Repórter do Marão

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repórterdomarão do Tâmega e Sousa ao Nordeste

Prémio GAZETA

Nº 1248 | fevereiro '11 | Ano 28 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928 | Edição escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico | Tiragem: 30.000 ex.

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Doente de Lamego espera pulmões novos há seis anos

A vida na corda bamba > 2-3

Empresário têxtil juntou dois milhares de rádios antigos Oferta de creches aumenta na região do Tâmega

Verbas do TGV podem financiar estradas encalhadas

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Pedro Abrunhosa esgotou concertos no Nordeste

Cavaco Silva promete cinco anos em Belém "mais ativos" Apesar de ter perdido meio milhão de votos relativamente a 2006, Cavaco Silva derrotou a Esquerda logo na primeira volta. No discurso de vitória, não esqueceu as "calúnias" dos que o tentaram envolver em negócios... Aguarda-se um mandato bem mais ativo que o primeiro. >8


Drama em Lamego | Vítor espera pulmões novos

A vida na corda

Iolanda Vilar | iolandavilar.tamegapress@gmail.com | Fotos I.V.

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eis anos em lista de espera no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, para o transplante de pulmões são uma eternidade para Vítor Rebelo Paulo. Aos 35 anos confronta-se com a impossibilidade de levar uma vida normal. Subir escadas ou andar na rua nos meses de inverno são verdadeiras aventuras para este homem que sofre de um enfisema pulmonar grave. Respirar não é uma tarefa fácil. Ao abrir a gaveta da mesinha de cabeceira, Vítor Paulo contabiliza as caixas de medicamentos prescritas pelo médico especialista. A toma diária cifra-se em 8 medicamentos que a esposa Alexandra já sabe de cabeça (mas faz questão de guardar na gaveta o papel já muitas vezes aberto e fechado). Sair de casa é algo quase proibido. Levantar o Cartão do Cidadão foi a última aventura que o deixou prostrado durante vários dias.

Esperança esfuma-se de dia para dia As 24 horas do dia passam lentas e apenas são atenuadas com a visita de familiares e amigos que conhecem bem o seu problema. Quando o RM visitou Vitor Paulo, encontrou um semblante carregado e sem esperança. Recentemente, Vítor diz que viu a morte à sua frente no momento da entrada no hospital, com “um princípio de acidente vascular cerebral”. Não são precisos despertadores para indicar as horas da toma de cada medicamento. “Nada pode falhar”, dizem. Tudo começa logo pela manhã com a ingestão de nebulizadores e anti-inflamatórios. A mãe, Natércia Rebelo, lamenta a sorte do filho e das fracas condições de vida. A

casa não reúne as condições ideais: muitas escadas e fria quanto baste. “Mas dar 200 euros de renda já é tanto”, lamenta a progenitora. Uma casa camarária seria o ideal para esta família, diz Natércia, que sonha o dia em que o filho tenha uma vida “um pouquinho melhor”. Ciente da vida do filho, Natércia fornece-lhe diariamente alguma alimentação, chegando à cozinha refeições que distribuiu também por outros filhos carenciados. “Uma mãe que se preze ajuda sempre os seus filhos”, assume. O dinheiro que ganha como funcionária da Câmara e os rendimentos do marido são gastos “em muita medicação e a ajudar os filhos”. Segundo a progenitora, a qualidade de vida deste doente degrada-se de dia para dia e aos 35 anos perdeu a conta das idas ao médico, das mudanças de especialista e de um beco sem saída que diz ter-se tornado a sua vida. Não pode trabalhar e depende da ajuda da Segurança Social e de instituições de solidariedade para sobreviver. A esposa Alexandra Rebelo é o seu braço direito. “Sobrecarrego em demasia a minha mulher” refere Vítor, acrescentando: “Eu pouco ou nada posso ajudar em casa, pois nem um saco pequeno das compras posso carregar”. “É ela que carrega com tudo”, afirma. Vítor lembra que caso seja operado vai estar “mais disponível”, apontando o exemplo de casos semelhantes em que os doentes fazem hoje uma vida normal.

O desespero do inverno e a esperança em Espanha Mas o que, de facto, perturba a sua mobilidade são as “temíveis escadas” que Vítor sobe e desce diariamente. “Vou devagar, devagarinho, pois por recomendação médica


bamba estou proibido de fazer esforços”, diz. Os meses de inverno são um verdadeiro suplício. A casa onde reside com a família é antiga e muito fria. “O Inverno é péssimo para a minha saúde” e a sua insuficiência respiratória condiciona todos os seus passos, até o relacionamento com os dois filhos. “Brincar com os meus filhos é uma grande aventura”, refere.

Passado de toxicodependência e alcoolismo Vítor Paulo já ponderou também uma cirurgia em Espanha. “De dia para dia a minha saúde piora e temo que qualquer dia seja tarde demais para um transplante”, lamenta. Confiante no sucesso de cirurgias semelhantes no país vizinho, sonha conseguir uma vaga que salve a sua vida. “A espera em Portugal é angustiante e apesar de saber os riscos desta operação, não perco nada em tentar melhorar de vida”, assume Vítor Paulo. O enfisema pulmonar condiciona a sua vida desde os 17 anos, altura em que interrompeu o seu trabalho na construção civil, tendo sido reformado por incapacidade aos 22 anos. “Sei que cometi alguns erros no meu passado e que pioraram o meu estado de saúde”, reconhece Vítor, que não esconde a dependência de drogas e álcool na juventude. “Depois de curas de desintoxicação e com a ajuda do meu médico amigo, dr. Cardoso Leite, estou completamente curado”, afirma. O historial clínico de Vítor Rebelo conta com diversos internamentos para tratar de problemas pulmonares e cirurgias. O enfisema [doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, o que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente. Ela geralmente é causada pela exposição a produtos químicos tóxicos ou exposição prolongada ao fumo de tabaco. Caracteriza-se pela hipertrofia e hiperplasia das paredes das mucosas] foi detectado durante uma ida às urgências do hospital de Lamego.

Sem dinheiro para medicamentos Desde setembro de 2010 que Vitor Rebelo sofreu mais um revés. Não tem dinheiro para medicação devido aos cortes nos apoios sociais. Reformado por invalidez, viu ser-lhe retirado o apoio à sua medicação mensal. Quando se dirigiu à farmácia do seu bairro, para levantar a medicação, soube que a guia de autorização não estava ativa. Por vezes, vê-se obrigado a não tomar a medicação recomendada e a ficar cada vez mais dependente do oxigénio. “Quando tenho dinheiro compro ou fico a dever”, lamenta. Diariamente toma uma série de medicamentos para aliviar o problema pulmonar e uma depressão. Mensalmente para as despesas familiares – um agregado composto por dois filhos menores e a esposa desempregada - conta com 230 euros da sua pensão de invalidez. O rendimento de Inserção Social foi reduzido em 60 euros, recebendo agora 220 euros. “Em média gasto cerca de 80 a 100 euros em medicação para o meu problema de saúde” refere Vitor Rebelo, que ainda contabiliza “outros gastos extra, sobretudo no inverno”. “O corte nesta ajuda, que recebia há muitos anos, vai obrigar-me a mais sacrifícios” desabafa. Vitor vive da solidariedade dos amigos, familiares e da igreja. Também já tentou ajuda em várias instituições como a Junta de Almacave, sem sucesso. “A minha esposa bem procura emprego, mas infelizmente nada aparece”, lamenta.


Auditórios transmontanos esgotaram para ouvir Pedro Abrunhosa

“O que interessa é o teor das canções” Patrícia Posse | pposse.tamegapress@gmail.com | Fotos D.R.

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promessa de um espetáculo intimista levou muitos transmontanos a não desistir de um bilhete para assistir aos concertos de Pedro Abrunhosa, que deixaram os auditórios dos teatros de Bragança (3 fevereiro) e Vila Real (4 e 5) lotados. Esta foi, aliás, uma realidade constante no arranque desta digressão de inverno. Pedro Abrunhosa explica que isso não é mais do que “um reflexo do impacto que as músicas têm no quotidiano das pessoas”. “Não é uma coisa muito extraordinária, é exatamente o espelho do que as músicas têm cumprido ao longo dos anos. Depois, quando vou atuar, neste contexto de inverno, é natural que os auditórios esgotem.” Ainda assim, o músico não esconde ter ficado surpreendido com o facto de, numa altura de crise, terem esgotado tão rapidamente. “Por exemplo, casos como Famalicão, Vila Real ou Bragança, não é por razões económicas que não fazemos uma terceira ou uma quarta noite, é mesmo por razões de agenda”, justifica.

“Canções” foi o nome naturalmente escolhido para o novo espetáculo, porque a canção é “uma história pequena que demora quatro minutos a ser cantada, uma forma de expressão que cruza a música e a literatura”. “A canção é aquilo que, no fundo, tem feito a banda sonora das nossas vidas. Todos nós temos canções de eleição.” É esse sentimento de partilha com músicas que também lhe dizem muito que Pedro Abrunhosa cativa a assistência. O alinhamento do espetáculo é constituído por “um património vasto de canções, que as pessoas conhecem de todos os discos” e Pedro Abrunhosa assegura um espetáculo “energético, forte e, neste caso, mais íntimo”.

Pessoalidade transversal “Longe”, o seu mais recente álbum, mantém-se nos lugares cimeiros do top nacional ao fim de mais de 40 semanas e alcançou a Platina no início deste ano, por vendas superiores a 20 mil exemplares. “Está a fazer um bom percurso, numa altura em que quase não se vendem discos”, salienta. Este disco é apenas mais um passo num trajeto de sucessos discográficos, mas o músico portuense recorda que cada álbum é “fruto de um trabalho intensíssimo”, com muitas horas de estúdio e preparação. A prioridade está em “não trair a qualidade do disco anterior e fazer melhor para o disco futuro”. Daí que o cerne esteja no rigor imposto às canções. “Se não forem elas a chegar ao público, nada chega. Não interessa a imagem, abdominais esculpidos ou pintar os olhos, o que interessa é o teor das canções. É isso que fica a longo-prazo, é o que as rádios querem passar e o público quer identificar-se com as canções.”

Há “uma pessoalidade completamente transversal” associada a este último trabalho de Pedro Abrunhosa. “É mais meu que os anteriores porque há uma intervenção minha muito maior, atendendo a que é gravado no meu estúdio, é produzido por mim, as músicas e as letras são todas minhas”, explica. Em Portugal e nos palcos lá fora (Brasil, Espanha, França, Itália, África), o público tem correspondido de uma forma que é “difícil descrever”. “Quando chego aos locais para fazer um espetáculo, é extraordinária a maneira como as canções já abriram território.” Pedro Abrunhosa gosta muito de tocar em Portugal, pela “afetividade do lar” que lhe é inerente. “Há uma proximidade cultural muito maior, mas a recetividade que tivemos no Brasil, onde não é fácil a música portuguesa penetrar, deixou-me francamente emocionado. Não só pelas salas cheias, pela crítica e pelas reportagens que são feitas. Nota-se que há um profundo conhecimento do meu trabalho.” Com “Longe”, a ambição era “recomeçar de novo”, uma pretensão que “foi mais do que alcançada”. “Conquistam-se públicos mais novos, perdem-se outros que acham que devia ter ficado igual, mas tenho notado que essa franja é mínima”, admite. O estilo musical está agora mais voltado para as sonoridades da guitarra, mas Pedro Abrunhosa prefere sublinhar o aperfeiçoamento da sua escrita. “A minha voz é uma impressão digital, o que eu ponho por baixo é completamente irrelevante. A minha escrita melhora, porque como um autor literário, quanto mais amadurece, melhor escreve. Tem mais vida, mais ternura, mais paciência, a agressividade é mais dirigida.” Pedro Abrunhosa admite que “todos os dias” pensa no próximo trabalho, porque vive “a angústia da criatividade”. “Este disco já é passado. Ele é presente nos espetáculos, mas no meu imaginário, não.”

Uma leitura que ainda não foi feita O top 10 de vendas, em Portugal, tem sido dominado por músicos portugueses, algo que Pedro Abrunhosa classifica como “fantástico” e lamenta que “não seja o top 50”. “Mas isto não é uma novidade. A música portuguesa sempre vendeu mais do que a estrangeira. Portanto, é uma leitura que as editoras devem fazer ao nível dos escritórios em Nova Iorque e em Londres”, ressalva. O músico considera que está na altura das pessoas e da imprensa retirarem as devidas ilações e deixarem de “andar a lamber as botas aos estrangeiros só porque falam inglês”. Por isso, dever-se-ia dar “o devido destaque ao que se passa em Portugal, umas vezes bem, outras, menos bem, mas em português e seguramente melhor do que muita da porcaria que é importada da América, da Inglaterra, etc. e que os portugueses engolem como se fosse uma coisa divina”.


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Há exemplares raros e o aparelho mais antigo foi construído em 1912

Empresário têxtil tem coleção de mais de dois mil rádios antigos Paulo Alexandre Teixeira | pauloteixeira.tamegapress@gmail.com | Fotos P.A.T.

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m empresário da indústria têxtil, natural de Vila Meã, tem em seu poder o que acredita ser uma das maiores coleções de rádios antigos no país, mais de dois milhares de aparelhos de telefonia sem fios. “Dizem-me que há outros colecionadores mas pelo que tenho visto na Internet, não devo andar muito longe de ter a maior coleção em Portugal”, explicou ao RM Vitor Queirós.

Entre os rádios que o colecionador guarda, numa sala reservada para o melhor lote, encontram-se modelos representativos do vasto leque de marcas e tecnologias que ocuparam lugar central nas salas de estar em todo o mundo durante a primeira metade do século XX. O espólio acumulado é uma verdadeira homenagem a esta primeira tecnologia que permitiu a disseminação de informação à escala global, graças à capacidade das ondas de rádio de ultrapassarem as barreiras tradicionalmente impostas pela geografia e pelas fronteiras artificiais. Entre os modelos favoritos deste colecionador encontram-se rádios raros, fabricados na Alemanha em 1938, com o logótipo da bandeira nacional socialista e um modelo de mesa americano, denominado rádio de fazenda.

Modelo mais desejado ainda por adquirir Mas o modelo mais desejado ainda não se encontra no espólio do colecionador e é de marca nacional. “Há um pequeno rádio a válvulas da antiga Emissora Nacional, que tem o emblema da casa e que era vendido aos funcionários públicos, a prestações, em finais dos anos 30. É extremamente raro, já vi dois ou três mas quem os tem agarra-se a eles porque são muito valiosos”. O rádio mais antigo data de 1912 e o mais recente é do final dos anos 50, altura em que a tecnologia passou das válvulas para o transístor e onde o colecionador põe um ponto final. “É no transístor que ponho um ponto final nesta coleção mas isso não significa que um dia não me vire para aí”, afirma.

Um autodidata confesso no campo da eletrónica, Vitor Queirós começou a sua coleção há cerca de 11 anos, quando comprou o seu primeiro modelo, numa feira de antiguidades. “Quando era novo, tinha uns 14 anos, divertia-me com uns colegas a construir uns rádios de galena e essas brincadeiras. Mas a colecionar, foi só há 11 anos quando comprei o meu primeiro modelo. Acabei por gostar do processo de o pôr a trabalhar, e foi aí que apanhei o ‘bichinho’ dos rádios antigos”, contou o colecionador. Embora atualmente já não compre em feiras, porque “já quase nada de novo aparece”, o empresário usa hoje a Internet para encontrar novos modelos e peças. O processo de restauração destes rádios é moroso, na maioria dos casos, porque muitas vezes o aparelho chega às mãos do colecionador em mau estado de conservação. Aliás, Queirós confessa que grande parte da sua coleção está armazenada e empacotada, em locais diferentes, à espera de uma oportunidade de ‘renascer’ na oficina que o colecionador montou na sua garagem. “Muitos destes rádios precisam de ser totalmente desmontados e depois reconstruídos. Começo pela caixa, depois a parte mecânica e, por fim, a eletrónica. É um processo que leva tempo e que requer muita paciência. Mas eu gosto disto, dá-me muito prazer trabalhar nestes rádios. Para mim, é uma forma de aliviar o stress da vida profissional”, explicou.

À espera de um local apropriado para museu O colecionador já teve a oportunidade de pôr à mostra alguns dos seus melhores modelos, em três exposições nacionais, chegando a expor 120 rádios numa dessas ocasiões. A ideia de um museu onde possa mostrar a coleção permanentemente “já passou pela cabeça” de Vitor Queirós várias vezes e é algo que este colecionador vai equacionando com alguma frequência. “Há aqui peças muito raras e valiosas que merecem estar em exposição mas ainda não encontrei aquele espaço ideal para instalar um museu”, concluiu.



O economista que recusa ser político profissional mais cinco anos em Belém V

inte e cinco anos depois de ter vencido as legislativas que o levaram a chefiar o Governo durante dez anos, Cavaco Silva, o economista que recusa ser político profissional, foi reeleito Presidente da República. A política só entrou na vida de Aníbal Cavaco Silva depois do 25 Abril de 1974, quando aderiu ao então PPD, de Francisco Sá Carneiro, de quem era um admirador. Foi precisamente no Governo de Sá Carneiro (1980-1981), que viria a ocupar o primeiro lugar de destaque na vida política, assumindo a pasta das Finanças, já depois de ter passado pelo gabinete de estudos do PSD. A primeira experiência governativa havia, contudo, de ser curta, com o fim ditado pela morte de Sá Carneiro, a 04 de dezembro de 1980, e a posterior crise na Aliança Democrática (AD). Aliando-se a Eurico de Melo na oposição a Pinto Balsemão, Cavaco Silva foi depois deputado (1980) e presidente do Conselho Nacional do Plano (1981-1984). Em 1985, vai fazer a ‘famosa’ rodagem ao seu Citroen BX e entra no congresso da Figueira da Foz para disputar a liderança do PSD com João Salgueiro, que acaba por ganhar de forma surpreendente. Em menos de um ano rompe a coligação com o PS (Bloco Central), que tinha sido negociada por Mota Pinto, entretanto falecido, e provoca eleições antecipadas. Na primeira vez que vai às urnas, Cavaco Silva vence com uma maioria relativa e forma o seu primeiro Governo, um executivo minoritário que cai ao fim de dois anos com uma moção de censura apresentada pelo PRD no Parlamento. Apresentando-se novamente a eleições, Cavaco Silva arrecada a primeira maioria absoluta do pós-25 de Abril, que repete nas legislativas de 1991. Em 1994 foi a altura do primeiro grande “tabu” de Cavaco Silva sobre uma hipotética recandidatura nas legislativas do ano seguinte. Dúvidas só desfeitas muito próximo das eleições, quando deixou a liderança do PSD para Fernando Nogueira. Já em 1996 decide avançar com uma candidatura à Presidência da República, acabando por perder para o socialista Jorge Sampaio. Desde essa altura até 2005, quando decide voltar a entrar na ‘corrida’ a Belém, esteve afastado da política ativa, quebrando pontualmente o silêncio com intervenções em seminários e colóquios ou escrevendo artigos em jornais.

Foto Tiago Petinga | Lusa

A 22 de janeiro de 2006 chega, então, ao mais alto cargo da magistratura portuguesa, numa vitória à primeira volta. Nascido em Boliqueime, a 15 de julho de 1939, foi no Algarve que viveu até à juventude e onde passou por momentos que até hoje continua a recordar, como o ano em que chumbou no terceiro ano da Escola Comercial e teve como castigo “ir cavar milho” na horta do avô ou os primeiros passeios na praia dos Olhos de Água com aquela que anos mais tarde viria a ser a sua mulher, Maria Cavaco Silva. Em 1964, licenciou-se em Finanças no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF), com uma média de 16 valores, e poucos dias depois do casamento com Maria Cavaco Silva, partiu para Moçambique, onde cumpriu o serviço militar obrigatório, como oficial miliciano da Administração Militar. A carreira docente é iniciada em 1966, como assistente do ISCEF, mas dois anos depois Cavaco ingressa na Universidade de York (Reino Unido), onde, em 1973, faz o doutoramento. Regressado a Portugal, foi professor auxiliar no ISCEF (1974), professor na Universidade Católica (1975), professor extraordinário na Universidade Nova de Lisboa (1979) e diretor do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal.

"Vitória da verdade sobre a calúnia" Cavaco Silva considerou que a sua reeleição como Presidente da República foi "também a vitória da verdade sobre a calúnia" de que diz ter sido alvo por parte dos seus adversários. "A vitória [de hoje] é também a vitória da verdade sobre a calúnia, a vitória de uma candidatura feita pela positiva", declarou, no seu discurso de vitória, no Centro Cultural de Belém. "Foi o povo que, democraticamente, os derrotou. Uma vez mais, o povo português não se deixou enganar. A honra venceu a infâmia e a qualidade da democracia ganhou com esta vitória da dignidade", acrescentou o candidato presidencial apoiado por PSD, CDS-PP e MEP. Cavaco Silva acusou os seus adversários de terem procurado "denegrir" o seu caráter e a sua integridade pessoal, desrespeitado "a dignidade e o respeito que devem envolver uma eleição presidencial". "Foram cinco contra um", disse. Cavaco Silva reclamou, pelo contrário, nunca ter recorrido "a ataques e insultos de natureza pessoal", respeitando sempre os seus adversários e não se deixando "arrastar para uma linguagem imprópria de um candidato à Presidência da República". "Quero apenas dizer que os portugueses souberam ver de que lado estava a verdade. E, mais do que isso, condenaram expressivamente, com a grande vitória desta noite, uma forma de fazer política que é imprópria de uma democracia adulta e consolidada", defendeu.



Penafiel recolhe assinaturas para uma ação popular no Parlamento

Verbas do TGV poderão financiar estradas encalhadas Redação | tamegapress@gmail.com | Foto GC-CMP

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reafetação dos fundos comunitários dos projetos do transporte ferroviário de alta velocidade (TGV) e do novo aeroporto, grandes investimentos em avaliação, pode ser uma solução para a construção de um conjunto de estradas “encalhadas” no interior norte, apurou o RM de fonte ligada ao processo. A Estradas de Portugal (EP) não tem verbas e adiou “para as calendas” alguns projetos rodoviários considerados estruturantes e prometidos há mais de uma década. É o caso, entre outros, do IC35, uma via que ligará Penafiel, Entre-os-Rios e Castelo de Paiva, em substituição da penosa, congestionada e sinistra EN106, da ligação de Baião à Ponte da Ermida (EN321-2), de Resende à A24 e do IC26, entre Amarante e a Régua, apesar de este último projeto estar a ser reavaliado pela EP. O assunto já foi abordado entre autarcas do Tâmega e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N), estando a ser equacionado a utilização do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT). O Eixo Prioritário VII – Infra-Estruturas para a Conectividade Territorial, pode ser usado para “melhorar a conetividade interna e externa e aumentar a qualificação, ordenamento e coesão do território”.

Decisão será política Prevê ainda a promoção “da competitividade regional”, com o objetivo de “atrair e viabilizar a instalação de novas atividades”, bem como a “redução da sinistralidade rodoviária”. Nos termos do regulamento do POVT, pode ser beneficiário deste programa a Estradas de Portugal. A decisão de reafetar verbas comunitárias a estes projetos será obviamente política e é por isso que decorrem conversações em diversos planos – ao nível regional e também no plano nacional. De outra forma, se o Governo não autorizar esta estratégia, as estradas referidas vão demorar mais uma década a ser construídas. Do lado comunitário, não haverá entraves. Recentemente, a Comissão Europeia admitiu a possibilidade de o Estado português reafetar a outros projetos os fundos disponíveis para o TGV e o novo aeroporto de Lisboa, apontando no entanto que Lisboa ainda não formulou qualquer pedido nesse sentido. Na sequência de uma pergunta dirigida ao exe-

cutivo comunitário pelo eurodeputado Nuno Melo (CDS-PP) em novembro do ano passado, o comissário europeu responsável pela Política Regional Johannes Hahn, indicou agora que, “até à data, a Comissão não recebeu qualquer pedido oficial das autoridades portuguesas de reafetação dos fundos previstos para as redes ferroviárias de alta velocidade ou o novo aeroporto de Lisboa a outros projetos”, mas analisará a questão se esta for levantada. “Se as autoridades portuguesas decidirem reafetar esses fundos, a Comissão estará disposta a examinar atentamente qualquer pedido de reprogramação das prioridades atuais do Fundo de Coesão, tendo em consideração a justificação apresentada”, indicou o comissário, em nome da Comissão, na resposta dirigida ao eurodeputado democrata-cristão. A Comissão ressalva que, para que as despesas sejam elegíveis para financiamento pelo Fundo de Coesão, terão de ser efetuadas até 31 de dezembro de 2015. Bruxelas indica que o programa operacional “Valorização do território”, financiado no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) português para o período de 2007-2013, prevê o financiamento, pelo Fundo de Coesão, de três redes ferroviárias de alta velocidade: Porto-Vigo, Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid, contemplando ainda o financiamento do novo aeroporto de Lisboa.

Penafiel quer recolher cinco mil assinaturas Um dos principais interessados nesta reafetação é o presidente da Câmara de Baião, José Luís Carneiro, que viu a Estradas de Portugal suspender a construção da variante de Baião até à Ponte da Ermida numa fase adiantada, uma obra que deveria já estar em construção nesta altura se fosse cumprido o calendário assumido pela concessionária rodoviária. As restrições orçamentais do Estado português travaram muitos projetos fundamentais para o desenvolvimento regional. Depois da construção dos grandes eixos rodoviários, é necessário construir agora a malha regional e intrarregional José Luís Carneiro (PS) tem consciência disso e acredita que o Governo vai ceder às solicitações dos autarcas. “Não temos outra solução. A Estradas de Portugal não tem dinheiro para estas obras regionais”, reconhece.

Entretanto, cansada de esperar pela construção do IC35, itinerário complementar prometido por sucessivos governos desde a queda da ponte de Entreos-Rios, a Câmara de Penafiel lançou uma petição para levar o assunto ao Parlamento. Em pouco mais de uma semana, meio milhar de pessoas subscreveu a petição on-line, mas a autarquia também está a recolher assinaturas porta a porta dos residentes no seu território. Através da figura da ação popular, a Câmara de Penafiel quer exigir à Assembleia da República que debata “a urgência” da construção do IC35 até Entre-osRios. Serão necessárias quatro mil assinaturas para o documento ser admitido na Assembleia da República (AR) mas a autarquia penafidelense espera ultrapassar aquele número mínimo. O presidente da câmara e da Comunidade Urbana do Tâmega e Sousa, Alberto Santos (PSD), recorda que já em 2001 foi aprovado pela AR um projeto de resolução ao Governo, recomendando a construção do IC35, entre Penafiel e Entre-os-Rios. O projeto, que previa uma extensão de 13 quilómetros e um custo de 64 milhões de euros, chegou a ser concluído em 2004, mas a obra nunca foi lançada a concurso. Alberto Santos sublinha que a ligação existente a Entre-os-Rios, a EN 106, é “uma das estradas mais perigosas da região” e lembra que em quatro anos registaram-se 573 acidentes, dos quais resultaram mais de 200 feridos e sete mortos. O autarca recorda também que o perfil da EN 106 há muito não corresponde às necessidades da região, mas as suas queixas não se ficam por esta estrada. O edil insurge-se também contra o facto de ter sido suspensa a requalificação da EN 15, entre Penafiel e Paredes, cujo concurso já tinha sido lançado. Recentemente, o deputado Jorge Costa, ex-secretário de Estado das Obras Públicas, prometeu que o grupo parlamentar social-democrata vai apresentar na AR uma proposta de resolução, recomendando ao Governo que no âmbito da reavaliação das obras públicas se decida pela imediata construção do IC35. “O PSD não é contra os investimentos públicos, defendemos os que, como este, são de proximidade e interferem no dia-a-dia das pessoas”, afirmou. Jorge Costa considera que o Governo “tem estado de costas voltadas para a região do Tâmega e Sousa”, apesar de, vincou, “nestes concelhos viverem mais de 500 mil pessoas”.



"Estudos de História Contemporânea" lançado em Fafe

Homicídio de militante comunista recordado por historiador Redação com Lusa | tamegapress@gmail.com | Foto Lusa

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historiador Daniel Bastos apresentou recentemente em Fafe um livro sobre a história contemporânea da cidade, no qual consta um homicídio à porta da sede local do PCP no verão de 1975. As duas passagens do rei D. Carlos pelo concelho, a participação de habitantes locais na primeira guerra mundial, as campanhas presidenciais de Norton de Matos e Humberto Delgado e a importância da emigração para o Brasil no desenvolvimento industrial de Fafe são outros factos históricos abordados no trabalho. A apresentação do livro, que decorreu no Teatro-Cinema de Fafe, teve a participação de Iva Delgado, presidente da Fundação Humberto Delgado. No prefácio da obra, Iva Delgado escreve que o livro traduz “uma visão da história contemporânea de Fafe numa perspetiva de interação com acontecimentos nacionais e internacionais e com linhas de rumo ideológicas derivadas da mudança de regimes”. O trabalho de Daniel Bastos aborda sob ponto de vista histórico, com recurso a imagens e citações, o percurso social, económico e político deste concelho minhoto. A abordagem começa a propósito dos acontecimentos que antecederam a implantação da República até os momentos mais relevantes relacionados com o 25 de abril de 1974 e as primeiras eleições autárquicas, em 1976. No livro “Fafe – Estudos de História Contemporânea”, da editora Labirinto, o historiador conta e comenta de forma pormenorizada o papel de várias personalida-

des e famílias locais nas diferentes fases da história contemporânea. O historiador explicou à Lusa que “este livro é o trabalho de uma investigação de cerca de 10 anos", que incluiu consultas de inúmeros arquivos locais, regionais e nacionais. “Jornais publicados no concelho e arquivos familiares também foram uma ajuda preciosa”, acrescentou. O período mais recente da história foi o que mais impressionou o historiador, nomeadamente a tensão dos anos que se seguiram à revolução de 1974, sobretudo o denominado verão quente de 1975.

Fafe foi palco de violência política no pós-abril A morte de uma pessoa à porta da sede do PCP vítima de uma troca de tiros e a colocação de bombas em viaturas e habitações marcaram a história do concelho. “Fiquei profundamente admirado, apesar de ter as minhas raízes em Fafe. O concelho, mesmo a nível nacional, foi o primeiro a ser palco de violentas ações contra o PCP”, afirmou. Daniel Bastos é licenciado em história pela Universidade de Évora, cidade onde também fez o curso de Cultura Teológica promovido pelo Instituto Superior de Teologia. Nesta fase, está a fazer o doutoramento em ética e filosofia política na Universidade Católica de Braga. Armindo Mendes/Lusa



Eleições ao rubro em na associação empres

A Associação Empresarial e a Associação Humanitária dos BV de Marco de Canaveses m movimentados, já que em cada uma das duas instituições há duas listas a concorrer. No ca

Paulo Alexandre Teixeira | pauloteixeira

Associação Empresarial | 19 de fevereiro Na Associação Empresarial do Marco de Canaveses (AEMarco), o economista Pedro Costa e Silva apresentou a votos uma lista de empresários e associados que pretendem “reforçar e dinamizar” a associação e o tecido empresarial do concelho. Estreante nas lides eleitorais da AE, Pedro Silva justifica que apresentou a sua candidatura após consultar vários empresários e associados que acreditam que a associação empresarial “não funciona”. “Há associados, que aliás saíram da AE, que dizem claramente que a associação não dinamiza e não defende o nosso tecido empresarial”, explicou. Pedro Silva, 38 anos, promete maior atenção para a parte baixa do concelho, onde se concentra a indústria do Marco e defende, entre os seus vários projetos, a criação de uma bolsa de emprego e de um plano anual de animação.

Lista da oposição recusada Entretanto, a lista do economista foi recusada pelo presidente da Assembleia Geral da AEMarco, alegadamente devido a falta de pagamento de quotas de alguns dos seus candidatos. A decisão estará eventualmente relacionada com um ponto no regulamento eleitoral que especifica que todos os membros das listas candidatas têm de ter as quotas em dia até dia 31 de dezembro do ano anterior ao ato eleitoral.

José Pedro Reis

Pedro Silva promete que não vai desistir, tendo já reclamado da decisão. O caso está a ser estudado por vários juristas e em análise está o recurso aos tribunais, nomeadamente através da apresentação de uma providência cautelar. O economista nega “irregularidades” no processo de apresentação e submissão da lista e queixa-se que o acesso ao caderno eleitoral da AE Marco lhe foi dificultada pela atual direção.

Construção de nova sede No boletim de voto deverá constar apenas a lista composta pelos atuais membros da direção da AEMarco, liderada pelo empresário José Pedro Reis, de 53 anos. O atual tesoureiro e presidente interino defendeu que se orgulha do trabalho feito na sua direção e que o pretende continuar num novo mandato. “Temos feito obra e tem-se visto”, explicou José Reis ao RM, salientando a abertura, recentemente, de um loja de serviços para os associados como “um dos exemplos do trabalho da associação em prol dos empresários marcuenses”. Para além da continuação dos atuais projetos da AE, o cabeça de lista esboçou um plano de novas ações no futuro mas confessa que a construção de um novo edifício para a associação é um dos “grandes desejos” que quer ver concretizado antes do final do próximo mandato.

Pedro Costa e Silva


Marco de Canaveses sarial e nos bombeiros

marcaram eleições para o primeiro trimestre do ano em atos eleitorais que se avizinham aso da AEMarco a lista da oposição foi recusada e o caso pode ainda acabar nos tribunais.

a.tamegapress@gmail.com | Fotos P.A.T.

A. H. Bombeiros Voluntários | 26 de março Na corporação de bombeiros, o antigo comandante, Fernando Nazário, já anunciou a sua candidatura numa lista que se opõe à de Cláudio Ferreira, atual presidente da direção. O ex-comandante e empresário local, 62 anos, explicou que a sua decisão de regressar à corporação, onde esteve durante 17 anos – dos quais dez no comando do corpo ativo e sete na direção –, se baseou na sua vontade e dos elementos que compõem a sua lista, de “combater o chorrilho de asneiras da atual direção”.

Lista da oposição promete auditoria “Se formos eleitos, a primeira coisa que vamos fazer é uma auditoria às contas da casa, que financeiramente não está bem”, disse ao RM. Entre as várias medidas que propõe, Fernando Nazário destaca que o serviço de transporte de doentes deveria ser “uma entidade à parte”. Nazário defende que, com a atual legislação nesta matéria, “o serviço de socorro é o maior prejudicado”. Por seu lado, Cláudio Ferreira, 35 anos, gestor de empresas, que se recandidata a mais um mandato como presidente da direção, promete continuar o

Cláudio Ferreira

seu projeto de “gestão eficiente e de rigor, de acordo com as normas, nomeadamente as de normalização contabilística”. “Esse projeto não pode parar e mantém-se” explicou ao RM o atual presidente, que disse não estar preocupado com críticas, porque “vêm de uma só pessoa”. “E já disse tudo sobre esse tema”, sublinhou.

Atual presidente quer criar clínica Para além da continuação dos atuais projetos, Cláudio Ferreira – há seis anos na direção, três como vice e três como presidente – aborda também a questão dos custos de transporte de doentes com a ideia de formar uma clínica própria dos bombeiros, de forma a garantir a sustentabilidade financeira da corporação. “Se transportarmos os doentes para a nossa própria clínica, obviamente a receita será maior. Temos o pessoal, o transporte e a logística para o fazer”, explicou.

Fernando Nazário


Cobertura de crech reforçada no Tâme Baião triplicou oferta com a inauguração de dois novos equipamentos Paulo Alexandre Teixeira | pauloteixeira.tamegapress@gmail.com | Fotos P.A.T.

O

concelho de Baião já conta com mais de 90 vagas para crianças até aos três anos de idade na sua rede do pré-escolar, após a inauguração de duas novas creches, a 22 de janeiro, em Gove e Santa Marinha do Zêzere. Este aumento de vagas é significativo para este concelho que, até à data da inauguração, apresentava uma oferta de vagas neste setor abaixo dos concelhos vizinhos de Amarante (232 vagas) e Marco de Canaveses (65 vagas). Os dois novos equipamentos, que acolhem no total 66 crianças, são fruto de uma parceria público-privada orçamentada em 820 mil euros, dos quais 200 mil são comparticipados pela autarquia local e em apoios prestados no âmbito do programa PARES, da Segurança Social. Em Gove, a parceria realizou-se com a Obra do Bem-Estar Rural de Baião (OBER), entidade que, desde 2007 opera o primeiro equipamento da mesma natureza, localizado na sede do concelho. Em Santa Marinha do Zêzere, a responsabilidade do empreendimento coube ao Centro Paroquial e Social de Santa Marinha do Zêzere. O secretário da Segurança Social, Paulo Marques, procedeu à inauguração dos dois equipamentos e defendeu que o investimento feito no âmbito do PARES é “uma boa forma de gastar o dinheiro dos impostos, porque garante mais apoio às famílias carenciadas.” Nos cinco anos em que está implementado, o projeto PARES, do qual Paulo Marques é um dos autores, já permitiu a abertura de cerca de 600 equipamentos sociais em todo o país, num investimento orçado em cerca de 400 milhões de euros.

Creches criaram postos de trabalho Para além da triplicação de vagas neste tipo de serviço em Baião, as novas creches representaram ainda a criação de 20 novos postos de trabalho no concelho, facto para o qual José Luís Carneiro, presidente da Câmara Municipal, chama a atenção. “Este é o tipo de investimento cujas vantagens vão para além da ajuda às famílias

mais carenciadas. Serve também para fixar as famílias e a dinamizar a própria economia do território”. O autarca aproveitou a ocasião para avançar com o anúncio de um inquérito dirigido aos empregados municipais e de instituições locais com o objetivo de, num futuro próximo, avaliar o impacto da instalação de equipamentos e serviços públicos em termos de emprego e economia locais.

Pais reconhecem "avanços educativos" Aguardado com alguma expectativa pelos residentes, a extensão do projeto às duas freguesias foi aplaudido por pais e encarregados de educação, que já ansiavam por este tipo de equipamentos há algum tempo. É o caso de Sónia Almeida, empregada no agrupamento de escolas de Eiriz, que explicou ao RM que a nova creche de Gove, que o seu filho de dois anos de idade frequenta desde novembro, representa uma melhoria significativa na sua qualidade da sua vida e na educação da criança. “Depois de passar de uma ama particular para a creche, o meu filho já apresenta avanços importantes, em particular ao nível da linguagem”, explicou ao RM.

Serviço ajuda a fixar a população Elisabete Marques, por agora a única cliente do serviço de berçário, elogiou a nova creche como “uma maravilha, com ótimas condições”. “Não podia arranjar melhor”, adiantou a empregada na indústria dos têxteis, que concordou que a implementação da creche é um fator de peso para a decisão de morar e trabalhar no concelho. De referir que ainda no mesmo dia, a autarquia celebrou um protocolo com a Agência de Modernização Administrativa para instalar em Santa Marinha do Zêzere um balcão que vai permitir o acesso da população daquela freguesia a 72 serviços de 11 entidades.


hes ega

A situação escolar em Amarante Abel Coelho * O Conselho Municipal de Educação fez a sua reunião ordinária, no dia 21 de janeiro, onde procurou analisar, com objetividade e rigor, a avaliação interna e externa das escolas e agrupamentos, relativa ao ano letivo 2009/10. Fiquei incumbido de promover a divulgação pública destes resultados e é o que faço com imenso prazer. Há muito que o governo e as escolas se têm mobilizado para o combate ao insucesso e ao abandono escolares. Para se ter uma noção das habilitações dos encarregados de educação, apresenta-se o levantamento feito no final do ano letivo onde se pode verificar que mais de 40% dos progenitores apenas possuem o primeiro ciclo de escolaridade. TOTAIS EM PERCENTAGEM Básico

Secundário

Habilitações dos Encarregados de Educação

Pai

Mãe

Pai

Mãe

Licenciatura ou +

3,75

7,17

5,81

8,16

Bacharelato

0,73

1,36

0,66

Secundário

8,89

9,40

8,2

8,94

3º ciclo

10,33

12,16

10,6

10,37

2º ciclo

33,88

28,28

18,81

19,97

1º ciclo

41,21

40,72

53,13

49,44

Analfabetos

1,17

1,2

2,05

2,42

1,04

Repare-se que estamos a falar de pessoas, na sua maioria, com menos de 40 anos. E estes dados são relevantes porque as habilitações escolares dos encarregados de educação são uma das variáveis importantes para o apoio, a retaguarda necessária ao jovem estudante e, por consequência, ao sucesso educativo. Por um lado, em princípio um encarregado de educação mais escolarizado valoriza mais a escola; por outro, está em melhores condições de ajudar o filho nos trabalhos necessários. Perante este cenário, era importante proceder à avaliação global do ano, aproveitando para diagnosticar a situação, por forma a avaliar o contributo que Amarante pode dar para os compromissos internacionais de Portugal. Com efeito, o Ministério da Educação publicou um documento designado “Programa Educação/2015” que surge no âmbito do “Quadro Estratégico de Cooperação Europeia em matéria de Educação e Formação (EF2020)” e o “Projecto Metas Educativas 2021” que decorre no âmbito da Organização dos Estados Ibero-americanos”, de que Portugal faz igualmente parte. Nesse documento, são definidas metas estratégicas para 2015 e é nesse enquadramento que o Conselho Municipal se situou, apreciando os resultados e perpetivando o horizonte de 2015 face à situação presente. Entretanto, o Gabinete Coordenador de Informação do Ministério da Educação (MISI) forneceu a cada uma das escolas públicas, (ainda não está disponível a informação relativamente às privadas), os indicadores de 2009/10 em que são fornecidos os resultados dos exames (Língua Portuguesa/Português e Matemática), permitindo a comparação entre os resultados da Unidade Orgânica, os resultados concelhios, os resultados nacionais e as metas para 2015. Um outro quadro, e dentro dos mesmos parâmetros, apresenta a taxa de repetência. Por fim, há um quadro das taxas de desistência aos 14, 15 e 16 anos, independentemente do ano de escolaridade. Evidentemente que não vou aqui proceder à divulgação dos dados de cada uma das unidades, visto que é trabalho para análise dos respetivos órgãos de direção e gestão, mas tão-só os resultados concelhios. Resultados de Provas e Exames Nacionais – Língua Portuguesa e Matemática 2009-2010

Meta Nacional 2015

Nacional

Concelhio

Língua Portuguesa 4º Ano

91.0 %

90.1 %

95.0 %

Matemática 4º Ano

88.0 %

90.1 %

92.0 %

Língua Portuguesa 6º Ano

88.0 %

84.4 %

92.0 %

Matemática 6º Ano

76.0 %

76.3 %

80.0 %

Língua Portuguesa 9º Ano

71.0 %

67.6 %

75.0 %

Matemática 9º Ano

51.0 %

52.6 %

55.0 %

Língua Portuguesa 12º Ano

61.0 %

53.7 %

65.0 %

Matemática A 12º Ano

66.0 %

59.0 %

70.0 %

Taxas de Repetência por Ano de Escolaridade 2009-2010 Nacional Concelhio 0.0 % 0.0 % 7.6 % 5.1 % 3.3 % 0.7 % 4.2 % 2.1 % 4.1 % 2.0 % 7.6 % 2.5 % 8.6 % 4.3 % 8.1 % 3.4 % 16.7 % 9.0 % 11.0 % 4.9 % 12.7 % 6.2 % 13.6 % 6.7 % 13.4 % 5.7 % 9.1 % 3.8 % 32.9 % 37.3 % 17.9 % 14.8 %

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 1º Ciclo 5º Ano 6º Ano 2º Ciclo 7º Ano 8º Ano 9º Ano 3º Ciclo 10º Ano 11º Ano 12º Ano Secundário

Meta Nacional 2015

2.0 %

5.0 %

10.0 %

12.0 %

Taxas de Desistência aos 14, 15 e 16 anos - Amarante

aos 14 anos aos 15 anos aos 16 anos

Total Alunos Inscritos 642 524 475

Total Desistências 2 11 24

Média das Taxas Meta Nacional 2015 de Desistências 0,31% < 1.0 % 2,10% < 2.0 % 5,05% < 4.0 %

Se o leitor se debruçar bem sobre as grelhas e os gráficos verá que Amarante, em matéria de repetências e desistências já está, genericamente, melhor ou próxima das metas de 2015 e muito melhor que a média nacional neste momento. Isto significa que as escolas e a comunidade educativa se têm empenhado em oferecer condições de escolaridade e que os pais, apesar da sua baixa escolarização, não se têm desleixado nas exigências para com os filhos. Assinalo que as taxas de desistência da MISI indicam valores elevados para Amarante porque são lidos como desistências os encaminhamentos para outras ofertas formativas. As taxas de desistência reais são as que cada uma das escolas me forneceu e que a tabela comprova (0,31; 2,1 e 5,05 respetivamente para 14, 15 e 16 anos, comparados com os 1,8; 9,3 e 13,1 nacionais). Uma das estratégias seguidas pelas escolas de Amarante tem sido a de proporcionar aos alunos do ensino básico, com percurso escolar irregular, Cursos de Educação e Formação. Muitos dos jovens desses cursos teriam abandonado o sistema se não encontrassem essa oferta alternativa aos currículos regulares. Amarante tem sido vanguardista nesta matéria e os resultados estão à vista. Isto para além do facto de muitos dos jovens, portadores de uma habilitação profissional de nível 2, poderem ingressar no mercado de trabalho e passarem a ser bem sucedidos na vida. Evidentemente que é necessário melhorar os resultados na avaliação externa – exames. Mas considere-se que, se estamos muito abaixo da média nacional em taxas de abandono e repetência, é perfeitamente normal que os resultados nos exames ainda não estejam, em alguns casos, ao nível da média nacional. É o desafio imediato para as escolas: Manter os alunos nas escolas, reduzir-lhes o insucesso em anos intermédios de ciclo e conseguir atingir as metas nacionais para 2015 em todos os parâmetros no final do ciclo. Contudo, sublinho aqui que o desígnio nacional de combate ao insucesso e ao abandono escolares só não está ganho em Amarante porque, enquanto houver um aluno retido ou em situação de abandono, há esforços redobrados a desenvolver.

* Vereador com o pelouro da educação na C.M. Amarante


PRODER apoiou 37 projetos agrícolas e Investimento global de mais de 5 milhões de euros | Criados 80 postos de trabalho Trinta e sete projetos agrícolas e turísticos na região do Tâmega, alguns já praticamente concluídos, foram apoiados pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), num investimento global de 5,1 milhões de euros. Segundo a gestora do programa PRODER, Gabriela Ventura, que presidiu em Baião à entrega dos contratos aos promotores, os projetos aprovados serão comparticipados a fundo perdido em 2,9 milhões de euros e prevêem a criação de 80 postos de trabalho. Estes projetos, que compreendem os concelhos de Amarante, Baião, Marco de Canaveses, Cinfães e Penafiel, estavam incluídos na primeira fase da candidatura apresentada pela cooperativa Dolmen. A maioria dos projetos aprovados tem a ver com investimentos no turismo rural e explorações agrícolas baseadas em produtos tradicionais da região do Tâmega. Os investimentos agora financiados representam cerca de um quarto do financiamento do que está perspetivado para a região, que dispõe de cerca de 15 milhões de euros de apoios durante a vigência do atual quadro comunitário. A Dolmen poderá ainda dispor de uma majoração enquadrada na chamada “reserva de eficiência” (que poderá ira até mais cinco milhões) se conseguir atin-

gir os 15 milhões de euros de investimentos até ao fim do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), em 2013. Em março, abrirá uma segunda fase para mais candidaturas.

Região tem capacidade para esgotar capacidade de financiamento A perspetiva para a segunda fase de candidaturas é “muito boa”, segundo a Dolmen, que tem registado inúmeras intenções de investimento, nomeadamente de promotores que não tiveram conhecimento da primeira fase ou apenas foram despertados posteriormente para a oportunidade de desenvolvimento que se abre à região no presente quadro comunitário. Aliás, como Gabriela Ventura lembrou na cerimónia ocorrida em Baião, estes apoios financeiros "vão ter um efeito reprodutivo, porque ajudarão a dinamizar a economia da região, fixando a sua população rural". Revelou também que o programa já apoiou, à escala nacional, projetos de in-


Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

turísticos no Tâmega

DOLMEN

Centro de Promoção de Produtos Locais Rua de Camões, 294 - Baião - Tlf. 255 542 154 Fevereiro - Mês da Broa de milho Mês dedicado à confeção artesanal da broa de milho, com participação de diversos produtores locais. Março – Mês da Tecelagem e Bordados Condições vantajosas na aquisição de artigos confecionados manualmente.

Novo presidente tomou posse A nova direção da Dolmen para o triénio 2011-13 – Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega, CRL – tomou posse a 28 de janeiro. Telmo Pinto, que já chefiava o órgão local de gestão, foi empossado presidente na presença da gestora do PRODER, Gabriela Ventura. Integram ainda a direção da Cooperativa, Manuel Pereira Cardoso (vice-presidente), em representação da Cooperativa Cultural Fonte do Mel, Mário Luís (tesoureiro), em representação da Ancra - Associação Nacional dos Criadores da Raça Arouquesa e os representantes dos municípios de Cinfães e Resende e das juntas de freguesia de Sobretâmega (Marco de Canaveses) e Cepelos (Amarante). O presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Manuel Moreira, mantém-se presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Gabriela Ventura, gestora do PRODER, elogiou o trabalho da Dolmen vestimento no valor global de 1,2 mil milhões de euros, mas, anotou, ainda há mais apoios disponíveis. “Nas atuais circunstâncias económicas e financeiras, estes instrumentos assumem ainda mais importância. Não podemos desperdiçá-los. Por isso, é importante que haja vontade de investir e que a máquina administrativa do Estado corresponda a quem quer investir nos meios rurais”, afirmou. A expectativa é muito positiva, a crer na disposição de alguns promotores de apresentarem novas candidaturas à segunda fase, depois de concretizado investimento já financiado na primeira fase. Na cerimónia, também o presidente da Câmara de Baião, que liderou a Dolmen nos últimos anos e fez

agora a passagem de testemunho a Telmo Pinto, que desempenhava as funções de tesoureiro na direção cessaste, fez um balanço positivo do trabalho realizado, destacando os apoios que foram possíveis trazer para o mundo rural ao nível de vários programas. José Luís Carneiro sublinhou que os apoios ajudam a dinamizar setores tradicionais da economia regional, criando emprego e riqueza. No final da cerimónia, na sede da associação, o presidente da câmara do Marco de Canaveses, Manuel Moreira, que continua a presidir à Mesa da Assembleia Geral, empossou o novo presidente da Dolmen e do órgão de gestão, Telmo Pinto.

Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega, CRL

AMARANTE - BAIÃO - MARCO DE CANAVESES RESENDE - CINFÃES - PENAFIEL Telef. 255 521 004 - Fax 255 521 678

dolmen@sapo.pt


20 fevereiro'11 repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

Um olhar sobre as Eleições Presidenciais As eleições do passado dia 23 de Janeiro puseram fim a uma não morre de amores, ou para se impor ao Governo socialista. Asdas campanhas eleitorais mais desinteressantes da democracia sim, terá de remeter-se à condição de espectador e observar de portuguesa, o que acabou por ficar reflectido na enorme abstenlonge a forma como Passos Coelho pretende guiar o PSD nos próção, no elevado número de votos brancos e nulos e na própria voximos meses, aparentemente sem pressa de precipitar uma critação alcançada por candidatos provenientes de fora do sistema se política. político-partidário. José Sócrates acabou por não sair penalizado Cavaco Silva teve aquilo que se pode chamar do mau resultado de Manuel Alegre. Sabia que a uma vitória de Pirro. Ao ser eleito com a menor vosua opção de apoiar Alegre, já depois de o BE lhe tação de sempre e ao perder mais de 500.000 voter declarado o apoio formal, não reunia consensos tos face à eleição anterior, Cavaco averbou um redentro do PS e isso ficou bem evidente na campasultado que lhe retira o domínio que gostaria de nha e no resultado eleitoral. Dificilmente os apoianter sobre a sua área política no futuro próximo. tes do Governo se reveriam numa candidatura que O Presidente recandidato não foi capaz de gerar juntava alguns dos seus mais ferozes opositores. uma onda de apoio que lhe garantisse um registo Alegre quis fazer a quadratura do círculo e foi vítima próximo dos conseguidos por Mário Soares e até dessa incoerência, perdendo quase 300.000 votos por Jorge Sampaio aquando das respectivas reeem relação à sua candidatura de 2006. leições. Sócrat es já passou adiante e procura agora tiJosé Carlos Pereira O seu infeliz discurso na noite eleitoral, ao qual Gestor rar partido do apelo à estabilidade política, estanfaltou a magnanimidade dos vencedores, mostrou do obrigado a salvaguardar um patamar mínimo o espírito de quem não sabe ganhar. Os casos sobre a compra e de cooperação institucional com o Presidente da República. Sabe venda de acções não cotadas do BPN e o processo de aquisição, que todos os olhos estarão postos na execução orçamental deslicenciamento e construção da sua casa no Algarve deveriam ter tes primeiros meses do ano e esse é o desafio fundamental que sido cabalmente esclarecidos por Cavaco Silva. Em qualquer deimporta vencer, em função dos compromissos assumidos peranmocracia do mundo estes assuntos seriam escrutinados pela cote as instâncias internacionais e os mercados financeiros. As conmunicação social e pela opinião pública. tas com Cavaco e Passos Coelho acertar-se-ão mais à frente. Cavaco agregou os seus indefectíveis, mas não conseguiu O que dizer, a finalizar, dos resultados de Fernando Nobre, mobilizar os portugueses para estas eleições, para o que muiFrancisco Lopes, José Manuel Coelho e Defensor Moura? O ex-auto terá contribuído o seu discurso errante. Faltou-lhe a coragem tarca de Viana do Castelo teve uma votação residual e nunca se para criticar no tempo certo as opções do Governo de Sócrates e, percebeu a razão de ser da sua candidatura. O excêntrico deputaao invés, sobrou-lhe a indisfarçável vontade de dar palpites sobre do madeirense surpreendeu com a sua postura non sense e capo que deve ser feito no futuro, imiscuindo-se na esfera de acção tou o voto de muitos descontentes com a política e com os polígovernativa. Da proclamada cooperação estratégica passou em ticos. O candidato comunista cumpriu o objectivo prioritário de pouco tempo à promessa de uma “magistratura actuante”, seja lá segurar o eleitorado do PCP. Fernando Nobre congregou o voto isso o que for. de vários sectores desalinhados com os partidos, que assim proO resultado de Cavaco Silva, por outro lado, foi bem recebitestaram contra a realidade económica e social do país. Creio que do por Passos Coelho e José Sócrates. Uma votação na casa dos a votação atingida por alguns destes candidatos deve interpelar60% daria uma diferente legitimidade política a Cavaco, fosse nos seriamente. para condicionar as opções do PSD de Passos Coelho, por quem jcarlos.pereira@sapo.pt

Eleições Presidenciais Nestas eleições presidenciais, eu votei num só candiSó falta falar no candidato que ganhou as eleições. dato. Lamento não ter podido votar nos cinco candida- Por milhares de razões, nunca votaria em Cavaco Silva. tos à esquerda de Cavaco Silva e votaria nos cinco mag- No canto da vitória ele falou que os portugueses o esníficos, porque me identifico um pouco com colheram porque já o conhecem. Cavaco Silcada um deles. va que é professor de economia, devia ter Na minha perspectiva, votar em Manuel mais atenção nos números. E esses são claros. Alegre seria votar na cultura e no 25 de Abril, Se calhar, por o conhecerem bem é que dos 9 já que ele foi um anti fascista, lutou pela liber629 630, mais de 7 milhões não votaram nele. dade e pela democracia como todos nós saE isto é muito significativo. Trata-se de um rebemos (ou não). E depois por ser um poeta de sultado muito frágil e Cavaco não pode deitar renome mundial, com uma extensa obra pumuitos foguetes. blicada. Não está em causa a sua eleição, a sua leVotar em Fernando Nobre seria votar na gitimidade para ser mais uma vez a primeisolidariedade, no humanismo, no dar de si ra figura deste país. Nele votou quem quis, e aos outros, um homem de batalhas contra o quem votou, deu-lhe a maioria. sofrimento da humanidade. Nobre, que tem o Fernando Beça Moreira Eu preferiria um homem de cultura na prenome certo, é um homem do mundo, um ci- Penafiel sidência. Comparado com Manuel Alegre, Cadadão em que se pode confiar. vaco Silva perde em toda a linha. Cavaco não é Votar em Francisco Lopes, era votar no trabalho. Era um homem de cultura. Ele quando foi primeiro-ministro, votar num princípio básico para este país moribundo: au- não lia jornais, não sabia quantos "cantos" têm "Os Lusíamento da riqueza através do aumento da produção, com das", alinhou no veto de Sousa Lara, seu secretário de eso consequente aumento de postos de trabalho. Era vo- tado da cultura, a uma obra literária do nosso Nobel da tar na certeza da diminuição do desemprego neste pa- Literatura José Saramago concorrente a um prémio literado país. rário internacional e mais recentemente já na presidênVotar em José Manuel Coelho, era votar na coragem. cia, não foi ao funeral do autor de "Levantai-vos do Chão", Era votar no "capitão sem medo" de dizer coisas. Era vo- porque andava em funções de estado. Isto diz bem da tar num candidato que não teve pejo em denunciar al- personalidade de Cavaco Silva. gumas coisas esquisitas, que pairam em Portugal de norApesar de uma vida dedicada à política, nada fez pelo te a sul e ilhas. 25 de Abril, pela democracia e pela liberdade. Ele que na Votar em Defensor Moura era votar pelos direitos dos altura da revolução já não era nenhuma criança. Apenas animais, algo que passa ao lado de um país de touradas, viu outros lutarem, serem torturados e morrerem, para montarias e outras tantas barbaridades que ainda se co- construírem, o que ele desde 1974 desfruta plenamente. metem. Não nos devemos esquecer, que Viana do Caste- Eu precisaria de meia dúzia de páginas para deixar aqui lo, cidade de que foi presidente de câmara durante muito escarrapachado o seu "lindo" currículo desde que se tortempo, foi a primeira cidade do país a abolir esse espec- nou figura pública. táculo hediondo das touradas. Votaria nele sem qualquer Mas nesta eleição, há sempre o lado positivo. Era pior constrangimento. se Cavaco Silva, fosse eleito para governar este país... [Textos escritos de acordo com a antiga ortografia]

opinião

Dignificar a Economia Social É urgente a definição de um quadro jurídico próprio que enquadre as instituições que integram a economia social. Entidades que prosseguem actividades de interesse público e sem o lucro como objectivo têm que ser reconhecidas e dotadas de um estatuto que estabeleça o seu importante papel na sociedade e também na economia. Cooperativas, misericórdias, fundações, mutualistas, colectividades de cultura recreio e outras associações representam hoje cerca de 5,4 por cento do nosso PIB, empregam 200 mil trabalhadores (4 por cento do emprego nacional), envolvem dezenas de milhar de voluntários e auxiliam ou prestam serviços a um milhão de portugueses. Na Europa, este sector repreMarco António Costa senta cerca 10 Vice-Presidente do PSD e da % do PIB, proC.M. Vila Nova de Gaia move o crescimento económico e simultaneamente reforça a coesão social. E a verdade, como já aqui escrevi, é que o Estado não tem com ele uma atitude transparente e séria. Não sendo entidades públicas e estando também fora da definição de empresas da economia privada, por não prosseguirem o lucro como fim da sua actividade – se o tiverem, é reinvestido na actividade social -, estas milhares de organizações prestam um serviço inestimável à sociedade em áreas tão diversas e importantes como Saúde, Habitação e Solidariedade Social substituindo quase sempre com enorme vantagem o Estado. O PSD, que tem a solidariedade social como sua marca genética, dedicou uma boa parte das suas jornadas parlamentares à Economia Social e não tardará em apresentar na Assembleia da República uma proposta de Lei de Bases da Economia Social compatível com a importância que reconhece ao muitas vezes apelidado “terceiro sector” da economia. O sector da economia social tem que ser reconhecido e respeitado na medida dos serviços que presta. O objectivo, a obrigação do Estado deve ser o do enquadramento jurídico da sua actividade, concedendo-lhes dignidade jurídica completa e criando condições para que o seu contributo seja permanente e devidamente privilegiado em matéria legal. Cabe aqui também chamar a atenção para o tema genérico das jornadas parlamentares do PSD que ontem terminaram em Braga, “Solidariedade e crescimento”, em contraste absoluto com a prioridade política do Governo socialista dos últimos dias em tornar mais barato os despedimentos.



22 fevereiro'11 repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

crónica | eventos

Vinhais associa fumeiro a corrida de touros A 31.ª Feira do Fumeiro de Vinhais, de 10 a 13 de fevereiro, inclui “uma grande corrida de touros à portuguesa, numa praça inicialmente pensada para ser um “chegódromo” - um espaço para as tradicionais chegas de bois. A corrida terá lugar no dia 12, na praça de touros de Vinhais, que será inaugurada durante a feira e receberá, no dia seguinte, uma “grandiosa luta de touros”. Esta atividade está fortemente enraizada nos costumes locais, ao ponto de haver até um campeonato durante o verão que desperta grande atenção. O programa da 31.ª Feira do Fumeiro de Vinhais compreende também uma exposição de artesanato, com “mais de 80 expositores”, uma demonstração de cozinha ao vivo no dia 12, pelo chefe Marco Gomes, uma exposição de máquinas agrícolas, um concurso de suínos de raça bísara e um diversificado programa de animação.

A.M.PIRES CABRAL

O OVO E AS SALMONELAS As televisões têm mostrado nos seus jornais abundantes imagens dos graves tumultos que vão pelo mundo árabe. Ainda bem: enquanto mostram isso, não estão a falar obsessivamente da situação financeira do país, coisa que fazem aparentemente com gulodice e com o simples fito de semearem depressões por esses lares fora. Sim, eu sei que não devemos confundir a mensagem com o mensageiro. Mas às vezes — palavra de honra! — parece mesmo que aqueles jornalistas e aqueles pivots têm um gozo secreto em nos aporrinhar com notícias acabrunhantes. Se os juros da dívida soberana sobem, é certo que os telejornais falam; se descem, falarão ou não. É por estas e por outras que me levanto muitas vezes a meio do noticiário. É uma questão de legítima defesa. Mas, voltando ao mundo árabe, temos visto imagens deveras impressionantes (pelo vigor e pertinácia) de levantamentos, primeiro na Tunísia, agora no Egipto. Seguir-se-ão, sem dúvida, outros países árabes onde estão instalados regimes ditatoriais ou mesmo dinásticos — o que leva os comentadores e os politólogos a falar cada vez mais em ‘vaga de fundo’. A simples menção de ‘vaga de fundo’, não posso evitá-lo, inquieta-me um pouco. Evoca no meu espírito movimentações irracionais, cegas, potencialmente destrutivas, como as vagas propriamente ditas do tsunami, que são o mais ‘de fundo’ possível. É certo que, por enquanto, estou mais ou menos tranquilo em relação a isso. Oiço os manifestantes clamar por melhores condições de vida, liberdade, direitos humanos — e tudo isso é estimável. Se as reivindicações se mantiverem nesse campo, é até saudável que irrompam estas comoções populares, que apontam no sentido do progresso e da qualidade de vida. Mas gato escaldado da água fria tem medo. Quem não

se lembra das convulsões por que passou o Irão nos últimos tempos do xá Reza Palevi, que culminaram com a sua queda e exílio? Até aí, tudo bem: é o ponto aproximado em que se encontram a Tunísia, o Egipto, em breve o Iémen, a Líbia e tutti quanti. E quem não se lembra do entusiasmo popular à chegada a Teerão do aiatola Komeini, mentor vitorioso da revolução, a fazer lembrar os arrebatamentos lusos do 25 de Abril? Tudo aquilo parecia apontar para a instauração de um regime democrático, e por isso foi saudado calorosamente por todo o chamado mundo livre e em especial pelo Ocidente. E agora a pergunta que é preciso fazer: cumpriram-se as esperanças de democracia no Irão? É forçoso admitir que não. Pelos vistos, o que estava na mente de Komeini não era apear o xá do seu trono das mil e uma noites — mas sim fundar um regime teocrático, fundamentalista, por isso mesmo profundamente anti-democrático. Foi nisso que deu a revolução iraniana. Imaginem agora que a vaga de fundo de que tantos falam segue o modelo iraniano, e teremos brevemente nos países em turbulência outros tantos émulos do lunático Ahmadinejad, à beira de dispor de armas nucleares. É certo que, se Hosni Mubarak teria alguma semelhança com Reza Palevi, ao menos no tipo de governo que encabeçavam, El-Baradei não me parece do mesmo estofo de Komeini. Isso tranquiliza-me um pouco. Mas as revoluções são como os ovos: sem os comermos não sabemos se têm ou não salmonelas. Espero bem que estas não tenham.

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico. pirescabral@oniduo.pt

“Sabores de Inverno” em Felgueiras A Câmara de Felgueiras organiza em fevereiro, a primeira edição “Sabores… de Inverno, em Felgueiras” (Sabores IN), que decorrerá entre 11 de fevereiro e 8 de março, mais propriamente às sextas feiras, fins de semana e no dia de Carnaval, nas próprias instalações dos restaurantes aderentes. A iniciativa gastronómica visa dinamizar a atividade turística do concelho. Segundo o regulamento, os restaurantes só poderão praticar o preço máximo por pessoa de € 12,50.

Desenhos e esculturas em Bragança O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais de Bragança mostra, até 3 de abril, quase três décadas de desenhos e esculturas de Rui Sanches, que traçam o percurso do artista português que se destacou na década de 1980. “Obras Escolhidas” é o tema da exposição que reúne um conjunto de trabalhos de escultura e de desenho produzidos entre 1984 e 2010 pelo autor “de uma das obras escultóricas mais significativas do contexto artístico nacional dos anos de 1980”. Junto com os trabalhos de Rui Sanches, foi inaugurada também a exposição “Metamorfoses”, da pintora transmontana, que ficará exposta até 25 de junho.

Feira Cultural no Marco A cidade marcuense vai acolher nos próximos dias 11 e 12, a Feira Cultural intitulada "Aromas & Gestos Sentidos". Este evento decorrerá no Salão dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses. A Feira, inserida na segunda atividade integradora do curso EFA "Técnico/a de Turismo Ambiental e Rural" - Sec. 3 - Tipo A, contará com a presença do autarca Manuel Moreira na sessão de abertura às 14:30. Durante estes dias, os visitantes podem assistir a várias atividades, momentos musicais, para além de poderem participarem num projeto de eco-animação (dia 11) e assistir a um momento literário com escritores do concelho: Ana Raquel Magalhães, Graciete Pinheiro, Nuno Higino e Rosa Maria Valente Soares (dia 12), e ainda contarão com um espaço dinamizador para desgostarem os sabores regionais e adquirir produtos típicos.

Teatros Municipais Teatro Municipal de Bragança

- fev 11 | Menina de Pedra [11 e 12], Auditório; - fev 20 |Dia do Município - Comemorações dos 547 anos de Bragança Cidade; 15h00 – Apresentação de Estudos/Projeto de requalificação do Monte S. Bartolomeu. Sala de Atos do Município; 16h00 – Cerimónia de atribuição de Medalha de Mérito e Diploma e de Reconhecimento de Mérito, seguida do Espetáculo “Fado”, co-produzido pela Fundação Oriente e Câmara Municipal de Bragança, em estreia mundial. Auditório. - fev 26 | Porto Tango, Auditório às 21h30 [Preço 7,00 € | m/12 anos]

Teatro Ribeiro Conceição – Lamego

- Viva a República! Teatro | 10 fev 2011 | 21h30; - Baile de Sonhos [Espanha], Compª Circio - Dança | 12 fev 2011 | 21h30; - O Carnaval dos Animais, pela Orquestra Filarmonia das Beiras - Música | 20 fev 2011 | 16h00; - Ateliê de Chocolate, Ateliê | 26 fev 2011 | 10h00 e 15h00; - Rodrigo Leão, Instrumental - Música | 26 fev 2011 | 21h30.

Teatro de Vila Real

- The Postcard Brass Band, grupo ecléctico que explora várias linguagens do jazz, 12 de fevereiro, às 22:00, 7 eur, Pequeno Auditório; - "Entre Irmãos", do realizador Jim Sheridan, é o filme que passa no "Cinema sem Pipocas", dia 14 às 22:00 no Pequeno Auditório por 5 euros. - Teatro da Palmilha Dentada com "Alforrecas Sociais" para assistir no Café-Concerto dia 15 pelas 23:00. Entrada gratuita. - "Encalhadas", comédia musical que satiriza os prazeres de mulheres de diferentes classes sociais com interpretação de Helena Isabel, Maria João Abreu e Rita Salema e participação especial de Nicolau Breyner, dia 18 às 22:00 no Grande Auditório. 12 Eur. - Músico Mazgani, que lançou o seu segundo álbum em abril de 2010, atua no Pequeno Auditório dia 26 às 22:00. Sete euros. - "José e Pilar", documentário de Miguel Gonçalves Mendes que revela um Saramago desconhecido com um olhar sobre a vida de um dos grandes criadores do século XX, dia 28 pelas 22:00 no Pequeno Auditório. Cinco euros.


5 A 12 DE FEVEREIRO EM VILA REAL 19 A 26 DE FEVEREIRO EM AMARANTE

ALFA ROMEO

FIAT

MITO 1.6 JTD, Ano 2010 GIULIETTA 1.6 MTJ, Ano 2010 159 SW 2.0, Ano 2010

PANDA SE 30 Anos 1.2, Ano 2010 500 Pop 1.2 69 cv, Ano 2010 500 Sport 1.3 MTJ 95 cv, Ano 2010 500 TWIN AIR, Ano 2010 PUNTO EVO Sport 1.3 MTJ 95 cv, Ano 2009 PUNTO EVO Dynamic 1.3 MTJ 75 cv, Ano 2010 PUNTO EVO Racing 1.2, Ano 2010 PUNTO EVO Racing Kit Sport 1.2, Ano 2010 LINEA Emotion 1.3 MTJ, Ano 2010 BRAVO MSN 1.6 MTJ 105 cv, Ano 2010 BRAVO Sport 1.4 MTJ 155 cv, Ano 2010 BRAVO Sport 1.6 MTJ 105 cv, Ano 2009 BRAVO Sport 1.6 MTJ 120 cv, Ano 2010 BRAVO 1.9 MTJ 150 cv, Ano 2009 FIORINO QUBO 2 LUG., Ano 2010 SCUDO 1.6 MTJ, Ano 2010

LANCIA YPSILON Oro 1.2, Ano 2010 MUSA Platino 1.3 MTJ, Ano 2010 DELTA Oro MTJ 120 cv, Ano 2010

AMARANTE Rua Agostinho Gonçalves de Abreu, Telões . Telf. 255 420 500 VILA REAL Rua Vila de Oeiras, Edifício MCoutinho . Telf. 259 301 950 www.mcoutinho.pt


24 fevereiro'11 repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

empresas & negócios

MCoutinho Nordeste escolheu Museu do Douro para cenário

Lançamento do Mercedes Classe CLS A MCoutinho Nordeste apresentou no Museu do Douro em Peso da Régua o novo Mercedes-Benz Classe CLS. Sob o mote “Sensualidade e bom senso” o lançamento deste novo modelo contou com o apoio do próprio Museu do Douro e do vinho do Porto Burmester. Uma geração à frente. A MercedesBenz apresentou em 2003, uma nova categoria de veículos, combinando pela primeira vez a elegância e a dinâmica de um Coupé com o conforto e a funcionalidade de uma Limousine. O público delirou, a concorrência ficou estupefacta e assim nasceu um ícone. Durante anos o CLS subsistiu como o único Coupé de quatro portas na classe em que se insere e, desde Outubro de 2004, tornou-se na opção automóvel ideal para cerca de 170.000 clientes espalhados pelo mundo. Enquanto pioneiro tecnológico e ícone de design o novo CLS da MercedesBenz fala em igual medida ao coração e à razão. As proporções deste novo modelo mantêm-se: capot alongado, vidros mais estreitos, tejadilho dinâmico que se estende em curva até à secção traseira. Embo-

ra as proporções sejam iguais, nele tudo é diferente. O inovador design da secção dianteira atrai imediatamente as atenções. A grelha do radiador foi moldada em separado dando, ainda, um maior realce ao alongado e desportivo capot. Lateralmente, o novo CLS é complementado com grandes farolins traseiros de tecnologia LED, desenhados de forma a estabelecerem um elemento de ligação à traseira. O formato é acentuado pela larga linha de cintura e que apoia o tejadilho rígido. O interior do novo CLS também se distingue pelo design intemporal que conjuga a suprema elegância com inovadores detalhes e perfeição artesanal, reflectido em detalhes como as costuras dos estofos dos bancos ou da cobertura do tablier. Nesta fase de lançamento, o novo CLS estará disponível com uma motorização diesel e uma a gasolina: CLS 350 CDI BlueEFFICIENCY a 82.877€ e CLS 350 BlueEFFICIENCY a 84.107€. [Informação da Marca]

Novas apostas no sector automóvel

MCoutinho Douro integra KIA no portefólio de marcas A MCoutinho Douro vai integrar em breve a marca Kia no seu portefólio de marcas representadas na região do Tâmega e Vale do Sousa. De inicio contará com um stand de vendas e oficina no Marco de Canaveses, sendo que a sua influência irá muito além deste concelho. A empresa está confiante neste novo projecto, que irá contribuir para a criação de novos postos de trabalho e desenvolvimento de negócios na região. As boas perspectivas da nova concessão Kia MCoutinho assentam na confiança da qualidade da marca coreana, que tem sido confirmada pelos vários testes comparativos que especialistas no sector automóvel divulgam frequentemente. A título de exemplo, a conceituada revista francesa L’Automobile na sua edição de Fevereiro faz fantásticas referências ao Kia cee´d. A revista através da compilação, por categorias, de um guia onde apenas constam os 25 produtos favoritos para o consumidor que pretende adquirir um auto-

móvel, registou o Kia cee´d 1.6 CRDi de 90 CV como um dos produtos do ranking das preferências de viaturas. Igualmente, ao nível da qualidade e fiabilidade dos produtos disponíveis no mercado em 2011, o Kia cee´d destacou-se convincentemente no 1º lugar da categoria de veículos compactos. Se por um lado, a sua qualidade de construção e de materiais interiores é amplamente valorizada, a par do elevado nível de equipamentos oferecidos na gama, também a garantia de 7 anos “best in class” é referida como um excelente argumento e benefício oferecido pela marca coreana. A juntar à apreciação de qualidade e fiabilidade, também o Euro NCAP, que avalia o parâmetro segurança, anunciou os cinco melhores desempenhos de 2010. Para ser seleccionado como o veículo mais seguro da sua categoria, os veículos terão que ter cumprido com as mais altas exigências e obtido resultados exemplares em cada um dos 4 testes realizados (adulto, criança, pedestre e assistência de segurança). Para serem considerados “Best Performing cars 2010”, os resultados terão que ser superiores a 80% no conjunto dos testes realizados para assegurar uma cobiçada classificação de 5 estrelas. Também nesta classificação a Kia atingiu resultados fantásticos. Na categoria dos SUV, o recente modelo Kia Sportage atingiu a melhor classificação em segurança face aos seus concorrentes, com a atribuição das 5 estrelas Euro NCAP. Foi também destacado o modelo Kia Venga na categoria dos pequenos monovolumes no grupo dos 5 melhores desta categoria, onde também atingiu as ambicionadas 5 estrelas Euro NCAP. São boas notícias para a nova Concessão MCoutinho e a que certamente o público estará atento. [Informação da Marca]


diversos | crónica

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Depois de suprimir os comboios nas linhas do Tua, Corgo e Tâmega e em dois ramais

CP admite acabar também com os transportes alternativos Os comboios não voltarão a circular na Linha do Tua devido à construção da barragem, considerou o administrador da CP Nuno Moreira, adiantando também que a empresa não pretende assegurar “indefinidamente” transportes alternativos às Linhas do Corgo e Tâmega, que custam anualmente 221 mil euros. “Do lado da Linha do Tua, é conhecida publicamente a situação da barragem e é uma situação que, a meu ver, é irreversível. Não haverá mais comboio na Linha do Tua devido à barragem”, disse Nuno Moreira, citado pela Lusa. A CP é a responsável pela exploração comercial dos cerca de 60 quilómetros da última via férrea do Nordeste Trasmontano, entre Mirandela e o Tua, que se encontra encerrada há mais de dois anos, depois de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais. Durante este período, foi aprovada a construção da barragem de Foz Tua que submergirá 16 quilómetros da linha, cortando a ligação à rede nacional ferroviária. Em troca da barragem, vão ser investidos 35 milhões de euros para criar um novo plano de mobilidade na zona, que implica um pequeno troço de via férrea da estação do Tua ao paredão, um funicular, dois barcos para levarem os

passageiros até à Brunheda e comboio até Mirandela. As linhas do Tâmega, entre a Livração e Amarante, e do Corgo, entre Vila Real e a Régua, foram encerradas para obras que, entretanto, foram suspensas para “reavaliação”. Sobre os transportes alternativos que a CP está a assegurar devido ao encerramento destas linhas, o administrador disse que a empresa “não tenciona manter indefinidamente” esta solução. Na Linha do Tâmega, os serviços rodoviários entre Livração e Amarante representam um custo anual de 133.000 euros, enquanto na Linha do Corgo os serviços rodoviários Vila Real – Régua custa 88.000 euros por ano à CP, segundo dados da empresa. A CP, a braços com um programa de forte contenção orçamental, cessou nos últimos dias o serviço rodoviário em dois ramais, um no Grande Porto e outro no Alentejo. Em reavaliação está igualmente o projeto de estender os comboios suburbanos até Marco de Canaveses, uma obra que esteve prestes a iniciar, tendo sido nomeadamente adquiridos a maioria dos terrenos necessários à eletrificação do troço entre Caíde e Marco.

Deputado comunista promete lutar contra as portagens em Trás-os-Montes O deputado do PCP Agostinho Lopes repudiou, em Vila Real, a introdução de portagens nas autoestradas A24 e A4, considerando que os níveis de rendimentos em Trás-os-Montes são “manifestamente insuficientes” para este novo custo. O deputado da Assembleia da República distribuiu, junto a um posto de combustível da cidade, folhetos contra as portagens na atual A24, entre Viseu e Chaves, e futura A4, de Vila Real a Bragança.

O Governo anunciou para 15 de abril a introdução de portagens na A24, A23 (Torres Novas Guarda) e A25 (Aveiro - Vilar Formoso), autoestradas construídas ao abrigo do programa sem custos para o utilizador (SCUT). Agostinho Lopes garantiu que o PCP vai fazer tudo, a nível da Assembleia da Republica, como com a apresentação de moções nas assembleias municipais, para que o Governo recue nestas suas medidas.

EM BREVES LINHAS | Esclarecimento sobre PRODER em Lousada | A 8 de fevereiro, realiza-se uma sessão de esclarecimento e divulgação do PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural, marcada para as 18h00 no Espaço AJE. Promovida pela Câmara Municipal e pela Ader-Sousa, a sessão destina-se a empresários, empreendedores, juntas de freguesia, associações e outras organizações que pretendam apresentar candidaturas ao Programa LEADER, mais concretamente ao Sub-programa 3 - Dinamização das zonas rurais. As candidaturas estão abertas de 7de fevereiro a 18 de abril no âmbito da Medida 3.1, Diversificação da economia e criação de emprego e da medida 3.2, Melhoria da qualidade de vida.

| Restaurantes fazem intercâmbio para atrair clientes | Marisco em Trás-os-Montes, leitão da Bairrada no Minho ou vitela maronesa no centro do país são alguns dos intercâmbios gastronómicos propostos por quatro restaurantes que se uniram para promover o turismo gastronómico e combater a crise. Ao “O Costa” em Vila Real juntaram-se o “Gaveto”, de Matosinhos, o “Camelo”, de Viana do

Castelo, e o“Manuel Júlio”, de Coimbra para fazerem um intercâmbio de cozinhas tradicionais nos fins-de-semana de fevereiro a abril. Em ano de crise e em época de menor ocupação, os empresários querem promover o turismo gastronómico, dinamizar o negócio da restauração e claro atrair mais clientes e, ao mesmo tempo, promover o que de melhor se confeciona em cada uma destas regiões.

| UTAD propõe floresta mais resistente |

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro propôs ao Governo a criação de uma floresta-piloto, mais resistente ao fogo, na área atingida pelo grande incêndio que atingiu Ribeira de Pena e Boticas no verão de 2010. O professor do Departamento de Ciências Florestais, Hermínio Botelho, disse à Agência Lusa que a proposta foi apresentada à Secretaria de Estado das Florestas, estando-se ainda a aguardar uma resposta por parte do Governo.

A ideia da UTAD é, segundo o responsável, aproveitar os cerca de "quatro mil hectares" queimados nestes dois concelhos para “criar uma área-piloto”.

| Centros de Saúde de Bragança encerrados à noite | O regime de exceção de que beneficiaram os centros de saúde do Nordeste Transmontano nos últimos três anos acabou, sem pré-aviso, com um fax a ordenar o encerramento do atendimento noturno a partir das 22:00. O fax foi enviado às oito câmaras e centros de saúde pela Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, com a indicação de que estas unidades encerram entre as 22:00 e as 08:00, de segunda a sexta-feira, e até às 09:00 aos fins de semana e feriados. O distrito de Bragança tem beneficiado de um regime de exceção que há mais de três anos tem permitido a oito centros de saúde permanecerem abertos durante a noite, com um enfermeiro, um administrativo e um médico de prevenção (à chamada telefónica). O distrito de Bragança foi, entretanto, dotado de meios para emergência e socorro, que contemplam as urgências médico-cirúrgicas de Bragança e Mirandela, duas urgências básicas em Mogadouro e Macedo de Cavaleiros e ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida) em Miranda do Douro e Torre de Moncorvo/Freixo de Espada à Cinta, além de um helicóptero estacionado em Macedo de Cavaleiros.

António Mota

Rosa e Alberto Sabes, Alberto, pensando melhor, eu sinto que a nossa vida é igual a um balão. Sim, um balão que foi enchendo, enchendo, e até parece que ia voar, mas era um engano. Basta a pontinha de um alfinete para que o ar ali acumulado desapareça, e nunca mais volte. Sim, tens razão, ao rebentar faz um grande estardalhaço, que sempre amedronta os mais desprevenidos. Sabes, Alberto, dormi muito mal esta noite. Tu ressonavas imenso, e eu dava voltas na cama esperando desesperadamente que o sono tomasse conta de mim. Ainda me lembrei de tomar um comprimido, mas não fui capaz, já basta a pílula, que me custa tanto a engolir. Quando não durmo, começo a ver a minha vida a correr de trás para a frente, de frente para trás, e tudo fica muito nítido. E, por vezes, é doloroso ver a realidade. Sabes, Alberto, esta noite eu descobri que o nosso tempo chegou ao fim. Sim, o nosso tempo de casal perfeito terminou. Fim. End. Que é que tu me fizeste? Ainda perguntas? Não sabes? Tens muitos defeitos, como eu, mas não és estúpido, nem queiras que eu faça esse papel. Alberto, quando eu te conheci, apeteceu-me convencer-me que eras diferente, embora a minha mãe me tivesse perguntado mil vezes se eras mesmo tu que eu queria. E eu dizia que sim, e além disso, ela não tinha nada a ver com as minhas escolhas. Afinal eu já tinha vinte e nove anos. Quem má cama faz, dorme mal, disse-me ela, que tem a mania dos provérbios, que servem para tudo e para nada. Eu não gostei de ouvir aquilo e disse-lhe: a mãe não pode falar. A minha mãe deu um lon-

go suspiro e calou-se. Ela não pode dizer nada, porque ficou sozinha depois de eu ter feito o décimo segundo ano. O meu pai foi viver com a Aparecida, uma brasileira muito bonita, que sabe fazer cafuné. Desconfio que a minha mãe nunca teve pachorra para fazer cafuné. O nosso primeiro ano foi o paraíso na terra, lembras-te? Até o teu olhar me arrepiava. Tu eras perfeito em tudo. Que mais podia querer uma mulher? Depois tudo mudou. O meu Alberto sedutor, o meu Alberto meigo, o meu Alberto compreensivo, o meu homem-homem, foise gastando, desvanecendo, desaparecendo. E eu a ver, e eu a sentir que tu me fugias como um barquinho de papel na corrente dum rio. Deixa-me falar, Alberto! Eu gosto de me exprimir com imagens, não tenho culpa que tu te tenhas transformado num cacto espinhento. Mas eu sei, Alberto, eu sei porque já não és o mesmo. Tu mudaste porque pensas que eu me acomodei, e que te sou fiel. E tens razão. Mas isso não te chega, Alberto. Vocês, os homens, nunca deixam de ser caçadores. As conquistas engordam-vos o ego. Sempre foi assim. A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha, repetia a minha mãe, que foi trocada pela Aparecida, que até é simpática. Sabes, Alberto, o nosso balão estourou esta noite. Já não me dá prazer a tua companhia. Odeio o teu ressonar. Odeio que faças de mim parva. Vai lá viver com a tua presa, que era visita cá de casa. Cansei-me. Essa sonsa da Patrícia não sabe a encomenda que leva para casa. anttoniomotta@gmail.com


26 fevereiro'11

cartoon | photo

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I A ver na Casa da Cultura de Fafe a partir de 18 de fevereiro

DIGNIDADE COM HUMOR

2011

Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos]

EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE CARTOON O humor gráfico estará em Fafe com uma exposição alusiva ao tema “Dignidade”. À semelhança do ano passado, a FecoPortugal - Associação de Cartoonistas e a Amnistia Internacional - Portugal organizam esta mostra temática, que percorre o país depois de ter sido exibida em Lisboa. São 111 os desenhos que nos convidam a refletir acerca do valor da Dignidade. Constituem uma exposição que inaugura a dezoito de fevereiro na Casa da Cultura, em Fafe, e são uma seleção de cerca de centena e meia de trabalhos que chegaram dos quatro cantos do mundo, dos Açores ao Alentejo ou a Viseu, desde o Uzbequistão até à Nigéria ou ao Equador. Dos cinco continentes, só a Oceania não consta. São 37 países representados, sem contar com mais meia dúzia que participou mas não teve autores selecionados pelo júri. Segundo a FecoPortugal, a importância desta exposição explica-se assim: "...vai -se tornando dia a dia mais difícil dizer e desenhar as denúncias dos atropelos praticados pelos que nos querem fazer acreditar que se pode roubar honestamente… desde que isso seja legal ou ninguém descubra. Porque a Dignidade, enquanto valor de honra, decência, respeito (por si próprio e pelos outros), é uma moeda em crise, a necessitar urgentemente de revalorização“. Por parte da Amnistia Internacional, a síntese da iniciativa resume-se nestas palavras: "O cartoon é uma das muitas formas eficazes de bradar pela Igualdade, pela Liberdade e pela Dignidade humanas. Com o mérito da simplicidade, evidencia o sério no ridículo e o ridículo no sério. (...) Oriundos de tão diferentes culturas, espelham o mesmo: que afinal não somos assim tão diferentes! Ponhamos as nossas inseguranças e egoísmos de lado e assumamos o que é de todos nós: a Dignidade da família humana!“ Portugal foi o país com maior número de participantes. Seguiu-se a China e o Irão, numa demonstração de que o humor consegue vencer fronteiras, até mesmo as da língua. E as da “claustrofobia” política. A iniciativa tem organização local de Santiagu (cartoonista e membro da FECOPortugal) e o apoio da Câmara Municipal de Fafe. [José Oliveira/FecoPortugal]

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

Fundado em 1984 | Jornal/Revista Mensal Registo ERC 109 918 | Dep. Legal: 26663/89 Redação: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro | Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23 | Apartado 200 | 4630-296 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 E-mail: tamegapress@gmail.com Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689) Redação e colaboradores: Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Patrícia Posse, Helena Fidalgo (C.P. 3563) Alexandre Panda (C.P. 8276), António Orlando (C.P. 3057), Jorge Sousa, Alcino Oliveira (C.P. 4286), Helena Carvalho, A. Massa Constâncio (C.P. 3919), Ana Leite, Armindo Mendes (C.P. 3041), Paulo Alexandre Teixeira (T.P. 1377), Iolanda Vilar (C.P. 5555), Manuel Teles (Fotojornalista). Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima, Pedro Oliveira Pinto, Mª José Castelo Branco, Lúcia Coutinho, Marco António Costa, Armando Miro, F. Matos Rodrigues, Adriano Santos, Luís Ramos, Ercília Costa, Virgílio Macedo, José Carlos Póvoas,

Sílvio Macedo. Colaborações/Outsourcing/Agências: Agência Lusa (Texto e fotografia), Media Marco, Baião Repórter/Marão Online Marketing, RP e Publicidade: Telef. 910 536 928 - Marta Sousa publicidade.tamegapress@gmail.com martasousa.tamegapress@gmail.com Propriedade e Edição: Tâmegapress-Comunicação e Multimédia, Lda. NIPC: 508920450 Sede: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 Apartado 4 - 4630-279 MARCO DE CANAVESES Cap. Social: 80.000 Euros – Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa. Impressão: Multiponto SA - Baltar, Paredes Tiragem: 32.000 exemplares distribuídos (Auditados) | Associado da APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circulação | Nº 486 Assinaturas | Anual: Embalamento e pagamento dos portes CTT – Continente: 40,00 | Europa: 70,00 | Resto do Mundo: 100,00 (IVA incluído) A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

O OLHAR DE...

Eduardo Pinto 1933-2009 Oleiro - Gondar – Amarante - Anos 60

1933-2009




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