repórterdomarão do Tâmega e Sousa ao Nordeste
Nº 1231 | Quinzenário | Ass. Nac. 40€ | Ano 25 | Diretor: Jorge Sousa | Diretor-Adjunto: Alexandre Panda | Subdiretor: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 * Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico *
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Nuno Higino fala da passagem pelo Marco e da ‘sua’ Igreja
‘Um poeta está sempre atento ao passar do tempo, é uma espécie de vigilante, vela as coisas de dia e de noite”. Nuno Higino é poeta. Já foi padre. Fica para sempre ligado à construção da Igreja de Santa Maria de Fornos, no Marco de Canaveses, um marco na obra do arquiteto Siza Vieira. Aos 50 anos é também professor de filosofia; área de estudos que lhe permitiu ser “crítico de uma forma mais sustentada”. Pelo meio coordena um grupo de teatro em Felgueiras, colabora com a Casa da Arquitetura a nascer em Matosinhos e escreve livros para crianças.
Protestos contra o adiamento do IC 35
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‘Barragens destroem o ecossistema do rio Tâmega’ Entrevistas com Rui Cortes e Emanuel Queirós
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Ex-padre do Marco e quer dar ‘sentido e cor’
“Um poeta é “U
m poeta está sempre atento ao passar do tempo, é uma espécie de vigilante, vela as coisas de dia e de noite”. Nuno Higino é poeta. Já foi padre. Fica para sempre ligado à construção da Igreja de Santa Maria de Fornos, no Marco de Canaveses, um marco na obra do arquiteto Siza Vieira. Aos 50 anos é também professor de filosofia, área de estudos que lhe permitiu ser “crítico de uma forma mais sustentada”. Pelo meio coordena um grupo de teatro em Felgueiras, colabora com a Casa da Arquitetura, a nascer em Matosinhos, e escreve livros para crianças sobre maçãs vermelhas, libelinhas que tocam flautas, anjas e lagartos que questionam: “onde dormem os pássaros?”. “Dormem por aí, no meio do mundo”, responde o autor.
| Escritor começou por publicar livros infantis | Nuno Higino terá começado a
escrever na adolescência, quando “toda a gente escreve uns desabafos, uns diários, uns poemas”. Mais tarde, “muito tarde”, começou a publicar, “no período final” em que esteve no Marco de Canaveses, cidade onde desempenhou funções pastorais durante 13 anos. Publicava então, em 1998, ‘A mais alta estrela. Sete histórias de Natal’. Às crianças considera ser necessário “dizer-lhes que o mundo pode ser outra coisa diferente do que nos entra pelos olhos todos os dias, sem desprezar e sem perder o sentido da realidade”. Dizer também que há “outras possibilidades, outros horizontes” e perspetivas que “podem dar sentido e cor a este mundo bastante cinzento que é o mundo atual”.
Em 2001 decide deixar a paróquia de Marco de Canaveses e em 2005 renuncia ao ministério ordenado, por “muitas razões” que não consegue alinhar. “Houve nessa decisão fatores que me escaparam e que ainda hoje não percebo muito bem”, contou. Não foi uma decisão repentina mas “um processo que se foi arrastando ao longo dos anos” e que “causou algum sofrimento”. Parte então para Madrid, aos 41 anos, para estudar filosofia. Inicialmente o destino não era a capital espanhola mas a Bélgica. Contudo, e como tem “medo de andar de avião” a opção madrilena resultou a mais viável, até porque Nuno Higino é, como descreveu, “muito preso à terra”e “às pequenas leirinhas” que a mãe tem em Felgueiras.
“era ir às aulas, trabalhar, investigar e ler”. A tese fê-la sobre a obra do arquiteto Siza Vieira, uma pessoa que “admira imenso”, um “homem sábio” com uma “arquitetura verdadeira”. Volta a Portugal em 2007, envia currículos e é convidado pela Universidade Fernando Pessoa, no Porto, para lecionar algumas disciplinas. Do Marco sente “mais falta das pessoas, de algumas atividades que se faziam e do dinamismo que a paróquia imprimiu à cidade”.
| Nuno Higino prefere não planear demasiado o futuro | Neste meio século de
vida, Nuno Higino considera não ter conquistado “nada de importante, para além do amadurecimento”. “Tenho inveja das pessoas que dizem que não se arrependem de nada. Eu tenho a consciência que cometi imensos erros”, afirmou. Porém, admite nunca se ter habituado a “planear demasiado o futuro”. Tem, sim, “sempre um mapa na mão” mas “não muito pormenorizado”. “Prefiro olhar pela vida fora e quando tenho dúvidas em que parece que o percurso não é correto, paro e encosto um bocado para perguntar”. No prelo tem uma biografia de Nun’Alvares, em formato infantil, e mais três livros infantis (‘Daqui e do mar, eu vou-te contar’ (poesia); ‘Beatriz e o corvo’; ‘Dinis sentado ao lado de Kaki’) e um ensaio sobre os desenhos de Álvaro Siza. Já a poesia, aquilo que lhe dá mais gozo escrever, “gostaria também de publicar um livro de poemas, mas tem faltado tempo e espírito”.
O abandono do sacerdócio “Houve nessa decisão fatores que me escaparam e que ainda hoje não percebo muito bem”, contou. Não foi uma decisão repentina mas “um processo que se foi arrastando ao longo dos anos” e que “causou algum sofrimento”.
| Mexer na terra é “ansiolítico” |
“Tinha e tenho essa paixão pela terra, por tratar das árvores e podar. Esses são os meus ansiolíticos, o mexer na terra”, explicou. Ainda assim, “precisava de ir para longe” e afastarse do espaço que o acolhera. “Estava cansado em todos os aspetos e precisava de criar alguma distância com o que tinha sido a minha vida até aí”, contou. Em Madrid viveu “os seis melhores anos” da vida. “Os melhores no sentido da tranquilidade e ausência da pressão a que estava habituado na vida paroquial do Marco de Canaveses”. Na universidade, onde concluiu a licenciatura e fez o doutoramento em filosofia, a sua única preocupação
Os anos passados no Marco “[Sinto] mais falta das pessoas, de algumas atividades que se faziam e do dinamismo que a paróquia imprimiu à cidade”.
escritor Nuno Higino ao mundo das crianças
um vigilante” Liliana Leandro | lleandro.tamegapress@gmail.com | Fotos L.L . e Arquivo
| Obra de Siza Vieira “fala baixinho” | Nuno Higino foi o principal mentor da construção da igreja de Santa Maria, no Marco de Canaveses, com um projeto de Álvaro Siza Vieira. O seu vínculo ao arquiteto do Porto estendeu-se ainda à tese do doutoramento que desenvolveu numa Universidade de Madrid: “Os desenhos de Álvaro Siza: uma interpretação a partir de Jacques Derrida”. Do arquiteto diz ser uma pessoa que admira “imenso”, por quem tem “uma grande devoção”, um “homem sábio” com “uma arquitetura verdadeira que não cede ao espetáculo”. “A arquitetura do Siza fala baixinho”, sublinhou em entrevista ao Repórter do Marão. Nuno Higino, professor, escritor e ex-padre, recorda ter ficado impressionado, na sua juventude, com a obra da Casa de Chá da Boa Nova, da autoria de Siza. “É uma obra que está tão encaixada na natureza que dá a impressão que nasceu ali, que apareceu naquele local como as próprias rochas e não houve quebra da harmonia natural das coisas”. Por esse motivo, quando se colocou a questão de construir a igreja do Marco de Canaveses, Nuno Higino, então pároco naquela cidade, logo sugeriu o arquiteto Siza. Já na altura de decidir o tema da tese, “pareceu óbvio olhar para algum aspeto daquele arquiteto a partir da filosofia”. Procurou então “olhar para as coisas menos investigadas, como os desenhos, tentando perceber se teriam influência sobre o corpus arquitetónico de Siza”, explicou.
| Casa da Arquitetura nasce no concelho dos arquitetos |
Atualmente mantém a sua ligação à arquitetura, estando a assistir ao nascimento de uma nova associação em Matosinhos que pretende ser “um pólo canalizador de atividade, pensamento e investigação” sobre esta área. Da Casa da Arquitetura, como se irá chamar, espera que venha a ter “um grande impacto nas instituições culturais do Porto”. “Dizem os mais otimistas que poderá ser o terceiro apoio das instituições do Porto, ao lado de Serralves e da Casa da Música”. O espaço irá ainda “promover a reflexão sobre a atividade”, sendo, além de funcionar como “um arquivo de espólio de arquitetos” a ser gerido, mostrado e aberto à investigação. Porquê a escolha de Matosinhos para sede da futura Casa da Arquitetura? “Matosinhos é o chamado concelho dos arquitetos. Em primeiro lugar porque o grande arquiteto Álvaro Siza é de Matosinhos, mas há outros como Souto Moura e Fernando Távora”. Para já Nuno Higino está a cargo do setor da edição de publicações da casa, além de organizar conferências e espaços de reflexão sobre arquitetura. “Se esta instituição tiver sucesso, e me quiserem, o meu futuro passará por aqui”, rema tou.
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tâmega e sousa
Linha do Tâmega e ecopista reforçam apostas do turismo em Amarante A ecopista de Amarante, que deverá estar concluída em meados de março, e o troço da Linha do Tâmega são vistos como “fatores diferenciadores” do turismo de Amarante. “Queremos valorizar a Linha do Tâmega para a mobilidade interna e para o turismo porque sei que há gente que gosta dos comboios. Sei que há muita gente que gosta de pedestrianismo, e nós temos aqui condições ótimas. Temos uma linha romântica, interessante, da Livração até Amarante”, afirmou o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu.
Com cerca de dez quilómetros de extensão a ecopista para utilizadores de bicicleta, patins ou a pé, ocupa o antigo troço ferroviário da Linha do Tâmega, entre Amarante e o apeadeiro da Chapa. Depois, a ecopista segue para Celorico, que também já lançou a obra a concurso, estando previsto que termine em Arco de Baúlhe, Cabeceiras de Basto, num percurso que ultrapassa os 40 quilómetros. Quanto à Linha do Tâmega, o projeto de requalificação “está pronto”, adiantou o autarca ao Repórter do Marão acrescentando que “há condições de o concurso poder ser lançado a muito breve prazo”. O presidente da Câmara garante não ter “dúvidas nenhumas” de que as obras vão mesmo “avançar”.
A funcionar, a Linha do Tâmega “pode permitir investimentos no seu percurso” e contribuir durante o inverno para a sustentabilidade do equipamento turístico que existe na freguesia de Fregim, considera Armindo Abreu. Além de que o facto de ser uma linha curta, com 13 quilómetros de extensão, favorece, na opinião do autarca, a existência de horários “muito flexíveis”, fundamentais para a revitalização da ferrovia. “Vivo em Mancelos, uma freguesia que é conotada com Vila Meã, e conheço imensa gente que quando vinha a Amarante, vinha de comboio. Se houver boa articulação é muito agradável ir de comboio”, diz o presidente da Câmara. “Entendo que a Linha do Tâmega pode ser muito potenciada desde que haja uma boa articulação com a Linha do Douro. Uma maneira de fazer morrer a Linha do Tâmega é haver horários descoordenados com a Linha do Douro. Se eu sair daqui de Amarante, mesmo num comboio lento, chegar à estação da Livração e meter-me num comboio para o Porto faço a viagem numa hora ou uma hora e pico. Agora se eu chegar lá e tiver que esperar duas ou três horas…”, refere o autarca. O presidente da Câmara de Amarante salienta que as estatísticas mostram que “neste momento, na região, Amarante é o concelho que mais turistas atrai e que tem maior índice de retenção. Gosto sempre de ver muitas pessoas, mas prefiro que venham poucas
e que façam despesa” porque são essas “receitas que ficam” no concelho, destaca. “É útil para Amarante que toda a região se vá requalificando porque hoje um turista não tem paciência para estar muito tempo no mesmo sítio. Eu não quero que Amarante seja melhor ou pior que os outros, quero é que todos se esforcem para termos aqui uma região competitiva”. As potencialidades podem funcionar de forma complementar, o que por vezes já acontece, por exemplo quando muitos dos visitantes da Rota do Românico do Vale do Sousa acabam a conhecer o Museu Amadeo de Souza Cardoso. “Todos os concelhos têm coisas interessantes para atrair turistas. Devemos cada um de nós ter a preocupação de qualificar, até onde lhe for possível, a oferta que já tem e que nunca caia na tentação de replicar aquilo que já existe noutros concelhos. Não dá resultado. Todos nós devemos valorizar aquilo que temos”, defende Armindo Abreu. Nesse sentido, a autarquia vai “apostar na divulgação cada vez maior do Museu Amadeo de Souza Cardoso, museu de arte contemporânea dos mais qualificados do país”. A falta de espaço do museu parece já ter solução, a médio prazo: “estamos a pensar alargá-lo”, explicou o presidente da Câmara de Amarante. Paula Costa
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‘Barragens destroem o ec Ecologistas prometem impugnar em tribunal a De
A
contestação ao Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) e em particular à construção da barragem de Fridão, pode passar pelo recurso aos tribunais. Cidadãos dos dois movimentos informais que se opõem às intervenções na bacia do Tâmega equacionam avançar com a impugnação do processo por estar em causa a destruição do que a lei diz ser um “ecossistema a preservar”. Os dois movimentos, que têm a decorrer petições na internet, traduzem, para Emanuel Queirós, “a vontade das pessoas, da região. É a voz do Tâmega”, disse em entrevista ao Repórter do Marão. Membro do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento do Tâmega, e geógrafo de formação, Emanuel Queirós diz que na perspetiva do PNBEPH, “o Tâmega é pura e simplesmente fragmentado, retalhado”. O rio “vai ficar condicionado por um interesse hidroelétrico exclusivo”. A degradação da qualidade das águas é, neste momento, um assunto “marginal”. Muito crítico do Plano, Emanuel Queirós, rejeita que ele seja um programa de desenvolvimento da região: “não tem nada a ver com a economia da região. Se o Estado tem interesse em dinamizar o Tâmega, uma das regiões mais atrasadas e periféricas da Europa, aquilo que o Estado devia fazer era procurar conciliar o investimento público com o interesse das dinâmicas locais e regionais. Está a fazer o oposto que é retirar
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ossistema do rio Tâmega’ claração de Impacte Ambiental (DIA) se for favorável à construção da barragem Paula Costa e Jorge Sousa | pcosta.tamegapress@gmail.com | Fotos RM | Panoramio | Mov. Cidadania Desenv. Tâmega | Arquivo
à região tudo aquilo que a região tem de bom, tudo aquilo que lhe deu “sinal mais” e que tem a ver com o rio” e com as suas diferentes potencialidades. Os desportos náuticos e radicais, o atrativo social, de lazer, verificável nas praias, em particular no verão, refletem a importância que o rio tem. E não é só em Amarante”, garante.
| Empobrecimento e visão economicista | Construir as barragens “é um empobrecimento claro e nítido”, afirma, além de que, alerta, se estará “a cometer um erro tremendo em relação à desregulação hídrica de toda a organicidade que o Tâmega tem. E que nós verdadeiramente não conhecemos nem dominamos. O rio tem uma dinâmica muito própria e essa dinâmica está condicionada por fatores que nós não dominamos, não conseguimos controlar”. Emanuel Queirós diz que o que está em causa é uma “visão economicista” que vê a água como “um recurso renovável”. No entanto, “na perspetiva do desenvolvimento sustentável, a água é um recurso escasso. São duas visões claramente distintas do mesmo problema. Eu entendo, pela minha formação como geógrafo e pelos sinais que a terra dá, que temos que olhar para a terra de forma diferente: como um bem coletivo que deve ser usado e bem usado, e não na perspetiva de qualquer coisa que se consome e que se gasta. O melhor dos nossos bens são os recursos que a terra em si própria contém. A água é um recurso da terra que tem vida própria e que tem um valor acima de qualquer outro bem, como o ar”. Outro “erro” apontado pelo amarantino que afirma defender apenas os “valores e interesses da terra, do nosso património ambiental e coletivo”, é que sendo a água “um recurso estratégico nacional, o Estado abdique de fazer a gestão do recurso na bacia para entregar a gestão a duas empresas privadas. Deixa de ter esse recurso e essa obrigação que lhe compete de acordo com o que é de lei, para concessionar a gestão do rio a hidroelétricas, uma portuguesa e outra espanhola”. | INAG “vende” a água de forma “mercenária” |
Emanuel Queirós lamenta a posição que o presidente do INAG - Instituto da Água, Orlando Borges, tem tido neste processo e defende mesmo que deveria demitir-se. “É uma opção política [a construção das barragens] defendida pelo presidente [do INAG],
do meu ponto de vista de uma forma absolutamente mercenária. Ele está obrigado a defender a água pelo valor estratégico que ela representa enquanto recurso da terra e não enquanto recurso hidráulico e energético”, salientou. “Aquilo que lhe competia era demitir-se do cargo. Ele não está a cumprir a missão para a qual está determinado, pela missão que incumbe ao INAG, como autoridade nacional da água. A verdade é que ele se posiciona mais no papel do indivíduo que vende água, mercantiliza água, do que daquele que deve pugnar pela defesa dos valores que a água representa em si própria, o valor natural da água. Ele está a permitir e a defender não a água como recurso natural, mas a água utilizada de uma forma artificial, artificializando todo o Tâmega e toda a gestão da bacia do Tâmega”.
| Lei de gestão da água não é cumprida | Um dos argumentos que poderá ser usado pelos cidadãos que venham a agir judicialmente é “o cumprimento da lei em toda a sua medida”. Emanuel Queirós refere-se ao “instrumento de gestão da sub-bacia duriense do Tâmega, em que o rio “ tal como existe, tal como está”, é considerado “ecossistema a preservar e ecossistema a recuperar e portanto não é com barragens que se preservam e se recuperam ecossistemas, pelo contrário, as barragens servem para os implodir, para os destruir”. O ativista diz não ter dúvidas de que os interesses do Plano Nacional de Barragens colidem com “o instrumento de gestão da bacia do Tâmega que é o Plano de Bacia do Douro, que é lei”. E deixa a pergunta: “O que é que vale mais, é a lei ou uma vontade governamental?”. No passado, Emanuel Queirós foi deputado na Assembleia Municipal de Amarante. Hoje afirma ter a noção de que “o poder local não está recetivo” aos argumentos contra a construção de barragens, tendo dado “sinais de alheamento e até de estar contra o combate à barragem”. Em geral, a população do concelho de Amarante, diz Emanuel Queirós, “está mais esclarecida do que o que se possa pensar. O que ela está é pouco recetiva a manifestar-se. Acho que as pessoas estão dissociadas do modo como o poder é exercido. E convenceram-se que não vale a pena lutar porque não há ouvidos que as oiçam. Eu próprio penso desta maneira”.
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“Barragem de Fridão vai a Entrevista com Rui Cortes, professor da UTAD | Especialista da área do ambie
É
um homem ligado ao ambiente. Tanto que, em 1979, trocou Lisboa por Vila Real para estar mais próximo do terreno. Rui Cortes é professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é consultor e está a analisar os estudos de impacte ambiental dos empreendimentos que integram o Plano Nacional de Barragens. O docente diz que Fridão tem que ser analisada em conjunto com as quatro barragens do Alto Tâmega e alerta para as graves consequências ambientais, destacando a degradação da qualidade da água. Enquanto especialista da área do ambiente, qual a sua opinião sobre a Barragem de Fridão? Esta barragem tem que ser enquadrada com o conjunto das outras barragens do Tâmega. Fridão encontra-se a jusante de outro conjunto de empreendimentos, designadamente Alto Tâmega (Vidago) e Daivões, no rio Tâmega, Gouvães e Padroselos, nos seus afluentes. Vai haver um conjunto total de cinco empreendimentos de grande vulto no Tâmega, mas é preciso não esquecer que ainda existe outra barragem mais a jusante de Amarante, que é o Torrão. O rio vai ficar completamente “regularizado”, um termo técnico que não quer dizer que as coisas melhorem. A qualidade da água vai realmente ser alterada. Quais os principais impactes provocados pela construção das barragens previstas para o Tâmega e seus afluentes? Em primeiro lugar o agravamento da qualidade da água. Isto é, uma barragem vai diminuir a capacidade que o rio tem de
depurar os materiais, o que vai resultar numa concentração de poluentes e numa grande degradação da qualidade da água. Esta é uma situação preocupante. Mas depois há todo um conjunto de situações que se poderão suceder como, por exemplo, o aparecimento de algas tóxicas, que surgem em meios com poluição e que põem em risco a utilização da água para regadio direto ou abastecimento público. Aqui quero salientar um aspeto essencial. É que vai ter que haver um esforço a nível de gestão da bacia hidrográfica no sentido de diminuir a poluição que se verifica atualmente. Só a nível de estações de tratamento de águas residuais existem as de Chaves, Mondim de Basto ou Amarante que funcionam extremamente mal. Depois, toda a veiga de Chaves leva também uma grande quantidade de nutrientes para dentro de água e ainda existem várias indústrias agroalimentares de enchidos ou laticínios. Tudo isto a drenar para o rio. Por isso tem que haver um grande investimento no sentido de diminuir essas afluências ou então temos uma situação dramática do ponto de vista ambiental. Podemos ter que viver com um rio com um excesso de algas tóxicas que põem em causa todo um conjunto de utilizações. E a biodiversidade do Tâmega? Do ponto de vista da biodiversidade as consequências são muitíssimo grandes. Uma barragem é um meio artificial no qual as nossas espécies naturais, como os peixes ou os invertebrados, não se vão adaptar. Por isso, o que p o d e m o s assistir é a uma expansão
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gravar qualidade da água” nte critica sucessão de barragens no rio Tâmega Paula Lima | plima.tamegapress@gmail.com | Fotos Panoramio | Mov. Cidadania Desenv. Tâmega e Arquivo
de espécies exóticas. Mas existem outras situações que poderão ser criadas com um meio inteiramente novo como é uma barragem. O Tâmega, em todo aquele setor que vai ser submerso, tem uma vegetação ribeirinha muito variada e densa. Com a submersão da cortina ripícola, vegetação de transição entre o meio aquático e terrestre, desaparecem todas as espécies que estão associadas, verificando-se, também aqui, uma grande alteração com a substituição de espécies náuticas por espécies exóticas. Fridão vai ser construída relativamente próxima da cidade de Amarante. Existe mesmo o perigo de rutura da barragem? Na minha opinião isso é uma questão psicológica. Admito que a cidade de Amarante fique fortemente preocupada, tem toda a razão para isso com a construção da barragem, porque a relação da cidade com o rio vai ser fortemente alterada. Mas, do ponto de vista do risco de rutura da barragem, parece-me que é uma questão secundária. Lembro que a barragem de Bagaúste fica mais próxima da cidade da Régua do que Fridão vai ficar de Amarante. Existe um grande conjunto de povoações que estão próximas de barragens. E hoje já existe um cuidado muito grande a esse nível. O próprio INAG (Instituto da Água) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), possuem uma comissão própria de fiscalização das barragens, uma situação que não se verificava há umas dezenas de anos, numa altura em que se verificaram ruturas de barragens, essencialmente de terra e não deste tipo, que são feitas de betão. Muitos ambientalistas e especialistas dizem que é um “exagero” o número de barragens incluído no plano do Governo. Qual é a sua opinião? Das dez previstas barragens do plano, apenas foram adjudicadas oito porque não houve concorrentes para duas das barragens. São todas de grande dimensão e correspondem a três por cento da produção energética nacional. É claro que três por cento é um valor pequeno, mas representa uma contribuição assinalável apesar de
tudo. O que é na minha opinião mais preocupante é o facto de três por cento representar aquilo que são dois anos de acréscimos de consumo que se verificam em Portugal. Quer isto dizer que estas duas barragens, ao fim de dois anos, já não compensam o aumento dos consumos energéticos. As barragens implicam impactos ambientais grandes, mas produzem resultados apenas a curto prazo. Outra coisa que é preciso ter em conta é que existe um grande interesse em relação aos empreendimentos hidroelétricos porque, em quatro ou cinco anos, o investimento é pago. Na região norte, do Minho até ao Douro, existem quatrocentos pedidos de licenciamento de mini hídricas. Neste momento estamos mais preocupados com as grandes barragens mas uma sucessão de dezenas ou centenas de empreendimentos hidroelétricos provoca impactos tão grandes como várias grandes barragens. Qual deveria ser a aposta do país? Tem havido um aumento das necessidades de energia e não tem havido cuidado a nível da eficiência energética. O que dá dinheiro são os empreendimentos de vulto, mas nós não estamos a apostar a nível de poupança de eletricidade, que continua a aumentar. Era preciso ter cada vez mais cuidados a nível da eficiência. A sua vida é uma roda viva, sempre de um lado para o outro. Quais são os projetos onde está atualmente envolvido? Fui convidado pelo Instituto da Água para ser consultor. Neste momento estou a acompanhar o Sabor e Foz Tua, na questão da minimização dos impactes ambientais destas barragens e ainda a analisar os estudos de impacto ambiental de todas as outras barragens. Estou também a colaborar com a Administração da Região Hidrográfica do Norte relativamente às questões da monitorização. Definir a rede e o processo de monitorização que vai ser conduzido e que tem que arrancar já esta primavera.
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amarante
Pedida a suspensão do EIA de Fridão Câmara de Amarante aprovou por unanimidade uma moção apresentada pelo PSD de oposição à barragem O Partido Ecologista Os Verdes propôs, na Assembleia da República, que a consulta pública da avaliação de impacto ambiental da barragem de Fridão seja retomada depois do prazo expirar – decorre até 15 de fevereiro – e se prolongue até 30 dias após a conclusão dos resultados de uma investigação que decorre junto da Comissão Europeia. Os Verdes lembram que a fase de consulta pública é a última oportunidade para que os cidadãos e entidades se pronunciem formalmente sobre o empreendimento hidroelétrico de Fridão. Os deputados Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira solicitaram ainda que seja enviada aos deputados a resposta que o Estado português deu na sequência da notificação da Comissão Europeia, sobre o Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico, e que seja facultado o acesso ao estudo independente encomendado pela Comissão Europeia, que originou a notificação ao Estado português para prestar um conjunto de informações e esclarecimentos. De acordo com o que foi dito pela ministra do Ambiente, as respostas a essa notificação seguiram a 15 de dezembro de 2009 para Bruxelas. Os Verdes solicitaram o conhecimento das respostas dadas pelo Governo à notificação referida, mas o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território recusou. Entretanto, a comissão parlamentar de Ambiente vai chamar a ministra para prestar esclarecimentos em relação ao Programa Nacional de Barragens, de acordo com um requerimento do partido ecologista ‘Os Verdes’ aprovado terça-feira. No documento, aprovado por unanimidade pelos elementos da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, ‘Os Verdes’ chamam a atenção para a necessidade de ouvir os esclarecimentos da responsável pela pasta tendo em conta as dúvidas levantadas quanto à avaliação dos impactos ambientais do programa. Os impactos ambientais do Programa Nacional de Barragens foram já discutidos em plenário no passado mês de janeiro, na sequência de um projeto de resolução do partido ecologista que defendia a sus-
pensão do plano e a exclusão das infraestruturas previstas para o Tua e Fridão.
| Câmara de Amarante aprova moção apresentada pelo PSD | A
Câmara de Amarante aprovou por unanimidade uma moção apresentada pelos quatro vereadores eleitos pelo PSD, que manifesta “a firme oposição à construção da Barragem de Fridão” e a convicção de que com essa tomada de posição a autarquia está “a interpretar os mais legítimos interesses dos cidadãos que representa”. Na moção, aprovada esta semana na reunião de Câmara, e que vai ser enviada à ministra do Ambiente, diz-se que “estão por provar as vantagens que, objetivamente, o concelho de Amarante obterá com a construção da barragem de Fridão”. A barragem de Fridão é vista como uma obra que não é um exemplo de “desenvolvimento sustentável”. Pelo contrário, ela representa, escreveram os vereadores do PSD, a “degradação da nossa qualidade de vida e regressão económica”. Se avançar a construção da barragem, “corr emos o risco de transformar o rio Tâmega, no centro de Amarante, numa espécie de lago de águas pestilentas no verão. Para além, dos graves riscos para a saúde pública, perder-se-á, de forma irreparável, todo o seu bucolismo, devido à artificialização da Ínsua e das suas margens”, lê-se na moção. “O equilíbrio e harmonia do rio com o Convento e a velha Ponte, que constituem a imagem de marca de Amarante, que tanto nos distingue positivamente” estarão comprometidos caso a barragem seja construída. O significativo agravamento “do fenómeno da eutrofização, que já ocorre em alguns períodos do ano, com impactes insuportáveis, do ponto de vista da saúde pública e ambiental, no centro da cidade de Amarante” é outro argumento referido no texto aprovado por unanimidade. “Por questão de segurança das suas pessoas e bens, os amarantinos não poderiam viver numa cidade que ficaria a uma cota inferior à albufeira da
PSD critica “subsídio excessivo” ao Amarante FC O PSD votou esta semana – na reunião semanal do executivo – contra a atribuição de um subsídio de 142 mil euros ao Amarante Futebol Clube (AFC). Embora reconheçam a importância do clube na promoção e desenvolvimento do desporto municipal, os vereadores do PSD criticaram a não existência “de qualquer critério para se chegar, com objetividade e transparência”, ao valor a atribuir - 142 000 euros, que é tido como “ manifestamente excessivo”, tanto mais que, no ano transacto foram atribuídos 80 000 euros. Por outro lado, a “conjuntura de dificuldades financeiras que levou inclusive, segundo o Sr. Presidente da Câmara,
a que não pudessem ser atribuídos os habituais protocolos às juntas de freguesia” foi lembrada pelo PSD. O contrato-programa de desenvolvimento desportivo entre a câmara e o AFC foi aprovado com os votos do PS (cinco em nove). Na proposta levada à reunião de Câmara reconhece-se que o financiamento autárquico da atividade desportiva deve privilegiar os escalões de formação, mas é também salientado que a lei permite o financiamento de equipas seniores que não disputem os campeonatos profissionais. O valor do subsídio é ainda justificado com o momento económico difícil que impede a angariação de receitas.
Barragem de Fridão, e a uma distância de apenas dez quilómetros”. A moção refere ainda que bastaria “o sentimento de insegurança (com consequências de nível psicológico não quantificáveis)” para justificar “a não construção desta barragem. Porém, é conveniente lembrar que a ciência e a tecnologia não podem garantir a segurança absoluta deste tipo de obras contra quaisquer condições climatéricas, geológicas, ou outras”. No início da moção é lembrado que em “várias ocasiões” os órgãos autárquicos e a opinião pública de Amarante pronunciaram-se contra a construção da barragem.
| Novo debate na sexta-feira | A fase de discussão pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da barragem de Fridão termina a 15 de fevereiro. A comissão de acompanhamento, criada no âmbito da Assembleia Municipal de Amarante, organiza dia 12 um debate com dois especialistas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, um representante da Direção Regional de Agricultura e outro da Proteção Civil. Também está prevista a presença de um técnico que participou no EIA e de representantes da EDP. O debate é às 21:00, no Centro Pastoral de Amarante. RM - 1231 - 10/02/10
Associação a “Terra dos Homens”
Bazeira de Baixo – S. Gonçalo – Amarante
CONVOCATÓRIA Nos termos dos Estatutos da Associação a “Terra dos Homens”, convoco os Senhores Associados Cooperadores, Fundadores, Doadores e Colaboradores para a Assembleia Geral Ordinária, que se vai efetuar no dia 06 de março pelas 14:00 Horas, na respetiva sede sita na Bazeira de Baixo – S. Gonçalo – Amarante, com a seguinte ordem de trabalhos: 1- Leitura e Aprovação da Ata Anterior; 2- Apreciar e votar o Balanço, Relatório e Contas da Direção, bem como o parecer do Conselho Fiscal, relativo ao Exercício de 2009; 3- Eleição dos Orgãos Sociais para o Triénio – 2010/2011/2012; 4- Outros assuntos de interesse para a Instituição. a) As listas para os Orgãos Sociais devem ser apresentadas na Sede da Instituição até ao dia 5/03/2010 pelas 17:00 horas.
Se na hora marcada não estiverem presentes pelo menos metade dos Senhores Associados, convoca-se a Assembleia em 2ª convocatória, para reunir e deliberar meia hora depois (14h:30m) com o número de Associados presentes. Amarante, 05 de fevereiro 2010 O Presidente da Mesa da Assembleia-geral (Dr.ª Amélia Maria Gomes Oliveira)
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Túnel do Marão parado há três meses Sindicato da Construção admite promover ação de protesto junto ao Tribunal de Penafiel
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Sindicato da Construção de Portugal (SCP) admite promover uma ação de protesto junto ao Tribunal Administrativo de Penafiel caso o processo do túnel do Marão se mantenha “bloqueado”. A construção do túnel do Marão, obra integrada no troço da autoestrada Amarante/Vila Real, está suspensa há três meses, por decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel. Os trabalhos no Túnel do Marão pararam em 10 de novembro, por decisão do juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, devido a uma providência cautelar interposta no início de novembro por António Pereira, proprietário da empresa Água do Marão, que alega que as obras do túnel vão prejudicar a exploração da água. A concessionária AutoEstrada do Marão e o consórcio construtor (Infratúnel) recorreram da providência cautelar, mas o tribunal manteve em dezembro a decisão de parar a construção do túnel, estando a decorrer a apreciação da providência cautelar. Admite-se nos meios judiciais e empresariais que a decisão do juiz poderá ser conhecida ainda em fevereiro ou o mais tardar em março. O tribunal decidirá se as obras vão continuar
suspensas ou se serão retomadas enquanto os tribunais apreciarem a ação principal a interpor pela empresa alegadamente prejudicada pela construção do túnel.
| Obras públicas seguram 20 mil postos de trabalho | O presidente do sin-
dicato, Albano Ribeiro, afirmou que, se não for desbloqueada rapidamente a paragem da obra dos dois túneis do Marão, “sindicato, trabalhadores e patrões” farão uma ação “inédita” junto à porta daquele tribunal. “Podemos vir a mobilizar centenas de trabalhadores para esta ação”, disse o sindicalista, acrescentando que assim que uma empresa construtora que se encontra na obra parar, criando desemprego, “o sindicato avança com o protesto”. “Não há razão alguma para as obras estarem paradas”, frisou Albano Ribeiro, que classificou de “inadmissível a empresa Águas do Marão pedir uma caução de 48 milhões de euros quando o custo da obra (túnel) é de 200 milhões de euros”. A autoestrada Túnel do Marão foi adjudicada por cerca de 350 milhões a um consórcio liderado
pela Somague e vai prolongar a A4 entre Amarante e Vila Real. Para o sindicalista, é “insustentável” continuar com esta situação, sendo “o mais importante que aquela obra avance, seja construída, para bem da região e da criação dos postos de trabalho”. Albano Ribeiro referiu que o avanço de obras públicas como a concessão rodoviária Douro Interior, Transmontana, barragem do Baixo Sabor e autoestrada Viseu/Coimbra, TGV, requalificação de escolas e novo aeroporto “são pão para a boca” dos trabalhadores do sector. “Se estas obras não avançarem, até maio poderão desaparecer 20 mil postos de trabalho”, frisou o sindicalista, excluindo nesta contabilidade a empreitada do novo aeroporto de Lisboa. Relativamente à crise “que se abateu sobre o setor em Espanha”, Albano Ribeiro lembrou que o país vizinho “chegou a dar emprego a 90 mil trabalhadores portugueses e atualmente apenas lá trabalham cerca de 30 mil”. O sindicalista referiu que, por esse motivo, assiste-se a “uma grande mobilidade de trabalhadores para a Europa e fora da Europa, nomeadamente Marrocos e Angola”.
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Projeto Limpar Portugal também quer acabar com as lixeiras
Caerus prepara encontro das associações do Marco O Projeto Caerus está a preparar, em parceria com a Associação das Coletividades do Marco de Canaveses, o “Encontro das Associações do Marco de Canaveses”, que vai ter lugar no dia 19, às 21:00, no Auditório Municipal Prof. Emília Monteiro. No encontro vão ser apresentadas as atividades que o Caerus – Projeto Oportunidade vai desenvolver com e para as associações e instituições do concelho até 2012. Vai ainda ser apresentado e oferecido o Guia para a Dinamização de um Campo de Férias e disponibilizada informação sobre a ocupação dos tempos livres de crianças e jovens. Atualmente existem no concelho do Marco de Canaveses “mais de 100” associações. Criado no âmbito dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), da Segurança Social, o Projeto Caerus (nome do deus mitológico da oportunidade), é promovido pela Câmara do Marco de Canaveses que convidou para entidade coordenadora e executora a Fundação Santo António, Instituição Particular de Solidariedade Social sedeada em Vila Boa do Bispo. Com uma equipa de seis técnicos (um dos quais a meio tempo), Caerus – Projeto Oportunidade vai em breve ter um espaço próprio, aberto à comunidade. A Fundação Santo António comprou parte de um imóvel, na Av. Francisco Sá Carneiro, junto aos Correios do Marco de Canaveses. As obras de recuperação deverão estar concluídas no final de março, altura em que o Projeto Caerus, atualmente a funcionar na sede da Fundação Santo António em Vila Boa do Bispo, deverá mudar para a casa Caerus. A orientação geral dos CLDS é a de “promover a inclusão social dos cidadãos de forma multissetorial e integrada, através de ações a executar em parceria” para “combater a pobreza persistente e a exclusão social em territórios deprimidos”. Nesse sentido, e sendo o Marco de Canaveses um “território deprimido, industrializado e com baixa qualificação”, o Projeto Caerus tem “um plano desenhado a três anos” que abrange ações em quatro eixos de intervenção: emprego, formação e qualificação; intervenção familiar
e parental; capacitação da comunidade e das instituições e informação e acessibilidades, explicou ao Repórter do Marão Catarina Santos, coordenadora do Caerus. Aprovado em março de 2009, o projeto iniciou as ações no terreno no verão com a organização de um campo de férias em que participaram 106 crianças, maioritariamente residentes nas freguesias de Alpendorada, Constance e Vila Boa de Quires. “Temos muitas metas”, resume a coordenadora do Caerus. Para já, uma das principais e que será decisiva, é “o envolvimento dos diversos parceiros para que as atividades se possam operacionalizar”. Pretende-se abranger as 31 freguesias do concelho do Marco de Canaveses, “apelar às parcerias, envolver as pessoas”, o que, à partida, “não é fácil” acrescenta Manuel António Moreira, administrador da entidade executora do Projeto, a Fundação Santo António. O objetivo é “abrir o caminho” às associações, juntas de freguesia ou outras entidades para que possam, “de forma autónoma e sustentada” intervir localmente nas áreas abrangidas no plano de ação. Os 150 mil euros de financiamento anual do Caerus provêm de uma percentagem dos jogos sociais atribuída ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e do QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional. No primeiro ano são também atribuídos 75 mil euros, para equipamento e obras. Num trabalho conjunto com a Unidade de Saúde Familiar de Alpendorada, o Projeto Caerus tenciona avançar com a criação de um Centro de Atendimento a Jovens e, por outro lado, sensibilizar para a adesão às dádivas de sangue e de medula óssea, promovendo a adesão do concelho aos bancos dessas dádivas que existem no norte do país. Noutro âmbito, o Projeto Caerus prevê apresentar uma candidatura para um Centro de Apoio Familiar e Parental que poderá dar continuidade ao trabalho do projeto Crianças e Jovens em Ação, a decorrer na Fundação Santo António, no âmbito do PROGRIDE - Programa para a Inclusão e Desenvolvimento, que termina em junho. P.C.
A coordenação concelhia do Marco de Canaveses do projeto Limpar Portugal espera abranger todas as freguesias do concelho na ação de limpeza de lixeiras no próximo dia 20 de março. Já “há muitas lixeiras sinalizadas”, mas ainda não se sabe ao certo quantas existem em todo o concelho do Marco de Canaveses, disse ao Repórter do Marão Rui Madureira. Todas as freguesias do Marco têm lixeiras, mas o número e a dimensão desses depósitos improvisados e ilegais de lixo é variável. A coordenação concelhia está numa “fase de sensibilização” das pessoas e entidades. A campanha de 20 de março vai ser divulgada através de cartazes e de 5 mil convites que vão ser entregues às crianças e jovens que frequentam as escolas dos vários níveis de ensino. O objetivo é que as crianças entreguem os convites aos pais e dessa forma os mobilizem para a campanha. A ideia da coordenação concelhia (que reúne às quintas-fei-
ras à noite no auditório municipal do Marco) é “tentar que toda a comunidade participe”. Por cada freguesia foi criado um grupo de trabalho que conta com uma, duas ou três pessoas. O projeto Limpar Portugal é um movimento de cidadãos “que pretende, através da participação voluntária de pessoas particulares e de entidades privadas e públicas, promover a educação ambiental e refletir sobre a problemática do lixo, do desperdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável, por intermédio da iniciativa de limpar a floresta portuguesa removendo todo o lixo depositado indevidamente”. O movimento Limpar Portugal está aberto a parcerias com instituições e empresas, públicas ou privadas, que através da cedência de meios humanos e ou materiais, exceto dinheiro, estejam interessadas em dar o seu apoio e participar. Os interessados em participar como voluntários podem consultar o sítio do projeto na internet, em www.limparportugal.org, onde é disponibilizada informação.
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tâmega e sousa
Deputados e autarcas protestam contra suspensão do IC 35 Estradas de Portugal estuda requalificação da EN 225 entre Paiva e Castro Daire
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s deputados socialistas Nuno Araújo, Glória Araújo e João Paulo Correia questionaram o Governo sobre a decisão de suspender a construção do IC 35. Também os autarcas de Penafiel e Castelo de Paiva se manifestaram contra a decisão governamental de adiar a substituição da saturada EN106, uma via que atravessa diversos aglomerados urbanos entre Penafiel e Entre-os-Rios. Nas horas de maior movimento pode demorar cerca de 45 minutos para percorrer os cerca de dez quilómetros que separam Penafiel da ponte de Entreos-Rios.
Os socialistas enviaram um requerimento para o ministro das Finanças para saberem quais as razões do adiamento da construção do IC35 e se “deve ser imputada a algumas das autarquias envolvidas no processo a responsabilidade pelo adiamento da construção”. No requerimento é reafirmada a necessidade e importância dessa obra e realçado o facto de que “há sucessivos anos que esta importante via de comunicação é relegada para segundo plano”. Os deputados relembram que “no âmbito da apresentação do Orçamento de Estado para 2010, foi anunciada a construção do IC 35, que constituiria uma alternativa a um conjunto de rodovias em particular a EN 106, foi uma vez mais adiada, alegando-se as dificuldades económicas do país. Tal facto não deixa de defraudar as justas expectativas das populações visadas, que sentem diariamente sérias dificuldades nas suas deslocações”. O requerimento refere o facto de em agosto de 2009 o Governo ter emitido um despacho para que
a empresa Estradas de Portugal “promovesse o concurso internacional para a construção do IC35” e que “ao fim de vários anos de espera, esta infraestrutura viária parecia estar prestes a ser uma realidade, sendo prometida por sucessivos governantes desde 2001”, inclusive pelo atual ministro das Finanças.
| Ministro falta à palavra | Para o presidente da Câmara de Penafiel, Alberto Santos (PSD), a decisão contraria “a palavra” do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. “Recordo que o senhor ministro esteve há poucos meses na região, nas vésperas das eleições, a anunciar que tinha dado instruções às Estradas de Portugal para que, até ao final do ano, a obra avançasse”, afirmou o autarca penafidelense. Alberto Santos invoca alegadas declarações públicas de Teixeira dos Santos, em Arouca, a 20 de setembro de 2009. “Os políticos não podem dizer aos portugueses uma coisa num dia e outra coisa noutro dia”, insistiu o autarca. Para o edil, que também preside à Comunidade Urbana do Tâmega e Sousa, esta decisão do Governo constitui “uma grande machadada para a região”. “A estrada que atualmente existe [EN 106] é uma das mais lotadas do país, porque é uma autêntica via urbana que não serve a dinâmica económica e social da região”, observou. A ligação por autoestrada da cidade de Penafiel à ponte de Entre-os-Rios, integra-se na denominada concessão Vouga, designado por IC35 no Plano Rodoviário Nacional (PRN). Os autarcas de todos os concelhos abrangidos por
esta concessão rodoviária (Vale de Cambra, Arouca, Castelo de Paiva, Oliveira de Azeméis, Penafiel, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Sever do Vouga) já solicitaram, por carta, uma audiência ao ministro das Finanças. Essa via, reclamada há vários anos pelos autarcas da região, é fundamental, na ótica do Vale do Sousa, para melhorar o acesso da cidade de Penafiel a Entre-os-Rios. O denominado IC35 facilitaria também a ligação de Castelo de Paiva, e de algumas freguesias do Marco de Canaveses e de Cinfães ao nó da A4, em Penafiel, cidade onde está instalado o principal hospital da região.
| Estradas de Portugal estuda beneficiação da EN 225| Entretanto, os pre-
sidentes das câmaras de Cinfães, Castelo de Paiva, Arouca e Castro Daire reuniram esta semana com o vice-presidente da Estradas de Portugal (EP), Eduardo Gomes, e técnicos da EP com o objetivo de analisar a beneficiação da EN 225, uma via localizada no vale do rio Paiva e que serve aqueles quatro municípios. Os quatro autarcas percorreram esta semana a EN 225, entre Castro Daire e Cinfães, acompanhados pelos representantes da EP e pelos governadores civis de Viseu e Aveiro, aos quais mostraram a degradação em que se encontra aquela estrada. “O pavimento é velho, tem mais de duas décadas. A estrada precisa, por isso, de um novo tapete betuminoso, além de outras intervenções que melhorem a segurança”, explicou o autarca de Cinfães. Pereira Pinto mostrou-se agradado com a visita dos representantes da EP e disse esperar que tenham ficado sensibilizados para a necessidade de obras “numa estrada que serve muitas localidades importantes para os nossos concelhos e que não têm alternativa”. Entretanto, o autarca de Castelo de Paiva já manifestou a sua preocupação sobre o possível adiamento da construção do IC 35, integrado na “ Concessão Vouga “, uma acessibilidade fundamental para o município e para a região, que foi gizada para servir o concelho, através da nova ponte sobre o Douro, estabelecendo uma ligação rápida entre a A4 em Penafiel, Arouca e Vale de Cambra, em direção à A25, em Sever do Vouga.
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outras terras
Buzinão contra as portagens em 26 de fevereiro
Criadas 12 micro empresas com a ajuda do Glocal Doze micro e pequenas empresas foram criadas entre 2009 e 2010 na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, com a ajuda do projeto Glocal, anunciou fonte da iniciativa. O projeto Glocal - Empresas Locais com Orientação Global tem sede em Vila Real e nasceu em 2003 com o objetivo de facilitar a criação de pequenas empresas e de novas oportunidades de emprego. A responsável pela Glocal, Cristina Coelho, referiu que no último ano abriram portas 12 novas micro e pequenas empresas, no entanto, salientou que, na maior parte dos casos, eram projetos que já vinham de anos anteriores. É que, lamentou, o Glocal ficou “sem dinheiro” em 2009, porque no atual Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN) “não há enquadramento financeiro para este tipo de projetos”. As empresas que abriam portas no último ano dizem respeito a lojas gourmet, uma chocolateria, uma escola de ténis, uma empresa de construção civil, um restaurante e um centro comunitário, que está a transformar uma azenha em mercearia, bar e serviços. Uma dessas lojas foi inaugurada esta semana, em Vila Real, pela empreendedora Sónia Abreu, licenciada em Engenharia Zootécnica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e diz que não se deixou assustar pela crise económica. A Mercearia Cesta do Campo é uma loja alimentar de produtos tradicionais, regionais, certificados (DOP, IGP, Biológicos), gourmet, celíacos, diabéticos e de comércio justo, contemplando produtos artesanais e produtos de fabrico industrial.
“O mais importante é oferecer produtos de qualidade que preservassem as tradições e a preços acessíveis”, afirmou a empreendedora. Segundo Cristina Coelho, todos os empreendedores estavam desempregados ou à procura do primeiro emprego. De acordo com dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, na região de Trás-os-Montes estão no desemprego 10.071 pessoas. Até 2009, o Glocal apoiou mais de 100 iniciativas empresariais, que criaram, em média dois postos de trabalho por empresa. Cristina Coelho salientou ainda que o Glocal, no âmbito de uma parceria com a EDP, começa este ano a trabalhar no Sabor e no vale do Tua para ajudar a promover o auto emprego e o empreendedorismo sustentável nas áreas dos aproveitamentos hidroelétricos. A ideia, segundo a responsável, é incentivar as populações locais a aproveitarem as oportunidades de negócio que podem surgir durante e após a construção dos empreendimentos. O projeto insere-se no quadro das medidas compensatórias nas zonas de construção de novas barragens. O Glocal está ainda em negociação com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) para a criação uma solução de apoio ao empreededorismo local para o território nacional. O objetivo da iniciativa passa pela criação da Fundação Glocal e a exportação das soluções, numa primeira linha para a Polónia, Cabo Verde e Brasil.
GNR e PSD do Douro aprendem inglês Agentes da PSP e da GNR do Douro vão receber formação em inglês e conhecimentos gerais sobre o património paisagístico ou patrimonial para informarem melhor os turistas que visitam o território, anunciou o presidente do Turismo do Douro. A iniciativa foi lançada pela Entidade Regional Turismo do Douro e pretende formar, até ao verão, dezenas de guardas e polícias dos distritos de Bragança, Guarda, Vila Real e Viseu. O presidente do organismo, António Martinho, dis-
se que o objetivo é “preparar a região para servir melhor o turista”. Ou seja, segundo explicou, os agentes da autoridade devem estar preparados para fornecer informações em inglês solicitadas pelos visitantes estrangeiros que a eles recorram, nomeadamente a localização dos principais pontos de interesse, como o Palácio de Mateus em Vila Real, o miradouro de São Leonardo da Galafura no Peso da Régua ou o Santuário dos Remédios em Lamego, entre muitos outros.
As comissões de utentes contra as portagens nas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) anunciaram um buzinão, a realizar a 26 de fevereiro, e que vai abranger vários municípios. Viana do Castelo, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Porto, Vila Nova de Gaia, Lousada, Paredes e Paços de Ferreira vão ser os municípios envolvidos neste protesto que visa “contestar a instalação de portagens nas SCUT”, anunciou José Rui Ferreira, o porta-voz do movimento. A hora do buzinão “dependerá do fluxo de trânsito em cada uma das cidades”, explicou o dirigente do movimento que disse também que, e a seguir a este protesto, “serão agendadas novas formas de luta”. As comissões consideraram ainda importante a participação dos empresários das regiões afetadas pelas portagens nas SCUT, porque, e dada a crise que o país atravessa, “eles serão muito afetados”, caso o Governo decida mesmo portajar vias como a A28, a A29 e a A41.
Novo Hospital de Amarante cumpre prazos de construção Os presidentes das câmaras de Amarante, Celorico de Basto, Cinfães e Penafiel e um vereador da autarquia de Baião, acompanharam o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), José Alberto Marques, numa visita à obra do novo Hospital de Proximidade de Amarante, em construção junto à variante do Tâmega, em Telões. O novo hospital vai ter em conta “todos os requisitos para que essa política de proximidade possa ser efetiva”, baseando-se numa “filosofia diferente que não é mais do que inverter a lógica das coisas: não se deslocam os doentes, tendencialmente deslocam-se os profissionais”, disse José Alberto Marques.
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Cabeceiras de Basto também aposta no fumeiro A Festa da Orelheira e do Fumeiro de Cabeceiras de Basto vai comercializar um total de 12 mil quilos de produtos como alheiras, chouriças de sangue, salpicões e presunto, disse o presidente do município. O socialista Joaquim Barreto adiantou, em conferência de imprensa, que “a comercialização dos enchidos e da orelheira, confecionados à base de porco bísaro, raça autóctone de grande qualidade, contribuem para a preservação dos produtos genuínos da terra”. “Esta feira integra-se numa estratégia de apoio à agricultura tradicional de qualidade e, simultaneamente, à dinamização sócio económica concelhia”,
disse. A XIV edição da Festa, que decorre no pavilhão desportivo de 12 a 15 de fevereiro, é uma iniciativa da Câmara Municipal e da Empresa EMUNIBASTO, regista a inscrição de 60 produtores, dos quais 43 são oriundos de Cabeceiras de Basto e de concelhos limítrofes. O leilão das orelheiras é uma das iniciativas previstas de grande atratividade que se realiza no domingo Gordo, o domingo de Carnaval. Segue-se-lhe a realização do III Concurso do Salpicão e da Chouriça, organizado pela DRAPN - Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
Estado apoia requalificação da rede viária em Lousada O contrato programa assinado entre a Câmara de Lousada e a Secretaria de Estado da Administração Local prevê a realização de obras num valor próximo dos 2,3 milhões de euros, comparticipadas em 582 mil euros pelo Estado. O programa vai permitir requalificar mais de 15 quilómetros de rede viária. Segundo o presidente da câmara de
Lousada, Jorge Magalhães, as obras de infraestruturação ao nível da água e dos esgotos e o intenso trânsito em zonas densamente povoadas têm degradado muitas vias municipais que este ano vão começar a ser intervencionadas. O contrato foi homologado pelo secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro.
Detidos por armas e abate ilegal de gado em Mondim A GNR anunciou a detenção de dois indivíduos, em Mondim de Basto, suspeitos do crime de posse ilegal de armas e abate ilegal de gado. As detenções foram efetuadas domingo em colaboração com o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Vila Real e Núcleo de Apoio Operativo (NAO) do Peso da Régua. Os agentes fizeram buscas em sete
locais e apreenderam 106 velas de gelamunite (dinamite) , 69 detonadores, 64,5 metros de cordão lento, uma carabina calibre nove milímetros, três caçadeiras calibre 12 mm, um revólver calibre 32, uma pistola calibre 6.35 mm e uma arma de recreio calibre 5.5, bem como cerca de sete dezenas de munições de diversos calibres.
Julgamento de jovens repetido em Felgueiras O Tribunal da Relação de Guimarães ordenou a repetição parcial do julgamento de cinco arguidos condenados pelo Tribunal de Felgueiras em julho de 2008, disse esta semana fonte da defesa, representada por Pedro Miguel Carvalho, advogado de três dos arguidos. O tribunal superior considerou nula a sentença da juíza de primeira instância, Ana Gabriela Freitas, por incluir factos que não constariam da acusação, noticiou esta semana a Lusa. Segundo os desembargadores, tais elementos não implicaram uma alteração substancial dos factos, mas consideraram que tiveram “relevo para a decisão da causa”.
Os cinco arguidos tinham sido condenados pelo Tribunal de Felgueiras a penas entre a multa e os 18 meses de prisão pela prática dos crimes de resistência, coação e posse ilegal de arma. Em causa estava, segundo a acusação, a forma como os indivíduos tinham reagido quando foram abordados por elementos da GNR, a propósito de uma festa que decorria num bairro social de Felgueiras. O julgamento de primeira instância ficou conhecido por ter originado uma queixa-crime dos arguidos contra a magistrada por alegada discriminação racial, uma matéria que está a ser apreciada pela Relação de Guimarães.
Manuel Coutinho quer confirmar Montelongo Muita atenção à concorrência e motivação redobrada para chegar à vitória são os objectivos da equipa MCoutinho Rallye no Rali de Barcelos, segunda prova do Open de Ralis 2010, a realizar neste fim-de-semana. O número de inscritos na prova, organizada pelo Clube Automóvel do Minho, é significativo, ultrapassando a centena (102). Depois do domínio na primeira prova do campeonato, Manuel Coutinho e Manuel Babo acreditam que em Barcelos poderão lutar de novo pelos primeiros lugares. O piloto do Marco de Canaveses antevê que as equipas que “têm condições para lutar pela vitória não são poucas”, o que faz prever “um rali muito interessante” e “disputado”, considera Manuel Coutinho. Feitos os reconhecimentos ao traçado do Rali de Barcelos, Manuel Coutinho ficou com a certeza de que não vai ser uma “prova fácil”. O Rali de Barcelos vai atravessar várias freguesias em “classificativas muito rápidas e encadeadas”, percorrendo 61,68 quilómetros de provas especiais, divididos por oito classificativas em piso de asfalto. “Como atravessa muitas povoações, os reconhecimentos tornam-se bastante difíceis para quem participa pela primeira vez”, explica Manuel Coutinho que vai conduzir o Mitsubishi Lancer Evolution VI. “Tal como na primeira prova, não escondemos que partimos para Barcelos com o objetivo de lutar pelas primeiras posições”, confessa o piloto. Contando à partida com uma concorrência “muito forte”, Manuel Coutinho e Manuel Babo vão à procura de “um lugar no pódio”.
Pavilhão de Lamego será palco de voleibol europeu júnior Lamego vai ser o palco do grupo C de apuramento para o Campeonato da Europa de juniores em voleibol, no qual Portugal defronta, de 07 a 11 de abril, a Croácia, Turquia, Estónia, Ucrânia e Finlândia. O pavilhão desportivo Álvaro Magalhães recebe a segunda ronda de qualificação na qual Portugal consegue o apuramento direto para a final da Bielorrússia caso seja o vencedor. Se o conjunto de José Rojas for segundo ou terceiro classificado, tem de
disputar a terceira ronda, em grupos de quatro equipas. “Portugal está inserido em grupos difíceis, compostos por seleções que têm já consolidado um trabalho a longo prazo. Teremos de jogar ao melhor nível para aspirar a resultados positivos”, disse Juan Diaz, coordenador das seleções. Em femininos (final na Sérvia), as pupilas de Gilda Harris competem na Suíça, onde vão defrontar a Alemanha, Holanda, Bulgária e Espanha.
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Caçadores reconhecem o sil
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esta época do ano, os montes e vales da região transmontana são invadidos por caçadores e perscrutados por matilhas para cumprir o calendário venatório. O vício de caçar, aliado ao convívio, é pretexto de força maior para comparecer nas montarias ao javali. Apesar da grande afluência masculina, as mulheres começam a marcar presença. Na manhã de sábado, os caçadores encontram-se na sede da Associação de Caça e Pesca da Vila de Argozelo (Bragança). A maioria é do concelho vizinho de Vimioso, mas há quem venha do distrito do Porto. “Há menos pessoas [80 inscritos] devido às montarias que decorrem no mesmo dia em localidades próximas. Em 2009, tivemos mais de 120 caçadores”, refere António Gonçalves, membro da direção. Para os sócios, o valor da inscrição é de 20 euros, enquanto os não sócios pagam 25. A organização prepara um pequeno-almoço reforçado, mais conhecido como mata-bicho. Não falta fumeiro e vinho “com limite”, por causa da fiscalização e porque vão usar armas de fogo. Depois das 11:30, os caçadores esperam no átrio, onde se realiza o sorteio das 80 portas. Um a um lá vão tirando os envelopes e conhecendo a localização. “Há ainda um Pai-Nosso pelos monteiros que já partiram e o diretor da montaria diz as regras: as peças que se podem abater, não são permitidos zagalotes nem disparar sobre fêmeas grávidas, os caçadores não podem sair do lugar que lhes é destinado nem atirar na direção de outras linhas”, explica António Gonçalves. Caçadeiras e carabinas são as armas permitidas e a área da mancha é de dez hectares, sendo os caçadores distribuídos por cinco armadas. Carlos Pinto caça desde os 21 anos e “o prazer da caça” corre-lhe no sangue. “O inte-
ao javali conquista ens, mas poucas mulheres
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êncio e a paciência como regras de ouro Patrícia Posse | pposse.tamegapress@gmail.com | Fotos | P.P. resse já vem dos pais e dos avós. Somos cinco irmãos a caçar.” Há mais de 20 anos que caça em Trás-os-Montes e, de outubro a fevereiro, os fins-de-semana são religiosamente guardados para tal. “Este ano já matei um javali, mas já cheguei a matar quatro num dia”, relata o contabilista de Amarante. Os monteiros são transportados nos reboques dos tratores e às 12:40 atroa um foguete que dá início à caçada. A partir daí, espera-se em silêncio e vão-se ouvindo tiros, o crescendo das vozes dos matilheiros e o sino a dar as horas.
| Sinais da Natureza | No monte, a bri-
sa fresca obrigava a apertar o casaco, enquanto a vista se espraia pela paisagem. Lá ao fundo, o rio Sabor corre sereno. Nestas lides cinegéticas, vale a cumplicidade da Natureza. “As melras dão sinal quando os javalis se aproximam”, diz António Oliveira, 59 anos. “Em solteiro, não era caçador”, depois começou a acompanhar o sogro e aficionar-se. “Já fiz mais de 100 montarias e matei três javalis. Não pode haver precipitações”, conta este argozelense que caça há mais de 30 anos. Os barulhos nas estevas e o latir forte dos cães são sinais prenunciadores. Do outro lado do vale, vêem-se dois javalis a descer aflitos e os cães no seu rasto. Minutos depois, alguns tiros e, pelo telemóvel, sabe-se que “já os estenderam”. Os matilhadores percorrem vários quilómetros, com coletes refletores para melhor serem vistos. “Ei, vai, ataca”, ordenam aos cães. José Leopoldo, das Veigas de Quintanilha, foi caçador, mas aos 36 anos não troca “o gozo de bater por estar à espera”. “Já tive situações de subir para a ponta de uma árvore, porque o javali quando fica ferido até ataca as pessoas.” Cada matilhador tem, no mínimo, 25 cães e recebe
250 a 300 euros por montaria. Terminada a caçada, José admitia que “não tinha tempo de olhar para as mãos, mas para [ver] onde punha os pés”. “Com monte molhado é sempre mais difícil andar e quando são manchas com mato difícil e encostas inclinadas...” Para os caçadores, acessos, visibilidade, ruído da água, frio e chuva são os principais obstáculos.
| Adesão feminina | A caça é um desporto que vai recrutando adeptos ao sexo feminino, embora nesta montaria só Ivone Fernandes tenha estado presente. Aos 20 anos, a jovem de Paçó caça há dois e já fez mais de 10 montarias, porém, nunca matou um javali. “Em algumas montarias, as mulheres ainda são discriminadas. Por exemplo, quando não se atira ao javali, criticam, mas, na maioria das vezes, os colegas reagem bem e até ficam surpreendidos por ver uma mulher e há cada vez mais a caçar.” Ivone começou a ir às montarias com o pai, o que contribui para que hoje se sinta “completamente à vontade”. “É fascinante e interessante. Só quem vive este momento é que sabe”, sublinha. A primeira vez que se estreou numa montaria foi justamente em Argozelo. Na altura, “os nervos eram bastantes e a ansiedade enorme”. “No momento da ação há aquele stress miudinho, uma ansiedade incontrolável”, confessa. Por isso, o essencial é ter “paciência e persistência”, ainda que, por vezes, se canse “de estar ali, sem ação nenhuma”. | Tiros certeiros | Quando um caçador mata um javali pela primeira vez, cumpre-se o Batismo do Monteiro. “As tripas do porco são postas na cabeça do caçador, mas a última vez que fizemos isso foi há quatro anos”, revela António Gonçalves. Além do ritual de iniciação ser menos frequen-
te, há outras mudanças. As armas e as munições são cada vez mais sofisticadas, há mais informação e regras de segurança mais apertadas. “Já não há pessoas sem carta e, há 20 anos, eram os cães dos caçadores que batiam o monte, praticamente não vinha ninguém de outras aldeias, por isso, levava-se a merenda. Nesse tempo, matar um javali era uma grande novidade”, conta António Gonçalves. Se ao ombro carregam a espingarda, no bolso, não falta o telemóvel. “Usa-se para saber onde estão e se já se mataram muitos ou não”, conta António Veiga, 42 anos, caçador há 20. Micael Cruz já participou em várias montarias, mas esta foi a primeira vez que o fez na sua terra, ainda assim não se estreou a matar. “O importante é estar numa boa porta, ter muita calma, paciência e estar calado”, refere o jovem de 23 anos. Pouco antes das 16:00, as cinco matilhas foramse cruzando e a montaria terminou. Os caçadores lá foram guardando as armas, enquanto se queixavam do frio das fragas. Se a expectativa inicial era matar “para aí meia dúzia”, o resultado saldou-se pela metade. Óscar Rego, 28 anos, foi um dos que atirou certeiro. “Foi tão rápido. A porca saiu no monte oposto, o pessoal começou a gritar e como tinha a carabina, disparei.” Caçador há dez anos, o jovem de Paçó já matou “muitos javalis” e garante que basta “estar o mais calmo possível e deixar sempre que a peça se aproxime ao máximo”. Com três javalis abatidos, os caçadores regressam à sede da Associação para degustar o almoço tardio, que junta à mesa comensais bemdispostos e satisfeitos. Manuel Leitão, 45 anos, veio de Vila Verde (Braga) e classificou o convívio como “espetacular”. “Caço muito em Trásos-Montes, mas é a primeira vez que estou em Argozelo e o pessoal aqui é muito bom.”
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Rotunda no IP4 para evitar mais mortes
Ciclovia no Douro junto à EN222
Governador de Bragança promete solução para cruzamento onde morreram três pessoas DR
O governador civil de Bragança, Jorge Gomes, anunciou que até ao final da semana vai ser apresentada uma solução para melhorar as condições de segurança no nó do IP4 onde em dois dias morreram três pessoas. Em dois acidentes, quinta e sexta feiras, as circunstâncias foram as mesmas: a viatura que atravessava o IP4 no cruzamento de Vale de Nogueira colidiu com outro automóvel que circulava na via, causando um morto, no primeiro acidente, e duas vítimas mortais, no segundo. A gravidade dos sinistros motivou uma reunião entre o governador civil, GNR, Estradas de Portugal e a concessionária do IP4, a AE - Auto Estradas XXI, para discutir o assunto. Segundo disse à Lusa o governador civil, Jorge Gomes, na reunião ficou decidido estudar soluções temporárias para resolver o problema da segurança naquele cruzamento até à transformação da via na Autoestrada Transmontana, que se encontra em execução. “Até ao final da semana vamos apresentar uma solução para resolver, ainda que provisoriamente, o problema”, disse, adiantando apenas que a solução poderá passar por uma rotunda ou
criar um acesso que não obrigue a atravessar totalmente a via. O cruzamento em causa é há vários anos alvo de críticas e protestos por ser nivelado e um dos três que o traçado do IP4 apresenta nestas circunstâncias entre Macedo de Cavaleiros e Bragança. Este tipo de situação ocorre só nesta zona do distrito de Bragança e obriga os automobilistas a atravessarem a via rápida para entrarem nalgumas direções ou deslocarem-se entre aldeias desta zona, mesmo que não queiram circular no IP4. Em poucos quilómetros, a situação ocorre em Vale de Nogueira, em Quintela de Lampaças e no cruzamento do Azibo, um local de veraneio muito movimentado. O governador civil disse à Lusa que os outros dois cruzamentos estão também em discussão, porém aquele que é considerado “mais preocupante” é o de Vale de Nogueira. Segundo explicou, “os automobilistas que se deslocam, por exemplo de Bragada ficam num plano inclinado e têm de chegar-se demasiado à frente para terem visibilidade, o que significa que sem se aperceberem já estão na estrada”.
Conduzir sem beber dá desconto nas lojas O Governo Civil e a GNR de Bragança vão premiar os condutores sem álcool com vales de descontos em estabelecimentos comerciais no âmbito de um projeto para a segurança rodoviária. A primeira ação decorrerá na quadra de Carnaval, entre 11 e 14 de fevereiro, no concelho de Vinhais, e todos os condutores fiscalizados que apresentem uma taxa zero de álcool no sangue receberão vales de descontos em diversas casas comerciais do concelho. Outras ações do género vão repetir-se no dis-
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trito de Bragança enquadradas no projeto “Segurança Rodoviária. Todos Responsáveis” promovido pelo Destacamento de Trânsito do Comando Territorial de Bragança da Guarda Nacional Republicana e Governo Civil de Bragança. O sentido do projeto, que conta com a parceria dos estabelecimentos comerciais, é, segundo o Governo Civil brigantino, salientar “os valores da condução automóvel segura e o respeito pelas regras rodoviárias, aliados à dissociação do consumo do álcool e condução”.
A requalificação da Estrada Nacional 222 (EN 222), que se pretende classificar como via com “valor patrimonial” do Douro, vai levar à criação de cinco portas de entrada na região e à construção de uma ciclovia paralela ao rio. O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, disse aos jornalistas que a proposta final para a requalificação da EN 222, que atravessa a Região Demarcada do Douro, será aprovada durante o mês de fevereiro e que o projeto deverá estar concluído até 2013. A ideia passa pela requalificação da estrada e, ao mesmo tempo, avançar com a sua classificação como via com “valor patrimonial”. Trata-se, segundo Ricardo Magalhães, de um instrumento novo, embora não pioneiro, visto que já existe uma estrada no Alentejo que já está a ser trabalhada nesse sentido. O responsável destacou o “valor arquitetural” da 222 que se junta à paisagem “única” do Douro Património Mundial. O objetivo é criar pontos de observação, sombreamentos e parques de estacionamento, eliminando os esgotos a céu aberto, garantindo condições para que
as pessoas possam “parar, fruir e tirar partido do rio”, que corre junto à estrada. A requalificação da via vai incluir a construção de uma ciclovia entre a Régua e o Pinhão, acompanhando toda a marginal do rio Douro, bem como a criação de cinco “Portas de entrada” na mais antiga região demarcada do mundo. As portas já foram definidas para as Caldas de Arêgos, em Resende, a zona da rotunda para Lamego, junto à Régua, o Pinhão, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa. Agora, segundo Ricardo Magalhães, serão estabelecidas prioridades e o conjunto de obras que serão feitas em cada uma das portas. O projeto junta, para além da EMD, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, autarquias, a Estradas de Portugal, a delegação do Douro do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, Administração da Região Hidrográfica, Direção Regional de Cultura e Museu do Douro.
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Mostra em Alfândega de marcos pombalinos Os marcos pombalinos com que foi feita a primeira delimitação física da Região Demarcada do Douro são o mote da exposição patente ao público no Centro Cultural Mestre José Rodrigues, em Alfândega da Fé. Até ao final do mês, um conjunto de 43 fotografias e desenhos contam a história dos 335 marcos que assumiam na paisagem como que uma linha imaginária que traçava os limites da mais antiga região demarcada do mundo. Os marcos devem o nome ao criador da primeira região do país autorizada a produzir vinhos de qualidade para serem exportados para Inglaterra, o Marquês de Pombal. A exposição “Marcos Pombalinos da Demarcação” resulta do trabalho de inventariação levado a cabo pelos serviços de museologia do Museu do Douro.
Urgência de Chaves com mais médicos O serviço de urgência do Hospital de Chaves vai ser reforçado com quatro médicos, garantiu a ministra da Saúde aos seis autarcas que integram a Associação de Municípios do Alto Tâmega (AMAT). Os autarcas de Boticas (PSD), Chaves (PSD), Montalegre (PS), Ribeira de Pena (PSD), Valpaços (PSD) e Vila Pouca de Aguiar (PSD) reuniram com a ministra Ana Jorge para denunciarem alegados problemas de funcionamento da unidade hospitalar de Chaves. Desde a integração no Centro Hospitalar de Trás-osMontes e Alto Douro (CHTMAD) em 2007, que uniu os hospitais de Vila Real, Lamego, Régua e Chaves, que são apontadas várias críticas ao funcionamento da unidade flaviense, relacionadas com o serviço de urgência e a falta de médicos. O presidente da Câmara de Chaves, João Batista, disse à agência Lusa que o ministério garantiu que a urgência vai ser reforçada com a contratação de mais quatro médicos, colocando-se ainda a possibilidade de médicos ligados aos centros de saúde de Chaves poderem também vir a reforçar este serviço. O autarca referiu que ficou agendada uma outra reunião onde será debatido o reforço de especialidades no hospital, como ortopedia e medicina física e da reabilitação. O ministério vai também “repensar” a criação de uma Unidade Local de Saúde, acrescentou o autarca.
Desporto da UTAD procura apoios A Associação Académica da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (AAUTAD), em Vila Real, está à procura de patrocínios para resolver as restrições financeiras que afetam as suas secções desportivas que participam nos campeonatos nacionais. O presidente da AAUTAD, Luís Matos, disse à Agência Lusa que esta é a “maior associação desportiva, cultural e recreativa de Trás-os-Montes e Alto Douro”, possuindo 188 atletas federados espalhados pelo basquetebol, futsal, voleibol, râguebi, natação, ginástica e ténis. Para manter as atividades desportivas, a AAUTAD gasta cerca de 100 mil euros por ano.
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Douro investe 119 milhões de euros Os 19 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIMDOURO) vão investir 119 milhões de euros até 2013 na construção de pólos escolares, requalificação urbana e estradas municipais, zonas empresariais, modernização tecnológica e ambiente. “O objetivo é ter o Douro a uma só velocidade. O desenvolvimento passa pela coesão social e territorial”, afirmou o presidente da CIMDOURO e da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo. A CIMDOURO está a gerir o Programa Territorial de Desenvolvimento do Douro que prevê, até 2013, um investimento na ordem dos 119 milhões de euros em projetos municipais, para os quais já dispõem de uma verba assegurada de 83,1 milhões de euros de cofinanciamento FEDER. Os primeiros contratos de financiamento foram assinados no Peso da Régua, envolvendo uma verba de 8,4 milhões de euros e uma comparticipação comunitária de 5,9 milhões de euros. Estes contratos correspondem às candidaturas apresentadas pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Santa Marta de Penaguião para a construção e requalificação de áreas de acolhimento empresarial e pelos municípios de Armamar, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Penedono, Régua, Sabrosa, Tabuaço, Torre de Moncorvo e Vila Real para a requalificação e
beneficiação da malha viária municipal. Artur Cascarejo referiu que, até ao momento, o Programa Territorial de Desenvolvimento do Douro conseguiu atingir uma taxa de execução na ordem dos 36 por cento. O autarca salientou que a prioridade da estratégia da CIMDOURO passou por garantir pelo menos um pólo escolar para cada um dos municípios. Agora, segundo referiu, serão abertos concursos para todos os outros eixos, que passam pela modernização tecnológica, áreas de localização empresarial, requalificação das redes viárias municipais e supra municipais, bem como o ciclo urbano da água, ou seja, tudo o que tenha a ver com o ambiente, desde as estações de tratamento de águas ou tratamentos de resíduos sólidos urbanos. Questionado sobre o repto de união lançado pelo presidente da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes, Fernando Campos, Artur Cascarejo disse que as duas comunidades sempre estabeleceram relações de diálogo institucional e de preocupações comuns. “Vamos continuar a fazer esse trabalho sem preocupações de formatação, de reorganização de espaços, até porque se vai começar a discutir a regionalização e, como todos sabem, eu sou um regionalista convicto”, frisou.
Novas tecnologias para a vinha desenvolvidas na UTAD Investigadores da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) estão a desenvolver aplicações informáticas para a vinha que permitam, através da imagem, identificar castas, determinar o vigor da videira ou o potencial qualitativo da uva. O objetivo do projeto, que junta docentes dos departamentos de agronomia e das engenharias da Universidade de Vila Real, é melhorar a qualidade e a produção vitícola, aplicando tecnologia nos processos e metodologias da vitivinicultura. Ana Oliveira, docente do setor de viticultura, explicou à Agência Lusa que os investigadores estão a desenvolver tecnologias de processamento de imagens e de sinais para avaliação do sistema de condução da videira e do potencial qualitativo da uva.
Ou seja, a ideia “é simples” e passa por ir à vinha recolher imagens através de uma máquina fotográfica, as quais posteriormente serão introduzidas no programa informático. Por exemplo, segundo a responsável, para avaliar o vigor de uma videira é necessário ir para a vinha com uma tesoura da poda e balança, cortar as varas, pesar e depois fazer o cálculo manualmente. “Uma das tecnologias que estamos a desenvolver passa por tirar uma foto à videira, passa-la para o programa e termos de imediato uma estimativa do vigor, evitando todo o outro trabalho”, salientou. Outra das aplicações é suprimir as análises laboratoriais que são necessárias fazer para controlo da maturação da uva e previsão da data de vindima.
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A ‘taxa Tobin’ A quando da agudização da crise económica, muitos governantes e comentadores, vieram proclamar que era preciso tirar ilações do que se estava a passar no mundo. Urgia, então, repensar quase tudo, as políticas sociais, económicas ou a regulação do mercado. Mas pouco ou nada foi repensado. Há algum tempo, foi considerada a possibilidade da adoção de uma taxa sobre as transações bolsistas cujo objetivo seria obter receitas para enfrentar a crise. Mas o objetivo poderia ser ainda mais generoso, houvesse uma vontade real dos governantes mundiais para tal e as receitas da aplicação, à escala mundial, de uma taxa sobre as transações bolsistas revertessem para o combate à fome e à pobreza, por exemplo. O mentor desta “taxa” foi o economista americano James Tobin, formado na Universidade de Harvard e conselheiro da Administração Kennedy, galardoado, em 1981, com o Prémio Nobel da Economia. Em 1972, James Tobin defendeu a aplicação de uma taxa que seria aplicada a todas as transações monetárias em todo o mundo. Propunha-se com esta taxa, conhecida mundialmente como “Taxa Tobin”, por um lado, a conseguir a estabilização dos mercados financeiros e, por outro, garantir meios (financeiros) aos Governos para a prossecução das suas políticas. Após a apresentação desta taxa, houve quem defendesse que as receitas provenientes da sua aplica-
ção deveriam reverter para o combate à pobreza. Mesmo que a taxa a aplicar fosse de 0,1% (sobre todas as transações bolsistas em todo o mundo), os resultados da aplicação da Taxa Tobin seriam enormes. Estudos feitos na década de 90, concluíram que seria possível arrecadar, por ano, cerca de 30 mil milhões de contos, que revertendo para o combate à pobreza extrema que assola muitas zonas do globo, permitiria que rapidamente o mundo fosse mais “equilibrado”. Se pensarmos que a taxa de 0,1% é insignificante, mais não João Monteiro Lima seria do que por Marco de Canaveses cada € 1.000,00 transacionado cada investidor contribuiria com € 1,00. Olhando para dados recentes, os valores transacionados na Bolsa de Valores de Lisboa, no dia 05 de fevereiro de 2010, atingiram os 363 Milhões de Euros. Aplicando a taxa de 0,1% ao volume negociado
opinião
em Bolsa daria mais de € 363.000,00 (mais 72 mil contos), que seriam arrecadados pelo Estado num só dia. Atente-se ainda que estes 363 Milhões de Euros, transacionados em 05 de fevereiro de 2010, estão muito aquém dos valores transacionados em setembro, quando num só dia, foram transacionados mais de 656 milhões de euros. A receita da taxa, só nesse dia, ascendia a € 656.000,00 (mais de 130 mil contos), só em Portugal. E se considerarmos que estes não serão seguramente os melhores dias das bolsas mundiais, facilmente percebemos o quão elevados seriam os montantes arrecadados pelos diversos governos por ano. Obviamente, que a taxa Tobin teria que ser aplicada em todos os países - o que desde logo cria entraves à sua aplicação, mas como o objetivo seria global e de justiça, de outra forma não poderia ser. Os entraves, que muitos se apressam em apontar à aplicação da Taxa Tobin, seriam facilmente superados, se os interesses dos povos do mundo fossem os que prevalecessem. Lamentavelmente, não são só os mercados que são voláteis, também os interesses dos governos são instáveis e nem sempre os valores da justiça social e da igualdade, são os que norteiam os governantes. E ainda não será desta vez, que a ideia de Tobin será posta em causa. Mas como se vê, as boas medidas ainda existem, resta que sejam postas em prática.
Chave na fechadura
O
casamento entre cidadãos do mesmo sexo, que foi aprovado recentemente na Assembleia da República, tem causado alguma polémica. O que até se compreende, na medida em que se trata de um assunto um tanto delicado, que mexe com a intimidade e a privacidade de muita gente. O que eu acho, é que se deu demasiada visibilidade a algo que na minha opinião não é sinónimo de evolução, desenvolvimento ou modernidade de qualquer país. Há outros indicadores, há outros fatores que na minha perspetiva são bem mais importantes. Pela minha parte e tendo em conta que, testo com testo não consigo fazer o “tacho”, tento desvalorizar esta história. Por isso não estou muito de acordo com alguém, que resumiu e concluiu, em jeito de brincadeira que “cada um leva onde quiser e ninguém tem nada com isso”. De facto não é bem assim. “Cada um leva onde quiser e ninguém tem nada com isso”, alto e pára o baile. De facto, ao som dessa música eu não danço. E porquê? Porque, por exemplo e usando algum sentido de humor, não aceito que o nosso primeiro-ministro, leve na ponta da língua, sempre aquela história das grandes oportunidades, quando se sabe que aquilo só serve para as estatísticas. Ainda há pouco tempo, em Penafiel, não sei quantos agentes da GNR levaram debaixo do braço, o diploma do nono ano e não vi a minha terra beneficiar com mais e melhor segurança. Já que entrei no campo da educação, temos o caso dos professores, que levam no topo da carreira, 500 contos para casa, independentemente do ensino estar ou não no topo da qualidade. Depois temos os políticos. A Manuela Ferreira Leite, por exemplo, leva todos os dias na cabeça, uma ou duas latas de “lacaflex”, recomendadas por José Sócrates para não andar por aí a levantar cabelo. O ex-ministro Manuel Pinho levou no parlamento, os dois dedos à testa, para enviar uma mensagem ao Bernardino Soares. Até o Paulo Portas fez Portugal levar no orçamento, um rombo de milhões, lá
com aquela história da compra dos famigerados sub- tecentista, não ignorando a freguesia de Milhundos que levou na sua entrada, três mamarrachos, tapando tudo marinos. Entretanto, se a aplicação do verbo levar mudar de e todos. Mas atenção, que no tempo em que os socialisdireção, virando-a mais para o Vale do Sousa, temos o meu caso, em que levo na bolsa, a minha máquina fo- tas foram poder, Penafiel levou que contar. Levou por tográfica, com a qual tiro imensas fotos à bandeira da exemplo na avenida Araújo e Silva, com aquela absurmobilidade, descaída a meia haste, se calhar motivada da urbanização que fez com que o novo Posto Médico pela ausência de rampas de acesso na zona envolvente fosse construído fora da cidade. E já que falamos do PS de Penafiel, não nos deveao edifício da Câmara Municipal de Penafiel. E já que estou a falar de Penafiel, o próprio presi- mos esquecer que este partido tem levado nas urnas, dente da edilidade, o Dr. Alberto Santos, gosta muito de derrota atrás de derrota. Três seguidas: 2001, 2005 e 2009. E mais houvesse. O que é que levar no discurso, as seguintes frases: “A se há-de fazer? Penafiel Quer! nossa cidade é pioneira...; o nosso conPor sua vez em Paredes, também celho é o primeiro...; Penafiel pertence há quem goste de levar. Por mais abà premier league”. E depois é o que se surdo que possa parecer, os paredenvê e o que se sabe. ses vão levar nas alturas, quando o Já quando se aborda o tema dos arseu exCelso presidente da câmara, ranjos urbanísticos, penso logo na foriçar uma bandeira do tamanho de um ma como Penafiel levou no centro da milhão de euros. cidade, uma pandemia de granito que Queria ainda trazer aqui o caso deixaram os passeios a chorar lágrido meu amigo Zé, que no princípio mas cinzentas. O pior vai ser quando do ano, levou na pensão de reforma, ela levar no centro histórico, mais uma um aumento de 4,5 euros. Bem bom, requalificação urbana. Desta feita por assim já pode levar no saco, mais um Bernardo Távora. Desconfio que vai fapão para casa todos os dias. zer doer a uma senhora já tem duzenFernando Beça Moreira Não queria terminar sem lembrar tos e quarenta anos. um caso que muita gente aplaudiu. Em Penafiel há de facto muito Penafiel Foi a forma como o “dono do munquem leve. Basta estar atento. Se a Câmara Municipal gosta de levar no dia dos avós milha- do” italiano Berlusconi levou na cara. Um “atrasado res de idosos a Fátima à borla, para assistir à missa, já a mental”, tirou-lhe os três dentes da frente, o que o coloJunta de Freguesia desta cidade, gosta de levar nas vés- cou de molho uma data de tempo. E pronto, cada um é como cada qual, diz-se. Mas eu peras de natal, ricos e pobres, a comer à custa dos consempre digo que o casamento entre iguais, não é o mestribuintes. Já agora, quanto à arquitetura, e sempre com Pe- mo que um casamento entre um homem e uma munafiel como fundo, não queria deixar escapar o antigo lher. Uma fechadura precisa de uma chave para abrir as Magistério Primário que levou na sua retaguarda, um portas do mundo. Depois, o meu conservadorismo de aberrante caixote de betão, que lhe roubou a alma se- esquerda diz que “melhor que uma mulher, só duas”.
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A cultura do novo Proibida a mendicidade capitalismo A E ra exatamente esta a legenda inscrita numa chapa colocada no portão de uma casa burguesa no centro da cidade do Marco há cerca de 36 anos. Tive consciência do seu alcance apenas depois do 25 de abril, quando se apressaram a retirá-la. A ideia que eu tenho de pobreza vem do meu tempo de infância. Lembrome de um colega de escola que com uma saca de pano como mochila, umas chancas velhas nos pés e uma camisa que também era camisola, aparecia nas manhãs de inverno, depois de alguns kms a pé, cheio de frio e de fome... Muitas vezes lhe dei o meu lanche, sem Hernâni Pinto imaginar sequer o Marco de Canaveses valor do gesto. A nossa escola era muito velha, o chão estava cheio de buracos, o frio entrava pelas janelas e a casa de banho era simplesmente um buraco numa tábua de madeira de onde provinha um cheiro indescritível. Pelo contrário, era rica no mestre que, para além de nos transmitir conhecimento, também nos transmitiu valores, como por exemplo, a amizade entre colegas, que ainda hoje conservo com muito orgulho, e a camaradagem. Esta visita à minha infância serve para mostrar um pouco da pobreza a que assisti, servindo para sublinhar o que direi a seguir. A TENDÊNCIA DA POBREZA ATUALMENTE... Hoje, escrever sobre a pobreza é, sem dúvida, correr o risco de ser mal interpretado, de ser um ideólogo ou de ser visto como um idiota. Contudo, prefiro ser idiota mas manifestar uma opinião sincera e provavelmente com defeitos, porém, com respeito e educação. Esta opinião baseia-se na minha experiência como Autarca e como Dirigente Associativo com responsabilidades sociais e, como tal, não é, nem pode ser lida e tida como regra generalista. A verdade é que a pobreza dos meus tempos de infância já não se iguala à de hoje. Muita da pobreza de hoje bate-nos à porta “montada” num bom automóvel, com um telemóvel topo de gama, uma mala Louis Vuitton e óculos de sol Gucci. Esta pobreza vem rotulada com fatores depressivos, isolamento, azar, desemprego, dor de costas, entre outros. A causa é atribuída a tudo e a todos, menos ao próprio. Porém, esta pobreza tem muitas responsabilidades políticas, sobretudo por parte dos Ministérios (e suas dependências) e das Câmaras que atribuem rendimentos mínimos, subsídios, etc, sem verificar e averiguar a veracidade dos documentos que são apresentados. Sendo assim, toca-nos a todos pagar mais impostos para que muitos que se designam de “pobres” possam apreciar umas boas férias, os seus carros de luxo bem como as suas mansões, sem ser necessário trabalharem. Esta sim é a “pobreza” que é necessário combater, sem demagogias. Só assim será possível ajudar quem é realmente pobre.
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percebi-me da real importância do pensamento própria organização. O Estado Providência tornou-se no de Richard Sennett quando li a sua obra traduzida pilar da estabilidade, contribuindo para a exaltação do em português “A Corrosão do Carácter – as conse- tempo organizado, para a motivação do trabalhador fiquências pessoais do trabalho no novo capitalismo” (Terra- car muito tempo na empresa, gerando nele convicções de mar, 2001). Abreviadamente, o sociólogo norte-americano grande utilidade e sentido da carreira. A partir dos anos 80 do século XX deu-se uma viradesmonta neste ensaio a flexibilidade do trabalho e o seu impacto no carácter pessoal dos trabalhadores. No “novo gem no capitalismo. Primeiro, o poder transferiu-se para capitalismo”, emergente na transição do século XX para o os acionistas que passaram a dar ordens ao diretor exeséculo XXI troca-se mais frequentemente de emprego e há cutivo. Segundo, a banca internacionalizou-se graças ao menos burocracia que no passado. Deixou-se de falar no afundamento do sistema de Bretton Woods, passando os longo prazo e os empregos estão a ser substituídos por pro- bancos a gerir fundos de pensões, comprando empresas, jetos. O “velho capitalismo” tinha vários controlos que per- media e comunicação, em estreita articulação com os caderam sentido ou peso: sindicatos fortes, garantias sociais pitães da indústria. Terceiro, emergiram as novas tecnolodo Estado Providência e as grandes empresas mediam o seu gias de comunicação e fabrico que ao lado da automação êxito pela relativa estabilidade que davam aos seus traba- tornaram possível a desnatação das hierarquias, consalhadores. Sennett pergunta como é que se podem prosse- grando o trabalho de curto prazo, a gestão por objetivos guir valores de longo prazo numa sociedade tiranizada pelo em substituição do comando piramidal. Assim se consacurto prazo. Refletindo sobre o sistema industrial, recorda- grou a organização flexível. Na organização flexível o poder está discretamente nos que o fordismo baseava-se em três princípios: a lógica do tamanho (quanto maior mais eficiente), a lógica do concentrado numa área de decisão que fixa as tarefas, jultempo métrico (a gestão da fábrica sabia exatamente o que ga os resultados, expande ou emagrece a empresa. Esta cada um dos operários fazia exatamente num determina- esforça-se por motivar a autonomia fixando as condições do momento) e a lógica da hierarquia (a super-estrutura que de competição entre equipas da mesma empresa, pondo organizava e dirigia a produção retirava das oficinas toda a termo às doutrinas de Taylor (a partir de agora o importanpossível criação). Agora, a nova linguagem da flexibilidade te é produzir o melhor resultado e o mais rápido possível). pressupõe que a rotina esteja a morrer nos sectores dinâmi- Nasceu assim o novo stress laboral. Este novo capitalismo promove desigualdades que já nem levantam grandes cos da economia. Com a flexibilidade, reinventam-se as instituições, es- clamores de protesto: é o caso das indemnizações principecializa-se a produção e dá-se a concentração do poder pescas aos dirigentes que são afastados depois das fusões sem centralização. “Reengenharia” significa “fazer mais e concentrações. Nasceram deste modo três défices socom menos”. Com esta especialização flexível procura- ciais: fraca lealdade institucional, diminuição da confiança informal entre os trabalhadores e ense colocar no mercado os mais variafraquecimento do saber institucional. dos produtos sempre cada vez mais dePara quem comanda a empresa passou pressa. A velha linha de montagem foi a ser um assunto delicado a construção substituída por ilhas de produção espede um sentimento de inclusão social cializada. No “novo capitalismo” a flexibilidade passou a ser igual a juventuque assente na identidade do trabalho. Com a hiper-qualificação e a infra-desde. Os que mandam no reino do flexível qualificação o leque salarial tornou-se vivem confortavelmente na desordem abismal. Os “McJobs” pululam, eviempresarial mas receiam a confrontadenciado que o capitalismo social está ção organizada. Sennett advertia neste a ser enterrado. seu livro: “Um regime que não dá aos A questão do consumo passou a seres humanos razões profundas para cuidarem uns dos outros não pode mancentrar-se numa dicotomia: ou escolher com base em opções responsáveis ter por muito tempo a sua legitimidade”. ou aderir entusiasticamente ao “bom, Em “A Cultura do Novo Capitalis- Beja Santos bonito e barato”. As políticas liberais, mo” (Relógio D’Água Editores, 2006) Assessor Inst. Consumidor para que as economias não estagnem, Sennett, continua a analisar as metamorfoses do capitalismo a partir da evolução das instituições, apoiam a segunda hipótese. Aliás, o modelo concorrencial das competências e das formas de consumo relativamente é todo montado não para a cidadania mas para o consumo às aspirações libertárias dos anos 60. O resultado não é me- baratinho: passagens aéreas a 50€; férias em dormitórios nos brilhante e sugere a leitura obrigatória. Segue-se uma exóticos a 500€; imitação de comida fina a escassos euros, síntese das suas ideias acerca do que é a cultura do novo mesmo que seja sensaborona; a promessa permanente de consumir mais medicamentos, mais cosméticos, mais alicapitalismo. O trabalhador atual está submetido a desafios: ge- mentos disfarçados de medicamentos... É evidente que o rir relações a curto prazo, passando incessantemente de sistema gera as suas apoplexias, com gente doente, obesa, uma tarefa ou de um emprego para outro; a cultura mo- crianças irritadas, pais inquietos com as consequências dos derna menoriza as novas competências, submetendo-as jogos de vídeo, etc. O gigante Wal-Mart é um dos exema um stress tal que deixa claro que a meritocracia das re- plos paradigmáticos da busca pelo “bom, bonito e barato”. voluções francesa e norte-americana é um assunto into- É uma empresa assente numa produtividade com gestão cável do passado, tendo sido substituída pelo valor do di- inovadora contínua, sem qualquer respeito pelos direitos nheiro e pelo afã de chegar ao topo da pirâmide social. sociais dos seus trabalhadores mas que pratica preços muiA nova ordem do poder gerou uma cultura muito super- to simpáticos para os seus consumidores. As comunicaficial que está a provocar muitas frustrações (na empresa, ções comerciais servem para refinar a paixão devoradora, misturando o compromisso entre o sistema financeiro, na família, nas relações entre os indivíduos). O capitalismo social está na génese do fordismo, da o económico e o da comunicação. O mercado das notíorganização burocrática das sociedades industriais e ge- cias é cada vez mais publi-reportagem e publi-informação. rou os valores e princípios que deram forma à socieda- Com o esfarelamento das classes médias, as normas estade de consumo. Trata-se de uma cadeia de comando com tutárias têm que ser sabiamente iludidas. A marca deve ser funções determinadas, gerando solidariedade no seio da sugerida como mais importante que o objeto em si.
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repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica | diversos
A.M.PIRES CABRAL
A sociedade hard core Eu sei que um vento ciclónico varreu e continua a varrer toda a espécie de tabus e interditos em torno do sexo. Eu sei que a permissividade social face aos mecanismos do prazer sexual é hoje absoluta. A sociedade aceita – aceita, não: exige – sempre cada vez mais explicitude. Vivemos, para tudo dizer em poucas palavras, numa sociedade hard core. Mas, ainda sabendo disso, há coisas que continuam a espantarme. Por exemplo. O que pode levar uma senhora a expor os seus momentos de êxtase sexual ao voyeurismo do público em geral? E o que pode levar o marido da senhora a uma cumplicidade ao ponto de ser ele próprio o fotógrafo desses momentos críticos? Bom, aqui acho que a pergunta – que era retórica, naturalmente – é um pouco idiota: mais estranho seria que o marido deixasse ser outrem a fotografar a esposa em tais lances. Em todo o caso, como aceita ele participar numa tão bizarra experiência? Reparem que não falo de uma senhora qualquer, dessas cabeças ocas que se movimentam no mundo lamacento das revistas cor-de-rosa e do telelixo, como aquela estrela do Big Brother – lembram-se? – que aceitou ser mostrada em direto ao país no transe de acasalar com um co-residente da ‘casa mais [infamemente, diria eu] famosa de Portugal’. Ou como uma certa astróloga (leia-se: exploradora da crendice alheia) muito mediática, que veio há tempos para as páginas duma dessas revistas vangloriar-se das suas façanhas sexuais aos cinquenta anos. Falo sim de uma cientista e escritora de reputação firmada num campo e noutro. Se é certo que, no que toca à faceta de cientista, existe um pequeno deslize a desabonar-lhe o currículo, como escritora mereceu a um cronista da nossa praça (aliás perenemente indisposto e habitualmente pesporrente) um juízo que se pode resumir nisto: depois dos romances de Eça de Queirós, o único romance digno desse nome publicado em Portugal foi o romance de estreia
da dita escritora. Não houve o Mau Tempo no Canal, nem A Casa Grande de Romarigães, nem os Sinais de Fogo. Nada disso. Houve apenas o dito cujo. Caramba, já é! Pois foi esta senhora, que como se vê tem grandes e graves responsabilidades intelectuais, que mostrou, na página on-line do Expresso, uma sequência dos seus esgares à medida que avançava nos meandros da cópula: desde um simples sorriso inicial até à boca escancarada num berro que se supõe corresponder ao momento culminante – tudo terminando com uma última foto em que fuma um consolado cigarro pós-coital. E não só deixou essas imagens correr mundo na Internet, como, se bem me lembro e li, permitiu que as mesmas fossem expostas para quem as quisesse ver numa galeria de Cascais. O que vem a ser isto? Uma espécie de voyeurismo invertido? Um marialvismo às avessas? Um feminismo mal mastigado? Responda quem souber. Eu limito-me a ver – e pasmar. É certo que havia antecedentes: a senhora, juntamente com mais umas quantas, tinha já aceite, aqui atrasado, posar de seios nus para a Revista do Expresso. Mas esta coisa de agora é vinho doutra pipa. Uma coisa é mostrar as tetas, outra coisa é mostrar o orgasmo. Foi dado um passo qualitativo importante, que nos dá razões para – abyssus abyssum... – temer o que se possa seguir. Eu pensei sempre que deve haver uma reserva inviolável de intimidade que devemos defender intransigentemente, e que as experiências pessoais na esfera da sexualidade deviam ser das primeiras a preservar nesse território privado. Há todavia pessoas, como a senhora em questão, que não pensam assim, e estão no direito delas. Como eu estou no meu de perguntar: o que guardarão elas afinal no tal espaço de intimidade – se é que têm algum? Talvez o momento da defecação. Sim, mas mesmo isso — até quando? pirescabral@oniduo.pt
Desfiles de Carnaval de norte a sul do país Carnaval é sinónimo de folia popular em desfiles de mascarados que combinam a sátira e a transgressão próprias do Entrudo. O Repórter do Marão dá-lhe conta de um conjunto de iniciativas que festejam o Carnaval. Em Gondar, Amarante, a feira de Carnaval vai realizar-se no dia 16, feriado, durante a manhã. O desfile está marcado para a tarde. A organização é da Junta de Freguesia de Gondar. Ainda em Amarante, o Infantário Creche O Miúdo realiza no dia 14, a partir das 15 horas, um desfile de Carnaval com o tema “O Miúdo à Descoberta da Cultura”. O início do desfile será na Rua João Pinto Ribeiro, junto à estação da CP, seguindo pelas ruas da cidade até ao Largo Conselheiro António Cândido (Arquinho). O Desfile de Carnaval realiza-se no âmbito do projeto pedagógico que está a ser desenvolvido no ano lectivo 2009-2010 e o Infantário Creche convida a população da cidade a associar-se. No Marco de Canaveses, o desfile em Favões tem algumas tradições e costuma atrair muitos visitantes. Domingo, às 15:00. Em Baião, o desfile de Carnaval que a organização antevê marcado pela diversão, alegria e fantasia, é no dia 14, a partir das 14h00, na Rua de Camões. O Grupo Cultural e Desportivo de Pindelo, Cinfães, volta a promover o tradicional desfile de Carnaval pelas principais artérias da freguesia de Nespereira. O corso sairá para as ruas às 15:00 e é aberto a toda a população. A iniciativa insere-se nas comemorações do 25.º aniversário da coletividade nespereirense e conta com os apoios da Câmara Municipal de Cinfães e da Junta de Freguesia de Nespereira. Em Lamego, dia 13, sábado, os caretos de Lazarim “juntam-se ao samba para uma noite divertida” e pouco comum. A festa de Carnaval é às 21:30, no Teatro Ribeiro da Conceição. Em Macedo de Cavaleiros os festejos de Carnaval começam na manhã de 14, domingo, com um passeio de burro. À tarde, há um Leilão Chocalheiro e a animação de rua prossegue depois com Caretos à solta e bailarico popular. No dia 15, de manhã, volta a haver passeios de burro e à tarde uma gincana de Burros. Pelas 21:30 começa o pregão casamenteiro seguido da “Noite de Máscaras Mágicas”, com desfile e teatro de rua. A noite não acaba sem a Queimada e o Baile do Entrudo. No dia 16, de manhã vai fazer-se um passeio pedestre pelo Trilho dos Caretos. Durante a tarde há desfile, Caretos à solta e desfile de Matrofonas. A fechar é queimado o Entrudo. Em Vilar de Perdizes, Montalegre, a actuação dos alunos da escola de música abre os festejos de Carnaval, no dia 15, às 21:00. Depois, começa o baile de máscaras. No dia 16, a partir das 15:00, tem início o desfile de carros alegóricos pelas principais ruas da aldeia.
OUTROS CORSOS NO NORTE/CENTRO: VIZELA: Dia 14, domingo, Corso Carnavalesco, 15:00 - Escolas de Lagoas; Dia 15, segunda feira, 20:30 - Vigília ao Napolito; Dia 16, terça feira, Cortejo Fúnebre, seguido de leitura do testamento do Napolito, 20:30 - Pastelaria Nova Cidade (início do percurso) - SANTO TIRSO - Dia 12, sexta feira, Tradicional desfile de Carnaval constituído maioritariamente por crianças e idosos, 14:00 - Largo da Feira - LOUSADA, Dia 12, sexta feira, Desfile do Carnaval Escolar acompanhado por bombos e gigantones, 10:00 - Av. Lúcia Lousada, Dia 16, terça feira, 15:00 - Desfile de Carnaval
- PORTO, Dia 14, domingo, Concerto Carnaval Europeu - grandes êxitos da música clássica inspirados no carnaval., 12:00 e 18:00 - Sala Suggia, Casa da Música, Dia 15, segunda feira, Festa/Baile de Carnaval, Mosteiro de São Bento da Vitória - LAMEGO, Dia 13, sábado, Festa de Carnaval - Os caretos de Lazarim juntamse ao samba para uma noite divertida, 21:30 Teatro Ribeiro da Conceição - OVAR, Dia 12, sexta feira, Grande Noite dos Reis pelos cafés e Praça da República, Festa Com DJs, 22:00 Espaço Tenda, Dia 13, sábado, Desfile das Escolas de Samba, 22:00 - Av. Sá Carneiro, Festa Com DJs, 22:00 - Espaço Tenda, Dia 14, domingo, Grande Corso, 14:30 - Av Sá Carneiro, Festa com DJs e Irmãos Verdade, 22:00 - Espaço Tenda, Dia 15, segunda feira, Matiné Infantil com Avó Cantigas, 15:00 - Espaço Tenda, Noite Mágica, sem hora para começar nem para acabar, Centro da cidade, Festa com DJs, 22:00 - Espaço Tenda, Dia 16, terça feira, Grande Corso, 14.30 - Av. Sá Carneiro, Apresentação das classificações e música com DJ, 22:00 - Espaço Tenda - ESTARREJA, Dia 12, sexta feira, 22:00 - Desfile Nocturno das Escolas de Samba, Festa Noturna, Tenda, Praça Fran-
cisco Barbosa, Dia 13, sábado, Festa Noturna, Tenda, Praça Francisco Barbosa, Dia 14, domingo, 15:00 - Desfile, Festa Noturna, Tenda, Praça Francisco Barbosa, Dia 15, segunda feira, Festa Noturna, Tenda, Praça Francisco Barbosa, Dia 16, terça feira, 15:00 - Desfile, Dia 28, domingo, Apresentação do DVD Carnaval 2010. Entrega de Prémios, 16:00 - Cine Teatro - MEALHADA Dia 12, sexta feira, Apresentação dos temas das escolas de samba, com a presença do Rei e da Rainha do Carnaval 2010, 22:00 - Tenda Gigante, Dia 13, sábado, Baile/Noite da Caipirinha, 23:00 - Tenda Gigante, Dia 14, domingo, Desfile de Carnaval, 15:00 - Sambódromo Luis Marques, Noite de ritmos quentes sul americanos, 23:00 - Tenda Gigante, Dia 15, segunda feira, Baile Grande Noite das Máscaras, 23:00 - Tenda Gigante, Dia 16, terça feira, Desfile de Carnaval, 15:00 - Sambódromo Luis Marques, Baile Até Esgotar a Bateria 22:30 - Tenda Gigante - FIGUEIRA DA FOZ Dia 13, sábado Festa de Carnaval com a Escola de Samba A Rainha, 23:00 - Casino da Figueira, Dia 14, domingo, Desfile de Carnaval, 14:30 - Av. do Brasil, Buarcos, Dia 16, terça feira, Desfile de Carnaval, 14:30 - Av. do Brasil, Buarcos, Matiné Infantil, 17:00 - Casino da Figueira.
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C a r t o ons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos] * Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Fundado em 1984 Quinzenário Regional Registo/Título: ERC 109 918 Depósito Legal: 26663/89 Redação: Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23 Apartado 200 | 4630-296 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 - Fax: 255 523 202 E-mail: tamegapress@gmail.com Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689), Diretor adjunto: Alexandre Panda (C.P. 8276) Sub-diretor: António Orlando (C.P. 3057) Redação e colaboradores: Alexandre Panda, António Orlando, Jorge Sousa; Alcino Oliveira (C.P. 4286), Paula Costa (C.P. 4670), Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Helena Fidalgo (C.P. 3563), Helena Carvalho, Patrícia Posse, A. Massa Constâncio (C.P. 3919). Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima. Colaboração/Outsourcing: Media Marco, Baião Repórter/ Marão Online Promoção Comercial, Relações Públicas e Publireportagem: Telef. 910 536 928 publicidade.tamegapress@gmail.com Propriedade e Edição: Tâmegapress - Comunicação e Multimédia, Lda. NIPC: 508920450 Sede: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 - Apartado 4 4630-279 MARCO DE CANAVESES Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa.
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Júlio Isidro, 50 anos de apresentador de televisão 2010
Fotografias de Eduardo Pinto no Porto A Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, expõe até 27 de fevereiro uma selecção de 38 fotografias do amarantino Eduardo Pinto, premiadas a nível nacional e internacional. A exposição, que está a ser promovida pela família do artista, já passou pelas bibliotecas de Amarante, Penafiel, Lousada e posteriormente no Porto, na UNICEPE. A exposição vai ser montada ainda este ano na Associação Nacional de Fotógrafos Profissionais, nas Caldas da Rainha, em homenagem póstuma (março); na Câmara Municipal de Paredes (abril) e nas bibliotecas de Valongo (maio), Dr. José Vieira de Carvalho, Maia (junho), José Régio, Vila Conde (julho e agosto) e de Paços de Ferreira (outubro e novembro). Falecido em j aneiro de 2009, Eduardo Teixeira Pinto, deixou um espólio fotográfico de grande valor artístico.