Reporter do Marao

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repórterdomarão do Tâmega e Sousa ao Nordeste

Nº 1238 | Quinzenário | Assinatura Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 * Edição escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico *

26 mai - 08 jun’10

Dívida ultrapassa 12 m

ilhões

Mesão Frio à beira da falência

Sousac amp

'Rei' dos cogumelos a quer vender à Europ

Empreendedorismo

Porta-pens dá prémio a alunos de Amarante

Misericórdia de Felgue

iras

Nova unidade de s cuidados continuado

António Barreto o filho pródigo

Vinho do Porto entra em declínio se o Douro não tiver juízo


António Barreto: o fi O

s vinhedos perfilados e a perder de vista são, para António Barreto, sinónimos de uma familiaridade que se impõe como natural. “Conheço o Douro como residente quase natural. Eu vivia na Régua, em Vila Real, andava por aí.” Filho, neto e bisneto de viticultores durienses, o conhecido sociólogo tem no Douro um berço afetivo que lhe suscita o mais elevado interesse. “A minha vida com o Douro é mais do que dupla, é tripla.”

Percurso formativo: Escola Primária e Liceu em Vila Real; Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Faculdade de Ciências Económicas e Sociais da Universidade de Genebra, onde se licenciou e doutorou em sociologia Percurso profissional: Professor de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; investigador do Gabinete de Estudos Rurais da Universidade Católica Portuguesa, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; participou nos encontros de reflexão sobre a evolução da sociedade portuguesa na Casa de Mateus; colunista na imprensa escrita e documentarista televisivo. Exerceu as funções de Secretário de Estado do Comércio Externo, Ministro do Comércio e Turismo e Ministro da Agricultura e Pescas. Em 2009, foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos. O portal de dados Pordata é da sua autoria.

Aos 67 anos, o conhecido sociólogo confessa que, findos os tempos de meninice, sentiu o desejo de evasão. “Era o adolescente que se quer ir embora, que quer ver o mundo.” Por isso, o Douro nem sempre o atraiu por ser “um buraco fechado”. “Tinha os meus 16 ou 17 anos e queria ir para lá do Marão. Fugi para o Porto, Coimbra, Suíça e não foi só por razões políticas, foi porque queria sair.” No regresso a Portugal, voltou à região para fazer campanha eleitoral. “Olhei para o Douro de uma maneira diferente, como adulto, como exilado que regressa.” Adepto fervoroso das viagens de comboio, António Barreto envolveu-se na causa da linha do Douro, considerando a sua recuperação “um projeto de vanguarda que acautela o desenvolvimento económico, cultural e do turismo em melhores condições do ponto de vista ambiental”, escreveu na altura. Hoje critica a “fealdade das construções na Régua, no Pinhão”. “Estão a fazer pressão para construir mais uma autoestrada em Vila Nova de Foz Côa e no Pocinho. A própria autoestrada da Régua podia ter sido pensada de outra maneira. Quando se olha para ela do outro lado do vale é uma mancha de betão que não há nada a fazer, podem pintar como quiserem. Aquilo é uma pura agressão neste vale, mas não é a única.” Os durienses devem perceber que é “preciso muito cuidado e seriedade” na preservação daquilo que têm e uma atenção redobrada com o turismo. “Se querem continuar a pôr betão em cima das vinhas, a construir edifícios de 15 andares em cima do rio, se querem continuar a fazer isto, destroem o Douro. As pessoas deixam de vir e o turismo não só estraga o que está como, depois, se vai embora.” António Barreto é autor de uma vastíssima bibliografia, sendo os livros “Um retrato do Douro” e “Douro” compilações do seu conhecimento sobre a região. Apaixonado por fotografia, o sociólogo visitou o Douro “muitas vezes sozinho, com a máquina fotográfica e é outra maneira diferente de olhar”. Com a rodagem de “As Horas do Douro”, documentário que fez com Joana Pontes, aprendeu mais. “Com o cinema, tem que se escolher um ponto de vista. Interesseime por certas coisas quase microscópicas que me interessava menos no passado.” O olhar cinematográfico obrigou-o a questionar-se com frequência: “como vou mostrar o objeto? Estou a olhar para dizer de que lado é que o vou filmar, como é que o vou exprimir, como é que lhe vou dar voz.”


lho pródigo do Douro H

á muitas décadas que a vida da região é o satélite da produção vinícola, mas o Douro sobrevive sem representantes. Falta alguém que “fale em nome dos pequenos proprietários”, o que gera uma situação de “enorme fragilidade”. Este problema “muito sério” assenta num desequilíbrio entre os comerciantes, “que constituem um grupo muito forte”, os novos produtores de vinhos de qualidade, “que são pequenos ou de média dimensão e têm

pagandeia o carácter do Douro, Barreto preconiza que “não é uma questão mística”. “Fazer qualquer coisa aqui é sempre difícil, então há 50 ou 100 anos, era muitíssimo mais.” Daí a analogia com os amores impossíveis: “quando uma pessoa se apaixona e sabe que é impossível é uma verdadeira paixão e para ter resultados tem que fazer um enorme esforço, tem que se abdicar de coisas.” Quando se fala do Douro, a palavra paixão “vem sempre ali”. “O Douro tem muito carác-

mas novos”. “A meu ver, nem todas estas novas realidades parecem ter muito futuro, mas isso está a ser investigado”, considera. Se os produtores investirem nos trilhos da tradição, o porvir do Douro poderá ser bastante auspicioso. “Se soubermos com a ciência preservar o que há de genuíno, muito bem. Se não, vamos acabar por ter o Califórnia Port Wine.” António Barreto revela que já experimentou tais produções e que, nalguns casos, be-

'Não há quem represente a região. Os durienses vão sofrer as consequências'. Patrícia Posse | pposse.tamegapress@gmail.com | Fotos: P.L. e J.S.

os seus representantes”, e “uma miríade de 20 a 30 mil pequenos lavradores”. Do ponto de vista da representação, a Casa do Douro “não tem real existência”, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto “é do Estado”, por isso “não há quem represente o Douro”. “Se continuar assim muitos mais anos, os durienses vão sofrer as consequências”, sentencia. A concorrência que existe dentro da própria região também não ajuda. “Quase ninguém pensa o Douro no seu conjunto. As câmaras municipais – cada qual puxa para si –, dificilmente se entendem entre elas, além disso são de partidos diferentes, o que não ajuda muitas vezes.” Apesar dessas vicissitudes o Douro nunca será um feudo de exportadores. “Pode ser que haja divisão de propriedade e terra abandonada, como já há. Mas o facto de muitas famílias guardarem um bocado de terra e terem aquele interesse permanente de cultivar a sua vinha, creio que isso não vai morrer assim de um dia para o outro.” E quando se pro-

ter e isso depende desse trabalho. Se isto fosse tudo lisinho, direitinho, só semear, colher e andar para a frente, certamente não se falava tanto do carácter.” Na memória cabem-lhe os aromas, o empenho e as alegrias da época das vindimas. “Há 30 ou 50 anos, o Douro era uma animação e uma agitação colossal. Ouviam-se as mulheres e os homens a cantar do outro lado no vale, que também estavam a fazer uma vindima. Havia rogas com dezenas e dezenas de pessoas.” Os caminhos estreitos e o subir e o descer com os cestos tornavam todo o processo bastante moroso. “Cortavase durante o dia e viam-se luzes na noite fora, onde havia pessoas a pisar o vinho. Hoje, ninguém faz o vinho na sua quinta, tudo leva para as grandes empresas ou cooperativas.” Presentemente já não há homens a subir 300 metros com 70 quilos de uvas às costas nem o cheiro do vinho nas ruas. “Passava na Rua dos Camilos e cheirava a mosto, hoje não.” Os novos socalcos e o cultivo de vinhas ao alto “também estão a pôr proble-

beu “tão bom ou melhor que os vinhos do Porto de baixa qualidade”. Como a ciência moderna não conhece metas, Barreto alerta para a importância de respeitar a rusticidade duriense. “Perante a ideia de que isto é tão nosso, tão próprio, tão genuíno, que nada pode alterar isto, tenhamos juízo.” Num olhar prospetivo, o sociólogo acredita no desenvolvimento do vinho DOC (Denominação de Origem Controlada) e receia que o Vinho do Porto perca a sua personalidade, comparando com aquilo que está a acontecer com o xerês espanhol que, em poucos anos, perdeu prestígio e entrou em declínio, por causa “da especulação fundiária e comercial, da baixa colossal de preços e de qualidade”. “Os durienses devem manter a rusticidade e ter cuidado com o preço, com a produção, com os montantes de produção. Já houve anos em que, de repente, apareceram 150 mil pipas, incluindo a responsabilidade da Casa do Douro. Se não se fizerem maluqueiras, é provável que o Vinho do Porto ainda dure décadas.”


O empresário transmontano que pôs os portugueses a comer cogumelos

D

escobriu os cogumelos nas prateleiras dos hipermercados franceses. Tinha apenas 17 anos. Vinte e três anos depois já tem fábricas em Vila Flor, Mirandela, Paredes e Espanha e está a terminar as unidades de Vila Real e Sabrosa. Quando todos os projetos estiverem concluídos terá criado centenas de postos de trabalho e concretizado um investimento de 100 milhões de euros. A aventura começou aos 17 anos e depois de ver cogumelos à venda em hipermercados em França. Foi durante umas férias em que partiu à boleia pela Europa. “Vi os cogumelos nas prateleiras, coisa que cá em Portugal ainda nem se imaginava. Achei piada àquilo e comecei a investigar”, afirmou Artur Sousa ao Repórter do Marão. E foi assim que, em 1987, passou do curso de Eletrotecnia no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) para um centro tecnológico, na Holanda, para estudar cogumelos. Dois anos depois, submeteu o primeiro projeto aos Fundos Comunitários e construiu a primeira fábrica na sua terra Natal, em Benlhevai, concelho de Vila Flor, dando o arranque à Sousacamp. “Comecei com quatro funcionários e a produção era muito pequena”, referiu. Todavia, o grande problema com que se deparou na altura foi o “consumo”. “Ainda não se consumiam cogumelos em Portugal, por isso, para além de aprender a produzir tive que aprender também a vende-los”, salientou. Foi aí que a comida italiana, que usa muito cogumelos, começou a estar na moda. Abriram restaurantes, pizzarias. Mais tarde, o produto entrou para os supermercados e hipermercados. A unidade de Benlhevai foi crescendo, empregando atualmente 185 funcionários. Aqui a produção anual ronda as quatro mil toneladas por ano e é praticamente destinada à exportação para países como Espanha, França, Holanda, Inglaterra e Alemanha. À medida que o mercado ia crescendo, começou também a expandir-se. Primeiro foi para Mirandela, onde adaptou à unidade de produção e transformação de cogumelos uma parte de embalagem de cogumelos. Com a entrada no mercado espanhol, decidiu criar uma fábrica de transformação e distribuição no norte do país. No sul de Espanha, como a marca Sousacamp ainda

não é muito conhecida, Artur Sousa adquiriu uma empresa, onde emprega 120 pessoas que produzem essencialmente para consumo interno. Seguiu-se Paredes, a unidade que abastece o mercado nacional e o galego e onde trabalham 180 funcionários.

| Atrasos em Vila Real | O projeto da Sousacamp em Vila Real deveria estar concluído até ao final deste ano. Este foi um dos três projetos PIN (Projetos de Potencial Interesse Nacional) aprovados para o distrito de Vila Real. Mas, já depois do licenciamento da autarquia, o empresário descobriu que o traçado da nova autoestrada transmontana colidia com a fábrica na zona industrial o que inviabilizava a unidade. As obras avançam agora a “velocidade de cruzeiro”, prevendo que estejam concluídas até 2013. Em Vila Real, está em funcionamento experimental uma unidade de produção que irá empregar cerca de uma centena de pessoas. “Estamos a testar e a dar formação aos funcionários”, salientou. Artur Sousa tem grandes planos para Vila Real. Aqui a Sousacamp vai ocupar 10 hectares. Aqui vai criar uma área de investigação, que funcionará em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), uma unidade de transformação, conservas e uma área de preparação de pratos pré cozinhados à base de cogumelos. A ideia surgiu por causa da crise de que tanto se fala. A ideia do empresário é lançar no mercado, até 2011, uma linha de pratos, alguns dos quais serão vendidos a um euro. “Refeições económicas, sofisticadas e de qualidade”, frisou. Artur Sousa diz que os cogumelos estão sempre associados a uma alimentação de qualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, os cogumelos encontram-se entre os 12 melhores produtos de consumo. Quando todo o complexo estiver concluído, a empresa terá criado entre 350 a 400 postos de trabalho. O investimento ronda os 60 milhões de euros. Em curso a Sousacamp tem mais dois projetos. Artur Sousa quer apostar na agricultura biológica. Nesse sentido, vai estabelecer parcerias com jovens agricultores, a quem a sua empresa vai apoiar financeiramente, ceder recursos técnicos e equipamentos. Aos jovens caberá produzir de acordo com o solicitado pelo mercado. “Queria ver se instalava

| Jovem

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Artur S ousa, 42 anos, é Nasceu casa em Ben v elhai, co do e tem dois fi chegou lhos. ncelho a ser o de Vila pr país. N Flor, on a sua ju esidente de ju de nta ma ventude (DJ) e a is nov che té mava fe tocou sintetiza gou a ser disc o do dor num sta jockey a banda Em 199 s no verão. que ani2, ganh ou o pr Ano e t ém ambém o prémio io Jovem Agr O empr iculto Inov esá tica alg rio transmonta ação e Criativ r do idade. um no sidera q desporto. Gos gosta de viaja r ta muit ue, hoje e praod em dia, tugal, q fazer ag e golfe e con uando n ricultur ão luxo ma ae is caro q se consegue r entabiliz m Porue o golf ar, "é um e". até 2011/2012 cerca de 50 engenheiros agrónomos, espalhados um pouco por todo o norte do país”, frisou. Em Sabrosa, até ao final deste ano deverá entrar em funcionamento um centro para tratamento de todo o subproduto das fábricas da Sousacamp, para a sua reutilização e criação de biomassa para caldeiras ou fertilizantes. Aqui o investimento ronda os sete milhões de euros.

| Crescer para a Europa | Artur Sousa quer ser um dos maiores produtores de cogumelos da Europa. Quando todos os projetos estiverem concluídos, o investimento terá rondado os 100 milhões de euros, terão sido criados entre 700 a 800 postos de trabalho e a produção média anual da Sousacamp será de 25 milhões de quilos por ano. “Ainda não atingi essa dimensão, mas já me contactaram de Londres para ir lá ter uma reunião, para entrar num clube de produtores a nível europeu. Só assim é que podemos ser fortes”, referiu. Para o empresário, a dimensão traz a força a qualquer que seja o produto e, por isso, diz que não entende como podem existir 600 associações no país afetas ao sector agrícola. Paula Lima



Entrevista a Alberto Pereira | Vão ser precisos 22 an

Mesão Frio em C

om 12 milhões de euros de dívidas, a Câmara de Mesão Frio está em falência técnica. Vão ser necessários 22 anos para equilibrar as contas da autarquia. Está a ser elaborado um plano de saneamento financeiro que vai ser apresentado no final de junho à Assembleia Municipal. Atualmente, cada um dos 4 800 habitantes do concelho de Mesão Frio deve 2 500 euros. Perante a gravidade dos números, há uma constatação que “é simples”, disse ao Repórter do Marão o presidente da Câmara, Alberto Pereira. Simples, em teoria, porque “na prática é mais complicado”. O autarca passa à explicação: “Simples, só no sentido de chegarmos a uma conclusão quanto ao que há a fazer. Só há um caminho a percorrer: é poupar. As receitas não aumentam até porque o país vive na crise em que vive. O caminho é poupar nas despesas. E estamos a fazer todos os esforços para poupar nas despesas. Posso garantir que neste momento estamos a poupar entre 40 a 50 mil euros por mês em despesas correntes, o que é significativo para uma Câmara que tem pouco mais de 3 milhões de euros de transferências da administração central”. A situação financeira da Câmara é de falência técnica. “Tanto está [nessa situação] que vamos propor à Assembleia Municipal um plano para o saneamento financeiro da autarquia. Estamos a elaborar um plano por forma a ser aprovado na Assembleia do final de junho” e depois apresentado ao Governo, adiantou o autarca. A auditoria concluída a meados de abril indica que vão ser necessários 22 anos para equilibrar as contas da Câmara. “São duas gerações de autarcas, na melhor das hipóteses. É muito complicado”, afirmou o presidente da Câmara que critica abertamente o desgoverno posto em prática pelos executivos anteriores. E tem uma explicação simples para tantos milhões de dívida. “Gastando muito dinheiro em coisas supérfluas: com cargos políticos, com assessores, com chefes de gabinete, com assessores de assessores, despesas com telecomunicações, com gasóleo, em avenças desnecessárias que mensalmente levavam milhares de euros à Câmara. Tudo isso foi cortado. Estamos em contenção e a controlar devidamente as despesas. Supomos que estamos no caminho certo para controlar o problema”.

| População sem emprego | A dívida “astronómica” é um dos problemas graves do concelho mais pequeno do distrito de Vila Real. Outros são a elevada taxa de desemprego, das mais altas do país, na casa dos 25 por cento e a baixa qualificação escolar e profissional da população. Os últimos dados oficiais (do Censos de 2001), mostram a existência de uma taxa de analfabetismo muito significativa: 13,6 por cento. Num concelho com sete freguesias, a Câmara Municipal é a principal empregadora. A crise nos sectores da agricultura e da construção civil teve grande impacto no concelho, explica Alberto Pereira. “Resolver minimamente o problema financeiro da Câmara e controlar o desemprego” são assuntos a que o autarca diz estar “a dar toda a prioridade possível”. “Fechámos o ano com uma dívida muito superior a dez milhões de euros. Se juntarmos os encargos já assumidos, as empreitadas já adjudicadas, ultrapassa os 12 milhões”. Nos últimos seis meses, a Câmara fez contactos e planos de pagamentos a empreiteiros de forma a pagar dívidas “a médio prazo”. Atendendo à realidade sócio-económica do concelho, o


os para recuperar o 'desgoverno da última década'

falência técnica Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com | Fotos Panoramio e Lusa presidente da Câmara diz ter a noção de que as expectativas para os mais jovens “são negras”. A sustentabilidade da população passa muito pelos apoios do Estado. “Uma grande parte” do concelho vive de subsídios sociais, sejam o Rendimento Social de Inserção ou o subsídio de desemprego. Os números da emigração “são variáveis”, mas todos os anos cerca de 400 pessoas rumam às campanhas agrícolas da apanha do morango e às vindimas. “Vão a França cinco a sete meses por ano e trazem mais dinheiro do que ganhariam aqui num ano. É o que vai valendo”, diz Alberto Pereira. Emigrantes sazonais, vão e regressam. No ano seguinte voltam a partir. Por vezes as idas ficam “apalavradas” de um ano para o outro. As baixas expectativas, num concelho do interior, muito ligado à agricultura (onde se produz essencialmente vinho), são condicionantes estruturais. “As expectativas de vida eram baixas. Na agricultura não era preciso ter nenhuma carta para se saber pegar na enxada, as pessoas foram-se acomodando e hoje vivemos essa situação dramática” que é a baixa escolaridade. “Ultimamente tem-se apostado fortemente na escola, no combate ao insucesso e abandono escolar, mas no passado não houve esse cuidado” lembra o autarca. Além de contornar as dificuldades económicas do meio familiar, era preciso muitas vezes uma determinação a toda a prova que a maioria não teve. Sou de uma freguesia [do concelho de Baião] em que tinha que me levantar às 5 da manhã para ir estudar para Amarante”, contou Alberto Pereira sobre a sua experiência pessoal. Quanto ao futuro, o turismo é visto como

“a principal escapatória” para aproveitamento da paisagem e daquilo que o concelho tem de melhor. E no alargamento de serviços na área social ainda pode haver algum crescimento.

| Hotel será a salvação | Se, como está previsto, forem construídas as duas estruturas hoteleiras, antevê o autarca, poder-se-á “estancar a saída de gente jovem”. O projeto mais adiantado é o do hotel de seis estrelas, com 42 camas, para Cidadelhe, a freguesia onde existe um castro classificado como monumento nacional. O auto de implantação da obra fez-se a 18 de maio e as obras deverão começar “dentro de poucos dias”. Este projeto começou muito depois do empreendimento turístico que está previsto para a Rede, mas está numa fase mais avançada. O projeto do Douro Marina Hotel voltou para as mãos de Mário Ferreira, dono da empresa Douro Azul, que o tinha vendido à CS Hóteis. Mário Ferreira esteve recentemente no local com parceiros suíços na tentativa de arranjar financiamento para arrancar com o hotel. O Plano de Pormenor da Rede está aprovado e o Plano Diretor Municipal já prevê essa estrutura para a Rede. A esse nível, “está tudo encaminhado”, acredita Alberto Pereira. A Câmara já começou a fazer contactos para criar um pólo de formação em Mesão Frio “que vá de encontro às áreas que esses hotéis venham a precisar”. No concelho não existe nenhuma escola profissional, pública ou privada. Há apenas dois cursos de formação na Escola Secundária.

Presidente da Câmara não concorda com a fusão de pequenos concelhos Confrontado pelo RM com a hipótese de a fusão de pequenos municípios poder ser uma forma de resolver problemas financeiros e de sustentação económica como os que afetam Mesão Frio, Alberto Pereira rejeita essa possibilidade. “Agrupar concelhos acho que seria uma situação muito complicada e a história diz-nos que as pessoas não reagiram bem. Considero que isso nunca poderia acontecer porque vai contra o orgulho que as pessoas têm da sua terra, do seu concelho”, referiu, destacando a importância que atribui às comunidades

intermunicipais e à regionalização. “Eu sou defensor das regiões. Se tivermos uma região forte, que saiba puxar para esta zona, em que todos os concelhos tenham um objetivo comum, podemos realmente começar a resolver os nossos problemas. Agora enquanto puxarmos cada um para seu lado…”. No entanto, admite que “poderia haver um reajuste” no caso de “pequenas freguesias, com baixa densidade populacional, que foram perdendo população ao longo dos anos”. Mas teria sempre de ser um processo bem explicado às pessoas.


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repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I tâmega

Alunos de Amarante ganham prémio a criar um porta-pens e vão à final nacional

Três dias para desfrutar do anho assado  Ainda há no Marco de Canaveses quem o cozinhe em fogão de lenha | De sexta a domingo no largo da feira Considerado um dos pratos mais emblemáticos da gastronomia do concelho do Marco de Canaveses, o anho assado com arroz de forno não tem uma receita única. Há algumas variações que dependem de gostos pessoais ou de pormenores que passam pelas particularidades das receitas de família. Mas há alguns pormenores imprescindíveis num genuíno anho assado com arroz de forno. Em primeiro lugar, a carne tem de ser de boa qualidade. Um anho criado nos pastos, ao ar livre, que não seja alimentado com rações, dará uma carne de qualidade, mais saborosa, fator que é decisivo para o resultado final. Outro aspeto fundamental é que o anho seja assado em forno aquecido a lenha e que as assadeiras, pingadeiras ou caçarolas onde se colocam as batatas e o arroz sejam de barro vidrado. “Se não forem de barro, não fica tão bom”, garante Maria da Conceição Queirós, natural de Soalhães, Marco de Canaveses. Glorinha das Cerdeiras, a mãe de Maria da Conceição, cozinhava para os casamentos que se faziam em Soalhães e foi com a mãe que aprendeu a fazer o anho assado, que antigamente se fazia poucas vezes no ano.

| De iguaria de festas a prato servido nos restaurantes da região | Era “só nas festas”, por ocasião das comunhões e da festa anual da freguesia. Hoje é feito com maior frequência. É um prato que se vulgarizou nas ementas dos restaurantes e que se faz com muita frequência, na Páscoa, nos aniversários e noutras festas ou encontros de família. “Há muita maneira de fazer o anho”, diz Maria da Conceição, numa alusão aos temperos e modo

como é feito o assado, antes de explicar ao Repórter do Marão como faz o anho assado para a família. Noutros tempos, o “anho era criado em casa”. Hoje, nas freguesias do concelho ainda há quem crie, mas em menor quantidade. O anho deve ter meses, no máximo até meio ano de idade. Depois de morto e de ter arrefecido, Maria da Conceição lava o anho com vinho verde branco. Depois faz o tempero. “Fica temperado de um dia para o outro com sal, alho, cebola, salsa, colorau ou pimenta”. O tempo que o forno a lenha demora a aquecer depende do tamanho. Um forno grande precisa de duas horas para aquecer. Se for pequeno, metade do tempo. E há que contar que o anho “minga muito”. O arroz é mantido na calda, numa caçarola de barro, e as batatas numa assadeira. O anho é posto aos pedaços numa grelha por cima e ao assar vai libertando o molho que cai nas batatas e no arroz. “Se não levar o anho por cima, não fica a saber a anho”. Passada uma hora a porta do forno é aberta, os pedaços de anho são virados e ficam no forno mais meia hora. No final, o anho “tem de ficar tostadinho”. Cumpridos os preceitos da receita que aprendeu com a mãe, Maria da Conceição Queirós, que é cozinheira na Casa Formiga, no centro do Marco, deixa uma certeza: “o anho feito noutros sítios não tem nada a ver com o nosso”. O Festival do Anho Assado e a Feira das Colectividades começam sexta-feira, 28, às 19:00, e vão decorrer em simultâneo na tenda instalada no Largo da Feira, no Marco de Canaveses. Os restaurantes Plátano, Leal, Vasco da Gama, Penhadouro e Via Appia vão servir anho assado com arroz de forno. Nos três dias vão atuar vários grupos de bombos, de cavaquinhos, ranchos folclóricos e grupos de concertinas do Marco de Canaveses. No mesmo espaço vai haver jogos tradicionais e uma mostra dos vinhos produzidos no concelho.

Cinco alunos da Escola Secundária de Amarante criaram um projeto, venceram a fase regional de um concurso de criação de mini-empresas e vão à final nacional. Estão a pensar registar a patente e explorar a venda do produto que criaram: uma bolsa para guardar pens. Os alunos do terceiro ano do Curso Profissional de Contabilidade, que corresponde ao 12.º ano, ganham o primeiro prémio do concurso de mini-empresas promovido pela Fundação EDP e pela Junior Achievement Portugal na Feira Ilimitada, que decorreu a 13 de maio no pavilhão de exposições da NERVIR, em Vila Real. Entre 18 projetos de escolas das regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro e Tâmega, o grupo da Escola Secundária de Amarante ganhou um prémio de 3 mil euros e a possibilidade de participar na competição nacional marcada para 2 de junho, no Museu da Eletricidade, em Lisboa. O projeto vencedor vai representar Portugal em Itália no final de julho. A mini-empresa criada por Cristina Ferreira, Daniela Ferreira, Luís Valadares, Vânia Carvalho e Vânia Ribeiro chama-se TECNOBAG, AE e produz, uma bolsa destinada a guardar pens dos computadores, a Jbag. Neste momento os jovens, com idades entre 17 e 19 anos, “ainda estão a digerir” a vitória e o sucesso, contou ao Repórter do Marão Jesuína Magalhães, professora do grupo de economia e contabilidade. “Neste momento [os alunos] estão a pensar utilizar esse dinheiro no processo de registo da patente” da pequena bolsa produzida com restos de ganga ou pequenos retalhos de pele da indústria do calçado, e onde se podem guardar duas pens. São vendidas a cinco ou a dez euros. As porta-pens são feitas manualmente, com a colaboração de um sapateiro (que recebe uma pequena remuneração), e da mãe de uma aluna, que trabalhou gratuitamente. Os acabamentos são feitos pelos próprios alunos. “Começámos um bocadinho tarde, em novembro”, contou Jesuína Magalhães, dando início a um “processo real de criação de uma empresa”. O objetivo era “criar uma mini-empresa que funciona durante um ano letivo e dotar os alunos de competências para o mercado de trabalho. Procedem à criação da empresa, elaboram o plano de negócio que pode consistir na criação de um produto ou serviço e depois no fim do ano procedem à liquidação da empresa”. O projeto teve o apoio de um voluntário, Pedro Barros, administrador de empresas, que foi designado pela Fundação EDP e “veio fazer a ligação com a vida empresarial real. Durante o ano letivo esteve na escola várias vezes para reunirmos e apoiar os alunos”. Com o final do ano letivo já próximo, o balanço final do projeto é “muito positivo”, considera Jesuína Magalhães. “Um dos objetivos em que os alunos são avaliados é o trabalho em equipa e o espírito de equipa. E nós começámos com alunos muito reservados, muito apagados e que acabaram por dar um salto, por assim dizer, que cresceram imenso e que têm neste momento um espírito empreendedor e que sabem e viveram um bocadinho as dificuldades do que é lançar uma empresa ou um produto no mercado”. Para a professora, os jovens “têm outras perspetivas de vida neste momento. São miúdos pró-ativos. Eu digo que ficou mesmo lá o bichinho do empreendedorismo. É a impressão que tenho”. Dois dos alunos que participaram tencionam concorrer ao ensino superior e outros estão a pensar em criar uma empresa real, registar a patente e manter a produção das porta-pens. “Em princípio, a patente será registada em nome dos cinco alunos, mas há três que estão a pensar seriamente em continuar o negócio e explorar a venda do produto criado”, adiantou a professora.



Misericórdia de Felgueiras é o segundo empregador do concelho Ana Leite | analeite.tamegapress@gmail.com | Fotos A.L.

A comemorar 125 anos, a Misericórdia de Felgueiras tem actualmente, de acordo com o provedor da instituição, um peso importante na estrutura económica e social da cidade. “A misericórdia tem vindo a ganhar visibilidade ao longo dos anos e é hoje o segundo maior empregador de Felgueiras. Estamos a chegar aos 500 colaboradores”, afirmou. Em simultâneo festejam-se os dez anos do Hospital Agostinho Ribeiro, uma valência da Misericórdia. “A nossa instituição tem tido bastante sucesso ao longo dos anos. A grande evolução deu-se com a inauguração do Hospital em 2000, mas não pode ser esquecido o trabalho desenvolvido até aí”, referiu. José Martins lembra que a instituição felgueirense foi crescendo ao longo dos anos e criando novas valências, quer ligadas à área da saúde, quer do âmbito da educação e ação social, “para responder às maiores necessidades da população do concelho”. “A Misericórdia ampliou o Lar Maria Viana em 1991, aquela que foi a sua primeira obra. Temos também uma creche e um jardim-de-infância a funcionar, temos um centro de dia, um lar para a terceira idade e prestamos apoio domiciliário”, mencionou. Além disso, a instituição “participa ativamente no rendimento social de inserção e na iniciativa de contrato local de desenvolvimento social destinada a apoiar as famílias carenciadas”.

| Bons resultados na área da saúde | O Hospital Agostinho Ribeiro obteve em 2009 “os melhores resultados de sempre em termos de movimento assistencial e financeiro”. De acordo com o diretor - geral do Hospital, Paulo Coelho, “o crescimen-

to ultrapassou largamente as expectativas”. “O crescimento aumentou 20% em relação a 2008. Nos últimos três anos o hospital duplicou a sua produção, ou seja, houve um aumento do número de atendimentos e consultas, que se traduziu em resultados financeiros muito mais favoráveis”, salientou. Para o dirigente hospitalar este aumento relaciona-se com “a maior visibilidade da instituição, com a qualidade e variedade dos serviços prestados e com a falta de resposta dos hospitais de referência”. “Este crescimento pode estar também relacionado com o facto de existirem muitos felgueirenses sem médico de família. Estamos a atender em média 180 doentes por dia e o tempo médio de espera foi reduzido, o que é uma mais-valia para as pessoas”, mencionou. As principais apostas da direção do Hospital passam pelos cuidados continuados – a Misericórdia está a construir uma nova unidade - e pelo aumento da oferta na área cirúrgica. Paulo Coelho deixa no ar a ideia de que “haverá no futuro mudanças significativas no funcionamento do Hospital que serão bem recebidas pela população”.

| Valências sociais enfrentam dificuldades financeiras | De acordo com Paulo Coelho, “a Misericórdia tem conseguido equilibrar valências sociais que passam em termos financeiros por uma fase muito complicada”. Os apoios ao Lar Nossa Senhora da Conceição, uma valência da instituição destinada ao apoio à terceira idade, são para Paulo Coelho “escassos e não comportam os custos médios de um utente”.

“Posso dizer que um idoso em lar tem um custo médio que ultrapassa os 900 euros. A segurança social dá um apoio de cerca de 350 euros. Se juntarmos a este valor reformas na ordem dos 200 ou 250 euros significa que se não fizéssemos alguma engenharia financeira o lar seria uma valência deficitária”, disse. A resposta do lar é neste momento para 60 idosos, existindo cerca de uma centena de processos pendentes ou em análise. “Tem que haver investimento nesta área porque a esperança média de vida aumentou e a população está cada vez mais envelhecida. Não iremos terminar este mandato sem deixar pelo menos no papel um projeto de ampliação do lar”, recordou. A situação financeira do Lar Maria Viana, destinado a crianças abandonadas, não é melhor. “Tentamos equilibrar a situação com receitas da área da saúde porque temos um carinho especial por este projeto, por ter sido o primeiro da misericórdia e por estar vocacionado para 30 crianças e jovens com grandes necessidades afetivas”, considerou.


Cuidados Continuados em 2011 A Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras prevê que a nova Unidade de Cuidados Continuados (UCC), projeto da instituição, esteja concluída no primeiro trimestre de 2011. As obras de ampliação do Hospital Agostinho Ribeiro começaram em outubro de 2010. O novo edifício ficará dotado com 14 camas de convalescença, 18 destinadas a tratamentos de média duração e reabilitação e 32 de longa duração. De acordo com o administrador da UCC, Paulo Coelho, serão ainda criados num piso inferior serviços de aprovisionamento, uma capela, um auditório e vestiários para os colaboradores do hospital. A obra terá um custo aproximado de três milhões e meio de euros. A Misericórdia de Felgueiras viu aprovada uma candidatura ao programa Modelar da Associação Regional de Saúde (ARS) do norte, entidade responsável pelo funcionamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), que vai garantir um financiamento da obra na ordem dos 750 mil euros. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, presente na comemoração dos 125 anos da Misericórdia de Felgueiras, confirmou esta informação. “Esta instituição é uma grande parceira do Serviço Nacional de Saúde em várias áreas, nomeadamente na área dos cuidados continuados. A misericórdia está a construir esta nova UCC que contará com um apoio do Estado de 750 mil euros”, afirmou.

|Novas exigências de qualidade | Atualmente, o Hospital Agostinho Ribeiro possui uma UCC dotada de 15 camas de convalescença e 10 para tratamentos de média e longa duração, com uma taxa de ocupação que se situa entre os 95 e os 100%. “Decidimos construir um edifício de raiz porque verificamos que existiam deficiências arquitetónicas nas atuais instalações, que não reuniam as condições impostas pela

ARS do norte”, adiantou. O administrador da UCC considera “importante continuar a apostar-se neste tipo de cuidados que constituíam uma grande lacuna ao nível da saúde no país”. “Estas unidades tornam-se imprescindíveis perante uma população cada vez mais envelhecida, a limitação de camas nas entidades hospitalares e a falta de condições nos domicílios que retardavam a recuperação”, referiu. E continuou: “Existem muitas pessoas a necessitar deste tipo de cuidados, com problemas de saúde graves e cuja reabilitação não é possível ser feita no domicílio. Agora um doente que sofra um acidente de viação ou um AVC, com necessidades de reabilitação, tem acesso a tratamentos da medicina física”. O dirigente hospitalar lembrou que com estes serviços o doente regressa a casa, ao lar ou instituição de acolhimento em condições aceitáveis e mais independente, ao contrário do que acontecia anteriormente. “Além disso, é importante mencionar que os cuidados continuados não se destinam apenas à terceira idade e não são um internamento definitivo”, atestou. Paulo Coelho disse ainda que a nova UCC foi pensada para o concelho de Felgueiras, mas como é nacional destina-se a acolher doentes das regiões vizinhas. “A história da unidade existente diz-nos que recebemos doentes de vários concelhos do Porto e de Braga. Esperamos também que a população de Felgueiras consiga ver as vantagens de ter na cidade uma nova UCC”, considerou. Segundo Paulo Coelho, “os serviços prestados pela nova UCC terão comparticipações diferentes que são impostas por decreto-lei e não pela misericórdia”. “O nosso papel na rede passa por receber os doentes. Não temos qualquer poder de decisão na fixação das comparticipações”, afirmou. O administrador hospitalar sustenta que “o Estado assume na totalidade o pagamento do internamento do doente da unidade de convalescença e que na média e longa duração, o doente quando sai do hospital já sabe quanto irá pagar pelo internamento na UCC”.

José Martins, provedor da Misericórdia

Paulo Coelho, administrador da UCC


EPAMAC  ENQUADRAMENTO ACTUAL, NOVOS DESAFIOS E OPORTUNIDADES

EPAMAC ORGANIZA ENCONTRO NACIONAL DE REFLEXÃO SOBRE O ENSINO PROFISSIONAL AGRÍCOLA No próximo dia 4 de Junho a EPAMAC será o palco de um Encontro Nacional de Reflexão sobre o Ensino Profissional Agrícola. Com a implementação da reforma do Ensino Secundário (2004) as Escolas Profissionais Agrícolas foram colocadas face a novos e problemáticos contextos para a sua identidade, papel e acção. Por isso, interpretando os sinais de preocupação dos responsáveis pelas escolas, é fundamental criar um momento colectivo de reflexão, onde cada

XI TRIAL SALTA SERRAS EPAMAC Os dias 21 e 22 de Maio ficaram marcados pela realização do XI TRIAL Salta Serras EPAMAC. No dia 21, sexta-feira, realizou-se o Ride Nocturno com saída do centro do Marco de Canaveses, passagem pela pista junto à entrada sul da Cidade, percurso até à escola e jantar/convívio. No dia 22, Sábado, os jipes, motas e quad´s saíram cedo para um passeio turístico até Baião. À sua espera tiveram boas surpresas: umas bifanas para o pequeno-almoço e uma feijoada para almoço. Depois de algum descanso rumaram à escola onde os esperava uma pista cheia de obstáculos difíceis de ultrapassar. No fim do dia e após o jantar/convívio, foram sorteadas diversas ofertas e distribuídos os prémios do safari fotográfico, realizado durante o dia com o objectivo de escolher a melhor fotografia do TRIAL tirada pelos concorrentes e público.

parceiro possa partilhar as suas preocupações e perspectivas de futuro e em que especialistas e representantes das instituições possam também ter uma palavra a dizer. Este momento de reflexão pretende envolver todos os intervenientes e parceiros a nível nacional e procurará gerar as bases para uma renovada identidade destes projectos educativos singulares, identificando os eixos estruturantes do seu papel e ac-

XIII GINCANA DE TRACTORES

A Gincana de Tractores, em conjunto com a Festa das Vindimas, as Largadas de Caça e o TRIAL 4X4, é uma actividade emblemática da dinâmica pedagógica da EPAMAC. No presente ano lectivo esta actividade decorre durante a tarde e noite do dia 30 de Maio (Domingo). Nela participam tractoristas ávidos de demonstrarem a sua habilidade ao numeroso público que acorre à escola. No fim da prova são entregues as taças aos participantes seguindo-se o jantar/convívio. No final do jantar é altura de sortear pelos participantes as numerosas ofertas das empresas locais que apoiaram o evento e um vitelo oferecido pela escola. Esta actividade é organizada pelos alunos finalistas do Curso Técnico de Produção Agrária, sob coordenação dos professores.

ção futura. Para o encontro, que se constituirá como espaço de diálogo, foram convidadas todas as Escolas Profissionais Agrícolas, o Exmo. Sr. Secretário de Estado da Educação, o Exmo. Sr. Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, o Exmo. Sr. Director Regional de Educação do Norte, bem como outros especialistas e representantes de instituições ligadas aos sectores da Educação e da Agricultura.

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA A EPAMAC iniciou no ano lectivo 2009/2010 uma oferta formativa inovadora para alunos que já concluíram o 12º ano: um Curso de Especialização Tecnológica (CET – Nível IV) na área da Gestão da Animação Turística em Espaço Rural. Este curso, organizado em conjunto com a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima – IPVC – é um veículo, quer para a especialização de alunos em determinadas áreas profissionais e posterior entrada no mercado de trabalho, quer para o prosseguimento de estudo no ensino superior. No ano lectivo 2010/2011 a escola pretende reforçar esta dinâmica com a abertura de nova turma do CET em Gestão da Animação Turística em Espaço Rural e de um outro CET de Cuidados Veterinários. As inscrições estão abertas e os interessados podem solicitar mais informação através do telefone (255 534 049) ou epamac@gmail.com

ENCONTRO CONVÍVIO DOS EX-ALUNOS

No próximo dia 26 de Junho, sábado, a EPAMAC vai realizar uma festa-convívio com todos os seus exalunos. Com esta festa pretende fomentar-se o reencontro de antigos colegas, professores e funcionários, bem como reforçar o sentimento de pertença a esta Escola, que é já tão presente em todos, como se pode constatar pela elevada afluência de ex-alunos à escola nos dias em que se realizam actividades. Do programa da festa fazem parte a Entrega de Diplomas, a confraternização gastronómica e a animação musical. Pede-se a todos os ex-alunos que divulguem este encontro junto dos seus ex-colegas e que contactem a escola para confirmar a sua presença.



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26 mai a 08 jun’10

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

tâmega/diversos

Cavaco Silva no Porto interior

Urgência de Penafiel vai ser ampliada Deputados do PS visitaram unidades do CHTS O novo Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel, vai avançar com a reestruturação do espaço onde funciona o Serviço de Urgência (SU). Uma das primeiras medidas do novo CA, que tomou posse há um mês, foi criar uma comissão que irá “apresentar o mais rapidamente possível o novo programa funcional para a reestruturação física do serviço de urgência”, anunciou José Luís Catarino, o novo presidente do CA. A comissão é liderada pelo chefe do SU, o médico Fernando Moura. Concluído o novo programa funcional, terá que ser elaborado um projeto e um caderno de encargos para a obra poder ser lançada, disse José Luís Catarino, durante um encontro com a comunicação social e após a visita de um grupo de deputados do PS eleitos pelo distrito do Porto. O administrador hospitalar (que veio do Hospital de Valongo), afirmou que no SU do CHTS “o espaço físico é exíguo e torna difícil aos profissionais trabalharem com alguma organização”. Para a deputada Glória Araújo não é “novidade nenhuma dizer que há problemas” no SU que tem sido “apontado como um problema, uma debilidade”. A deputada mostrou-se confiante quanto ao “alargamento e melhoria dos cuidados prestados pelo serviço de urgência". "Temos a certeza que o trabalho será bem fei-

to, que este CA está no caminho certo”, afirmou. No Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa são tratadas todas as situações de urgência médico-cirúrgica excepto as urgências “de neurocirurgia e as questões cárdio-torácicas” que são encaminhadas para o Hospital de S. João, referiu Fernando Moura, responsável pelo SU. “Somos das urgências com mais situações em termos de trauma”, disse o médico que deu ainda conta de que por dia, em média, são atendidos no SU 280 adultos, 140 casos pediátricos e 40 de ginecologiaobstetrícia. Acompanhados por José Luís Catarino e pelo presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, os deputados do PS visitaram também as obras do futuro Hospital de Proximidade de Amarante, em construção em Telões e que deverá estar pronto em meados de 2011. “Pretendemos que este seja um hospital de excelência. Esta população precisa de um serviço de qualidade. Este centro hospitalar, com as duas unidades, de Penafiel e Amarante, é fundamental para o tecido socioeconómico da região”, disse Glória Araújo, mostrando-se satisfeita com o andamento das obras. A estrutura do edifício está concluída e “dentro de alguns dias” deverá começar a instalação de equipamentos. O custo total do novo hospital é de 40 milhões de euros sendo que 52 por cento dessa verba é financiada por fundos comunitários.

MCoutinho Rallye Team com metade do título

Basquetebol de Penafiel na primeira Liga

A MCoutinho Rallye Team foi ao Alto Minho vencer o Rali de Vila Nova de Cerveira. Antes da prova, o “principal objetivo” de Manuel Coutinho e Manuel Babo era chegar ao final, mas a equipa acabou por conseguir “a cereja em cima do bolo”. Em Cerveira, Manuel Coutinho e Manuel Babo acabaram por vencer quatro das sete classificativas de asfalto. O Rali de Arganil (a 5 e 6 de junho), é a próxima prova da MCoutinho Rallye Team e marca o início da segunda metade do Open 2010. “Estamos muito motivados para a fase de terra", antecipa Manuel Coutinho.

O Clube Basquetebol de Penafiel (CBP) foi esta semana homenageado pela autarquia após a conquista da Taça Proliga e a subida ao escalão principal do basquetebol nacional. O Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Alberto Santos, salientou o trabalho da equipa e da respetiva direção como sendo “um momento áureo, um momento bonito” para o concelho. "O Município de Penafiel procurou estar sempre presente, garantindo meios e sustentabilidade para o clube, como foram os casos da total remodelação do telhado e piso do pavilhão", acrescentou.

O Presidente da República esteve na semana passada nos concelhos de Paços de Ferreira, Baião e Felgueiras num roteiro de inaugurações e visitas. Cavaco Silva esteve na Obra Social D. Sílvia Cardoso, inaugurou o Centro Escolar de Carvalhosa e as novas instalações da empresa Ibermetais, em Freamunde. Na vila de Ancede, Baião, Cavaco inaugurou as obras do centro cívico e deslocou-se a Santa Cruz do Douro, ao Hotel Douro Palace, para conhecer um projeto turístico de cinco estrelas, o Grand Douro Hotel, que vai ser construído na zona da Pala. Em Felgueiras, Cavaco Silva esteve na fábrica de pão-de-ló de Margaride, de Leonor Rosa da Silva e na Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras, que está a comemorar 125 anos. [Foto site da P.R.]

Instituto Empresarial arranca

As universidades Católica, do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro e empresários da área da metalomecânica do concelho de Amarante estiveram representados na apresentação do Instituto Empresarial do Tâmega (IET) cuja constituição vai ser formalizada a 9 de junho, através de escritura pública. No mesmo dia vai ter lugar a primeira assembleia-geral para aprovação dos estatutos. Pedro Barros, administrador do Tâmega Park, afirmou que a missão do IET é “dotar a região do Tâmega de um cluster empresarial capaz de gerar capacidade instalada de produção de bens e serviços de base tecnológica, fazendo deste espaço regional uma referência”. Da nova associação pode “resultar um núcleo de investigação capaz de inovar e levar a novos negócios”, referiu o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu.

Nova vida no PSD/Marco

O PSD do Marco de Canaveses vai organizar este ano uma convenção autárquica, anunciou Rui Cunha, o novo presidente da Comissão Política Concelhia na tomada de posse da estrutura local do PSD, cerimónia que teve a presença do dirigente distrital Agostinho Branquinho. A “família social-democrata” vai ser liderada “numa perspetiva de inclusão, respeitando e valorizando o talento e a experiência de todos dos militantes na sua diferença de sensibilidades”, referiu Rui Cunha. Para este dirigente, a nova Comissão Política quer ser “o suporte” dos autarcas do PSD nas Assembleias de Freguesia, na Assembleia Municipal e na Câmara do Marco de Canaveses. Rui Cunha defendeu que a “implementação da regionalização é matéria de interesse para o desenvolvimento do concelho e da região”.



TESTEMUNHOS Nós somos alunas na EPALC, do 2º ano do Curso Profissional Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar. Nesta escola temos vindo a adquirir novos conhecimentos teórico-práticos e técnicos sobre a área alimentar, e temos tentado aplicá-los no nosso dia-a-dia. Na EPALC também realizamos, ao longo do ano lectivo, algumas visitas de estudo e actividades práticas que nos permitem observar a realidade, que muitas vezes é muito mais do que aquilo que aprendemos. Este ano iremos aplicar os nossos conhecimentos, pois vamos realizar a Formação em Contexto de Trabalho /estágio que nos permitirá conhecer a realidade no mundo do trabalho e se irá revelar fundamental para o nosso futuro. Cláudia Pinheiro e Fátima Teixeira, Turma CQ05 O meu nome é Bruno Leite e estou a concluir o 3º e último ano do Curso Profissional de Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar. O curso que hoje frequento ajudou-me a conhecer o mundo do sector alimentar e graças à metodologia de ensino da EPALC, é possível trabalhar várias competências e aplicar, na prática, as aprendizagens. Posso mesmo dizer, que os estágios foram muito úteis na minha formação porque fiquei a conhecer o mercado de trabalho… e quem sabe, em breve, surgirá uma oportunidade de ingressar numa empresa do sector agro-alimentar! Para trás ficarão 3 anos de boas vivências entre colegas de escola e professores! Bruno Leite, Turma CQ04 Actualmente a trabalhar numa empresa que actua no mercado da distribuição alimentar, deixo em breves linhas o testemunho real de que a EPALC é um centro de estudo, que nos abre inúmeras portas para o nosso futuro, quer pelos estágios, pelas aulas teóricas, pelas práticas simuladas, pelo ambiente escolar, enfim… Um local onde aprendi a aproveitar as oportunidades de vida. Grato desde já, pela forma de ensinar, formar, ajudar e contribuir para o conhecimento do mundo de trabalho. Não é fácil, e os actuais alunos sabem disso, mas com luta, força e dedicação tudo se consegue! No meu dia-a-dia aplico a reflexão… Ontem é história, amanhã um mistério, mas hoje uma dádiva, daí chamar-se presente. UM MUITO OBRIGADO EPALC. Jorge Mendes, ex-aluno Turma CQ03

AC T I V I D A D E S Dia Mundial da Alimentação No dia 16 de Outubro comemorou-se na EPALC o Dia Mundial da Alimentação, com a participação activa das turmas do Curso Profissional de Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar. Neste dia tão importante para nós, realizámos várias actividades relacionadas com o curso, como por exemplo: a análise sensorial de produtos alimentares, o cálculo de IMC (Índice de Massa Corporal), a fermentação e fabrico de pão, fabrico de queijo fresco, fermentação alcoólica do vinho e cerveja, visualização microscópica de bolores e leveduras, confecção de sumos naturais e uma mostra de vários frutos da época. No bar da escola foram oferecidas maçãs incentivando a comunidade escolar para uma alimentação mais saudável e, na cantina o almoço teve como ementa carne grelhada acompanhada por legumes, sopa e como sobremesa, fruta da época. Também participámos numa palestra sobre “Os Hábitos Alimentares” com a colaboração do Centro de Saúde de Amarante. Um muito obrigado a todos os “epalquianos” que contribuíram para a dinamização do “Dia Mundial da Alimentação” tornandoo um dia útil e importante na comunidade escolar! Um até para o ano! Pela Turma CQ05

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE PROCESSAMENTO E CONTROLO DE QUALIDADE ALIMENTAR Actualmente, qualquer empresa do sector agro-alimentar enfrenta responsabilidades acrescidas, na medida em que a protecção do consumidor e a procura pela qualidade tem primazia. Por outro lado, há factos quotidianos que inquietam o consumidor, tais como: a gripe das aves, a BSE ou doença das “vacas loucas”, as hormonas da carne, a febre aftosa, os metais pesados, as salmonelas, os pesticidas, os resíduos de antibióticos, entre muitos outros. Naturalmente, os consumidores finais, cada vez mais informados, exigem e com legitimidade, a rotulagem esclarecedora, o princípio da precaução e a higiene na manipulação dos alimentos. Consciente destes factos, a União Europeia tem vindo a criar uma sólida política, cada vez mais atenta e rigorosa, visando tornar o controlo da Segurança Alimentar o objectivo principal e obrigatório de todas as empresas agro-alimentares, quer estejam relacionadas com a produção, transformação, transporte, manipulação ou venda dos géneros alimentícios. Torna-se assim, imprescindível formar técnicos que possam apoiar as empresas do sector agro-alimentar, colaborar no cumprimento das exigências legais e na implementação de metodologias práticas de processamento e controlo da qualidade alimentar, visando uma melhoria da segurança e qualidade dos seus produtos e processos. Desde 2005 que a EPALC aposta na formação destes técnicos que possam intervir no processamento e assegurar o controlo da qualidade dos alimentos, desde o local da produção primária de produtos até à sua colocação no mercado (“do prado ao prato”). O Curso Profissional de Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar tem como principal objectivo dotar os alunos de competências que lhes permitam apoiar, coordenar, organizar e executar as operações relativas ao processamento dos produtos alimentares, aplicando técnicas e métodos de controlo, necessários à implementação de um sistema de gestão de segurança alimentar e à implementação do Sistema HACCP. Actualmente, há empresas no concelho de Amarante que solicitam a Escola para integração de alunos em estágio, manifestando agrado pelo bom desempenho dos alunos em contexto de trabalho e relações inter-pessoais. Tudo isto contribui para que a EPALC seja um espaço vivo, dinâmico e bem integrado com a comunidade, organismos e tecido empresarial. Recentemente foi efectuado o levantamento da actual situação dos cerca de 60 Técnicos de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar recém formados na EPALC, e os resultados a nível de taxa de empregabilidade foram muito satisfatórios, destacando-se que alguns desses jovens foram admitidos nas empresas onde tinham realizado o estágio durante o curso. Na EPALC, o percurso de formação garante aos jovens uma aprendizagem teórico-prática em todas as áreas alimentares, apoiada pelas salas de aula e laboratórios. A própria diversidade de estratégias, devidamente contextualizadas, são uma prioridade no desenvolvimento e aquisição de competências profissionais dos futuros técnicos, e fomentam o conhecimento real do sector agro-alimentar, nomeadamente, a realização de visitas de estudo a explorações agro-pecuárias, a matadouros, a indústrias de transformação de carne e peixe, a fábricas de massas alimentícias, a lagares de azeite, a adegas e caves, a Feiras temáticas, a laboratórios, a participação em seminários/palestras e práticas simuladas. Sendo a área alimentar de importância e intervenção crescentes na nossa sociedade, o presente curso responde assim às necessidades de formação de profissionais qualificados. Ana Costa – Directora do Curso


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Entrevista a Jorge Magalhães | Autarca de Lousada disponível p

Voltar à advocacia está Paula Costa | pcosta.tamegapress@gmail.com | Fotos J.S.

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pesar de não ter “nada definido”, quando terminar o atual e último mandato na presidência da Câmara de Lousada, Jorge Magalhães espera “não ter de regressar à prática do Direito, que exerceu durante oito anos e meio. “Apesar de ainda ter os conceitos, teria de fazer um esforço tremendo para voltar a recentrar-me. Perdi o contacto e as mudanças na estrutura e na prática do Direito foram muito significativas”. Afastada essa possibilidade, o autarca assume que lhe daria “particular gozo” ficar ligado à política regional.

“Neste crescendo do protoganismo a nível regional, se houver alguma possibilidade...” É aí que Jorge Magalhães pretende ficar. “Espero que a experiência destes anos todos me permita encontrar alguma coisa para fazer, capitalizando essa experiência que pode ser útil para outros”, afirmou o autarca, em entrevista ao Repórter do Marão. “É isso que à distância de três anos e meio estou a prefigurar. Ainda tenho idade para fazer algumas coisas na vida, ainda tenho alguns horizontes. Não estarei de modo nenhum acabado. A idade ainda me vai permi-

tir, espero eu, fazer outras coisas", acrescentou. Jorge Magalhães diz que precisa de trabalhar e coloca duas razões: “para estar ocupado e porque tenho família. Tenho dois falsos gémeos, um miúdo e uma miúda com dez anos, e uma mais velha com 13 a quem preciso de dar apoio para que eles tenham os instrumentos para fazer face à vida”. O presidente da câmara de Lousada referese à vida de autarca como sendo “extremamente absorvente”, e que implica uma disponibilidade

Câmara de Lousada foi pioneira nas atividades extra-curriculares

'Abandono escolar tem hoje uma taxa residual' Quando deixar a Câmara de Lousada, após mais de 20 anos no poder, Jorge Magalhães acredita “deixar um legado de maior abertura do município para um conjunto de situações que quando cá chegámos não estavam propriamente asseguradas. Dir-lhe-ei que há aqui um conjunto de áreas que fomos tocando ao longo deste percurso que me parece que são importantes para afirmar o município”. O autarca destaca que “há indicadores claros do crescimento do concelho, apesar das circunstâncias económicas não serem as mais favoráveis. Creio que o município está neste momento seguramente muito mais capaz e muito mais adaptado a fazer face aos desafios que nos são postos diariamente, o que seguramente não acontecia quando viemos para aqui”. Para o presidente, há indicadores que colocam Lousada “numa posição já de charneira em relação à região e a todo o norte de Portugal, o que não acontecia há 20 anos”. Na área da educação, o concelho “tinha debilidades claras. Fizemos uma aposta clara desde sempre”. Quando foi eleito pela primeira vez, num primeiro encontro com os autarcas do distrito, o então presidente da Comissão de Coordenação chamou Jorge Magalhães à parte para lhe dizer que Lousada tinha uma situação “tremenda” e que era preciso fazer algo por isso. “Nessa altura Lousada só tinha um jardim-de-infância, que era privado. Neste momento tem superavit, nalguns casos com mais do que um espaço construído. Fizemos um esforço tremendo em termos do 1.º Ciclo, na remodelação das escolas e criamos novas atividades para manter os nossos jovens na escola nos tempos livre. Foi uma aposta nossa. Nalguns casos as atividades extra-curriculares começaram connosco e depois o Governo acabou por assumir isso como um desígnio nacional”. A educação “era um sector menos conseguido. Houve um propósito claro de apostarmos na educação para que os nossos jovens estejam apetrechados para o futuro. Até há meia dúzia de anos tínhamos uma taxa de abandono significativa e neste momento temos valores residuais de taxa de abandono”, que o presidente diz resultarem “essencialmente de situações migratórias ou de emigração”. O autarca está convicto de “que a debilidade que Lousada e a região tinham em termos da pouca escolaridade estará invertida de uma forma clara daqui a poucos anos”. A Câmara conta com uma equipa de sete psicólogos e sociólogos “que têm acompanhado quer as famílias quer os alunos, quer a escola no sentido de integrar toda esta gente. E isso é transversal aos vários graus de ensino”. Terminada a formação, “há uma preocupação nossa de os encaminhar. E há aqui casos claros de excelentes resultados fruto dessa abordagem”, referiu. Ao nível da cultura, criaram-se “equipamentos e de alguns anos a esta parte temos tido uma atuação eficaz. É uma prestação extremamente positiva”. No turismo, as rotas Gourmet e do Românico são referidas como exemplos do “esforço” que tem vindo a ser feito. Com cerca de 50 mil habitantes, o concelho tem níveis de natalidade que “continuam a ser os mais elevados da região norte” e em termos demográficos tem conseguido “fixar pessoas”. A taxa de cobertura de saneamento é de 70 por cento e na rede pública de água há “praticamente cobertura total do município. Estamos com uma empreitada enorme na zona poente do concelho e a fazer um esforço muito grande. “Esperamos chegar aos 80, 85 por cento” quando terminar o mandato.


ara dar «um contributo à política regional»

fora de questão permanente, que diz ter assumido desde o início. “Nunca mudei de número de telemóvel. Mesmo quando vou para a cama não desligo o telemóvel. Fica à minha beira na cabeceira. As pessoas sabem onde é que eu moro e vão a minha casa. Prefiro que me incomodem a mim do que percam situações de trabalho às vezes complicadas”.

| Idas à caça são férias | Quando pode estar “mais distendido”, o autarca costuma ver “todos os dias os jornais regionais e nacionais". “Vou lendo algumas publicações que eu próprio compro ou que me vão oferecendo. Estou a ler uma biografia do Adriano Moreira que me deram no Natal. Vou lendo conforme vou tendo disponibilidade e tempo. Além do apoio que vou dando à família. Não saio praticamente de casa. Os meus filhos gostam de estar connosco”, o que propicia a permanência em casa. Uma atividade a que se refere com particular agrado é a caça. “Tenho um grupo de amigos e caçamos na zona de Miranda do Douro. No tempo da caça, ao fim-de-semana, e particularmente ao domingo, vou e aquilo para mim é um dia de férias, dá gozo”.

| Proximidade com a oposição | Habitualmente, há dois dias por semana em que costuma participar numa “futebolada” no pavilhão municipal, com “um grupo bastante heterogéneo com pessoas, das mais variadas proveniências” e onde se incluem dois ex-vereadores do PSD. O desporto permite-lhe “alterar a vida sedentária de estar sentado a uma secretária”. No relacionamento com a oposição, Jorge Magalhães destaca uma atitude respeitosa. “Em relação aos sucessivos colegas da oposição que foram passando por aqui, no substancial sempre tive uma relação de proximidade com todos eles. Por um lado há respeito pela pessoa, mas também amizade, muitas vezes. Independentemente do que nos divide, da falta de sintonia em termos de opiniões, tem havido ao longo dos anos esse respeito e amizade”. Ao atuar, garante, vê-se “sempre como cidadão e munícipe de Lousada e também quero que os problemas sejam resolvidos com alguma eficácia e clareza”. O autarca diz que em situações menos pacíficas procura “ter sempre frieza e bom-senso para quando as coisas são menos conseguidas, descomprimir. Sem deixar cada um de ter a sua individualidade, o seu pensamento. Tenho este tipo de abordagem e espero mantêla até ao final do mandato”.

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opinião

Não ao nuclear As crianças têm direitos O país atravessa um momento particularmente grave do ponto de vista económico e social. O desemprego atinge níveis dramáticos, a actividade económica atrofia, o endividamento dispara, as contas públicas derrapam, as exportações definham, a exclusão social agudiza-se e a pobreza alastra. Quando analisamos os indicadores nacionais, chegamos à amarga conclusão que a região norte e o distrito do Porto têm sofrido de forma redobradamente acentuada as consequências da crise que o nosso país vive há alguns anos. A taxa de desemprego situa-se na região norte cerca de dois pontos percentuais acima da média nacional e o salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrém encontrase cerca de 50 euros abaixo da media nacional. Verifica-se, desde há largos meses, uma constante e acentuada diminuição do nível de exportações dos principais produtos transaccionáveis (máquinas, vestuário, calçado, mobiliario, etc.). Em 2000, o norte representava 47% do total das exportações nacionais, enquanto em 2008 esse valor já situou nos 38%. A região norte tem o pib “per capita" mais baixo do país e na sequência directa da degradação das condições económicas notase o aumento do clima de insegurança. A situação do distrito do Porto e da região norte, em poucos anos, deixou de ser o motor da economia do país para passar a ser uma das regiões mais pobres da Zona Euro. Não podemos continuar nesta caminhada para a morte. Basta. Temos que aprofundar a democracia representativa promovendo a regionalização política do país, responsabilizando pública e democraticamente as decisões regionais e expondo-as ao escrutínio popular. Faço esta análise real do meu José Carlos Póvoas país e da região que represenVereador PSD/Baião to para lembrar a V. Exas que passamos a vida a ser esquecidos. As compensações são para os mega aeoroportos que não são feitos, o não pagamento de portagens no Algarve e na ponte 25 de Abril. Chega, chega mesmo. Temos que tomar medidas. Não sou de abanar com a cabeça, gosto do trabalho em equipa, de ser solidário, correcto e leal. Como elemento da AMBT irei propor a criação de uma medida que de algum modo seja o início da criação de emprego sustentável , desenvolvimento com a criação de riqueza económico-financeira e ambiental. Irei propor ao executivo municipal a criação de uma empresa intermunicipal na área das energias renováveis (parcerias público-privadas). Todos os concelhos têm energia eólica, todos têm rendimentos produzidos pelo vento, sol e água. Eu quero rentabilizar este produto e distribuí-lo mais barato, eu quero ser concorrente da EDP. Temos uma oportunidade de nos unirmos e sermos empreendedores a favor do desenvolvimento sustentado. Temos que defender quem nos elegeu para bem de todos. Passado dois meses desta minha intervenção, “por acaso ou não”, apareceu um grupo de 30 notáveis de Lisboa, que é a capital do centralismo, a dizer que as energias renováveis (eólicas) ficam muito caras ao país. Sabem porquê? Porque não têm eólicas no Terreiro do Paço nem na Av. dos Aliados, logo não têm proveitos, não têm ganhos directos. Nós temos ganhos reais e damos a ganhar ao país nos ganhos directos as C.M., juntas de fregesia e os proprietários recebem uma renda pela exploração das energias renováveis. Nós e o país ganhamos porque produzimos energia limpa, não lançamos para a atmosfera CO2. SOMOS AMIGOS DO AMBIENTE. Temos que defender esta nossa mais valia que é comum a todos os municípios do Baixo Tâmega. Temos que estar unidos neste novo desafio, temos que rentabilizar esta fonte de energia. Não temos que ter complexos quanto aos nossos conhecimentos. É com o conhecimento que se dá o desenvolvimento. Temos conhecimento nas áreas agro-alimentar e no vinho como poucos neste país. Os srs. do centralismo não estão preocupados com o nosso conhecimento, só estão preocupados com os nossos terrenos para a construção de centrais nucleares. Já começaram a fazer a opinião pública – a seguir vão querer construir, explorar e distribuir a energia nuclear – e nós a ver os lucros a voar para Lisboa. Temos que defender o que a natureza nos dá e espero contar com todos para a criação de uma empresa intermunicipal de energias renováveis, que explore e distribua. Não quero a energia nuclear no Baixo Tâmega com a promessa de criação de emprego. Juntos seremos capazes de dar um exemplo ao país e DEFENDER QUEM NOS ELEGE.

No dia 01 de Junho festeja-se em Portugal o Dia das CrianAo saber que este pretende preservar o convívio com o filho ças. mantendo todos os laços de afectividade decide vingar-se afasAproveitando esta efeméride proponho que nos debrucetando a criança do progenitor. mos sobre alguns dos direitos fundamentais das crianças, que A forma de o executar é variada, basta darmos largas à imatodos certamente conhecemos mas que, algumas vezes, na ginação, tudo vale para que seja conseguido o objectivo: afastar prática são esquecidos e violados. a criança do seu pai ou da sua mãe. Por vezes até presenciamos Portugal ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança ficções de maus-tratos físicos e de abusos sexuais, não havendo em 21 de Setembro de 1990, menos de um ano após a sua aproqualquer pejo em deixar a criança desprotegida e em contacto vação pelas Nações Unidas. directo com toda esta adversidade. A Convenção está assente em quatro princípios essenciais: Não raras vezes, esse progenitor passa a controlar e a doa não discriminação; o interesse superior da minar a criança pelos processos mais incriança; a sobrevivência e desenvolvimento sidiosos. Chegando mesmo a criança ao e a opinião da criança. ponto de não conseguir distinguir o que é E porque nunca é demais recordar, é verdadeiro do que é falso, tal é o domínio consabido que a criança tem o direito de vie o controlo exercido sobre ela. O objectivo ver com os seus pais a menos que tal seja é destruir o antigo parceiro instrumentaliconsiderado incompatível com o seu intezando a criança. resse superior. A criança tem também o diA criança que, naturalmente, ama o seu reito de manter o contacto com ambos os progenitor é levada a afastar-se dele. Tudo pais se estiver separada de um ou de amisto gera uma profunda contradição de senbos. É também aos pais que compete a restimentos e destruição do vínculo afectivo ponsabilidade de educar a criança. entre este e aquela. A criança tem direito a um nível de vida Estes comportamentos são geradores adequado ao seu desenvolvimento físico, de graves danos psíquicos e emocionais na mental, emocional, moral e social. criança, não sendo necessário possuir forTem também direito à educação, destimação nesta área para facilmente perceber nando-se esta a promover o desenvolvimen- Lúcia Coutinho que as crianças que crescem no meio deste to da personalidade da criança, dos seus ta- Amarante tumulto hão-de tornar-se adultos inseguros, lentos, aptidões mentais e físicas, por forma nervosos, e, acima de tudo, infelizes. A criana prepará-la para uma vida adulta activa. ça fica dividida, em crise, sempre posta à prova, acreditando A criança tem direito à saúde e serviços médicos, gozando que se for leal para com um dos progenitores estará a ser desdo melhor estado de saúde possível e beneficiando de serviços leal para com o outro e, mais cedo ou mais tarde, isto poderá gemédicos compatíveis com o seu estado. rar-lhe um sentimento de culpa, o que acontecerá, certamente, Aqui chegada, e após enunciar de forma genérica alguns quando perceber a injustiça com a qual foi obrigada a pactuar. dos direitos da criança a que entendo não me dever escusar, Não se pense que estas situações, algumas de foro patológinão poderei deixar de recordar algumas situações – que, autoco, são distantes de nós ou que só acontecem com pessoas mematicamente, me assaltam a memória – em que muitos desses nos instruídas. De facto, e infelizmente, é reconhecido que tal direitos são violados e os malefícios que comportamentos desassim não é: estas situações são transversais à nossa sociedaviantes trazem à criança. de, afectando pessoas com instrução e passam-se ao nosso lado Todos reconhecemos que é cada vez maior o número de e com alguma frequência. crianças que enfrenta o divórcio dos seus pais ou a separação Mostra-se, pois, necessário ter consciência que esta é uma dos seus progenitores. forma de abuso, de maus-tratos infantis, que põe em risco a Certo que os filhos sofrem aquando da separação, mas não saúde emocional da criança e que não deve ser silenciada. é menos verdadeiro que grande parte das vezes a separação, Torna-se bom de ver que esta situação afecta gravemente tendo em conta o elevado nível de conflitualidade e violência no o desenvolvimento da saúde psicológica e física da criança e é âmbito das relações conjugais e familiares, é inevitável. impeditiva do que universalmente está reconhecido: a crianNo entanto, a verdade é que, em muitos casos, as crianças ça deve crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, poderiam sofrer menos se os seus progenitores orientassem amor e compreensão, com vista ao desenvolvimento harmoniode outra forma a sua (e não delas) separação e se as não instruso da sua personalidade. mentalizassem, nem fizessem das crianças os seus mensageiNeste tempo em que vivemos, os problemas são globais e, ros, a sua “arma de arremesso”. deste modo, não podemos nem devemos fechar os olhos ao que Repare-se, uma criança que não entende a razão da sepase passa à nossa volta. ração dos seus pais pode pensar que é ela o motivo da sepaE porque há crianças que morrem literalmente à fome, não ração e certamente poderá sentir-se responsabilizada por tal têm acesso aos cuidados de saúde primários e às medidas de situação. prevenção e à educação e não lhes é assegurado um nível de O que poderá acontecer mesmo quando a separação se faz vida adequado, permitam-me que aborde ainda o tema dos de forma digna com respeito pelos direitos da criança, quando APADRINHAMENTOS À DISTÂNCIA. os filhos de pais separados continuam a conviver plenamente Os projectos de apadrinhamento de crianças são uma das com os progenitores e respectivas famílias, não saindo beliscaformas mais eficazes de contribuir para o desenvolvimento indos os laços de afectividade e quando ambos os progenitores se tegral das crianças nos países pobres. empenham seriamente no seu desenvolvimento e crescimenO apadrinhamento consiste na ajuda por uma família ou to harmonioso e, em comum, são responsáveis e decidem as pessoa individual, de forma continuada, prestada a crianças questões importantes dos filhos. institucionalizadas no seu processo de crescimento, contribuinNão se pretende que o contacto da criança com o progenido tais voluntários (pessoas comuns, muitas delas das nossas tor seja apenas “protocolar”, consubstanciando apenas o cumrelações) com determinada quantia para as despesas com aliprimento de uma obrigação formal para o progenitor e um samentação, saúde e educação das crianças. crifício para o filho. Pode e deve haver uma interacção entre padrinho/afilhado, É inquestionável a existência de um dano efectivo para a através da manutenção de contactos, por forma a que aquecriança pela ausência de convívio com um dos progenitores, le possa inteirar-se do bem-estar, dos projectos de vida e dos os afectos assumem importância nuclear no desenvolvimento sucessos escolares da criança que apadrinha. À medida que a harmonioso da personalidade da criança. É necessário que a criança for crescendo o padrinho pode – e deve – relacionar-se criança, principalmente a que não vive com um dos progenicom ela directamente, por carta, por telefone e pessoalmente, tores, não duvide dessa realidade, que os seus pais não se searticulando estes contactos com os educadores da criança. É pararam de si, que continuam a amá-la, a preocupar-se com bom não esquecer que estamos a falar de crianças que, muito o seu bem estar, com o seu crescimento saudável a nível físicomummente, vivem em orfanatos, que perderam os pais por co e psíquico. E nesta matéria não basta apenas afirmar tem doença ou vítimas das malfadadas guerras. que se praticar. É suficiente menos de 1€ por dia para ajudar estas crianças Acontece porém, e infelizmente muito mais frequentemena construírem o seu futuro com dignidade e pondo em prática te do que deveria, que a ruptura da vida conjugal ou da vida os direitos mais básicos que lhes assistem. Felizmente, estes dos unidos de facto gera no elemento que não pretendia a seprojectos têm-se multiplicado e, a grande maioria, encontra-se paração um sentimento de abandono, de rejeição e de vinganhoje à distância de um click. ça. Esse elemento, não conseguindo fazer o luto da separação, Por muito pouco para muitas pessoas podemos fazer feliz inicia um processo de destruição do seu anterior companheiro. uma criança…


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empresas & negócios

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MCoutinho Alvescar promoveu “Festa K” na apresentação do novo Chevrolet Spark.

A MCoutinho Alvescar promoveu no passado dia 20 de maio, um evento dedicado ao mais recente modelo da Marca, o novo Chevrolet Spark. Assim, o objetivo passou por chegar a um dos públicos mais jovens e animados do Nordeste Transmontano, ou seja, aos estudantes da UTAD. Nesse sentido, estiveram em exposição nesta instituição vários Chevrolet Spark na expectativa de todos poderem sentir este novo modelo, promovendo ações de teste drive e também o inesquecível “dia K”. A ação foi então encerrada com a “Festa K” no Bar BClub com uma sessão de Karaoke. Os participantes estavam habilitados a usufruírem de um fim-de-semana, ao volante de um Chevrolet Spark numa Pousada de Portugal. A adesão dos mais jovens foi um êxito, e a qualidade dos participantes atingiu níveis elevados. O Juri, constituído pelo Diretor de Vendas e Frotas da Marca, Joaquim Troia, pelo Diretor Geral da MCoutinho Alvescar, Victor Fernandes e pelo Diretor do Grupo BClub, Jorge Melo, decidiu que a feliz contemplada seria Ana Lourenço, estudante de Psicologia da UTAD, que brilhou ao cantar I will always love you de Whitney Houston. A festa manteve-se animada até de madrugada num ambiente totalmente SPARK. [Informação empresarial]

MCoutinho Porto abre espaço MAZDA em Paredes

A empresa MCoutinho Porto abre em Paredes, a 2 de junho (19:00), um novo espaço de exposição da marca japonesa Mazda. A empresa do Grupo MCoutinho alargou recentemente a área da concessão Mazda a vários concelhos do distrito do Porto. O novo espaço fica situado na avenida Francisco Sá Carneiro, próximo da estação ferroviária. Além de Paredes, a MCoutinho Porto dispõe de espaços de exposição da marca na Rua Augusto Lessa e na Estrada Exterior da Circunvalação (Areosa), ambos na cidade do Porto.

Jorge Manuel Costa Pinheiro

Comércio de todo o tipo de material de escritório Rua Teixeira de Vasconcelos - Amarante

Telef. 255 422 283 * Telem. 917 349 473

Líder da Mota Engil agraciado em Amarante O líder do grupo Mota-Engil, António Mota, foi agraciado este mês em Amarante, sua terra natal, pela associação empresarial, durante uma cerimónia em que também foram homenageados alguns associados e antigos dirigentes da instituição. "É para nós uma enorme honra distinguir um amarantino que tanto tem feito pelo país e pela sua terra, que nunca esqueceu", justificou Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Amarante (AEA). O grupo liderado por António Mota tem feito vários investimentos no concelho, contribuindo para a dinamização económica. O dirigente recordou também que António Mota mantém a sede social da sua empresa em Amarante, dando também emprego a muitos habitantes do concelho. O empresário agradeceu a distinção e salientou que a empresa que lidera sempre soube aproveitar as oportunidades em tempo de crise. "Vamos deixar-nos de lamúrias", salientou António Mota a propósito da atual crise económica e financeira. Apesar das implicações em termos de impos-

tos, o empresário amarantino prometeu também manter a sede em Amarante, berço do maior grupo empresarial privado. No decurso da Gala do Empresário foram também celebrados protocolos com um banco, uma operadora de telemóveis e com o grupo do ramo automóvel MCoutinho. Ao abrigo desta parceria, a empresa MCoutinho Douro, através das Marcas Fiat, Alfa Romeo e Lancia, estará presente nos vários eventos promovidos pela Associação Empresarial de Amarante, disponibilizando também as viaturas oficiais a esta associação. «A parceria que agora estabelecemos enquadra-se na política de desenvolvimento do nosso negócio, com uma forte orientação para ações de proximidade com as forças vivas da região onde nos inserimos, de que a Associação Empresarial de Amarante é um excelente exemplo», salientou a administradora da MCoutinho Douro, Margarida Coutinho.

MCoutinho Douro apresentou ASX, o novo argumento da Mitsubishi A empresa MCoutinho Douro aproveitou o recente lançamento do ASX, novo modelo da marca nipónica Mitsubishi, para inaugurar o stand de Marco de Canaveses, em Talegre, próximo da GNR, onde também dispõe de instalações e serviço pós-venda. A concessão Mitsubishi na região do Tâmega e Sousa é desde há alguns meses representada por uma empresa do Grupo MCoutinho. O Mitsubishi ASX é um SUV compacto de pouco mais de quatro metros de comprimento, cinco lugares e cinco portas. Concebido para os que valorizam “o prazer

da condução”, o Mitsubishi ASX conjuga “níveis de potência elevados com reduzidas emissões” de CO2 e dos restantes gases de escape, graças ao novo motor 1.8 diesel DI-DMIVEC de 150 CV. O sistema de arranque sem chave, computador de bordo com LCD a cores e o teto panorâmico estão entre os atrativos do ASX. Todas as versões estão equipadas com sete airbags, controlo ativo de estabilidade e tração, ABS e assistência no arranque em subidas. A mala tem capacidade para 442 litros e o desenho dos elementos dianteiros do ASX teve em consideração a redução de potenciais lesões nos peões.


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B.B. King em Sabrosa António Mota

Ernesto e Sara Sim, sou um homem feliz dentro das minhas possibilidades. Cada idade tem os seus quês, tanto para bem, como para mal. Eu já fiz setenta e sete anos e sim, sou um homem feliz quando não penso em certas coisas. Por exemplo, se penso na minha falecida mulher. Chamava-se Sara. A minha Sara é uma mulher muito bonita e muito trabalhadeira. Deu-me um filho, o meu Carlos, que está a viver em Vigo há muitos anos. Casou lá com uma espanhola, mas ainda não me deram netos. Ainda não calhou. Que agora com este novo mundo, não há tempo para nada, nem para fazer filhos. Diziam na televisão – que eu gosto de andar informado –, que os computadores iam facilitar a vida às pessoas, mas não. Ficou tudo ainda mais acelerado. Anda toda a gente a correr. Este tempo faz-me um bocado de confusão. Sim, sou um homem feliz porque vivo na minha casa e sou senhor de mim. Faço o que quero e não tenho de dar satisfações a ninguém. Não vivo completamente sozinho, tenho sempre o rádio ligado e, às vezes, também a televisão, mas com o som desligado. Também tenho o meu gato Serôdio, que ainda gosta de ser mais independente do que o dono. Tem dez anos, está velho, cego de um olho, mas ainda anda atrás das gatas. Às vezes são elas que o vêm chamar. E eu digo-lhe: vai à tua vida e faz o que tem de ser feito, mas com muita competência. Estás velho, estás cegueta, estás remeloso e neste ponto tens mais sorte do que eu. Às vezes penso nisso, mas depois encolho-me, porque tenho muito medo das doenças que andam por aí. E cá lá me vou arranjando sozinho, de velho se volta a moço, está a perceberme. Odeio o Serôdio quando me aparece em casa todo moído. Odeio-o, e gostava tanto de ser como ele. Sim, sou um homem feliz. De manhã acordo lá pelas seis e meia, ligo o rádio e ouço as notícias e o sei tudo sobre o trânsi-

to de Lisboa e do Porto. Depois deixo-me ficar e levanto-me tarde, nunca antes das oito e meia. Depois vou comprar quatro pães à venda do Francisco, dou duas de trela e volto para casa para comer uma tigela de café com leite. Depois distraio-me a ver televisão, falo com o Serôdio, ou com quem passa. Depois as meninas da Misericórdia trazem-me o almocinho, e eu já fico com comida para o dia inteiro. O meu filho é que insistiu, porque eu bem me safava sozinho: abria uma lata de sardinhas de conserva, ou de atum, ou de cavala, às vezes cozia feijões e comi-os com cebola, azeite e vinagre. A minha nora é que andou a fazer a cabeça ao meu filho, que eu andava a alimentar-me mal, que os enlatados iam estragar-me o sangue e mais isto e mais aquilo. E então encomendaram-me a comida e ofereceram-me um microondas, que é um aparelho que faz muito jeito para aquecer a comida. Em três minutos fica tudo quentinho, às vezes até queima. De tarde fico por casa a ver televisão e a ouvir rádio. Quando não chove, e para matar tempo, vou até à venda do Francisco, e fico por lá a meter-me com ele. Porque eu sou do Porto e ele é do Benfica, eu sou socialista e ele é PPD, ele gosta do Cavaco e eu do Manuel Alegre, é uma pândega até vir a noite. O Francisco todos os dias se queixa do negócio, diz que vai fechar para o ano que vem. Mas eu não acredito. Se ele fechasse o que é que íamos fazer? Sim, sou um homem mais feliz aos domingos. Visto o meu fato e saio de casa às dez da manhã. Ao meio-dia já estou sentado no restaurante na mesa do canto. E como meia dose de arroz do forno com anho, que tem o mesmo sabor ao que a minha falecida fazia, e bebo dois copinhos de tinto maduro. Remato com um café, arroto como um menino, e digo para os meus botões: aproveita, Ernesto, aproveita antes que anoiteça. anttoniomotta@gmail.com

Debates em Lamego sobre o vinho e o turismo e os seus múltiplos aspetos e um concerto gratuito do lendário guitarrista americano B. B. King, em Sabrosa, animam a região duriense. A vila de Sabrosa prepara-se para acolher as milhares de pessoas esperadas para assistir, no sábado, ao concerto de B.B. King, o que ajudará a promover e a divulgar o concelho.

Cereja em Alfândega A vila de Alfândega da Fé organiza de 10 a 13 de junho a Festa da Cereja, fruto que constitui cada vez mais importante fonte de receita da economia local. A Câmara de Alfândega da Fé, responsável pela iniciativa, organizou uma visita aos pomares de cerejas e às unidades agro-industriais que trabalham na transformação deste fruto.

Junho em Amarante Amarante recebe nos dias 4, 5 e 6 de junho milhares de forasteiros para as tradicionais Festas do Junho, em honra do padroeiro São Gonçalo. Bandas musicais, arruadas dos grupos de bombos e as manifestações religiosas fazem parte do programa. Marco Paulo encerra a noite de sábado, seguindo-se uma sessão de fogo de artifício e espetáculo piro musical.

crónica|eventos

Nadir Afonso na Bienal de Chaves A Bienal de Arte de Chaves 2010, que arranca na próxima terça-feira, presta este ano homenagem a dois artistas consagrados flavienses, Nadir Afonso e João Vieira. Com três exposições, uma conferência e um ateliê de pintura, a bienal insere-se "numa estratégia cultural" do Municíoio de Chaves. A homenagem a Nadir Afonso e João Vieira tem como objetivo "promover a cidade, o concelho e a região", assim como "promover a arte contemporânea", disse o autarca local, João Batista. De 01 de junho a 04 de julho, o espaço multiusos do Centro Cultural de Chaves recebe uma exposição com trabalhos do artista João Vieira, natural de Vidago.

Sementes de Leitura no Museu do Douro Escritores, autores, ilustradores e especialistas de educação participam a 29 de maio, no Museu do Douro, na Régua, no terceiro encontro de Sementes de Leitura e Artes, uma iniciativa dos estudantes e professores da ESE Paula Frassinetti, do Porto. O encontro começa às 11:00 e prolonga-se pela tarde com a realização de diversos painéis, nomeadamente um sobre "Animação da leitura e contextos lúdicos da aprendizagem".

Rali de Portugal: Vítor Pascoal confiante Vítor Pascoal e Mário Castro, da equipa Politejo Amarante Rallye Team, vão participar no Rali de Portugal que começa dia 27 no estádio do Algarve. A dupla, que no ano passado venceu o Vodafone Rali de Portugal, parte “com grande entusiasmo”. A Politejo Amarante Rallye Team foi convidada pela organização a integrar o grupo de prioridade P3, o que é visto como um “reconhecimento” do trabalho da equipa.


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artes | nós

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Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior. Fundado em 1984

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Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos]

Quinzenário Regional Registo/Título: ERC 109 918 Depósito Legal: 26663/89 Redação: Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23 Apartado 200 | 4630-296 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 - Fax: 255 523 202 E-mail: tamegapress@gmail.com Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689), Redação e colaboradores: Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Paula Costa (C.P. 4670), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Patrícia Posse, Helena Fidalgo (C.P. 3563) Alexandre Panda (C.P. 8276), António Orlando (C.P. 3057), Jorge Sousa, Alcino Oliveira (C.P. 4286), Helena Carvalho, A. Massa Constâncio (C.P. 3919), Ana Leite. Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima, Pedro Oliveira Pinto, Mª José Castelo Branco, Lúcia Coutinho, Marco António Costa, Armando Miro, F. Matos Rodrigues, Adriano Santos, Luís Ramos, Ercília Costa, Virgílio Macedo, José Carlos Póvoas. Colaboração/Outsourcing: Media Marco, Baião Repórter/ Marão Online Promoção Comercial, Relações Públicas e Publireportagem:

Samuel Beckett 2010 Esta caricatura obteve o 1º Prémio no Concurso Europeu de Cartoon em 2010, na II Bienal de Humor «Luiz d`Oliveira Guimarães», realizada em Penela.

Telef. 910 536 928 - Ana Pinto publicidade.tamegapress@gmail.com anapinto.tamegapress@gmail.com Propriedade e Edição: Tâmegapress - Comunicação e Multimédia, Lda. NIPC: 508920450 Sede: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 - Apartado 4 4630-279 MARCO DE CANAVESES

O OLHAR DE...

Eduardo Pinto

Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa.

1933-2009

Cap. Social: 80.000 Euros Impressão: Multiponto SA - Baltar, Paredes Tiragem desta edição: 30.000 exemplares

Inscrição na APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circulação | Em fase de auditoria A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

"Fogo no rio" – Rio Tâmega - Amarante – Finais dos Anos 50



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