Em breve, Ribeirรฃo terรก o maior centro
Av. Maurilio Biagi, 1800 2
de convenções e eventos da região.
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E-COMMERCE
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MASSAGEM
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VEGETARIANISMO
A revista BEM VIVER é uma publicação quadrimestral da Construtora Pereira Alvim. Av. João Fiusa, 2777 Tel. 16 3515 5151 Ribeirão Preto-SP redacao@bemviverrevista.com.br
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Coordenação: Ana Maria Machado Agência: N.Case Comunicação
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PLANTAS EM CASA
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O PODER DA FÉ
Coordenação Editorial:
swTH Scuzinet Comunicação & Web Editor/Jornalista Responsável:
Godi Júnior - MTB: 43.852/SP Editor Assistente: Thell de Castro Colaboração: Milena Tomazini,
Jônatas Mesquita e Camila Ribeiro
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Rita Corrêa Produção Fotográfica: Rita Corrêa Fotógrafo Responsável: Paulo Marx
CARROS ELÉTRICOS
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GRÉCIA
SOLIDARIEDADE
Ilustrações: Renato Andrade Impressão e Fotolito: Gráfica São
Francisco
Tiragem: 10.000 exemplares Agradecimento: Robes Brito Modelos
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EDITORIAL
CURIOSIDADE ANIMAL
SER TEEN
CONVIVER
correspondência Capa 7ª ed. / dez. 2010
“ TIVE O PRIVILÉGIO DE FOLHEAR ESTA REVISTA QUE DEMONSTRA O BOM GOSTO DA PEREIRA ALVIM, TAL QUAL EM SU AS MAJESTOSAS ARQUITETURAS DE PRÉDIOS CONDOMINIAIS. O MEU MUITO OBRIGADO E QUE DEUS, EM SUA INFINITA BONDADE, CONTINUE A DAR PARA TODOS VOCÊS DA PEREIRA ALVIM O MAIS IMPORTANTE DA VIDA: SABEDORIA”. Edmur Sartori, gráfico aposentado e participante do PIC – Jd. Paulista, Ribeirão Preto, SP
ERRATA
Na 7ª edição, dezembro de 2009, ficou faltando o crédito das fotografias da matéria “Pantanal, a bola da vez no turismo internacional com a copa de 2014”. O fotógrafo é Mário Friedlander, morador da Chapada dos Guimarães .
Ana Machado - coordenadora envie seu comentário ou sugestão: redacao@bemviverrevista.com.br
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editorial Com fé em um futuro melhor, aprendemos também a respeitar a mãe natureza, que tanto nos oferece e tão pouco retribuímos. Conhecer mais esse ambiente nos possibilita aquecer o coração daqueles que precisam de calor humano, lembrando sempre da lei “ação e reação”. Para isso, você precisa estar atento e saber adequar-se ao ambiente, como faz o camaleão para se proteger dos predadores. Conhecer os limites do céu e dos mares. Crescer e estar aberto ao novo mundo, ao mercado que está à nossa frente, que muda e cresce a cada dia. Só assim, conseguiremos quebrar barreiras e alguns tabus. Pensar um pouco mais antes de ingerir qualquer coisa; existe um ditado popular que diz: “o homem morre pela boca”, e comer é uma delas. Não tenha medo de ser tocado, abraçado, pois esses atos são provas de respeito, amizade e amor que alguém tem por você. Portanto, reveja seus valores e tenha mais fé na vida. Boa leitura.
José Roberto Pereira Alvim Diretor da Construtora Pereira Alvim
tenha fé NA VIDA
A revista Bem Viver chega a sua oitava edição enaltecendo a importância da fé na vida das pessoas. Não importa a religião ou a crença que tenha, o importante é acreditar em algo maior, para lidar com as dificuldades e desafios que a vida nos prega, como nos separar um dia dos nossos filhos.
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O camaleão é um réptil conhecido por mudar a sua cor para se adaptar a um ambiente ou a uma situação. Essa estratégia o ajuda a se camuflar diante de suas presas e a se proteger de potenciais predadores, passando despercebido por eles. Além dessa característica, ele possui a capacidade de movimentar os dois olhos independentemente e também de enrolar a cauda para se agarrar. Na simbologia africana, o camaleão é um animal sagrado, visto como o criador dos primeiros homens. Nunca é morto, e quando é encontrado no caminho, tiram-no com precaução, por medo do trovão e do relâmpago.
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curiosidade animal
CAMALEÃO
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bem estar
MASSAGEM:
a terapia do toque
Mais que uma terapia, o toque ĂŠ uma necessidade do ser humano
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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará a seu estado original”, já dizia um dos maiores cientistas do século 20, Albert Einstein, o pai da Teoria da Relatividade. Tocar uma pessoa significa transferir e receber energias. Seja por meio de um aperto de mão, um abraço, um beijo ou um simples tapa nas costas, atos realizados diariamente, mas despercebidos por muitos. E a desculpa é sempre a mesma: a correria do dia-a-dia. No entanto, a Bem Viver procurou por meio das massagens terapêuticas levar a você, leitor, a importância do toque na vida das pessoas, como uma forma de despertar partes adormecidas do seu corpo, além de encontrar respostas durante essa pausa. Percebemos ao nosso redor uma supervalorização do intelecto; as profissões exigem um esforço mental bem maior que o esforço físico. Com isso, as pessoas perdem a percepção corporal, se sentem esgotadas e estressadas depois de um intenso dia de esforço intelectual, e querem apenas descanso. Enquanto isso, nossos músculos enrijecem, negligenciam nossa postura, prejudicam o sono, a respiração e, consequentemente, nossa qualidade de vida. Um alerta é feito pelo psicólogo e terapeuta Pedro Machado Meyer ao ressaltar que é preciso redescobrir o nosso corpo e melhorar a conscientização corporal, por intermédio do toque, de alongamentos, atividades físicas, massagens terapêuticas, o que pode ser um caminho para o autoconhecimento.
“Muitas vezes, durante uma massagem, nos deparamos com dores das quais não tínhamos consciência, e até mesmo com partes do corpo que desconhecíamos. A massagem é uma forma de nos reconectarmos e nos centrarmos”, explica o psicólogo. A massagem e o toque terapêutico possibilitam trabalhar bloqueios emocionais que se enraizaram no corpo com o passar dos anos. O corpo e as emoções estão intimamente ligados, por isso quando conhecemos melhor nosso corpo, conhecemos melhor a nós mesmos, além de cuidar e preservar nossa saúde mental, como diz uma antiga citação romana, “mens sana in corpore sano”, que quer dizer “mente sã, em corpo são”.
Voltar a mim mesmo Quando voltamos para o momento presente e nos desligamos do ritmo agitado das grandes cidades, temos a oportunidade de entrar em contato com nosso eu mais verdadeiro. Com isso, o piloto automático é desligado e abrimos espaço para fluir nossa criatividade e capacidade de reflexão. Surge, então, uma oportunidade de encontrar mais respostas e ter grandes ideias, pois nesse momento aliviamos o estresse e a ansiedade.
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“A massagem tem ação reflexa, principalmente na área emocional. Assim como existem doenças psicosomáticas, as terapias de toque agem neste momento como aspecto de cura”, argumenta a terapeuta Fernanda Kawahara.
Equilíbrio e bem-estar Induzir ao relaxamento e aliviar dor e tensão é o que a massagem com pedras quentes proporcionam ao paciente. Esse é um método muito utilizado pelos monges no período de jejum, já que as pedras ficam postas sobre o estômago, dando a sensação de saciedade, diminuindo a fome. A esteticista Sandra Spimpolo orienta a utilização de pedras vulcânicas, e a manutenção da temperatura das pedras entre 45º e 50º.
O desejo mais forte das pessoas é levar uma vida saudável, feliz e inspiradora. Dentre essas três coisas, a saúde é a principal, de acordo com a cosmetóloga em estética Patrícia Carvalho. O toque realizado durante a massoterapia auxilia o paciente a sentir como anda sua engrenagem, ou seja, a relação corpo-mente-espírito, e possibilita um relaxamento completo. O efeito físico e emocional é imediato. O toque da massagem é um grande aliado para combater o estresse, antes que se instale na forma de doença. “A massagem é bem mais do que um toque que proporciona prazer”, afirma Patrícia. Apesar disso, relacionar as massagens com a estética é algo do mundo moderno, em que o belo rege as normas. Sendo assim, a estética anda lado a lado com a massoterapia. Um corpo e mente bem tratadas, trazem benefícios para o indivíduo como um todo, e melhoram significativamente as expressões causadas pela falta de um relaxamento adequado. “Uma massagem regular, além de ser um remédio natural, previne o desenvolvimento de doenças, melhora o estímulo, a paciência, a autoconfiança, o ânimo, o vigor, a inteligência, a vitalidade sexual e a beleza”, conclui a cosmetóloga.
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MASSAGENS TERAPÊUTICAS Shiatsu – É uma massagem tradicional da cultura japonesa, que aplica a pressão (atsu) dos dedos (shi) nos pontos de energia vital do corpo. É utilizado como recurso natural na prevenção do estresse e dos males provocados pelo sedentarismo (dores de cabeça, muscular, de coluna). Cada emoção está ligada a um órgão do corpo, e o shiatsu trata essa parte emocional. Pessoas que se irritam com frequência acabam prejudicando, por exemplo, o fígado. Esse, danificado, causa oscilação de humor. Dessa forma, é possível trabalhar o emocional do paciente tratando o órgão correspondente à emoção indesejada.
Reflexoterapia – Massagem terapêutica nos pés e nos pontos de energia que refletem órgãos internos. Indicado para aliviar tensões do cotidiano, por provocar sensação de relaxamento e bem-estar, além de ativar a circulação e aumentar a vitalidade do corpo.
Relaxante
– Massagem antiestresse aplicada com óleos hidratantes; trabalha o corpo como um todo, combinando movimentos de deslizamento, amassamento, rolamento e percussão nos músculos e tendões. É uma técnica que melhora a circulação sanguínea, aumenta o fluxo de nutrientes, ajuda a remover as substâncias tóxicas das células que são prejudiciais ao organismo e alivia a dor muscular.
Pedras quentes
– As pedras quentes realizam um contato mais profundo com a natureza, provocando alternadamente respostas sedativas e energizantes em busca do equilíbrio. Elimina o cansaço e acelera a energia vital. Estimula e melhora as funções orgânicas, promovendo harmonia ao corpo, à alma e à mente.
Massoterapia – É a aplicação de várias técnicas para aliviar o estresse. Funciona nos níveis físico e mental, e auxilia os sistemas do corpo, como imunológico, endócrino, respiratório, nervoso, circular, muscular, ósseo, digestivo e linfático. A massagem provoca dilatação dos pequenos capilares, aumentando o fluxo sanguíneo nas áreas massageadas, relaxa as fibras musculares e alivia a dor.
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gastronomia
VEGETARIANISMO: uma opção de vida mais saudável
A dieta vegetariana bem planejada, com o auxílio de um médico ou nutricionista, é viável em qualquer fase da vida, pois não há nenhum componente presente na carne que não seja encontrado nela
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A busca por uma vida mais saudável, um corpo mais bonito e um organismo em melhor funcionamento tem feito com que muitas pessoas procurem melhores formas de se alimentar. Às vezes, uma razão emocional ou ideológica também pode contar pontos nesta mudança de estilo de vida. Essas e outras razões são as que acabam levando, na maioria das vezes, as pessoas a se tornarem vegetarianas. Mas será que ser adepto do vegetarianismo é algo novo? Para responder essa pergunta, fomos procurar na história a origem deste cardápio mais saudável. Com o início da civilização e o advento da agricultura, a dieta vegetariana passou a fazer parte dos hábitos humanos, e as carnes foram dividindo a mesa com cereais, verduras, legumes e frutas. Esta opção de vida ganhou mais força durante a Segunda Guerra Mundial, quando os alimentos ficaram escassos e a população teve que cultivar seu próprio alimento, passando a comer vegetais, frutas e sementes. Com a diversificação das plantas domesticadas, e uma contínua percepção de que os hábitos vegetarianos traziam inúmeros benefícios, essa dieta foi ganhando espaço e se mostrando uma tendência na evolução da espécie humana. Para surpresa de muitos, essa alimentação manteve os povos e, com o passar do tempo, perceberam que alimentar-se de vegetais teria melhorado a saúde de todos durante a guerra. Foi aí que a dieta vegetariana começou a ser mais conhecida, e a carne, que era símbolo de status social, já não fazia mais parte da refeição de muitos capitalistas. De nômades, as tribos passaram a se fixar em terras férteis e cultivar seu alimento, e empiricamente descobriram as qualidades de cada um deles e as melhorias produzidas pelo seu consumo. A necessidade diante de situações de emergência, como guerras, epidemias, catástrofes naturais, entre outras, forçaram o homem a desenvolver técnicas de cultivo e armazenamento de alimentos. Já no final dos anos 1980, o homem percebeu que estava destruindo o planeta e causando um grande impacto ambiental. Nessa fase, o vegetarianismo passou a ser visto não só como forma de melhoria da saúde, mas também como solução para a sobrevivência do planeta. Hoje, a dieta vegetariana faz parte do cardápio de muitas famílias.
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A partir da revolução industrial, a aglomeração humana em grandes centros urbanos provocou uma nova configuração na sociedade, e a industrialização dos alimentos, a pecuária intensiva e confinada, a aplicação de defensivos e medicamentos, e o esgotamento acelerado dos recursos naturais provocaram a necessidade de uma nova mudança nos nossos hábitos, e o vegetarianismo acena como uma saída viável, por ser ética, saudável, e, enfim, sustentável. Radicalismos à parte, será que ser vegetariano realmente é uma opção mais saudável? Especialistas garantem que sim: o vegetarianismo pode até ser uma boa opção, porém, os adeptos desse cardápio mais radical precisam aprender a combinar corretamente os alimentos para obter a proteína e o ferro de que o organismo necessita. Segundo a nutricionista Bianca Montagnana, é possível viver bem com a dieta vegetariana. “Toda mudança é complexa no começo, mas nada que o tempo não consiga acertar. Um exemplo são as proteínas da carne que podem ser encontradas em outros alimentos sem ter que ‘matar um animal’, como por exemplo, proteína de soja, o leite de soja, o queijo de soja (conhecido como tofú) e também as leguminosas, como feijão, grão de bico, ou ainda cereais como a quinua, e legumes e verduras como a berinjela e a couve, entre outros. Para Felício Bombonato Júnior, 53 anos, professor de Tai Chi Pai Lin e Karatê-dô Shotokan e vegetariano há trinta anos, os vegetais trazem mais energia para seu organismo. “Já faz tanto tempo que parei de comer carne que nem me lembro como era antes, porém sinto-me sempre cheio de energia e de vida. Estou sempre alegre e de bem com a vida, e o melhor de tudo, sinto que estou com a minha consciência em paz”. Bombonato, que também é colunista da Bem Viver, conta que os amigos influenciam muito na vida das pessoas e muitos tentaram fazê-lo desistir do seu propósito, mas a dedicação fez que com que hoje tivesse condições de dar dicas para quem gostaria de tornar-se um zelador da natureza. “Para as pessoas que desejam parar de comer carne de uma hora para outra, recomendo que tenham cuidado, pois o ideal é diminuir aos poucos, e não parar de consumir a proteína, o cálcio e a vitamina b12, que podem ser encontradas facilmente nos ovos e no leite e seus derivados. Depois desse passo, aqueles que desejam eliminar do cardápio todo e qualquer tipo de alimento de origem animal, precisarão fazer uma reposição com vitamina b12 e procurar alimentos mais ricos em cálcio e ferro, que podem ser encontrados no melaço e no açúcar mascavo”, recomenda o professor.
Dicas de alimentos Peng Yuan Chang, mais conhecido como Alex, cozinheiro e responsável pelo restaurante vegetariano Éden, de Ribeirão Preto, afirma que não são apenas os vegetarianos que procuram esse tipo de cardápio. Existem muitas pessoas que frequentam o restaurante porque querem cuidar da própria saúde com uma alimentação mais saudável. A diversidade de alimentos preparados pelo Éden é grande: pepino caipira, cenoura, batata, batata
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doce, couve-flor, brócolis, berinjela, alface, rúcula, alface americana, alfafa, couve e também as frutas que fazem parte das saladas, mamão, abacaxi, pitaya, atemoia, kiwi, manga, entre outras. Os pratos quentes são quase todos feitos com soja, como o bife de soja, peixe de soja, frango de soja e a carne de soja. Genlian diz que os pratos mais pedidos são o kibe de soja, salada de bardana e a lasanha de berinjela.
Receita Vegetariana: Hambúrguer de Batata com Escarola Massa: 300 gr. de batata cozida e espremida. 1 clara de ovo. 2 colheres (sopa) de aveia. 1 colher (sopa) de farinha de trigo. Sal a gosto. 1 colher (chá) de azeite de oliva. Cobertura: 2 dentes de alho amassado. 2 colheres (chá) de azeite. 3 xícaras (chá) de escarola picada. Sal e orégano a gosto. 1 tomate picado sem pele e sem sementes. 2 colheres (sopa) de azeitonas pretas picadas. 150 gr. de queijo-minas em cubos pequenos. Modo de Preparo: Doure o alho no azeite, junte a escarola, acrescente o tomate, o sal, o orégano, as azeitonas e o queijo. Para a massa, misture a batata e a clara, adicione o azeite, a aveia, a farinha e o sal. Amasse bem com as mãos. Unte uma frigideira e frite dos dois lados. Coloque a cobertura de escarola por cima. Leve ao forno quente por cerca de 10 minutos para derreter o queijo. Rendimento: 4 porções Tempo de Preparo: 1 hora
Vegetarianos famosos Muitos famosos aderiram ao vegetarianismo, entre os quais estão grandes pensadores, personalidades da música, do cinema, da televisão e da moda. Podemos destacar o ator Brad Pitt, o músico Paul McCartney, Beethoven, Gandhi e Leonardo da Vinci. No Brasil, temos a cantora Rita Lee, o jornalista Cid Moreira e a atriz Lucélia Santos.
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CID MOREIRA Vegetariano assumido, Cid Moreira, dono de uma das vozes mais belas do Brasil, iniciou sua carreira como contador na rádio Difusora de Taubaté. Como sua voz era muito grave e bonita, foi convidado a ser locutor. A partir daí, começou a narrar alguns documentários para o cinema, meio no qual também apresentou o noticiário semanal “Canal 100”, de produção de Carlos Niemeyer. Em 1955, atuou como ator no filme “Angu de Caroço”, voltando ao cargo de narrador em 1958, no filme “Traficantes do Crime”. Depois disso, apresentou de 1969 a 1996 o “Jornal Nacional”, na Rede Globo, sendo um recordista como locutor que mais tempo comandou o mesmo telejornal. A sua estreia no comando do JN aconteceu no dia 1º de setembro de 1969, ao lado de Hilton Gomes. O apresentador também ficou conhecido nacionalmente pela gravação em áudio da Bíblia na íntegra e em linguagem atual. Os CDs bíblicos com sua locução alcançaram um imenso sucesso de vendas, chegando a 30 milhões de cópias. Nos últimos anos, Cid Moreira atuou como narrador de matérias para o “Fantástico”, também da Rede Globo. O que é bem viver e qual é o segredo de chegar aos 80 anos em plena forma? Faço academia todos os dias, jogo tênis pelo menos três vezes por semana e não como carne há pelo menos 50 anos. Além disso, o bom-humor também me faz viver melhor. Quando se tornou um vegetariano? Na infância ainda, há mais de 50 anos, era muito comum as mulheres usarem gordura de porco para cozinhar, mas isso fazia muito mal ao meu organismo, que sofria com furúnculos. Lá em Taubaté (interior de São Paulo), tinha de tirar o assento de palha da cadeira quando ia sentar, de tanta dor que sentia. Meu pai, que era bibliotecário em uma escola, trouxe um livro de saúde, e logo aprendi que existiam alternativas mais saudáveis na alimentação. Como conheceu melhor a Bíblia? “Após ter lido o livro “Caminho a Cristo”, escrito por Ellen White, mudei a minha forma de pensar e viver. Esse livro foi levado pelo meu pai para a minha casa, e como sempre fui apaixonado por leitura, usei-o como um manual. Por meio dele, aprendi mais sobre a alimentação, a mastigação, o valor das frutas, da água, ou seja, muitos conhecimentos que tenho hoje vieram com ele. Por isso que o meu próximo passo agora é fazer a narração dessa obra que, com certeza, foi caminho para conhecer e entender melhor a Bíblia. É verdade a história de usar bermudão para apresentar o “Jornal Nacional”? Voltando de Petrópolis para o Rio de Janeiro peguei um trânsito infernal e cheguei minutos antes do “Jornal Nacional” ir ao ar. Nesse momento, o Léo Batista já estava pronto para me substituir. Foi aí que entrei e vesti o paletó e corri para a bancada, só que não deu tempo de vestir a calça e fiquei apenas de bermuda. Fonte: Reportagem especial concedida para o “Fantástico”, em maio de 2008.
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E-COMMERCE:
como comprar e vender pela internet 32
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Vendas online crescem a cada dia, mas não é só de vendas de produtos que vive a internet; muitas pessoas estão ganhando dinheiro com a web de outras maneiras
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Comprar pela internet já não é mais luxo de poucos brasileiros privilegiados, mas sim um hábito presente na vida de milhões de pessoas. A cada dia são lançadas novas lojas virtuais de grandes, médias e pequenas empresas, com promoções e diversos formatos para fidelizar o consumidor. Pesquisa da e-bit, empresa especializada em informações de e-commerce, sobre o comércio eletrônico brasileiro, mostrou que, as vendas online no País deverão crescer 30% em 2010. No primeiro semestre, deverá acontecer uma movimentação de R$ 6,1 bilhões somente com comércio eletrônico, sendo que, ao final do ano, o setor deve faturar R$ 13,6 bilhões. Em entrevista ao Jornal da Tarde, o professor do Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP, Maurício Morgado, disse que os índices crescem há cinco anos e continuam aumentando – em ano de Copa do Mundo, devem bater recordes. “A comodidade de poder comprar sem sair de casa, o aumento do acesso à internet e renda maior são os motivos que garantem o sucesso do e-commerce”, declarou. Ainda segundo a e-bit, a confiança do consumidor nas vendas online só cresce. Das pessoas que fizeram compras pela rede em janeiro, 86,28% disseram estar satisfeitas com a transação, segundo o Índice de Confiança do e-consumidor. A coordenadora do MIS (Movimento Internet Segura), Marinês de Assis Gomes, destaca que, no ano passado, esse patamar de 86% só foi alcançado no mês de abril. “O resultado do estudo em janeiro mostra que as lojas eletrônicas brasileiras estão cada vez mais preparadas para suportar volumes cada vez maiores de vendas”.
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Recentemente, por exemplo, o Carrefour inaugurou sua loja virtual com enorme sucesso. A rede alcançou vendas de R$ 6 milhões somente no primeiro dia da operação, totalizando 14 mil pedidos. O portal chegou a registrar 100 mil visitantes únicos simultaneamente. “Os resultados iniciais superaram nossas expectativas e refletem que o canal de vendas eletrônico do Carrefour veio para ocupar uma posição importante no segmento e atender ao nosso cliente de forma cada vez mais completa”, diz Jonas Ferreira, diretor de e-commerce da rede. Os itens mais vendidos foram as TVs de LCD de 42 polegadas e HDs externos para computadores. A primeira compra foi realizada por um cliente de Juiz de Fora (MG).
Ganhando dinheiro com a internet Mas não são somente as vendas online que se destacam na internet. São oferecidos também serviços, como cursos online, e muitas pessoas estão ganhando dinheiro e complementando suas rendas trabalhando com ferramentas como o Google AdSense. O jornalista Ale Rocha, que mantém um blog com o seu nome e é considerado um dos blogueiros independentes mais respeitados quando o assunto é a televisão brasileira, está nessa categoria. “O blog é um complemento de minha renda. Sou aposentado por invalidez, em razão de meu problema de saúde (hipertensão pulmonar primária). São raros os blogueiros independentes, que não são contratados por portais, que vivem apenas com um blog. Mais raros ainda aqueles que vivem bem apenas com um blog. Os programas de afiliados já renderam mais há alguns anos”, explica.
“Além de participar de alguns programas de afiliados, aceito anúncios no site. Já fiz publieditoriais, os posts pagos, mas abri mão dessa prática recentemente. Não condeno quem faz – e sinaliza o texto como tal. Apenas abri mão”, completa. Um dos programas de afiliados de maior sucesso é o Google AdSense, do Google. Trata-se de uma ferramenta que gerencia a publicidade online para os sites dos parceiros. Funciona da seguinte forma: você tem um site e não tem ou não quer vender propagandas. Você deixa essa parte com o Google, por meio de códigos inseridos no site, e recebe uma porcentagem do valor pago pelos anúncios exibidos. É claro que não dá para ficar rico da noite para o dia – o site precisa ter milhões de visitas para que se ganhe um bom dinheiro, porém, já é um caminho.
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D I C A S D E S I T E S PA R A U M B O M N E G Ó C I O N A I N T E R N E T
Para comprar online www.buscape.com.br Compara preços de diversas lojas virtuais, conhecidas ou não www.magazineluiza.com.br www.pontofrio.com.br www.extra.com.br www.submarino.com.br www.lojasamericanas.com.br www.carrefour.com.br Algumas das maiores lojas virtuais brasileiras
Para ganhar dinheiro com o seu site www.google.com/adsense Google AdSense www.hotwords.com.br Hot Words, sistema que coloca links de anúncios em palavras que estão em seu site www.boo-box.com.br Sistema de publicidade online para blogs e redes sociais
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PLANTAS:
vida em todos os ambientes O contato com a natureza desperta bons sentimentos e paz interior
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morar bem
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Cultivar e manter plantas dentro de casa, em ambientes fechados, como o escritório, é uma maneira de trazer beleza e tranquilidade ao ambiente, além de aliviar a tensão trazida pelo cotidiano agitado. O jardim não é privilégio apenas de quem mora em casas térreas ou possui um grande terreno para cultivar. O contato com a natureza também é possível em pequenos espaços de prédios comerciais ou apartamentos, por meio dos jardins internos. O livro “A Vida Secreta das Plantas”, de Peter Tomkis e Christopher Bird, um best-seller mundial, revela a sensibilidade e a inteligência das plantas, abordando o papel de sensores e detectores destes seres vivos. Pesquisadores da Áustria, Alemanha, Itália, Reino Unido, Japão, África do Sul e Estados Unidos desenvolveram uma forma de analisar as plantas por meio da neurobiologia, questionando a nossa percepção dos limites entre a vida animal e a vida vegetal. Diante disso, resultados já podem ser compreendidos, como é o caso das acácias da África do Sul, aptas a reagir e a defender-se dos predadores, comunicando-se umas com as outras e desenvolvendo uma técnica de defesa comum a elas. Por isso, desenvolver este hábito de nos relacionarmos com as plantas, criando esta harmonia, é um grande passo na busca de elementos essenciais à vida e à evolução da espécie humana. Sentir o cheiro das flores move as pessoas a tomar pequenas atitudes de pureza e transformar seu coração em harmonia, em busca do reconhecimento pelo ar que respiramos, pela água que sacia a nossa sede e pelo alimento que mata a nossa fome. É por meio destas pequenas atitudes que o ser humano eleva sua alma em forma de agradecimento àquela que nos proporciona tudo na vida, a mãe Natureza.
Paisagismo é qualidade de vida O paisagismo é uma arte, e, como tal, promove uma indiscutível melhora na qualidade de vida. Estar próximo ao verde nos traz uma sensação imediata de paz e aconchego, além de nos oferecer a possibilidade de contemplar a natureza em nosso quintal, varanda ou sacada. “As pessoas buscam no cultivo das plantas o prazer em cuidar e estar próximo a um meio que cada dia mais se encontra sufocado pelo crescimento desorganizados das cidades. Muitas vezes é nesse cultivo que muitos encontram a maneira de manifestar carinho e até uma terapia contra a febre do estresse do dia-a-dia”, destaca a arquiteta e urbanista Marília Marchió. As plantas transformam o ambiente, embelezam, criam detalhes únicos com sutileza e simplicidade, compõem arranjos, enfim, complementam o projeto arquitetônico, levando harmonia e paz ao ambiente. Ainda mais curiosa é a energia que as plantas transmitem ao local e as pessoas ao seu redor, purificando o ambiente com bons fluídos. São elementos essenciais para atrair boas energias e corrigir ambientes negativos. Estudos de Feng Shui comprovam que cada vez mais as pessoas valorizam o equilíbrio do ambiente em que frequentam, moram e trabalham.
Tudo é permitido Em harmonia com o meio, tudo é permitido na decoração, porém vale ressaltar a importância da tipologia das plantas, e considerar aspectos fundamentais, como o clima do local, luz, água para irrigar, proporção, cor, tipo de solo, enfim, fatores importantes de serem observados no desenvolvimento dos jardins. “Temos que tomar cuidado quanto à escolha das espécies para a composição dos jardins, principalmente com relação ao porte (muitas vezes os espaços são pequenos), as raízes (para que a impermeabilização do solo não sofra danos), e à toxidade, essa é importante adotar um cuidado especial devido à presença de crianças e animais”, afirma Marília.
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Além de levar qualidade de vida para dentro de sua casa e para toda a sua família, o contato com a natureza vai lhe proporcionar tranquilidade e paz interior. Por isso, selecionamos dicas simples e práticas para a criação e adaptação de seu ambiente. Escolha as espécie correta e leve a natureza para dentro de sua casa. Você pode montar arranjos com pequenos cactos, mini-bromélias, arrumados em vasos baixos, ou com plantas aquáticas, que podem ser colocadas em potes de vidro transparente. Também é interessante usar pedriscos, folhas secas ou musgo para forrar a superfície. Misturar plantas vivas com outros elementos, como velas, pedras e bambus dão um efeito especial e mais belo ao seu arranjo.
A natureza e o relacionamento humano Bem perto de Ribeirão Preto, na Terra da Manga, como é conhecida a pequena Jardinópolis, conhecemos uma observadora da natureza que com seus 65 anos esbanja vida e alegria ao mostrar seu lindo quintal, recheado de frutas e com uma imensa variedade de plantas. Há 33 anos morando no mesmo local, Maria da Conceição Prado Nogueira Marchió se lembra da infância de suas filhas e sobrinhas que cresceram brincando entre as jabuticabeiras, os pés de acerolas, de pinha e de figo, cujo doce é uma tradição de Dona Conceição. Apaixonada pela natureza, ela cuida de cada cantinho desse quintal com dedicação, carinho e paciência. “Tudo é natural aqui no quintal; eu planto, rego e faço a poda todos os dias. Somente uma vez por mês, o jardineiro vem para me ajudar na poda das árvores frutíferas”, conta a senhora. Ela ainda aproveita cada espaço e tem até salsa e cebolinha entre as plantas do jardim. As roseiras florescem e atraem a atenção dos vizinhos e amigos que visitam a casa de dona Conceição para admirar a natureza de perto, além de ouvir o canto dos passarinhos e beijaflores que vivem livres em meio às plantas. “A natureza é muito organizada, e isso faz muito bem para o relacionamento humano; a gente aprende com as plantas o carinho e a gratidão”, conclui.
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PLANTAS MAIS INDICADAS PARA USO DENTRO DE CASA Babosa (Aloe vera) Absorve o formaldeído (gás químico). Mantenha-a na sombra e espere a superfície do solo secar antes da próxima rega. Propaga-se a partir de rebentos que nascem na base da planta-mãe;
Crisântemo (Chrysanthemu morifolium) Absorve o benzeno. A reprodução pode ser feita tanto por divisão de touceiras quanto por sementes. Regue-o com frequência, mas sem encharcar o solo. Conserve o vaso próximo a uma janela;
Espada-de-São-Jorge (Sansevieria) Absorve o formaldeído. É típica planta de interior, pois sobrevive em ambientes com pouca sombra e pouca rega. A propagação é por estacas de folhas;
Gérbera (Gerbera jamensonii) Absorve benzeno. Dentro de casa, só permite a utilização como flor de corte e pode durar até 15 dias.
Lírio-amarelo (Hemerocallis flava) Absorve o monóxido de carbono. Como necessita de bastante luz, o ideal é cultivá-lo numa jardineira ou próximo à janela. Mantenha o vaso sempre úmido. Propaga-se por divisão de touceiras.
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com os pés no chão A paixão pela aviação faz com que muitas pessoas fiquem horas e horas olhando para o céu enquanto acompanham seus aeromodelos. Só em Ribeirão Preto são mais de 50 apaixonados pela modalidade
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“Voar com os pés no chão”. Essa é a sensação descrita por muitos aeromodelistas quando estão pilotando um aeromodelo. Quem nunca se imaginou ou sonhou estar solto no ar, sentindo o vento contra o rosto? Pois bem, pilotar um avião, mesmo que seja na terra, proporciona esse prazer, explica Paulo Henrique Caninia, mais conhecido como Pepe, praticante de aeromodelismos há 18 anos e que tem uma loja especializada em Ribeirão Preto. “Parece que estou dentro do avião, é difícil explicar isso, mas você relaxa e, ao mesmo tempo, fica tenso, já que estamos 100% concentrados”, descreve a emoção. Pepe é um dos responsáveis pelo grupo de 50 pessoas apaixonadas pela modalidade na cidade. O aeromodelismo é uma atividade que nasceu antes mesmo da aviação. A experiência acumulada em décadas de desenvolvimento e pesquisa levou o esporte ao que conhecemos atualmente. Para se ter uma ideia, o hobby é tão amplo que muitos preferem ficar na montagem das aeronaves; é o caso de Sérgio Richter, praticante da modalidade há muitos anos. “O maior prazer pra mim, não é só o de voar, mas sim o de construir um aeromodelo o mais parecido possível com os de escala cheia, ou seja, o avião em tamanho real”, diz. Esse hobby é considerado uma grande paixão no mundo inteiro, pois consiste em pilotar uma miniatura de uma aeronave sem que necessite estar dentro dela e no ar. Richter explica que existem vários modelos. “Todos os aviões em escala real também existem em escala menor como aeromodelo”. Alguns exemplos são planadores, jatos, aviões da I ou II Guerra Mundial e os de competição, sendo que os mais conhecidos são os Treinadores, para quem quer aprender a voar; o Esporte, para quem precisar dar continuidade no aprendizado e iniciar as acrobacias; a Escala, que são modelos mais avançados, réplicas da aeronave real; e os Planadores, conhecidos por serem os modelos sem motor e que voam rebocados ou lançados, ganhando a velocidade do vento.
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Conhecendo mais um aeromodelo O aeromodelo nada mais é que uma miniatura de um avião, mais pesada que o ar, que possui motor, hélice, tanque de combustível, controle remoto, etc. O pequeno avião pode ser construído em materiais como madeira, fibra, plástico, dentre outros, e pode ser classificado conforme o tipo de construção e finalidade dos modelos. Os praticantes podem pilotar por hobby ou até mesmo se envolver em esportes, competindo com outros aeromodelistas. Wilmar Machado Filho, empresário, conta que voa por hobby. Para ele, aeromodelismo é uma atividade prazerosa. “Não atribuo a esta paixão uma importância, pois qualquer coisa que seja importante pra mim acaba tendendo para a obrigação. E aeromodelo, na minha opinião, é isso, uma atividade da qual não abro mão, mas faço por gostar de fazer e nunca por obrigação”, afirma. Machado explica que teve seu primeiro contato com a atividade nos anos 1970. Na época, ele praticava com modelos movidos a elásticos e pequenos planadores. Nos anos 1980, começou a montar e voar os modelos VCC (voo circular controlado), onde o aeromodelo é controlado por um cabo. Depois disso, ficou sem praticar a atividade por 15 anos, mas a paixão antiga era tanta que, em 1999, comprou o seu primeiro modelo rádio controlado. “Agora estou aprendendo a pilotar helicópteros”, conta.
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Para ele, a dificuldade para um iniciante é o excesso de confiança. “Pilotar um aeromodelo é fácil, porém, sem a orientação de alguém que já saiba é praticamente impossível voar a primeira vez sem quebrar o aeromodelo. Outra dificuldade é a compra do equipamento correto para começar. O mercado está cheio de lixo para vender, principalmente na internet. Existem vendedores sem escrúpulo algum, que colocam anúncios de aeromodelos a R$ 150,00, garantindo que é o melhor para começar. Aí o iniciante fica todo empolgado, compra e quando vai voar percebe que é porcaria e aí já desanima”, explica.
Onde voar? A questão de onde voar é um ponto muito importante a ser considerado quando se fala de aeromodelo. Dever ser levado em consideração um fator muito importante, que é a segurança. Aeromodelo não é brinquedo. Um aeromodelo pequeno comum tem cerca de 1,5 metro de asa e pesa em torno de 2,5 kg, alcançado uma velocidade em torno de 100 km/h. Um objeto com esse peso e essa velocidade, se bater em alguém, mata. E fatalidades já aconteceram no Brasil. Por isso, é importante que o clube seja regulamentado e afiliado à Confederação Brasileira de Aeromodelismo (COBRA). Os clubes afiliados seguem algumas regras básicas de segurança que minimizam bastante os riscos. Além disso, todo piloto depois de aprovado pelo instrutor recebe uma carteira chamada BRA, que o habilita para a prática do aeromodelismo e inclui um seguro contra danos causados a terceiros em eventuais acidentes. Em Ribeirão Preto, existe um clube específico de aeromodelismo, o RP-AERO. No local, os apaixonados pela modalidade encontram instalações adequadas, como pista asfaltada com excelente ângulo de visão, sanitários e área de alimentação. A pista está localizada atrás da Indústria de Aparelhos Odontológicos Gnatus, na Rodovia Abrahão Assed (Ribeirão Preto/Serrana), altura do nº 5.300, no bairro Jardim Anhanguera. Mais informações podem ser obtidas com o Pepe pelos telefones (16) 3941-5057 ou (16)3941-5057, ou ainda pelo site www.pepemodelismo.com.br. Para Luis Antônio Nunes, o aeromodelismo, apesar de ser considerado hobby, é muito mais que isso. “Classifico como um esporte onde se faz amigos, onde podemos aprimorar conhecimento, enfim, uma ‘religião’. De norte a sul do País, quando o assunto é aeromodelismo, o tempo não tem pressa”.
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cultura e lazer
o poder
DA FÉ A crença em um Ser Supremo faz o homem buscar a Divindade por meio da fé e da diversidade religiosa
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Que importância tem seguirmos caminhos diferentes, desde que cheguemos ao mesmo ponto? Mahatma Gandhi já dizia que não importa o caminho a percorrer, o importante é buscar sempre a paz de espírito; já Dalai Lama afirma que a melhor religião é a que mais nos aproxima de Deus. Por meio das mais diversas religiões, as pessoas se apegam a figuras santas, rituais, e acreditam em um Ser Supremo, o Todo Poderoso, ou Deus, o criador do universo. Várias questões surgem a todo o momento quando o assunto é religião. Por isso, a Bem Viver conversou com pessoas que levam a religião para suas comunidades e acreditam no poder da fé para a propagação de sua crença. Pare e reflita: você acredita no poder da mente? No poder do pensamento positivo? No poder da vibração? Num bem maior? Na energia que emanamos e que nos conecta com todo o Universo? Em Deus, anjos e santos? O pensamento positivo é centenas de vezes mais forte que o pensamento negativo e “viaja” a uma velocidade incrível por todo o planeta instantaneamente. O princípio que dá ao pensamento o poder dinâmico de correlacionar-se com seu objeto e, por conseguinte, dominar cada experiência humana adversa, é a lei da atração, que nada mais é que a lei do amor. Esse é o princípio eterno, fundamental e inerente a todas as coisas, a cada filosofia, a cada religião e a cada ciência. Não há como escapar à lei do amor, pois este é o sentimento que transmite vitalidade ao pensamento, que impregnado de amor, se torna realidade por intermédio da lei da atração. Essa mensagem foi criada por Charles Hoanel e divulgada via internet para milhares de pessoas.
Fé, um combustível que nos move? Saber que após a escuridão da noite chega a luz é uma das coisas que faz as pessoas construir algo. Não haveria razão para se criar algo neste mundo material se não fosse a certeza do poder da fé. Para Sérgio Cérnea, praticante e seguidor do judaísmo em São Paulo (SP) há 37 anos, fé também é estender a mão a algum carente, que depende de seu gesto ou ação, de forma anônima, sem nada esperar em troca. “Seria possível sequer imaginarmos uma vida sem fé?”, indaga Cérnea. A religião é um mapa, um roteiro, um conjunto de instruções e práticas para tornar mais fácil, organizado e racional os caminhos que conduzem a proximidade do ser maior. A fé é a mola que nos impulsiona, é algo como o combustível que nos move. “A influência deste binômio – fé/religião – no cotidiano do indivíduo inspira e direciona as suas decisões, além de orientar o seu livre arbítrio rumo à definitiva morada, o Plano Espiritual”, afirma Cérnea.
Afros – descendentes Em contrapartida, para o babalorixá e seguidor do candomblé Paulo Pereira de Oliveira, do Centro Cultural Orùnmilá, de Ribeirão Preto, a fé move as pessoas o tempo todo, além de ser um referencial de como reagir e interagir com o outro e com a natureza. “A fé não é mensurável. Um exemplo de como essa fé sobrevive no país é um povo que chega aqui sem a roupa do corpo, perde o próprio nome, tem sua família desagregada, sua esposa vendida para outro estado ou cidade e, pela fé, dessa crença nos seus ancestrais, esse povo consegue reconstituir toda essa cosmovisão e reconstruir sua própria identidade e sobreviver até hoje, 500 anos depois”, ressalta o babalorixá.
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CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE ALGUMAS RELIGIÕES Candomblé Os navios negreiros que chegaram entre os séculos XVI e XIX traziam mais do que africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões, viajava também uma religião estranha aos portugueses e ela se transformou pouco mais de um século depois da abolição da escravatura, numa das religiões mais populares do país, o Camdomblé. Segundo a tradição, seus deuses têm origem nos ancestrais dos clãs africanos, divinizados há mais de 5.000 anos. Acredita-se que tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, ou que trouxeram para o grupo os conhecimentos básicos para a sobrevivência, como a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas. O ritual se inicia sob a batida de três atabaques que fazem soar o toque e são responsáveis pela convocação dos deuses, reproduzindo as modulações da língua africana iorubá, uma língua cantada, como o sotaque baiano. Estes deuses da natureza são divididos em quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.
Judaísmo Os judeus começaram a chegar ao Brasil como tripulantes da esquadra de Cabral. Famílias de cristãos portugueses fugindo da “intolerância católica” encontraram no “Novo Mundo” uma oportunidade de voltar a praticar as suas tradições. Depois vieram mais famílias com as invasões que se sucederam no país, retomando o seu culto e transmitindo os seus
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valores às gerações seguintes. A primeira sinagoga em funcionamento no Brasil foi fundada por imigrantes Marroquinos Judeus Sefaraditas em Belém do Pará em 1824, e o primeiro cemitério Judaico em 1848, em Manaus. Além de São Paulo, os judeus marcaram presença no Rio de Janeiro, no Sul do Brasil e em outras partes do país. O Judaísmo, a primeira religião monoteísta, é uma filosofia de vida, norteada por princípios e tradições, costumes e ritualística, procedimentos e normas; uma reunião de preceitos que sustentam a firmeza de caráter neste mundo material, que prepara o espírito (que é a essência e a própria vida) para o Mundo Vindouro. O Judaísmo garantiu, apesar das intermináveis perseguições e tentativas de aniquilação ao longo dos milênios, a continuidade de sua história e de suas tradições, de sua fé e de seu Deus.
Catolicismo É uma das mais expressivas vertentes do cristianismo e, ainda hoje, congrega a maior comunidade de cristãos existente no planeta. Chegou ao Brasil junto com o seu descobrimento e, segundo pesquisas recentes, cerca de um bilhão de pessoas professam ser adeptas. O Catolicismo é uma Religião Cristã, ou seja, acredita na Ressurreição de Jesus e, por meio dela, no perdão dos pecados, na salvação do homem e na vida eterna. Um dos mais importantes preceitos católicos é o conceito da Unidade e Trindade de Deus - Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo. Outros preceitos católicos são: a presença real de Cristo na Eucaristia; as promessas de Deus e seus mandamentos contidos na Bíblia; Jesus como único mediador junto a Deus; a intercessão de Maria e dos santos junto a Jesus.
Protestantismo O desejo de reconduzir o cristianismo à pureza primitiva deu origem, ao longo do século XVI, a uma importante cisão no seio da cristandade: o protestantismo, uma decorrência direta da Reforma. O Protestantismo é um termo empregado para designar um amplo espectro de igrejas cristãs que, embora tão diferentes entre si como a Igreja Luterana e as Testemunhas de Jeová, compartilham princípios fundamentais como o da salvação pela graça de Deus mediante a fé, o reconhecimento da Bíblia como autoridade suprema e o sacerdócio comum de todos os fiéis. O termo “protestante” tem origem no protesto de seis príncipes luteranos e 14 cidades alemãs em 19 de abril de 1529, quando a segunda dieta de Speyer, convocada pelo imperador Carlos V, revogou uma autorização concedida três anos antes para que cada príncipe determinasse a religião de seu próprio território. O termo foi logo adotado, de início pelos católicos e logo a seguir pelos próprios partidários da Reforma. A disparidade e a progressiva subdivisão das igrejas protestantes (luteranos, calvinistas, anglicanos etc.) decorreram de seu próprio princípio original: a interpretação pessoal das Sagradas Escrituras sob a luz do Espírito Santo. Difundido por todo o país, o protestantismo está dividido em outros grupos, como luteranos, metodistas, presbiterianos, adventistas e batistas.
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Budismo Teve sua origem na Índia, no séc. VI a.C., com o Buda Shakyamuni. Este nasceu ao norte da Índia (atualmente Nepal) como um rico príncipe chamado Sidarta. Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. As três primeiras mostravam-lhe o sofrimento devido ao envelhecimento, doenças e morte e também as aflições universais da humanidade. A quarta visão, um eremita com um semblante sereno, revelou-lhe o meio de alcançar paz. O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo. Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. É uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam. O Budismo trouxe paz interior, felicidade e harmonia a milhões de pessoas durante sua longa história de mais de 2.500 anos. Trata-se de uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a levá-la a paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. É uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida.
Islamismo O islamismo é uma religião muito antiga que foi fundada pelo profeta Maomé na Arábia por volta do início do século sétimo, os povos que seguem o islamismo integram o chamado Islã, ou seja, os povos de diversas raças que professam o islamismo, que também pode ser designado como islamita ou maometano, esta última rejeitada por alguns que vem nela uma referência a Maomé enquanto o islamismo professa um só Deus. Embora super-representados na mídia, fundamentalistas terroristas constituem apenas uma ínfima minoria. O islã contém em seu bojo tendências mais místicas e tolerantes. Essa linha pode atrair um quarto grupo de pessoas em busca de uma espiritualidade mais esotérica, com um perfil semelhante ao daqueles que abraçam o budismo ou a meditação transcendental.
Hinduísmo A palavra “hinduísmo” ou “religião eterna” é atribuída aos povos europeus e do Oriente Médio, pelo fato de se referir aos povos que ficavam na margem do rio “Indo” ou “Sindo”. Não é uma religião como as que possuem um fundador, mas sim um agrupamento de muitas religiões, seitas e escolas, que possuem ideias em comum, assim como deidades e tradições diferentes, mas com um único e mesmo Deus, apesar de seus diferentes nomes e formas.
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Não há dúvida que nenhuma religião é tão complexa e rica como o Hinduísmo, que existem inúmeras divindades que são, em verdade, aspectos (masculinos e femininos) específicos de um Deus único e indivisível (Brahman). A trindade hindu é formada por Brahma (o aspecto criador de Deus), Vishnu (o aspecto mantenedor/ conservador do Universo) e Shiva (o aspecto destruidor/transformador, sendo também considerado o “pai” do Hatha Yoga). O aspecto maternal/feminino de Deus também é bastante cultuado, sob as mais diversas manifestações da Mãe Divina, tais como Lakshmi, Shakti, Durga, etc. O deus Ganesha (divindade criança com rosto de elefante) é filho de Shiva e sua consorte Parvati; Ganesha é considerado o deus dos negócios e da superação de obstáculos, sendo sempre invocado no início de novos projetos, por exemplo.
Espiritismo Os primeiros experimentos da mediunidade no Brasil saíram dos cultores da homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, e João Vicente Martins, português, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus quando curavam. O vocábulo espiritismo foi cunhado por Allan Kardec quando, em 1857, lançou em Paris o “Livro dos Espíritas”, obra fundamental da doutrina espírita que revela a relação do espírito com o mundo corpóreo. A mediunidade é para o espiritismo uma faculdade natural humana e orgânica, e a sua prática implica em consequências morais, segundo Allan Kardec. O fato de maior significação nos anais do espiritismo foi, sem dúvida, a adesão do eminente político, médico e católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, que presidiu a Federação nos anos de 1888-89. Em 1932, Francisco Cândido Xavier psicografa sua primeira obra, lançada pela FEB – “Parnaso de Além-Túmulo”. Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e uma plêiade de Espíritos lançam-se a um trabalho de longo curso junto aos homens de esclarecimento e de fraternidade por meio do livro espírita.
Umbanda Em fins do século passado, no Rio de Janeiro, são várias modalidades de culto que denotavam a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida pelos escravos. Formaram-se então, as falanges de trabalhadores espirituais, que se apresentariam na forma de caboclos e pretos velhos. Ao longo das décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970, vários autores começaram a buscar dar maior consistência doutrinária à Umbanda, porém, com tantas tentativas em buscar explicações para as origens e os princípios da Umbanda em eras passadas, ocorreu seu fracionamento, e assim sacerdotes e pai de terreiros passaram a criar sua própria religião. Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios (utilizado no Candomblé), uma vez que as mesmas podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Conheça algumas características de alguns orixás: Omulu, orixá de transformação energética, conhecido também como o senhor dos segredos da vida e da morte; Ogum, orixá da energia, ligada a atitude, perseverança; Oxalá, Deus da Criação; e Yemanjá, a senhora do mar e dos oceanos, responsável pelos bens materiais, grande provedora e mãe.
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CARRO ELÉTRICO,
assunto em alta 66
ecologia
O que poucas pessoas sabem é que o carro elétrico não é novidade, muito pelo contrário, é mais antigo que os veículos movidos com motor a combustível
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Um carro silencioso, que não polui (ou polui menos) e é mais econômico do que os atuais. Parece sonho? Mas não é: os carros elétricos já são uma realidade em vários países do mundo, até mesmo no Brasil. Ainda são poucos os exemplares em circulação, se comparado com os movido a álcool, diesel ou gasolina. No entanto, a tendência é que esse número aumente exponencialmente nos próximos anos, justamente por causa das vantagens apontadas acima. Pensando nisso, várias montadoras já estão investindo em expandir e popularizar essa tecnologia, e, num futuro não muito distante, os carros elétricos já estarão competindo com os tradicionais, até porque essa é uma alternativa ecologicamente correta e mais econômica que os carros atuais. Apesar de parecer futurista falar em carros elétricos, a verdade é que eles são anteriores aos carros movidos a gasolina. O primeiro carro elétrico foi construído em 1837 pelo inglês Robert Davidson Aberdeen. O carro, que era movido por uma bateria de ferro e zinco e impulsionado por um motor elétrico, passou a ser comercializado em 1881. Já o primeiro veículo com motor a combustível foi criado em 1885, por Karl Benz e Gottlieb Daimler.
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Para se ter uma ideia, no final do século XIX havia nas ruas mais carros elétricos do que carros à gasolina. No apogeu dos veículos elétricos, até o transporte coletivo utilizava este tipo de energia, especialmente na Europa. Nos EUA e também no Brasil, veículos elétricos eram utilizados no transporte coletivo. Quem não se lembra dos famosos “Trólebus” que circulavam pelas ruas de Ribeirão Preto? Em 1982, o sistema de transporte coletivo elétrico começou a funcionar comercialmente na cidade, chegando a ficar entre as principais cidades do país a utilizar este sistema e a 32ª em toda a América Latina. Com o passar do tempo, veículos movidos a diesel foram adquiridos pela empresa que cuidava do setor, com o argumento de suportar a demanda que vinha aumentando. Em 1999, o sistema de trólebus foi encerrado em Ribeirão, pois os administradores afirmavam que a energia era cara e veículos a diesel custavam menos, mesmo com especialistas defendendo os trólebus como uma alternativa de ajuda a diminuição de poluição do meio ambiente. Depois do fim desse sistema de transporte, só agora, no final de 2009, surgiu o primeiro carro elétrico comercializado no Brasil. Trata-se do REVA-I, um veículo 100% elétrico que, sem gerar emissões tóxicas para a atmosfera, é fabricado por um consórcio indo-norte-americano e que está mudando a maneira de como lidar com a despoluição e com os problemas energéticos. O REVA I já está sendo comercializado em 24 países.
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Meio Ambiente menos poluído De acordo com a pesquisa “Indicadores do Desenvolvimento Sustentável Brasil 2008”, publicada pelo IBGE, um dos maiores causadores da poluição atmosférica no Brasil é o aumento na frota de veículos, que compromete o ar das grandes cidades. Em janeiro de 2009, o número da frota de veículos no Estado de São Paulo era de 18.945.204. Em janeiro de 2010, esse número saltou para 20.258.439, um aumento de aproximadamente 7% em relação a janeiro de 2009. Segundo especialistas, esse aumento é bastante prejudicial à saúde das pessoas e o carro elétrico seria uma alternativa viável para o controle da poluição. Apenas em Ribeirão Preto, são 346.411 veículos em circulação, o que faz da cidade o segundo município com mais veículos por habitantes, perdendo apenas para Curitiba.
CIDADES COM MAIS VEÍCULOS POR HABITANTE Cidade
População 2009
Frota 2009
Habitantes/veículo
Curitiba (PR)
1.851.215
1.154.438
1,60
Ribeirão Preto (SP)
563.107
346.411
1,62
Goiânia (GO)
1.281.975
769.165
1,66
São José do Rio Preto (SP)
419.632
251.433
1,66
Campinas (SP)
1.064.669
623.001
1,70
Florianópolis (SC)
408.161
232.087
1,75
Santo André (SP)
673.396
376.152
1,79
São Paulo (SP)
11.037.593
5.951.686
1,85
O que é e como funciona um carro elétrico? O carro elétrico é movido por um motor elétrico reabastecido por baterias. Em comparação com os carros movidos a outros combustíveis, o elétrico proporciona um desenvolvimento satisfatório, chegando a fazer de 80 a 160 km por recarga, dependendo do tipo do banco de baterias, da forma como o carro é conduzido e das condições da via. O silêncio é uma das características que mais causam estranhamento às pessoas que dirigem um carro elétrico pela primeira vez. A única maneira de saber se o carro está ligado é olhando o painel. No lugar dos câmbios, as marchas são controladas por botões, sem contar que com um carro elétrico evitam-se gastos de manutenção de embreagem, câmbio, troca de óleo, filtro de óleo e de combustível, filtro de ar, velas, entre outros componentes. E o que muitas pessoas comemoram: acaba-se a necessidade de frequentar os postos de gasolina todos os dias.
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Renault-Nissan vai lançar quatro modelos de carros elétricos O diretor-executivo da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, revelou que o grupo vai lançar quatro modelos de carros elétricos em entrevista ao jornal francês “Journal du Dimanche”. Ghosn afirmou que os carros elétricos responderão por 10% do mercado mundial de veículos em um prazo de dez anos, ou seja, cerca de seis milhões de veículos. Para ele, a indústria automobilística continuará a ser um motor da economia deste século. Os quatro modelos serão um utilitário, um carro familiar de grande porte, um modelo semelhante ao Clio e um modelo pequeno para a cidade. Segundo Ghosn, os quatro veículos com lançamento previsto devem ser comercializados entre 2011 e 2012 na Europa e em Israel. Dois dos quatro modelos serão construídos na França. O executivo destacou que os preços dos carros elétricos não serão mais caros que os demais modelos, graças a incentivos fiscais dos governos. O aluguel da bateria elétrica será de menos de 100 euros por mês, segundo ele. Ghosn garantiu que o custo do aluguel mais o da eletricidade para carregar a bateria será menor que o do combustível.
Fisker recebe US$ 572 milhões para fazer carro elétrico O fabricante de automóveis elétricos Fisker anunciou que recebeu um empréstimo do Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos no valor de US$ 572 milhões para produzir em série carros elétricos com preços acessíveis. A empresa, que está perto de produzir o automóvel elétrico de luxo Karma (que deve custar US$ 87,9 mil), disse que a maior parte do dinheiro será destinado ao projeto Nina, que tem como objetivo desenvolver um carro que custe até US$ 39 mil. O nome seria uma homenagem a uma das três caravelas comandadas por Cristóvão Colombo em 1492 (as caravelas se chamavam Santa Maria, Pinta e Nina).
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Nissan sonoriza seu carro elétrico inspirada em “Blade Runner” A montadora Nissan anunciou que está trabalhando em um som para seu carro elétrico Leaf, inspirada em “Blade Runner – O Caçador de Andróides”. O carro elétrico não emite som algum, o que é um problema para pedestres (especialmente os deficientes visuais) e ciclistas. Assim, a empresa decidiu adicionar um ruído ao carro, para torná-lo mais seguro. O filme de Ridley Scott é citado pelo barulho que os carros voadores fazem. O engenheiro Toshiyuki Tabata está trabalhando com compositores para determinar o som do Leaf. O carro elétrico começa a ser vendido ainda em 2010 nos Estados Unidos, Japão e Europa.
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GRÉCIA: o paraĂso tem nome
foto: Renato Moraes
O local perfeito para os apaixonados por beleza natural
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viagem
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Quem nunca sonhou com um lugar tranquilo, cheio de ilhas, águas cristalinas, cercado de belezas naturais? Pois bem, esse lugar existe e você vai conhecê-lo a partir de agora: são as famosas ilhas gregas. É o cenário perfeito para quem quer relaxar e namorar um pouco. Dona de uma paisagem paradisíaca, a Grécia é conhecida como o berço da civilização ocidental e é referência nas artes, políticas e cultura. Situada no mar Mediterrâneo, o local é um dos destinos turísticos mais concorridos do mundo.
AS ILHAS A Grécia possui mais de 3.000 ilhas, das quais, aproximadamente, 100 são habitadas, e com tantas opções, fica difícil escolher quais são as melhores. Por este motivo, a Bem Viver selecionou algumas para que você as conheça um pouco mais. Para se chegar até as praias, o cruzeiro é feito pelo mar Egeu ou então pelos ferry boats, que são opções mais baratas. Esse é o meio de transporte preferido dos mochileiros. O melhor período para se conhecer as ilhas vai de maio a início de julho ou, então, final de agosto a início de outubro. Segundo a gerente regional de vendas da CVC, Camila Garnier, é bom evitar o passeio entre 20 de julho e 20 de agosto, pois nessa época o País recebe muitos turistas e para quem gosta de sossego ao apreciar a natureza esse não é o momento mais adequado. No entanto, por ainda ser verão, pode-se desfrutar de outras opções neste período. Vale lembrar que é muito importante levar protetor solar, já que no verão o calor chega a atingir os 40 graus, o que torna impossível a volta para casa sem aquele bronzeado.
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ILHA DE MYKONOS, residência das celebridades e frequentada por hippies adeptos do nudismo A ilha mais famosa da Grécia é a Mykonos, uma das ilhas do arquipélago Cíclades. Na mitologia grega, foi o local de batalha entre Zeus e os Gigantes. Hoje, muitas celebridades gregas e internacionais possuem residência nesta ilha. As paisagens são paradisíacas, as praias podem ser visitadas com ou sem roupas; uma das praias mais curiosas de Mykonos é a Super Paradise, frequentada por nudistas. A praia não possui areia, só pedras e pedregulhos. No pôr do sol, o destaque são as igrejas; no total, são 375 igrejas, uma para cada dia do ano, e cada uma é dedicada a um santo específico.
CURIOSIDADE: As famílias gregas têm tradição de ter uma pequena igreja no quintal de casa para realização de casamentos e batizados. O que chama a atenção são as cores do telhado; em Mykonos, por exemplo, eles são sempre vermelhos.
ILHA DE SANTORINI, local perfeito para os solteiros Já na Ilha Santorini, que também faz parte do arquipélago Cíclades, o clima favorece os encontros, por isso lá é o local perfeito para os solteiros. Segundo Camila, essa é uma ilha vulcânica, com destaques para as ruas estreitas com casarios brancos, café ao ar livre em alto penhasco, acessível somente por teleférico ou no lombo de mulas. Diferente do telhado vermelho de Mikonos, em Santorini eles são azul escuro ou branco.
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O azul do céu e do mar da Grécia são um convite aos bons pensamentos
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foto: Renato Moraes
A sintonia do sol com o mar dรก um espetรกculo de cores ao entardecer
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Outras Ilhas Localizada no coração do arquipélago de Cíclades está a Ilha de Páros. O local se destaca pelas igrejas típicas na cor branca, belas praias de águas cristalinas e agitada vida noturna. Ao lado direito do arquipélago de Cíclades está o Dodecaneso; são12 ilhas na costa da Turquia. Rhodes, também conhecida como Ilha das Rosas, é a mais famosa das ilhas desse arquipélago por ter abrigado uma das sete maravilhas do mundo: o Colosso de Rodes. “A mistura arquitetônica é única, com a cidade antiga cercada por fossos e muralhas. A cidade é formada por diversas áreas e atrações”, explica Camila. Podemos destacar também a Ilha de Creta e as ruínas do Palácio dos Knossos, que é o berço da civilização européia. Segundo a gerente regional de vendas da CVC, de acordo com a mitologia, era no labirinto deste palácio que morava o Minotauro, criatura metade homem e metade touro. “Enfim, cultura, paisagem e diversão não faltam na Grécia”.
De malas prontas Para uma viagem como essa, é importante saber o que levar. Camila ressalta que a vida nas ilhas é bem simples; ninguém está lá para se preocupar com roupas, mas apenas curtir as férias muito à vontade. Tudo o que você vai precisar são maiôs, bermudas, camisetas, vestidos, bonés, óculos escuros e calçados confortáveis e fáceis de carregar. “Saber escolher as malas e o que levar pode tornar a viagem bem mais agradável” conclui. É importante levar também um casaquinho leve, já que na maior parte do ano, até mesmo no verão, costumase ventar muito à noite. Outro detalhe é que nas igrejas e mosteiros não é permitida a entrada de pessoas usando bermudas, shorts ou qualquer tipo de roupa curta, por isso o ideal é tirar um dia só para esse tipo de passeio, com uma roupa mais formal. E claro, o mais importante, compre sempre mapas e guias turísticos dos lugares que pretende conhecer. Agora que já está tudo preparado, vale a pena desfrutar das maravilhas das ilhas gregas. Boa viagem!
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foto: Renato Moraes
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Campanha do agasalho em Ribeirão Preto começa no final do mês de Abril
O Fundo Social de Solidariedade da Prefeitura de Ribeirão Preto, comandado por Mara Regina Canheo Pereira Alvim, lança no dia 30 de abril, às 10 horas, no Salão Nobre do Palácio Rio Branco, a Campanha do Agasalho 2010, que tem como slogan “Aqueça seu coração com solidariedade”. A intenção do Fundo Social é atender com roupas, agasalhos e calçados as famílias em situação de fragilidade social. A meta para este ano é ultrapassar a arrecadação de 100 mil peças e 8.500 cobertores arrecadados em 2009. Para isso, o Fundo Social conta com a participação social de toda comunidade. As arrecadações da campanha do agasalho de 2010 serão destinadas a famílias que encontram-se em situação de vulnerabilidade social, atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social do município, e as entidades sociais filantrópicas que complementam essa rede social, prestando serviços à população necessitada desse recurso na abrangência de sua localização. “Tão importante quanto a arrecadação é a participação social das forças vivas da comunidade riberãopretana”, destaca Mara. A Campanha do Agasalho de 2010 conta com parceiros e apoiadores como a ACIRP, Sincovarp, Polícia Militar, Polícia Civil, CPFL e Correios. Neste inverno, aqueça seu coração com solidariedade e participe da Campanha do Agasalho. Faça a sua doação nos postos de arrecadação espalhados pela cidade.
- Fundo Social de Solidariedade - Rua Cerqueira César, 383, Centro; - Todas as Secretarias Municipais; - Bases da Polícia Militar; - Tiro de Guerra; - Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto - ACIRP; - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; - Agências bancárias; - Supermercados; - Farmácias, etc.
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ser teen
como cortar
O CORDÃO UMBILICAL? É muito comum encontrarmos, atualmente, filhos com mais de 30 anos morando na casa dos pais, mas será que existe um momento certo para deixar o lar? Especialistas dão dicas de como perceber que chegou a hora da separação e fazê-la de forma harmoniosa
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Cada vez mais os filhos prolongam sua estadia na casa dos pais, desfrutando de mordomias inesgotáveis, como a comidinha predileta, o banheiro limpinho, a cama arrumadinha e o carinho da mamãe. Com isso, eles vão crescendo e adiando viverem por conta própria, pois ficam com medo de perder o padrão de vida que levam. Por outro lado, os pais parecem aceitar essa adolescência permanente numa boa e, em muitos casos, estimulam a permanência dos filhos em casa até como uma estratégia para enfrentar o próprio envelhecimento e não sofrer da síndrome do ninho vazio. Mas o que seria isso? Para a psicóloga Ana Cristina Gonçalves, não se trata de uma fobia e sequer é um vírus contagioso. Ela é sim uma profunda tristeza que algumas mães enfrentam quando os filhos deixam o lar. “A mulher sente-se inútil, já que não precisa mais desenvolver o papel de mãe. Os dias ficam tristes e a vida parece boba. Os filhos, que antes solicitavam a mãe a cada cinco minutos, agora não moram mais com os pais. Foram estudar em outra cidade, arrumaram emprego em outro estado, ou então, casaram-se”, explica. Segundo Olga Tessari, psicóloga e autora do livro “Dirija a sua vida sem medo”, este prolongamento na casa dos pais faz com que muitos filhos percam a liberdade. “A vantagem de morar sozinho é poder fazer o que desejar e da forma como desejar, como, por exemplo, poder ir à balada e voltar na hora que quiser; viajar, namorar, deixar o quarto desarrumado, tudo isso sem ter que dar satisfação de onde foi e com quem esteve, além de não ter que ouvir sermões por seu comportamento. Por outro lado, tem a desvantagem de ter que se responsabilizar por administrar e pagar as contas, fazer a limpeza, cuidar da alimentação, entre outras coisas. Outra desvantagem pode ser a ‘solidão’, principalmente para quem vem de uma família numerosa e comunicativa. No entanto, isso pode ser resolvido com visitas à família e mantendo contato constante com amigos”, recomenda.
Cultura europeia e geração canguru Números mostram que filhos com idade acima dos 30 anos são cada vez mais encontrados morando na casa dos pais. Esse fenômeno recente, observado principalmente na classe média alta, tem um nome: é a chamada ‘geração canguru’. A expressão vem do fato de a mãe canguru guardar seus filhotes dentro de sua bolsa, levando-os para todos os lados e protegendo-os dos predadores. Mas por que esse fenômeno vem ocorrendo com força no Brasil? Especialistas dizem que por sofrer forte influência da cultura europeia, principalmente da italiana, espanhola e portuguesa, muitos brasileiros têm adiado a hora de cortar o cordão umbilical; basta lembrarmos que na Itália os filhos com mais de 28 anos são conhecidos como mammone (palavra que vem de mamma, a soberana mãe italiana que adora ter seus rebentos na barra da saia). Para provar esse crescimento, recentemente, segundo pesquisa feita pelo geógrafo Arlindo Mello para sua tese de mestrado na Escola Nacional de Estatísticas do Rio de Janeiro, 25% dos filhos brasileiros que ainda moram na casa dos pais têm mais de 30 anos. Embora esse universo ainda não seja quantificado com a devida exatidão (segundo o IBGE, os jovens brasileiros que caem na vida mais cedo ainda são a maioria), a dificuldade para sobreviver e as facilidades dadas pelos pais andam mantendo muita gente em casa.
Sentimento de mãe A corretora Beatriz Bezerra Barquet, de Ribeirão Preto, mãe de Ana Paula, 28, e Samuel, 23, considera-se uma mãe extremamente coruja e dedicada. Por isso, em sua opinião, foi muito difícil quando seus filhos saíram de casa para estudar. “Quando a Ana Paula resolveu morar em Florianópolis,
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há oito anos, confesso que foi muito difícil e sempre chorava quando ela partia. No entanto, a partir desta mudança, ficamos mais amigas e foi quando ela começou a dar mais valor na família, em como lidar com os novos amigos, com o dinheiro que mandávamos, em se preocupar em ganhar alguns trocados, enfim, ela estava sozinha para administrar a sua própria vida e as consequências de seus atos, o que, na minha opinião, é muito importante. Como também tive a experiência de morar fora na minha juventude, achei que seria uma grande lição de vida pra ela”, comenta. Depois da filha mais velha, o filho caçula também resolveu seguir o mesmo caminho. “Quatro anos após a primeira partida, o Samuel também decidiu sair. Nessa hora, a coisa ficou feia, pois então ficaríamos sozinhos, eu e meu marido, sem filho nenhum por perto depois de 25 anos em função deles. Assim como a Ana Paula, ele também foi para Florianópolis, porém, foi morar sozinho, até porque meu objetivo é que ele aprendesse a se virar, pois nos últimos quatro anos havia sido bem paparicado”, reconhece a mãe coruja. “Sabe aquela história do ninho vazio? É a mais pura verdade. Na época, eu me dediquei bastante ao meu trabalho e era muito duro voltar pra casa. Porém eu não me arrependo, pois tenho consciência de que eles não são meus, tenho-os por empréstimo, e tenho a convicção de que eles se tornaram adultos de bom caráter, preocupados com o próximo, e, principalmente, tenho a certeza de que o fato deles estarem longe de casa trouxe-os mais para perto de nós”, revela Beatriz, que explica que é muito difícil cortar o cordão umbilical. “Nunca queremos que eles sofram, tentamos privá-los de aborrecimentos, frustrações, mas tudo isso faz parte do viver. Acredito que todos nós amadurecemos nestes últimos oito anos, apesar de ainda continuar chorando quando eles se vão”, completa.
Dicas para pais e filhos Para que possamos saber o momento certo do rompimento desse ‘cordão umbilical’ e esclarecer algumas dúvidas, separamos algumas perguntas que fizemos para a Dra. Olga Tessari, que muitos pais gostariam de fazer e muitos filhos gostariam de ler. Bem Viver: O que leva um jovem a querer sair da casa dos pais? Dra. Olga Tessari: São vários motivos. Em geral, é pela falta de liberdade, falta de respeito dos pais, por ele ter opiniões, valores e conceitos de vida diferentes em relação aos que os pais acham correto ou adequado, por causa de conflitos de ideias e por ele não suportar o autoritarismo dos pais. Em suma, é quando o clima familiar torna-se insuportável e ele resolve se afastar desse conflito que não consegue resolver, justamente por não haver diálogo. Quando o clima familiar é bom, quando há diálogo e respeito mútuo, o jovem prefere continuar morando com os pais por muito mais tempo, até estabilizar-se financeiramente ou resolver construir uma vida junto com outra pessoa. Existe o momento certo de romper o ‘cordão umbilical’ com os pais? Qual seria e como evitar os conflitos nessa fase? Pais rígidos e autoritários costumam “empurrar” seus filhos para fora de casa, mesmo que não tenham consciência desse comportamento. O momento certo dos filhos deixarem a casa dos pais vai variar de família para família, mas, principalmente, vai depender da maturidade do jovem em saber administrar a sua própria vida e de sustentar a si mesmo, tanto de forma financeira como emocional. Em outras palavras, é quando ele se torna independente. Muitos pais, por sua vez, resistem à ideia do filho sair de casa para morar sozinho, mas são egoístas, porque eles precisam ter em mente que devem criar os filhos para o mundo e se conscientizarem de que eles não viverão para sempre; é preciso apoiar a ideia do filho saber cuidar de si mesmo sem precisar da ajuda de ninguém.
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Atualmente, muitos filhos vivem com seus pais mesmo após os 30 anos de idade, sendo conhecidos como filhos cangurus. Essa convivência é positiva para os filhos? Viver sob a guarda dos pais promove dependência e insegurança para os filhos; aqueles que moram com seus pais percebem-se mais imaturos do que os que moram fora da casa dos pais. A relação com os pais muda ao longo da vida, mas filhos que permanecem dentro de casa, sem nunca terem ‘alçado voo’, continuam, na maioria das vezes, mantendo um relacionamento infantil com seus pais, o que impede o amadurecimento deles e a entrada na vida adulta, a fase em que nos tornamos responsáveis pela nossa própria vida. A partir do momento que o filho saiu da casa dos pais, a volta dele é ainda mais conflitante? Qual seria a solução neste caso? O retorno à casa dos pais após ter vivido longe deles costuma ser conflitante porque o filho aprendeu a viver sozinho, estabeleceu suas próprias regras e hábitos, que podem ser totalmente diversos daqueles que ele tinha na casa dos pais; os filhos que retornam à casa dos pais contra a sua vontade, como por causa de desemprego ou dificuldade de se manterem por conta própria, não veem a hora de terem seu próprio canto novamente. Por outro lado, muitos filhos voltam a morar com os pais por livre e espontânea vontade, até porque consideram difícil e trabalhosa a labuta para manterem-se totalmente independentes. Em geral, na casa dos pais, eles têm muitas mordomias, sentem-se seguros e protegidos. Depois de ouvir uma mãe e uma especialista, a Bem Viver deixa uma dica para os pais que estão sofrendo com a saída dos seus filhos de casa: quando o ninho é repleto de amor, seu filho vai sentir saudade e voltará sempre para revê-los e, provavelmente, vai querer que seus futuros filhos convivam com os avós, que, afinal, foram e são ótimos pais.
O que os filhos podem e não devem fazer quando já saíram de casa: É legal: - visitar os pais e levar algo que eles gostem; - levar os pais para almoços, jantares ou passeios; - passar as datas comemorativas juntos; - fazer os pais entenderem que eles também fazem parte de sua nova família; - estimular o convívio com sua nova família (sem exagerar pra não criar confusão com o cônjuge); - incentivá-los em novas atividades. Não é legal: - pedir para a mãe fazer tarefas domésticas para você; - empurrar os pais para atividades que eles não queiram fazer; - deixá-los interferir na vida do casal; - fazer e cair em chantagens sentimentais; - ficar respondendo questionários maternos.
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por Renata Canales
Bodas de Prata
Vinte e cinco anos que não se viam. Enquanto ela dirigia para o endereço anotado no pedaço de papel acomodado no banco do passageiro, tentava controlar o coração que a todo minuto desandava a acelerar. Muitos fatos já tinham se transformado em passado nestes anos. Ela casara, tivera filhos, divorciara, conhecera outros homens, enfim, uma enxurrada de emoções lhe lavara a alma durante tantas vezes, que com certeza modificara a feição tranqüila e despreocupada de outras épocas. E ele, como estaria? Lembrava-se de cada detalhe do que haviam vivido juntos, como se o que os separassem fossem apenas poucos meses, dias, minutos. Até porque o tempo contado no relógio é bem diferente daquele aprisionado na memória. Para ela, a imagem da figura bonita do homem por quem se apaixonara na juventude era presente, assim como os gestos, o tom da voz, as risadas. Pelas ruas, as pessoas passavam indiferentes à ansiedade que lhe tirava o compasso da respiração. Observou os carros que paravam ao seu lado no semáforo, os pedestres que atravessavam as ruas, cada um com seus problemas, suas alegrias, em seus mundos próprios a desfilarem sorrisos, zangas, desejos. Não reconhecia nenhum deles. Nem mesmo a paisagem urbana era a mesma. Prédios novos, casas antigas com pinturas diferentes, lojas em locais que antes moravam amigos. Era a primeira vez que voltava à cidade onde nascera e passara infância e adolescência. Viera para assombrar fantasmas que lhe batiam na porta diariamente. Sabia que era preciso vê-lo, mesmo que por um instante. Pela lista telefônica, conseguira entrar em contato e marcaram o encontro. Surpreendentemente, ele também estava sozinho. O destino dava mostras de camaradagem. Deu seta para virar à esquerda, logo estaria em frente ao número que indicava o endereço anotado. Mas um tremor a fez parar o carro. Olhou-se, então, no espelho retrovisor e se deparou com ela envelhecida. As rugas em volta dos olhos, a pele sem o frescor de anos atrás, o cabelo com tinta. Como seria recebida, pensou. Retocou o batom, ajeitou os brincos e demoradamente engatou a marcha para chegar ao próximo quarteirão. Estacionou bem na frente do edifício. Arrumou a saia e caminhou sem ter domínio completo do movimento até a guarita do prédio. Anunciou-se a um porteiro de olhos desinteressados. Claro que podia subir. Era só chamar o elevador. Entrou sufocada, querendo sair, e a cada andar que este subia, subia-lhe junto o coração, a ponto de achar que lhe saltaria pela boca. Novamente arrumou o cabelo, pigarreou e aguardou apreensiva a chegada. Um pequeno solavanco anunciava o fim da espera. Ele já a esperava na porta. Seus olhos se encontraram e era como se naquele momento uma rede lhes caísse por cima das cabeças e fizesse todo o resto do mundo simplesmente não existir. Ele estava grisalho, o corpo se curvara um pouco e parecia estar mais baixo, também não apresentava mais os músculos torneados de tempos atrás. Mas o olhar era o mesmo. E se os ponteiros do relógio cumpriram seu trabalho, se o planeta por vinte e cinco vezes se deslocou em torno do sol, isso não foi suficiente para que acabassem o carinho e a cumplicidade que lhes eram companheiros. E já com o batimento cardíaco normalizado, com a tranqüilidade que este olhar lhe trazia, ela entrou naquele apartamento resolvida a não sair mais. Afinal, o tempo lhes provara que era amigo, e eles tinham agora não apenas os próximos vinte e cinco anos, mas toda a eternidade.
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É isso mesmo, que se funda como instituição qualquer! No oficial ou no paralelo, a transmissão do DNA através da geração de um novo ser para a sociedade dos humanos constitui a família, conferindo-lhe direitos e deveres conforme as regras a que se submete essa sociedade, não importando sua posição geográfica, política ou cultural. Estamos nós, os brasileiros, prontos para essa sublime missão de prover uma próxima geração pelo acasalamento de macho e fêmea, para que a raça se apure e o grupo não se extinga? Como nossos elementos com competência para fazê-lo estão devidamente informados e formados para o exercício do poder de utilizar os instrumentos que a natureza forneceu para esse fim? Você que me lê agora, jura por Deus ou por algo que realmente lhe seja caro, acredita que nossas crianças, até mesmo as que você gerou, foram concebidas dentro do princípio da responsabilidade de que elas aqui estão com a incumbência de dar continuidade ao Brasil também dos outros brasileiros? De aperfeiçoar o padrão de vida, a qualidade de ser numa comunidade? De criar e manter as normas que servirão de base para a conduta de todos com vistas ao bem comum e à felicidade geral da nação? Pois o rei Jigme Singye, governante do Butão, um pequeno país budista na região do Himalaia, fez isso, como nos informa Sandra H. de Souza, da Universidade de Fortaleza. Após analisar os resultados da 1ª Conferência Internacional dos Indicadores de Sustentabilidade e Qualidade de Vida, acontecida em outubro de 2003, em Curitiba, o rei, que acredita no alto patamar da Felicidade Nacional Bruta, promulgou a qualidade de vida como índice “oficial” de desenvolvimento do país. Imagine o pasmo da opinião pública se nosso presidente resolvesse criar um indicador nacional, em que o desenvolvimento econômico estaria condicionado e vinculado à qualidade de vida do povo!? Não é isso que acontece, nem vimos acontecer na nossa breve história republicana. Teríamos educação, saúde, habitação e trabalho como os principais objetivos do Poder Público e não o incentivo ilimitado ao investimento especulativo espoliador e predador, improdutivo em virtude de a renda só crescer para o lado do lucro dos juros. Com o provimento de educação, teríamos pais mais saudáveis, melhor informados e mais bem fornidos materialmente, com esperança e fé no trabalho que estão executando na criação de seus filhos para uma sociedade estruturada, onde o acesso à Justiça se diferenciasse de acesso ao Poder Judiciário. Muitos dos conflitos familiares da busca e encontro dos adolescentes com a sexualidade se amenizariam, uma vez que seriam orientados para a função da reprodução responsável, permeada pelo amor e afeto encerrados na convivência familiar, espelhando o que encontraram no modelo dos próprios lares. Receberiam a noção do bem-viver no coletivo e que a solidariedade se impõe, não como uma nobre opção moral, mas como a única alternativa para assegurar chance de sobrevivência razoável aos que se dispuserem a praticá-la ativamente. Um grupo de cientistas da Inglaterra e da África do Sul estudou o comportamento dos suricatos, uns mamíferos africanos, que apresentam comportamento solidário para alimentar os filhotes da comunidade, guardem ou não com eles relação de parentesco. Essa atividade altruísta oferece vantagens aos que a realizam, desde o aprimoramento da habilidade de coletar alimentos, até o aumento do tamanho do grupo, melhorando a chance quanto aos predadores. Dá lucro ser bonzinho. Como será a família que se funda no Butão?
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conviver
por Regis Vianna
A família que se funda
por Felício Bombonato
Ser feliz ou ter razão?
Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de alguns amigos. O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair. Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que, além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe que estava errado. Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde. Mas ele ainda quer saber: “Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais”. E ela diz: “Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma briga, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite”. Essa pequena estória foi contada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independente de tê-la ou não. Os grandes mestres orientais sempre orientam seus discípulos para que mantenham as suas mentes sempre vazias, pois isso gera serenidade, humildade, respeito e segurança íntima. Mestre Liu dizia que a pessoa orgulhosa é como um copinho cheio: o pouco que tem já não cabe dentro de si. Sensei Sagara dizia que, para receber o chá, a xícara tem que estar vazia e também em uma posição abaixo do bule. O estado de mente vazia está intimamente ligado ao sentimento de humildade, que faz com que a pessoa sempre aprenda mais. Você já reparou que nós temos dois ouvidos e uma boca? Provavelmente é para que falemos apenas a metade das coisas que ouvimos. Geralmente, as pessoas estão sempre com as suas mentes cheias, e isso faz com que se tornem reativas, e daí é que nascem as discussões e desentendimentos. Quando duas pessoas estão discutindo, a que está com a vez da palavra acha que quem está ouvindo está prestando atenção no que ela está falando, porém, ao invés disso, ela está com a sua mente cheia apenas esperando a sua vez para ela falar aquilo que deseja, isso é, estão gastando tempo e energia em vão, uma com a outra. Jesus disse: não resistais ao mal. Se alguém te pedir a capa, dá-lhe também a túnica; se o forçar a andar 1.000 passos com ele, ande 2.000. A maioria dos motivos pelos quais as pessoas discutem e brigam dizem respeito a quimeras, coisas insignificantes que em alguns dias já nem se lembrarão mais o motivo pelo qual brigaram. Uma boa dica é: quando você falar que é A e o outro disser que é B, e você sentir que ali já se formou um cabo de guerra, onde cada um quer puxar a corda para o seu lado, solte a corda e deixe o outro achar que é B. Na grande maioria das vezes, isso não terá significação nenhuma para a sua vida. O escritor André Luiz disse: “ceda nas coisas secundárias para ser fiel às essenciais” – e na vida quase tudo é secundário. Lembre-se que a nossa vida é feitas de escolhas, e esta também é uma escolha: ser feliz ou ter razão? Agora é com você. A escolha é sua.
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por Magno Bucci
“O amor é quando a gente mora um no outro”(Mário Quintana) Da rua vinha uma claridade que reforçava a luz indireta, estrategicamente colocada em cima de um móvel ao lado de pequenas lembranças. O prosecco mantinha-se dentro de um balde com gelo. O perfume que inundava a sala era de um jasmineiro plantado perto da janela. Um vaso de antúrio em um canto e uma orquídea, entregue pela manhã. Na mesinha, taças, cinzeiro, bolachinhas artesanais, papel de presente e livros em cuidadoso desalinho. O sofá aconchegante e os quadros nas paredes confirmavam o bom gosto. Dois pares de sapato deixados displicentemente na entrada do lavabo. O vento que atravessava a janela produzia uma discreta coreografia com as cortinas. Milles Davis tocava no cd: “The Man I Love”. Ele e Ela, um em frente ao outro, confortavelmente acomodados sobre um gostoso tapete. As mãos dele nas dela em aperto forte. Os olhares, com brilho intenso, não se desviavam. Com voz segura e serena Ele dizia: – A mulher que eu quero tem de ser bela por dentro. Com mãos que saibam desenhar no meu corpo todo o mapa do prazer. Ela deve andar ao meu lado; nem antes nem depois. Ler nos meus olhos as palavras que não consigo pronunciar. E tem de saber dividir o pão e beber do meu copo. Ela escutava sem necessidade nenhuma de falar – não precisava! Lia-se nas suas expressões delicadas e suaves o “sim” a tudo que Ele dizia: – A mulher que eu quero deve sempre estar com braços abertos... acariciar-me, fazer- me sonhar e compor versos comigo. Quero amá-la por inteiro, carregá-la no colo, falar bobagens, brincar. Eu quero brincar com a mulher que eu quero! Quem via a cena se enternecia. Rendia-se a sedução. Ambos enlevados, comovente de se ver. Grau elevado de paixão. Era nítida a aura de um e de outro naquele maravilhamento mútuo. Ele e Ela pareciam ter dois corações cada, tanto que se enamoravam! A última coisa que se ouviu, foi Ele falando para Ela: – A mulher que eu escolhi é você!... Depois um lapso de segundo do mais absoluto silêncio. E enquanto as cortinas começavam a se fechar os aplausos explodiam ensurdecedores. Foi delirante. Todos inebriados com a cena. E então as pessoas foram deixando o teatro. Sobressaltadas. Algumas em suspiros. Rostos felizes, mas contraídos, denunciavam: enfrentavam dúvidas e incertezas. Poderiam estar identificando a própria incapacidade de transpor para si, a extensão de afeto vista no palco. Lamentando sobre – quem sabe! – a mediocridade da própria existência. Logo acionaram o mecanismo de defesa: – Aquelas emoções? Imagina! Só estão destinadas à imaginação... Quando que, no dia-a-dia da vida, na dureza dos problemas, eu posso reconhecer dentro de mim tanta paixão? Só mesmo na ficção... E voltaram para o refúgio de suas casas, carregando a sensação de impotência para viverem um sonho daqueles. É, a vida não facilita. Embrutece. Estratifica tanta coisa. Mas por outro lado, parece que nossa propensão é só acusar o desgaste da lida diária, emagrecer os sentimentos, embaralhar os sentidos: não ver com os olhos, não sentir com o coração, não pensar com a cabeça. Empalidecer a fantasia – no mínimo obrigatória – para se criar contra pesagem com o real. Exorcizemos! Se temos “de médico e de louco”, temos também, de bruxas e magos, com força de transformação; que seja uma única vez, não importa! Mas temos! Então, qual impedimento de vivermos, um dia, um sonho de “branca de neve”? Não posso eu armar um cenário? Vestir uma roupa especial? Usar um perfume caro? Ouvir Miles Davis tocando “Someday My Prince Will Come”? Eu quero me arrepiar com a cena. Sempre! Mas também quero ser protagonista, pelo menos uma vez. Estar em primeiro plano para alguém. Pois é! Não sou Camile Claudel, mas quero enlouquecer de amor.
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por Luiz Puntel
Seu incompetente! Na esquina de casa, quase atropelo um atleta. Era o Enéas, amigo dos tempos de Banco do Brasil. Pensei em elogiar seu corpitcho ainda Paulo Zulu, mas ele, sorrindo, aproximou-se da janela do carro e me perguntou à queima-roupa: - Puntel, você já é avô? Eu ia esboçar um rápido “ainda não”, mas ele disparou rápido como uma flecha: - Seu in-com-pe-ten-te! Estupefato, fiquei sem saber o que retrucar! Mesmo porque ele virou o corpo e – plect! plect! plect! – saiu correndinho embora. Cheguei em casa, e lá estavam meus dois genros refestelados no sofá da sala. Fechei a cara e disse, ríspido: - Cêis dois pro escritório. Agora! Um deles tem um pé na Bahia. É todo miseravão, cheio de malemolências e gingado no falar. E me trata de ladrão, intimidades dos tempos em que escrevi “O Grito do Hip Hop”, em parceria com a saudosa professora Fátima Chaguri, e ele nos deu uma assessoria porreta. O outro é calado, quieto, fechado como ostra em dia de pesca. Japonês, tem mania de me chamar de “senhor”. Assim que essas duas antíteses se sentaram, dei um murro na mesa para impressionar, sabe como é? Teatral, contei o caso, carregando nas tintas, e exigi providências. Dado o recado, a vida correu e, um dia, telefono pro baiano: - Fala, ladrão! – ele atende, todo miseravão, espaçoso. Pergunto onde ele está e fico contente com a resposta: - Pô, mano, eu tô em Monte Verde, fazendo seu neto, tá ligado? Agora, se você ficar me telefonando, eu desconcentro... Rimos muito. Um belo dia, ele e minha filha nos convidam, eu e a patroa, para uma janta num restaurante de respeito. Lá pelas tantas, a gente falando da vida, de repente ele diz: - Por favor, sogrão e sogrinha, fechem os olhos! Fechamos os olhos e, quando abrimos, no meu prato havia um sapatinho de crochê azul e, no prato dela, um sapatinho cor-de-rosa. Foi aquela alegria geral! Tempos depois, nascia a Nina, que hoje está com três aninhos e é a alegria da casa. Um outro belo dia, lá de São Paulo, o japonês telefona. - E aí, como vão as coisas? – eu pergunto, sem ser incisivo, todo dedos. - Então, é... bem... é que... - Desembucha, menino! – Sinceramente, eu não ficaria surpreso se ele dissesse, todo enigmático, numa versão David-gafanhoto-Carradine, entoando mantras, que “os tempos são o destino do florescer. Se bem a cerejeira floresça em abril, em novembro ela pode dar frutos...”. De repente, ele respirou fundo, desembatucou e, leve como uma pluma, a frase soou bonita nos meus ouvidos: - Senhor, a Manuela está a caminho!... Ah, foi aquela felicidade! Manuela, a bela, chegou para alegrar a casa também. É a mesticinha mais fofucha que existe! Já anda tropeçando pela casa e só falta falar porutugarugo e nihongô, né? Ai, gente! Que vontade que me dá, viu? Vontade de cruzar com o Enéas de novo, pegá-lo pela gola e vociferar: - Repete que sou incompetente, repete! Luiz Puntel é sogro do Lélis Caldeira e do Fábio-san Makishi e avô da Nina e da Manuela
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