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EXPEDIENTE
08 A revista BEM VIVER é uma publicação quadrimestral da Construtora Pereira Alvim. Av. João Fiusa, 2777 Tel. 16 3515 5151 Ribeirão Preto-SP marketing@pereiraalvim.com.br Coordenação: Ana Maria Machado Agência: N.Case Comunicação
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SENTIMENTO EGOÍSTA
PROJETOS
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SEM LIMITES
OBRAS
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PODER FEMININO
CERCADO DE NEVE
Editor/Jornalista Responsável:
Godi Júnior - MTB: 43.852/SP Jornalistas: Thell de Castro e
Daniel Smith Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Rita Corrêa Produção Fotográfica:
Ana Maria Machado e Rita Corrêa Fotógrafo Responsável: Paulo Marx Impressão e Fotolito: Gráfica São
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ARTE DE ILUSTRAR
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EDUCANDO
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LIMPEZA
Francisco Tiragem: 3000 exemplares Agradecimentos: First Agency Models e Line Gonçalves (maquiagem)
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EDITORIAL
GASTRONOMIA
HOBBY
INCENTIVO
NEGÓCIOS
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EDITORIAL
Liberdade
para ser e estar Nesta edição, abordamos os mais diversos conceitos de liberdade. A escolha de ser, ter, conquistar, enfim, trocar experiências, sobretudo viver. Não questionamos a escolha de cada um. O importante é poder exercer o pensamento, não importa qual for e se ele será o melhor para o outro, mas se é essencial para você. Independência e liberdade, desde a expressão até a vaidade. Jamais desista dos seus sonhos, dos seus objetivos, da sua vida. Ela é sua e ninguém tem o direito de mudá-la, a não ser você mesmo. Lute e ame o que você faz, seja qual for sua profissão, pois aquilo que fazemos com paixão dá sempre bons resultados. Portanto, confira em cada matéria um ensinamento. Devemos ter respeito e educação pelo lugar onde vivemos. Precisamos aprender a aproveitar a natureza da melhor maneira possível. Da vida agitada e decisiva de uma mulher resolvida até o ambiente calmo e acolhedor de uma pescaria, que pode ser com a família, com os amigos ou mesmo sozinho. A vida solitária de um andarilho que escolheu viver sem vínculos. Passear pelo frio do Valle Nevado e curtir um caldo quente no inverno. Para fechar, trazemos duas matérias que retratam bem esse novo mundo. Na reportagem sobre ilustração, as mudanças que acompanham as novas tecnologias; já na educação, tentamos sintetizar através de uma dica, ou seja, um remedinho bom: ter mais tempo com os filhos. Caminhe para um futuro melhor e aprenda a conviver e a dialogar. Tenha criatividade e faça tudo com dedicação. Enfim, viva intensamente, busque novas conquistas e o que você deseja. Sempre há tempo para repensar. Seja mais livre e desperte o jovem que existe em você. Pereira Alvim e os seus 15 anos...
Boa leitura. José Roberto Pereira Alvim Diretor da Construtora Pereira Alvim
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CLIC EM CASA
Um animal
ágil e veloz
Envie sua foto: marketing@pereiraalvim.com.br
Este é o cavalo “Kinderovo ”. O nome foi dado pelas inúmeras surpresas que ele proporciona ao seu dono. Sempre muito brincalhão, o animal vive aprontando. Conta o dono que durante um desfile de cavalos, “Kinderovo ” se assustou com a movimentação e saiu em disparada. A poucos metros de provocar um acidente, desviou sua trajetória e acertou um caminhão parado. Felizmente, o animal não se feriu. Não é à toa que agilidade e velocidade são as características mais marcantes do cavalo.
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CONVIVER
Egoísta é aquela
nela e não pensa A loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa. Todos compareceram. Após tomarem o café, a loucura propôs: - Vamos brincar de esconde-esconde? - O que é isso? Perguntou a curiosidade. - Esconde-esconde é uma brincadeira em que conto até cem e depois vou procurar; o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar. Todos aceitaram, menos o medo e a preguiça. - 1, 2, 3... - a loucura começou a contar. A pressa se escondeu primeiro, em qualquer lugar. A timidez, tímida como sempre, se escondeu na copa da árvore. A alegria correu para o meio do jardim, já a tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder. A inveja acompanhou o triunfo e se escondeu perto dele, debaixo de uma pedra. A loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. O desespero ficou desesperado ao ver a loucura que já estava no noventa e nove, cem... Gritou a loucura: - Vou começar a procurar. O primeiro a aparecer foi a curiosidade que já não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado a loucura viu a dúvida em cima do muro sem saber em qual dos lados se escondia melhor. E assim foram aparecendo, a alegria, a tristeza, a timidez... Quando estavam todos reunidos, a curiosidade perguntou: - Onde está o amor? Ninguém o tinha visto. A loucura começou a procurar. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do amor aparecer. Procurando por todos os lados, a loucura viu uma roseira, pegou um raminho dela e começou a cutucar por entre a folhagem. De repente ouviu um grito. Era o amor, gritando por ter tido seus olhos rasgados pelos espinhos. A loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do amor e até prometeu servir-lhe para sempre. O amor aceitou as desculpas. Desde então, e até hoje, o amor é cego e a loucura sempre o acompanha. Essa pequena e singela parábola traz em seu bojo um pouco do que se pensa do egoísmo. A necessidade do amor monopolizou a vida da loucura, cativando-a em torno da culpa, responsabilizando-a pelo próprio infortúnio, mediante o pagamento de toda sua dedicação e tempo. Logo aprendemos que a maior dor do mundo é a nossa, pois nós a sentimos. Por mais que amemos alguém, não conseguimos isolá-lo da sua dor para que nós a sintamos por ela. Creio que aí está toda a ancestralidade do egoísmo, na geração de um verdadeiro escudo pelo instinto de sobrevivência.
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pessoa que só pensa em mim? Egoísta é aquela pessoa que só pensa nela e não pensa em mim? O altruísta é o que pensa em mim sem pensar em si? E a inveja, o ciúme, a soberba, são privilégios apenas dos egoístas ao amalgamar a raiva e infelicidade na ambivalência de sentir tristeza pelo bem alheio ou alegria pelo mal do outro, num misto de ódio e desgosto proporcionado pela prosperidade ou contentamento de alguém? Ou mal não é senti-las, mas cultivá-las? Questões que temos de perseguir se quisermos entender que, entre o egoísmo e a generosidade, itens permanentes e inerentes ao ser humano, está o justo, onde reside o ponto de equilíbrio de todos os projetos com vistas ao sucesso: “Eu penso em você, com você, para nós ”. Alain de Button nos ensina: “O que dizer da generosidade alheia senão que apenas não se deve contar com ela ”. É preciso coragem para vencer o medo e ousar contra a individualidade para gerar o bem comum. Lembro-me de uma cena de “O Resgate do Soldado Ryan ”, quando a hesitação de um covarde se transforma em mortalha ao bravo herói. O covarde morre duas vezes. Quando alguém deixa de cumprir sua parte na missão conjunta, o peso tem de ser distribuído aos demais, o que eleva os esforços individuais, colocando em risco o objetivo inicial. Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados: a hora que passa, a oportunidade de elevação e a palavra falada; mas três programas sublimes se desdobram à nossa frente para ajudar a nos recompor: amor, humildade e bom senso, além de lembrar que jamais devemos culpar alguém por aquilo que nos acontece, pois somos os responsáveis diretos por tudo de bom ou de mal que surgir em nosso caminho, lembrando ainda que todos nós somos egoístas, mas não gostamos de assumir. Dr. Régis Vianna - Psiquiatra
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BEM ESTAR
a z e r u t a n r e S Esportes de aventura ganham cada vez mais adeptos Os esportes de aventura, que antigamente eram conhecidos como esportes radicais, surgiram no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. O nome foi alterado para diminuir os preconceitos e, com isso, aumentar o número de praticantes, tornando-os mais populares. O grande diferencial dessas atividades é a possibilidade de praticá-las em muitos lugares, já que são diversas as modalidades ligadas à natureza. Praticados em terra, água e ar, os amantes de aventura descobriram nesses esportes uma maneira de trabalharem seus limites e desafios. Outro fator importante é que, geralmente, essas modalidades são praticadas em grupo, ou seja, o companheirismo está presente o tempo todo. Além de excelentes atividades físicas, os esportes de aventura servem para conscientização da preservação do meio ambiente. Na cidade de Ribeirão Preto, o ginecologista Dr. Antônio Marcos Borges de Oliveira, de 69 anos, é um grande exemplo de que as atividades de aventura podem ser praticadas por todas as idades. O médico é um praticante regular de quase todas as modalidades que envolvem esses esportes. Segundo ele, faz oito anos que a sua vida mudou completamente. “Num certo dia, uma moça veio com a mãe para uma consulta e ela estava com uma tatuagem, perguntei o que era e ela respondeu que era ‘To-Bu ’, uma filosofia de vida dos jovens orientais. Gostei muito da tatuagem e, principalmente, do seu significado, o qual representa viagem, autodeterminação e liberdade. Foi aí que me aprofundei no assunto e resolvi aderir, o que fez com que a minha vida mudasse radicalmente, tanto no contexto profissional, pois deixei de ser um ginecologista obstetra convencional para trabalhar
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mais com medicina alternativa, como na minha vida pessoal. Ocorreram mudanças no meu condicionamento físico, alimentação e estilo de vida. Com isso, perdi 34 kg e passei de um médico sedentário para um esportista ”, conta. De acordo com Antônio Marcos, a nossa vida é feita de 60% de conservadorismo, ou seja, de situações que não podem ser alteradas como, por exemplo, andar nu pelas ruas, mas 40% só dependem de nós mesmos. “É por isso que devemos criar, ousar e até mesmo atrever. A nossa vida cronológica depende de cinco coisas: sorte, genética, alimentação, ambiente e a quinta, que é a principal, cabeça, pois tudo que você busca está dentro dela. Temos que parar com o comodismo e com a rotina, já que isso só serve para matar as pessoas ”, finaliza.
Opções São muitas as opções de aventura, mas separamos algumas que podem ser praticadas a 65 km de Ribeirão Preto, mais precisamente na cidade de Altinópolis. Conhecida popularmente como a Campos do Jordão da região de Ribeirão, o município, que é o segundo mais alto do Estado de São Paulo, com 1.050 metros de altitude, possui 35 cachoeiras, 12 grutas, cinco rios e cinco morros, o que faz com que o clima se torne fantástico, com média anual de 19º, bem diferente da quente capital do chopp. Confira algumas modalidades de aventura que podem ser praticadas. Rafting: o rafting (do inglês raft, que significa balsa) é a aventura de descer rios e corredeiras em um bote de borracha. O rafting é um esporte ideal para quem gosta do contato com a natureza. No Brasil, quase todos os roteiros são em lugares de mata preservada ou em reservas ecológicas. É um excelente exercício antiestresse. Bóia-cross: o nome é dado para a atividade “turística ” de descer rios utilizando-se de uma câmara de ar de caminhão, amarrada de forma a deslizar sobre a água, levando apenas uma pessoa por bóia. A descida do rio é feita em grupo de amigos, porém não se trata de competição, mas sim uma ajuda mútua para chegarem todos juntos no final. Arborismo: popularmente conhecido como arvorismo, é um esporte que consiste na travessia de um percurso acrobático realizado próximo à copa das árvores, onde os praticantes percorrem um percurso suspenso, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas. Além de árvores, postes também podem servir de base para a prática do esporte.
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Rapel: é uma técnica praticada em descida de rochas, cavernas, prédios, entre outros, utilizando-se de cordas ou cabos. No início, era aplicada em resgates e em espeleologia, para explorar cavernas. Cascading: é uma das mais recentes modalidades de turismo de aventura. O esporte consiste em descer uma cachoeira suspenso por uma corda, enfrentando o peso e a temperatura da água, além dos desníveis do relevo. A descida agrega técnicas de espeleologia e de escalada. Mountain Bike: é uma modalidade de ciclismo na qual o objetivo é transpor percursos com diversas irregularidades e obstáculos. Praticada em entradas de terra, trilhas de fazendas, trilhas em montanhas e dentro de parques, esse esporte envolve resistência, destreza e auto-suficiência. É importante usar sempre o capacete. Trekking: na tradução para o português, a palavra trekking quer dizer caminhar, trilhar ou andar. A modalidade nada mais é do que percorrer áreas selvagens a pé, com ou sem acompanhamentos, levando o mínimo possível de equipamentos. Freqüentemente, essa atividade é utilizada para se chegar até uma cachoeira no meio do mato ou para se alcançar o topo de uma colina em que o visual é imperdível. Cavalgada: é um esporte milenar realizado a cavalo. Tem o objetivo de transportar o homem para caminhos belíssimos. Trata-se de uma excelente atividade envolvendo homem e animal. Tirolesa: é uma das atividades de aventura mais emocionantes, pois, mesmo não exigindo esforço físico do praticante, faz com que o mesmo tenha a oportunidade de sentir o prazer de voar contemplando a natureza por um ângulo diferente. A modalidade consiste num cabo aéreo ancorado horizontalmente entre dois pontos, no qual o aventureiro se desloca através de roldanas conectadas por mosquetões a uma cadeirinha de alpinismo. Geralmente, é praticada em campo aberto e de preferência acima de um lago, para que no final do percurso o aventureiro possa se soltar de seu equipamento e cair na água, acrescentando assim mais adrenalina e emoção ao momento. A Bem Viver lembra que essas atividades devem ser acompanhadas por um guia local ou organizado por uma empresa competente da área, para evitar maiores problemas e acidentes.
Serviço Planeta Verde Ecoturismo Fone: (16) 3665-0118 / 9137-3204 Endereço: Avenida Cel Antônio Justino de Figueiredo Júnior, 880, Altinópolis (SP).
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GASTRONOMIA
Aquecendo o corpo e o coração
Os caldos são boas pedidas em diversas ocasiões durante o ano, mas em uma cidade quente como Ribeirão Preto, essas delícias são apreciadas especialmente no inverno. A estação mais fria do ano acaba fazendo as pessoas aproveitarem mais o aconchego do lar, assistindo a um filme, ouvindo música ou curtindo um hobby, por exemplo. Então, nada melhor que um caldo bem quente, e de preferência light, pois junto com o inverno vem um natural aumento de apetite, também em virtude do clima frio. Muita gente não sabe, mas existem diferenças entre caldos e sopas. Segundo a nutricionista Bianca Montagnana, de Ribeirão Preto, a definição moderna de sopa e caldo foi estabelecida no século 18. Antes, no século 17, quando foi inventada a colher, a sopa tornou-se popular na Europa. “As sopas geralmente são mais líquidas, enquanto os caldos são mais encorpados e contêm ingredientes sólidos ”, explica. “Os caldos são cozinhados em recipientes fechados por um período de tempo maior, com fervura leve e menos água ”, completa. Como o consumo de alimentos quentes aumenta a temperatura corporal, os caldos também servem para aquecer o corpo e o coração dos mais necessitados, na maioria dos casos através de pessoas e entidades beneficentes. Além de fornecer os nutrientes necessários para o ser humano, os caldos funcionam como verdadeiros remédios caseiros para gripes e resfriados. Quem nunca tomou um caldo preparado pela mamãe ou vovó quando estava com uma gripe daquelas? Segundo os especialistas, o caldo funciona porque os líquidos quentes colaboram para aumentar o movimento dos cílios pulmonares, ajudando na expectoração.
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Um dos caldos mais famosos é o caldo verde. O prato, que geralmente tem 165 calorias, veio de Portugal e ganhou temperos brasileiros. É feito com batata, couve e lingüiça e, por isso, possui carboidrato, fibra, gordura e proteína. “O melhor é consumir o caldo verde como refeição única ”, afirma Bianca.
CALDO VERDE Ingredientes • 2 batatas médias • 1 tablete de caldo de galinha • 1 colher de sopa de óleo • 1 colher de sopa de sal • 5 xícaras de chá de água • 1 xícara de chá de couve manteiga cortada em tiras • 1 lingüiça calabresa defumada cortada em rodelas Modo de preparo Na panela de pressão, coloque a batata, caldo de galinha, óleo, água e sal. Cozinhe por cerca de 10 minutos até a batata desmanchar. Em seguida, bata tudo no liquidificador. Acrescente as rodelas de calabresa e ferva. Desligue o fogo e adicione a couve manteiga. Na hora de servir, coloque um fio de azeite ou croutons. Fonte: Portal Tudo Gostoso (www.tudogostoso.com.br)
DICAS PARA TORNAR O CALDO IRRESISTÍVEL Os melhores vegetais para o caldo são: cenoura, cebola descascada, aipo, abobrinha, batata, salsa, batata doce e abóbora; Se quiser usar ingredientes diferentes, experimente colocar pedaços de maçã ou pêra; Você pode fazer o caldo com vegetais e sobras de cascas; Batatas tendem a turvar o caldo e devem ser usadas em quantidades pequenas; Para intensificar o sabor e a cor do caldo, refogue os vegetais em um pouco de manteiga antes de juntar a água; Não misture vegetais de sabor acentuado da família do repolho, como brócolis e couve-flor, ou de cores muito fortes, como repolho roxo, beterraba e espinafre; Escolher e lavar muito bem os vegetais; Muito tomate ou frutas cítricas podem fazer talhar um caldo que leve leite ou creme;
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MERCADO
A força
da mulher Pesquisas mostram que o poder de decisão das mulheres na hora da compra cresce a cada dia e é maior do que se imagina O poder feminino na decisão de compra cresce a cada dia. Estudos mostram que, entre os casais, na hora de escolher bens como imóveis e carros, os homens são fortemente influenciados pelas esposas. Eles até olham, mas só fecham o negócio depois que elas dão o aval, constatam especialistas no setor imobiliário.
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Todos já sabem do grande poder de compra que elas possuem, mas, de acordo com pesquisas, essa força consumista e de influenciar é muito maior do que a grande maioria imagina. As mulheres respondem pelo consumo de 94% dos mobiliários domésticos, 92% de pacotes turísticos, 91% dos imóveis, 88% dos artigos de luxo, 50% dos computadores e escolhem 42% dos carros novos. Os dados vêm de pesquisas realizadas por consultorias e empresas de vários setores da economia. Trata-se de uma tendência global e os últimos números revelam que o mercado brasileiro se aproxima muito da realidade européia e norte-americana. Essa força feminina, nas maiores economias do mundo, está umbilicalmente ligada à ascensão da mulher no mercado de trabalho. Outro fator de destaque é o crescimento do número de imóveis vendidos para solteiros, ou melhor, para as solteiras. Em 2005, de cada 100 propostas de negócio, 40 eram de mulheres, 30 casadas e 10 solteiras; já em 2008, o número de solteiras que compram imóveis aumentou, já que muitas têm recursos financeiros próprios e nem precisam da ajuda familiar para adquirir o bem. Nos Estados Unidos, as solteiras ultrapassaram os solteiros na hora da compra: respondem por 21% das aquisições de imóveis, contra 9% dos homens, segundo um estudo da National Association of Realtors. Portanto, se os maridos pensam em comprar um presente de luxo para as companheiras, é melhor pensar um pouco antes de gastar, pois, cada vez mais, são elas que decidem o que querem ganhar.
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MORAR BEM
Arquitetura: a arte de construir Os profissionais da arquitetura trabalham para realizar o sonho das pessoas
Arquitetura é, antes de tudo, construção, porém de forma concebida, ou seja, com o propósito primordial de ordenar espaços para determinada finalidade, visando uma intenção. De acordo com o dicionário Aurélio, arquitetura significa “arte de criar espaços organizados e animados, por meio do agenciamento urbano e da edificação, para abrigar os diferentes tipos de atividades urbanas ”. A origem da palavra vem do grego ‘arché ’ que significa “primeiro ” ou “principal ” e ‘tékton ’, significando “construção ”, e refere-se à arte ou a técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Apesar de sua definição, o mundo da arquitetura é complexo e propício a alterações de forma acelerada. Com isso, buscamos uma explicação um pouco mais aprofundada sobre o termo, já que a arquitetura depende, necessariamente, da época da sua ocorrência, do meio físico e social, da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos e dos recursos financeiros disponíveis para a realização da obra ou do programa proposto. O estudo da história da arquitetura está relacionado à história da arte. As primeiras obras arquitetônicas e os primeiros monumentos surgiram ainda durante a Pré-História, quando o homem começava a dominar a técnica de trabalhar a pedra. O abrigo, como sendo a construção predominante nas sociedades primitivas, foi o elemento principal da organização espacial de diversos povos. A presença desse elemento no inconsciente coletivo foi tão forte que fez com que ele marcasse a cultura de diversas sociedades posteriores. Nos dias atuais, o abrigo ainda continua sendo o principal elemento da arquitetura. As casas e os apartamentos são exemplos clássicos. A grande diferença é que nos
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tempos antigos, apenas a segurança era trabalhada; hoje, também entram o conforto e as necessidades do homem, com o objetivo de facilitar o dia-a-dia, no interior da sua residência. A arquitetura ganhou o complemento da decoração do ambiente, iluminação, paisagismo, urbanismo e design. Os profissionais da arquitetura trabalham para realizar o sonho das pessoas. Segundo Rui Spinelli, arquiteto da Construtora Pereira Alvim, o profissional tem que ouvir muito para aprender. “Para ser arquiteto, é preciso ser um grande receptor de informações, estar aberto às novas tendências e ouvir o que os clientes estão querendo ”, explica. “O grande diferencial da Pereira Alvim é ter produtos para todos os estilos e segmentos. Aqui, trabalhamos com a identidade do cliente, ou seja, ele faz parte do nosso trabalho e tudo que produzimos é pensando nos mais variados estilos de vida. Somos uma verdadeira família, cada um no seu estilo, mas todos unidos ”, completa.
Principais arquitetos da história Oscar Niemeyer, Ruy Ohtake, Renzo Piano, Kisho Kurokawa, Richard Meier, Norman Foster, Frank Lloyd Wright, Santiago Calatrava, Gaudi, Marcos Vitrúvio Polião, entre outros.
História O mais antigo tratado arquitetônico de que se tem notícia, e que propõe uma definição de arquitetura, é o do arquiteto romano Marco Vitrúvio Polião. Em suas palavras: “A arquitetura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes ”. A definição de Vitrúvio, apesar de inserida em um contexto próprio, constitui a base para praticamente todo o estudo feito dessa arte, e para todas as interpretações até a atualidade. A interpretação de Leonardo da Vinci do homem de Vitrúvio sintetiza uma série de ideais a respeito da relação do homem com o universo. Da mesma forma, ela está associada à arquitetura, tanto quanto um instrumento de projeto quanto como um símbolo. Na obra de Vitrúvio, definem-se três os elementos fundamentais da arquitetura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao caráter construtivo da arquitetura), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade) e a venustas (associada à beleza e à apreciação estética). Desta forma, e segundo esse ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitetura quando, além de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas) e for, principalmente, bela (venustas). Há que se notar que Vitrúvio contextualizava o conceito de beleza segundo os conceitos clássicos. Portanto, a venustas foi, ao longo da história, um dos elementos mais polêmicos das várias definições da arquitetura.
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MORAR BEM
Pereira Alvim: construindo patrimônios Há 15 anos, a Construtora Pereira Alvim vem se dedicando à construção civil de uma maneira inovadora. Responsável por construir patrimônios e criar verdadeiros cartões-postais na cidade, a empresa faz questão de manter a qualidade e o primor em todos os detalhes. Desde a construção até a entrega de seus empreendimentos, a Pereira Alvim é uma empresa diferenciada. Com organização e limpeza em suas obras, a construtora tem uma imagem de credibilidade e competência. Tudo isso agregado ao trabalho e respeito com seus clientes. Não é difícil reconhecer uma obra da empresa: basta fazer uma visita em qualquer uma das suas construções, que você irá perceber a diferença. Esse conceito de qualidade e limpeza é passado a todos os funcionários que trabalham nas obras da Pereira Alvim. Tanto é que, por volta das sete da manhã, antes de começarem o trabalho, esses profissionais são reunidos para uma palestra, onde são passadas instruções de como manter a obra agradável para quem vai visitá-la e também para eles próprios, já que trabalhar num ambiente limpo e organizado é fundamental. Além disso, regras e normas de segurança fazem parte do dia-a-dia desses trabalhadores. Logo após as
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instruções, para começar bem mais um dia, é realizada uma oração. Sempre utilizando materiais de primeira qualidade, a construtora mantém firmes as suas parcerias, exigindo das mesmas o padrão que seus clientes e futuros moradores já esperam. Mais do que garantir a modernidade em seus projetos, a PA não abre mão dos pontos fortes que colaboram para manter firme o seu alicerce, que se baseia em qualidade do começo ao fim. Portanto, na certeza de estar construindo um patrimônio, a empresa agrega valor em cada detalhe da obra.
Programa Obra Limpa Há dois anos, a Pereira Alvim iniciou um programa de limpeza e reciclagem de lixo em suas obras. O projeto começou a ser praticado durante a construção do condomínio Laranjeiras, sendo estendido, em seguida, para o Edifício Sequóia. Com o sucesso e o retorno da iniciativa, a Construtora agora quer levar o programa de limpeza para seus futuros empreendimentos. Além de deixar o local de trabalho cada vez melhor, o programa também busca incentivar os colaboradores. De acordo com Francisco Galli de Oliveira, auxiliar técnico de segurança da Pereira Alvim, o dinheiro arrecadado nas reciclagens e nas vendas dos materiais é revertido para eles mesmos. “Dessa forma, todos os profissionais da obra, incluindo os terceirizados, ganham refrigerantes e sobremesa no almoço ”, conta. Segundo o auxiliar, os resíduos de lixo limpo, ou seja, aqueles que não possuem gesso, como papel e plástico, são recolhidos e mandados para uma planta de reciclagem de Ribeirão Preto. É o próprio trator da construtora que colhe e leva o material no local. Já a madeira não utilizada é levada para algumas pizzarias e padarias. Francisco, que já morou na Espanha, finaliza: “nem por lá encontrei algo parecido ”.
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HOBBY
Pescaria,
um momento para relaxar Além de ser uma antiga atividade de sobrevivência, a pesca é fonte de lazer para as pessoas
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A relação do homem com os peixes é tão antiga que registros históricos do século VII mostram que, nessa época, a pesca já tinha se tornado uma atividade popular e o consumo já estava consolidado entre os europeus. No Brasil, devido à excelente geografia de grandes rios e afluentes e uma extensa costa, a pesca já existia antes mesmo do descobrimento pelos portugueses, isso porque os indígenas conheciam métodos próprios para a construção de canoas e utensílios para a captura de peixes. Outro fator importante é que o índice de doenças advindas do estresse entre os índios primitivos é zero. Tudo é feito com prazer e sem cobrança. Dessa forma, com o passar dos anos, o homem moderno descobriu dentro da cultura indígena que a pescaria não era apenas uma atividade de sobrevivência, mas sim um esporte prazeroso, ou seja, um hobby. É por isso que, não só no Brasil, mas em todo o mundo, a pescaria vem se transformando, depois do futebol, em uma paixão mundial. Segundo Antônio Benedicto Lázaro de Pina, 70 anos, professor universitário e amante da pescaria como esporte de lazer, essa atividade trata-se de um hobby que interfere, e muito, no cotidiano das pessoas. “Somos outros pós-pescaria, principalmente nas atitudes comportamentais. Toda atividade prazerosa tem poder relaxante. A exemplo do que se passa comigo, todos os amantes desse saudável lazer se vêem ‘obrigados ’ a se reorganizar após cada pescaria. São dois, três ou mais itens de sua tralha necessitando de reparos ou complementação. É a infra-estrutura do acampamento, do translado, as iscas, tudo pensado e compartilhado com muito prazer, pois a pescaria é, além de tudo, um momento mágico de aprendizagem e, ao mesmo tempo, de entretenimento ”. Apesar do grande número de homens que adoram pescar, as mulheres estão cada vez mais comprando equipamentos e se interessando pelo assunto. De acordo com Manoel Dias Ferreira Neto, proprietário de uma loja de pesca, as mulheres perceberam que a pesca esportiva faz bem à saúde, já que observaram como os maridos retornavam mais relaxados depois de suas pescarias. “Atualmente, graças à maior autonomia da mulher, visivelmente com mais voz e vez, elas não ficam em casa, como antigamente, e têm a oportunidade de fazer companhia aos esposos nas saídas de lazer. Particularmente, a Antônia, minha esposa, sempre foi a minha companheira incondicional nas pescarias de curta e longa duração ”, comenta o professor Pina.
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Modalidades de pescaria Como aumenta cada vez mais o número de pescadores no País, a Revista Bem Viver separou algumas modalidades que existem no mundo da pesca. Confira:
Pesca esportiva – é necessário conhecer o comportamento dos peixes, bem como as características dos locais onde se pretende pescálos. É feita com iscas artificiais, e essas são movimentadas para dar a impressão de um peixe vivo ou qualquer outro tipo de animal.
Pesca de corrico – o barco permanece em movimento, com o motor ligado. A isca pode ser natural ou artificial. A técnica consiste em arrastar a isca a uma distância entre 20 e 50 cm com a embarcação em baixa velocidade.
Pesca de barranco – a mais popular em todo o mundo. À beira de um rio, lago ou represa é o lugar preferido para a construção de ranchos de pesca ou para acampamentos. Os equipamentos utilizados são varas com molinete ou carretilha, caniços simples feitos de bambu ou varas telescópicas de carbono, além da tradicional linha de mão.
Pesca com mosca – uma das modalidades mais antigas. O nome se deve à isca utilizada que imita insetos, confeccionadas artesanalmente com materiais como pêlos, penas, fios de plástico e linhas de costura. O equipamento é bem diferente do convencional.
Pesca de praia – são utilizadas varas longas entre 2,5 e 5m; e linha fina, de modo que a isca não seja arrastada pelas ondas e possa alcançar uma maior distância. Pode ser praticada em praias fundas, conhecidas como praias de tombo, ou em praias rasas, onde a profundidade vai aumentando gradativamente. Muitas vezes é necessário entrar na água até a altura da cintura a fim de realizar melhores arremessos.
Pesca de rodada
– o barco deve descer o rio ao sabor da correnteza, enquanto a isca vai se arrastando pelo fundo do rio. Antigamente usavam-se varas de bambu com linha grossa ou linha de mão. Hoje, varas de molinete e carretilha também são utilizadas nesta técnica. Uma das opções inseridas nesta modalidade é a pesca de batida, onde preferencialmente são usadas varas de bambu.
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VIAGEM
V alle Nevado:, Nevado: um paraíso de neve Já sabe onde vai passar as férias de julho? Que tal pegar um pouco de neve no rosto e esquiar na região das famosas Cordilheiras dos Andes? Apenas quatro horas de vôo e pouco mais de uma hora pelas estradas do Chile separam a capital paulista do mais moderno e confortável centro de esqui da América Latina, o Valle Nevado. Localizado a 3.205 metros acima do nível do mar, o Valle Nevado forma, com as estações El Colorado e La Parva, a região conhecida como “os Três Vales dos Andes ” que, somados, contam com 10.700 hectares de terreno esquiável e 107 km de pistas. Inaugurado em 1988, e planejado em seus mínimos detalhes, conta com infra-estrutura hoteleira e gastronômica, além de um moderno sistema de fabricação de neve, que garante diversão independente das condições climáticas. Por causa da neve de excelente qualidade e de seus 31 km de pistas, divididas de acordo com o nível de experiência dos esquiadores, o vale é conhecido como o “El Dorado ” dos esportes de inverno, tanto que é o único lugar da América Latina a sediar a Copa do Mundo de Snowboard, contando com uma pista de Border Cross e um Half Pipe, ambos homologados pela Federação Internacional de Snowboard. A melhor época do ano para visitar o lugar é de julho a outubro, período em que ocorrem os principais eventos, incluindo os esportes de inverno. Pessoas de vários lugares do mundo viajam a Nevado, atraídas pela neve, e também pelo conforto das acomodações, preocupação constante dos chilenos. “O principal hotel é o Valle Nevado, com acesso direto às pistas. É praticamente onde tudo acontece; possui vários restaurantes, pubs, cinema e uma piscina aquecida ao ar livre ”, comenta André Giovanni, gerente de marketing da agência de viagens Maktour. A região também abriga outros hotéis, como o Puerta del Sol, Tres Puntas, Valle del Sol e Valle de La Luna, todos com alto padrão de qualidade. No vale, encontra-se gastronomia internacional em restaurantes diferentes, que oferecem em suas cartas uma ampla variedade de sabores, aromas e estilos, que podem ser degustados a qualquer hora do dia. Pode-se, por exemplo, saborear um
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dos pratos rápidos nos restaurantes Slalom ou Bajo Zero, antes do retorno às pistas; ou um jantar no La Fourchette D ’or, que oferece comida francesa mediterrânea; ou ainda se render às delícias da culinária italiana no restaurante Don Giovanni. Ideal para amantes do esporte, o Valle oferece, além da prática do esqui, passeios em trenó puxado por cães, asa delta, parapente e para os mais ousados, o heliski, que transporta os esquiadores de helicóptero para montanhas de difícil acesso. Como o local oferece muitas opções de diversão, o público também é muito variado: vai de profissionais que participam de competições até famílias inteiras e casais em lua-de-mel. Todos, na verdade, buscam aventura na neve, mesmo que não sejam ‘experts ’ em esquiar montanha abaixo. Para conhecer o Valle Nevado e se encantar com as montanhas mais lindas da América do Sul, a agência oferece pacotes a partir de cinco parcelas de US$ 322,00, para cinco noites no hotel Puerta Del Sol, com direito a café da manhã e jantar, e algumas opções de esportes na montanha. Já o pacote para sete dias no hotel Valle Nevado sai por cinco parcelas de US$ 609,00. Ambos partem de Guarulhos (SP).
Confira os principais esportes no Valle Nevado Asa Delta e Parapente: é possível sobrevoar Valle Nevado em Asa Delta ou Parapente desde a parte mais alta do teleférico El Mirador. Heliski e Helisnowboard: a bordo de um helicóptero, os esportistas podem subir a cumes de até 4.200m e descer de snowboard e ski por vales e ladeiras inexplorados, realizando até 2.500m de desnível em neves virgens. Snow School: mais de 50 instrutores internacionais, bilíngües, especialistas em esqui alpino, carving, snowboard e guias de alta montanha. Eles ajudam o aluno no início ou aperfeiçoamento da modalidade escolhida. São oferecidos cursos de todos os níveis em aulas coletivas ou particulares. Teleférico Amdes Express: inaugurado na temporada de 2001, é um dos mais modernos e rápidos do mundo e o primeiro do Chile. Pistas de Esqui e Snowboard: são 37 km de pistas, com 810m de desnível e 11 meios de elevação, sendo um teleférico de alta velocidade, três teleféricos, seis teleskis e uma telecorda.
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CULTURA E LAZER
Acomarte de ilustrar, ou sem computador É cada vez maior o número de softwares que facilitam a vida dos ilustradores e cartunistas, mas nada substitui o talento Uma ilustração tem a função de acompanhar, explicar e acrescentar informação, ou até mesmo sintetizar um texto. A ilustração pode ser um desenho, uma pintura, uma colagem ou uma fotografia. As primeiras ilustrações editorais em informativos foram utilizadas na Idade Média, em manuscritos, mas somente com a Revolução Industrial, quando os métodos de reprodução dos textos foram aprimorados, é que houve evolução. Atualmente, em plena era digital, existem os desenhistas e cartunistas que não abrem mão do papel e lápis, e aqueles que fazem todo o trabalho no computador. Um dos desenhistas de maior sucesso no Brasil é Maurício de Sousa. Criador da Turma da Mônica e outras dezenas de personagens, reconhecidos mundialmente, ele citou em entrevista como foi o processo de criação da Maurício de Sousa Produções, que conta com uma grande equipe de profissionais. “Chegou uma altura em que precisei decidir se queria ser apenas mais um autor ou se pretendia dar um passo à frente em relação ao meu trabalho, criando, para isso, uma linha de montagem. No mundo inteiro eram poucos os estúdios a funcionar nesse sistema, sendo que o maior exemplo era o da Disney. Em cada etapa do processo, eu ia deixando algo para o estúdio fazer, e isso foi bastante doloroso. No começo, eu fazia tudo, desde o argumento ao desenho, passando pelos processos de colorir, colocar as letras nos balões, todas as etapas. Aos poucos, fui deixando as coisas passarem para as mãos do estúdio. Primeiro foi a arte-final, depois os desenhos e, por fim, os roteiros. Mas sempre estou de olho aberto e se vir algo que não me agrada, chamo o estúdio e converso. Há personagens que ainda faço questão de ser o roteirista, já que eles representam um pouco de mim. É o caso do Horácio, por exemplo ”. A vida dos ilustradores e cartunistas ficou muito mais fácil depois da chegada e do
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aprimoramento da computação gráfica, com softwares como o Photoshop, que permitem aos artistas resultados altamente profissionais. Atualmente, boa parte dos ilustradores já recebe treinamento diretamente na frente do monitor. O engenheiro civil, cartunista e publicitário César Augusto Vilas Bôas, mais conhecido como Pelicano, desenvolve desde 1978, com muita capacidade, humor inteligente e irreverência, cartuns e charges. Seus trabalhos já foram publicados em grandes veículos, e ele também fez animações para emissoras de televisão. Pelicano prefere o trabalho manual, mas reconhece a influência dos computadores. “Eu uso o computador só para colocar cores e dar um trato final. O desenho é feito manualmente. Já existem mesas digitadoras que possibilitam desenhar com o próprio mouse. Acho que, daqui a pouco, a gente vai aposentar o lápis e caneta e fazer tudo digitalmente ”, afirma. Para Cássio Scavone, o popular Manga, que faz diversos trabalhos em todo o Brasil, inclusive os cartuns que ilustram o quadro do chapéu no “Programa Raul Gil ”, o trabalho no computador não deixa de ser manual. “Não entendo porque o trabalho no computador não seria manual. Eu trabalho com o que considero a maior invenção da informática para a arte da ilustração: um tablet, que é a caneta sensível à pressão. Com um software como o Painter, por exemplo, eu consigo chegar o máximo possível perto da sensação de desenhar manualmente ”, explica. Manga já trabalhou diversas técnicas e brinca que “faz anos que não suja a mão ”. “Já trabalhei com várias técnicas, como ecoline, pastel, aerógrafo, aquarela, bico-de-pena, etc e tal. Muito disso ainda está presente no que eu faço, apesar da arte já nascer no monitor. Tem gente que tem um traço espontâneo e gasta muito menos tempo que eu. Já outros elaboram a arte com detalhes, e demoram mais. Mas não dá para negar que a tecla ‘undo ’ facilita a vida ”, brinca. Rodolfo Dammagio, renomado ilustrador brasileiro que vive e trabalha nos Estados Unidos, desenhando principalmente com a indústria do cinema, ainda prefere pintar e desenhar usando métodos tradicionais. “Mas só faço assim quando é um trabalho próprio, alguma peça de arte para colocar em casa, algo para uma satisfação pessoal ”, conta. No restante, se rende aos meios digitais. “Para o trabalho, não tem substituto para o Photoshop, que, com suas camadas, facilita para as modificações feitas pelos diretores de arte dos estúdios ”, completa. Por outro lado, também ouvimos quem não usa o computador para desenhar. Um bom exemplo é o dentista e cartunista Carmo Vitor Fanganiello, de 56 anos. “Eu era estudante de odontologia quando comecei a publicar meus cartuns na Folha de S. Paulo. Na mesma época, existia uma revista chamada Balão, que era do pessoal da USP, que tinha a participação dos irmãos Paulo e Chico Caruso ”, conta. No passado, Carmo também publicou ilustrações em algumas revistas de São Paulo. “Trabalhei apenas com cartuns, até ganhei um dinheirinho legal, mas depois fiquei apenas como dentista mesmo ”, explica. Ele conta que os cartuns que mais lhe marcaram são da época da ditadura militar. “Neste período, todos queriam dar a sua contribuição, mostrando coragem. Lembro que criei um cartum em cima do bordão “plante que o governo garante ”, que financiava a agricultura. Aí eu criei um personagem e em três quadrinhos montei o meu: ‘quem semeia vento, colhe tempestade ’, ‘quem semeia idéias, colhe bordoadas ’, e o terceiro era ‘plante que o governo garante ’. Lembro que, quando saiu
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na Folha, meus pais falaram: ‘você é louco, está brincando com fogo ’. Era uma denúncia da repressão que vivíamos na época ”, explica. Carmo não é totalmente contrário aos métodos digitais. “Mas, até algum tempo atrás, eu tinha orgulho de ser um analfabeto digital, já que não sou da época dos vídeos games como são os meus filhos ”, ressalta. O fato é que o cartum manual não vai morrer tão cedo e quem tem talento ganha com os recursos digitais. “Não acredito que o sistema digital vai acabar com os cartunistas manuais, pois o cartum é humor e o computador é apenas uma ferramenta. A idéia e a criatividade independe se você sabe ou não trabalhar com recursos digitais ”, conta Carmo, que tem como referência o saudoso Henfil. “Quanto ao futuro, depende de quanto para frente estamos falando. Acho que vai ser difícil comprar um lápis 2B em 3227, mas as pessoas ainda vão poder desenhar com movimentos parecidos com os nossos, independente do meio ao alcance do artista da época ”, explica Manga. “Fiz uma capa de revista japonesa, em função de um salão de humor português. Com a internet, alguém pode descobrir um artista do outro lado do mundo, que pode morar em uma favela, por exemplo. Essa pessoa pode ter contato com o que tiver vontade, absorver, misturar tudo e desenvolver a arte através de sua visão. Gente que antes não teria os meios, por não se achar iluminado, não ter o dom de desenhar, pode achar um jeito, e o mundo acha um artista. Mediocridade é só o efeito colateral ”. “O trabalho manual foi deixado de lado há muitos anos. Nada que se faça hoje em dia não termina em alguma forma digital. O computador fez uma revolução no campo de arte comercial e arte gráfica que realmente deixou a mídia antiga para trás, existem tantas coisas mais práticas, eficientes e econômicas através do uso dos softwares, que praticamente não vale a pena fazer do modo tradicional. Mas acredito que aumentou a criatividade humana em geral. Muitas coisas que eram difíceis de executar ou até impossíveis de fazer hoje estão no nosso cotidiano ”, afirma Dammagio. “Trouxe também muitas dores de cabeça. Não vamos esquecer quantas vezes desejamos jogar essa máquina pela janela quando as coisas não funcionam de acordo ”, brinca. “O triste é que muita gente ficou para trás, especialmente artistas mais velhos que não se apegaram ao computador ”, completa. Para Pelicano, o computador facilitou muito, principalmente na área gráfica. “Antes, mandar uma arte para o jornal ou gráfica era só em mãos ou pelo correio. Agora, com a ajuda da internet, isso é instantâneo. Não influencia em nada na criação. Quem já tem talento, com o computador só vai aumentálo ainda mais ”, finaliza.
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MARIA CÂNDIDA A jornalista Maria Cândida vive um excelente momento em sua carreira. A bela, que durante vários anos esteve no SBT, apresenta o “Programa da Tarde ”, diariamente, na Rede Record, e assumiu recentemente o semanal “Entrevista Record – Música ” no canal Record News. Confira conversa exclusiva que ela teve com a Bem Viver: O que é bem viver? Bem viver é estar contente com a vida, com o seu trabalho, em paz com seus familiares. É fazer o bem, estar sempre pronto para ajudar ao próximo. Bem viver é pensar coisas boas, emanar energias positivas e fazer ao próximo o que gostaria que fosse feito a você. Dica de música Amo música, amo dançar. São raros os ritmos que não gosto. A música brasileira, sem dúvida alguma, está repleta de excelentes trabalhos. Na minha opinião, os CDs Maria Rita – “Samba Meu ”; Ana Canas – “Amor e Caos ” e Ivete Sangalo – “Perfil ”, são os mais recentes e mais legais que recomendaria. Uma dica de filme O último filme bom que assisti chama-se “Antes de Partir ”, de Rob Reiner. O roteiro não surpreende, é previsível. Já a história é bonita e a mensagem de vida vale a pena. Mas o que vale a pena mesmo foi apreciar o Jack Nicholson e o Morgan Freeman dando um show de interpretação. A sinergia deles em cena me lembrou como é bom assistir filmes aonde a interpretação faz a diferença. Qual foi o seu melhor momento na TV? Tive muitos momentos bons. Quando estava esperando minha filha, fiz matérias sobre gravidez desde o terceiro mês até o parto. Outro momento muito bacana foi quando visitei o Vietnã e entrei nos túneis que os vietcongues utilizaram nas guerras. Quando apresentei programas com auditório, nossa que delicia que foi. Tem também as entrevistas com atores de Hollywood, a entrevista com os Bee Gees um pouco antes da morte de Maurice Gibb e por aí vai... Tive ótimos momentos. Mas, definitivamente, o meu melhor momento na TV é AGORA! Nunca vivi uma fase tão gostosa e tão prospera como essa. Finalmente estou tendo a oportunidade de mostrar o meu trabalho. E olha que nem comecei ainda... (risos), tem muita coisa nova pintando por aí!
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INCENTIVO SOCIAL
Caminhando
contra o vento... Conheça a saga dos andarilhos que percorrem todo o Brasil e até outros países em busca de trabalho e melhores condições Viajando pelas estradas do País não é raro encontrar pessoas com mochilas ou sacos nas costas, caminhando pelo acostamento. De pele normalmente morena, castigada pelo sol, elas vão de cidade em cidade, onde param para arrumar trabalho ou simplesmente para passar a noite. Os andarilhos, como os conhecemos, são pessoas comuns, que acabam nessa situação por vários motivos, desde problemas econômicos até desavenças e tragédias familiares. Cada um com uma história. No site O Buscador (http://obuscador.org), o escritor catarinense Manoel Mendes, 44 anos, conta sua aventura como andarilho. Mendes, um apaixonado por caminhadas – segundo seus cálculos, já andou mais de quatro mil quilômetros –, trilhou os 200 quilômetros da BR-101, partindo de Criciúma até Florianópolis, trecho que percorreu em três noites e quatro dias. As emoções e as dificuldades enfrentadas na viagem ele narra no site, principalmente o contato que teve com quem encontrou pelo caminho. O escritor se fez andarilho por quatro dias, e conta que pediu café da manhã, lanche, almoço e jantar durante a viagem, e precisou desembolsar apenas R$ 6,20 no trajeto. O episódio serviu para reflexão. “Quem não tem coragem de pedir, também não gosta de doar. Aprendi que para pedir é necessária muita coragem, e para receber, muita humildade ”, admite. Essa aventura e muitas outras ele publicou no livro “O Buscador – Uma aventura em Machu Picchu ”. Uma situação vivida por todos os que vivem na estrada é a insegurança a respeito do que vai acontecer no próximo minuto. Na grande maioria das vezes, os andarilhos ganham um prato de comida, um cobertor, uma roupa usada, uma ponte ou uma garagem. “Se não encontram, ainda podem dormir na beira da estrada, ‘mocozado ’ dentro do mato, como eles dizem ”, explica Mendes. A sina dos andarilhos sempre despertou a curiosidade do jornalista ribeirão-pretano Renato Moraes. Ele está produzindo um documentário que busca retratar de forma mais ampla o que se passa pela mente dessas pessoas. Existem dois tipos de andarilhos: os que experimentam por aventura, para sentirem como é a vida pelas estradas do País, mas que têm casa, família, trabalho e, portanto, gozam de certo conforto; e aqueles que, em grande maioria, vão para as ruas e estradas por falta de opção, por problemas pessoais que foram demais para suportarem. Morte de parentes, desavenças com os pais ou com a esposa, além de desemprego prolongado estão entre as principais causas que os levaram a essa vida. O caso de Ângelo Barros Rodrigues é mais ou menos assim. Vivendo pelas estradas
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do País há pouco mais de dois anos, ele foi encontrado pela reportagem de Bem Viver na altura do km 148 da rodovia Anhanguera, sentido Minas Gerais. De boné, mochila nas costas, bermuda e chinelo, o rapaz de 28 anos, nascido em Ribeirão Preto, estava indo para Delta, primeira cidade do estado mineiro após a travessia da ponte do Rio Grande, a cerca de 150 km da capital do chopp. A promessa de um trabalho oferecido pelo irmão na cidade mineira foi o principal motivo que levou Ângelo a partir para mais uma viagem. Com fisionomia cansada e pele queimada pelo sol, o andarilho conta que o motivo que o levou a andar errante pelas estradas atrás de emprego foi um desentendimento que teve com o último patrão, para o qual trabalhou cuidando do gado e da roça durante pouco mais de seis meses. A partir daí, resolveu que trabalharia por conta, apenas prestando serviços, onde quer que fosse. Com esse plano na cabeça e quase nenhum dinheiro no bolso, Rodrigues foi parar em Guaraçaí (SP), onde trabalhou vendendo abacaxi nas ruas. De lá, seguiu de carona até o Rio Grande do Sul, passando por Porto Alegre, Rosário do Sul, Uruguaiana e Santana do Livramento, vendendo abacaxis e trabalhando nas lavouras de maçã. Depois de um tempo, aceitando o convite de um caminhoneiro que lhe dava carona, foi para Monte Carlo, no Uruguai, onde também colheu maçãs durante alguns meses, mas precisou voltar porque não agüentou o frio. Em suas viagens a procura de emprego, Ângelo passou por alguns países da América do Sul, como Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e Peru. No Brasil, esteve nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e do Norte, Minas Gerais, Pará, Acre e Rondônia. Como não tinha profissão, o rapaz pegava qualquer serviço que aparecia. Cuidou de animais nas fazendas no sul, colheu e plantou abacaxi e trabalhou como chapa. Numa carvoaria em Cáceres (MS), chegou a trabalhar algumas semanas, mas ficou muito doente por causa das condições de trabalho, e acabou desistindo. Em todos esses lugares por onde passou, Rodrigues diz que caminhou cerca de dois mil quilômetros. “Uma vez eu precisei atravessar um local bem deserto no estado do Paraná. Andei durante 15 dias, de manhã até escurecer, mais ou menos uns 40 km por dia ”, conta. Apesar de ter passado por várias cidades, no Brasil e nos países vizinhos, o andarilho revela que nunca teve curiosidade de conhecê-las. “Quando eu entro numa cidade é para trabalhar, não pra conhecer ”. Nos quase dois anos andando pelas estradas, o rapaz passou por várias dificuldades, principalmente a falta do que comer. “Já passei fome sim; muitas vezes precisei chupar cana para não morrer de fome ”, revela. Mas ele diz que gosta dessa vida, que já não conseguiria trabalhar novamente em um emprego fixo, tendo que receber ordens. “Quero liberdade pra trabalhar, sem ter gente pegando no meu pé ”, explica. O rapaz preocupa-se com a saúde, tanto que procura tomar banho todos os dias, seja em rios, lagoas ou nos postos de combustível na beira da estrada, onde geralmente ganha o bilhete que lhe dá direito a usar o chuveiro. Na mochila, carrega sabonete, escova de dente e creme dental, itens que são sempre supridos quando recebe algum dinheiro. Também integram as compras bolachas recheadas e iogurtes, que são consumidos durante as viagens. O andarilho sabe os números do CPF e RG, mas perdeu os documentos faz tempo. Também não tirou carteira de trabalho, pois sempre trabalhou no campo. Ângelo Barros Rodrigues é mais um brasileiro que, apesar de todas as dificuldades, segue adiante o seu caminho. Não tem grandes sonhos, pois a vida lhe privou disso, mas orgulha-se de sua honestidade, de nunca ter precisado roubar nada para comer.
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SER TEEN
O valor
do tempo
Educadores destacam: os pais precisam passar mais tempo com os filhos e dosar o uso de computadores A formação de bons profissionais, com alto nível de conhecimento, competência e ambição, é o que todos os pais esperam de uma instituição de ensino ao matricularem nela os seus filhos. Em um mundo globalizado, onde a competitividade é extremamente acirrada e as mudanças são contínuas, a escola acaba se tornando um agente com a missão de produzir indivíduos cada vez mais aptos às exigências do mercado. Como tem sido o trabalho das escolas nesse contexto? Até que ponto os fatores externos determinam o modo como se deve educar os filhos? Para o professor universitário Davi de Almeida Jané, algumas mudanças vêm ocorrendo ao longo dos anos, porém os resultados não são totalmente satisfatórios. O acesso à educação ficou mais democrático, novas escolas foram construídas e alguns recursos educativos foram ampliados, como a inclusão digital. Isso fez com que população carente tivesse acesso mais fácil ao conhecimento. “Por outro lado, há menos cobranças ao aluno, não só em termos de conhecimento adquirido, mas também de comportamento do educando, ressaltando muito mais os seus direitos do que os seus deveres escolares ”, destaca. Como na maioria dos lares o pai e a mãe trabalham, os jovens e adolescentes ocupam-se de passatempos tecnológicos. Eles vivem a geração Orkut, Messenger e celular; comunicam-se através desses meios, marcando encontros e trocando
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mensagens. Alguns, por não terem computador em casa, passam várias horas em lan-houses, onde jogam e conversam com amigos em salas de bate-papo. Esse universo tecnológico pode ser prejudicial ao aprendizado desses jovens. “Os pais devem dosar o tempo de utilização desses equipamentos. Essa troca é perigosa, pois estamos criando crianças e adolescentes que têm dificuldade cada vez maior de se relacionarem uns com os outros, de interpretar textos e dados ”, explica Mônica Daniela Padovani de Rezende, coordenadora de uma das escolas do Sesi em Ribeirão Preto. Para Jané, os pais parecem estar mais preocupados com o que podem dar aos filhos em termos de bens materiais ou ferramentas para ganhar a vida do que em ajudá-los na construção de um caráter digno, que possui valores morais e éticos em extinção. “O tempo de convivência com filhos deveria aumentar. Os pais, menos ocupados em ganhar dinheiro, e mais em formar o caráter dos filhos. Viagens e passeios, ou mesmo jogos e passatempos com os filhos, fariam que uma família não fosse apenas pessoas que tem uma chave em comum ”, ressalta. Os pais também se preocupam com a violência e o uso de drogas nas escolas. O número de agressões contra professores e entre os alunos está aumentando, da mesma forma que as drogas têm feito cada vez mais vítimas entre eles. Segundo Mônica Rezende, a escola pode contribuir no sentido da prevenção, proporcionando palestras e círculo de discussão sobre o assunto, conscientizando os alunos sobre todos os males causados pelo seu uso. Para ela, deve-se realizar palestras também com os pais, no sentido de esclarecer possíveis sintomas ou característica das pessoas que são usuárias. Nessa luta contra as drogas, o esporte tem um papel fundamental. A prática de qualquer tipo de atividade física eleva a auto-estima do jovem, além de estabelecer normas de convivência e regras que podem ser aplicadas no dia-a-dia. “O esporte pode ajudar na prevenção, pois a prática esportiva, por si só, elimina o uso de drogas e ocupa parte do tempo que poderia ser canalizado para o envolvimento de alguma forma ”, explica Jané. Globalização, novas tecnologias, violência e drogas: estes são alguns dos fatores que, se não forem tratados por pais e professores dedicados, podem tornar-se um tropeço na vida profissional e social dos jovens brasileiros. Os pais devem ter consciência de que os filhos precisam de atenção e acompanhamento em todos os momentos e fases de seu desenvolvimento. “O importante não é quantidade de horas que os pais dispõe para os filhos, mas sim a qualidade da relação que eles estabelecem durante o tempo que estão juntos, a qual deve ter como base o diálogo, a paciência, a confiança e o respeito ”, destaca a psicóloga Verônica Bonísio. A psicóloga vê no diálogo e na conduta dos pais o melhor caminho para evitar problemas na juventude. “É importante que os pais sejam exemplos, no dia-dia, de boas condutas e atitudes, para que os filhos possam construir sua personalidade e identidade com base em valores sólidos, os quais podem contribuir para a formação de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres na sociedade e, conseqüentemente, tornarem-se profissionais éticos e bem sucedidos ”, conclui.
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ECOLOGIA
Por uma cidade mais limpa
Taxa de reciclagem do lixo em Ribeirão Preto é baixa; conheça alguns exemplos de como economizar recursos naturais Em Ribeirão Preto, infelizmente, a falta de consciência com o lixo é preocupante. Na grande maioria, ele é jogado irresponsavelmente nos rios, ruas e calçadas da cidade. Esse mau hábito, além de demonstrar falta de educação e desrespeito à comunidade, contribui diretamente para as enchentes, um mal que castiga milhares de cidadãos ribeirão-pretanos. Comerciantes e moradores das partes baixas da cidade, principalmente nas avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira, são os que mais sofrem com as cheias dos rios, um problema que se arrasta há décadas. A falta de consciência ambiental da população, somada ao descaso das autoridades ao longo dos anos, pode culminar na retirada de um dos principais cartões postais da cidade, já que as obras do projeto antienchente, que pretende amenizar o problema das inundações ao longo da avenida Jerônimo Gonçalves até a rotatória Amin Calil estão programadas para serem concluídas ainda este ano. As obras, que deverão ampliar os leitos do Ribeirão Preto e do córrego Retiro Saudoso de oito para 14 metros, e alterar o ângulo da curva da confluência de duas avenidas, também irá tirar da cidade, num primeiro momento, as mais de 100 palmeiras imperiais plantadas nos arredores da avenida Jerônimo Gonçalves. Um
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duro golpe à memória de Ribeirão Preto, já que elas fazem parte da história da cidade desde que foram plantadas, entre 1912 e 1927. Segundo informações, elas serão replantadas. É o que se espera, pois a tristeza de perder um patrimônio como esse em conseqüência das atitudes erradas do passado não tem preço. Por outro lado, com algumas atitudes simples, podemos oferecer um futuro melhor para a nossa cidade. Se cada um fizer a sua parte, como na fábula do beijaflor, que ajudava a apagar o fogo na floresta levando apenas uma gota de água de cada vez em seu bico, deixaremos uma cidade mais saudável para as próximas gerações. Outras dicas: economizar os recursos naturais, não poluir e reciclar antes de descartar, são procedimentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida. Cada um pode contribuir fazendo a sua parte. Veja abaixo alguns exemplos:
Pilhas e baterias
– Descartadas nos lixões e aterros sanitários, pilhas e baterias podem vazar e contaminar o lençol freático, solo, rios e alimentos, eliminando resíduos tóxicos que causam danos às pessoas e aos animais. Algumas empresas ligadas ao comércio estão autorizadas a recolher pilhas e baterias portáteis usadas e encaminhálas para reciclagem, onde se aproveita o plástico, o metal e a borra interna.
Óleo de cozinha – Cada litro de óleo despejado no esgoto pode poluir cerca de um milhão de litros de água e prejudicar o funcionamento das estações de tratamento de água. O acúmulo de óleos e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos nas redes de coleta. O projeto Cata Óleo, desenvolvido pelo Ladetel (Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas), coleta o óleo das frituras dos bares e restaurantes da cidade e o transforma em biodiesel. A iniciativa, que futuramente se estenderá para toda a população, colabora para a preservação da qualidade das águas e ainda fornece matériaprima para a produção do biodiesel.
Cartuchos e toners – A Lei Municipal nº 11.267/2007 proíbe o despejo dos resíduos decorrentes do recarregamento ou recondicionamento de cartuchos de tinta e toner na rede de esgoto sanitário, galerias pluviais ou no meio ambiente.Também obriga as empresas a instalarem compartimentos para coleta e armazenamento do pó descartado e das carcaças rejeitadas, até sua destinação final.
Lâmpadas fluorescentes – Apesar de ser mais econômica, a lâmpada fluorescente contém mercúrio metálico, material tóxico e nocivo ao ser humano e ao meio ambiente. De acordo com a Lei Estadual nº 10.888, os fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes ou revendedores de produtos são responsáveis pelo recolhimento, a descontaminação e a destinação final destes resíduos.
Lixo tecnológico
– Anualmente, cerca de 40 milhões de toneladas de computadores, discos de CD e DVD, celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos vão parar no lixo e já representam 5% de todo o lixo gerado pela humanidade. Sobre esse tema, tramita na câmara de Ribeirão Preto um Projeto de Lei criado pelo vereador Gilberto Abreu (PV), que obriga as empresas que trabalham na produção, comercialização e importação de eletroeletrônicos, a ficarem responsáveis pela destinação do material descartado, devendo manter em seus estabelecimentos, recipientes para a coleta desses produtos e depois encaminhá-los para a destinação final adequada.
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ESPAÇO DE NEGÓCIOS
Cpaixão arrosque antigos, antigos: não paixão que não envelhece envelhece
Exposição de carros antigos celebra os 15 anos da Pereira Alvim Arte, criatividade e inovação são elementos que marcam os 15 anos da Construtora Pereira Alvim. A data especial será comemorada durante todo o ano de 2008 em seu novo Espaço de Negócios, que está localizado na João Fiúsa, 2777. Agora vendas e administração estão em um só lugar. Uma das comemorações do aniversário foi realizada no final do mês de abril. A exposição de carros antigos do Faixa Branca - Clube do Carro Antigo de Ribeirão Preto atraiu centenas de pessoas ao Espaço Pereira Alvim. O evento contou com mais de 30 veículos expostos, das marcas Fiat, Ford, Chevrolet, Volkswagen, entre outros. Dentre os destaques, estão a Mercedes SL 500, ano 1979, o renomado conversível alemão, paixão do cirurgião-dentista Carlos Gomes Soultello, e o MP Lafer, ano 1976, de Eduardo Penteado Crosta, presidente do Clube Faixa Branca. O modelo, produzido no Brasil entre 1974 e 1988, marcou época e até hoje é considerado um carro clássico e inspirador. Venha conferir nossos lançamentos no Espaço de Negócios Pereira Alvim, tomar aquele café especial e fazer o melhor negócio. Você vai se sentir em casa!
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