimes, in the creative part in general, or when I have to find the right timbre or sound, I can take a lot of time. But if I keep on insisting on something, I know that it won’t be a special track. The best ones happen without effort and generally (at the least the main idea) are created within a few hours.

Falando em produção, o que te inspira? Meditação, natureza, conversas, shows, Any, família, viajar... Enfim, tudo que acrescente na minha vida me inspira em meu trabalho. Se fizesse uma festa hoje, quem estaria no line-up? É difícil escolher, pois não gosto do conceito de colocar 30 artistas com cada um tocando apenas uma hora. Seria algo do tipo: Laurent Garnier, Adam Beyer, Sven Väth, Egbert b2b Secret Cinema, Julian Jeweil, Sam Paganini, D-Nox, Stephan Bodzin, Maceo Plex... Cada um fazendo um set com duas ou três horas pelo menos. Seria incrível!

Groove Delight

Victor Ruiz

RHR

Aninha

Speaking of production, what inspires you? Meditation, nature, conversations, concerts, Any, family, traveling... basically anything that adds something to my life inspires my work. If you were to have a party today, who would be in the line-up? It’s hard to choose, because I don’t like the idea of putting 30 artists together with each one only playing for an hour. It would be something like Laurent Garnier, Adam Beyer, Sven Väth, Egbert b2b Secret Cinema, Julian Jeweil, Sam Paganini, D-Nox, Stephan Bodzin, Maceo Plex, each one doing a set with two or three hours at least. That would be amazing!

Albuquerque

Cat Dealers


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O som do Brasil em 2016 BRAZILIAN MUSIC IN 2016

Felicio Marmo Pablo Escajeado The Drone Lovers

Em um ano de crise financeira no país, a geração clubber foi às

In a year of financial crisis for Brazil, the clubber generation took to

ruas para dançar e buscar uma nova maneira de se expressar

the streets to dance and seek a new form of expression. In the larger

e, em grandes capitais, a cena undergound se fortaleceu

capitals, the underground scene grew stronger with autonomous

através da criatividade autônoma aliada a alta procura do

and independent creativity along with a great demand for street

público por movimentos de rua.

movements by the public.

Na cidade de São Paulo, que é dos maiores polos culturais da

São Paulo, one of the largest cultural hubs of Latin America, has

América Latina, as festas de ocupação passaram a acontecer

been holding squat parties with more frequency. There have also

com frequência maior. Inúmeros eventos independentes foram

been numerous independent events with international artists

realizados para mais de 3 mil pessoas com a presença de

with more than three thousand people, as well as the municipal

artistas internacionais e o festival SP Na Rua, realizado pela

government-funded street festival SP na Rua. In one of its biggest

Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, teve uma de

editions, this festival hosted more than 25 collectives in São Paulo’s

suas maiores edições com 25 coletivos reunidos no centro

historical dowtown area: XXXBórnia, Vampire Haus, Dsviante,

da cidade: XXXBórnia, Vampire Hous, Dsviante, ODD e Dûsk,

ODD, Dûsk, among others, who raised the flag for electronic music

entre outros, levantaram a bandeira da música eletrônica e do

and hedonism.

hedonismo. Capslock and Mamba Negra, collectives established long before Estabelecidas no cenário muito antes de o ano ter começado,

the year began, also presented some new developments. The

a Capslock e a Mamba Negra tiveram outras novidades. Os

“clans” began to manage their own releases in order to broadcast

clãs passaram a gerenciar lançamentos próprios, afim de

the São Paulo “transgressions” to DJs all over the world. We have

transmitir a transgressão paulista para DJs do resto do mundo.

seen the rise of the Mamba Rec label, whose Youtube channel

Vimos o surgimento do selo Mamba Rec que apostou em

launched Teto Preto’s “Gasolina” music video, which also saw a

um canal de Youtube para lançar o videoclipe de “Gasolina”

vinyl pressing. Paulo Tessuto and his group has also released the

do Teto Preto e um vinil esteve na prensa. Já o núcleo de

label MEMNTGN in April and their first release, “Traumatesado”

Paulo Tessuto colocou pra girar o selo MEMNTGN em abril

was distributed internationally.

e o primeiro release “Traumatesado” já saiu com distribuição internacional.


ANUÁRIO 2017

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Brasilidades bricoladas BRAZILIAN BRICOLAGE

A musicalidade, o swing e o DNA da black music brasileira ganharam sets de DJs em diversos festivais pela Europa na temporada de 2016. Em clima de resgate, os acordes nostálgicos também estiveram em sintonia com a produção de artistas brasileiros que descontroem canções tradicionais para novos tempos. Nessa frente, o já citado Teto Preto foi um act marcante, trazendo dose poderosa de brasilidade mesclando vocal em português, percussão afro e trombone à synths e drum machines. O remake do quarteto para “Já Deu Pra Sentir” do compositor Itamar Assumpção elevou o nível de produções nacionais esse ano. Nessa onda não dá pra esquecer de mencionar os edits e a disco brasileira do Fatnotronic e também da dupla Selvagem. Esta última apareceu com um lançamento em vinil em parceria com o carioca Carrot Green sampleando Geraldo Vandré de 1964.

The musicality, swing and DNA of Brazilian Black Music were present in DJ sets in a large number of festivals in Europe in the 2016 season. In a revival atmosphere, nostalgic chords were in line with Brazilian productions from artists who deconstructed traditional songs for the current mindset. In this front, the aforementioned Teto Preto was a memorable act, bringing a powerful dose of Brazil, mixing vocals in Portuguese with African drums and trombone to synths and drum machines. The quartet’s remake of “Já Deu Pra Sentir”, by composer Itamar Assumpção raised the bar for national productions this year. From this wave, one must not forget to mention the edits and Brazilian disco of Fatnotronic, as well as the duo Selvagem. The latter partnered with the Rio de Janeiro native Carrot Green, sampling Geraldo Vandré from 1964.

Radar techno / house O som do Brasil também foi de melodias expressivas encontradas no trabalho de Blancah. A produtora de techno étero mostrou-se um caso de artista completa e preocupada com tudo; cria, compõe, desenha artwork, canta e dança. Outro músico polivalente deixou seu nome nos line-ups mais cobiçados: Antonio Eudi. Aproximando house e techno, o paulista conseguiu se reposicionar com a faixa “Your Eyes”. Articulada pelo ótimo selo brazuca Sublime, desde então só vieram pedradas sob o novo nome, Eudi. De Recife, além de uma edição do Boiler Room, vimos surgir a label de techno Not Another esse ano. O selo deu seus primeiros passos lançando artistas como Sonic Future e Shades Of Light. Mas um ponto fora da curva veio de Belo Horizonte com o projeto de Chris Quites, Psicoff. O primeiro álbum foi lançado este ano e produzido pelo midas dos estúdios Dudu Marote, estreou na Apple Music em incrível 9º lugar no chart de eletrônico. Para o mineiro, é possível produzir house e techno a partir da gravação de fenômenos como explosões solares, ecos de meteoros e até ondas de hidrogênio. Sempre atento ao que há de novo e de mais relevante no 4x4 de vanguarda o selo D-Edge Records abraçou o EP “Take Off” da ousada dupla Mumbaata (Lennox e Pedro Poyart) com Leo Janeiro, e também colocou esforços no álbum “Youniverse”, segundo de Renato Ratier, mais orgâmico e introspectivo que o anterior, “Black Belt”. Depois de dois anos sem lançar, o duo Bleeping Sauce esteve na ativa com seu techno-pop, soltou o EP “W19” pelo Warung Recordings e saiu em turnê pelo país no segundo semestre. A faixa carro-chefe “What You Gonna Do” veio com remix do Gui Boratto. Outro retorno celebrado foi o do Database que resolveu reunir material de 10 anos em forma de debute álbum, “Vivid Exposition”. O disco teve produção do DJ White Shadow, conhecido por ter trabalhado com Lady Gaga, e conta com participações de French Horn Rebellion, Tidal Caves e Aldo the Band.

There have been expressive melodies in Brazilian music this year especially in the work of Blancah. The ethereal techno producer has proven to be a complete artist involved in every aspect of her craft: creation, composition, art design, as well as vocals and dance. Another versatile musician who has made appearances in the most in-demand line-ups is Antonio Eudi. By approximating house with techno, the São Paulo native was able to reposition himself with the track “Your Eyes”, articulated by the excellent Sublime label. Since then he has released only amazing beats under his new name, Eudi. From Recife this year, apart from an edition of Boiler Room, we have seen the arrival of the techno label Not Another. The label took its first steps releasing artists such as Sonic Future and Shades of LIght. The Belo Horizonte native Chris Quites’s project Psicoff, on the other hand, represents a deviation from that trend. His first album was produced by the Midas of the studio Dudu Marote and released through Apple Music, reaching an incredible 9th place in the electronic charts. He has shown us that it is possible to produce house and techno from the recording of phenomena such as solar explosions, meteor echoes, and even hydrogen waves. Always attuned to the newest and most relevant in 4x4 avant-garde, the D-Edge Records label embraced the EP “Take Off” by the daring duo Mumbaata (Lennox and Pedro Poyart) with Leo Janeiro, and also put effort into the album “Youniverse”, Renato Ratier’s second release, which is more organic and introspective than his previous Black Belt. After two years without new releases, the duo Bleeping Sauce is back in action with their techno-pop. They dropped the W19 EP through Warung Recordings and went on a national tour during the second semester. The main track “What You Gonna Do” comes with a remix by Gui Boratto. Another celebrated return was of Database, who decided to compile their material produced in the past 10 years to form their debut album, Vivid Exposition. It was produced by DJ White Shadow, known for working with Lady Gaga. It also features French Horn Rebellion, Tidal Caves and Aldo the Band.


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ANUÁRIO 2017

Outro debutante, o The Drone Lovers lançou seu primeiro álbum de estúdio, “End of Civilization” misturando techno, house e pop. A banda de Érica Alves, Davis e Zopelar teve suporte do label Ganzá, da encorpada Skol Music.

Another debut came out from The Drone Lovers, who released their first studio album, End of Civilization, mixing house, techno and pop. The band, Érica Alves, Davis, and Pedro Zopelar, had the support of Ganzá, from Skol Music.

Brazilian Bass x Bass House Uma hashtag e duas cenas diferentes usando o mesmo discurso. De um lado, Alok com técnicas subgraves criou um diferencial para o house mainstream, uma fórmula sonora que rendeu... Mas esta, de “nome equivocado”, segundo Zegon, quem do outro lado defendeu o Brazilian Bass como a soma de todos os movimentos populares ligados a bass music feitos no Brasil. Posicionamentos à parte, esta disputa colocou uma lupa de aumento no que a molecada de cerca de 20 anos curtiu produzir esse ano: o grave. O DJ e produtor do Tropkillaz apresentou diversos novos talentos brasileiros do “guardachuva” bass em coletânea lançada pela Skol Music: Flying Buff, Vini, Ruxell, Braap, Leo Justi e Marginal Man foram alguns.

A hashtag and two different scenes using the same discourse. On the one hand there is Alok with his sub-bass technique, which has created a differential for mainstream house, a sonic formula that has seen quite a lot of production. However, this formula received a “mistaken name” as Zegon puts it. Zegon, on the other hand defended Brazilian Bass as a sum of all of the popular movements connected to bass music produced in Brazil. Positions aside, this dispute has highlighted the increase of what the 20-something youth enjoyed producing this year: bass sounds. The DJ and producer of Tropkillaz presented many new Brazilian talents from the bass “umbrella” in a collection released by Skol Music: Flying Buff, Vini, Ruxell, Braap, Leo Justi. Marginal Man, among others.

Além do feito com a “Buuum Beats”, o projeto de Zegon e Laudz debutou pela Mad Decent, selo criado pelo Diplo em 2005, e realizou diversas turnês internacionais no ano. Outros nomes que criaram boas pontes entre trap, EDM e future bass ainda estiveram fora dos holofotes, mas vão dar o que falar: Iccarus e Marc Zmile.

Besides the production with “Buuum Beats”, Zegon and Laudz’ project debuted through Mad Decent, a label created by Diplo in 2005, and they have gone extensively on international tours during the year.

Já explorando texturas menos previsíveis, o selo Beatwise se manteve na ativa com lançamentos de Cesrv, Safo e Anshu Sound. Novos caminhos de nuances abstratas pro futuro do trap e que tem a soma de uma mulher como porta-voz: Bad$ista. A produtora teve sua faixa “Loca” inserida na coletânea “Buuum”, inovando ao mesclar ritmos mais lentos como chill trap e funk carioca. Assim como ela, o selo carioca BRUK surgiu captando bem o espírito do tempo jogando luz sobre Neguim, Lossio, Atman e vários outros em duas compilações em 2016.

Other names that have bridged the gap between trap, EDM and future bass are not in the spotlight yet, but will definitely make some noise: Iccarus and Marc Zmile. The Beatwise label has been exploring less predictable textures, and have been keeping busy releasing Cesrv, Safo, and Anshu Sound. New, abstract, nuanced paths for the future of trap has a woman as a spokesperson: Bad$ista. The producer released her track “Loca” in the “Buum”collection, bringing innovations by mixing slower rhythms like chill trap and carioca funk. The carioca label BRUK has also appeared, capturing the spirit of the times as well as shedding light upon Neguim, Lossio, Atman and many others in two compilations in 2016.

Alisson Demetrio BRAZILIAN BASS RJ



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ANUÁRIO 2017

entrevista

Gilles Peterson: música para brasileiro ver

Em entrevista exclusiva, o DJ apaixonado por música brasileira ressalta a importância da curadoria musical e a necessidade de experimentar na pista.

interview

Gilles Peterson: Brazilian music affair

In an exclusive interview, the DJ with a passion for Brazilian music emphasizes the importance of music curatorship and the need to experiment on the dance floor.

Camilo Rocha

Gilles Peterson nasceu na França e foi criado e iniciou sua carreira profissional na Inglaterra. DJ, produtor, personalidade do rádio, dono de gravadora, curador, Peterson hoje só pode ser definido como uma figura global. Não apenas porque o que ele faz reverbera por inúmeros países do mundo, mas também porque ajuda a divulgar a música de países diversos. Não é à toa que sua rádio online se chama “Worldwide FM”, ou “FM mundial”: Gilles Peterson funciona há anos como um entroncamento de música do planeta.

Gilles Peterson was born in France but was raised and began his professional career in England. A DJ, producer, radio personality, record label owner and curator, nowadays Peterson can only be defined as a global figure. Not only because what he does reverberates across countless borders worldwide, but also because it helps spread the music from a multiplicity of countries. It comes as no surprise that his online radio is therefore called “Worldwide FM”: Gilles Peterson has been a verifiable hub for this planet’s music for years now.

Alguns países, entretanto, recebem um carinho especial. Cuba, por exemplo. Em 2009, ele participou do desenvolvimento de uma plataforma de lançamento de novos talentos cubanos chamada Havana Culture, um projeto com a marca de rum Havana Club. Da parceria, nasceram quatro álbuns e três turnês.

Some countries, however, have a special place in his heart. Cuba, for example. In 2009, he participated in the development of a platform for launching new Cuban talent called Havana Culture, a project carried out with the rum brand, Havana Club. From that partnership, four albums and three tours were born.

O Brasil é outro favorito. O interesse de Gilles por nossa música remonta aos seus tempos de DJ de rádio pirata de Londres, em meados da década de 80, e prosseguiu durante seus muitos anos na Radio One, da BBC. Nesse meio tempo, Gilles veio tocar no Brasil uma porção de vezes, assinou coletâneas com sons da nossa terra e vem tocando o projeto Sonzeira ao lado do produtor Kassin, que em seu primeiro álbum trouxe convidados do quilate de Elza Soares, Marcos Valle, Mart’nália e Seu Jorge. O segundo álbum do Sonzeira veio no ano passado, com reinterpretações do clássico álbum de afro-sambas do maestro José Prates, “Tam... Tam... Tam...!” Em meio à sempre apertada agenda, Gilles falou conosco por 20 minutos no Skype antes de partir para mais uma turnê, desta vez para Índia e África do Sul. Entre as novidades, a possibilidade de um convidado brasileiro muito especial no próximo álbum da Sonzeira.

Brazil is another of his favourites. Gilles’ interest in our music dates back to his days as a pirate-radio DJ in London in the mid1980s and continued throughout his many years on BBC Radio One. Along the way, Gilles has played in Brazil several times, he has signed collections with our local music and has been running the Sonzeira project with producer Kassin, which in its first album brought in heavyweight guests the likes of Elza Soares, Marcos Valle, Mart’Nália and Seu Jorge. Sonzeira’s second album was released last year, with reinterpretations of maestro José Prates’ classic afro-samba album, “Tam ... Tam ... Tam ...!” Finding the time in his constantly-tight schedule, Gilles spoke with us for 20 minutes on Skype before leaving for another tour, this time in India and South Africa. Amongst the news, the real possibility of a very special Brazilian guest on Sonzeira’s next album.


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ANUÁRIO 2017

a conexão da música eletrônica em um lugar paradisíaco laroc sunset club - valinhos, sp follow us /larocclub /larocclub

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ANUÁRIO 2017

Quando você percebeu que ganharia a vida com música?

When did you realise you could make a living from music?

Durante bastante tempo, não estava claro para mim que música seria uma maneira de ganhar a vida. Acho que só quando tinha perto dos 30 anos percebi que não precisaria voltar para um emprego normal. Quando isso aconteceu eu já tinha encabeçado alguns selos musicais e feito bastante coisa (risos). Era uma época diferente, onde não havia ainda a cultura DJ que poderia te dar a segurança do emprego. Um dos motivos de eu ter selos musicais e o programa de rádio era porque não poderia ser apenas um DJ. Eu tinha um emprego na indústria da música, vendia meus discos de modo independente, mas por uma boa parte do tempo, entre 1990 e 2002 eu era um funcionário da gravadora Universal, em Londres. Meu selo Talkin’ Loud era subsidiário da Universal, mas eu trabalhava também como funcionário deles e foi assim que pagava meu aluguel e a hipoteca da minha casa. O resto eu gastava com discos, é claro (risos).

It wasn’t until my late twenties that I realized that I wouldn’t have to go back to doing a normal job. By then I already had a few record labels and I’d done quite a lot (laughs). It was a different time, a time when you didn’t have the kind of DJ culture that gave you [financial] security. One of the reasons I ran record labels and did radio shows was because I couldn’t only be a DJ. I had a job in the music industry, sold my records independently but for most of the time between 1990 and 2002, I was working for Universal Records in London. I had my own label, Talkin’ Loud, within Universal, but I was also their employee and that’s how I paid the rent and the mortgage. The rest was being spent on records, of course (laughs).

Você se projetou no meio da explosão do acid house, só que tocando jazz, música latina, brasileira. Não se sentiu tentado a ser um DJ de house? Eu sempre fui o cara da pista dois. Quando estourou a house, eu estava discotecando com todos os pioneiros, como Danny Rampling e Paul Oakenfold, sempre na pista mais experimental. Tocava discos de house também, no meio de várias coisas diferentes, só tocava eles de um jeito diferente. Minha abordagem com relação a música era diferente. Comecei a tocar mais house com o tempo. Você acaba percebendo que tem certos lugares em que não dá para não tocar variações de house, especialmente em lugares como Ibiza ou o festival Sónar. Você chegar num lugar assim e é “meu Deus tem 5 mil pessoas na minha frente”. Dá até para tocar um ou outro disco estranho, mas tem que ter uma batida regular para que eles curtam. Qual foi o disco que iniciou sua longa relação com a música brasileira? Um disco muito influente para mim foi “Brazilian Love Affair”, do [músico de jazz] George Duke. Saiu em 1980, eu tinha 16, e a faixa principal foi um hit pop no Reino Unido, e tinha esse sabor brasileiro. Tinha muita coisa boa fazendo sucesso na época. Na escola, eu cresci como um fã de jazz-funk. Na Inglaterra, na época, você tinha que ser parte de alguma tribo na escola, então você se tornava mod, punk ou metaleiro. Minha escolha foi ser um “soulboy”, curtia bandas como Light of the World e Hi-Tension. Havia discos tocados por DJs dessa cena que acabavam virando hits e “Brazilian Love Affair” foi um desses discos. Daí eu comprei o álbum e esperava que ele fosse igual ao single, mas ele tinha muitos sons e artistas brasileiros autênticos. Foi aí que conheci Milton Nascimento, Airto e Flora Purim, por exemplo. Esse disco abriu as portas desse universo para mim. Muitos DJs famosos são celebrados por bombar multidões na pista, mas você muitas vezes é associado mais à pesquisa e curadoria de sons e mesmo gêneros pouco conhecidos. O que é ser DJ para você? A coisa principal para mim sobre discotecar sempre vai ser fazer uma festa, se divertir, e se jogar. Os DJs que sempre gostei eram DJs que fundamentalmente fazem isso e eu ainda faço; gosto de fazer as pessoas se divertirem. Todos os DJs de que gosto sempre foram de certa forma subversivos e sempre tentavam maneiras diferentes de sair da normalidade. Lembro

You stood out amidst the acid house explosion, only you were playing jazz, Latin and Brazilian music. Were you ever tempted to become a house DJ? I was always the guy playing in the alternative room. When House exploded, I was DJing with pioneers like Danny Rampling and Paul Okenfold, but on the more experimental dance floor. I did play house records, amongst a variety of other things, I just played them differently. I had a different approach to music. Eventually I started to play more House and realized that there were places I couldn’t really get away with not playing variations of House, especially places like Ibiza or Sónar. You get to a place like that and realize, “Oh my God, there’s 5 thousand people in front of me.” You can get away with the odd weird record but it has to have a regular beat for the crowd to enjoy it. What was the record that started this long-lasting relationship you have with Brazilian music? A very influential record for me was “Brazilian Love Affair”, by [jazz musician] George Duke. It came out in 1980, I was 16 and the main track was a hit in England and it had this Brazilian flavour. There was a lot of good music making the charts at the time. Back in school, I was a jazz-funk fan. In England, at the time, you had to become a part of a tribe in school, so you’d either become a mod, a punk or a metal-head. My choice was being a soulboy, I liked bands like Light of the World and Hi-Tension. There were also records played by DJs in that scene that would make it to the charts and “Brazilian Love Affair” was one of those records. I bought the album, expecting it to be like the single, but it had lots of real Brazilian music and artists on it. That’s where I got to know Milton Nascimento, Airto and Flora Purim, for example. That record opened the door to this universe for me. Many famous DJs are celebrated for getting enormous crowds pumping on the dance floor, but you seem to be more associated to research and the curatorship of obscure sounds and even genres. What does being a DJ mean to you? The main thing for me is how DJing will always be about having a party, about having a good time and letting loose. The DJs that I’ve always liked are the ones that fundamentally do that and I still do; I enjoy making people have a good time. All my favourite DJs were always somehow subversive and were always trying different ways of shaking things up. I remember when my residencies in the early


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quando fazia minhas primeiras residências eu tinha tanta autoconfiança que adorava o desafio de provocar rupturas na pista para levá-la em outras direções. Todos meus DJs preferidos sempre foram meio assim, caras como François Kevorkian, Larry Levan, Theo Parrish. É assim que eu procurei levar minha carreira: seguindo os passos dos DJs rebeldes. Mas sem esquecer do nosso papel. Se caras como eu forem a todo lugar e só tocarmos música “artística”, “interessante”, a gente não conseguiria trabalhar, pelo menos não no nível que eu consegui nos últimos 30 anos. Você pode tocar na pista menor ou até na biblioteca, mas não pode esquecer do que se trata a arte do DJ, o que é muito importante para mim. Não se trata de ter uma abordagem acadêmica e sim de lembrar que, no fim das contas, existe uma pista ali querendo dançar.

days, when I had so much confidence that I would purposefully break the dance floor to challenge myself into taking it to different directions. All my favourite DJs have been a bit like that, guys like François Kevorkian, Larry Levan and Theo Parrish. That’s how I’ve continued to pursue my career: following in the footsteps of the rebellious DJs. But never forgetting what our role is. If people like me go around playing nothing other than “artsy” or “interesting” music, then we wouldn’t get work - definitely not at the level I’ve achieved over the last 30 years. You might make it to the back room, or the library, but you have to remember what the art of DJing is and that’s a very important part for me. It’s not about an academic approach, it’s about remembering that, at the end of the day, there’s a dance floor.

Você tem novidades com relação a seu projeto musical Sonzeira?

Any news on your music project with Sonzeira?

Trouxe várias batidas pré-prontas de música eletrônica da minha última ida ao Brasil e pegamos o Sonzeira pra reinterpretá-las. A ideia é criar música que eu pudesse tocar nos clubes, criar “stems” [formato de áudio] e faixas rítmicas para incorporar nos meus sets usando Ableton Live. Uma abordagem diferente portanto, chegando na música brasileira por meio de uma perspectiva DJ, da música eletrônica. São sons que devo tocar por aí nos próximos seis meses, então no final do verão [europeu] já terei uma boa ideia da forma da música e dos arranjos. Daí, eu talvez acrescente vocais em algumas faixas para lançar ano que vem. Faremos shows na Europa este ano, no verão. Já fizemos um no Japão em setembro que foi ótimo. O show será mais “tradicional”, e para isso provavelmente teremos Arthur Verocai [pianista carioca], que provavelmente será nosso único convidado especial. Existe um fetiche enorme em torno de raridades da música brasileira em vinil. Muita música boa acaba circulando apenas em vinil entre colecionadores, inacessível a um público maior. Você acha que o acesso deveria ser facilitado ou é bom manter certos sons como exclusivos? Sempre fui totalmente a favor do compartilhamento, de dividir a música, sou o oposto do elitismo. Quero tornar tudo o mais disponível possível para as pessoas, para mim esse é o objetivo do jogo. É engraçado, interessante, como existe agora um mercado no Brasil para esse tipo de sons obscuros antigos. Há 20 anos, quando toquei no Brasil pela primeira vez comecei o set com esses discos brasileiros, mas as pessoas ficaram chocadas. “O que você tá fazendo, tocando sons que minha vó gosta”. Rapidinho, tive que mudar o que estava tocando para colocar músicas da Inglaterra. Mais recentemente quando estive no Brasil fui à residência do DJ Nuts e quando ele toca clássicos as pessoas gostam muito. Agora, muito dos discos estão sendo comprados por pessoas jovens, o que é ótimo porque tem tantas coisas boas, uma quantidade de sons brasileiros. Comprei um disco incrível na última vez que estive por aí, paguei uma boa grana por ele! É o primeiro disco da Orquestra Afro-Brasileira [“Tam... Tam... Tam...!”], um dez polegadas. Ainda não contei para minha mulher o quanto eu paguei por esse disco.

When I last came over to Brazil I brought along several electronic music pre-made beats and we got Sonzeira to replay a lot of it. The idea is to create music that I can play in clubs, to have stems and rhythmic tracks that I can incorporate onto my DJ set from Ableton Live. It’s a different approach really, it’s approaching Brazilian music from a DJ and electronic music perspective. These are sounds I’ll be playing out over the next six months, then by the end of the summer [in Europe], I’ll have a really good idea of the shape of the music and arrangements. Then I might add some vocals on a few tracks and release it next year. We’re also going to do some shows in Europe this year, in the summer. We did a show in Japan last September, which was really great. The show [in Europe] will be more “traditional” and we might do that with Arthur Verocai [pianist from Rio] who will probably be our only special guest. There’s this huge fetish for rare Brazilian music on vinyl. A lot of the quality music ends up making the rounds only on vinyl amongst collectors and is inaccessible to the wider audience. Do you think access should be broadened or is it good to keep specific music exclusive? I’ve always been pro-sharing, I’m the opposite of the elitists, I’m all about sharing the music. I want to make it all available to everyone, that’s really the aim of the game. It’s funny and interesting how now, in Brazil, there’s a market for this older music. The first time I DJed in Brazil, 20 years ago, I started off my set with Brazilian songs and people were shocked. “What are you doing playing music my grandmother likes?” I quickly changed what I was playing to music from the UK. But recently, when I was there last, I went to DJ Nuts’ residency where he plays the classics and people were really digging it. Now, a lot of the records are being bought by the young people, which is great because there’s so much good stuff, there’s a real depth of music in Brazil. I got a great record last time I was there – I had to pay quite a lot of money for it! It’s the Orquestra Afro-Brasileira’s very first record [“Tam... Tam... Tam...!”], still on a ten-inch. I haven’t told my wife how much I spent on that record.

Camilo Rocha É DJ e jornalista. Escreve sobre música eletrônica no Brasil desde 1989.. Is a DJ and journalist who writes about electronic music in Brazil since 1989.


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F B . C O M / D E D G E C L U B I N S T A G R A M . C O M / D E D G E S P


C A L E N D A R ANUÁRIO 2017

02|02

JOHN DIGWEED (UK) 03|02

24|02 & 26|02 BLOCO CARNAVAL SP 2017

JAY WEST (ARGENTINA) 04|02 YOUANDME (GERMANY) 06|02

28|02

D-EDGE RIO DE JANEIRO

RELEASE DATE

FETTER EP

RENATO RATIER (NOT FOR US #180)

09|02

RMC CLOSING PARTY

AGORIA (FRANCE) OCTAVE ONE LIVE (USA) RENATO RATIER

NUNO DOS SANTOS (NETHERLANDS) BUSHWACKA (UK) 10|02 THE ELEMENT (MALTA) 11|02 MR C (UK) 16|02 ANDRÉ BULJAT (GERMANY) 17|02

AND MORE T.B.A.

18|03 D-EDGE SHOWCASE FOZ DO IGUAÇU | PR

24|03 RELEASE DATE

RADIOLARIAN

STEFAN GOLDMANN (OLGA RECORDINGS #007)

RENATO RATIER BDAY PARTY 18|02 HITO (JAPAN) 23|02 AGORIA (FRANCE) 24|02 JACKMASTER (IUK) 25|02 DJ TENNIS (ITALIAN)

08|04

NICOLE MOUDABER

(UK)

RENATO RATIER ROMAN FLÜGEL (GERMANY) STEPHAN BODZIN LIVE (GERMANY) AND MORE T.B.A.

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RMC pays tribute to Dance Music Roots

The greatest thing you’ll ever learn is to love and be loved in return 08.01.47

10.01.06

David Bowie


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Novas Tecnologias

New Technologies Instrutores AIMEC e DJ BAN

Mixbus Uma das marcas mais conceituadas no desenvolvimento de “pérolas” analógicas, a Harrison Consoles, fez exatamente isso com o Mixbus, capaz de dar aquela sonoridade clássica e tão desejada a qualquer material independentemente de estilo e por um preço que faz soar como se fosse piada, de tão barato. A sensação de mixar num console analógico com EQs, compressores e saturação de tape ‘at a glance’ é algo muito especial e não existe subjetividade aqui: é bom mesmo! Se existe uma diferença entre a Harrison e todos os outros desenvolvedores de software, ela reside no fato de serem os únicos fabricantes de consoles a terem desenvolvido sua própria DAW, portanto não fariam nada para soar parecido com tudo que já existe.

One of the most highly regarded brand names in development of analog “pearls”, Harrison Consoles has created yet another. Mixbus is able to deliver a classic sound we demand of any material regardless of the style, all at a price so low we think they must be joking. The sensation to mix it up on an analog console with EQs, compressors, and tape saturation “at a glance” is something very special. There’s no subjectivity here; it really is amazing! If there’s a difference between Harrison and every other software developer, it resides in the fact that they are the only factory of consoles that have developed their own DAW (Digital Audio Workstation). This company wouldn’t make something to sound similar to anything that’s already out there. Will Geraldo (DJ Ban)

Will Geraldo (DJ Ban)


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TORAIZ SP-16 PROFESSIONAL SAMPLER SAMPLE AND SYNC VE R SATI LE SAMPL ER FOR DJS, PRODUCERS AND LI VE ACTS 16-ST EP SEQ UENCER – CREAT E UP TO 256 PAT T ERNS TO UCHSCREEN WIT H D E TAILED SAMPLE INFO RM AT IO N 8GB FL ASH MEMO RY AND REAL-T IME PRO CESSING DAV E SMITH I NSTR U MENTS AN ALO G FILT ERS FO R WARMT H AND PRESENCE SYNC V I A PRO D J LINK O R MID I CLO CK – NEVER MISS A BEAT

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DDJ-SP1 PIONEER DJ Com 3 anos de idade a DDJ-SP1 da Pioneer está cada vez mais atual e sendo usada pelos DJs e fans do SeratoDJ, e agora também para os usuários de RekordBox, o software da Pioneer DJ. Com os botões pré-mapeados você tem 8 cue points por deck, controle dos 4 decks, filtros, SeratoDJ FX by iZotope com mais de 30 tipos de efeitos, 32 canais de samplers, Slicer, Sync, Loop e Auto-loop. Usado com RekordBox tem a opção PAD FX onde você escolhe os efeitos e a intensidade para usar nos 8 pads disponíveis por deck. Combina com CDJ2000, 2000nxs, XDJ1000, PLX1000 e todas as controladoras da Pioneer DJ. Pequeno e fácil de transportar, é uma tecnologia que fará cada vez mais parte do dia-a-dia do DJ.

With 3 years on the market, the DDJ-SP1 from Pioneer is used more and more by DJ’s and fans of SeratoDJ. Now users of RekordBox (developed by Pioneer DJ) are getting in on the game as well. With pre-mapped settings you have 8 cue points per deck, 4 deck controls, filters, SeratoDJ FX by iZotope, including more than 30 types of effects, 32 channels of samplers, Slicer, Sync, Loop, and Auto-loop. Using the system with RekordBox the options for using PAD FX where you choose the effects and intensities to utilize with the 8 pads available per deck. Users can combine this with the CDJ2000, 2000nxs, XDJ1000, PLX1000, and all of the Pioneer DJ controllers perfectly. Small and easy to transport, this is a technology that is quickly becoming part of the day-to-day life of the DJ. Marnel (DJ Ban)

Marnel (DJ Ban)

Native Instruments: Traktor 2.11

Este update oferece compatibilidade com o mixer DJM900 Nexus 2 (Pioneer DJ) e a magnífica ferramenta Ableton LINK, que permite a integração e sincronismo com extrema facilidade entre o Traktor e outros softwares com esta tecnologia, como o próprio Ableton e apps voltados para música. Experimente por exemplo com o iMaschine 2, a diversão é garantida e a criatividade vai além! Sem contar com o novo StepSequencer, que pode ser utilizado através do Remix Deck. Bastante coisa bacana ainda vem por aí para uma tão esperada versão 3.0, quem sabe ainda para este ano! Will DB (Dj Ban)

This update offers compatibility with the DJM-900 Nexus 2 mixer (Pioneer DJ) and a magificent Ableton tool LINK. This permits the integration and synchronization with extreme ease between Traktor and other software with this technology like the Ableton and apps related to music. Experiment with the iMaschine 2, fun is guaranteed and possibilities with your creativity are boundless! The system also includes a new StepSequencer that can be used through the Remix Deck. There are so many great things that are awaiting us in version 3.0 – which may just be released this year! Will DB (DJ Ban)


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Native Instruments: Maschine Jam e Komplete 11

A filha mais nova da família Maschine oferece praticidade no workflow desde o seu estúdio até as suas apresentações ao vivo, através de um sequenciador dinâmico e 8 smart touch strips, que substituem os faders. Estes permitem manipular efeitos, samples, e até mesmo criar melodias. O produto acompanha o software Maschine, que poder ser usado em Stand alone ou VST com seu DAW favorito, mapping nativo para Ableton Live e um pacote básico - mas recheado - chamado Komplete Select 11. Komplete é um conhecido pacote de plugins e ferramentas, marca registrada e garantida da Native Instruments nos estúdios do mundo todo. Em sua mais nova versão, o pacote complete oferece 87 produtos e uma biblioteca de samples com 500Gb, oferecendo mais de 18.000 sons. Destaque para o Reaktor 6 e para o Form, um sintetizador baseado em sample. Will DB (DJ Ban)

The new daughter in the Maschine family offers practicality for workflow starting at your studio, ending in your live presentations. Machine Jam offers a dynamic sequencer and 8 smart touch strips which substitute faders. These permit the manipulations of effects, samples, and even allow the creation of melodies. The product accompanies the software Maschine which can be used alone or VST with your favorite DAW. Native mapping for Ableton Live and a basic (more full) package called Komplete Select 11 are also here. Komplete is a well-known package of plugins and tools owned by Native Instruments and used around the world. The newest version of Komplete delivers 87 products in a library of samples of 500gb including more than 18,000 sounds. The highlight stands out for Reaktor 6 and for Form, a sample based synthesizer. Will DB (DJ Ban)

Ableton Link

Ableton Link

Essa função permite a qualquer software que utilize o protocolo Link entrar em sincronia com o programa acompanhando seu BPM. Agora o DJ/produtor pode utilizar quantos softwares quiser no mesmo BPM com o sistema de Link, esse sistema funciona em redes locais via Wi-Fi ou Ethernet. Além de softwares como Ableton e Serato, está disponível uma gama de aplicativos para smartphones e tablets que utilizam essa linguagem.

This function permits any software that utilizes the Link protocol to synchronize with a program accompanying the BPM. Now a DJ/ producer can utilize whatever software they select on the same BPM along with the Link system. This system functions on local networks via Wi-Fi or Ethernet. Other than softwares like Ableton and Serato, a wide variety of other applications are out there for smartphones and tablets that speak the same language.. Mateus B (AIMEC)

Mateus B (AIMEC)


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AKAI MPC Live e MPC X A japonesa AKAI vem sempre desenvolvendo equipamentos de ponta. Neste ano de 2017 anunciou dois novos modelos de sua mais nova linha MPC. A MPC Live e a MPC X. Equipamentos “standalone” que não precisam mais de computadores para funcionar, mas também funcionam em MAC ou PC como as convencionais MPCs. Essa revolução tecnológica permitirá muito mais interação em cima do palco fazendo live ou discotecando. Ambas vêm com uma tela touch screen contendo todas as funções acessíveis ao toque do seu dedo. E toda a possibilidade de criação nos 16 pads tradicionais dos seus modelos.

Singapore based consumer electronics firm AKAI (originally from Japan) is constantly developing new, on point equipment. During 2017 AKAI announced 2 new models of their newest line MPC. MPC Live and MPC X. These are both stand-alone models, as they do not necessitate using an external computer to function, but they can also function together with a MAC or PC like conventional MPC’s. This revolutionary technology allows a great deal more interaction on the stage either live mixing or DJ’ing. Both units come with a touch screen allowing access to all functions with a tap of your fingers; creation has never been so easy with all of the 16 traditional pads included with both models. Rafael Araujo (AIMEC)

Rafael Araujo (AIMEC)

ROLI Seaboard Rise O multi premiado teclado Seaboard Rise traz um mar de possibilidades sonoras para seu usuário tanto no estúdio quanto em performances ao vivo. Seu teclado de silicone flexível tem as teclas como ondas em sua superfície (keywaves) e proporciona uma experiência de expressão polifônica multidimensional (MPE) através de 5 dimensões de toque. Isto faz do Seaboard um marco evolutivo na história dos instrumentos de teclado. As listas de softwares e hardwares que respondem ao toque 5D e compatíveis ao MPE é bem expressiva e tende a crescer ainda mais. Vale a pena destacar o Equator, um sintetizador incluso no pacote desenvolvido para a experiência multidimensional. Alonso Figueroa (AIMEC)

The award winning keyboard Seaboard Rise brings an ocean of sound making possibilities to any user, whether they be in the studio, or a live performer. The flexible silicon board has keys in the form of waves on the surface (keywaves) and gives a multidimensional polyphonic experience (MPE) through its 5 dimensions of touch. This experience makes the Seaboard an evolutionary mark on the history of the keyboard. The list of software and hardware that work together with the 5D touch (and compatible with the MPE) is very encompassing and is growing all the time. It’s worth it to mention Equator, a synthesizer included in the development package for your multidimensional experience. Alonso Figueroa (AIMEC)


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DDJ-SZ2 | F R E E D O M T O C O N T R O L F L AGS HI P C O NTR O L L ER F O R S ER ATO D J

DEDI CATED CONTR OL S FOR SERATO FLIP AND OT HER NEW SERATO D J FEAT URES M AGV EL CR OSSFADE R AND EXCELLENT JO G WHEEL SCRATCH RESPO NSE SO LID CO NST RUCT IO N AND HIGH-Q UALIT Y SO UND PRO FESSIO N AL FX AND PERFO RM ANCE FEAT URES B U NDL ED WIT H SERATO D J, PITCH N’ T IME, AND SERATO F LIP

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ARTURIA DRUMBRUTE Arturia tem sido uma referência na criação de emulações de Synth Clássicos. Hoje a Arturia tem se renovado com a nova gama de Synth BRUTE: Minibrute e Microbrute são Sintetizadores Analógicos para penetrar nas frequências baixas, como quase nenhum outro produto do mercado. Sintetizadores Monofonicos, especiais para Baixos, com conexões CV e GATE, para adição aos cada vez mais populares Synth Modulares. O Arturia Drumbrute consiste em uma Drumbox de 17 partes, onde temos Bumbo, caixa, hats, toms, percussão, etc. com a particularidade de ser um aparelho completamente Analógico. Um dos destaques fica por conta do preço (U$500), uma verdadeira revolução para quem quer acessar o Mercado das baterias analógicas. Outro atrativo, no quesito de funções, é a capacidade de geração de Ritmos “ Poliritmicamente “, cada Pattern pode ter uma quantizaçao diferente, o que é uma maravilha para estilos que sejam menos quadráticos. Francisco Velázquez (AIMEC)

Arturia has been a reference point in the creation and emulation of Synth Classics. Today Arturia has renewed itself with a new range of Synth BRUTE: Minibrute and Microbrute are Analogic Synthesizers used to penetrate low frequencies better than nearly every other product on the market. Monophonic synthesizers are here as well, special for Lows with CV and GATE connections to add to the ever more popular Synth Modulars. The Arturia Drumbrute consists of a 17 part Drumbox where we have Bumbo, box, hats, toms, percussion, etc. with a particularity of being a completely analog machine. One standout feature truly is the price at U$500.00, a truly revolution for anyone that wants to get into the market of analog drumsets. Another attractive function here is the capacity to generate rhythms “Poliritmicamente”, with each pattern able to a different quantization which work perfectly for styles that are less square. Francisco Velázquez (AIMEC)

MODEL1 PLAYdifferently MODEL1 é um instrumento de performance desenvolvido pelo produtor musical canadense Richie Hawtin juntamente com Andy Rigby-Jones, engenheiro que já foi da Allen & Heath. Ele vem com seis canais (6 inputs e 2 stereo returns) especialmente desenhados para a máxima performance sonora. Filtros de low pass e high pass individuais para cada um desses canais, além de cortes de frequência e equalizadores, deixam esse mixer super potente e com aspectos altamente profissionais. Produzido quase que artesanalmente na Inglaterra, o MODEL1 é totalmente analógico. Com conceito das mesas de som dos estúdios profissionais, ele possibilita trabalhar da mesma forma que se trabalha dentro de um estúdio, porém em um formato de mixer para DJ. Não tem placa de som integrada, portanto é necessário ter uma para poder utilizá-lo.

Model1 is a performance instrument developed by musical producer Richie Hawtin together engineer Andy Rigby-Jones originally from Allen & Heath. Model1 comes with 6 channels (6 inputs and 2 stereo returns) specially designed for maximum sound output. Individual low and high pass filters for each of these channels coupled with frequency cutters and equalizers for those channels make this mixer extremely potent and brings you very close to professional level production. Model1 is 100% analog, and is produced as nearly artisan work out of England. Professional studio table concepts drive the masterful production of the unit which allow users to produce music as if they were actually sitting in a studio; but in the format of mixing for a DJ. There is not integrated sound board, as such it’s necessary to purchase one separately to use in conjunction with MODEL1.y to use in conjunction with MODEL1. Rafael Araujo (AIMEC)

Rafael Araujo (AIMEC)


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THE NEXT STEP.

MASCHINE JAM

PRODUCTION AND PERFORMANCE SYSTEM www.native-instruments.com/maschinejam

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Experiência Visual Visual experience

DAS OLIMPÍADAS ÀS FESTAS DE RUA, VJING E CENOGRAFIAS DA NOITE VIVEM BOM MOMENTO CRIATIVO FROM THE OLYMPICS TO STREET PARTIES, VJING AND SCENOGRAPHIES OF THE NIGHT ARE BOOMING WITH CREATIVITY Jade Augusto Gola

shutterstock

2016 foi um ano de revigorante e intensa criatividade na cena visual dos mais variados tipos de eventos de música eletrônica. Houve os grandes e poéticos palcos de festivais como Ultra, Tomorrowland e EDC, trazendo um know-how cenográfico internacional de primeiríssima qualidade aos palcos brasileiros, adornando com magia, fábula e potência esses eventos que reúnem milhares de pessoas para dançar.

2016 was a year of invigorating and intense creativity in the visual scene of the many different types of electronic music events. There were the big and poetic stages of festivals such as Ultra, Tomorrowland and EDC, bringing world-class, top-quality international scenography knowledge to the Brazilian stage, thus providing stages adorned with magic, fables and power to these events that gather thousands of people to dance. Another great milestone was the individual talent (either in groups,

Outro grande marco foi o talento individual (ou em grupos, coletivos) dos VJs. O mais emblemático exemplo foi de Spetto, que de clubes e raves foi parar na cenografia da abertura da Olimpíada Rio-2016 comissionado pelo diretor da cerimônia, o cineasta Fernando Meirelles. A imprensa global adorou o jogo cênico que luzes e projeções fizeram com dançarinos, alegorias e a música dessa impressionante festa brasileira - foi um lightning “inteligente”, bradou o jornal inglês The Guardian, frisando não só os efeitos impressionantes, mas também a fração de custo que foi optar por projeções. De raves a festivais, Spetto passou para um roteiro de produção cultural de audiência global na casa do bilhão.

collectives) of the VJs. The most emblematic example was Spetto, who from clubs and raves went to the scenography team for the Rio 2016 Olympics commissioned by the director of the ceremony, filmmaker Fernando Meirelles. The global press loved how the scenic lights and projections interacted with dancers, allegories and the music of this impressive Brazilian party - it was “smart” lighting, praised the English newspaper The Guardian, stressing not only the impressive effects but also how much was saved from the budget when they opted for projections. From raves to festivals, Spetto went to a cultural production project with a global audience of more than a billion.


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Há os eternos clubes com seus jogos de luzes, tanto na figura de artistas cênicos que os compõem, quanto na presença fundamental de técnicos de luz e de VJs que se apresentam. Segue até hoje como bom exemplo as luzes pulsantes de Muti Randolph no D-Edge e afins, uma referência que deve ser ampliada com a abertura da versão carioca do clube. E em se tratando de clubes, há de frisar como a arquitetura desses espaços dançantes também influi na cenografia: é só lembrar do sol nascendo dentro da pista superior oca do Warung, o “templo” catarinense.

There are the eternal clubs with their light play, materialized by scenic artists who design them, as well as with the fundamental light technicians and VJs who present them. A good example that has endured is the pulsing lights by Muti Randolph at D-Edge and others, a reference that will be expanded with the opening of the Rio de Janeiro branch. Regarding clubs, we must point out how the architecture of these dance spaces also influence scenography: just remember how the sun rises from the upper dancefloor of Warung, the “temple” from Santa Catarina. Another highlight of 2016 in regards to night scenography is the new wave of itinerant electronic music parties, in warehouses and

E outro destaque em 2016 nas cenografias da noite vem da nova onda de festas eletrônicas itinerantes, em galpões e nas ruas de São Paulo, onde coletivos de jovens artistas tem trazidos novos olhares para este tema artístico. O exemplo destacado aqui é o coletivo LabLUXZ_. “Laboratório experimental” que, a partir da luz e da intervenção de objetos, de novas buscas por linguagens visuais (e também sensoriais), a LabLUXZ_ vem se destacando nas festas paulistanas com uma boa interação criativa entre pistas de danças e esses espaços móveis e inéditos de festas na paulicéia. De warehouses e pistas no “centrão” da cidade, o coletivo hoje arma visuais para shows da nova MPB, peças de teatro e até intervenções mundo afora.

streets of São Paulo, where young artist collectives have brought new perspectives to the artistic theme. An example of this is the LavLUXZ collective. An “experimental laboratory”, from lighting to interventions with objects, new research for visual (and sensorial) languages, LabLUXZ has become notorious in São Paulo’s parties with neat, creative interaction between dancefloors and these mobile, brand new party locations in the city. From warehouses to dancefloor in the center of the city, the collective today installs visuals for new Brazilian Popular Music concerts, theater plays and even interventions abroad.

Ebraim Martini SUBTROPIKAL


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Alisson Demetrio DAVID GUETTA

É um dos grandes exemplos de como a cena de música eletrônica pode ser ponto de partida para novos movimentos estéticos criativos e espontâneos, combativos, muito além dos ditames de mercado e das estruturas pré-existentes da cena. Conversamos com Paulinho Fluxus, uma das cabeças do coletivo, para explicar do que se trata essa nova cenografia da noite, qual seu alcance, preceitos e ambições. They are a great example of how the electronic music scene can be the starting point of new creative, spontaneous, combative aesthetics movements, far beyond any trend in the market and pre-existing structures in the scene. We had a chat with Paulinho Fluxus, one of the heads of the collective, to explain what this new night life scenography is about, its reach, principles and ambitions.

Por quais eventos de música eletrônica vocês já exibiram seu trabalho?

Which electronic music events have you exhibited your work

No histórico do grupo, a luz já se entrelaça às articulações culturais e políticas dentro da USP, desde 2006, com o CANiL_ Espaço Fluxus de Cultura, no desafio de cultivar um espaço experimental de livre expressão, apesar da violência institucional e do Estado. Desde 2009, com o movimento iniciado pela Voodoohop de festas itinerantes, expandindo a relação e envolvimento com a experimentação visual e outras possibilidades de intervenção urbana.

In the history of the group, lighting is intertwined with political and

at?

cultural articulations within the University of São Paulo (USP), since 2006, with the CANiL_ Espaço Fluxus de Cultura, with the challenge of cultivating a space for experimenting and free expression, despite institutional and State violence. Since 2009, with the movement initiated by Voodoohop and itinerant parties, we have expanded the relation and involvement with visual experimentation and other possibilities of urban intervention. 2009 also marks the beginning of our work with the independent

2009 marca também o início dos trabalhos com a cena de música independente da chamada “Nova MPB”, inaugurando a relação de luz de diversos músicos como

music scene of “Nova MPB” or New Brazilian Popular Music, inaugurating the relation of lights with several different musicians, such as Criolo, Tulipa, Rômulo Fróes, Cidadão Instigado, etc. Of


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Criolo, Tulipa, Rômulo Fróes, Cidadão Instigado, etc. Com certeza, Junho de 2013 nos une na carne. Mas é a partir de 2015 que formalizamos nossa parceira, sociedade, nosso laboratório, pra fazer juntos o que não somos capazes de realizar separados.

course, June 2013 brings us together almost by blood. But it was from 2015 on that we formalized our partnership, our business and laboratory so we can do together what we cannot do separately.

How can visual interventions aggregate more to cultural

Como as intervenções visuais podem agregar mais às experiências culturais, como a noite?

experiences, such as the nightlife? With our interventions in public spaces, we activated several places

Com nossas intervenções em espaço público, ativamos diversos lugares que “não eram pra festas” ou simplesmente para se estar. Locais de passagem, por exemplo. Instauramos outras camadas de percepção e atenção. Mudando o envolvimento, despertando o olhar para detalhes, para outras relações, articulando cenografias no espaço urbano. Isso pode se dar simplesmente pela performance de um corpo_luz num canto qualquer. Buscamos incorporar materiais e contextos do site, sem maquiar, mas evidenciar também os processos. Um campo expandido de arte, que não cabe nos museus, teatros, cinemas e livros.

which were “not for parties” or even to use. Places of passing, for example. We established other layers of perception and attention, by changing how people get involved, calling attention to detail, to other relations, articulating scenography in urban spaces. This can happen simply through a performance with a single body, a light in a corner. We aim at incorporating material and contexts from the location, without covering it up, making processes apparent. Tell us a bit about your favorite interventions you have done in these new and emblematic São Paulo parties The nonsense-themed “Carlos Caplock Warriors” was a beautiful combination of High and Low tech. It happened in a warehouse.

Fale um pouco sobre as intervenções mais legais que vocês fizeram nestas novas e emblemáticas festas paulistanas.

Behind the DJs, we had a floating train compartment with headlights, full of smoke. At the other end, a laser came out from inside a spray can, creating holograms in the air. While our moving base Tanq_LUXZ_, inside a supermarket cart, had LED lights,

A nonsense “Carlos Capslock Warriors” foi uma bela combinação High-tech / Low-tech. Em um enorme galpão, atrás do DJs, flutuava um vagão de trem com faróis, cheio de fumaça. Do outro lado lado, um laser

lasers and a lot of smoke connecting it to the other floors, where there were tube lamps sequenced by Tshara (digital controller we developed), illuminating the structures of a boom-box undone in layers in space. This does without mentioning the 3 types of LED

Alexandre Furcolin


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Ryan Monotoshi AMAZON POWER MUSIC FESTIVAL

reflectors we programmed, which danced in the air above the

saía de dentro de um spray, criando holografias no ar. Enquanto nossa base móvel Tanq_LUXZ_, num chassi de carrinho de supermercado, disparava suas luzes leds, projeção laser e muita fumaça conectando à outra pista, em que haviam lâmpadas tubulares sequenciada pela Tshara (controladora digital desenvolvida por nós), iluminando as estruturas de uma boom-box desfeita em camadas pelo espaço. Sem falar nos outros 3 tipos de refletores Led em programação, que dançavam no ar das pistas e permitia as pessoas se verem a cada hora iluminadas por um lado.

dancefloors and allowed people to see themselves coming from

A festa na cobertura do primeiro arranha céu de SP na virada do ano, em que projetamos com nosso Laser Suíço em TODO o Banespão (cartão postal de SP), e em todo o centro expandido de São Paulo, com direito a fogos de artifício acesos no drone, foi de chorar. E Quando montamos na Carlos Capslock-Mamba Negra do SP na Rua um enorme varal acompanhado de artilharia aérea de um drone com seu cone abdutor de laser verde.

second place to music and the DJ / sound system?

As cenografias, lightning e afins, ainda ficam em segundo plano em relação à música e ao DJ/sound system?

there must be involvement! And there is no formula or course for

Os artistas visuais expandiram os níveis de imersão e riqueza da experiências das festas. A música eletrônica tem a chance de apoiar a formação uma nova geração de artistas que não cabem do cubo branco dos museus, expandindo a visualidade e percepção da pós-modernidade.

different sides all the time. The party at the penthouse of São Paulo’s first skyscraper on New Year, where we projected on the entire Banespa building (city landmark) with our Swiss Laser, and on all of the downtown area of the city, with fireworks lit by drones, was also very emotional to us. And when we put together Carlos Capslock with Mamba Negra at SP ne Rua, which was an enormous washing line with aerial artillery of a drone with a green laser cone. Are the scenographies, lightning and the like, still considered

Visual artists have expanded the levels of immersion and richness of the party experience. Electronic music has the chance to support the formation of a new generation of artists who do not fit the white cube of museums, expanding the visual quality and perception of postmodernity. Visual design can be instrumental in creating the identity and experience of a party. It is definitely not a purely retinal experience, this. In only five minutes into a party it is possible to notice if there are people behind it, or if it is only a machine or effect applied to the space. The most interesting things in party design are not responsive or machine-oriented. They challenge when they are propose, they expose asymmetries and “folds”, as well as awaken other perceptions in communion with the music. You have to work together in order to enhance an area of freedom, expression and


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anúncio PRINTED & DIGITAL EDITION WWW.DJMAGLA.COM/MAGAZINE

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O desenho visual pode ser determinante na criação da identidade e experiência de uma festa. Tem uma coisa que é “pegada”, o lance não é puramente retiniano. Tem que ter envolvimento! E isso não tem formula ou curso pra aplicar. Em 5 minutos numa festa percebe-se quando há olhar por detrás, ou se é só uma máquina ou efeito aplicado ao espaço.

encounters. A remarkable party is a journey and not a sum of

As coisas mais interessantes no desenho de uma festa não são responsivos ou maquinais. Desafiam quando são propositivos, apresentam assimetrias, dobras e despertam outras percepções em comunhão com a música. Tem que andar junto pra potencializar um espaço de liberdade, expressão e encontro. Uma festa marcante é um percurso e não uma somatória de momentos. Em diversas ocasiões vimos pessoas despertadas ao entrar num foco de luz, se permitindo vestir personagens, vozes, gestos, que não o fariam, numa situação em que luz não estava lá ou fosse simplesmente o “branco”. Nas festas as pessoas estão mais abertas sensorialmente do que nos museus e também por isso é necessário muito cuidado e tato.

What roads would LabLUXZ_ like to take in the future?

moments. On several occasions we saw people awakened as they entered a spotlight, allowing themselves to become characters, do voices and gestures, who would not do that in a situation where light was not there or if it was simply “white”. At parties people are more open sensorially than in museums and therefore much care and tact is needed.

In 2017 we want to expand our structure and invest even more in software, hardware, technology, material research and equipment hacking. LabLUXZ_ is being called to work in different areas: in the production of a Festival of Light in the Arab Emirates, with a French company, Nomada. We will produce the multimedia light of a play, in the creation of multimedia lights for a large new bookstore. We are working with light and laser choreography for “Pepeu Gomes: 50 years to a thousand” and the Spirolizer Band concerts, in addition to the always exciting challenges posed by the expanding electronic parties: Carlos Capslock and Mamba Negra, among other partnerships inside and outside SP. We even have a consultancy to develop lights on the front of a

Que caminhos a LabLUXZ_ gostaria de tomar?

hospital and its future auditorium. We would like to have a base that could shelter the laboratory, the machines, a studio of practice

Em 2017 queremos ampliar nossa estrutura e investir ainda mais em softwares, hardwares, tecnologia, pesquisa de materiais e de hackeamento de equipamentos. A LabLUXZ_ está sendo chamado a trabalhar em distintas áreas de atuação: na produção de um Festival de Luz nos Emirados Árabes, junto de uma companhia francesa, Nomada. Vamos produzir a luz multimídia de uma peça de teatro, na criação de luzes multimídia para uma nova grande livraria. Estamos trabalhando coreografias de luz e laser para os shows de “Pepeu Gomes: 50 anos a Mil” e da Banda Spirolizer. Além dos sempre instigantes desafios colocados pelas festas de eletrônico em expansão: Carlos Capslock e Mamba Negra, entre outras parcerias dentro e fora de SP.

and experimentation, space of formation and research, deposit

Tem até uma consultoria para desenvolver luzes da fachada de um hospital e de seu futuro auditório. Gostaríamos de consolidar uma base que pudesse abrigar num só espaço o laboratório, as máquinas, um estúdio de prática e experimentação, espaço de formação e pesquisa, depósito e produção de luz. E queremos articular para o final do ano um Festival de Performance de Luz em SP.

JADE AUGUSTO GOLA

and production of light in a single space. We also want organize a Festival of Performance of Light in SP for the end of the year.

Jornalista, DJ e pesquisador musical acadêmico de São Paulo, escreve há mais de 10 anos sobre música eletrônica em portais do gênero e na grande imprensa. Journalist, DJ and music academic researcher from São Paulo, writes for over 10 years about electronic music for specialized and general media.

facebook.com/LabLUXZ


HÁ 5 ANOS TRANSFORMANDO AS NOSSAS TARDES EM MÚSICA

www.facebook.com / noonpage noon pelo Brasil: info@tropicalbeats.com


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RMC pays tribute to Dance Music Roots

The key to longevity is to learn every aspect of music you can. 07.06.58

21.04.06

Prince


RECORD LABEL MANAGEMENT

MANAGEMENT & BOOKING

BOOKING

MANAGEMENT

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Pelas pistas do Brasil: Uma historia visual. BRAZILIAN DANCE FLOORS: A VISUAL STORY

Fabrizio Pepe XXXXXXXX Fabrizio Pepe SKOL MUSIC RJ


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Flavio Florido D-EDGE CONCEPT

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Matias Weird THE LAB

Gosmma PORNÔ PARTY

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Gosmma PORNO PARTY

Mar Santos MINIM

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Fernando Baggi BOIKOT

Fabrizio Pepe SO TRACK BOA - ARRAIAL DAJUDA


Jean Flanders D-EDGE

Matias Weird THE LAB


Alisson Demetrio CLUB 88



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Cerca de 800 embaixadores do Rio Music Conference espalhados por todo o Brasil foram convocados a eleger os melhores do ano em 2016, em 22 categorias. A votação foi estabelecida através do sistema seguro do GoVivant e auditada pela equipe GETTY/IO. O Prêmio de Personalidade do Ano é deixado de fora da eleição: é uma categoria “hours concours” para homenagear uma figura de extrema importância para o mercado da dance music. Os vencedores você confere a seguir.

Around 800 Rio Music Conference ambassadors from all over the country were summoned to select the Best of 2016 in 22 categories. The voting was made through a secure sistem hosted by GoVIvant and audited by the GETTY/IO team. The Awards for Person of the Year is an “Hours Concours” category, that pays a homage to a character of extreme importance to the Dance Music Market. Get ready to know the winners through the next pages.

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Junior C. PERSONALIDADE DO ANO PERSON OF THE YEAR Músico, produtor e DJ com uma carreira consolidada, Junior C. faz parte do casting do D.O.C. Records e já assinou parcerias de sucesso como o Edit Revenge, ao lado de Wehbba. Assolado por uma debilidade inesperada, Junior_C teve o poder de reunir todos os players do mercado em uma festa para celebrar a união e a vida, que aconteceu no dia 23 de Janeiro de 2017. Mais do que reconhecimento, Junior merece todo o nosso carinho. Para os membros do mercado você é, e sempre será, um vencedor!

Musician, producer and DJ with a consolidated career, Junior_C is part of D.O.C Records’ cast and has already signed successful partnerships with Edit Revenge, next to Wehbba. Afflicted by an unexpected weakness, Junior_C had the power to gather all the players of the market in a party to celebrate union and life, which happened on January 23, 2017. More than recognition, Junior deserves all of our affection. For the members in the scene you are, and always will be, a winner!

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Fabrizio Pepe FOTÓGRAFO PHOTOGRAPHER Pelo segundo ano consecutivo, Fabrizio Pepe foi dono de um dos cliques mais espetaculares no cenário nacional da música eletrônica. Parte do coletivo Image Dealers, seu olhar curioso para o ambiente ao seu redor e sua postura amigável fizeram com que suas composições fossem requisitadas por diversos grandes eventos pelo Brasil. For the second year in a row, Fabrizio Pepe owned some of the most spectacular flashes in the electronic music scene. He is part of the Image Dealers collective. His curious eye for the environment around him and his friendly attitude towards others make his work be required by many large events in Brazil.

Toshiro

VJ

Combine música, vídeo e criatividade e isso te levará diretamente ao Toshiro. Este profissional é patrocinado pela Roland Instruments e já assinou a ambiência de pistas no Warung Day Festival, Lollapalooza e Dream Valley. Em 2016 também foi co-criador da primeira edição do Festival Subtropikal. Toshiro é o início de toda festa por ter olhar afiado para integrar os elementos na pista de dança e transformar sua arte em uma experiência. Combine music and video with creativity and it leads you directly to VJ Toshiro. This professional is sponsored by Roland Instruments and has signed the ambience for events such as Warung Day Festival, Lollapalooza and Dream Valley. Toshiro is the perfect party starter as he has a keen eye for integrating it all together on the dance floor and transforming his art into an experience.


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AIMEC

ESCOLA DE DJS E PRODUTORES DJ SCHOOL Fundada em 2004, a AIMEC é a principal rede de escolas de DJs no Brasil, com instituições em Curitiba, Balneário Camboriú, Campinas, Florianópolis, Joinville, Maringá e Porto Alegre. Muitos DJs que hoje são sucesso nacional estiveram na AIMEC. Além do ambiente das salas de aula, a AIMEC promove palestras, workshops, cursos off-circuit e eventos. Founded in 2004, AIMEC is the main network of DJ schools in Brazil, with institutions in Curitiba, Balneário Camboriú, Campinas, Florianópolis, Joinville, Maringá and Porto Alegre. Many DJ’s who gained national success made their start at AIMEC. In contrast to the classical classroom environment, AIMEC promotes learning through lectures, workshops, off-circuit courses and events.

ACADEMIA INTERNACIONAL DE MÚSICA ELETRÔNICA

ACADEMIA INTERNACIONAL DE MÚSICA ELETRÔNICA

Rekordbox NOVAS TECNOLOGIAS NEW TECH No final de 2015, a Pioneer DJ lança o novo Rekordbox 4.0. O software deixou de ser um gerenciador de arquivos para ser uma solução única. Surge o Rekordbox DJ (na aba performance) que é um sistema de discotecagem que permite ser usado por controladores. Sem a necessidade de usar vários softwares, hoje o Rekordbox permite tocar com CDJ, TocaDisco, Controlador e vídeo tudo em uma única biblioteca. At the end of 2015, Pioneer DJ released the new Rekordbox 4.0. The software stopped believing in a file manager as a complete solution Rekordbox DJ emerged (in performance ab) which is a DJ’ing system that allows it to be used by controllers. Rekordbox today makes it possible to spin the decks with CDJs, turntables, controllers and video all in one library.


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House Mag VEÍCULO ESPECIALIZADO DJ SCHOOL Atuando em duas frentes — revista impressa e conteúdo digital — a House Mag mantém-se como um dos veículos especializados mais respeitados do país. Com um time competente de editores e colaboradores, a House Mag caminha para o seu décimo ano acompanhando as principais tendências da música eletrônica. Em 2016, aprimorou completamente seu conteúdo digital, cobriu festivais como o ADE e o Sónar Barcelona, conversou com artistas requisitados como Ben Klock e Stimming, e fez o lançamento de duas edições impressas promovendo debates relevantes sobre o cenário nacional.

Acting on two fronts - print magazine and digital content - House Mag remains one of the most respected specialized magazines in the country. With a hardworking team of editors and collaborators, House Mag is moving into its tenth year focusing on the main trends in electronic music. In 2016, it completely improved its digital content, covered festivals like ADE and Sónar Barcelona, talked with respected artists like Ben Klock and Stimming, and launched two print editions focusing on relevant debates in the national music scene.

10 ANOS

House Mag 10 years

“O jornalismo em qualquer area desempenha um papel super importante na sociedade pois é o principal elo de informação curada entre mercado e público. Na música eletrônica, o jornalista tem a responsabilidade de mostrar o que está acontecendo, ajudando não só na divulgação e popularização, mas também a mostrar diferentes cenários, o que auxilia no seu desenvolvimento.”

“Journalism, focusing on any area, has a major role in society because it is the main link of curated information between the market and the public. As for dance music, the journalists connects has the responsibility of showing what’s happening, helping not only the dissemination and popularization of the culture itself, but also showing the different scenarios, helping them grow and develop.”

José Luiz Cavichioli Jr. Sócio Diretor - House Mag


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Claudia Assef JORNALISTA ESPECIALIZADA SPECIALIZED JOURNALIST Influente e respeitada pesquisadora musical com mais de duas décadas de carreira, Claudia Assef criou o Musicnonstop, veículo especializado que recheou a web com conteúdo regular, atual, eclético e interessante — tão interessante que recebeu uma indicação ao VI Prêmio RMC com apenas um ano de vida — com apoio de uma equipe conceituada de redatores. Claudia também iniciou ao lado de Monique Dardenne o projeto Women’s Music Event, plataforma que busca dar voz às mulheres que trabalham no mercado da música. An influential and respected musical researcher with already a long career path, Claudia Assef created Musicnonstop, a specialized business that filled the web with newsworthy, eclectic and creative content. It even got her nominated for the VI RMC Awards after only one year of business, which is made possible by the support of a hardworking team of copywriters. Next to that Claudia started alongside Monique Dardenne’s project Women’s Music Event, a platform focused on giving women working in the music industry a voice

Plusnetwork AGÊNCIA DE EVENTOS EVENT AGENCY Antes Plus Talent, agora Plusnetwork. A empresa dividiu-se em quatro frentes — booking de DJs, gestão de carreiras, eventos e projetos personalizados — para que a cadeia produtiva de seu trabalho funcione de forma mais orgânica e cuidadosa. Alguns dos seus eventos-destaque em 2016 foram o Tomorrowland Brasil e a turnê de Steve Angello. Para este ano, prepara a chegada do festival Electric Zoo em São Paulo. Plusnetwork, former Plus Talent, is a company divided into four fronts. The separation in DJ booking, career management, events and personalized projects was made to execute their work in an organic and productive way. Some of the main events in 2016 were Tomorrowland Brazil and Steve Angello’s tour, and most likely their production for the upcoming Electric Zoo festival in São Paulo will be next in line to mention.


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24bit

AGÊNCIA DE ARTISTAS DJ AGENCY Em um ano em que a participação feminina na música eletrônica teve grande evidência, a agência criada em Curitiba por Aninha, Fernanda Paludo e Priscila Prestes está em um bom momento. A empresa é conhecida por proporcionar o melhor direcionamento artístico possível para o seu cast. Alguns dos highlights da 24bit no último ano foram a entrada de Eli Iwasa, o desenvolvimento singular do HNQO e turnês bem-sucedidas de Lauren Lane e Adana Twins. In a year where female participation in electronic music grew extensively, the agency created in Curitiba by Aninha, Fernanda Paludo and Priscila Prestes, had an exquisite timing. 24bit is known for providing the best possible artistic guidance for its cast. Some of the highlights of 24bit in the last year were the entry of Eli Iwasa, the unique development of the HNQO and the successful tours of Lauren Lane and Adana Twins.

The Martinez Brothers TOUR INTERNACIONAL INTERNATIONAL TOUR Nascidos e criados no Bronx, em Nova York, The Martinez Brothers trazem um som refrescante aos palcos. Já foram nomeados DJs do ano em 2014 pela Mixmag, e são respeitados mundo afora por seus mixes renovados de house e techno. Apesar do grande sucesso, os irmãos continuam humildes e com os pés no chão. Em 2016, fizeram bons shows na tour promovida pela D-Agency no Warung, D-Edge e D-Edge Rio. Born and raised in the Bronx, New York, The Martinez Brothers bring a refreshing sound to the stage. They’ve been nominated DJs of 2014 by Mixmag, and are well regarded internationally for their renovating house and techno mixes. Despite their big success, the brothers are still humble and have their both feet on the ground. In 2016, they performed on a tour promoted by D-Agency in Warung, D-Edge and D-Edge Rio.


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16 ANOS com 16 letras:

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Só Track Boa FESTA DESTAQUE PARTY OF THE YEAR A house music no Brasil recebe um constante impulso positivo com a Só Track Boa, marca que em 2016 viajou por todo o país e rendeu até mesmo um festival memorável no Estádio do Canindé. Original e ousada, a Só Track Boa tem foco no produto nacional e conta hoje com mais de 300 mil seguidores, ansiosos para fazer parte das edições de uma das festas mais marcantes que o cenário conhece. Brazilian house music is constantly forward by the Só Track Boa label, a brand that has tvraveled the entire country in 2016, and even yielded a memorable festival in the Stadium of the Canindé. Original and bold, Track Boa is focused on the national product and has currently over 300.000 followers, eager to be part of the editions of one of the most remarkable parties in the scene.

Warung SUPERCLUB

Este clube baseado em Itajaí-SC já ultrapassou quaisquer barreiras de consolidação quando o assunto é boa música. Referência mundial em curadoria, estrutura e “vibe”, o Warung Beach Club é um dos clubes mais amados pelo público e muitas de suas noites são consideradas históricas. Alguns grupos sobre o Warung em redes sociais já ultrapassam 50 mil membros apaixonados que compartilham suas histórias no “templo”. This club based in Itajaí-SC has proven its success when it comes to good music. A world reference in curatorship, structure and vibe, the Warung is one of the most loved clubs by the public, and the holder of a record in historical nights. Great DJs like Nina Kraviz feel at home at this club, playing long and special sets for an audience that knows the sound of truth. social network channels have already surpassed 50,000 passionate members who share their stories in the “temple”.


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D-Edge CLUB

O D-Edge completa 17 anos em 2017 com muitas conquistas: além de ser a maior referência nacional quando se fala em house e techno, também é um dos clubes mais premiados do mundo no quesito design, figurando em inúmeras revistas e livros sobre o tema. A curadoria cuidadosa do clube trouxe no último ano apresentações de artistas como Seth Troxler, Cajmere, Joseph Capriati, Mano Le Tough, Koslch, entre outros. D-Edge will turn 17 in 2017, looking back on many achievements: besides being the biggest national reference when it comes to house and techno, it is also one of the most awarded nightclubs in the world for its design, and starred in numerous magazines and books. Last year, the club’s curatorship brought performances from artists such as Seth Troxler, Cajmere, Joseph Capriati, Mano Le Tough, Kolsch and many others.

Club 88 CLUB OFF-CIRCUIT

Protagonista da cena noturna da região metropolitana de Campinas, o Club 88 elevouse em 2016 com uma curadoria em excelência, que equilibrou sua noite entre convidados consagrados nacionais e internacionais — de Finnebassen a Illusionize, de Amine Edge & Dance a Zopelar — e manteve em prática sua preocupação em consolidar os laços com seus frequentadores tal como uma grande família onde o aspecto em comum é o amor pela música. As a key player in the night scene of the metropolitan region of Campinas, Club 88 saw daylight in 2016. Established with an excellent curatorship, that balanced its events between national and international guests - from Finnebassen to Illusionize, from Amine Edge & Dance to Zopelar. The goal is to bound with its regulars as a big family and celebrate their love for music.


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D.O.C. SELO

RECORD LABEL Fundado em 2013 por Gui Boratto, o D.O.C. é mais que um selo; é uma família cheia de paixão que cresceu extensivamente ao longo dos anos. L_cio, Elekfantz e Junior C são alguns dos artistas que fazem parte do selo. Todos com o objetivo de lançar música autêntica que move (e comove) as pessoas, o som do D.O.C é marcante e atemporal. Founded in 2013 by Gui Boratto, D.O.C is more than a label; it’s a very passionate family that has grown extensively throughout the years. L_cio, Elekfants and Junior C are some of the artists that are part of the cast. All of them work towards releasing authentic music that moves people. D.O.C’s sound is outstanding and timeless.

Elekfantz LIVE ACT

Daniel Kuhnen e Leo Piovezani fazem uso de toda a sua bagagem musical para proporcionar experiências inesquecíveis no seu show live que é homenageado pela segunda vez no Prêmio RMC. No ano passado, Elekfantz foi reconhecido pela Academia Catarinense de Letras como personalidade musical do ano — é o primeiro projeto musical fora do circuito clássico a ser reconhecido pela Academia — além de ter lançado a faixa “Blush”, que se tornou imediatamente uma das mais queridas entre os fãs.

Daniel Kuhnen and Leo Piovezani use their musical talents to provide an unforgettable experience in their live show, which is nominated for the second time for an RMC Award. Elekfantz was named the Catarinense Academy of Letters last year. It’s their first musical project outside their usual circuit to be recognized by the Academy besides having released the track ‘’Blush’’, which immediately became the fan’s favorite.


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Warung Day Festival FESTIVAL Um dos festivais mais aguardados do Brasil já está preparando sua quarta edição em Curitiba. Quando você compra um ingresso para o Warung Day Festival, você compra um ticket para a felicidade e a liberdade em meio ao melhor cenário: a natureza. Sua visão é disseminar a cultura da boa música eletrônica, avant-garde e underground, e uma forma de fazer isso acontecer é incluir no line up alguns dos principais nomes nacionais e internacionais.

One of the most anticipated festivals in Brazil is already preparing its fourth edition in Curitiba. When you buy a ticket for Warung Day Festival, you buy a ticket to happiness and freedom amidst beautiful scenery. Its vision is to spread the culture of good electronic music, avant-garde and underground, and to realize this their line up shows some of the top national and international names in the industry.

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Mumbaata PRODUTOR REVELAÇÃO NEWCOMER PRODUCER

Duo formado por Lennox Hortale e Pedro Poyart, o Mumbaata tornou-se rapidamente um dos projetos mais bem vistos da dance music nacional. Boa parte do conceito é um cruzamento de música para pista com influências que vão desde as culturas africana e brasileira até gêneros incomuns para o eletrônico, como o jazz. Lançou pelo Re:Sound, Not For Us, D-Edge e mais. Cada EP lançado por Mumbaata é uma aula de criatividade e demonstra a riqueza de conhecimento e experiências de Hortale e Poyart.

The Mumbaata duo, consisting of Lennox Hortale and Pedro Poyart, quickly became one of the most respected projects in national dance music. The concept is mostly a crossroad of track music with influences ranging from African and Brazilian cultures, to unusual mixed genres like electronic and jazz. Released names are Re:Sound, Not For Us, D-Edge and more. Each EP released by Mumbaata breaths creativity and demonstrates the wealth of knowledge, leaving a trademark through the experiences of Hortale and Poyart.


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Cat Dealers DJ REVELAÇÃO NEW COMER DJ Os segredos para o sucesso rápido são o trabalho duro, músicas cativantes e um plano de carreira sólido. O exemplo disso é Cat Dealers. Logo de início, a divertida track “Your Body” cativou os brasileiros e virou um dos maiores hits do ano — teve 15 milhões de plays só no YouTube. Sucessivamente, mais lançamentos interessantes e agenda lotada de shows cheios de energia deram ao duo carioca o título merecido de revelação do ano.

The secrets for rapid success are hard work, captivating sons and a solid career plan. Cat Dealers is one example of that. Even in the beginning, the fun track “ Your Body” won the hearts of many Brazilians and became one of last year’s biggest hits — its YouTube upload had 15 million views. After that, more interesting releases and a full calendar of energetic performances gave the duo the well-deserved title of Best New Artist.

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ANUÁRIO 2017

Vintage Culture BIG ROOM DJ

O avanço de Lukas Ruiz como Vintage Culture é inquestionável. O último ano foi especialmente generoso para o DJ e produtor de Mundo Novo MS. Seu remix da faixa “Drinkee”, de Sofi Tukker, feito em parceria com Slow Motion!, e a faixa “Wild Kidz” viraram hits instantâneos e alcançaram milhões de plays em diversos canais. Pode-se dizer o mesmo sobre “Hollywood”, lançado pelo gigante selo holandês Spinnin’ Records. Junte isso a uma agenda lotada pelos quatro cantos do país, e temos um verdadeiro sucesso. The success of Lukas Ruiz as Vintage Culture is set in stone. Especially last year was one of the most successful ones for the DJ and producer of Mundo Novo - MS. His remix of the track “Drinkee” by Sofi Tukker, made in partnership with Slow Motion!, and the track “Wild Kidz”, became instant hits and were aired uncountable times on several channels. The same can be said about “Hollywood”, released by the giant Dutch label Spinnin ‘Records. Combine this all with their busy tour schedule and it leads to no other way than the one of success.


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ANUÁRIO 2017

ANNA

TRACK DO ANO DJ UNDERGROUND PRODUTOR/REMIXER TRACK OF THE YEAR UNDERGOUND DJ PRODUCER/REMIXER Os últimos anos foram mágicos para a carreira da paulistana Anna. Uma das principais representantes brasileiras da boa música mundo afora, seu som pulsante que faz um passeio tênue entre o techno e o tech house tornou-se inconfundível e seu trabalho é reconhecido mundialmente, reconhecido por líderes do gênero, como Nicole Moudaber, Solomun, Kölsch, Richie Hawtin, Damian Lazarus, entre outros. Como DJ, ANNA é uma grande referência; algumas de suas conquistas recentes foram o convite para tocar ao lado de Solomun na Pacha Ibiza e sua apresentação na festa de despedida do renomado club Space Ibiza. Como produtora, sua track “Odd Concept” virou hit do chart de techno no Beatport e, consequentemente, faixa recorrente nas playlists dos ouvintes e nos cases dos DJs. Mostrando que menos é mais, pequenos riffs e samples robóticos ao longo da track fazem toda a diferença, enquanto o bass frenético e groovado característico da artista une-se à melodia que nos faz lembrar as tensões de um filme de suspense. Obra prima!

The past few years have been magical for ANNA. The DJ from Sao Paulo is one of the key players in producing quality music abroad. Her pulsating sound that takes a tenuous ride between techno and tech house has become unmistakable and her work is recognized worldwide, supported by leaders in the scene, such as Nicole Moudaber, Solomun, Kölsch, Richie Hawtin, Damian Lazarus, among others. As a DJ, ANNA is a great reference; some of her recent achievements were the invitation to play alongside Solomun at Pacha Ibiza and her performance at the renowned Space Ibiza’s farewell party. As a producer, her track “ Odd Concept” became a hit on Beatport’s techno chart and, consequently, a recurring track on listeners’ playlists and DJ cases. Proving that less is more, small riffs and robotic samples along the track make all the difference, while the artist’s characteristic frenetic and groovy bass joins the melody that reminds us the tensions of a thriller movie. Masterpiece!


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ANUÁRIO 2017

CONSELHO DIRETOR Arnaldo de Merian
Bernardo Lopes Claudio da Rocha Miranda Filho Pedro Nonato Ricardo Carvalho DIRETORIA EXECUTIVA Arnaldo de Merian – Diretor Administrativo e Financeiro Claudio da Rocha Miranda Filho – Diretor Executivo Pedro Nonato – Diretor Internacional e Correspondente de Imprensa
Ricardo Carvalho – Diretor Geral COORDENAÇÃO DE ATIVIDADES ACADÊMICAS Gary Smith Leo Janeiro PRODUÇÃO EXECUTIVA Paula Versiani
Vanessa Hannah ADMINISTRAÇÃO Clarissa Crisostomo
 GERÊNCIA EXECUTIVA Claudia Campà RELACIONAMENTO & COMERCIAL Claudia Campà
& Felipe Meira COMUNICAÇÃO Alex Jukes – Jukebox PR
 Luisi Valadão – Lupa Comunicação Rodrigo Airaf – Jornalista ESTAGIÁRIO
 Bernardo Orenstein Felicia Rodrigues ESCRITÓRIOS: Rio de Janeiro Rua Visconde do Pirajá, 156 / 10º andar
Ipanema – Rio de Janeiro – RJ – Brasil CEP: 22411-000 +55 21 2512-7019 Miami 8000 West Drive 
North Bay Village
33141 Florida - USA +1 571 232-5969 CONSULTORIA EM LEIS DE INCENTIVO Marco Antonio Junqueira - Sagre Consultoria

O Anuário 2017 RMC é uma publicação do Rio Music Conference produzida por Hot Content. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Rio Music Conference. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada, com crédito da fonte. COORDENAÇÃO EDITORIAL Bruna Calegari Claudio da Rocha Miranda Filho João Anzolin Pedro Nonato EDITORA EXECUTIVA Bruna Calegari DIREÇÃO DE ARTE Alexandre Correa Eduardo Nogueira CAPA Eduardo Nogueira TEXTOS Alan Medeiros Alexandre Albini Bruna Calegari Camilo Rocha Claudia Assef Felicio Marmo Flavio Lerner Jade Gola João Anzolin TRADUÇÃO Erica Alves Jason Pont Zora Morgenthaler REVISÃO Hermes Pons



ENERGIA DA HORA QUE O DIA COMEÇA ATÉ A HORA QUE O DIA COMEÇA DE NOVO.


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