Repórter do Marão

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repórterdomarão do Tâmega e Sousa ao Nordeste

Nº 1233 | Quinzenário | Assinat ura Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | Diretor-Adjunto: Alexandre Panda | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928

* Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico *

10 a 24 mar’10

A CRISE NO

34 TÂMEGA E SOUSA

mil

desempregados Misericórdias avisam que pior da crise está para vir

Durão Barroso revela nostalgia pelo Douro

Rotura na barragem destrói Amarante em 13 minutos

Manuel Lemos, que em janeiro iniciou novo mandato como presidente da União das Misericórdias Portuguesas, alerta para o pico da crise social, ou seja, que o pior está para chegar. Adverte que “aqueles que estiveram a receber subsídio de desemprego, brevemente deixarão de contar com esta ajuda do Estado”, pelo que se torna “urgente” pensar em soluções. pg. 6-7

Do topo do edifício Berlaymont, em Bruxelas, lidera os destinos da Europa. José Manuel Durão Barroso já vai no segundo mandato como presidente da Comissão Europeia mas não deixa de pensar no seu país de origem. Há dias, uma comitiva duriense visitou-o em Bruxelas e Barroso deixou-se invadir pela nostalgia ao recordar o Douro e Trás-os-Montes. pg. 16-17

Uma onda gigante, com cerca de 30 metros, destruirá toda a baixa da cidade de Amarante se o paredão da projetada barragem de Fridão ruir. Em 13 minutos. O cenário, catastrófico, faz parte do plano de emergência externo, agora confirmado pelo INAG. Para os ambientalistas, que se manifestam sábado contra a barragem, falta ainda contabilizar o número de vítimas do eventual desastre. pg. 4


Região do Tâmega e Sousa | Sete mil

Mais de 34 mil Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com | Gráficos e foto | RM

M

ais de 34 mil pessoas estavam desempregadas na região do Tâmega e Sousa no final de janeiro deste ano, segundo as mais recentes estatísticas divulgadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. Sete mil trabalhadores perderam o emprego em 2009 nesta região de 12 municípios e com uma população estimada em 560 782 habitantes (INE 2008). Só em janeiro os centros de emprego da região registaram mil novos desempregados, mas nalguns concelhos da área do Sousa o desemprego disparou no último ano para valores assustadores – Paços de Ferreira (aumento de 53,45 %), Lousada (49,66%) e Paredes (39,69%).

Somados os números dos desempregados nos 12 concelhos da região (Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende), chega-se a um total de 34.160 pessoas desempregadas. A tendência de aumento do desemprego em 2009 a nível nacional verificou-se em termos gerais também na região. Em Janeiro de 2009, nos 12 concelhos referidos, havia 26.918 desempregados inscritos nos centros de emprego. As estatísticas mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que no espaço de um ano passou a haver mais 7.242 desempregados, o que representa um aumento de 26,9 por cento. A única exceção foi o concelho de Resende, onde os números do IEFP mostram uma diminuição do número de desempregados de 8,9 por cento (ver gráfico). Na região, os aumentos mais significativos registaram-se nos concelhos de

jan 09

dez 09

Lousada, Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel. Paredes, que de acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Estatística é o concelho mais populoso da região (com 87.142 residentes), tinha, no final do passado mês de janeiro, 5.540 desempregados. O dados mostram ainda que em todos os concelhos da região, as mulheres são mais afetadas pelo desemprego. E o grupo etário entre os 35 e os 54 anos é maioritário nas mais de 34 mil pessoas sem emprego.

| Marco de Canaveses é o caso mais difícil de inverter | Na área geográfica abrangida pelo Centro de Emprego de Amarante, a situação que é tida como “mais preocupante” e mais difícil de inverter é a do concelho do Marco de Canaveses porque se trata de desemprego “mais estrutural”, disse ao Repórter do Marão uma fonte que conhece bem o problema. Ao contrário do que acontece nos concelhos de Amarante e Baião, no Marco há menos oferta de formação que permita aos desempregados fazerem uma requalificação e reorientação das suas capacidades e aptidões profissionais. Por outro lado, constata-se, de acordo com a mesma fonte, que não há tanta “apetência” ou vontade para fazer formação. O gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat) divulgou no início de março dados que revelam que em Portugal a taxa de desemprego subiu para os 10,5 por cento, enquanto na zona euro terá estabilizado, já que voltou a manter-se nos 9,9 por cento. Enquanto a média comunitária se situou em 9,5 por cento, a taxa de desemprego em Portugal terá passado de 10,1 em dezembro de 2009 para 10,5 por cento no mês seguinte, sendo a quarta maior na União Europeia, atrás da Espanha, Irlanda e Eslováquia. O agravamento do desemprego atingiu tanto os

jan 10


perderem o posto de trabalho em 2009

desempregados homens (10 por cento), como mulheres (11,2 por cento) e jovens (21,7 por cento). Os dados do Eurostat não são os números oficiais portugueses, mas, geralmente, representam estatísticas próximas das oficiais e com a mesma tendência. No terceiro trimestre de 2009, a taxa oficial foi de 9,8 por cento, enquanto a do Eurostat variou entre 9,8 e 10,1 por cento. No quarto trimestre de 2009, a taxa oficial ultrapassou os dois dígitos - 10,1 por cento - e as estimativas mensais do Eurostat variaram entre 10,2 e 10,3 por cento. Para Portugal, o que os números do Eurostat mostram é uma tendência para a subida do desemprego no primeiro trimestre. E, a verificar-se, a dimensão estimada torna a previsão do Governo - 9,8 por cento em 2010 - cada vez mais longe de se concretizar. O Governo tem defendido que o desemprego subirá durante a primeira metade do ano, mas irá atenuar-se já na segunda metade de 2010. Essa expectativa contradiz os dados históricos que apontam para um desfasamento de dois anos entre o início da retoma e a descida da taxa de desemprego. A concretização da previsão oficial, defendem especialistas, obrigaria a uma queda pronunciada do desemprego no segundo semestre de 2010, só verificável com um forte crescimento económico.

Em conferência de imprensa, o PCP/Porto apresentou os resultados de um estudo sobre o desemprego no distrito, com base nos dados mais recentes do IEFP, que indicam um crescimento do problema “muito acima” da média nacional. “O distrito do Porto apresenta valores dramáticos de desemprego. Segundo os elementos do IEFP, mais de 130 mil trabalhadores que perderam emprego em 2009 residiam no distrito do Porto”, o que corresponde a “356 postos de trabalho perdidos por dia no distrito”, salienta o PCP. Os comunistas recordam que são da região norte 46,5 por cento das pessoas que perderam emprego em 2009, sendo maioritariamente precários os empregos criados no mesmo ano. “Por cada três novos empregos criados, pelo menos dois foram empregos precários, sendo que 60 por cento dos jovens trabalhadores até aos 25 anos estão a trabalhar com um contrato precário”, afirma o PCP.

| Distrito do Porto com grande perda de emprego | O distrito do Porto perdeu 356 postos de trabalho por dia em 2009 e em janeiro de 2010 o desemprego cresceu 25 por cento face ao mesmo mês do ano passado, denunciou o PCP.

Desemprego total na NUTS Tâmega, em janeiro de 2010 – Percentagem por município. Dados do IEFP.


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A cheia de março de 2001 deixou Amarante neste estado. O que acontecerá com uma onda de mais 20 metros de altura de água?

Barragem é a ‘roleta russa’ de Amarante U ma rotura na barragem de Fridão – um cenário que pode ocorrer na sequência de um tornado ou de um sismo, destruiria a baixa da cidade de Amarante em 13 minutos. A possibilidade, apesar de remota, é encarada pelos ambientalistas como um trunfo decisivo contra a construção da barragem, que alegam que a proximidade da cidade – a oito quilómetros do empreendimento principal e a quatro do de jusante, uma barragem de modelação, ainda que com 30 metros de altura – é um risco que Amarante não deve correr. E argumentam o uso do princípio da precaução.

Bastará lembrarmo-nos dos efeitos deste inverno, mais destruidor que os anteriores. Por exemplo, quem ousaria admitir os efeitos destruidores que um tornado provocou em postes de alta tensão neste inverno, na zona de Azambuja, que ficaram completamente retorcidos. Segundo a REN, foram derrubadas mais de duas dezenas de torres de energia, com cerca de dez toneladas cada uma. O risco que a baixa de Amarante corre se acontecer um desastre natural tem sido lembrado desde sempre pelos opositores da barragem, mas, agora, a informação é oficial: a onda de inundação formada no rio Tâmega chegaria à cidade em apenas 13 minutos, tempo escasso para lançar qualquer plano de evacuação. Além disso, a onda de cheia teria uma intensidade tão destruidora que levaria na sua frente grande parte da cidade – uma espécie de “tsunami” gigante, com uma onda da altura de quase 30 metros e uma velocidade estimada em 40 km/h. A cheia de 2001, a maior de sempre, atingiu a cota 71 (na imagem) e ficou 20 metros abaixo deste cenário destruidor mas foi o suficiente para desalojar dezenas de habitantes, sobretudo na margem esquerda.

| Número de vítimas ainda está por contabilizar | Os cálculos, agora divulgados pelo Instituto da Água (INAG), apontam que atingiria quase 20 metros acima da ponte de S. Gonçalo, o suficiente para destruir a igreja e o mosteiro com o mesmo nome, que é monumento nacional e a maior parte da baixa urbana (cota máxima de 90,95, com a barragem ao NPA 160 e tendo por base a cota média do rio, 62).

| Autarca repete que é segura |

Esta informação, fornecida ao grupo “Por Amarante Sem Barragens” pelo INAG, veio reforçar as preocupações com a questão da segurança da barragem. A hipótese de rotura é tida como “muito remota, mas possível”. Face a estes dados, o grupo assegura que vai manter-se mobilizado e atento porque falta ainda “avaliar o número de vidas em risco”, fator “que tem que obrigatoriamente ser contabilizado, para que, multiplicado pelo grau de probabilidade de um acidente, se possa determinar o risco potencial, um parâmetro decisivo para a aprovação do projeto, sob pena de a população ser colocada nas mãos do acaso”. De acordo com a informação transmitida pelo INAG “todo o vale do rio Tâmega a jusante das barragens, incluindo os trechos finais dos afluentes que para aí drenam” estão identificados como “zonas em perigo”.

| Ambientalistas acusam presidente da Câmara | O grupo de cidadãos “Por Amarante Sem Barragens” acusa o presidente da Câmara, Armindo Abreu, também presidente da Comissão Municipal de Proteção Civil, de se ter eximido das questões da segurança “com respaldo nas garantias da moderna engenharia, o que é manifestamente pouco para a verdade e o direito à informação que é devida aos amarantinos”. E deixa uma pergunta: “será que Amarante vai aceitar uma roleta russa?”. O grupo de ambientalistas salienta que a informação que agora foi disponibilizada, ainda que incompleta, “sempre seria devida aos cidadãos diretamente afetados pela construção da barragem de Fridão, por forma a poderem tomar consciência das reais implicações de um projeto que implica, de modo inédito, com a sua segurança”. A forma como estes aspetos foram minimizados no Estudo de Impacte Ambiental, é um dos argumentos da providência cautelar interposta pelo grupo no Tribunal Administrativo de Penafiel.

Entretanto, o presidente da Câmara de Amarante reafirmou à Lusa não ter ficado surpreendido nem preocupado, porque “o risco é praticamente zero”. Armindo Abreu (eleito pelo PS para o último mandato, em outubro) diz que “praticamente não há possibilidade da barragem colapsar por completo sem dar aviso”. “Foi isso que os técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) nos disseram quando cá estiveram num debate sobre segurança promovido pela câmara”, frisou o autarca. De facto, os técnicos asseguram que o comportamento físico da barragem será monitorizado ao segundo mas não podem garantir que não ocorra um sismo ou um desastre natural, por exemplo, um tornado. No debate sobre segurança invocado pelo autarca de Amarante, em março de 2009, o presidente do LNEC, Carlos Matias Ramos, confessava ao Repórter do Marão que compreendia a “intranquilidade e o desconforto” da população de Amarante, mas assegurou que nunca houve um acidente numa barragem acompanhada por esta entidade.

| Presidente do LNEC admite receio | O responsável do LNEC, que se escusou naturalmente a dizer se era a favor ou contra a construção de Fridão, reconheceu, contudo, que não há nenhum caso em Portugal de uma cidade situada quase no sopé de uma grande barragem. “É verdade, é verdade. Reconheço isso. Há um sentimento [de insegurança] que eu entendo perfeitamente, mas entendo também que a nossa lógica é técnica”, disse Carlos Ramos. Também o responsável do LNEC pela área de barragens, Carlos Pina, insistiu que qualquer empreendimento deste tipo terá obrigatoriamente planos de emergência internos e externos. O técnico assegurou, na altura, “que num hipotético acidente há tempo suficiente para executar um plano de evacuação, colocando a salvo a população da cidade”, mas a informação do INAG desmente essa afirmação. Segundo alguns técnicos ouvidos pelo RM, 13 minutos não chegam sequer para esboçar uma reação quanto mais para evacuar alguns milhares de pessoas. P.C./J.S.


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Entrevista a Manuel Lemos | Misericórdias

‘Crise fez dispar M

anuel Lemos é o atual presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP). Em janeiro tomou posse para um novo mandato naquela instituição, garantindo continuar a combater a pobreza. Atualmente as misericórdias “têm visto aumentar exponencialmente o volume de pedidos de ajuda”, contou, salientando que aquelas entidades da sociedade civil são “imprescindíveis” e “decisivas” para um desenvolvimento harmonioso das sociedades modernas.

“A crise económica e financeira ainda não mostrou completamente a sua face em Portugal”, admitiu Manuel Lemos que em 2006 substituiu o Padre Vítor Melícias na presidência da UMP. Uma “personalidade extraordinária” com quem lembra ter, nos tempos em que assumiu a vice-presidência, “aprendido a conhecer o

mundo fantástico da solidariedade e amor ao próximo”. Depois de Melícias ter cumprido a tarefa de “dar alma” à União, a Lemos ficou o papel de dar “um corpo” à organização para que a mesma possa continuar a apoiar as santas casas. A UMP, explicou em entrevista ao Repórter do Marão, procura neste momento “defender da melhor maneira os interesses das Misericórdias”, buscando ferramentas que permitam a sua maior sustentabilidade e melhor gestão para que possam continuar a “prestar um bom serviço às comunidades”. Nos tempos que correm, a crise “fez disparar as carências em Portugal” com muitas pessoas a recorrer às Misericórdias em busca de “alimentos, mas também da isenção dos pagamentos de respostas sociais como as creches”. Com os números do desemprego a aumentar, Manuel Lemos adverte que “aqueles que estiveram a receber subsídio de desemprego, brevemente deixarão de contar com esta ajuda do Estado” pelo que se torna “urgente” pensar em soluções. Se no seu início (a primeira foi fundada em agosto de 1498), as Misericórdias “começaram por ser necessárias, agora são imprescindíveis”, salientou Manuel Lemos, para quem só as Instituições de Solidariedade Social serão “capazes de dar um sentido à nossa organização política, social e económica”. Contudo, a crise económica afeta também as IPSS, algumas das quais “estão a passar por momentos mais complicados”, lamentou. Para enfrentar o aumento de pedidos de auxílio, por parte das famílias portuguesas, as Misericórdias fazem esforços para responder a todas as situações “mesmo sabendo que as condições financeiras não são as melhores”. Porque essa é a sua missão: apoiar os mais carenciados. “Não nos podemos negar a ajudar quem de nós precisa”, garantiu o presidente da UMP. Das muitas situações de carência que existem em Portugal, destacam-se os novos pobres, os que vivem uma “pobreza envergonhada”: uma situação que aflige famílias que até há bem pouco tempo viviam com boas condições em rendimentos. “É muito complicado aceitar e revelar socialmente que precisam de ajuda para bens essenciais como alimentos”, referiu. Para este tipo de situações, as Misericórdias procuram ajudar de uma forma “discreta”, sempre “com atenção ao seu bem estar emocional”.


são “imprescindíveis” e o pior está para vir

ar as carências’ Liliana Leandro | lleandro.tamegapress@gmail.com | Fotos Jornal Voz das Misericórdias e RM

Excessiva concentração do investimento em Lisboa e individualismo político no norte são causas para a depressão “Para mim é evidente que a excessiva concentração do investimento público na região de Lisboa e Vale do Tejo e o individualismo político no norte são as principais causas da depressão desta região”, considera Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas. Já foi vice-presidente do Comité ‘Poverty Alleviation’ das Nações Unidas, representante de Portugal no Comité para os Assuntos Sociais da União Europeia e perito designado pelo Comité de Regiões para Avaliação do Programa Sócrates na EU. Por isso, por toda essa experiência, merece ser ouvido quando admite que o norte de Portugal está deprimido. Se as Misericórdias se devem sobrepor ao papel do Estado na procura de soluções, o presidente da UMP responde não haver sobreposição de papéis. “Somos parceiros do Estado e esta parceria é fundamental para que os objetivos de bem estar social sejam alcançados”, explicou. Porque toda a colaboração é necessária, Misericórdias e Estado “são complementares”. Atualmente, as Misericórdias Portuguesas atuam, ao nível dos hospitais e saúde, em parceria com o Estado por via de um protocolo de cooperação que, referiu Manuel Lemos, “está em vigor desde 1985”. Ainda assim, salientou, “a UMP tem encetado esforços junto do Ministério da Saúde para melhorar as condições da parceria”.

De acordo com o presidente, o aproveitamento da capacidade das misericórdias e os preços a que se propõem praticar, “são uma contribuição séria para a diminuição do défice das contas públicas”. E isto “sem prejuízo da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos”, sublinhou. Para garantir um bom trabalho, as Misericórdias promovem formação junto dos seus colaboradores, estando a decorrer vários programas formativos. “Além da ‘Formação Modular’ certificada, que abrange funcionários, também temos formação na área da saúde e o programa ‘Formação Ação’ que visa melhorar a gestão das organizações”, concluiu.

Além da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos é também presidente da Confederação Internacional das Misericórdias. Como forma de escape, Lemos gosta de estar com a família e amigos e também de colecionar miniaturas de automóveis. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, estudou Língua e Literatura Francesa em Paris e Economia nos Estados Unidos da América. A convite de Cavaco Silva, e por sugestão de Silva Peneda, foi convidado para ser representante de Portugal no Comité Consultivo dos Programas Europeus de Luta Contra a Pobreza.


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Centro Escolar de Gandra abre em setembro Com capacidade para cerca de 500 alunos, entre 1.º Ciclo e jardins-de-infância, o Centro Escolar de Gandra, Paredes, ficará concluído no final do verão, estando previsto que entre em funcionamento em setembro, no início do próximo ano letivo, anunciou a autarquia. Além das 22 salas de aulas (uma delas adaptada para alunos com deficiência), o Centro Escolar de Gandra vai ter dois refeitórios, sala de informática, biblioteca e ginásio. O novo Centro Escolar é um dos 14 previstos na Carta Educativa do concelho, orçada em cerca de 50 milhões de euros de investimento (20 milhões de euros comparticipados pelo Estado). O concelho de Paredes fez parte do roteiro de visitas das deputadas Raquel Coelho e Margarida Almeida, do PSD, Rosalina Martins (PS) e Isabel Galriça Neto, do CDS. As quatro deputadas da Assembleia da República integram o Grupo de Trabalho em Ensino Especial e visitaram as obras do futuro Centro Escolar de Gandra. Raquel Coelho foi durante 12 anos vereadora na Câmara de Paredes, período em que “esteve ligada ao

ensino especial”, daí a inclusão de Paredes nas viagens pelo país, disse a deputada ao Repórter do Marão. “Paredes tem um projeto na área da educação fabuloso”, elogiou Raquel Coelho, após a visita às obras do futuro Centro Escolar de Gandra, um dos maiores do concelho e que receberá os alunos das freguesias de Astromil e Gandra. Na visita participou o diretor da Direção Regional de Educação do Norte (DREN), António Leite. O “esforço” que a Câmara de Paredes tem feito na área da Educação Especial manifesta-se, segundo a autarquia, nas obras de melhoramento da Unidade de Apoio a Alunos com Multideficiência da EB 1/JI de Redonda – Madalena, onde foi construída e equipada – está a funcionar há um ano – uma sala de estímulos sensoriais “Snoezelen”. Também é prestado apoio a crianças com Necessidades Educativas Especiais em 24 escolas. O transporte regular destes alunos custa à autarquia 100.500 euros por ano, despesa que é comparticipada “em apenas 18.500 euros pela DREN”, divulgou a autarquia.

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Celso Ferreira: “Passos Coelho tem condições para tomar conta do país” A liderança do PSD está a ser disputada por “três belíssimos candidatos”, mas há um que se destaca “porque tem características que os outros não têm e sobretudo tem um trabalho de casa feito que impressiona”. Para o presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, que nem considera o quarto elemento, esse candidato é Pedro Passos Coelho. “Se de repente o PSD tivesse que tomar conta do país, dos três [Aguiar-Branco, Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho] o que estaria melhor preparado para com menor dificuldade agarrar os dossiês de gestão do país seria claramente Pedro Passos Coelho”, disse ao Repórter do Marão o autarca de Paredes. E explicou porquê: “Teve tempo, anda a trabalhar a sério neste projeto político há três anos”. Celso Ferreira diz estar “empenhadíssimo” em ajudar o PSD “a encontrar um caminho” porque “o país precisa de mudar, mas o país só muda se o PSD mudar”. A prova desse empenho e trabalho está no facto de a Concelhia de Paredes ser neste momento a terceira maior do país, logo a seguir à de Gaia e à do Porto. Celso Ferreira contraria as críticas de superficialidade e falta de substância feitas a Passos Coelho. Diz que nas “reuniões de desenvolvimento estratégico” ficou bem demonstrada “a preparação e o nível de conhecimento, comprovados por especialistas na sala”.

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marco de canaveses

Mais de 300 mil euros atribuídos a associações e juntas de freguesia

Tongobriga assinala 30 anos de investigação Associação de Amigos inicia ciclo de conferências a 30 de abril com um debate sobre o papel da escola No ano em que se assinalam os 30 anos do início dos trabalhos de escavação e de investigação na Área Arqueológica do Freixo, no Marco de Canaveses, a Associação de Amigos de Tongobriga promove, com o patrocínio da empresa JAPAutomotive, um ciclo de conferências que já tem as duas primeiras agendadas. “Julgamos que é muito oportuno, também desafiante, fazer algumas leituras contemporâneas que o estudo de Tongobriga pode propiciar”, explicou ao Repórter do Marão o arqueólogo diretor da Área Arqueológica do Freixo, Lino Tavares Dias. Para as conferências foram convidadas “personalidades que muito podem contribuir para a reflexão a desenvolver em seis sessões”que vão realizar-se no restaurante/cafetaria, junto ao fórum romano. A Associação de Amigos de Tongobriga espera que nesse espaço se “proporcionem agradáveis jantares à sexta feira ou almoços ao sábado”. As conferências terão lugar após ser servido o café, seguindo-se um período de debate. O ciclo de conferências começa no dia 30 de abril, sexta feira, ao jantar. O tema é “O papel da escola na salvaguarda da herança”, por António Leite, diretor Regional de Educação do norte e Álvaro Gomes, professor da Universidade do Minho (aposenta-

do), atualmente com responsabilidades na montagem da Universidade em Angola. Dia 29 de maio, sábado, ao almoço, Luís Campos e Cunha, ex-ministro da Economia e professor da Faculdade de Economia de Lisboa e Luís Braga da Cruz, professor da Faculdade de Engenharia do Porto, vão falar sobre “O papel do património nas economias regionais e no desenvolvimento regional”. Cidade construída na periferia do Império no início do século II d. C., Tongobriga “é hoje interpretada como estrutura geoestratégica romana, também como centralidade e foco de cidadania”. Dessa cidade, “forte estrutura arquitetónica e urbanística, restam ruínas. Aparentemente não deixou ‘marca evidente’. Só as escavações arqueológicas sistemáticas realizadas desde 1980 permitiram perceber a sua pujança como conformadora do território de administração romana”. Lino Tavares Dias destaca que “os últimos resultados da investigação apontam para o facto de Tongobriga, como cidade, ter tido uma vida efémera de poucas centenas de anos. O mesmo parece ter acontecido a todas as cidades romanas construídas na bacia do Douro”.

Escola de Alpendurada e Caerus promovem fotografia A Escola EB 2,3 de Alpendurada e o Projeto Caerus promovem o concurso de fotografia “A Imagem e a Arte de Saber Crescer”. O concurso é dirigido a toda a comunidade escolar do segundo e terceiro ciclos e do secundário do concelho do Marco de Canaveses e da Escola EB 2, 3 de Vila Caiz, esta do concelho de Amarante. O concurso integra cinco categorias: Concelho: a nossa terra; Direitos humanos: Pobreza e exclusão social; Profissões: um amanhã com futuro; Património

histórico: pedras e caminhos; e Lá fora: o mundo. O prazo para entrega das candidaturas termina a 26 de março. Não há limite de fotos por concorrente. Cada candidato tem de pagar um euro para a impressão de cada foto. As imagens apresentadas a concurso devem ser originais e suportar no mínimo 2 500 x 3 500 pixéis. O júri do concurso vai avaliar os trabalhos “tendo em conta a originalidade, adequação à categoria em que se inscreve e a criatividade”.

A Câmara do Marco de Canaveses atribuiu cerca de 324 mil euros a juntas de freguesia, clubes e associações do concelho. A cerimónia pública de assinatura dos protocolos levou ao salão nobre da Câmara autarcas e representantes das colectividades apoiadas. Estes benefícios financeiros destinam-se a apoiar actividades nas áreas da acção social, cultura, educação, desporto, equipamentos e acessibilidades. Entre as verbas atribuídas destaque para os 60 mil euros que vão receber os Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses. À Junta de Freguesia de Tabuado foram atribuídos 50 mil euros para a construção do novo cemitério. A Academia das Artes vai receber 36 mil euros. Para a realização de seis concertos a Câmara atribuiu 20 mil euros à Associação Cultural, Artística e Desportiva de Vila Boa de Quires. Aos Amadores de Pesca do Marco foram atribuídos 15 mil euros para construção de balneários e de um salão polivalente. Para a construção de uma bancada, o Futebol Clube de Paços de Gaiolo vai receber 10 mil euros. À Associação dos Amigos dos Animais do Marco (ANIMARCO) a Câmara atribuiu 6. 000 euros.

Câmara comemora 158º aniversário da elevação a concelho Os 158 anos da elevação do Marco de Canaveses a concelho vão ser assinalados com um programa comemorativo que abre com um concerto da primavera, pela Orquestra do Norte, no dia 21 de março, às 17:00, na igreja do convento de Alpendorada. Dirigida pelo maestro Nino Lepore, a Orquestra do Norte vai tocar obras de Carl Reinecke e Ludwig van Beethoven. No concerto vai participar a solista Kayoko Minamino (flauta). As comemorações prosseguem com o espectáculo musical de revista à portuguesa “Praceta dos 25”, pelo grupo de teatro amador do Sporting Clube Candalense, no dia 27 (Dia Mundial do Teatro), às 21:00, na sala de espectáculos da Casa do Povo de Fornos. No dia seguinte, o 4.º passeio de BTT “Trilhos do Marco” parte às 9:00 do estádio municipal. A 31 de março, dia em que se assinala a fundação do concelho do Marco de Canaveses, vai ser inaugurada a exposição do concurso de fotografia “Marcos do Marco” (a entrega de trabalhos decorre até ao dia 22), e vão ser entregues os prémios aos vencedores. Às 21:30, no salão nobre dos Paços do Concelho, Jorge Alves, professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o gestor José Carlos Pereira são oradores na conferência “O Marco de Canaveses e a República”.


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imigração

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nordeste

UTAD lança concurso de ideias

Ecologistas do Alto Tâmega recolhem assinaturas contra as barragens Dezenas de pessoas já subscreveram a petição que contesta a construção das quatro barragens do Alto Tâmega, por causa da destruição de campos agrícolas, deterioração da qualidade da água ou efeitos graves no ecossistema. A iniciativa partiu das juntas de freguesia das áreas afetadas e do núcleo do Alto Tâmega do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega. A “cascata” do Alto Tâmega, adjudicada à espanhola Iberdrola, prevê a construção de quatro barragens: a do Alto Tâmega, em Vidago, e Daivões (ambas no rio Tâmega) e Gouvães e Padroselos (afluentes). Para além da recolha de assinaturas, estão a decorrer sessões de esclarecimento sobre o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das barragens do Alto Tâmega, em consulta pública até 14 de abril. Realizou-se, em Vidago, concelho de Chaves, a sessão “Vamos salvar o Tâmega” que teve como objetivo esclarecer e alertar a população para os previsíveis impactos que a construção das barragens poderá originar num futuro próximo, afetando o ambiente, a economia local, os ecossistemas e a qualidade da água. O economista Amílcar Salgado, que integra o movimento de cidadãos, disse que, a construção das barragens, vai “deteriorar a situação económica das populações locais, uma vez que lhes serão retiradas os meios de sustentabilidade”, com a destruição dos melhores campos agrícolas e a eliminação de postos de emprego. “Em termos sócio-económicos não vai ficar nada. Vai registar-se apenas o emprego temporário durante

a construção, depois ficarão apenas quatro vigilantes, um por barragem. A própria Iberdrola terá os seus escritórios no Porto ou Lisboa gerando aí receitas e postos de emprego”, referiu. Segundo o responsável, a “albufeira contínua” em que se transformará o rio Tâmega vai afetar o clima e provocará efeitos muito graves no ecossistema. Amílcar Salgado alertou ainda para a deterioração da qualidade da água, agravando os problemas de poluição que o rio Tâmega já possui, para os impactos negativos na paisagem e no turismo. O responsável falou ainda nos “custos acrescidos” que as populações vão ter que suportar com o aquecimento por causa da diminuição da penetração dos raios solares provocados pelo aumento do nevoeiro, dos tratamentos fitossanitários nas vinhas por causa do clima mais húmido ou o aumento dos mosquitos. “O EIA não contempla os custos sombra, ou seja, os custos indiretos que as populações locais vão suportar nas áreas onde se vão instalar as barragens”, frisou. Amílcar Salgado assegura que não é contra as barragens, mas salienta que a sua construção tem que ser “analisada de forma rigorosa e credível”. “O Governo já vendeu e recebeu dinheiro pelas barragens e por isso quer agora construir a todo o custo, independentemente das consequências para o ambiente e populações”, salientou. Os ambientalistas do Alto Tâmega vão também associar-se à manifestação nacional que decorre sábado, em Amarante.

Manoel de Oliveira filma no Douro Trinta e cinco alunos do curso de teatro da Universidade de Vila Real foram selecionados para participarem como figurantes ou segundas personagens no filme que Manoel de Oliveira está a rodar no Douro. O cineasta está entre março e abril no Douro a rodar “O Estranho Caso de Angélica”, filme anunciado há um ano pelo próprio Manoel de Oliveira aquando de uma homenagem da região pelos seus 100 anos. Fonte da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) disse que 35 alunos foram selecionados nos castings e irão participar no filme nas mais variadas formas, desde figurações a segundas personagens. Esta experiência para os alunos do curso de teatro e artes performativas, que começou com os castings realizados na própria universidade, vai de encontro à vontade de Manuel de Oliveira que, desde início, fez

questão de ter pessoas do Douro entre as personagens que protagonizam as cenas essenciais do filme. Produzido por Luis Minarro, Maria João Mayer e François d’Artemare, da “Filmes do Tejo”, o filme vai ser rodado na mais antiga região demarcada do mundo, numa altura em que Manuel de Oliveira completou já os 101 anos de idade. Com um orçamento de 2,5 milhões de euros, e apoiado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) com 700 mil euros, o filme é baseado num argumento escrito pelo realizador em 1952 e conta uma história sobre o amor metafísico.Passado na década de 1950, o filme começa com um fotógrafo hospedado num pequeno hotel e que é subitamente acordado durante a noite pelos proprietários, para que vá tirar uma foto à filha acabada de falecer.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lançou o concurso de ideias - INOV@ UTAD - para incentivar a inovação e o empreendedorismo entre os docentes, investigadores, alunos e ex-alunos. Os interessados podem apresentar as candidaturas até 24 de março a este concurso que visa apoiar projetos empresariais viáveis, diferenciados e inovadores, com grande potencial de aplicabilidade. O vencedor do primeiro prémio receberá 5.000 euros e terá acesso a serviços de consultoria/gestão/comunicação/informação, para elaboração do plano de negócios e estudos de mercado, no valor de 4.000 euros, bem como serviços de consultoria estratégica em Propriedade Intelectual no valor de 2.000 euros. O projeto classificado em primeiro lugar participará no concurso ‘I2P Portugal - Idea to Product Competition’, organizado em parceria com a COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação, o Instituto Pedro Nunes e as universidades do Minho, Beira Interior, Aveiro, Coimbra, Évora, Porto e Vila Real.

DREN analisa relatório sobre criança que se atirou ao Tua

A escola de Mirandela já entregou à Direção Regional de Educação do Norte (DREN) o relatório do inquérito interno ao caso da criança que desapareceu há oito dias no rio Tua. Fonte da DREN confirmou ter recebido o relatório da escola EB 2/3 Luciano Cordeiro mas adiantou que “para já não faz sentido qualquer declaração sobre o relatório por se encontrar ainda sob análise”. A criança de 12 anos desapareceu no início de março no rio Tua, onde têm sido feitas buscas para encontrar o corpo. A par do inquérito interno da escola está também em curso um inquérito judicial a cargo do Ministério Público que delegou na PSP a condução do mesmo. A polícia já ouviu mais de 15 testemunhos que confirmam a existência de agressões no caso de Mirandela, não falam em suicídio e descrevem Leandro como “uma criança reguila”, segundo disse à Lusa fonte ligada ao processo. Colegas e familiares associaram o caso à violência na escola e nos últimos dias vários pais têm denunciado publicamente outros alegados casos, falando mesmo de bullying e da “inação da escola”. Na terça feira, cerca de 300 pessoas participaram numa marcha de solidariedade à família do pequeno Leandro.

Centro Oftalmológico na Régua No Hospital D. Luiz I, no Peso da Régua, foi criado um centro oftalmológico – e não oncológico, como por lapso foi publicado na edição anterior, na entrevista com Carlos Vaz – serviço que está a eliminar as listas de espera que existiam em toda a área territorial do centro hospitalar.



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Personalidades nacionais discutem o país em Amarante O magistrado e ex-ministro da Justiça, Álvaro Laborinho Lúcio é o convidado que vai inaugurar o ciclo “Conferências de Amarante”, que tem início a 27 de março, às 15:00, no auditório da Casa das Artes de Amarante. Logo de seguida, pelas 16:30, começa a conferência da Primavera, sobre “Os partidos políticos como organização: estratégia e objetivos” , com o cientista social e politólogo André Freire, o economista e ex-ministro da Economia Joaquim Pina Moura e Luís Todo-Bom. A 9 de junho (16:30) realizase a conferência do verão: “De como uma boa estratégia para a cidade contribui para uma nova cidadania”, em que participam o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, o arquiteto Manuel Salgado e António Mega Ferreira.

As Conferências de Amarante, cujo programa se estende até 2012, pretendem “ajudar a pensar” o país e Amarante e surgiram “pela iniciativa de um grupo de cidadãos das mais diferentes proveniências ideológicas mas irmanados no mesmo amor pela sua cidade e pelo seu país”. A realizar três vezes por ano, as conferências “têm um duplo objetivo: por um lado, o de se

constituírem elo de ligação entre os amarantinos; por outro, o de darem visibilidade às suas realidades e preocupações fora dos limites da sua cidade”, suscitando “oportunidades de participação comprometida, de esclarecimento experiente, de informação sabedora”. O grupo de cidadãos que constituíram o Forum Amarante XXI, recentemente criado, referiu na apresentação das conferências que “Amarante não pode viver apenas da memória de Pascoaes e Amadeo, ou da glória de Agustina; nem pode só ostentar como motivo de orgulho ter sido barreira a invasores ou local privilegiado para tertúlias de poetas e democratas quando uns e outros eram pouco queridos no nosso país. Tem que ser capaz de os merecer e continuar”.

tâmega e sousa

Manifestação contra a barragem O Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega, a associação ambientalista Quercus e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) vão participar na manifestação contra a barragem de Fridão. A ação de protesto realiza-se sábado, dia 13, às 12:00, junto à ponte de S. Gonçalo, em Amarante. Num encontro com a imprensa, dirigentes do PEV, apelaram em Amarante à união e participação na manifestação contra a barragem. Manuela Cunha, da direcção nacional do PEV, deu a conhecer o conteúdo do parecer do partido sobre o Estudo de Impacto Ambiental da Barragem de Fridão. A dirigente do PEV enumerou os impactos negativos que foram “omitidos ou minimizados”. E referiu-se às largas dezenas de pequenos e médios proprietários que vão ficar sozinhos, com capacidade de negociação “nula” perante a hidroeléctrica. Até porque, recentemente, houve alterações ao código das expropriações que prevêem “um nível de exceção ainda maior”, disse a dirigente do PEV, antevendo que os proprietários vão chegar a um ponto em que, “sem contratos, sem expropriações, lhes vai ser dito: ‘fujam que vêm aí as águas’”.

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Presidente da Comissão Europeia

Barroso e a nostalgia Paula Lima | plima.tamegapress@gmail.com | Fotos P.L.

É

do 13º andar do edifício Berlaymont, em Bruxelas, que o presidente Barroso lidera os destinos da Europa. O português José Manuel Durão Barroso já vai no segundo mandato como presidente da Comissão Europeia mas não deixa de pensar no seu país de origem e, por isso mesmo, deixou-se invadir pela nostalgia ao pensar no Douro e em Trás-os-Montes.

Bruxelas é uma cidade fria. A ameaça de neve e a chuva gelada tomam conta dos dias por esta altura do ano. Do distante Portugal chegou uma pequena comitiva que trouxe um pouco de “sol” ao presidente da Comissão Europeia. Entre reuniões e conversas com os chefes de Estado da Croácia e Sérvia, Barroso arranjou tempo para recordar a terra dos seus pais e ouvir as preocupações de quem vive no Douro. “Desculpem a vaidade, mas sou cidadão honorário de Lamego. Por isso acho que também tenho uma obrigação especial”, afirmou José Manuel Barroso à comitiva liderada pelo presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes.

| Família viveu na Régua e em Lamego | A meio da conversa, Barroso parece ficar distante. “Agora, por acaso estava a lembrar-me da minha família”, reconhece, com a emoção estampada no olhar. E explica. “O meu pai era de Valpaços, a minha mãe de Folhadela, Vila Real, mas viveu na Régua e sobretudo em Lamego. De facto, é uma região do país que eu acho extremamente bonita. Aquelas pessoas têm uma enorme capacidade de trabalho, de iniciativa e de resistência”, referiu. Acrescentou: “Estão agora a perceber porque eu não gostei quando me chamaram sulista, não estão?!”.

O presidente Barroso, o nome pelo qual Durão Barroso passou a ser conhecido na Europa, gosta de regressar ao Douro. “Mas agora tenho muito pouco tempo. Vou sempre a correr”, referiu. Por esta altura, não é fácil chegar perto do homem que ocupa um dos cargos mais importantes da Europa. A agenda e a segurança são muito apertadas. Por isso mesmo, Francisco Lopes não perde a oportunidade de expor algumas preocupações. Barroso diz não se importar.

| Preocupações e problemas | “Para mim é sempre bom estar em contacto, nem que seja por pouco tempo, com pessoas da sociedade do nosso país. Não apenas os chefes de Estado ou de Governo ou outras com funções políticas, mas com pessoas que estão no terreno e me podem dar, nem que seja por um pouco, uma sensibilidade do que se passa no nosso país”, salientou. E perguntou: “como está agora a região?” Francisco Lopes já tem o discurso preparado e, sem perder tempo, respondeu. “A situação económica está muito má e reflecte-se em todas as atividades nomeadamente no turismo que era, ou devia ser, a atividade emergente que devia compensar os problemas dos setores mais tradicionais como é o vinho”. O autarca disse ainda que se “continua a investir no turismo, mas a um ritmo abaixo do que seria desejável”. Acrescentou que, no entanto, algumas atividades continuam razoavelmente bem, como é o caso do turismo fluvial e alguns investimentos em hotelaria. “E a população estudantil”, interrompeu o presidente Barroso. O autarca explicou que se tem mantido, tanto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) como na Escola Superior de Lamego. “Isso é muito bom, traz vida e estimula o comércio”, concluiu o presidente da Comissão Europeia. Para além da economia local, Francisco Lopes aproveitou para falar ainda sobre a “problemática” da execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Ou seja, dos atrasos registados na sua execução, a qual na sua opinião


pelo Douro será agravada devido às dificuldades económico financeiras atuais. “Isto porque os promotores, nomeadamente as autarquias, não têm dinheiro para juntar a componente de comparticipação nacional aos fundos comunitários. Esta situação vai prejudicar a segunda fase de execução do QREN 2010/2013 que está agora em início de avaliação e também a possibilidade de obtermos novos fundos comunitários após 2015”, salientou o autarca. Barroso corroborou e frisou a importância que há na boa execução dos fundos estruturais. “Vamos discutir agora qual vai ser o orçamento da União a partir de 2013. Quando se fizer a avaliação desses fundos é importante ver que esses investimentos se traduziram não apenas em vantagens de curto, médio e longo prazo”, frisou. O presidente da Comissão Europeia referiu ainda que “muitos dos problemas e dificuldades que existem em Portugal existem também noutros países”. “Há um momento difícil, não o escondo, temos que ser absolutamente sinceros. Mais grave nuns do que noutros países e temos que enfrentá-lo com determinação”. No entanto, Barroso diz que a União Europeia é parte da solução. “Temos dado um grande apoio ao desenvolvimento de Portugal, nós somos pela coesão económica, social e territorial”. A conversa tem que terminar porque o presidente da Comissão Europeia ainda tem vários telefonemas para fazer e o dia já vai longo. Lá fora continua a chover e está frio. Falta o sol no centro da Europa.

| Divulgar a Europa | A viagem da comitiva de Lamego a Bruxelas foi organizada pelo Centro Europe Direct de Lamego e a Comissão Europeia. Além do presidente da câmara, viajaram ainda outros autarcas, professores e jornalistas. “Esta iniciativa cumpre uma dupla função de conhecimento da união europeia relativamente a um conjunto de pessoas e instituições que podem ajudar a difundir a mensagem sobre o processo de construção europeia e esse é efetivamente o objetivo da Comissão Europeia”, explicou Francisco Lopes.

Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego e José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia.

Primos da Régua encontraram uma vida melhor na capital belga

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artiram para Bruxelas à procura de uma vida melhor. Os primos Carlos e Cesário, naturais da Régua, são dois dos muitos portugueses que embarcaram na aventura da emigração e escolheram a capital belga para viver e trabalhar. A noite era de festa. Dois primos e sócios, naturais de Vilarinhos dos Freires, no concelho do Peso da Régua, jantam no “escritório”, em plena cidade de Bruxelas, para festejar o nascimento da primeira filha de Cesário. O “escritório” é o café “Le Portugal”. É aqui que se reúnem muitos dos portugueses emigrados na capital belga. É aqui que matam saudades, que vêem futebol, que festejam. Cesário Borges, 28 anos, e Carlos Monteiro, 36 anos – posicionados, respetivamente, à direita e à esquerda, na foto – são primos e sócios de uma empresa de construção civil. São ambos de Vilarinhos de Freires, concelho de Peso da Régua, e emigrantes em Bruxelas. Cesário estava farto de andar de farda, era militar, e por isso partiu à aventura. “Vim para aqui ganhar dinheiro para comprar um carro e depois regressar a casa. Mas agora já não quero ir”, afirmou Cesário Borges ao Repórter do Marão. O emigrante conheceu a esposa, Patrícia Morais, em Bruxelas, e na noite de 5 de março, sábado, era um dos homens mais felizes do mundo. “A minha filha nasceu hoje. É a Íris!”, afirmou orgulhoso. Cesário não queria sair do hospital, de perto da mulher e filha, mas o convite do primo Carlos foi insistente e por isso foi jantar ao “Le Portugal”. Nessa mesma noite, o café assinalava os 106 anos do Sport Lisboa e Benfica. A casa estava cheia de portugueses. Portugueses de norte a sul do país. Mas no “escritório” também se fala muito o francês, porque já são muitos os belgas que ali vão comer as especia-

lidades da culinária portuguesa: o bacalhau à Brás, a alheira, os secretos de porco. “Ali mais abaixo vivem tantos alentejanos que quando lá vamos dizemos que vamos ao Alentejo”, brinca Carlos. Por ali perto ficam também localizados o café “Régua” ou a sede do Sport Clube de Vila Real de Bruxelas, uma filial do clube transmontano. “A integração foi fácil. Fomos muito bem recebidos”, explicou Cesário, apesar de, salientou, os belgas da região flamenga serem “muito mais” racistas. A maior parte dos emigrantes portugueses em Bruxelas trabalha na construção civil. Outros espalham-se pela restauração. Carlos foi para Bruxelas com um outro primo. Também trabalhava na construção civil em Portugal. Mas não era patrão nem o ordenado se comparava. “Lá em baixo (Portugal) ganhava para aí um 500 euros. Aqui o ordenado ronda os 2.000”, explicou. E acrescentou: “aqui trabalha-se muito mas felizmente para mim também há muito trabalho”. E quanto ao custo de vida na capital belga, os primos garantem que “é praticamente igual” ao da terra natal. “O telemóvel é mais caro em Portugal, tal como o combustível ou o supermercado”, referiu Carlos. Cesário acrescenta que o que custa mais em Bruxelas é o alojamento. Também Carlos Monteiro conheceu a sua mulher na Bélgica. É portuguesa e natural de Cerva, concelho de Ribeira de Pena. Foi nesta vila que o emigrante construiu casa e onde regressa todos os verões e natais com a família. Os dois filhos, a Andreia de nove anos e o Daniel de quatro, falam português em casa e francês na escola. Adoram ir de férias para Portugal porque têm toda a liberdade, podem brincar na rua com os primos o que não acontece na Bélgica. Por isso mesmo o regresso a Bruxelas é sempre acompanhado com lágrimas. “Por eles não voltávamos”, afirmou Carlos.


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Centro hospitalar do Tâmega e Sousa amplia urgência O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) anunciou que vai ampliar em mais 500 metros quadrados o serviço de urgência da sua unidade de Penafiel. José Alberto Marques espera que as obras, que incluem equipamento e estão orçadas em mais de três milhões de euros, estejam prontas no próximo ano. O edifício onde funciona a urgência verá ampliada a sua área em mais de 30 por cento. A intervenção permitirá criar novos espaços de atendimento, consulta e tratamento dos doentes.

Bombeiros de Resende requalificam quartel Os Bombeiros Voluntários de Resende vão ampliar e remodelar profundamente todo o edifício do seu quartel, anunciou a autarquia. As obras já começaram e vão custar cerca de 400 mil euros, valor comparticipado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e pela Câmara Municipal de Resende, que assegurou as despesas com o projeto, apoio técnico e apresentação da candidatura. As obras de remodelação e ampliação do edifício, que em 35 anos nunca tinha sido intervencionado, vão permitir ultrapassar as atuais necessidades, nomeadamente a inexistência de camaratas e de espaços próprios para o alojamento dos meios da corporação.

Feira do Livro envolveu 1.500 crianças do Agrupamento Amadeo de Souza-Cardoso

Cerca de 1.500 crianças das escolas do 1.º Ciclo e jardinsde-infância do Agrupamento Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, passaram pela feira do livro que decorreu na biblioteca da EB 2,3 de Telões. Mal chegaram, os cerca de 150 alunos da Escola do 1.º Ciclo de Real, a maior do Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, puseram em alvoroço a biblioteca da EB 2,3 de Telões, sede do Agrupamento. “Vamos dar uma volta para ver. Vocês podem mexer, depois põem no mesmo sítio”, avisou alto uma das professoras. Mas nesse momento já as crianças estavam à vontade, circulando, abrindo livros, espreitando, reparando nos preços para ver se podiam comprar. A visita à feira do livro foi uma das atividades da Semana da Leitura que durante seis dias foi o pretexto para que cerca de 1.500 crianças dos jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo tivessem “ contacto direto com os livros”. Isilda Queirós, a professora bibliotecária (um lugar criado recentemente e que tem carga horária total), explica que se trata de uma iniciativa que já entrou na rotina das escolas e que pretende que as crianças contactem com os livros, possam ver, pegar e sentarem-se a ler. Para permitir a visita da comunidade, houve um dia em que a feira do livro esteve aberta à noite. A vinda da escritora infanto-juvenil Odete Praça, a Hora do Conto ou as mesas redondas nas escolas do 1.º Ciclo sobre livros que integram o Plano Nacional de Leitura, depois de terem sido trabalhados nas aulas, preencheram a Semana da Leitura. “Se não fizermos isso, eles passam a vida nos computadores”, diz Isilda Queirós. “Não é inverter, não queremos tirá-los dos computadores”. A ideia é “de maneira gradual não os deixar desligar dos livros”, contou a professora bibliotecária. P. C.

outras terras

Limpar Portugal junta ministra do Ambiente e milhares de voluntários A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, participa no dia 20 em ações da iniciativa “Limpar Portugal”, que receberá também apoio logístico e técnico de várias entidades geridas pela tutela. Segundo Dulce Pássaro, também responsável pelo Ordenamento do Território, o projeto destinado a reunir num só dia milhares de pessoas na limpeza de florestas e zonas verdes é “uma iniciativa louvável” com carácter pedagógico e um forte efeito de sensibilização de pessoas de diferentes idades e níveis de formação. “Já temos no país infraestruturas de tratamento licenciadas para termos resíduos bem geridos, não haveria razão para termos deposições inadequadas. Isto permitirá tornar mais evidente a inadequabilidade deste tipo de práticas, mais pessoas estarão atentas no futuro”, defendeu. A ministra adiantou que a Agência Portuguesa do Ambiente organizou os contactos com várias entidades para facilitar o envio de materiais para reciclagem e que as omissões de coordenação e desenvolvimento regional se disponibilizaram para acompanhar os voluntários em visitas aos locais de deposição de lixo e avaliar tecnicamente as condições de remoção. Também o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade se ofereceu para “orientar os participantes, ajudar no transporte de resíduos e fazer vigilância prévia relativamente aos locais assinalados”. Já os sistemas multimunicipais de gestão de resíduos urbanos, cujo principal acionista é a Empresa Geral de Fomento (tutelada pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), vão disponibilizar infraestruturas e equipamentos para receberem o lixo recolhido “sem custos”. “Eu própria me envolverei e o secretário de Estado do Ambiente [Humberto Rosa]. Vou também convidar mais organismos do ministério, mesmo os que não trabalham diretamente na gestão de resíduos”, expli-

cou Dulce Pássaro. Inspirada num projeto desenvolvido na Estónia em 2008, o “Limpar Portugal” foi lançado com o objetivo de reunir num só dia 100.000 voluntários para recolher o lixo de florestas e zonas verdes de todo o país. A organização espera, contudo, ultrapassar este número de participantes e receber a associação de mais autarquias. A identificação dos pontos que requerem limpeza e a definição das atividades está a ser organizada pelos vários grupos que se estão a formar localmente.

Empresa israelita promete levar mobiliário pacense aos vários cantos do mundo Uma empresa israelita quer adquirir este ano em Paços de Ferreira mais dois milhões de euros de mobiliário para depois o vender em todo o mundo, anunciou a câmara local. “O mobiliário e outras peças de decoração produzidas na Capital do Móvel serão posteriormente comercializadas pela empresa em todo o mundo”, acrescentou a fonte. Recursos humanos deste investidor, designado “WE”, já estão a estudar o potencial de fabrico das indústrias na Capital do Móvel, fazendo o levantamento dos produtos de mobiliário e decoração que melhor se adequem às necessidades dos potenciais compradores. “A WE tem a particularidade de compreender o que pretendem os seus clientes e de procurar no mercado quem melhor fabrica, em que condições de preço e tempo”, observa a edilidade. Em 2007, Portugal exportou 700 milhões de euros em mobiliário. Este ano, a WE espera comprar dois milhões só em Paços de Ferreira e em 2011 prevê atingir os quatro milhões. A empresa já tem um escritório a funcionar

na “Cidade Tecnológica de Paços de Ferreira” e conta com centros de compras na Itália, China, Malásia, Coreia do Sul, Turquia e Estados Unidos, além de um departamento de engenharia de controlo de qualidade, responsável pelos estudos de mercado globais. Na apresentação pública da WE, o presidente da Câmara, Pedro Pinto (PSD), sublinhou a importância que a presença deste investidor pode ter no aumento das exportações de mobiliário produzido em Paços de Ferreira, sobretudo porque tem grande experiência nos mercados internacionais. Os responsáveis da WE em Portugal elogiam o dinamismo do setor do mobiliário nesta região e “a forma ambiciosa” como a autarquia e a empresa municipal responsável pelo investimento empresarial - PFR Invest - tem trabalhado na sua promoção. Rui Coutinho, responsável desta empresa de capitais municipais, define a WE como uma “holding” que “compra capacidade de produção” e poderá constituir “um estímulo para as empresas da região se modernizarem”.


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opinião

Sentido de responsabilidade

N

o próximo dia 12 de março ficará concluído o processo legislativo relativo ao Orçamento de Estado para o corrente ano, com a votação final do documento no plenário da Assembleia da República. Todavia, para aqui chegar, o Orçamento foi previamente sujeito à votação na generalidade, tendo contado com a abstenção do CDS-PP e do PSD e com os votos contra dos partidos antissistema (PCP e BE). Esta diferença substancial no sentido de voto mostra, nesta altura de dificílima situação económica que o país atravessa, o sentido de responsabilidade dos partidos sem vocação de governo e dos partidos do arco da governabilidade. Mas não foi apenas pelo superior sentido de responsabilidade que o CDS-PP se absteve na votação do OE. A viabilização do Orçamento de Estado mostra, desde logo, uma atitude de patriotismo da parte do CDS-PP. Com o nível de endividamento e do défice em valores absolutamente escandalosos, é a credibilidade do Estado português que está em causa. A rejeição do Orçamento e a eventual queda do governo levaria a uma penalização imediata da economia portuguesa por parte dos mercados internacionais, com todas as consequências que daí adviriam para as empresas e para os particulares com

empréstimos bancários. prejudica o casamento no IRS e com a melhoria do subPor outro lado, com a viabilização do OE, o Primei- sídio de desemprego para casais com filhos. ro–Ministro deixa de ter pretexto para não governar. Se Mas também na vida das empresas, com a compenera intenção de José Sócrates abrir sação de créditos entre empresas a uma crise política, a viabilização do Orque o Estado deve dinheiro ou com o çamento afasta qualquer possibilidade reembolso do IVA a 30 dias. de o fazer. Na vida de todos, com o fim das peMas a viabilização do Orçamento nhoras automáticas, que não respeitam de Estado pelo CDS-PP não é imporos meios de defesa dos contribuintes e, tante apenas pelas grandes questões acima de tudo, com a garantia de que de Estado. A decisão dos populares vai não há aumento de impostos. ter um impacto imediato na vida e no O sentido de Estado é tão impordia-a-dia de muitos portugueses. Na tante no governo como na oposição. saúde, o voto do CDS-PP obrigou o goCom a sua posição cooperante e resverno a assumir a contratualização de ponsável, o CDS-PP mostrou ser me40.000 cirurgias com as Misericórdias recedor da confiança dos portugueses que vão permitir acabar com as listas e de cada um dos votos que recebeu Antonino de Sousa de espera em muitas especialidades e nas últimas eleições legislativas. Com Vereador da Câmara assegurou a presença de, pelo menos, o seu voto, o CDS-PP vai permitir Municipal de Penafiel uma equipa em cada distrito na área que, num período de crise profunda, dos cuidados paliativos. Nos impostos, com a abertura a vida dos portugueses possa ser um bocadinho melhor. a uma significativa majoração do desconto do IRS por cada filho, com a oportunidade de alterar o regime que antoninodesousa@gmail.com

O paradigma perdido Eu adoro Penafiel. Tenho pela minha terra uma es- belo friso de árvores que ali existia, que mostrava Petima natural de quem cá nasceu, vive e trabalha. Logo nafiel num quadro naturalista, à boa maneira de um Malhoa, Pousão ou Sousa Pinto. Destruiu-se tudo. sou um penafidelense de trazer por cá. Hoje o que é que temos, nas aveAdoro Penafiel. Tanto, que passo nidas Sacadura Cabral e Egas Moniz? a vida a falar dela. A maior parte das Temos uma acanhada divisória cenvezes mal (bem). De facto não faço outral, debruada com umas miniaturas tra vida. Gosto de olhar para ela e ver arbústicas, que veio retirar toda a becomo anda vestida. Se bem se mal. leza paisagística àquele local. As invaTenho uma cumplicidade com a sões francesas não aconteceram nessa minha terra, que me leva estar semaltura, mas que foi tudo pró “maneta”, pre a par do que se vai fazendo, ou deslá isso foi. fazendo. Aquilo que eu faço não é uma Hoje, este nosso velho burgo, para crítica. Aquilo que eu faço, é um direise modernizar, adotou o único procesto que eu tenho, que é ver e falar dela, so modernizador conhecido em algudessa senhora que comemorou ainda mas cidades e vilas portuguesas. Esse há dias, 240 anos de cidade. processo consiste em destruir o que Para quem gosta desta terra, para está feito e reconstruir via granito e os mais atentos, o problema que aqui betão, edifícios, ruas, passeios, esquequero falar é recorrente, já é mais que cendo, ignorando de todo a cor verde conhecido, só que de vez em quando é que pode ser proporcionada por árvobom voltar o filme atrás. É um filme Fernando Beça Moreira res. É isso que se está a esquecer em mais preto que branco, por causa da Penafiel Penafiel. É disso que Penafiel se tem cor verde ou a da falta dela. É uma hisdespido. Toda a gente sabe, o quanto é tória com alguns anos, três ou quatro décadas. Foi talvez nos anos setenta que a tragédia co- agradável à vista a existência de manchas verdes nas cidades. Não é só nos parques da cidade, não é só nos meçou. Todos se lembram da destruição da antiga praça jardins que a verdura deve imperar. É no granito, no do mercado, que tinha no seu interior frondosas ár- betão, no cimento, na pedra que o verde deve aparecer, vores. O poder político começava a dar um ar da sua até para cortar o cinza que dali transparece. Não concebo esta cidade sem grandes troncos e (des)graça. Não interessa lembrar quem, ou que partido estava a governar Penafiel. O que interessa é não copas guedelhudas. Sinto mais que se derruba uma árvore do que se destrua um monumento de outra esesquecer. E o que é que ali está hoje? Um monumento em pécie. Pedras, só pedras, sem a doçura de uma mancha homenagem ao mau gosto que adulterou irremedia- verde, só servem para cansar a vista. Penafiel sem árvelmente a paisagem da nossa cidade. Ei-lo ali hirto, o vores é uma velha com o caco ao léu. É uma caveira. O que acontece em Penafiel tem acontecido em maior mamarracho que se edificou no concelho! Ainda na mesma zona, todos se lembram de se ter quase todas as terras do país. Os grandes reformadodestruído o belíssimo e largo separador central, atape- res de província reformam, destruindo. Se precisam tado com calçada à portuguesa numa zona da cidade de construir uma choupana, destroem um palácio. Se onde está situado o “centro comercial ao ar livre”. To- lhes falta um jardim, cortam um bosque. Se querem dos se lembram de, com isso ter desaparecido a mais erigir um candeeiro, abatem uma árvore. O lado peri-

goso da maior parte destes vícios, está na complacência de toda a gente com eles. Se o maioral de uma terra quiser secar o rio que banha essa terra, ninguém lhe impede a obra secativa. E que entendimento têm hoje das árvores no espaço urbano os novos autarcas do Portugal democrático? É caso para dizer: mudam-se os tempos, ficam as más vontades. Porque, embrulhada num novo discurso, quantas vezes enfeitado com chavões ambientalistas, persiste a vontade de modernizar a régua e esquadro, com sacrifício de todas as árvores que não se encaixem na geometria do projeto. As vilas e cidades de Portugal parecem, cada vez mais, cenários postiços acabados de inaugurar: não há uma árvore que as ligue ao seu passado. A conclusão é que há um assunto em que toda a nossa classe política - a de ontem e a de hoje, a de esquerda e a de direita, a de todas as cores do arco-íris e de todos os pontos do compasso - está em perfeito acordo. Esse credo unânime foi há tempos brilhantemente sintetizado por um arquiteto e vereador da Câmara do Porto: «Há que acompanhar a evolução natural das coisas. Uma obra não vai deixar de ser erguida por causa de meia dúzia de árvores. Há que ajustar e modernizar”. Fico com a impressão de que temos de ir em busca doutro paradigma...


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opinião

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repórterdomarão

A corrida eleitoral no PSD O desafio de analisar a eleição interna que está a animar as hostes sociais-democratas é estimulante, uma vez que aquilo que sucede com a liderança do PSD tem uma importância que transcende o núcleo dos seus militantes e pode vir a ter um impato direto na vida dos portugueses. Mesmo não sendo um eleitor habitual do partido não caio no exagero do comentador e antigo deputado do PSD, Vasco Pulido Valente, quando este proclama que o “PSD não tem nada para dizer ao país, que, por sua vez, não espera nada do PSD. E a mediocridade de Passos Coelho, Rangel e Aguiar-Branco seria grotesca, se não fosse penosa. Esta campanha parece uma procissão de defuntos”. Pelo contrário, o PSD é um partido central do nosso sistema democrático e, por isso, o país espera que o PSD possa ser uma alternativa credível e consistente, algo que não tem sucedido nos últimos tempos. O que dizer acerca dos candidatos à liderança? Pedro Passos Coelho marca pontos pelo facto de já ter concorrido nas últimas eleições internas. Foi deputado e presidente da JSD, concorreu sem sucesso à Câmara da Amadora, foi vice-presidente de Marques Mendes e preside à Assembleia Municipal de Vila Real. Afastou-se durante alguns anos da política ativa para concluir a sua formação académica e enveredou depois pelo mundo empresarial, pela mão do antigo ministro Ânge-

lo Correia. José Pedro Aguiar-Branco é um militante histórico do Porto, desde os tempos da JSD, foi ministro da Justiça e presidente da Assembleia Municipal do Porto e é atualmente vicepresidente e líder parlamentar. Advogado prestigiado, José Carlos Pereira dedicou-se a temGestor po inteiro à política só depois de ter um percurso profissional consolidado, o que, a meu ver, é uma importante mais-valia. Contudo, o facto de não ter feito carreira anos a fio na política afastou-o do convívio com as bases e esse é um preço que agora lhe pode sair caro. Paulo Rangel é um militante recente do PSD, guindado à liderança da candidatura às eleições europeias do ano passado depois de ter sido líder parlamentar e secretário de Estado. Académico e jurisconsulto, Rangel

Saudade da palavra... de honra

H

á alguns anos os negócios ou acordos no carro com o cheque e fugiu. Como exemplo de compromisso ligado à entre pessoas eram avalizados pela palavra de honra. É evidente que palavra , dou-vos um exemplo pessoal. Há alexistiam na mesma vigaristas e chicos-esper- guns anos, eu e a minha esposa decidimos ventos e é óbvio que nem todos eram santos ou der um andar que tinhamos na Póvoa. Para boas pessoas. Contudo, existia um código de tal, prometemos ao porteiro do prédio um conduta cimentado pela palavra de honra, e prémio de 500 contos, caso este o conseguisquem não cumpria sofria o pior dos horrores, se vender pelo valor que pretendíamos.Passado um mês, tínhamos o andar próprio das pequenas aldeias vendido, marcámos a escritue vilas, o boato! ra e, no final, fomos a casa do No decorrer da minha porteiro entregar os 500 convida fui-me apercebendo do tos. O homem chorou e agravalor da palavra de honra (ou deceu o valor da nossa palada falta dela). Como exemplo vra de honra. da falta dela conto-vos uma Estas histórias, apesar pequena história passada dos contornos , bons ou maus, com o meu sogro, já falecido. servem para garantir a sauUm dia, o meu sogro decidade que me transmitem, sodiu vender a um empresário bretudo dos mais velhos, em marcoense uma das lojas que oposição ao que ocorre atualpossuía. Ficou então acordamente . Hoje em dia, não há do sisar pelo menos dois mil palavra, não há honra, não há contos que iriam ser pagos dignidade, não há problemas num cheque datado para um com boatos, nada disso! mês após a escritura. Na vésHernâni Pinto No entanto há muitas dípera do cheque entrar, esse Marco de Canaveses vidas e, por isso, os psicólochico-esperto, apareceu em gos e psiquiatras estão invacasa do meu sogro, pedindolhe para trocar o cheque por um da firma. O didos de gente com sintomas traumáticos de meu sogro acedeu e foi buscar o cheque. O em- hiper créditos. Porém, o verdadeiro problema revela-se presário passou um novo cheque da firma , assinou-o, rasgou o 1º cheque em pedacinhos e na seguinte questão: quem fica com as dívidas pediu ao meu sogro para ir ao carro com o 2º destas pessoas, a que doutor vai? Resposta: Simplesmente têm que continucheque para a esposa assinar, pois aquela conta obrigava a duas assinaturas. O meu sogro ar a fazer o que sempre fizeram... TRABALHAR! acedeu novamente e o empresário meteu-se

foi militante do CDS no final dos anos noventa, embora esse facto pareça hoje incomodá-lo. Na contabilidade dos votos, Passos Coelho leva vantagem, atendendo aos apoios angariados. Além do mais, o candidato não perdeu o balanço conquistado nas últimas eleições e desde então não mais parou de reunir com militantes por todo o país. Paulo Rangel, que foi elevado, de forma exagerada, à condição de “grande promessa” do PSD, tem defraudado as expectativas nos debates televisivos realizados. Deslumbrado, contava ter uma passadeira vermelha à sua espera, mas o tiro pode sair-lhe pela culatra. Já Aguiar-Branco, provavelmente o candidato mais consistente e melhor preparado, parece partir da derradeira posição. Compreende-se que os candidatos têm de dizer em campanha o que os militantes querem ouvir. Isso explica que o liberalismo de Passos Coelho apareça agora mais encapotado, que Rangel tenha a mirabolante teoria de criar secretarias de Estado do Planeamento a partir das CCDR, adiando assim a regionalização, ou que Aguiar Branco use o PEC como ameaça para fazer cair o Governo. Contudo, no ponto em que o país se encontra, esperava-se mais ponderação e responsabilidade dos candidatos à liderança do PSD. O momento é delicado e devia desafiar os melhores. Haverá lugar a surpresas no congresso do próximo fim-de-semana?

Rotary comemora 105 anos de vida O dia 23 de fevereiro é um dia grande para a humanidade pois comemoraram-se os 105 anos do nascimento do movimento rotário. A partir deste dia abriu-se uma oportunidade para muitos homens e mulheres de todo o mundo poderem disponibilizar parte do seu tempo, da sua vontade de ajudar, de fazer amigos, de dignificar o seu trabalho, de ser solidário, de ser compreensivo para com os que o rodeiam, enfim, para ser útil à sociedade em que vivemos. Como movimento de voluntários que é exige um comportamento exemplar aos seus associados. Todos devem ser um exemplo para os outros no seu local de trabalho devendo exercer a sua profissão de um modo eticamente irrepreensível. Rotary soube impor-se em todo o mundo pela credibilidade dos seus sócios e pela eficácia da sua atuação. A sua condição de instituição mundial permite-lhe estar sempre presente onde houver pessoas com necessidade de serem ajudadas. Ao longo dos anos Rotary foi criando programas em várias áreas como a erradicação da Pólio, os programas pró-juventude, os recursos hídricos, o acesso à saúde, à educação básica e a alfabetização. Graças à atuação dos rotários de todo o mundo tem sido possível dar mais razão de viver a muitas crianças a quem tudo falta, incluindo o amor e o carinho dos seus familiares. As campanhas de vacinação levadas a cabo em países pobres permitem salvar muitas crianças e dar-lhes um futuro melhor. As bolsas de estudo dão oportunidade para estudar a muitos jovens que de outro modo não o poderiam fazer. Os intercâmbios entre rotários e não rotários de diferentes países ajudam a cimentar amizades e a trocar experiências culturais. Projetos de Subsídios Equivalentes permitem equipar pequenos hospitais e escolas, fornecer água potável, criar condições para o acesso à educação, apoiar pequenos investimentos através do micro crédito, enfim, Rotary está onde houver pessoas que necessitem de ajuda. Informe-se sobre as atividades do Rotary Clube da sua terra. Lá pode encontrar uma boa oportunidade para se tornar útil à sua comunidade. Manuel Cordeiro / Governador D 1970


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repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

crónica|eventos

A.M.PIRES CABRAL

Aparências A gente às vezes gosta ou não gosta ― e não sabemos dizer porquê. Melhor: dizemo-lo, recorrendo à sabedoria popular, que postula que “gostos não se discutem” ― e pronto, está tudo dito. De facto, há nos meandros da nossa constituição psíquica mecanismos obscuros que nos levam inconscientemente nesta ou naquela direcção. E nós vamos, sem sequer perguntar porquê. Quem sabe dizer por que razão gosta ― é um supor ― de figos? E quem sabe dizer por que razão não gosta ― é outro supor ― de cenouras? Gosta-se ou não se gosta, ponto final, parágrafo. Claro que, em outros casos, o gostar ou não gostar pode ter causas menos obscuras e incoercíveis. Sei de muito boa gente que não gosta, por exemplo, de arroz de cabidela porque acha que tem um aspecto repulsivo. Já é uma razão. E há muitas pessoas de quem se gosta ou não gosta em função da concordância ou discordância do nosso pensamento com o pensamento delas. Também é uma razão. Eu tenho dificuldade em gostar do Dr. Paulo Rangel (politicamente, entenda-se; pessoalmente, nem sequer conheço o senhor). Por uma série de razões. Porque me parece demasiado beneditino para o meu gosto. (Mas isso é uma razão subjectiva, logo algo perversa e nada relevante). Também porque me parece um tanto convencido. (Continua a ser uma razão subjectiva, mas já não tanto. Em certos círculos do PSD, o Dr. Paulo Rangel foi malevolamente comparado a um ‘pinguim deslumbrado’, e, descontada a malevolência e o pinguim, não me parece mal visto, principalmente depois de o ter ouvido proclamar numa entrevista recente que de ganhar eleições percebe ele, porque já ganhou uma. Não será currículo demasiado escasso ― uma eleição ganha ― para tamanho deslumbramento? E foi ele sozinho que ganhou a tal eleição? O resto do partido não fez nada de nada por isso? E quando o PSD perdeu eleições, ele não as perdeu também? Não estará a levar longe demais o seu papel de homem providencial e a querer passar subliminarmente a ideia de que ou ele — ou le déluge?) Há uma outra razão — esta, objectiva — para eu ter dificuldade em gostar dele. (Politicamente, repito; nada tenho de pessoal contra o Dr. Paulo Rangel. A propósito, espero que ele se sinta à vontade para não gostar de mim, se alguma vez lhe chegarem aos ouvidos ecos

desta crónica.) Foi a sua prestação no Parlamento Europeu, quando tonitruou que Portugal já não é um estado de direito, porque está em causa a liberdade de expressão. Que efeitos procuraria o Dr. Paulo Rangel retirar desta queixinha, deste imponderado e injusto denegrir da imagem de Portugal no estrangeiro? Está em causa a liberdade de expressão em Portugal?!... Num país em que todos os dias vemos na imprensa, na rádio, na televisão e na internet chamar mentiroso ao primeiro-ministro (não sei se com ou sem razão) ― está em causa a liberdade de expressão?!... Que diabo quererá o Dr. Paulo Rangel exprimir, que não lhe deixam? Aqui, apetece usar as palavras que Manuela Ferreira Leite usava na Assembleia da República para repreender deputados, quando ministra das Finanças: “Ó senhor deputado...” (Assim como quem acrescenta: “... poupe-nos aos seus dislates.”) Todos estarão lembrados disto; de resto a expressão, dita num insuportável tom paternalista, fez escola, e José Sócrates usa-a hoje com todo o à-vontade e com o mesmíssimo paternalismo. Há ainda uma última razão, também objectiva. Cito, de órgãos de comunicação social, palavras que o Dr. Paulo Rangel proferiu na mesma ocasião e lugar: «(...) O jornalista Mário Crespo viu censurada uma crónica sua também por sugestão, ou aparente sugestão, do primeiro-ministro.» Que confusão vem a ser esta, Dr. Paulo Rangel? O senhor não compreende que uma coisa é “por sugestão” e outra coisa é “por aparente sugestão”, e que a diferença que vai de uma a outra é a mesma que vai da acusação categórica à insinuação improvada? Em que ficamos? Se foi “por sugestão” (e ― atenção! ― eu não digo que o não tenha sido), é uma coisa; se foi “por aparente sugestão”, é outra. No primeiro caso, há um delito cometido pelo primeiro-ministro; no segundo caso, há um boato difundido pelo deputado europeu. Ora, um deputado europeu tem de saber que não é com boatos e queixinhas que se prova que Portugal é uma república das bananas onde, coitadinhos de nós, corre perigo a liberdade de expressão. E eu não posso gostar (neste caso, política e intelectualmente) de uma pessoa que tira as conclusões que lhe convêm com base em aparências.

NR: Texto escrito sem a adoção do Acordo Ortográgico

pirescabral@oniduo.pt

Caricaturas de Santiagu até ao fim do mês em Amarante Mais de meia centena de caricaturas e cartoons da autoria de Santiagu estão expostos em Amarante, no átrio da Biblioteca Municipal Albano Sardoeira, até 31 de março. A exposição “Eloquências do LápisHumor de Santiagu” mostra um conjunto de trabalhos sobre temas diversos: política nacional e internacional, televisão, religião e artes (na imagem, a caricatura da escritora Agustina Bessa Luís). Santiagu é pseudónimo de António Santos, professor de Educação Visual e Desenho desde 1994 e colaborador regular do Repórter do Marão. No ano passado Santiagu recebeu o Prémio Distinção,

Três dias para saborear gastronomia de Verín (Galiza) no Amadora Cartoon. Nos dias 19, 20 e 21 de março, a vila de Verín (junto à fronteira de Chaves), vai acolher a tradicional Feira do Lázaro e a terceira edição do certame gastronómico “Vila de Verín”. Além da celebração religiosa em honra de São Lázaro, vão ter lugar de uma série de atividades culturais e lúdicas que irão decorrer em vários pontos da vila. Nos três dias, das 11 às 21:00, e com entrada gratuita, o palco da Feira vai ser o Pavilhão Municipal de Desporto de Ve-

rín onde vão estar dois dos principais atrativos: artesanato e gastronomia, com participantes da Galiza e do norte de Portugal. Também no pavilhão, vai decorrer pelo terceiro ano consecutivo, o concurso “Cigarrón de Verín”, aberto a alunos de escolas de hotelaria, profissionais e amadores. Os pratos apresentados devem ser de criação própria e elaborados ao vivo. O programa da Feira inclui ainda provas desportivas, atuação de fanfarras e bandas de música portuguesas e espanholas e uma feira de cães de caça. Nos restaurantes de Verín vão ser servidos bacalhau e cabrito a preços entre os 18 e 22 euros.

Festa das Camélias em Celorico de Basto Pelo sétimo ano consecutivo Celorico de Basto organiza a Festa Internacional das Camélias, nos dias 12, 13 e 14 de março. Na abertura, sexta-feira, dia 12, num fórum com o tema “O turismo em Celorico de Basto” vão ser apresentados ao público os projetos turísticos em estudo. Dia 13 têm lugar a exposição, concurso e mercado de camélias, “onde os verdadeiros apreciadores da camélia expõem os seus melhores exemplares”. Ainda no sábado realiza-se o “Muro de Camélias” que visa incentivar e envolver a população local e que consiste na ornamentação de pequenos muros com trabalhos alusivos às camélias. No domingo, realiza-se o já tradicional passeio pelos jardins de camélias existentes no concelho de Celorico de Basto.


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artes | nós

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repórterdomarão

C a r t o ons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos] * Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Fundado em 1984 Quinzenário Regional Registo/Título: ERC 109 918 Depósito Legal: 26663/89

Redação: Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23 Apartado 200 | 4630-296 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 - Fax: 255 523 202 E-mail: tamegapress@gmail.com Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689), Diretor adjunto: Alexandre Panda (C.P. 8276) Redação e colaboradores: Alexandre Panda, António Orlando (C.P. 3057), Jorge Sousa; Alcino Oliveira (C.P. 4286), Paula Costa (C.P. 4670), Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Helena Fidalgo (C.P. 3563), Helena Carvalho, Patrícia Posse, A. Massa Constâncio (C.P. 3919). Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima. Colaboração/Outsourcing: Media Marco, Baião Repórter/ Marão Online Promoção Comercial, Relações Públicas e Publireportagem: Telef. 910 536 928 publicidade.tamegapress@gmail.com Propriedade e Edição: Tâmegapress - Comunicação e Multimédia, Lda. NIPC: 508920450 Sede: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 - Apartado 4 4630-279 MARCO DE CANAVESES Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa.

Cap. Social: 80.000 Euros Impressão: Multiponto - Baltar, Paredes Tiragem desta edição: 30.000 exemplares

Inscrição na APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circulação | Em fase de auditoria

Manmohan Singh, primeiro-ministro da Índia 2010

1933-2009

O OLHAR DE...

Eduardo Pinto

A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

“Tranquilidade RioTâmega” – Finais dos Anos 50



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