Repórter do Marão

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repórterdomarão do Tâmega e Sousa ao Nordeste

Nº 1225 | Quinzenário | 1€ | Ano 25 | Director: Jorge Sousa | Director-Adjunto: Alexandre Panda | Subdirector: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redacção: Marco de Canaveses | 910 536 928

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PENAFIEL

Drama em Paços de Ferreira

Tradições de S. Martinho não resistem AMARANTE

Ponte do ‘Arquinho’ é do século XIII PAÇOS DE FERREIRA

Ex-emigrante burlada pode perder a casa BAIÃO

Penafiel e Paredes são dois dos cinco municípios do país onde mais se morre por pneumonia e gripe. A conclusão consta de um estudo organizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Paradoxalmente, estes dois concelhos não constam da lista onde há um maior número de internamentos por causa destas duas patologias epidemiológicas. Além de Penafiel e Paredes, entre os cinco municípios com maior mortalidade constam Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço. O número de óbitos, porém, ainda não é revelado nesta parte do estudo do INSA. Segundo o mesmo estudo, os municípios que registam mais internamentos por aquelas patologias são Macedo de Cavaleiros, Seia, Bragança, Chaves e Guimarães. Quanto à gripe A, o director-geral da Saúde assegura que a adesão ao plano de vacinação contra a gripe A (H1N1) está a aumentar, embora reconheça a necessidade de dar maior visibilidade dos benefícios do tratamento perante resistências de médicos e de outros profissionais de saúde.

GRIPE A

Surto alastra e vacinação enfrenta resistências

PENAFIEL E PAREDES

Lideram mortes por gripe sazonal

Autarca anseia por via para a Ermida BRAGANÇA

Nunes fica na política pela regionalização TRÁS-OS-MONTES

Riqueza da da castanha desaproveitada


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Penafiel e Paredes lideram mortes por gripe Estudo do Instituto Dr. Ricardo Jorge junta óbitos de gripe sazonal e pneumonia António Orlando | aorlando.tamegapress@gmail.com | Fotos Lusa

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enafiel e Paredes são dois dos cinco concelhos do país onde mais se morre por pneumonia e gripe sazonal. A conclusão consta de uma análise levada a cabo pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Paradoxalmente, estes dois concelhos não constam da lista onde há um maior número de internamentos por causa destas duas patologias epidemiológicas. Além de Penafiel e Paredes, entre os cinco municípios com maior mortalidade constam Albergaria-aVelha, Oliveira do Bairro e Melgaço. O número de óbitos, porém, ainda não é revelado nesta parte do estudo do INSA. Segundo o mesmo estudo, os municípios que registam mais internamentos por aquelas patologias são Macedo de Cavaleiros, Seia, Bragança, Chaves e Guimarães. A pesquisa foi balizada em nove grupos de doença a estudar, “pressupondo” que os factores ambientais contemplados são susceptíveis de influenciar de forma directa o aparelho respiratório e de forma indirecta o aparelho cardiovascular. “A exposição prolongada a tais factores, poderá estar associada ao incremento de algumas neoplasias malignas, designadamente as do aparelho respiratório”, admitem os investigadores. De entre as doenças analisadas, de norte a sul do país, chegou-se à conclusão que, em Penafiel e Paredes a Pneumonia e a Gripe Sazonal são as principais causas de morte das vitimas de Doença do Aparelho Respiratório. Os resultados que colocam este dois concelhos do Tâmega e Sousa na lista negra, agora conhecidos, referem-se ao 1º ano do projecto, cujo trabalho de campo foi realizado entre 2000 e 2004. A constatação preocupante para os concelhos vizinhos (Penafiel/Paredes), estende-se ao item “Doenças de Aparelho Respiratório- Total”. Já o concelho de Felgueiras aparece como um dos que registam com mais mortes por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. A um nível mais alargado – distrital – Porto e Bragança, são dos que registam mais mortes por Pneu-

monia e Gripe. Vila Real, mas também, Porto aparecem como distritos onde mais se morre por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Curiosamente, na outra vertente da investigação – Internamentos Hospitalares – nem Penafiel nem Paredes aparecem no grupo dos maiores internamentos nas mesmas patologias. Um dado que é, seguramente, importante para que se perceba porque se morre tanto de Pneumonia e Gripe Sazonal nestes dois concelhos. Esta constatação jornalística (e empírica digase), poderá ajudar a explicar porque é que concelhos como Macedo de Cavaleiros, Bragança e Chaves, são aqueles que registam um maior número de internamentos, mas não constam do lote daqueles onde mais se morre pela doença. Resende (em mortes) e Peso da Régua (em internamentos hospitalares), são dois concelhos no país que têm um maior número de Acidentes Vasculares Cerebrais, outro grupo de doença alvo de estudo da equipa do Instituto Dr. Ricardo Jorge. O estudo – Análise da Mortalidade e dos Internamentos Hospitalares por Concelhos de Portugal Continental – foi realizado por uma equipa do Departamento de Epidemiologia do “Ricardo Jorge” com o apoio da Fundação Merck Sharp & Dohme e Ministério da Saúde. A investigação a cargo de Rita Nicolau, José Marinho Falcão, Ausenda Machado e Baltazar Nunes, do INSA, insere-se no projecto GeoFASES (Análise Geográfica de Factores Ambientais e SócioEconómicos em Saúde) desenvolveram o trabalho de campo.

Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Melgaço são os outros concelhos com maior mortalidade

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Identificação de determinantes A “Análise da Mortalidade e dos Internamentos Hospitalares por Concelhos de Portugal Continental” tem actualmente em curso a identificação de determinantes (ambientais, sócio-económicas e de estilos de vida) que permitam explicar, ainda que parcialmente, a variação da mortalidade e dos internamentos hospitalares entre os concelhos estudados. Está, ainda, previsto um 3º ano de execução, que pretende estimar o impacto da poluição atmosférica na mortalidade e nos internamentos hospitalares diários, ocorridos em localizações específicas do Continente. A selecção dos locais a investigar decorrerá das fases anteriores do projecto. Tudo indica que Penafiel e Paredes façam parte do grupo a estudar.

Desenvolvimento dos estudos - Servir de base à pesquisa de determinantes locais ou regionais para algumas doenças abordadas - Potenciar novos estudos por emprego dos indicadores que visem aprofundar o conhecimento sobre os factores que influenciam cada doença. - Apoiar o planeamento na área da saúde, nomeadamente os agrupamentos dos Centros de Saúde e Unidades Locais de Saúde no âmbito da prevenção primária, secundária e na prestação de cuidados.

Grupos de doença a estudar: - Todas as causas excepto causas externas - Neoplasias malignas- total - Neoplasias malignas dos brônquios e dos pulmões - Doenças do aparelho circulatório – total - Doença isquémica do coração - Doenças cerebro-vasculares - Doenças do Aparelho Respiratório - total - Pneumonia e Gripe - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica


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“Nas pneumonias o tempo é decisivo no prognóstico da situação” Considera Freire Soares, director do Serviço de Internamento do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa Repórter Marão (RM) – Por que é que Penafiel e Paredes está no grupo dos concelhos com maior número de mortes por causa da Pneumonia e da Gripe Sazonal? Feire Soares (FS) - A resposta estará nas duas fases seguintes do estudo. É obvio que quem está inserido na região, poderá ter alguma sensibilidade, empírica e não cientifica, sobre o que é que se passa. E de facto isto está muito ligado às condições sociais, higiene, condições do parque habitacional, naturalmente à acessibilidade dos cuidados de saúde, não tanto pela própria actividade dos clínicos, mas no sentido de que as pessoas quando se sentem doentes recorram o mais precocemente possível ao médico. Nas pneumonias muitas vezes o tempo é decisivo no prognóstico da situação. Se deixarmos uma pneumonia evoluir, em casa à espera que passe, e depois só se vai ao hospital quando já é demasiado evidente e grave, naturalmente que a mortalidade associada a estas situações é muito maior. RM - Porém, e segundo o estudo, em Penafiel e Paredes há mais mortes por causa das Pneumonias e Gripes que internamentos hospitalares por causa destas patologias. Como se explica isto? As pessoas morrem em casa? FS - A Administração Regional do Norte fez um outro documento, muito semelhante a este, em que faz análise a três tipos de mortalidade – global, proporcional e a evitável – e em que eles apontam as limitações deste tipo de situação. E uma delas é a própria indicação da causa de morte. Qual foi o grau

de rigor utilizado para que fosse indicado a causa de morte? Um paciente que tem um problema cardio, diabetes, e gripe, morre. Qual foi a causa da morte? Naturalmente não estamos a pressupor nada. Quando se indica que foi de enfarte do miocárdio tem de haver evidência documentada que assim foi. Internamente nos hospitais ainda não é uma prática corrente, até por questões culturais e de sensibilidade. Devia ser feito até para nos assegurarmos que foram cumpridos todos os procedimentos. RM - Um dos problemas destas patologias tem a ver com o contágio. Peço-lhe uma regra básica para o evitar. FS - Este surto de Gripe A que vivemos teve uma vantagem enorme: as pessoas começaram a lavar as mãos; muitas vezes as pessoas entendem que é necessário grandes investimentos, muitos meios humanos. Basta começar por aí. Se nós, cidadãos, lavássemos as mãos o número de vezes que é necessário e sempre que é necessário muitas dessas infecções não apareceriam. Outra coisa que tem de existir é a responsabilidade do doente. Quando ele vai ao médico, ele não pode ir à procura de milagres. Tem de procurar um conselho. E ele, doente, muitas vezes não segue esse conselho. As doenças crónicas começaram aparecer a partir do momento que o homem deixou de correr atrás do alimento. Quando ele corria fazia exercício. Hoje não. Nós sentamo-nos à mesa e o que aparece (para comer) ainda por cima não é nada favorável à saúde. AO

O que é? Pneumonia:

Gripe Sazonal:

Doença Pulmonar Crónica:

Doença infecciosa provocada por um micróbio que por algum motivo entrou nas vias respiratórias, alojou-se no pulmão e desenvolveu um processo infeccioso. Pode ser ligeira ou grave.

Provocada por agentes bacterianos (virus), também doença infecciosa relacionada com uma determinada estação do ano, não assume gra nde importância clínica à excepção da situação que estamos a viver. Por norma é doença auto-limitada, à excepção dos grupos de risco, como idosos, asmáticos etc.

Doença inflamatória que resulta de alterações da arvore brônquica que se caracteriza pela obstrução das vias aéreas. Tabaco, poluição etc, são causas que potenciam o desenvolvimento da doença. O oxigénio que chega ao sangue torna-se manifestamente insuficiente para garantir o normal funcionamento do organismo.


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Plano de vacinação enfrenta muitas resistências Francisco George (DG Saúde) aponta a necessidade de “dar mais visibilidade aos benefícios” do tratamento

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director-geral da Saúde assegura que a adesão ao plano de vacinação contra a gripe A (H1N1) está a aumentar, embora reconheça a necessidade de dar maior visibilidade dos benefícios do tratamento perante resistências de médicos. “Temos mais adesões agora do que no início, vamos poder entrar numa fase de normalidade de aceitação da vacina”, declarou Francisco George aos jornalistas, no final de uma sessão de esclarecimento sobre a gripe A, em Lisboa, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos dos Serviços. O director-geral de Saúde remeteu a divulgação de dados sobre o plano de vacinação, que arrancou a 26 de Setembro, para um balanço a apresentar na próxima semana. Na sessão, que se pretendia que fosse um “lição” sobre os impactos da gripe no trabalho e que acabou por ser uma explanação sobre o fenómeno das pandemias gripais, Francisco George foi confrontado pela mesa e pela assistência com três casos de grávidas a quem os médicos desaconselharam a toma da vacina. A campanha de vacinação abrange, numa primeira fase, grávidas, entre outros grupos da população vulneráveis. Confrontado pela imprensa com a resistência de

Redacção com Lusa | tamegapress@gmail.com | Foto Lusa

alguns médicos à vacina, Francisco George apontou a necessidade de “dar mais visibilidade aos benefícios” do tratamento, embora admitindo não haver “qualquer tipo de campanha planeada” de incentivo aos profissionais de saúde. George sustentou que o risco de uma família com obesos, asmáticos, grávidas e diabéticos ter gripe A e complicações “não pode ser comparado” com “um risco praticamente inexistente” da toma da vacina, mesmo tendo “reacções adversas ligeiras”. A primeira fase do plano de vacinação contra a gripe A em Portugal, em que são disponibilizadas 54 mil doses de tratamento, abrange ainda profissionais de saúde imprescindíveis ou de outros sectores de actividade essenciais para a sociedade. Posteriormente, serão vacinados doentes crónicos (diabéticos, asmáticos, cardíacos, insuficientes renais...), profissionais de saúde em contacto directo com pacientes e crianças com menos de 5 ou 12 anos, obesos, estudantes de medicina e enfermagem. Mais vacinas a caminho | Às quatro vacinas licenciadas contra a Gripe A (H1N1) deverão juntar-se no próximo mês outras duas, segundo o grupo de controlo da pandemia do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC,

em inglês). Na sede desta agência europeia, em Estocolmo, especialistas referiram as vacinas produzidas por um fabricante romeno e pela multinacional francesa Sanofi-Pasteur. “É positivo haver mais fabricantes de vacinas porque há falta de oferta”, afirmou Angus Nicoll, coordenador da luta contra a pandemia, sublinhando que a gripe A “é impossível de parar, mas é possível proteger os mais frágeis”. Apesar de ainda não se poder prever as reais consequências da doença, no ECDC antevê-se mais pressão nas unidades de cuidados intensivos. Até agora, a maior parte dos doentes tem tido uma infecção ligeira e há também casos de pessoas sem sintomas. Entre os mais velhos, há menos casos de gripe A comparando com a gripe sazonal, por muitos terem alguma imunidade ao vírus, mas “paradoxalmente é o grupo com taxas mais graves da doença e mortes”. O ECDC chamou a atenção para algumas das incertezas que a doença tem trazido e que é importante quantificar, como o número de infecções sem sintomas, o nível absoluto de problemas graves em pessoas saudáveis e nos grupos de risco e o grau absoluto de eficácia dos antivirais.


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os novos autarcas

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A experiência de quem já contraiu a gripe A “Não é nada de especial. Nem é preciso haver tanto alarmismo. É uma gripe como outra qualquer”, conta Cascavel, jogador do Freamunde Alexandre Panda | apanda.tamegapress@gmail.com | Fotos AP e Lusa

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iver com a Gripe A não parece ser uma missão impossível. Quem a teve conta que os únicos confrangimentos foram os dias “presos em casa” e a apreensão de contaminação das pessoas. Agora que as primeiras vacinas estão a começar a ser ministradas, o RM foi ao encontro de quem viveu a doença e de quem a teme. “Não é nada de especial. Nem é preciso haver tanto alarmismo. É uma gripe como outra qualquer que tem a condicionante de se transmitir com mais facilidade”. É assim que, o futebolista do Freamunde Guilherme Capra Bacinello, de 23 anos, conhecido nos relvados por Cascavel, conta a experiência de “vítima da gripe A”. O futebolista foi infectado com o vírus H1N1 no início de Setembro e esteve seis dias internado no Hospital de Guimarães. Nesta altura em que as primeiras vacinas estão a

ser administradas às populações de risco, trabalhadores da área da saúde e forças policiais, o futebolista já treina e olha para a doença que contraiu com o sorriso de quem a ultrapassou.

Sazonal mata mais |

“É uma gripe menos intensa e menos perigosa que a gripe sazonal. A gripe sazonal mata mais. Mas, no fundo, não há nada que temer - muitas pessoas têm medo, mas não há razões. É obvio que é preciso ter alguns cuidados até porque a gripe A se transmite com mais facilidade que a gripe sazonal. Mas são as defesas do próprio corpo que têm de estar bem. Ou seja dormir bem e alimentar-se bem e tomar os remédios quando for necessário”, explicou ao RM o avançado do Freamunde. O jovem não sabe onde contraiu a doença, mas relata a forma quase fulminante com que foi afectado. “Foi do momento para o outro. Depois de um jantar do clube, fui para a minha casa em Guimarães e não conseguia dormir. Tive muita febre – com uma temperatura de 41-42 e fui para o hospital. Fizeram exames e um Raio X que detectou uma pneumonia”. O jogador continua: “Passei a quarentena toda no hospital. Eu não senti o receio de contaminação das pessoas na rua, mas tenho amigos que me contaram a apreensão dos outros. Isso é verdade, houve muita gente com medo de contrair a gripe por estar em contacto com quem a teve”.

Enfermeiro vacina-se | Passando

dos relvados aos hospitais, da bola para as seringas, um enfermeiro que preferiu manter o anonimato explicou ao RM que já tomou a vacina da gripe A por ter receio de a contrair. “A minha profissão é considerada de risco porque posso estar em contacto com doentes. Não é preciso estar aterrorizado, nem andar na rua de máscara com medo de contrair. É uma gripe que tem cura fácil para quem tem um estado fisiológico estável. O importante é não facilitar se aparecem alguns sintomas”, explicou ao RM, o enfermeiro.

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Autoridades recomendam vacinação O presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG), João Sequeira Carlos, garantiu não haver “fundamento” para dúvidas dos profissionais de saúde sobre a “segurança e eficácia da vacina” contra a gripe A. O responsável da APMCG reconheceu que o processo de vacinação contra o H1N1 (gripe A), iniciado a 26 de Outubro, tem acarretado “controvérsia”, quer “pelo programa no terreno”, quer por gerar “algumas dúvidas” entre enfermeiros e médicos. Mas, afiançou João Sequeira Carlos, essas dúvidas dos médicos estão, progressivamente, a ser dissipadas. “Estou certo que o panorama está a mudar e faço minhas as palavras do director-geral da Saúde [Francisco George]”, disse. “Não há qualquer fundamento para haver dúvidas” sobre a “segurança e eficácia da vacina, frisou. Por seu lado, o director-geral da Saúde, afirmou esta semana que os “últimos indicadores” sobre a campanha de vacinação confirmam “uma subida de adesão na segunda semana”, em comparação com a primeira. “As interrogações levantadas por alguns enfermeiros e médicos estão a atenuar-se, mas ainda têm alguma expressão”, referiu Francisco George. O director-geral da Saúde garantiu ainda que esta vacina, tal como “todas as vacinas da gripe”, tem “um perfil de segurança confirmado, caso contrário não teria sido licenciada pela Agência Europeia do Medicamento”.


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PROGRAMA Prova do Vinho Novo e Mostra de Artesanato Dias 11, 14, 15 e 20 de Novembro, junto ao Largo da Ajuda Dia 11 Nov Manhã 11.00h – “Amigos do Cavaquinho de Canelas” Tarde 16.00h – Rancho Folclórico Infantil de Cabeça Santa (momento de dança) Noite 21.00h – Grupo Folclórico de S. Mamede de Canelas (momento musical) 22.00h – Rancho Folclórico de Paço de Sousa (“Romaria de S. Martinho”) Dia 14 Nov Manhã 11.00h – Trio de Concertinas e Cantares ao Desafio do Vale do Sousa 12.00h – Animação de rua pelos comoDEantes Tarde 15.00h – Cantares ao Desafio (Olinda de Paredes e Jorge de Barcelos) 17.00h – Centro Cultural e Recreativo de Rio de Moinhos (“Vindimas do Vale do Sousa”) Noite 21.00h - Rancho Folclórico de Boelhe (momento de dança) 22.00h – As Moleirinhas de Guilhufe 23.00h – Rancho Folclórico S. Pedro da Bela Vista (“Serão da Aldeia”) Dia 15 Nov Manhã A partir das 10.00h – APELE (Galiza) 11.00h - Grupo de Concertinas da Saudade de Mouriz Tarde 15.00h - Grupo Folclórico de Penafiel (momento de dança) 16.00h - Grupo Folclórico Infantil de Duas Igrejas (“Festa da sopa seca”, com vinho da Freguesia) 18.00h - Centro Social e Cultural de Abragão (“Feira de S. Martinho”) Noite 21.00h – Grupo de Guitarras de Penafiel (Fado) 22.00h - Rancho Folclórico de S. Miguel de Paredes (“Uma linda surpresa”) 23.00h - Associação Cultural e Recreativa Amigos de Bustelo (“Desfolhada”) Dia 20 Nov 20.00h – Magusto de encerramento do S. Martinho com a presença de todos os grupos Mostra e Venda de Artesanato – Junto ao Largo da Ajuda De 10 a 20 de Novembro – das 14.00h às 20.00h Domingo de Prendas – 15 de Nov 15.00h – Entrega de prémios aos vencedores do 46º Concurso de Quadras de S. Martinho – Salão Nobre Arquivo Municipal De 9 a 13 de Novembro (mediante marcação prévia) Atelier “Vem construir uma aldeia de Outono” Atelier “Bijuteria de Outuno” Apresentação do cd rom “O S. Martinho em Penafiel ao longo dos tempos” Biblioteca Municipal 27 Nov às 21.30h – Apresentação do livro de Manuel Araújo Cunha “A Ninfa do Douro” Durante todo o mês de Nov Hora do conto – “De S. Martinho de Moazares a Penafiel” Exposição de Victor Carneiro “Penafiel em Aguarela” Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel 13-15 Nov – XII Concentração Invernal – Moto Clube do Vale do Sousa Junto às Piscinas Municipais de Penafiel 10 Nov – Mostra e venda de gado bovino 11 Nov – Mostra e venda de gado cavalar

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Vinho novo e castanha assada são cartaz de Penafiel Mais uma edição da Feira de S. Martinho enche as ruas de Penafiel, evento a que acorrem milhares de pessoas em busca das tradicionais castanhas assadas e do vinho novo. Este ano a feira concentra-se essencialmente no novo parque de estacionamento junto ao Largo da Ajuda – local já típico da Feira de S. Martinho, e conta com a participação dos grupos recreativos do concelho para animação do evento. Ao contrário de edições pas-

sadas, esta edição da Feira de S. Martinho não terá o habitual desfile dos grupos folclóricos pelas ruas da cidade. No entanto, estes grupos apresentam as suas tradições no largo da Ajuda, nomeadamente sessões de teatro, cantares ao desafio, entre outras actividades lúdicas. Cinco adegas da região – Penafiel, Felgueiras, Paredes, Lousada e Castelo de Paiva – voltam a associar-se para promover o vinho que produzem. Adolfo Amílcar, vereador da

Câmara Municipal de Penafiel, confirmou ao Repórter do Marão a importância deste evento para o concelho. Segundo o vereador, “a Feira de S.Martinho não precisa de grandes esforços para ser realizada. Acontece por si só”. Entre os dias 10 e 20 de Novembro, as tradições do S. Martinho serão revividas pelas ruas da cidade, mostrando aos milhares de visitantes o que de melhor se produz no concelho de Penafiel.


José Ramalho tem 08 11 a 24 Nov‘09 em “stock” 50 peles repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Ide s. martinho I I I Iraposa, IIIIIII para que os clientes que o desejarem possam escolher o tipo de gola a colocar nas samarras. Cada samarra tem um custo de 180 euros, sendo este um preço que se mantém “há pelo menos três anos”, seguindo a política de reforço dos artigos mais clássicos sem agravamento de preços.

José Ramalho diverte-se a apreciar o “namoro” que os clientes fazem às samarras expostas estrategicamente na montra do último estabelecimento que as produz em Penafiel

Samarra, a elegância clássica do S. Martinho Peça é uma “marca distintiva” do vestuário nacional | Confecção ainda garante trabalho a seis pessoas

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chegada do Outono e do tempo frio celebra-se tradicionalmente com castanhas assadas e vinho novo ou água-pé, mas o Repórter do Marão (RM) encontrou em Penafiel a última casa das samarras, outro elemento característico do S. Martinho. A Casa Peixoto, situada na avenida principal de Penafiel, produz e comercializa desde 1903 os famosos casacos curtos de tecido grosso e quente, vulgarmente conhecidos por samarras e já referenciados por Gil Vicente em o “Auto de S. Martinho”, publicado em 1504 e apresentado à rainha D. Leonor nas Caldas da Rainha. José Ramalho, proprietário do estabelecimento desde 1989, poderá até não saber que a dita obra trata o célebre episódio em que S. Martinho reparte a sua capa (samarra) com um pobre que encontrou na estrada cheio de frio, mas está “perfeitamente identificado com o fenómeno”, e a “procura nacional” do artigo só lhe dá razão.

Produção reformada | Alfaiate desde os nove anos e homem viajado por prazer e obrigação profissional, vê nesta “peça clássica e elegan-

Carlos Alexandre Teixeira | calexandre.tamegapress@gmail.com

te”, que não esquece de usar no S. Martinho, uma “marca distintiva” do vestuário nacional, em particular dos ambientes tipicamente rurais. E, por isso, a comercialização e a produção das samarras, única no concelho de Penafiel e quiçá na região, foi “mantida, melhorada e reforçada”, existindo actualmente seis pessoas na parte da produção, sem contar com os elementos das cinco lojas que possui no concelho e em Castelo de Paiva. “A samarra é um clássico, uma peça única e pesada, e é procurada pela excelência da sua qualidade. Foi usada como abrigo para o frio pelos lavradores ricos, mas hoje mantém a elegância e algum estatuto social, servindo de presente e vestindo grupos corais, em especial os mais clássicos”, referiu o empresário de Resende, 59 anos.

Quem tem, não esquece | O empresário tem clientes de todo o país e do estrangeiro, sendo a maioria deles homens, e, de quase todos, guarda “histórias curiosas”: “Ainda a semana passada tivemos na loja um cliente de Évora que veio comprar uma samarra igual à que adquirira há 30 anos atrás”.

Mas o mais curioso – continuou – foi a visita de um emigrante que, ao segundo dia de férias no país após 15 anos fora, veio buscar uma samarra para substituir a que lhe haviam roubado anos antes no Canadá.

Dura quase uma vida |

José Ramalho reconhece que “o produto é caro” e “muito trabalhoso”, mas diz ser esse o preço a pagar pela qualidade e durabilidade da peça, que pode “resistir” algumas dezenas de anos. “A samarra é feita de materiais nobres e, ainda por cima, nacionais: desde o interior, em entretela, à gola, em pele de raposa. É um produto de fabrico lento, pelo trabalho manual que envolve, começa a ser produzido em Janeiro e é vendido às centenas, dependendo do frio e mais intensamente a partir do S. Martinho”, sublinhou. Garantiu ainda que “uma semana ao ar”, em Junho ou Julho, “é suficiente para se ter uma samarra para 30 anos”, explicando que tudo tem que ver com a traça: “Optámos há algum tempo por usar 10 por cento de fibra e abdicar dos 100 por cento de lã, para corrermos menos riscos de a traça furar a peça”.


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Tradições de S. Martinho muda-as o tempo Vendedores de tamancos deixaram de armar a tenda, corridas de cavalos acabaram e só as tortas permanecem, mas industrializaram-se António Orlando | aorlando.tamegapress@gmail.com

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or estes dias a cidade de Penafiel vive entre dois dedos de conversa, castanhas assadas e vinho novo. Carrascão manda a tradição. É o S. Martinho, que outrora foi feira e hoje é mais festa que outra coisa. É que feiras há-as em toda a parte ao longo do ano. A origem da feira de S. Martinho, em Penafiel, perde-se no tempo. Já o santo era padroeiro da terra, quando, a população quis ampliar o edifício da capela de Santa Luzia, um local que, em 1049, se chamava São Martinho de Moazeres. Como não havia recursos financeiros para construir a igreja, explica o historiador Coelho Ferreira, “a solução encontrada passou pela realização de uma feira para angariar fundos, nascendo assim a feira de São Martinho e também a igreja matriz”. Daí em diante, todos os anos, monta-se a tenda pela cidade fora para mais uma edição que nem sempre rima com tradição, embora a autarquia se esforce por criar ambientes d´outrora. É o caso da prova de vinho novo, que este ano se esconde por detrás do Largo d´Ajuda, num descampado, que durante o ano serve de parque de estacionamento. O novíssimo Museu Municipal não corre assim o risco de ver demasiado perto carrascão do verde tinto.

O cheirinho das fervilhantes castanhas assadas, é outra das características do S. Martinho. Ainda assim, fruto da evolução, a feira que é visitada por milhares de pessoas, ano após ano, tem sentido a erosão dos anos.

Tamancos acabaram | Os tamancos que eram vendidos na feira por José Couto, penafidelense de 62 anos, praticamente acabaram. O tamanqueiro deixou no ano passado de montar tenda. Este ano volta a não meter os tamancos a caminho da feira. Não se vende. Não há mercado. “Antigamente vendia-se mais de 2 mil pares”. Resta-lhe a memória de há 50 anos atrás ter começado a fazer a feira na companhia do pai. “Hoje os homens que os usavam já não existem”. Tortas já não são cozidas a lenha | As tortas de S. Martinho, também,

já não são cozidas no forno a lenha. O bolo agridoce, em forma de meia-lua e polvilhado com açúcar branco e canela, está mais industrial, adaptado às exigências dos novos tempos mas faz, ainda assim, as delícias dos que gostam do sabor agri-doce, que resulta da combinação de açúcar e canela com pasta de carne de vitela,

embrulhada na massa folhada. Antigamente, no tempo da fome, a carne era de porco, gorda. “Apetitosa” para que se bebe-se o vinho novo nas malgas de barro. Em Penafiel, são algumas as casas de restauração que vão perpetuando esta preciosidade – as tortas – que só é colocada à venda nesta altura, no S. Martinho. “A ideia é não torná-las banais, argumenta, Francisco Gomes, cozinheiro/proprietário de um restaurante que as confecciona e as vende a 1,10 euros. Durante o ano só por encomenda. As pessoas também não as procuram porque entendem que este bolo/pastel é só para se comer nesta altura do vinho novo. Para pena minha”, conta o cozinheiro Francisco.

Corridas de cavalos acabaram |

Outra característica que se perdeu no tempo, foram as corridas de cavalos a galope. Joaquim Sousa “Barroca” tem 76 anos e apresenta-se como um antigo corredor de cavalos não profissional. Diz que chegou a participar nas tradicionais corridas de cavalo, organizadas na altura do São Martinho. Com pista montada no campo da feira, ao dia 12 fazia-se cumprir mais uma corrida. Hoje em dia as corridas não se realizam da mesma forma. O local mudou, os cavalos e cavaleiros também. É a vida, e viva, ainda assim, o S. Martinho e o bom vinho…


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cultura

Uma vida a escrever Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com

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ala baixinho, por vezes quase como se estivesse a sussurrar. Durante o encontro, ri, fica melancólico, lembra histórias antigas, chama a atenção para pormenores: o canto dos pássaros, um chocalho que se ouve ao longe, ali, em Vilarelho, freguesia de Ovil, concelho de Baião, onde vive e nasceu há 52 anos. A comemorar 30 anos de carreira literária, António Mota, figura de proa da literatura infanto-juvenil portuguesa, vai ser homenageado pela sua editora, a Gailivro (que integra o grupo Leya), em Dezembro. Primeiro, em Lisboa, na Universidade Católica, no dia 5, e no Porto, na Fundação Cupertino de Miranda, dia 12. “A Aldeia das Flores”, o seu primeiro livro, foi publicado pelas Edições Asa, em Novembro de 1979. Tem mais de 40 livros seus no Plano Nacional de Leitura, recebeu vários prémios, vendeu mais de um milhão de livros, foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de oficial da Ordem da Instrução Pública. A juntar a estas há outra “prova do bem-querer das pessoas. É que se eu dissesse que sim não estava um único dia em casa, andava sempre fora. 2010 ainda não chegou e já tenho agendados 60 dias para sessões nas escolas”, conta António Mota que foi professor (agora aposentado) do Ensino Básico durante 34 anos, sempre em escolas do concelho de Baião. Gosta “muito de pormenores, desde sempre. Faz

Escritor baionense António Mota celebra 30 anos de carreira literária | Editora prepara efeméride em Lisboa e Porto parte da minha maneira de ser”, explica. Talvez por isso, passados 30 anos, “o que fica sempre são sinais, bocadinhos de imagens, ficam frases, afectos… sobretudo afectos. Mesmo em relação aos livros, normalmente esqueço tudo o que escrevi. O que me fica de um livro são momentos, pormenores”. Da relação com os leitores, ficam também “olhares, afectos”. “Pessoas que dizem que leram um livro, que gostaram ou que não gostaram, porque é que o leram e o levaram até ao fim… uma vez encontrei uma professora que me disse que foi o livro que mais vezes leu na vida. Que leu aquele livro cinco vezes. É estranho, não é?”, interroga. “Nós não fazemos ideia onde chegam os livros, onde chegam as histórias, que isso é o mais importante: a história passa a ser de quem a lê”.

Escrever é como respirar |

Sem “conhecimentos” ou “cunhas”, no início António Mota enviava os originais pelos Correios. “Tive essa felicidade de arranjar sempre editores para os meus livros. Anos e anos ia a Baião pô-los nos Correios. E foi assim que entrei nas principais editoras: na Asa, Livros Horizonte, na Caminho, depois na Âmbar e Gailivro que integra o universo Leya”. Depois de uma longa “caminhada”, há uma certeza: “tenho o meu lugar. Uma coisa eu sei: trabalhei muito, tenho muitos livros publicados e se estão publicados é porque alguém os escreveu. Para mim escrever é uma profissão, não é um estado de alma, um

passatempo…. Isso é treta”. Escrever é trabalho e passo recibos verdes e essas coisas todas”. Foi num blogue que António Mota encontrou “o maior elogio que me fizeram até hoje. Alguém que leu um livro meu chamado Filhos de Montepó, escreveu: ‘ora aqui está um livro que retrata fielmente a maneira de viver dos alentejanos’. Eu adorei, a sério. Porque o homem era alentejano, de certeza, e projectou a sua juventude naquele livro. É fundamental, porque a mim não me interessa localizar, interessa-me transformar a realidade noutra realidade. Mesmo os topónimos que eu uso, existem, ou não”. Escrever continua a ser algo “intrínseco”, observa. “Faz parte de mim, é como se estivesse a respirar. Estou constantemente a escrever. Posso não estar fisicamente a escrever, mas mentalmente estou sempre a escrever, sempre a trabalhar, a captar o real e a distorcê-lo para passar a ser aquilo que eu quero que seja. Tenho que ter cuidado para não falar, não verbalizar o que penso. As pessoas riem-se porque não estão a pensar nessas coisas”, concluiu.

“Para mim, escrever é uma profissão, não é um estado de alma, um passatempo... isso é treta”



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cultura

Ponte do “Arquinho” é do século XIII Achado arqueológico vai ser integrado na futura zona de lazer da praça mais conhecida de Amarante Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com

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m Amarante foi descoberta uma ponte do século XIII que estava soterrada no Largo Conselheiro António Cândido, popularmente conhecido por Arquinho. Após mais de um mês de trabalhos arqueológicos, está à vista uma pequena ponte com um arco de volta perfeita, característico do estilo românico, explicou no local ao Repórter do Marão (RM) o arqueólogo Francisco Fernandes. Agora, a Câmara de Amarante e o projectista estão a estudar a forma de musealizar e deixar visível a ponte que deverá ficar integrada na placa central da alameda requalificada. Para o arqueólogo, a origem da ponte “remonta ao século XIII”. Essa cronologia é revelada pelas “ fiadas quase regulares do corpo da ponte (a que normalmente de chamam guardas), e pelas siglas que existem nas aduelas que formam o arco”. As pedras sigladas são características de um período da história que é a Idade Média, lembra Francisco Fernandes. Nessa época, os pedreiros eram “pagos à peça e precisavam de uma marca, ou símbolo [sigla] que lhes garantisse o pagamento da peça”.

Idade Média |

O arqueólogo refere ainda a possibilidade de o nome por que é popularmente conhecida aquela zona da cidade ser “uma memória que ficou do arquinho”. Com base em trabalhos científicos do historiador Carlos Alberto Ferreira de Almeida, que refere a existência de uma estrada que na Idade Média ligaria Canaveses a Mesão Frio, Francisco Fernandes supõe que essa antiga estrada passaria na ponte posta a descoberto. O achado arqueológico foi descoberto no passado mês de Setembro quando a pá de uma máquina que efectuava trabalhos bateu numa laje de cobertura de uma canalização em granito que terá sido construída no século XIX.

Arqueólogos na obra |

Os trabalhos de requalificação urbanística do Largo Conselheiro António Cândido começaram em Novembro de 2008 e porque decorrem numa zona classificada foram acompanhados desde o início por uma equipa de arqueologia. Há várias semanas que ex-alunos da Escola Profissional de Arqueologia do Marco de Canaveses, com a coordenação científica dos arqueólogos Francisco Fernandes e José Maciel, têm levado a cabo trabalhos de “limpeza, registo e estudo”, na zona. Os arqueólogos supõem que a antiga ponte em granito ligaria as duas margens da ribeira de Padronelo (que nasce na serra da Aboboreira), e duas antigas ruas. No século XIX, o crescimento populacional levou a uma reorganização do espaço e data dessa época o encanamento da ribeira.


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Música é ‘terapia’ para aumentar rendimento dos operários Administrador da Inarbel, no Marco de Canaveses, diz que o som da RFM quebra a monotonia Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com

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osé Armindo transpôs para a empresa um prazer pessoal: “Gosto muito de ouvir música”, diz, e porque considera que “ uma pessoa rende muito mais com a música” há alguns anos decidiu pôr música ambiente na fábrica. O resultado, conta o administrador executivo da Inarbel, é que “a produtividade aumentou”. Com música ambiente, diz José Armindo, “os trabalhadores não sentem tanta monotonia”. A estação de rádio escolhida foi a RFM porque passa sobretudo música e noticiários breves. Nos dias 13 de Maio é habitual ouvirem-se as cerimónias de Fátima transmitidas pela Rádio Renascença. Na secção de tecelagem, onde trabalham maioritariamente homens, de vez em quando a rádio é sintonizada nos relatos de futebol. Para rentabilizar o tempo que por vezes os comerciais da empresa demoravam a atender fornecedores, a empresa optou por mesas mais altas, sem cadeiras à volta, o que levou a reuniões mais rápidas e com menos perdas de tempo. De onde surgiu a ideia? José Armindo explica: “Viajo bastante, visito muitos clientes e vi que era uma boa ideia”. As instalações “óptimas” e “condições

de trabalho excelentes” são encaradas como “um investimento” e não como “um custo”. A Inarbel tem uma cantina (inaugurada em 1992), onde diariamente almoçam cerca de 90 pessoas. E na empresa trabalham em permanência um trolha e uma funcionária de limpeza. Com a criação de marcas próprias, a Inarbel – Indústria de Malhas e Confecções SA, onde trabalham cerca de 180 pessoas, apostou na internacionalização da empresa, procurando contornar os efeitos negativos da globalização. A criação de marcas próprias surgiu perante o “aperto do mercado, o desafio do próprio cliente” e a perspectiva de que “os grandes clientes iam deslocar-se” explicou ao Repórter do Marão José Armindo, administrador executivo da Inarbel. A Inarbel já tinha a marca de malhas AJ. Há seis anos, a empresa de Vila Boa de Quires lançou a Dr. Kid, marca de roupa de criança, que funciona como um cliente à parte e que é comercializada por uma empresa que pertence ao grupo. A marca mais recente chama-se Dream Brothers e vai estar à venda em lojas portuguesas em 2010. A inarbel começou em 1984 no rés-dochão da casa dos pais de José Armindo, 38 anos, ex-futebolista profissional. Feirantes

de profissão, os pais de José Armindo começaram por produzir roupa de bebé e criança. Actualmente, a empresa produz vestuário para criança, homem e senhora. Nos últimos dez anos a Inarbel orientou-se “à profissional. Modernizou-se, com máquinas deste século, com tudo informatizado” tendo aproveitado fundos do Governo e da União Europeia. 70 a 80% da produção da empresa é para exportação, diz José Armindo, referindo que os apoios “à modernização e internacionalização são bem-vindos” e foram aproveitados “dentro das nossas necessidades”.

A Inarbel – Indústria de Malhas e Confecções SA, onde trabalham cerca de 180 pessoas, apostou na internacionalização da empresa e na criação de marcas próprias


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economia

Câmaras de comércio seguem exemplo das associações Câmara de comércio nacional terá sede no Porto | Presidentes da AEP e AIP explicaram formação da Confederação Empresarial de Portugal (CEP) Liliana Leandro com Lusa | lleandro.tamegapress@gmail.com

A

s ede de uma possível Câmara de Comércio e Indústria de âmbito nacional poderá ficar no Porto, por ser a região do País onde se concentra o maior número de indústrias. A promessa foi feita pelos presidentes da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e da Associação Industrial de Portugal (AIP) que se reuniram na passada semana para melhor explicar a formação da Confederação Empresarial de Portugal (CEP) que resulta da fusão entre as duas entidades. “É útil que haja uma única Câmara de Comércio e Indústria que englobe todas as regiões do País e trate da mesma forma todas as empresas nacionais”, referiu José António Barros, presidente da AEP, durante uma conferência de imprensa no Porto. Actualmente existem seis câmaras, - quatro com relevo - (do Norte, de Lisboa e Vale do Tejo, da AEP e da AIP) mas os representantes das associações empresarial e industrial pretendem unificá-las. Apesar dos intentos, António Barros (da AEP) e Rocha de Matos (da AIP) admitiram não ter ainda contactado as restantes câmaras, estando confiantes que as mesmas se irão mostrar disponíveis. A região Norte foi escolhida para sede da câmara de competências nacionais porque “faz todo o sentido que seja localizada onde está a maioria de produtores nacionais”, justificou o presidente da AEP. A vontade de unir câmaras de comércio surgiu do reconhecimento de uma grande pulverização de estruturas de representação em Portugal. Porém, a tendência a nível europeu é a de que haja uma ou duas entidades de representação do empresariado. Foi por esse mesmo motivo que a 15 de Outubro AEP e AIP assinaram um acordo de princípio que prevê uma fusão progres-

siva entre as duas entidades, retomando o projecto CEP – Confederação Empresarial de Portugal. A CEP receberá as competências e atribuições actualmente exercidas pela AEP e AIP na área institucional, mantendo-se independentes os pilares de negócios e fundações das duas associações.

Fusão sem extinção | “A AEP e a AIP não desaparecem, não há qualquer extinção das associações”, garantiu António Barros, explicando que com a CEP “haverá diálogo e concertação no sentido de aumentar a audiência e o efeito das feiras” organizadas pelas duas entidades. Entretanto, foi já criada uma comissão instaladora, que irá coordenar os trabalhos da CEP até ao final do mês de Janeiro, altura em que serão eleitos os órgão sociais. Por agora foi escolhido o vice-presidente da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa) João Gomes Esteves para presidir à comissão que integra ainda os presidentes da AEP, AIP, bem como Paulo Nunes de Almeida e Manuel Gamito. O presidente da AIP, Rocha de Matos, espera que a transferência da representação institucional das duas associações para a CEP “seja um desafio para que outras (entidades) sigam o exemplo”. A própria Confederação do Turismo Português (CTP) já manifestou a sua disponibilidade para dialogar com AEP e AIP. Contudo, a APHORT - Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (membro da CTP) fez saber, em comunicado, que “não vê com bons olhos uma futura integração na recém-criada Confederação Empresarial de Portugal”.


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Marco e Lousada na rota dos acidentes laborais Queda de viaduto em Andorra mata cinco operários e fere mais seis Paula Costa com Lusa | pcosta.tamegapress@gmail.com

D

ois trabalhadores da construção civil que residiam nos concelhos de Marco de Canaveses e Lousada estão entre as cinco vítimas mortais da queda do viaduto em Andorra, ocorrida no último sábado. Carlos Duarte Campelo Marques tinha 23 anos e foi um dos cinco trabalhadores que morreram no acidente em Andorra (Principado que fica nos Pirinéus, entre Espanha e França). O jovem, que era natural de Ancede, Baião, e residia no Vale do Juncal, em Soalhães, Marco de Canaveses, ficou soterrado nos escombros. Devido ao mau tempo que se fez sentir no local e a outras dificuldades no socorro, apenas na segunda e terçafeira foram resgatados os corpos que tinham ficado soterrados. Carlos Marques tinha partido para Andorra no início do mês, recomeçando a trabalhar para a empresa Ambicepol, com sede em Tuías, Marco de Canave-

ses. Tinha dito à família que regressava no Natal. Ao que o Repórter do Marão apurou, a empresa já accionou o seguro de acidentes de trabalho. A morte de Carlos deixa viúva a companheira e órfão um menino de três anos. Na casa do Juncal vive também um menino de oito anos, filho do primeiro casamento de Clara Pinheiro.

Apoio social |

Uma psicóloga da Câmara do Marco de Canaveses esteve na segunda-feira no Juncal procurando acompanhar a situação. Gorete Monteiro, a vereadora com o pelouro da Acção Social, disse ao Repórter do Marão que vai ser feita uma avaliação inicial e que o serviço que dirige vai procurar funcionar como “elo de ligação” entre a família e a Segurança Social. Carlos Alberto Alves, de 36 anos, outro dos operários mortos, vivia na freguesia de Nevogilde, Lousada. Estava em Andorra há dois meses e ti-

nha comparado há pouco tempo uma casa nova para onde tencionava ir morar com a mulher e dois filhos, de 11 e quatro anos. Desconhecem-se ainda as causas do acidente, ocorrido ao fim da manhã de sábado, dia 7, quando ruiu a ponte exterior que liga a estrada principal à entrada do túnel de Dos Valires, entre as localidades de Encamp e La Massana. O acidente provocou cinco mortos e seis feridos, todos trabalhadores portugueses. Dois dos feridos foram transferidos para o Hospital Vall d’Hebron, em Barcelona, para serem tratados a queimaduras provocadas por cimento, confirmou à Lusa fonte hospitalar. Os outros cinco (Manuel Teixeira, António Andrade, Benjamim Pereira, Alberto Braz e Daniel Coelho) estão internados no Hospital de Merixtell, em Andorra. A maioria dos trabalhadores envolvidos no acidente em Andorra trabalhava para empresas portuguesas.


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Filho derrota o pai no arranque da PROLIGA O arranque da PROLIGA já foi dado no último fimde-semana. O Clube de Basquetebol de Penafiel recebeu e perdeu, no sábado, com o Eléctrico de Ponte Sor para a primeira jornada da competição.

O encontro teve um pormenor curioso, uma vez que os treinadores eram bem conhecidos um do outro. Valentin Melnychuck defrontou o filho Andry Melnychick mas foi o mais novo do clã Melnychuck que levou a melhor na partida – 63 pontos para os da casa contra 76 pontos dos visitantes. Foi uma partida bastante disputada, onde a equipa da casa ainda esteve a ganhar mas os visitantes levaram a melhor nos últimos minutos. Em destaque nesta partida esteve o jogador americano Sidney Holmes, do CBP, que conseguiu, nos quatro períodos de jogo, ser o jogador mais valioso em campo. Uma aposta do CBP que começa a render na competição.

CHTS volta a promover campanha da diabetes O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), através do seu Departamento de Medicina e Serviço de Medicina Interna, volta a promover uma campanha de prevenção e sensibilização para a diabetes. A nível mundial, a diabetes é responsável por mais de um milhão de amputações por ano, e é a principal causa de cegueira. Segundo informação divulgada pelo CHTS, “quase 2 milhões de portugueses entre os 20 e os 70 anos são pré-diabéticos, ou seja, se nada fizerem virão sofrer desta doença”. Estima-se que “na região do Tâmega e Sousa existam 59 mil diabéticos e 116 mil pré-diabéticos”. Depois das iniciativas realizadas em 2008, o CHTS vai assinalar a data com várias iniciativas dirigidas a públicos diversos. Mais de 100 motos vão desfilar do Hospital Padre Américo até Cabeça Santa, dando boleia a médicos

e enfermeiros que vão falar e alertar a população sobre a doença e realizar rastreios. Profissionais do Centro Hospitalar vão dar “aulas” sobre a doença em escolas da região. Está também prevista a distribuição de milhares de fo-

lhetos sobre a diabetes e a colocação na região do Tâmega e Sousa de outdoors com mensagens de alerta. Vão ser realizadas caminhadas pela diabetes e um Peddy Paper que irá juntar jovens alunos das escolas secundárias da região com alunos da Universidade Sénior de Penafiel.

Empresários aprendem a economizar energia A Associação Empresarial do Marco de Canaveses juntamente com a Sourcingest, única consultora de Marketing da região, organiza no próximo dia 21 de Novembro pelas 14:30 horas no Auditório Municipal um workshop da EDP sobre energia para empresários locais. A cidade do Marco de Canaveses foi a escolhida da EDP para lançar o projecto-piloto “Comunidade EDP 5D” dirigido às empresas e com o intuito que estas consigam economizar

até 30% de energia e consequentemente custos. Durante o evento, os empresários vão poder aderir a todos os benefícios contemplados no pacote Comunidade EDP 5D, através da verificação da factura actual que possuem com a EDP face à nova oferta EDP 5D sem custos de adesão. O seminário organizado pela AEMarco tem o apoio da Câmara do Marco de Canaveses que será representada pelo presidente da autarquia.

Peugeot 3008 é carro “Auto Europa 2009”

INF. COMERCIAL

A Peugeot foi mais uma vez distinguida na Europa, desta vez com o Peugeot 3008. A União Italiana de Jorna-

listas do Automóvel (UIGA) atribuiu o galardão de carro “Auto Europa 2009” ao novíssimo crossover da Peugeot.

A escolha do Peugeot 3008 foi feita através da tecnologia de top, design, aerodinâmica e relação qualidade/ preço que apresenta ao consumidor. Pela primeira vez um crossover foi escolhido e já é um dos carros mais encomendados do ano. Só na Inglaterra, mesmo antes de ser comercializado, as encomendas chegaram aos 40 mil veículos. Esta é a segunda vez que a Peugeot recebe esta distinção. A primeira foi atribuída ao Peugeot 207 na edição de 2007.

diversos

Exposição no Museu do Marco No Espaço Arte do Museu Municipal Carmen Miranda, no Marco de Canaveses, está patente até 21 de Novembro a exposição “Arte Pelo Outono Dentro” da autoria do pintor portuense Mário Couto. A exposição pode ser visitada de segunda a sextafeira das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30.

Câmara do Marco prepara “Natal com um Sorriso” Pelo quinto ano consecutivo, a câmara do Marco de Canaveses está a preparar a campanha de solidariedade “Natal com um Sorriso”, através da sua Rede Social e em parceria com os Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses e a Cruz Vermelha Portuguesa (delegações do Marco de Canaveses, localizada em Feira Nova-Ariz e de Alpendorada e Matos). De acordo com uma nota de imprensa do Gabinete de Comunicação da Câmara do Marco, a campanha vai decorrer entre 20 e 22 de Novembro, nas “várias superfícies comerciais, recolhendo alimentos e outros bens de primeira necessidade, tais como géneros alimentícios, vestuário, roupa de cama e atoalhados e brinquedos”. Os artigos serão posteriormente distribuídos pelas famílias e crianças carenciadas do concelho de modo a “proporcionar-lhes um ‘Natal com um Sorriso’”. Os munícipes poderão efectuar os donativos junto dos voluntários que vão estar nos supermercados nos dias da campanha, nas juntas de freguesia da zona de residência, nos bombeiros do Marco de Canaveses, nas delegações da Cruz Vermelha e na câmara municipal.

‘Paranormal’ no Auditório de Bragança a 14 de Novembro O auditório Municipal de Bragança recebe dia 14 de Novembro, às 21:30, a peça de teatro “Paranormal” com Joaquim Monchique. O conhecido actor encarna sozinho 16 personagens em palco. O texto, original de Miguel Falabella, “Paranormal” passa-se num tipo de sessão espírita colectiva “em que as energias do público passam para o Professor Adamastor e pessoas com quem não têm contacto e que há muito procuram, encarnam nele”. Devido a uma explosão cósmica o “Paranormal” perde o controlo das ligações e várias personagens entram em contacto umas com as outras como se de linhas cruzadas se tratasse, criando situações hilariantes. Um ano depois de ter parado com a peça, Joaquim Monchique regressa ao teatro com “Paranormal”, uma peça que promete repetir o êxito anterior (60 mil espectadores). O bilhete, à venda no auditório municipal, custa sete euros.


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Telemóvel ? Só em cima do telhado! População da freguesia mais pequena de Amarante obrigada a viver sem telemóvel | Dificuldade de comunicações móveis é a mesma da televisão: sinal não chega ou é muito deficiente Alcino Oliveira | aoliveira.tamegapress@gmail.com

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uem vive a 15 km do centro de uma cidade sofre, em geral, os efeitos da interioridade. É o que acontece à população da pacata freguesia de Canadelo, no município de Amarante. O principal acesso à localidade é exíguo, os caminhos estreitos e as novas tecnologias “chegam” a conta-gotas. Não há rede móvel de telemóveis, os lares com internet contam-se pelos dedos das mãos e o sinal de televisão é muito deficiente. Na mais pequena freguesia de Amarante, em termos demográficos, pois tem pouco mais de duas centenas de habitantes, vive-se num ambiente harmonioso entre a serra do Marão e as águas límpidas do rio Olo. O desenvolvimento parece querer acompanhar essa acalmia e custa-lhe chegar a este local paradisíaco. Ou melhor, tem passado ao lado!

Só TMN, apesar de fraco |

No dia 25 de Outubro, durante a Festa da Castanha que anualmente se realiza na freguesia de Canadelo, chamou-nos a atenção o facto de vermos muitos dos visitantes de telemóvel na mão a tentar efectuar ligações. Em conversa com alguns dos residentes ficamos a saber que a freguesia não está coberta pela rede móvel e que apenas a TMN consegue “entrar” com um sinal muito fraco em apenas dois ou três locais. Para isso é necessário subir ao muro, ao fontenário ou a alguns telhados. Manuel Claro foi presidente da junta de freguesia durante 33 anos e só recentemente adquiriu um telemóvel. “Os meus colegas autarcas brincavam com a situação e pergunta-

vam-me se não tinha dinheiro para comprar um telemóvel. Mas por que havia de gasta dinheiro com um telemóvel que iria servir apenas de adorno, uma vez que na freguesia não o podia utilizar por falta de cobertura?”, interroga-se o ex-autarca. Com a instalação de uma antena da TMN na parte alta da freguesia de Fridão, o sinal chega a dois ou três locais de Canadelo. “Se subirmos ao muro, ao lado do café, conseguimos telefonar mas com muita dificuldade”, adiantou Manuel Claro, ao mesmo tempo que referia que muitas vezes não é perceptível o diálogo. Actualmente, os aparelhos móveis pessoais de comunicações integram o acesso a serviços de comunicações avançados para receber informação multimédia (texto, fotos, vídeos) e o acesso à Internet ao mesmo tempo que possibilitam a determinação da posição geográfica do utilizador. Estas são características dos telemóveis modernos que não podem ser aproveitadas na freguesia de Canadelo. À porta do café, alguns habitantes ainda comentam os últimos resultados autárquicos, de onde sobressai a derrota da lista encabeçada por Manuel Claro, o homem que dirigiu os destinos da freguesia durante mais de três décadas. A falta de cobertura móvel é também conversa obrigatória entre os mais idosos que vão permanecendo na terra. Não muito distante dali, onde por vezes fazse fila para se conseguir o melhor local para efectuar ou receber uma chamada, encontramos duas octagenárias com pretensões diferentes. Uma delas, Maria Ribeiro, de 86 anos

de idade, reclama por um melhor sinal de televisão, não fosse o seu único meio de “matar a solidão”, numa terra onde o tempo custa a passar.

Televisão só chega por satélite | “A televisão dá muito mal. Car-

rego no botão e ela não ronca”, lamenta a anciã. Com excepção dos que residem no lugar do Calvário – local que se vê televisão em condições aceitáveis – os habitantes de Canadelo têm recorrido à adesão da TV Cabo para colmatar o deficiente sinal convencional de televisão e também para terem acesso à internet. Enquanto isso, Aurora Machado (85 anos), residente no lugar das Carvalhas, confidenciou à reportagem do RM que o marido comprou um telemóvel e que já lhe apeteceu rebentá-lo contra a parede. “Em minha casa não há sinal e nós já não estamos em idade de subir ao muro para telefonar”. António Medeiros, proprietário do único café da freguesia, sempre teve telemóvel da Vodafone que utilizava fora da freguesia, mas agora trocou pela TMN, após a instalação da antena em Fridão. “Embora o sinal seja muito fraco e com muitas falhas, agora já consigo ligar”, diz, enquanto lamenta a crise que o país atravessa e que o seu estabelecimento também não escapa à actual conjuntura. Numa terra que tem registado uma acentuada diminuição de população – nos últimos 30 anos perdeu cerca de 300 habitantes -, o telefone fixo ainda continua a ser uma boa alternativa ao telemóvel.


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Monumento nacional espera melhores dias Helena Carvalho | hcarvalho.tamegapress@gmail.com

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Paço de D. Loba, em Padronelo, ao que tudo indica morada de D. Loba Mendes (filha de Mem Gondar) cuja vida serviu de base à construção de algumas lendas que fazem parte do património cultural de Amarante, encontra-se em ruínas. Embora haja algum desconhecimento relativamente à data da construção, bem como da identidade do construtor, não invalidou que fosse classificado como património nacional a 12 de Setembro de 1978. Os efeitos da passagem do tempo têm-se feito sentir um pouco por toda a construção: a fachada encontrase quase intacta, mas perdeu algumas fiadas de pedra. Porém, a Junta de Freguesia de Padronelo tem executado alguns trabalhos de manutenção para proporcionar a visita ao monumento, nomeadamente o corte de vegetação exterior e interior. Luís Feitais, presidente da Junta, aponta os serviços de que estão encarregues. “Da responsabilidade da Junta tem sido a limpeza do caminho que dá acesso ao Paço (Caminho da D. Loba), da área que envolve a construção e do seu interior. Foi limpo há cerca de dois meses (como é visível) e cortámos mesmo um eucalipto no interior que já tinha um diâmetro considerável. Também estamos atentos para que não sejam fur-

tadas pedras, nem praticados quaisquer outros actos de vandalismo”. O estado em que se encontra a edificação tem sido discutido no executivo da Junta, que unanimemente concorda em reabilitar aquele espaço, não fosse o mesmo um dos símbolos da heráldica da freguesia.

Reabilitação |

“É nossa pretensão, ainda neste mandato, devolver a dignidade ao Paço” adianta Luís Feitais. “A contratação de pessoal habilitado que elabore um estudo detalhado do que é possível fazer, respeitando a traça original, será o primeiro passo, para numa segunda fase submeter uma candidatura comunitária para o respectivo financiamento” adianta. O presidente da Junta admite o seu aproveitamento para fins turísticos: “Num espaço que respira história e ao que tudo indica também ligado ao fabrico de pão (pelo qual a freguesia é conhecida) seria muito feliz a ideia de conjugar esses dois elementos tão característicos da nossa história e dessa forma dá-los a conhecer.” “A Torre de D. Loba tem sido visitada com alguma regularidade por escolas mas a sua reabilitação trará mais visitantes e benefícios para o comércio local”, conclui o autarca de Padronelo.

Caricaturista Santiagu premiado no Amadora Cartoon Osvaldo Macedo de Sousa | humorgrafe

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http://humorgrafe.blogspot.com

antiagu foi o artista Português homenageado no vigésimo AMADORABD 2009. Um jovem que rapidamente se impôs como um dos traços mais agudos no escalpelizar personalidades, seres que se destacam na humanidade. Há traços que nos unem, há bissectrizes que nos estrangulam, há paralelas que nunca nos encontram. Linhas, traços, pontos e exclamações constroem a nossa vida de interrogações, quais tragédias de rugas, quais comédias no espelho das vaidades. Exageramos para sobreviver, porque nada mais mortífero que o silêncio de um gráfico, que o descampado branco de uma página. De exageros vive António dos Santos e, não são exuberâncias dizer que estamos perante um dos mais importantes e interessantes caricaturistas nacionais da actualidade que, para não sofrer as penas do inferno pelos seus abastamentos, se rebaptizou Santiagu. Será um exagero dizer que o conheço desde a sua infância etária, mas posso dizer que o conheço desde a sua adolescência estética, e o vi conquistar a maioridade. Tenho acompanhado o seu crescimento omnipotente, tenho sido subjugado pelo seu talento, pela sua originalidade, pela sua

irreverência em ir sempre mais além na ousadia estética, no “caricare”, no captar novos traços, novas bissectrizes, novas paralelas que se cruzem neste espelho de abastanças sem vergonha, que são as vaidades. Com Santiagu, as páginas brancas da monotonia ganham vida, numa constante labuta pedagógica de ver o mundo pelo lado do sorriso. Como professor, como pedagogo que é, sabe que só através da irreverência (com respeito pelos outros), do humor, da aceitação de como e quem somos, de como são e de como são os outros podemos olhar o futuro com optimismo e esperança. Não há progresso sem a liberdade de expressão, sem a liberdade do sorriso de pensamento. Talvez alguns possam achar que ele é exagerado nas suas “charges”, nas suas ironias filosóficas, nos seus retratos… Não é defeito, é feitio. Não é cirurgião plástico, é descobridor de máscaras. Em traços, pontas e linhas ele chama-nos a atenção de algo para além do evidente. Só assim se pode passar para além do espelho politicamente correcto, do fotomaton em pose estática e amorfa. No seu trabalho há exuberâncias, repuxando a linha aqui, o traço ali, o ponto da identidade no âmago da alma, os esgares do identificável, as rugas da sabedoria do tempo, o “brilhozinho nos olhos” da ironia, realidades da vida para além das aparências. A nossa vida é uma tragédia, a dos outros uma comédia e, no grande palco do universo, não passamos de um “ponto”. Santiagu é um exagerado, é um artista pedagogo, é um traço primaveril no grotesco do nosso contentamento. [Na foto, Agim Sulaj, Osvaldo de Sousa e Santiagu, cujos trabalhos pode apreciar na penúltima página deste jornal]


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Maior investimento de sempre arranca em 2010 Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com

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l igação de Baião à Ponte da Ermida, “o maior investimento público de sempre feito no concelho de Baião”, deverá arrancar no primeiro trimestre de 2010. Essa é a expectativa do presidente da câmara de Baião, José Luís Carneiro que considera esta obra uma “aposta fundamental” que “desencravará” os concelhos de Baião e de Resende. “Passaremos a estar num eixo de ligação entre os distritos do Porto e de Viseu”. Neste momento “está a decorrer o concurso público para esta ligação e prevemos que, se não houver reclamações, a obra possa arrancar lá para de Março ou Abril do próximo ano”. Para o autarca, que está a iniciar o segundo mandato na câmara de Baião, esta é “uma ligação extraordinariamente importante” que totaliza “um investimento de 30 milhões de euros” – 25 milhões numa primeira fase, que ligará Baião à Estrada Nacional 108, na zona de Lodão-Santa Cruz do Douro. E depois mais cinco milhões na qualificação entre Lodão e a Ponte da Ermida. Este investimento “para além de aproximar o litoral e o interior, vai garantir a ligação de dois distritos (Porto e Viseu) e a ligação do Baixo Tâmega aos municípios do Douro Sul. Tanto mais que do lado de Resende está a ser desenvolvido o projecto de execução para a ligação de Bigorne à A24”. Quando a obra

Além da ligação rodoviária à Ermida, o presidente da Câmara de Baião destaca a fibra óptica e os centros escolares como os ‘projectos do mandato’ estiver concluída, “a A4 e a A24 ficarão ligadas com um eixo que atravessa os nossos dois municípios”.

Fibra óptica | Outro projecto tido como “relevante para a qualificação do território” é o investimento em infra-estruturas tecnológicas através da candidatura apresentada pelos municípios do Douro Sul, onde está Resende e Baião, à rede de fibra óptica. Também no valor de 30 milhões de euros, esse projecto, que irá contar com parceiros públicos e privados, “visa dar outras condições aos municípios do interior e dotar o território de fibra óptica, sobretudo onde há maior concentração populacional”, afirmou José Luís Carneiro. O município de Resende é o chefe de fila desse projecto (lançado pelo ex-ministro das Obras Públicas), e que se integra no plano nacional da fibra óptica. O presidente da câmara de Baião diz que este é um passo “decisivo para tornar centrais territórios que até há alguns anos eram periféricos”, e que com essa infra-estrutura “Baião estará a colocar-se ao nível dos [concelhos] melhores e mais desenvolvidos”. Centros escolares |

Mas para a câmara de Baião, “a aposta das apostas” é a construção dos centros e dos pólos escolares. “Dentro da qualificação das pessoas essa é uma aposta que para nós é vital porque vai garantir que todas as crianças partam

em igualdade de circunstâncias. Já avançámos com a primeira fase do pólo de Gestaçô e com o centro escolar de Campelo-Baião”. A Câmara tenciona concretizar os centros escolares de Eiriz-Ancede, de Santa Marinha do Zêzere, e os pólos escolares de Santa Cruz do Douro e da freguesia da Teixeira.

Igualdade de oportunidades |

Para o autarca, a igualdade de oportunidades, independentemente das origens sociais e geográficas dos alunos, só existirá “ quando essas estruturas estiverem preparadas”. José Luís Carneiro garante que “se não houver dinheiro para outras prioridades, o dinheiro e os recursos terão que ser colocados nesta área” porque, defende, tendo todas as escolas as mesmas condições de ensino e aprendizagem é mais fácil “combater o insucesso e abandono escolares e garantir uma escola inclusiva e de sucesso”. “É uma área material que dá suporte a um investimento de natureza imaterial”, conclui o autarca, considerando que poderá transformar de forma decisiva o perfil social do concelho no futuro. [Entrevista conjunta Repórter do Marão/Douro Verde TV. Reportagem multimédia em www.douroverde.tv]


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Centro de Dia em Rio de Galinhas arranca ainda este ano

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associação “Alegria de Crescer”, de Rio de Galinhas, Marco de Canaveses, ligada à Igreja Católica e fundada há pouco mais de um ano, conta iniciar até ao final de Dezembro as obras do futuro centro de dia, um serviço que terá capacidade para 30 idosos. No apoio domiciliário, esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) vai apoiar outros 30 utentes. “O padre Fernando [Silva, pároco de Rio de Galinhas e de Fornos] é o rosto deste movimento gerado na freguesia”, explicou ao Repórter do Marão Hernâni Pinto, presidente da Direcção da associação. De raiz católica, a “Alegria de Crescer” pretende colmatar “um défice grande de cariz social” e cumprir “uma função de ajudar o próximo”. Actualmente, criar uma associação “de cariz social, sem fins lucrativos, é muito difícil. Levou muito tempo para chegar aqui”, conta Hernâni Pinto antes de fa-

lar do trabalho que tem vindo a ser feito. A “Alegria de Crescer” tem a funcionar, nas instalações do antigo infantário de Rio de Galinhas, um ATL com cerca de 40 crianças, coordenado a tempo inteiro por duas professoras. Neste momento, há crianças em lista de espera para frequentar o serviço de ATL.

Auditório | Para a construção do centro de dia, vai ser usada a parte inferior do salão paroquial, vai ser feito um alargamento. O projecto prevê a construção, no primeiro andar do salão paroquial (foto), de um auditório com 70 lugares que, segundo o presidente da Direcção da “Alegria de Crescer”, terá “uma série de funcionalidades”. Neste momento, o projecto encontra-se na fase de abertura de propostas. Hernâni Pinto diz que será escolhida a melhor na relação dos “parâmetros qualidade-preço”. A IPSS candidatou-se a fi-

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Evento de moda para ajudar comércio

nanciamento através do PRODER, mas ainda não é certo que as obras venham a ser co-financiadas por dinheiro da União Europeia. Caso não se concretize esse apoio, as obras serão “custeadas pela freguesia”.

Apoios financeiros |

A câmara do Marco de Canaveses já garantiu um apoio de 50 mil euros, além de ter oferecido o projecto e as especialidades. O percurso está a fazer-se “caminhando passo a passo. A nossa preocupação é fazer as coisas bem cimentadas”, assegura Hernâni Pinto, que foi presidente da Junta de Freguesia de Rio de Galinhas durante mais de uma década. O futuro centro de dia de Rio de Galinhas terá uma zona de lazer, refeitório, lavandaria, engomadoria. A Direcção conta adquirir “uma ou duas carrinhas” para o apoio domiciliário e transporte dos idosos, nomeadamente para a natação na piscina municipal.

A 6ª edição do “Marco na Moda” regressa este sábado para “promover e divulgar o que de melhor se faz no concelho do Marco de Canaveses”, um objectivo prioritário da associação empresarial. Na noite de 14 de Novembro (21:30), a equipa da Best Models desfila a nova colecção de vestuário e calçado dos comerciantes do concelho. O evento, que tem um investimento estimado de 25 mil euros, é organizado pela AEMarco com o apoio do Ministério da Economia, que financia através do programa Modcom. Cláudio Ferreira, secretário-geral da Associação Empresarial do Marco, considera que se trata de um investimento positivo uma vez que existe um retorno considerável e imediato para os associados que participam no evento. Nos últimos anos o número de adesões mantém-se, porém alguns participam alternadamente. Nos últimos anos a aposta numa equipa de profissionais tem sido o segredo do sucesso de cada edição do “Marco na Moda”. O evento é contratualizado com a Department Consultoria & Comunicação, empresa que entrega a produção do desfile à mesma equipa do Portugal Fashion. Manequins profissionais e de renome vão desfilar no Pavilhão Bernardino Coutinho com as tendências das lojas do concelho. Os manequins infantis são “prata da casa”. Cláudio Ferreira, da AEMarco, considera fundamental apostar nos manequins mais pequenos e nas lojas do concelho de forma a promover o comércio concelhio. O evento tem assegurada a presença de dois dos manequins mais conhecidos das passerelles nacionais, Orsi Feher e Afonso Vilela, que também fará a apresentação.


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paços de ferreira

Ex-emigrante arrisca perder a casa por alegada burla do promotor Apartamento comprado (e inacabado) em Paços de Ferreira, em 2004, vai ser vendido em hasta pública devido a insolvência do construtor

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Carlos Alexandre Teixeira | calexandre.tamegapress@gmail.com

m apartamento em Paços de Ferreira vai ser vendido em hasta pública, após o tribunal local ter aberto um incidente de insolvência da empresa sucedânea da responsável inicial pela construção, ameaçando despejar casal de emigrantes, que recusou escriturar a fracção inacabada. Deolinda Bento, de 50 anos, e o marido Vítor, 55, vivem em sobressalto, com a perspectiva de verem desperdiçado o tempo, o sacrifício e a luta pelo apartamento em que investiram as economias de uma vida de mais de 40 anos de trabalho em França. Presidente da Comissão de Geminação de Sartrouville, França, com Paços de Ferreira, desde 1996, Deolinda confessou ao Repórter do Marão (RM) que a possibilidade de arrematar o apartamento em hasta pública é uma das suas derradeiras esperanças. O valor patrimonial da fracção foi fixado no auto de arrolamento e apreensão de bens imóveis da insolvente “PolignoCentral” em 54 mil euros. Mas a mãe, com quem já pretendia morar à data da compra, em Agosto de 2004, terá de ser a fiadora. “Sinceramente, só quero justiça, mas não aguento muito mais. Já não tenho dinheiro para recorrer a advogados, estou esgotada e consumida de tantos trabalhos para agora poder vir a perder tudo. E eu que queria ser feliz na minha terra”, desabafou ao RM.

assinado um ano antes. O documento estipulava os termos do pagamento do imóvel – 14 mil euros a liquidar até ao final de 2004 e os restantes 88 mil, aproximadamente, de um total ligeiramente superior a 102 mil euros, a pagar no acto da escritura, após a conclusão das obras, no início do mês de Agosto de 2005.

Caso remonta a 2004 | Em 2005, o casal de emigrantes em França recusou escriturar a fracção, uma habitação do tipo T4 com terraço e um lugar de garagem, sita no quarto esquerdo do empreendimento denominado por “Edifício D. Frei Carlos”, no centro de Paços de Ferreira, por o promotor imobiliário não ter concluídas as obras, como estipulava o contrato promessa de compra e venda,

Indignada com alvará da Câmara | E essa é outra das questões que deixa “indignada” a queixosa, uma vez que em Setembro de 2007 a Câmara Municipal de Paços de Ferreira emitiu um alvará de utilização de fracções autónomas, em que certificava que “as partes comuns do edifício (incluindo o abastecimento de água, luz e gás) se encontravam concluídas e em conformidade”.

Obras inacabadas | O casal de emigrantes pagou a primeira “tranche” do acordo com a firma Domingos Ribeiro & Ribeiro, Sociedade Imobiliária, mas não liquidou a restante verba, nem efectivou a escritura, fazendo-a depender do cumprimento dos termos definidos em contrato. Ao contrário do que alegava o promotor, que entretanto mudou o nome para PolignoCentral – Imobiliária SA, empresa agora declarada insolvente, as obras nunca foram concluídas, como constatou o casal em 2005 e nos três anos subsequentes. O elevador do prédio só foi colocado em meados de Fevereiro de 2009. Apesar da complexidade do caso e de algumas perguntas sem resposta, Deolinda Bento tem todo o processo documentado, incluindo o registo fotográfico do (não) andamento das obras ao longo dos anos, como constatou o RM, nomeadamente ao nível do abastecimento de água, luz ou gás.

Nessa altura, já tinha recorrido a uma advogada, mas em nenhum momento terão conseguido contactar os promotores do imóvel, num cenário cada vez mais complexo, envolvendo exigências de pagamentos de várias origens e entidades. Greve de fome | Num primeiro momento, Deolinda Bento ainda tentou desfazer o negócio por incumprimento do promitente vendedor e ser ressarcida no dobro do valor pago como sinal, conforme estipulava o contrato promessa, mas diz ter deixado cair essa possibilidade quando soube da suposta falta de liquidez da empresa. Em desespero, a portuguesa, que tem graves problemas de saúde, fez uma greve de fome de três dias, que quase acabava em morte. A tragédia foi evitada pelos bombeiros locais, mas a angústia acentuouse e acabou por sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), co-responsável por uma taxa de incapacidade actual de 80 por cento. Consciente dos riscos | A situação causou-lhe ainda graves problemas familiares e financeiros, e, apesar das fortes limitações físicas, nunca se deu por vencida, exigindo justiça. Dirigiu-se às entidades locais e às mais altas individualidades do país, aguardando ansiosa por uma prometida resposta da Casa Civil do Presidente da República, Cavaco Silva. Deolinda Bento tem noção dos riscos, mas prefere não pensar no dia em que vier a ser obrigada a deixar o apartamento que sinalizou, no qual investiu avultadas quantias no arranjo e colocação de materiais e equipamentos, e para onde mudou seus pertences em Agosto, esperando instalar-se em definitivo até ao final do ano.


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Centro Escolar de Santiago de Piães Obra em curso

Auditório Municipal Obra concluída

Espaços Envolventes à Biblioteca e ao Auditório Obra em curso

CONTRIBUÍMOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE CINFÃES


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Trás-os-Montes desaproveita riqueza da transformação da castanha Empresários da Galiza compram fruto na região para fazer farinha usada na restauração Redacção com Paula Lima / Lusa | tamegapress@gmail.com

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transformação da castanha em Trás-os-Montes, se comparada com o aproveitamento que já se faz na Galiza, representa ainda uma “lacuna” que precisa de ser colmatada para duplicar o rendimento obtido actualmente, defende um investigador da universidade de Vila Real. José Gomes Laranjo, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), citado pela Lusa, considera que “faltam na região as refinarias [unidades de transformação] para um “petróleo” de tão grande qualidade”. É que, para além da concentração, limpeza e embalamento da castanha para consumo em fresco, na região faz-se apenas congelação de alguns milhares de toneladas de castanha destinadas quer para o mercado interno, quer principalmente para exportação. As empresárias Sandra e Carla Baptista abriram recentemente a Casinha de Chocolate, em Vila Real, onde vendem bombons feitos de chocolate belga e produtos regionais. Com a chegada da época das castanhas, as empresárias quiseram experimentar associar este fruto ao chocolate mas, segundo disseram à Agência Lusa, em Trás-os-Montes não conseguiram arranjar puré ou farinha de castanha. Sandra Baptista viajou até à vizinha Galiza, à empresa Marron Glacé, para adquirir estes produtos resultantes da castanha transformada. Instalada em Ourense, a Marron Glacé, fábrica 39 produtos através da castanha,

muita da qual comprada aos produtores transmontanos. O galego José Posada dedica-se há 50 anos ao negócio da castanha, vendendo os mais diferentes produtos para 20 países, entre os quais se destaca o Japão como principal mercado de exportação. Na Marron Glacé faz-se desde farinha de castanha até castanhas em calda, castanhas confitadas ou com chocolate, creme de castanhas, compotas e até aguardente de castanha. “É isso que ainda faz falta em Portugal, onde ainda só se comem castanhas cruas, assadas ou cozidas. É ainda um negócio um pouco primitivo”, salientou o espanhol. José Posada considera que o melhor mercado é aquele que se “tem debaixo dos pés” e por isso diz que é preciso convencer os portugueses e os galegos a consumirem mais castanhas. Para Portugal, o empresário vende essencialmente os seus produtos para lojas gourmet e, em Portugal, compra anualmente cerca de 100 a 200 toneladas de castanha. “Nós fazemos o mínimo dos mínimos em Trás-osMontes, mas a verdade é que a procura da

castanha supera largamente a oferta o que faz com que não tenha havido tempo para pensar no que fazer com este produto”, salientou José Gomes Laranjo. O investigador referiu que o sector rende anualmente cerca de “60 a 80 milhões de euros” e, de acordo com as suas contas, se fosse introduzida alguma transformação, este valor poderia “duplicar facilmente”. “O ideal era que se fizesse cá a cerveja de castanha, que já se faz em Itália ou França, os iogurtes de castanha ou as compotas”, sublinhou. A castanha portuguesa é exportada para alimentar a indústria de transformação em França e na Espanha, e é ainda vendida para o Brasil, Estados Unidos da América ou Suiça, onde é essencialmente consumida em fresco.


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Jorge Nunes diz que só a regionalização o manterá na política activa Autarca de Bragança chegou à política por acidente e já coleccionou duas dúzias de agendas com memórias autárquicas Helena Fidalgo | hfidalgo.tamegapress@gmail.com | Rui Gomes | Fotos

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epois de ter sido activista do Movimento Estudantil na faculdade, o engenheiro civil Jorge Nunes tinha feito um juramento de que dali para a frente iria dedicar-se exclusivamente à carreira profissional. Professor do Ensino Superior a dar aulas no Instituto Politécnico de Bragança era aquela que tinha já assimilado como a última opção de vida, mas acabou por ir parar à política acidentalmente e regressar à câmara da cidade onde tinha trabalhado no início da carreira para se sentar na cadeira da presidência.

Quando há mais de doze anos o presidente da concelhia do PSD de Bragança, Adérito Trigo, o convidou para ser o candidato do partido à autarquia da capital de Distrito, demorou oito meses a aceitar. “Vim para funções políticas quase em termos acidentais, não fazia parte da minha ambição, tanto que não militava em partido nenhum, quando a tendência normal é quem anda na política vem das máquinas partidárias, essa é a regra e eu nem sequer estava nessa condição”, contou ao Reporter do Marão. Confessa que “foi uma surpresa” a vitória nas autárquicas de 1997, contra o presidente socialista Luís Mina, que se repetiu em 2001 e 2005 com as mais expressivas votações, mais de 60 por cento dos votos. Em Outubro, perdeu votos e um vereador, mas segurou o município para um último mandato determinado por lei.

No percurso filiou-se no PSD e tornou-se numa voz activa no partido e na região, ainda assim assegura que não é “um carreirista da política” e que ainda não pensou no que irá fazer daqui a quatro anos. “O meu grau de dependência da política é muito baixo. Têm sido anos extremamente bons e enriquecedores em termos de formação e humanos, mas não tenho a ambição de ter que permanecer na política”, diz. Considera ter “condições e formação profissional e experiência de vida suficiente para em qualquer momento poder fazer outras coisas”, mas há algo capaz de o fazer continuar a pensar em termos políticos: a regionalização. “Não me furtarei a nenhuma responsabilidade”, avança, prometendo “participar na discussão do processo e ser um cidadão activo a esse nível, sem nenhuma ambição especial”.

Escrita |

O único projecto já certo de Jorge Nunes para depois da passagem pela Câmara de Bragança será escrever um livro justamente de memórias autárquicas. “Eu sou uma pessoa com método de trabalho, tudo aquilo que é importante na vida autárquica, eu tenho registado”, contou. Não usa o computador para guardar, mas não se pense que o autarca que tem no Ambiente a principal bandeira desperdiçou doze anos de papel. “Eu sou uma pessoa com capacidade de síntese. Para registar um assunto não escrevo muito, escrevo tópicos nas minhas agendas”, e já contabi-

liza 24 agendas que, essas sim, “terão alguma utilidade” no final da vida autárquica: escreverá sobre elas. Já escreveu um livro sobre as pontes de Bragança e os livros são uma das suas paixões. “Tenho uma boa biblioteca, há pessoas que têm outras coisas, eu tenho livros de vários temas”, disse.

Cidade segura |

Gosta de música clássica acima de tudo, de música de intervenção também, e gosta de andar a pé, quando pode, garantindo que a cidade de Bragança tem condições para isso a qualquer hora. “Ando fundamentalmente à noite. Anda-se bem pela cidade, não há problema nenhum, é uma cidade segura, circulo sozinho, e quando algum cidadão me aborda é numa atitude simpática, não é numa atitude de provocação”, garante. O dia do presidente da Câmara de Bragança começa por volta das sete, sete e meia da manhã e termina entre as nove e meia, onze horas da noite. “Os fins-de-semana são a parte mais pesada, os compromissos institucionais são imensos, iniciativas do movimento associativo, instituições, nas quais procuro participar quase sempre e, ao contrário, dificilmente participo em iniciativas sociais privadas”, contou. Da infância guarda o gosto pela agricultura que continua a “cultivar” nas terras herdadas na aldeia natal de Refoios (Bragança) ou da esposa, em Castro Roupal (Macedo de Cavaleiros).


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Autarca “autoritário” aprendeu a ouvir as pessoas Jorge Nunes é casado, tem duas filhas e uma neta e diz que a sua vida nunca foi fácil. “Filho de uma família humilde, a minha vida teve de ser feita com muito trabalho, mesmo enquanto estudante. Para garantir as despesas inerentes aos estudos tive também de trabalhar”, observa. Com uma imagem associada a algum autoritarismo entre os pares, o autarca garante que se há algo que aprendeu nos três mandatos foi a “ouvir e compreender melhor as pessoas”. “Perceber a diferença entre cidadãos e como o conhecimento e o respeito pela diferença é importante para se encontrar uma avaliação e uma decisão justas relativamente a situações e problemas que, às vezes, parecem indevidos quando, na verdade, recomendam parar, reflectir e avaliar”, disse. Podem parecer “coisas menores e não importantes a uma determinada escala de decisão e que tendem a ser esquecidas e por essa via eventualmente a serem cometidas injustiças por parte de quem tem capacidade de decisão pública a determinados níveis”. A proximidade dos autarcas com os cidadãos leva a que o presidente de Câmara seja confrontado “com todo o tipo de problemas, que muitas vezes a gente não sabe imaginar sequer”. Muitas vezes, “uma palavra, um conselho, uma recomendação pode ajudar a ganhar ânimo às pessoas e incentivar uma perspectiva positiva para descobrir uma solução para um problema”.

“A prioridade das prioridades” irá para a conclusão do sistema de abastecimento de água”

O que mais lhe pedem é emprego, sobretudo para jovens licenciados. “Os cidadãos olham para o presidente da câmara como uma espécie de uma âncora”. O actual [quarto] e último mandato de Jorge Nunes poucas semelhanças terá com os 180 milhões de euros investidos nos últimos doze anos, a maior fatia na cidade, naquele que clama ser “o maior ciclo de investimento de sempre”. Há aldeias de Montesinho, uma das áreas mais visitadas da região, que continuam sem saneamento básico, mas Jorge Nunes contrapõe que “há doze anos apenas 10,5 por cento da população dispunha de tratamento de esgotos e hoje ultrapassa os 90 por cento”. “A prioridade das prioridades” irá para a conclusão do sistema de abastecimento de água ao concelho com o eterno problema da barragem de Veiguinhas para resolver. Jorge Nunes quer ainda criar um parque de ciência e tecnologia, transformar o aeródromo num aeroporto regional e ter mais empresas a produzir para a Europa e mercados externos. Uma ajuda garantida aos empresários é que a câmara continuará a ser das poucas do país a não cobrar a derrama, um imposto municipal que incide sobre o IRC pago pelas empresas.

“Criar um parque de ciência e tecnologia, transformar o aeródromo num aeroporto regional e ter mais empresas a produzir para a Europa”

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opinião

Uma nova organização autárquica

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s recentes eleições autárquicas vieram trazer de novo para o centro do debate o modelo de governo das autarquias locais. Alguns exemplos vividos no mandato anterior reforçaram o meu entendimento de que é necessário introduzir alterações na legislação autárquica. As situações verificadas em Amarante ou em Paredes nos últimos anos, em que vereadores do partido vencedor se incompatibilizaram com os respectivos presidentes de Câmara e passaram a votar ao lado da oposição, criando por vezes maiorias de sinal contrário ao sentido de voto dos eleitores, demonstram como o modelo de governação pode ser desvirtuado. O facto dos presidentes de Câmara não terem liberdade para alterar a composição do executivo coloca-os à mercê destas contingências. Defendo há muito tempo uma alteração profunda dos órgãos de governo municipal, em benefício da governabilidade das autarquias e de uma maior transparência na relação entre eleitos e eleitores. Nesse modelo que preconizo, próximo do que já hoje sucede nas eleições legislativas, os partidos e os movimentos independentes concorreriam apenas à Assembleia Municipal. O líder da candidatura mais votada seria o Presidente da Câmara Municipal, ficando com a incumbência de formar o

respectivo executivo, com total liberdade. A existência de um partido maioritário decidir-se-ia nas eleições para a Assembleia Municipal e, a partir daí, haveria lugar à constituição de um executivo de partido único ou de coligação, à imagem do que acontece com o Governo da República. A representatividade dos presidentes de Junta de Freguesia, que hoje integram a Assembleia por inerência, teria de ser assegurada de outra forma, evitando que a sua participação desvirtue os resultados da eleição directa. Estas mudanças davam mais poder e responsabilidade à Assembleia Municipal, que passava a ser a verdadeira sede do poder autárquico, justificando-se porventura a constituição de uma comissão de acompanhamento permanente neste órgão. Seria na Assembleia que a oposição tinha assento e espaço privilegiado para defender políticas e acções alternativas. O presidente da Câmara devia ser livre para constituir o seu executivo, podendo inclusivamente recorrer a elementos que não integrem a lista candidata à Assembleia Municipal. Com esta alteração, estou certo que seria possível colocar na gestão dos municípios portugueses quadros qualificados e empenhados na administração local.

Quem já participou na formação de listas para os órgãos autárquicos sabe que, muitas vezes, os candidatos não são escolhidos em função do seu valor intrínseco e da sua disponibilidade para servir a comunidade, mas sim com a preocupação de satisfazer determinadas fidelidades pessoais ou partidárias.

José Carlos Pereira Gestor / Ex-autarca em Marco de Canaveses

Numa altura em que as competências das autarquias têm vindo a ser reforçadas e se torna necessário dotá-las de massa crítica suficiente para responder às novas exigências e solicitações dos munícipes, penso que este modelo de governação permitiria ultrapassar alguns constrangimentos que hoje se verificam e responsabilizaria de forma acrescida aqueles que recebem o mandato para governar.

Menos Estado, mais Poder Local

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onfesso que estive tentado a escrever sobre os alegados actos de corrupção que têm sido notícia de primeira página e feito as delícias nas aberturas dos telejornais, minando de modo lento mas sistemático o Estado de Direito e o Regime Democrático em que vivemos. Deixarei este tema para uma outra altura, eventualmente mais sensata porque mais distante dos holofotes, das paixões e dos oportunismos que no momento presente condicionam uma análise reflectida. Por agora e sobre este assunto, digo apenas que está na hora da Justiça deixar de ser cega, que urge retirar-lhe a “venda” para que, de uma vez por todas, possa encarar os infractores olhos nos olhos, separar o trigo do joio e punir exemplarmente todos os que indevidamente se serviram dos cargos em benefício próprio, em vez de favorecerem as instituições e o país. Dada a proximidade dos três actos eleitorais que nos últimos meses agitaram a vida política portuguesa, prefiro hoje investir na análise às recentes eleições autárquicas ou, melhor dizendo, ao poder local democrático. O Poder Local Democrático emana do 25 de Abril de 1974 e é formalmente instituído como um poder político autónomo na Constituição da Repú-

blica de 1976, acabando deste modo a dependência absoluta e o controlo total dos municípios por parte do regime de ditadura que governou Portugal durante quase cinquenta anos. Ao serem constitucionalmente reconhecidos, os órgãos do poder local ganharam autonomia e recursos financeiros, afirmando-se nas últimas décadas como um poder político descentralizado, autónomo e com obra feita em benefício das comunidades locais. As múltiplas transferências de competências do Estado para os municípios mais não significam, objectivamente, que duas grandes evidências; a primeira diz respeito à dificuldade e mesmo falência da aplicação das políticas centraJosé Pinho Silva lizadoras às difePresidente AM de Baião rentes realidades

que dão forma e força ao país real, e a segunda razão assenta nos elevados níveis de execução que as autarquias locais têm sido capazes de concretizar. Cumpre-se, assim, a aplicação prática do elementar princípio da Subsidiariedade, com as competências da administração a serem exercidas pelo poder mais próximo dos cidadãos e de modo mais eficaz. No mundo actual, onde a denominada globalização continua a ser quem mais ordena, apesar da crise mundial que a todos afecta, importa agilizar cada vez mais os processos de decisão sem descurar os mecanismos de controlo e de regulação. É, por isso, fundamental no combate às assimetrias regionais que as competências do Poder Local continuem a ser alargadas e aprofundadas de forma sustentada, avançando para novas áreas onde a carência de recursos humanos e materiais deixa a descoberto direitos essenciais dos cidadãos, umas vezes por desperdício do centralismo, outras por falta de visão estratégica e outras, ainda, pela cedência às pressões dos grupos influentes e organizados. Afinal, e para voltar ao início deste texto, uma parte do combate à corrupção também pode passar por Menos Estado / Mais Poder Local.


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crónica|eventos

Nova edição da Feira de Artesanato e Gastronomia de Vila Real A.M.PIRES CABRAL

O cuspo de Maitê No dia 14 de Outubro de 2009, Portugal alvoroçou-se patrioticamente como capoeira onde entrou raposa. Porquê? Porque a Espanha resolveu por fim invadir-nos? Nada disso. Apenas porque uma actriz brasileira resolveu apresentar no programa “Saia Justa”, de uma estação de televisão brasileira, um vídeo que fez em Portugal no ano de 2007, aparentemente com o único fito de provar que os portugueses não são lá muito inteligentes. Ela não disse abertamente ‘estúpidos’, verdade se diga. Mas sugeriu-o em mais de um momento. E usou o eufemismo ‘esquisitos’, o que, somado ao sorriso faceto com que o disse, vem dar no mesmo. A profusão e o teor dos comentários nas páginas da internet excitaram-me a curiosidade de ver o vídeo. E vi. Não vi grande coisa, diga-se de passagem. Vi uma peça de cinco minutos em que a actriz de facto se esforça muito por achincalhar (uma brincadeira, disse ela depois) os portugueses. Às vezes com o seu topete, como quando – para provar que estava em Portugal! – exibe as imagens de uma porta em Sintra em cuja padieira o número de polícia é um 3, mas voltado ao contrário. Prova irrefutável de que estava em Portugal... Ou seja: em nenhum outro país do mundo se invertem algarismos. Como se no Brasil, na imensa iliteracia do Brasil, não houvesse algarismos invertidos à razão de dezenas por quilómetro quadrado. Depois a diva (porventura não tão casta quanto a de Bellini, a fazer fé nos ditos comentários na internet) conta mais umas quantas chalaças, que tanto podiam dizer respeito a Portugal como ao Brasil como à Papuásia (salvo aquela coisa do Salazar que é de facto retintamente portuguesa), com que pretende demonstrar que os portugueses se são não propriamente estúpidos – são pelo menos esquisitos. A fechar, o momento mais feio de todos. Debruçada sobre uma fonte dos Jerónimos, Maitê Proença puxa um escarro à boca e despeja-o no tanque. Confesso que foi o gesto mais ordinário que jamais vi numa cara bonita. E veio-me à lembrança que, há meia dúzia de anos, um estudante inglês (salvo erro) foi condenado a levar umas quantas severas varadas em Singapura

por ter cuspido no chão. Quantas varadas não merecia então esta senhora que, num gesto que de senhora pouco tem, cuspiu nas águas dtranquilas e inocentes de uma fonte e se fez filmar no acto? O vídeo termina aí. Mas não o deboche. Porque no final é recebido com aplauso e gargalhadas pela apresentadora do “Saia Justa”, pela própria actriz e por outras catatuas que participavam no programa – todas raparigas bonitas, mas que me pareceram irremediavelmente catatuas, peço desculpa se erro. Foi isto que vi no vídeo. E, sinceramente, acho despropositado o alarido que se gerou. Nos comentários na internet (que é muitas vezes uma espécie de latrina onde indivíduos de formação duvidosa depositam impunemente a borra dos seus instintos), disse-se de Proença o que Mafoma não disse do toucinho. Insultou-se não só a mãe da actriz, como, nos mesmíssimos termos, a própria actriz. Esses portugueses furibundos que retaliaram na internet fizeram-me lembrar, mal acomparado, uma horda de fundamentalistas islâmicos a arremeter contra alguém quem lhes tenha tocado no turbante de Maomé. Só faltou mesmo decretar uma fatwa contra a petulante tripudiadora! Com franqueza, pareceu-me excessivo tudo isso. Claro que não simpatizei nem um bocadinho com os termos do pagode. Mas brincadeira é brincadeira, mesmo quando é de mau gosto. Numa democracia o disparate é livre e tem a grande virtude de afectar apenas quem o comete. Não insulta quem quer. E o fair play ainda é uma grande virtude. Calma, pois, senhores. Sobretudo, não vamos abrir mais uma guerra com o Brasil por via deste mal-estreado vídeo – uma porcaria de vídeo, por sinal. Para guerras, bem bastou a que Eça de Queirós desencadeou com o seu caricato Barão de Minhinhonhá, estão lembrados? Além do mais, tenham em conta que não foi nenhuma figura de grande projecção intelectual ou relevo cultural que nos arranhou o ego. Foi só Maitê Proença, uma actriz que provavelmente em matéria de frivolidade não fica atrás das novelazinhas que interpreta. pirescabral@oniduo.pt

O artesanato e a gastronomia da região de Vila Real voltam ao pavilhão de exposições do Nervir no final do mês. A 12ª edição da Feira de Artesanato e Gastronomia (FAG) de Vila Real arranca a 27 de Novembro e termina no feriado de 1 de Dezembro. São cinco dias para apreciar as tradições e os sabores transmontanos. Segundo a organização, a FAG tem desempenhado um papel fundamental na promoção e divulgação do artesanato e gastronomia da região reunindo preferencialmente comerciantes locais, embora a organização não feche as portas a empresários de outras regiões do país. A feira anual junta a vertente tradicional com a animação cultural/popular e a organização espera uma forte adesão do público.

Porto em livro No dia 25 de Novembro de 2009 às 18:30 horas é lançado no El Corte Ingles de Vila Nova de Gaia o livro sobre o Porto – local turístico, de autoria do escritor A. M. Pires Cabral e com fotografia de Roberto Santandreu. Um livro com a chancela da Everest Editora que conta, através de fotografia e descrições, os encantos da cidade do Porto, como ponto fulcral do turismo português. Trata-se de um livro bilingue – português/ inglês – e que assinala mais uma obra do escritor A. M. Pires Cabral.

Clássicos em Paços Os amantes de duas e quatro rodas têm encontro marcado todos os terceiros domingos de cada mês. A concentração de clássicos, automóveis e motos, decorre em Meixomil, Paços de Ferreira, das 09:00 às 13:00.

Teatro para os mais pequenos No próximo dia 22 de Novembro sobe ao palco do Teatro de Vila Real o musical “O Pinóquio”. Com encenação de Pedro Frias e representação de Ricardo Bueno, Abílio Ramos, Nuno Marques, Bel Viana, João Guimarães, Isabel Silva, Catarina Santos, a antiga história do menino de madeira ganha vida. O velho Gepeto constrói Pinóquio, um boneco de madeira que deseja ser menino. Numa noite estrelada, uma Fada Azul dá vida a Pinóquio e começa então uma fantástica aventura que vai testar a coragem, a lealdade e a honestidade do boneco, virtudes que tem que aprender para se tornar num menino. Apesar dos avisos do seu esperto amigo Grilo Falante, Pinóquio envolve-se em sucessivas confusões, até que precisa de salvar Gepeto, que está preso dentro da barriga de uma baleia. Um musical cheio de alegria e ensinamentos para os mais novos.


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Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos] Fundado em 1984 Quinzenário Regional • Registo/Título: ERC 109 918 Depósito Legal: 26663/89 Redacção: Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23 Apartado 200 4630-296 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 - Fax: 255 523 202 E-mail: tamegapress@gmail.com Director: Jorge Sousa (C.P. 1689), Director adjunto: Alexandre Panda (C.P. 8276) Sub-director: António Orlando (C.P. 3057) Redacção e colaboradores: Alexandre Panda, António Orlando, Jorge Sousa, Alcino Oliveira (C.P. 4286), Paula Costa (C.P. 4670), Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Helena Carvalho. Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luis Magalhães, José Pinho Silva. Colaboração/Outsourcing: Media Marco (Vitor Almeida, Sandra Teixeira), Baião Repórter/Marão Online (Jorge Sousa, Marta Sousa) Promoção Comercial, Relações Públicas e Publireportagem: Iva Soares - Telef. 910 536 928 ivasoares.tamegapress@gmail.com, publicidade.tamegapress@gmail.com Propriedade e Edição: Tâmegapress - Comunicação e Multimédia, Lda. NIPC: 508920450 Sede: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 - Apartado 4 4630-279 MARCO DE CANAVESES Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa.

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José Saramago 2009



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