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repórterdomarão Prémio GAZETA

do Tâmega e Sousa ao Nordeste

J U L H O ’ 12

EMAÚS quer mais apoios para jovens com deficiência em Paredes

Nº 1265 | julho ' 12 | Ano 29 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | t. 910 536 928 | Tiragem média: 20 a 30.000 ex. OFERECEMOS LEITURA.

Faltam enfermeiros no SNS, avisa o Bastonário

Regresso ao campo é a última oportunidade do país  Contributos de uma investigadora da UTAD e do Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte

 Riqueza e saúde que vêm da terra  Produção de mel cresce na serra do Marão  Mercados fundamentais para escoar produtos


“O futuro do País passa por  Regresso iminente aos campos agrícolas, De dia para dia, o desemprego em Portugal atinge níveis recorde e as oportunidades para uma geração tida como a mais qualificada de sempre escasseiam. O País anda desencontrado com o caminho da autossuficiência e, ao largo da sua paisagem, percebe-se que os campos continuam votados ao abandono. É nesses solos que ainda não foram lançadas as sementes da sustentabilidade e do rendimento do setor agroalimentar. Patrícia Posse | pposse.tamegapress@gmail.com | Fotos | Marta Sousa, P. Posse (Capa), Paulo Teixeira e D.R.

“O futuro do País passa por rejuvenescer a agricultura. No longo-prazo, essencialmente por causa das razões decorrentes da crise económica”, defende Ana Marta-Costa, investigadora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que se dedica ao estudo da sustentabilidade e planeamento agrário. As elevadas taxas de desemprego, a necessidade de dar uma ocupação a essas pessoas e de produzir alimentos que abasteçam o país fazem com que seja “obrigatório revitalizarmos a agricultura”. “Há também as questões relacionadas com a manutenção do território, uma vez que ¾ do território de Portugal são ocupados por superfície agroflorestal; as questões de segurança alimentar, de preservação do ambiente e proteção dos recursos naturais”, acrescenta. Atualmente, o complexo agroflorestal gera, aproximadamente, 5% do Produto Interno Bruto (PIB), representando mais de 14% do emprego. No entanto, Ana Marta-Costa acredita que, a curto-prazo, muitas pessoas vão regressar à agricultura ou iniciar essa atividade, mas o balanço, para já, vai ser negativo. “A geração que mantém a atual agricultura está envelhecida e os que vão voltar não serão suficientes para equilibrar.” Desde 2010 que Ana Marta-Costa tem vindo a desenvolver um estudo sobre os efeitos da crise económica na sustentabilidade das explorações agrárias de Trás-os-Montes. Nos inquéritos aplicados, agricultores e dirigentes associativos referiram que “a agricultura pode revelar-se como uma atividade económica alternativa ao desemprego que se tem instaurado na sociedade e à emigração dos jovens”. “Disseram ainda

que, antes da crise, a agricultura não era incluída nos projetos que tinham para os seus filhos, mas que desde que estamos a viver esta crise económica, financeira e social, passou a ser incluída”, conta a investigadora. Dados do Recenseamento Geral da Agricultura (RGA) de 2009 mostram que, na última década, 112 mil explorações agrícolas foram abandonadas e a respetiva superfície recuou mais de 450 mil hectares. No entanto, a investigadora tem observado “algum acréscimo nalgumas explorações, que começam a diversificar a sua produção para terem mais produtos para o autoconsumo”. “Isto permite produzir produtos a custos mais baixos do que aqueles a que eles adquirem nas grandes superfícies comerciais. Além disso, mantêm a qualidade dos produtos que, hoje em dia, é muito valorizada”, explica. Para a revitalização do setor agrário, é inevitável olhar para a unidade de produção, para a fileira como “um todo” e ter uma visão integrada da agricultura no território. “Ninguém regressa ao campo se não tem serviços públicos mínimos para garantir a qualidade de vida da sua família”. Ana Marta-Costa refere ainda a associação das atividades agrárias ao turismo, à caça, ao artesanato e à gastronomia para criar sinergias e aumentar as fontes de rendimento. Já o diretor regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, defende a necessidade de aumentar a produção e a produtividade, concentrar a oferta dos produtos com a finalidade de ganhar escala nos mercados internos e externos e conseguir uma melhor distribuição do valor dos mesmos produtos ao lon-


rejuvenescer a agricultura” considera a investigadora da UTAD Ana Marta-Costa go da cadeia, ou seja, “os custos e proveitos devem estar mais justamente repartidos entre produtores, transformadores e comerciantes”.

Setores estratégicos A produção de vinho e de azeite é a imagem de marca da agricultura regional, mas ainda há “um caminho a percorrer”, sobretudo na reestruturação dos setores e na necessidade de ganhar escala. “No futuro, e desde já, incentivamos as fusões de organizações de produção e de transformação”, frisa Manuel Cardoso. É crucial que cada um deve deixar de olhar para o quintal do vizinho e comece a “olhar para o exterior e descobrir novas realidades com urgência”. A par destas culturas tradicionais da região Norte, tem-se constatado a existência de novas plantações de frutos de casca rija e a pecuária extensiva, no Interior, e as hortofrutícolas e flores, no Litoral. “Em ambos, dependendo das particularidades do território, há as culturas dos frutos vermelhos. Há também outros setores que poderão vir a assumir algum significado, como o das plantas aromáticas e medicinais”, acrescenta o diretor regional. A investigadora da UTAD aponta ainda a castanha, os bovinos de raças autóctones e os pequenos ruminantes como as atividades que mais se têm desenvolvido na região transmontana. “As explorações dos pequenos ruminantes não são afetadas pela crise económica, porque são sustentáveis. Nos bovinos de raça autóctone, a situação já é um bocadinho diferente, porque sendo o produto certificado, o preço é mais elevado e, com a crise, as pessoas não compram tanto.”

Desvalorização social do agricultor No caso do setor do leite, o investimento em inovação será um “fator decisivo”. “Na região Norte, deverá ser o setor que terá a mais dramática transformação nos próximos anos e há que preparar-se e concentrar esforços para isso. Não valerá a pena gastar tempo a tentar evitar o futuro”, considera Manuel Cardoso. A falta de reconhecimento da agricultura como atividade profissional dificulta a sua atratividade e condiciona mesmo a implementação das estraté-

gias pensadas para o setor. “A agricultura e o agricultor continuam a não ser bem vistos no país e isso acaba por afastar as pessoas”, salienta Ana Marta-Costa. Por isso, importa valorizar o papel do agricultor e “mudar as mentalidades para que se olhe para a agricultura como uma alternativa”. Os jovens, mesmo quando concluem cursos su-

trabalho, inovação e reorganização. “O que se constata é que a continuidade das explorações rentáveis, que garantem rendimentos adequados, está assegurada”, refere. Uma recente aprovação das medidas do PRODER vai disponibilizar 23 milhões de euros para modernização e capacitação de empresas no setor agrícola e agroalimentar.

Fragilidades & Potencialidades

Ana Marta-Costa, investigadora da UTAD periores na área das ciências agrárias, não se mostram disponíveis para abraçar a produção agroalimentar e continuam a procurar emprego no setor terciário [Serviços]. “Não veem o setor primário como a grande possibilidade onde poderiam trabalhar. É uma minoria a que acaba por se dedicar ao setor”, avança a professora. Por outro lado, o diretor regional de Agricultura destaca que a região Norte é aquela que regista mais projetos de instalação de jovens agricultores aprovados no atual quadro comunitário. “Quando resolvermos as fragilidades da nossa agricultura, os jovens fixar-se-ão nesta atividade sem reservas. Estamos num bom momento para olhar para o futuro: há uma onda e temos a capacidade de a navegar. Temos fundos e ajudas para os jovens se instalarem e iniciarem a sua atividade.” Para o diretor regional, a agricultura é uma atividade em que “se pode ganhar dinheiro”, havendo

A falta de capital próprio para investimento é a principal fragilidade do setor primário na área de abrangência da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (Minho, Douro, Trás-os-Montes). “Depois, a grande maioria das fragilidades são estruturais e têm a ver com a fraca competitividade das empresas, com a dimensão da propriedade, com a falta de concentração de oferta e com a frágil estrutura organizativa da produção em algumas fileiras”, acrescenta Manuel Cardoso. Para dar outra dinâmica às redes de comercialização, o papel das associações de produtores e das cooperativas tem que “ser revisto e levado a sério”. “A nível da organização, as cooperativas têm um papel muito ineficaz e as associações de agricultores, embora prestem alguns apoios, ainda têm um papel muito débil”, refere Ana Marta-Costa. Para já, Manuel Cardoso entende que é prioritário o reforço das estruturas associativas para ganhar escala ou “criarem-se novas a uma escala superior, com capacidade para ombrear com congéneres de outros países”. “Estamos a apoiar vários processos de fundação e de fusão de organizações de agricultores. Os dirigentes tradicionais devem deixar espaço para que haja partilha de liderança com a nova geração. Há casos em que uma mudança geracional permitiria ganhar tempo e queimar etapas na modernização de estruturas e na abertura de soluções modernas.” Explorações familiares, fraca rendibilidade dos sistemas de montanha, baixas produtividades, preços elevados dos fatores de produção, condicionalismos climáticos e de relevo (declives acentuados), estrutura fundiária deficiente (áreas reduzidas fruto do elevado emparcelamento) e falta de mão de obra são outros dos problemas com que a agricultura regional se debate.


Riqueza e saúde que Face à atual conjuntura económica, há cada vez mais famílias a readquirir (ou manter) o hábito de cultivar para garantir o seu próprio sustento. Alguns vão colhendo o fruto do seu trabalho, às vezes, superando até as necessidades de consumo. Patrícia Posse | pposse.tamegapress@gmail.com | Fotos | P. Posse e D.R. Em épocas de crise, as produções familiares têm “um peso determinante”. “São uma reserva de valor nos meios rurais e, também, nos meios urbanos marcados por uma forte componente rural. Há quintais em cidades a partir dos quais se abastece um prédio”, destaca o diretor regional de Agricultura e Pescas do Norte. Num contexto de excedentes destas produções, a dinamização dos mercados locais pode assumir “um papel importante”. “Está a ser estudada uma nova legislação que irá permitir o acesso destas produções aos mercados de vizinhança”, adianta. Para a investigadora da UTAD, a venda dos excedentes nos mercados será “uma condição essencial” para revitalizar a agricultura. “Uma das fragilidades do setor é não haver um rendimento mensal. Ora, existindo estes mercados, as pessoas têm um rendimento mais certo e poderá ser um passo necessário para que se comece a ter mais resultados económicos.” O desenvolvimento dos mercados locais é, ainda, uma potencialidade por explorar: “os produtos devem ser consumidos nos locais onde são produzidos, com a vantagem do valor acrescentado ficar na região, de se proteger o ambiente porque não há consumo de combustíveis fósseis e das pessoas ficarem a depender

menos do exterior e mais de si próprias”. Também Manuel Cardoso afirma que “só uma men-

Manuel Cardoso, Dir. Reg. Agric. Norte

talidade tola pode pensar que um país poderá ser uma multidão de cigarras. Não se pode esquecer o nosso papel, fundamental, de formigas”.

“Semeia e cria e viverás com alegria” Embora possa criar autoemprego e postos de trabalho para terceiros, a agricultura regional continua a manter o cariz familiar e/ou é desenvolvida como uma atividade secundá-

ria. É o caso de José Ferreira, 58 anos, que há cerca de seis anos começou a cuidar das terras que lhe couberam em herança. “Como tinha ligação à terra e sempre gostei do trabalho do campo, resolvi dedicar-me a isto como hobbie e para matar um pouco o stress da cidade.” É na aldeia de Paradinha de Outeiro, a 30 quilómetros de Bragança, que investe o tempo livre a tratar de uma vinha, de um pomar e, mais recentemente, de uma horta. Esta última foi semeada em maio e é a menina dos seus olhos: “hoje [sábado] eram cinco da manhã e já aqui estava a tratar das coisas. Sinto-me bem aqui e nada disto me causa preocupação ou dificuldade”. Funcionário público de profissão, José Ferreira aprendeu todos os métodos e técnicas agrárias com os antecessores familiares. “As minhas férias de estudante sempre foram passadas na aldeia, onde ajudava os meus avós em todos os trabalhos do campo. Depois de formar família, também sempre vim ajudar os meus pais.” No entanto, o esforço de aperfeiçoamento das práticas é uma constante, procurando ler sobre os assuntos que lhe interessam, nomeadamente o combate das pragas. No terreno de, aproximadamente, ¼ de hectare, não faltam morangos, tomates, beringelas, couves, feijões, batatas, curgetes, beterrabas, melões, melancias, entre outras culturas. “Venho duas vezes por semana regar: no sábado e na terça-feira depois do trabalho. É necessário sachar, arrancar erva, pôr tutores às plantas, é um trabalho permanente.” O que a terra dá destina-se ao consumo da família e para oferecer a amigos, aliviando a sua despesa mensal. “Se bem que esse não é o principal motivo, ajuda sim”, admite.


vêm da terra Na sua opinião, o setor primário em Portugal está “muito pouco explorado e as pessoas não foram preparadas para isso”. “Há um estigma muito grande. As pessoas fogem do campo e, para a maior parte, é redutor trabalhar nele. Devíamos mudar as mentalidades, porque isto é um trabalho digno e bonito, e deixarmos de comprar tudo ao estrangeiro para podermos ser nós a produzir.”

Apelo telúrico Durante 30 anos, André Rocha viveu e trabalhou na capital do país, mas sempre com o desejo de regressar à aldeia. “Gosto da vida do campo, das árvores e da liberdade. Ainda estava a trabalhar e já trazia este bichinho a mexer comigo.” Depois de se ter reformado, este antigo Polícia de Segurança Pública dedicou-se ao cultivo de árvores de fruto em Paradinha de Outeiro. “Nunca tinha plantado uma árvore nem sabia enxertar. Pedi a outros para me enxertarem e aprendi”, refere. Nos últimos cinco anos já plantou perto de 250 oliveiras, 300 castanheiros, entre outras árvores. “Planto uma árvore e, depois, enxerto. Se essa árvore me dá fruto é um grande prazer.” Apesar de ter herdado algumas terras, André Rocha já adquiriu outros prédios, por norma, contíguos aos primeiros. “Já investi algum dinheiro na terra e na plantação, mas sinto-me bastante realizado. Este trabalho é feito com grande gosto e não tanto por ne-

cessidade.” O que colhe não vende: “é para consumo e para distribuir pelas pessoas amigas”. Como deixa de ter necessidade de comprar frutas, saladas e leguminosas, consegue ficar com “algum dinheiro de lado”. Aos 63 anos, André Rocha considera que quem tenha a possibilidade de regressar aos meios rurais o deve fazer, “não só por aquilo que se consegue colher, mas pela saúde”. “Quando passo algum tempo em Lisboa e contacto com alguns colegas e indivíduos de outras profissões, noto que andam com um stress acrescido e, como não têm o tempo ocupado, tentam alimentar doenças. ”Já as gerações mais novas só o farão se forem “mesmo obrigadas”, adverte. “O que está a evitar que isso aconteça é o facto de haver algum dinheiro para pagar o Rendimento Social de Inserção e o subsídio de desemprego. Um dia que não haja dinheiro para isso, a juventude será obrigada a regressar", sentencia. Em Portugal, cometeu-se “um grande erro” depois de se terem começado a receber fundos comunitários para “arrancar vinhas e acabar com os barcos da pesca”. “Os nossos governantes pensaram só em receber o dinheiro, que foi mal gasto porque foi mal distribuído. Quem recebeu mais dinheiro foram os que têm mais herdades e pareceu-me que parte dele foi gasto em jeeps e vivendas.” André Rocha lamenta ainda que, principalmente em Trás-os-Montes e nas Beiras, esteja “tudo deserto, tudo a monte”. “Dentro de algum tempo, o pessoal vai ter necessidade de se agarrar à terra”, conclui.

André Rocha

José Ferreira


Empresários de Amarante e 600 colmeias nos baldios da Paulo Alexandre Teixeira | pauloteixeira.tamegapress@gmail.com | Fotos P.A.T. e D.R.

A apicultura está a renascer no Marão, onde um engenheiro florestal e um empreiteiro estão a implementar um projeto de exploração de mel que irá instalar cerca de 600 novas colmeias nos baldios da freguesia de Aboadela. O investimento ascende a mais de 110 mil euros. Há poucos cantos desconhecidos da Serra do Marão para Alexandre Vieira, engenheiro florestal do corpo de sapadores que, ano após ano, mantém uma vigília apertada numa das maiores fontes de recursos naturais da sub-região do Baixo Tâmega. Em funções no Marão desde 2009, o jovem engenheiro de Marco de Canaveses lançou recentemente um ambicioso projeto de apicultura em Aboadela, Amarante, em parceria com o empreiteiro e presidente da junta daquela freguesia, António Gonçalves. “De há uns tempos para cá comecei a pensar em como rentabilizar todo este tempo que passo na serra do Marão e cheguei à conclusão que a atividade ideal seria a de explorar o mel”, explica Alexandre Vieira.

Seiscentas colmeias em dois anos Ao longo dos próximos dois anos os sócios da Marão Mel Apicultura, Lda. esperam instalar um total de 600 colmeias em vários locais dos cerca de 2000 ha de terrenos baldios da freguesia da Aboadela. No final da fase de implementação do projeto, a sociedade calcula poder produzir cerca de 12 toneladas de mel e uma quantidade ainda por determinar de subprodutos, nomeadamente cera e pólen. Uma candidatura ao programa LEADER+ do PRODER, em fase de apreciação, deverá permitir o cofinanciamento do investimento (de cerca de 112 mil euros) em 60 por cento, dos quais 30 mil serão em forma de prémio. Enquanto esperam por uma decisão, os sócios já avançaram para o terreno com os seus próprios meios: a empresa está formada e as primeiras dez colmeias já estão instaladas e em operação. Adicionalmente, algum do material de apoio já foi adquirido, incluindo os essenciais fatos protetores e a empresa prepara-se para iniciar uma nova fase com a reativação de um antigo apiário. “E ainda vamos a várias formações sobre apicul-

tura, onde estamos a aprender mais sobre o tema. É essencial manter a formação e tem sido muito interessante conhecer outros produtores”, explica Alexandre Vieira.

Mel do Marão: sabor e cor distintos A apicultura, uma das formas ancestrais de exploração de recursos naturais desta região sofreu, tal como as restantes atividades agrícolas, um declínio nas últimas três décadas mas desde há cinco anos a produção de mel voltou a interessar os empreendedores das regiões serranas. De facto, a serra do Marão oferece excelentes condições para a sua produção graças a uma vasta área de pasto onde florescem vários tipos de plantas que conferem ao produto final uma cor e sabor distintos. Adicionalmente, o eucalipto que se encontra um pouco por toda a mancha florestal da serra permite também aumentar o nível de produção, graças ao despontar tardio da sua flor. “A flor do eucalipto nasce mais tarde do que a restante vegetação e isso possibilita um segundo ciclo de produção de mel para os apicultores desta serra”, explica António Gonçalves.


Marco pretendem instalar serra do Marão Interesse pela agricultura renasce na região A produção de mel na serra do Marão está inserida numa área de Denominação de Origem Protegida (DOP) demarcada pelos concelhos de Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Mondim de Basto formalmente designada como “DOP Mel das Terras Altas do Minho”. Têm-se multiplicado os pedidos para instalar novas explorações nas encostas e baldios da serra e o mel do Marão está, na opinião dos sócios da nova empresa, a reconquistar o seu lugar como um dos produtos de referência locais. “Nota-se que as pessoas estão de novo interessadas no mel como uma forma de produção agrícola.

Aliás, na Associação dos Baldios da Aboadela registamos um aumento dos pedidos para a instalação de colmeias”, refere o presidente de junta daquela freguesia. António Gonçalves acrescenta que o interesse pela serra não se limita à apicultura e que se observa, um pouco por todo o lado, um renovar do interesse pela exploração do que considera ser “grandes recursos naturais” da sub-região do Baixo Tâmega. O sentimento é partilhado por Lurdes Cardoso, engenheira agrónoma ao serviço da Associação de Agricultores de Ribadouro, em Amarante, que aponta para a existência de uma “lista diversificada” de oportunidades nesta zona. A ausência de grandes indústrias e a vasta mancha verde (mais de 50 por cento do concelho de Amarante, por exemplo) contribuem para um ambiente

livre de poluição que permite a produção de pequenos frutos (mirtilo, amora, framboesa, etc), citrinos, kiwis, ervas aromáticas e cogumelos de elevada qualidade, entre outros. “Há aqui um grande potencial a explorar como região de produção de alta qualidade. E as pessoas têm respondido à chamada. Muitos são jovens que depois de procurar o seu primeiro emprego decidiram enveredar por este caminho. Há também o exemplo daqueles que estão desempregados e que tendo herdado terras das famílias, procuram uma alternativa à emigração”, explica a engenheira. Mas adverte: “Também é preciso ter um sentido apurado de oportunidade. Não sabemos o que vai acontecer depois de 2013, quando esta fase do programa PRODER terminar, portanto, é urgente que se aproveite, agora”, conclui.

Mercados locais são fundamentais para escoar produtos Para a sustentabilidade da pequena agricultura tradicional é necessário que sejam criadas redes de comercialização de produtos agrícolas e mercados de venda livre, sobretudo de frescos. De nada serve relançar a agricultura de subsistência se os produtores não conseguirem comercializar os seus produtos. O exemplo da Câmara de Penafiel, que criou condições para o escoamento dos produtos agrícolas aos produtores em modo biológico e em conversão – as cantinas das escolas e de entidades sociais absorvem essas produções – terá de ser replicado em todas as sedes de concelho, sobretudo naquelas que têm mercados em funcionamento. A rede de produtores biológicos de Penafiel (inde-

pendente da outra que funciona ao abrigo do programa PROVE, financiado pelo PRODER) conseguiu juntar cerca de dezena e meia de agricultores. Amarante, com um mercado semanal de média dimensão às quartas e sábados, tem excelentes condições para ajudar os agricultores locais a escoar os seus produtos, ainda que sejam apenas os excedentes da produção para consumo próprio (nomeadamente hortofrutícolas), gerando pequenas economias aos produtores. O vereador Hélder Ferreira, da Câmara de Amarante, lembrou que o mercado municipal já dispõe de um local apropriado para a venda de frescos e que está isento de burocracias. "A única condi-

ção é que sejam produtores do concelho", salientou o vereador, instando todos aqueles que queiram vender pequenas produções agrícolas a abordarem o fiscal do mercado. Existe uma taxa fixa para este tipo de negócio, sem necessidade de licença, que atualmente é de 1,30 euros por cada dia de utilização. O vereador manifestou também a disponibilidade de junto das associações do concelho divulgar esta oportunidade de negócio dos agricultores. A Associação de Agricultores de Ribadouro manifestou também disponibilidade para apoiar tecnicamente os pequenos agricultores, sobretudo aqueles que estejam interessados em relançar as produções agrícolas que tinham abandonado.


EMAÚS sonha com a construção Instituição de Baltar e Paredes enfrenta dificuldades a Mónica Ferreira | monikiferreira@gmail.com | Fotos M.F.

“Todos diferentes, todos iguais” é a máxima que norteia o trabalho desenvolvido pelo EMAÚS - Associação de Apoio ao Deficiente Mental, com instalações em Paredes e Baltar e que trabalha com jovens e crianças com deficiência, contribuindo para a realização dos seus projetos de vida. Fundada há quase 36 anos pelo padre paredense António Baptista dos Santos, ainda hoje presidente da direção, o EMAÚS nasceu com o intuito de gerar um espaço no concelho que pudesse trabalhar com os alunos que precisavam de necessidades especiais. “Somos a única instituição no concelho com intervenção na área da deficiência mental”, referiu Maria da Ajuda Ribeiro, diretora técnica do polo de Baltar da associação. O EMAÚS tem dois polos: um em Paredes e outro em Baltar, frequentados por cerca de 80 alunos. A associação dispõe de 32 funcionários, entre técnicos e colaboradores. Tem três valências a funcionar nos dois espaços, sendo que o de Paredes se ocupa inteiramente com o Centro de Atividades Ocupacionais (CAO). Em Baltar, além do CAO existe ainda um Centro Sócio-Educativo e um ATL aberto à comunidade. Um dos maiores problemas desta associação é a questão da capacidade. “Temos mais alunos do que os que são apoiados pela Segurança Social e a nossa lista de espera é muito grande. Temos muitas solicitações. Já há três ou quatro anos que não admitimos novos utentes”, referiu a diretora técnica da associação, apelando à celebração de novos acordos com a Segurança Social, pedidos que ainda não obtiveram resposta. A associação EMAÚS deu os seus primeiros passos com a criação de um Centro Sócio-Educativo (CSE) no polo de Baltar que, hoje em dia, é frequentado por

Jovens do EMAÚS em trabalhos de jardinagem

quatro utentes dos 6 aos 18 anos, através de acordos estabelecidos com o Ministério da Educação. Mais tarde foi criado um Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) que tem atualmente 45 alunos, trinta e cinco dos quais subsidiados pela Segurança Social. “Os outros dez são suportados financeiramente por nós”, declarou Maria da Ajuda Ribeiro. Em Baltar, funciona ainda um Centro de Ocupação de Tempos Livres (CATL), com acordo com a Segurança Social e que tem 11 alunos do ensino recorrente. O polo de Paredes tem 23 utentes com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos a frequentar o Centro de Atividades Ocupacionais e não tem capacidade para acolher mais.

CAO promove atividades para os utentes Nos Centros de Atividades Ocupacionais do EMAÚS são levadas a cabo atividades que procurar manter os alunos ativos e ajudá-los a desenvolver competências que os possam ajudar a integrar o mercado de trabalho. Segundo Maria da Ajuda Ribeiro, são ali desenvolvidos dois tipos de atividades: as estritamente ocupacionais, “que visam manter a pessoa ativa e interessada” e as atividades socialmente úteis, “que visam a valorização pessoal e o aproveitamento das capacidades da pessoa, no sentido da sua autonomia, facilitando uma possível transição para programas de integração sócioprofissional”. Os alunos têm aulas na área dos têxteis, do barro, da carpintaria, assim como aprendem música e a tratar/cultivar a horta/jardim. Além disso, têm aulas de educação física e uma vez por semana vão à piscina. O projeto das atividades socialmente úteis é recente no EMAÚS mas já deu os seus frutos. “Começamos este projeto no início do ano. É uma possibilidade de inclusão para os alunos”, afirmou Isabel Sousa, diretora técnica do polo de Paredes. No âmbito deste projeto, a instituição procura celebrar protocolos com enti-

Jovens do EMAÚS no fabrico de artesanato


de um lar para jovens 'preparar o futuro' de 80 pessoas com deficiência dades públicas e privadas e tem já dois assinados – um com a Câmara Municipal e outro com a Santa Casa da Misericórdia – que permitiram que quatro utentes fossem integrados nos serviços. “Temos dois utentes numa creche do concelho, uma no berçário e outro na cozinha e outros dois no lar da Santa Casa da Misericórdia de Paredes, um nos serviços administrativos e outro na jardinagem e no apoio aos idosos. Estão lá um ou dois dias por semana”. De futuro o EMAÚS que celebrar novos protocolos com outras entidades e até com empresas, esperando estudar um projeto que permita colocar os alunos em formação profissional.

Dificuldades financeiras não passam à margem desta associação À semelhança do que acontece um pouco por todo o país com as instituições da área social, as dificuldades financeiras também se sentem no EMAÚS. Já em 2009 a associação atravessou um período mais difícil e correu o risco de encerrar o polo de Paredes. Nessa altura, tinham os utentes em pré-formação, através de um acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEPF), que entretanto cessou por falta de verbas. Valeu-lhes a autarquia que apoiou a associação com cinco mil euros mensais durante cerca de um ano, até que surgiu a possibilidade de se criar o CAO e a questão ficou resolvida. “Foi uma vitória, senão o polo tinha fechado”, afirmou a responsável técnica de Baltar. Atualmente, as dificuldades não cessaram e a associação necessita de mais apoios para fazer face às despesas e conseguir integrar mais utentes. Os apoios que recebem, além dos da Segurança Social, vêm das famílias que contribuem consoante o seu rendimento per capita e dos sócios. Mas estes últimos são insuficientes para as necessidades do EMAÚS. “Precisávamos de mais sócios e que todos pagassem. Temos cerca de 500, mas muitos deles não pagam.

Maria da Ajuda Ribeiro e Isabel Sousa

Precisávamos também de novas parcerias além das que temos com o Rotary Clube de Paredes, como o Colégio Casa Mãe, com a Santa Casa da Misericórdia, com a CESPU, com a Junta de Freguesia e Câmara Municipal ”, acentuou a responsável de Baltar. Para fazer face às despesas, a instituição também recorre aos formandos. Uma das formas de angariar algum dinheiro é através da venda dos objetos feitos pelos utentes durante as aulas das atividades ocupacionais. “Temos no polo de Paredes uma loja de exposição e venda e ao longo do ano vamos realizando vários eventos e participando em feiras, como forma de dar a conhecer à comunidade o nosso trabalho. Também aceitamos encomendas e este ano mostrámos os trabalhos realizados pelos nossos alunos nas EB 2/3 do concelho”, rematou a técnica. Um dos sonhos de Maria da Ajuda Ribeiro passa pela construção de um lar. “Queremos muito construir um lar para os nossos utentes. As famílias pedem-nos isso pois muitos têm receio de como será a vida dos filhos no futuro, quando ficarem sem pais. É uma expectativa dos pais e nossa, técnicos”, frisou a responsável.

Teatro e cozinha dão cor aos dias de Mário Mário João Moreira tem 23 anos e é um dos utentes do EMAÚS. Esta a trabalhar na creche de Paredes. Ajuda na cozinha e a sua satisfação é grande quando fala desta ocupação. “Trabalho na cozinha e no refeitório, ajudo a cozinhar e a dar de comer aos meninos”, referiu, confessando que um dos seus sonhos é “ser cozinheiro”. “Fui para o sítio certo”, acrescentou o jovem. No EMAÚS afirma que tem muitos amigos e que gosta muito de frequentar a instituição e as aulas mas a cozinha, a horta e os têxteis estão no topo das suas preferências. Residente na freguesia de Sobreira, este jovem confessou que também gosta muito de teatro, fazendo parte do grupo que existe na freguesia. “Quando não estou aqui, estou no teatro. Gosto daqui, sinto-me bem aqui, mas também gosto muito do teatro", concluiu.

Mário Moreira


Aprovados mais 60 projetos de investimento que deverão gerar uma centena de postos de trabalho Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega

Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento Baixocomo Tâmega Na ação 3.1.3 que visa desenvolver o turismo e outras atividades dedolazer forma de potenciar a

No âmbito do 2.o concurso do Subprograma 3 do PRODER a Dolmen aprovou 60 projetos no Território Douro Verde, que beneficiarão de apoios num montante global de cerca de 5 milhões de euros, gerando 107 postos de trabalho. A Dolmen – Cooperativa de Formação, Educação e de Desenvolvimento do Baixo-Tâmega, foi a entidade responsável pela análise das 102 candidaturas, entregues no âmbito do 2º Concurso, das quais 11 foram apresentadas à ação 3.1.1 – Diversificação de Atividades na Exploração Agrícola, 29 à ação 3.1.2 – Criação e Desenvolvimento de Microempresas, 22 à ação 3.1.3 – Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer da População Rural, 19 à ação 3.2.1 - Conservação e Valorização do Património Rural e 25 à 3.2.2 - Serviços Básicos para a População Rural. O território de incidência da Dolmen, no que se refere ao subprograma 3 do PRODER, são os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses na sua totalidade e ainda algumas freguesias dos concelhos de Cinfães, Resende e Penafiel. Amarante viu 19 projetos aprovados representando um investimento total apurado de 2.664.706,47€ e uma comparticipação por parte do PRODER de 1.630.935,01€.; Baião teve 18 projetos aprovados representando um investimento total apurado de 2.646.460,85€ e uma comparticipação de 1.509.475,51€.; Marco de Canaveses obteve 10 projetos aprovados representando um investimento total apurado de 1.414.197,24€ e uma comparticipação de 881.525,47€.; Cinfães teve 7 projetos aprovados representando um investimento total apurado de 752.251,44€ e uma comparticipação de 471.955,23€.; Resende teve 3 projetos aprovados representando um investimento total apurado de 557.797,76 € e uma comparticipação de 246.962,60€.; Penafiel teve também 3 projetos aprovados que representa um investimento total apurado 334.275,40 e uma comparticipação de 241.454,96€ No que se refere à medida 3.1 os incentivos variam conforme os postos de trabalho (PT) a criar, ou seja, os projetos que não criam PT, são apenas financiados em 40%, se criar 1 PT em 50% e se criar 2 ou mais 60%. Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega No que se refere aos apoios dados no âmbito da medida 3.2 as taxas de financiamento são de 60% na ação Na ação 3.1.1 orientada para o estímulo ao desenvolvimento de atividades não agrícolas nas explorações 3.2.1 e 75% na ação 3.2.2. de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega Cooperativa

das 11 candidaturas aprovadas 7, representando um investimento apurado Naagrícolas ação 3.1.1 orientada para apresentadas o estímulo aoforam desenvolvimento de atividades não agrícolas nastotal explorações

Na ação 3.1.1 orientada para o estímulo733 ao desenvolvimento de aprovados atividades criarão não agrícolas nasdeexplorade 1.510.588,96€ e uma comparticipação Os7,projetos 15 postos trabalho agrícolas das 11 candidaturas apresentadasde foram 101,86€. aprovadas representando um investimento total apurado ções agrícolas das 11 candidaturas apresentadas foram aprovadas 7, representando um investimento total

dos quais são qualificados. de 1.510.588,96€ e uma comparticipação de 733 101,86€. projetosOs aprovados criarão 15 postos apurado de4 1.510.588,96€ e uma comparticipação de 733Os 101,86€. projetos aprovados criarão de 15 trabalho postos

de trabalho dosqualificados. quais 4 são qualificados. dos quais 4 são PA Beneficiário 

083 PA

FEITORIA DOS BECOS, LDA Beneficiário

Projeto

FEITORIA DOS BECOS - AGROTURISMO Projeto

Inv. Total

Inv. Apurado Comparticipação

296 619,30 Inv. Total

201 719,17 121 031,50 Inv. Apurado Comparticipação

Postos de Trabalho Postos 2 de

Concelho M. de Canaveses Concelho

084 083 089 084 090 089 099 090 104 099 124 104

JAIME FERREIRA PEREIRA CARDOSO FEITORIA DOS BECOS, LDA JONATHAN TOOLEY ASSOCIADOS, LDA. JAIME FERREIRA PEREIRA CARDOSO DISTARCO, LDA JONATHAN TOOLEY ASSOCIADOS, LDA. SOC. AGRICOLA QUINTA DO PESO, UNIP. LDA DISTARCO, LDA ALEXANDRE JOSÉ DE PINA CARVALHO SOC. AGRICOLA QUINTA DO PESO, UNIP. LDA CONCEPTREND, S.A. ALEXANDRE JOSÉ DE PINA CARVALHO

QUINTA DE TRAVANCELA 288 869,00 FEITORIA DOS BECOS - AGROTURISMO 296 619,30 CASA DO OUTEIRO 298 500,00 QUINTA DE TRAVANCELA 288 869,00 QUINTA DA BOUÇA - AGRO TURISMO 299 601,60 CASA DO OUTEIRO 298 500,00 QUINTINHA DE AGRO-TURISMO 298 113,96 QUINTA DA BOUÇA - AGRO TURISMO 299 601,60 LICOR DAS TURBAS - INST. DE INDUSTRIAL TIPO 3 53 745,12 QUINTINHA DE AGRO-TURISMO 298 113,96 AGROTURISMO - CASA DA LAVANDEIRA 283 199,87 LICOR DAS TURBAS - INST. DE INDUSTRIAL TIPO 3 53 745,12

215 178,67 201 719,17 208 329,46 215 178,67 182 987,34 208 329,46 163 515,08 182 987,34 48 994,26 163 515,08 209 278,17 48 994,26

129 107,20 121 031,50 124 997,68 129 107,20 109 792,40 124 997,68 98 109,05 109 792,40 24 497,13 98 109,05 125 566,90 24 497,13

Trabalho 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 4 1

Amarante M. de Canaveses Resende Amarante M. de Canaveses Resende Amarante M. de Canaveses Baião Amarante Baião Baião

124

CONCEPTREND, S.A.

AGROTURISMO - CASA DA LAVANDEIRA

209 278,17

125 566,90

4

Baião

Quadro 1. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.1

283 199,87

Nº sendo postosBeneficiário detrabalho trabalhoqualificados. qualificados. sendo 33 postos de

Trabalho

075 PA 078 075 080 078 081 080 085 081 096 085 098 096 100 098 101 100 106 101 110 106 115 110 120 115 123 120 126 123 130 126

SETESENTIDOS, UNIPESSOAL LDA Beneficiário COLHEITA CERTA, LDA SETESENTIDOS, UNIPESSOAL LDA TIPICO SEGREDO, LDA COLHEITA CERTA, LDA MARIA FERNANDA DA COSTA A. TEIXEIRA TIPICO SEGREDO, LDA FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ MARIA FERNANDA DA COSTA A. TEIXEIRA REST. "COELHO DO PARQUE", UNIP. LDA FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ LEDMANIA, LDA REST. "COELHO DO PARQUE", UNIP. LDA VIALSIL SECCR, LDA. LEDMANIA, LDA CANTEIRO DAS MEMÓRIAS - UNIP. LDA VIALSIL SECCR, LDA. LÚCIA C. BORGES MONTEIRO- SOC. UNIP,LDA CANTEIRO DAS MEMÓRIAS - UNIP. LDA TASCA DINO, LDA LÚCIA C. BORGES MONTEIRO- SOC. UNIP,LDA DOURO BYTESOLUTIONS, LDA TASCA DINO, LDA COMPRALEVE INOVAÇÃO, UNIPESSOAL LDA DOURO BYTESOLUTIONS, LDA BOAVISTA LAR, LDA COMPRALEVE INOVAÇÃO, UNIPESSOAL LDA BRAVINICIATIVA, UNIPESSOAL LDA. BOAVISTA LAR, LDA ANTÓNIO AMILCAR S. PEREIRA, UNIP. LDA BRAVINICIATIVA, UNIPESSOAL LDA.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MICROEMPRESA Projeto RESTAURANTE "A TÍLIA" CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MICROEMPRESA DOCES DO FREIXO - EXPANSÃO DA ATIVIDADE RESTAURANTE "A TÍLIA" ADEGA REGIONAL "O MINISTRO" DOCES DO FREIXO - EXPANSÃO DA ATIVIDADE RESTAURANTE DE TORMES ADEGA REGIONAL "O MINISTRO" RESTAURANTE TIPO TRADICIONAL - COELHO DO PARQUE RESTAURANTE DE TORMES EVENTOS E PUBLICIDADE RESTAURANTE TIPO TRADICIONAL - COELHO DO PARQUE ACTIVIDADES DE LIMPEZA E MANUTENÇÃO EVENTOS E PUBLICIDADE LAR DE APOIO A IDOSOS ACTIVIDADES DE LIMPEZA E MANUTENÇÃO RESTAURANTE "O ZÉ DA CALÇADA" LAR DE APOIO A IDOSOS CASA DE PETISCOS RESTAURANTE "O ZÉ DA CALÇADA" DOURO BYTE - DESENV. DE SOLUÇÕES INFORMÁTICAS CASA DE PETISCOS EMPRESA DE UTILIDADES DIVERSAS EM ESPARTARIA DOURO BYTE - DESENV. DE SOLUÇÕES INFORMÁTICAS BOAVISTA LAR EMPRESA DE UTILIDADES DIVERSAS EM ESPARTARIA CLÍNICA VETERINÁRIA DE VILA MEÃ BOAVISTA LAR COZINHA REGIONAL DE BAIÃO - FUMEIRO CLÍNICA VETERINÁRIA DE VILA MEÃ

37.882,91 Inv. Total 259.297,76 37.882,91 61.959,31 259.297,76 116.432,15 61.959,31 291.537,32 116.432,15 139.800,30 291.537,32 252.154,23 139.800,30 223.287,05 252.154,23 173.028,33 223.287,05 278.754,00 173.028,33 168.873,13 278.754,00 20.922,52 168.873,13 94.951,35 20.922,52 295.178,00 94.951,35 186.424,85 295.178,00 24.879,01 186.424,85

37.377,91 22.426,75 Inv. Apurado Comparticipação 203.274,86 121.964,92 37.377,91 22.426,75 61.677,28 37.006,37 203.274,86 121.964,92 111.116,07 66.669,64 61.677,28 37.006,37 251.325,57 150.795,34 111.116,07 66.669,64 132.549,06 79.529,44 251.325,57 150.795,34 206.064,13 123.638,48 132.549,06 79.529,44 120.826,85 72.496,11 206.064,13 123.638,48 129.843,21 77.905,92 120.826,85 72.496,11 273.560,60 164.136,36 129.843,21 77.905,92 163.101,13 81.550,57 273.560,60 164.136,36 19.563,42 9.781,71 163.101,13 81.550,57 83.679,08 41.839,54 19.563,42 9.781,71 272.028,50 163.217,10 83.679,08 41.839,54 136.264,51 81.758,71 272.028,50 163.217,10 24.879,00 9.951,60 136.264,51 81.758,71

130

ANTÓNIO AMILCAR S. PEREIRA, UNIP. LDA

COZINHA REGIONAL DE BAIÃO - FUMEIRO

24.879,01

24.879,00

9.951,60

2 Postos de Trabalho 3 2 2 3 2 2 2 2 3 2 3 3 8 3 3 8 2 3 1 2 1 1 1 1 9 1 2 9 0 2

Amarante Concelho Resende Amarante Penafiel Resende Amarante Penafiel Baião Amarante Amarante Baião Amarante Amarante Baião Amarante Baião Baião Amarante Baião Baião Amarante Baião Baião Amarante Baião Amarante Amarante Amarante Amarante Baião Amarante

0

Baião

Inv.Total

Inv. Apurado 141.791,12

Nº Beneficiário Projecto Inv.Total Inv. Apurado 073 JOSÉ MARIA DE AZEVEDO TEIXEIRA PARQUE DE CAMPISMO RURAL DE JUNCAL 140.896,20 114.236,82 072 MARIA QUINTADO DACÉU ERMIDA - TURISMO DE HABITAÇÃO, LDAREMODELAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA QUINTA DA ERMIDA 233.375,97 086 SOARES OLIVEIRA QUINTA DAS AGUICHEIRAS 285.397,62 141.791,12 154.920,42

093 073 102 086 108 093

MARANHÃO - SOC. DE CONSTRUÇÕES, LDA JOSÉ MARIA DE AZEVEDO TEIXEIRA DOURO SUITES, SA MARIA DO CÉU SOARES OLIVEIRA QUINTA DA VENTOZELA, SA MARANHÃO - SOC. DE CONSTRUÇÕES, LDA

QUINTA DA CASTANHEIRA -TURISMO PARQUE DE CAMPISMO RURAL DE JUNCAL EMPREENDIMENTO DE ESPAÇO RURAL - CASA DE CAMPO QUINTA DAS AGUICHEIRAS QUINTA DA VENTOZELA - TURISMO EQUESTRE QUINTA DA CASTANHEIRA -TURISMO

298.401,40 188.114,40 140.896,20 114.236,82 299.255,00 204.711,53 285.397,62 154.920,42 235.123,31 157.897,94 298.401,40 188.114,40 299.255,00 204.711,53 170.150,00 160.412,04 235.123,31 157.897,94

102 DOURO SUITES, SA 121 JOSÉ MÁRIO RODRIGUES CORREIA 108 QUINTA DA VENTOZELA, SA

EMPREENDIMENTO DE ESPAÇO RURAL - CASA DE CAMPO TURISMO NO ESPAÇO RURAL - CASA DE TELHE QUINTA DA VENTOZELA - TURISMO EQUESTRE

131 ANTONIO JOSÉ VAHIA G. CERQUEIRA 121 JOSÉ MÁRIO RODRIGUES CORREIA

CRIAÇÃO DE ESPAÇO PARA TURISMO RURAL TURISMO NO ESPAÇO RURAL - CASA DE TELHE

131 ANTONIO JOSÉ VAHIA G. CERQUEIRA

CRIAÇÃO DE ESPAÇO PARA TURISMO RURAL

Quadro 3. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.3

200.847,50 177.870,52 170.150,00 160.412,04 TOTAL 1.863.447,00 1.299.954,79 200.847,50

177.870,52

TOTAL 1.863.447,00 1.299.954,79

Postos Trabalho

Apoio

Concelho

85.074,67

2 Baião Postos Marco de Apoio Concelho 62.830,25Trabalho1,5 Canaveses 85.074,67 92.952,25

2 2Baião Baião Marco de 2 Cinfães 1,5 Canaveses 6 Baião 2 Baião 1 Cinfães 2 Cinfães Marco de 122.826,92 6 Baião 96.247,22 2 Canaveses 78.948,97 1 Cinfães Marco de de Canaveses 106.722,31 2Marco 96.247,22 2 Canaveses 758.471,23 18,5 Marco de 106.722,31 2 Canaveses

112.868,64 62.830,25 122.826,92 92.952,25 78.948,97 112.868,64

758.471,23 18,5

Quadro 3. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.3

Na ação 3.2.1 referente à conservação e valorização do património rural, das 19 candidaturas apresentadas

Na ação 3.2.1 referente à conservação e valorização do património rural, das 19 candidaturas apresenta-

aprovamos 15 com investimento total apurado de 1.381.144,63€ e uma comparticipação de 828.686,76€. Os Na ação 3.2.1 referente à conservação e apurado valorização do património e rural, 19 candidaturas apresentadas das aprovamos 15 com investimento total de 1.381.144,63€ umadas comparticipação de 828.686,76€. incentivos ao atribuídos nesta ação visam valorizar o opatrimónio interesse Os incentivos ao investimento atribuídos nesta ação visam valorizar patrimóniorural ruralna na ótica ótica do do interesaprovamos 15 investimento com investimento total apurado de 1.381.144,63€ e uma comparticipação de 828.686,76€. Os

se coletivo, enquanto fator identidadedee atratividade de atratividade do território, tornando-o acessível à comunidade. coletivo, fator de de identidade dovalorizar território, comunidade. incentivosenquanto ao investimento atribuídos enesta ação visam o tornando-o património acessível rural na àótica do interesse Postos

Nº Nome do Beneficiário Nome do projecto Inv.Total Inv. Apurado Concelho coletivo, enquanto fator de identidade e de atratividade do território, tornando-o acessívelApoio à comunidade. Trabalho 138 MUNICÍPIO DE CINFÃES

PARQUE DE LAZER DO LADÁRIO

Nº Nome do Beneficiário 139 J. F. DE CANADELO

Nome do projecto FLORESTAL CENTRO INTERPRETATIVO PATRIMÓNIO SERRA DO MARÃO E MEIA-VIA PARQUE DE LAZER DO LADÁRIO REQUALIFICAÇÃO DO PARQUE DE MERENDAS - ZONA DE CENTRO INTERPRETATIVO PATRIMÓNIO FLORESTAL LAZER DE CARNEIRO SERRA DO MARÃO E MEIA-VIA CASA DA CULTURA POPULAR REQUALIFICAÇÃO DO PARQUE DE MERENDAS - ZONA DE LAZER DE CARNEIRO E VALORIZAÇÃO DA EB 1 DE REFUNCIONALIZAÇÃO

138 MUNICÍPIO DE CINFÃES 144 J. DE FREG. DE CARNEIRO 139 J. F. DE CANADELO

179.510,07

Inv.Total Inv. Apurado 54.912,14 23.386,06

0 Cinfães Postos Apoio Concelho 14.031,64Trabalho 0 Amarante

179.510,07 163.611,27 33.825,62 19.040,89 54.912,14 23.386,06

98.166,76 11.424,54 14.031,64

98.166,76

169.358,69 19.040,89

101.615,21 11.424,54

BUSTELO CASA DA CULTURA POPULAR REVALORIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL E REFUNCIONALIZAÇÃO VALORIZAÇÃO RECREATIVA DA TUNAEDE GONDAR DA EB 1 DE BUSTELO CRIAÇÃO DE ESPAÇO POLIVALENTE REVALORIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL E CASA DA COMUNIDADE MAFÓMEDES E APOIO À RECREATIVA DA TUNA DEDE GONDAR OBSERVAÇÃO DA NATUREZA CRIAÇÃO DE ESPAÇO POLIVALENTE ROTAS, PERCURSOS E PAISAGENS MILENARES DO BAIXO CASA DA COMUNIDADE DE MAFÓMEDES E APOIO À TÂMEGA OBSERVAÇÃO DA NATUREZA CENTRO INTERPRETATIVO DO VINHO VERDE ROTAS, PERCURSOS E PAISAGENS MILENARES DO BAIXO OS CAMINHOS DE JACINTO TÂMEGA

16.742,81 101.615,21

16.358,02 13.299,20 29.740,73 27.904,69 28.944,50 27.836,32 16.358,02 13.299,20 170.863,95 142.560,29 28.944,50 27.836,32 246.000,00 178.864,39 170.863,95 142.560,29 153.452,31 127.966,93 246.000,00 178.864,39 179.441,63 164.107,91

7.979,52 16.742,81 16.701,79 7.979,52 85.536,17 16.701,79 107.318,63 85.536,17 76.780,16 107.318,63 98.464,74

163 FREGUESIA DE GATÃO 169 FREG DE ALPENDURADA E MATOS 168 OS CAMINHOS DE JACINTO

CENTRO INTERPRETATIVO DO VINHO VERDE RECUPERAÇÃO DO ENGENHO DO LINHO OS CAMINHOS DE JACINTO

153.452,31 127.966,93 77.637,85 57.992,33 179.441,63 164.107,91

76.780,16 34.795,40 98.464,74

171 FREGUESIA DE SOALHÃES 169 FREG DE ALPENDURADA E MATOS

CASA DO MOLEIRO RECUPERAÇÃO DO ENGENHO DO LINHO

153 150 154 153 155 154 158 155 163 158 168

TUNA DE GONDAR J. DE FREG. DE BUSTELO COOP AGRICOLA DE BAIÃO, CRL TUNA DE GONDAR MUNICÍPIO DE BAIÃO COOP AGRICOLA DE BAIÃO, CRL ASSOCIAÇÃO MUNICÍPIOS DO BAIXO TÂMEGA MUNICÍPIO DE BAIÃO FREGUESIA DE GATÃO ASSOCIAÇÃO MUNICÍPIOS DO BAIXO TÂMEGA OS CAMINHOS DE JACINTO

197.855,13 33.825,62

163.611,27

29.740,73 27.904,69 197.855,13 169.358,69

148 C. C. E RECREAT DE MAURELES 144 J. DE FREG. DE CARNEIRO 150 J. DE FREG. DE BUSTELO 148 C. C. E RECREAT DE MAURELES

177 MUNICÍPIO DE AMARANTE 175 PEDRO MIGUEL GOMES FERREIRA

Na ação 3.1.2,3.1.2, direcionada à criação e desenvolvimento de microempresas nas zonas vistaem a Na ação direcionada à criação e desenvolvimento de microempresas nas rurais zonastendo ruraisem tendo densificação do tecido económico e a criação de emprego, contribuindo parapara a revitalização económica e vista a densificação do tecido económico e a criação de emprego, contribuindo a revitalização económiNa ação 3.1.2, direcionada à criação e desenvolvimento de microempresas nas zonas rurais tendo em vista a destas zonas, dasdas2929candidaturas mereceramaprovação aprovaçãorepresentando representando casocial e social destas zonas, candidaturas apresentadas, apresentadas, 16 mereceram umum indensificação do tecido económico e a criação de emprego, contribuindo para a revitalização económica e investimento total apurado 2.227 131,19€ e uma comparticipaçãodede1.304 1.304668,56€. 668,56€. Esta ação criará criará ainda vestimento total apurado de de 2.227 131,19€ e uma comparticipação Esta ação ainda social destas zonas, das 29 candidaturas apresentadas, 16 mereceram aprovação representando um 43,5 qualificados. 43,5postos postos de de trabalho, trabalho, sendo sendo 77 qualificados. investimento total apurado de 2.227 131,19€ e uma comparticipação de 1.304 668,56€. Esta ação criará ainda Postos de 43,5 PA postos de trabalho, Beneficiário sendo 7 qualificados. Projeto Inv. Total Inv. Apurado Comparticipação Concelho

Projecto

072 QUINTA DA ERMIDA - TURISMO DE HABITAÇÃO, LDAREMODELAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA QUINTA DA ERMIDA 233.375,97

175 PEDRO MIGUEL GOMES FERREIRA 171 FREGUESIA DE SOALHÃES

Quadro 1. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.1

Quadro 2. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.2

valorização dos recursos endógenos dos territórios rurais, nomeadamente ao nível da valorização dos Na ação 3.1.3 que visa desenvolver o turismo e outras atividades de lazer como forma de potenciar a produtos locais e do património cultural e natural, contribuindo para o crescimento económico e criação de valorização recursos endógenos dos oterritórios nomeadamente ao como nível forma da valorização dos a Na açãodos 3.1.3 que visa desenvolver turismo e rurais, outras atividades de lazer de potenciar emprego, foram apresentadas 22 candidaturas tendo sido aprovadas 8 totalizando um investimento apurado valorização doserecursos endógenos dose territórios rurais, nomeadamente ao níveleconómico da valorização dos proprodutos locais do património cultural natural, contribuindo para o crescimento e criação de de 1 299 954,79€ e uma comparticipação de 758contribuindo 471,23 €, estimando-se a criaçãoeconómico de 18,5 postos de trabalho, dutos locais e do património cultural e natural, para o crescimento e criação de ememprego, foram apresentadas 22 candidaturas tendo sido aprovadas 8 totalizando um investimento apurado prego,3foram apresentadas 22 candidaturas tendo sido aprovadas 8 totalizando um investimento apurado de sendo postos de trabalho qualificados. 1 299 954,79€ e uma comparticipaçãodede758 758471,23 471,23€,€,estimando-se estimando-se a criação 1de299 954,79€ e uma comparticipação criaçãode de18,5 18,5postos postosdedetrabalho, trabalho,

91.514,47 77.637,85

0 0 0 0 0 0

0Marco Amarante de Canaveses 0 Amarante Amarante 0 Baião Amarante 0 Baião Baião 0 Amarante Baião 0 Amarante Amarante 1 Baião

Marco de 0 Amarante 0 Canaveses 1 Baião Marco de 2Marco de 0 Canaveses Canaveses de 0Marco Resende 2 Canaveses

91.493,86 57.992,33

54.896,32 34.795,40

DOURO MEMORIES - VALORIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO 29.285,22 24.937,98 CASA DO MOLEIRO 91.514,47 91.493,86 PATRIMÓNIO DO DOURO RECUPERAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO APEADEIRO DE DOURO MEMORIES - VALORIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO 198.758,00 148.783,82 29.285,22 24.937,98 GATÃO E ENVOLVENTE PATRIMÓNIO DO DOURO RECUPERAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO APEADEIRO DETOTAL 1.688.099,64 1.381.144,63 198.758,00 148.783,82 GATÃO E ENVOLVENTE

89.270,29 14.962,79

0 Amarante 0 Resende

828.686,76

3 0 Amarante

14.962,79 54.896,32

89.270,29 Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega

177 MUNICÍPIO DE AMARANTE

0 Cinfães 0 Amarante 0 Amarante Marco de 0 Canaveses 0 Amarante

Quadro 4. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.2.1

TOTAL 1.688.099,64 1.381.144,63 - Conservação e Valorização do Património Rural

828.686,76

3

Quadro 4. Comparticipação dos projetos aprovados naBásicos ação Básicos 3.2.1para - Conservação Valorização do Património Rural Na ação 3.2.23.2.2 referente aos Serviços apara População Rural, dos 25dos projetos apresentados foramfoNa ação referente aos Serviços ae População Rural, 25 projetos apresentados aprovados 14 com investimento totaltotal apurado de de 2.110.200,95 e uma ram aprovados 14 com investimento apurado 2.110.200,95 e umacomparticipação comparticipaçãodede1.372.343,15, 1.372.343,15, prevendo-se aa criação prevendo-se criaçãode de27 27postos postosde detrabalho. trabalho.Os Osincentivos incentivosaoaoinvestimento investimentoatribuídos atribuídosnesta nestaação açãovisam visam aumentar aa acessibilidade básicos, queque constituem umum elemento essencial na equiparação dos níveis aumentar acessibilidadeaaserviços serviços básicos, constituem elemento essencial na equiparação dos níde vida na integração social das populações. veis de evida e na integração social das populações. Nº

Nome do Beneficiário

Nome do projecto

Inv.Total

134 CECAJUVI

SALA DE REABILITAÇÃO E VIATURA PARA IDOSOS

47.312,62

136 F. DA IGREJA PAROQUIAL DE RECESINHOS

"MAIS VIDA" - OPERACIONALIZAÇÃO DO CENTRO MULTIUSOS

199.883,20

142 CENTRO SOCIAL E CULTURAL DE ABRAGÃO

CENTRO SOCIAL DE ABRAGÃO

320.060,16

Inv. Apurado 38.766,92

Apoio

92.660,83

69.495,62

1 Penafiel

179.937,29

134.952,97

MOBILAR O EDIFICIO

121.196,49

70.230,94

52.673,20

149 SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BAIÃO

REQUALIFICAÇÃO DO LAR DE IDOSOS DE S. BARTOLOMEU CAO ESPADANEDO - AQUISIÇÃO DE VIATURA,

404.731,07

368.690,11

200.000,00

Penafiel Cinfã es 0 Baiã o

29.110,14

26.811,03

20.108,27

177.997,08

71.683,53

53.762,64

35.064,65

35.064,65

26.298,49

346.046,90

182.606,88

136.955,16

78.953,58

78.953,58

59.215,19

17

203.723,23

179.172,89

134.379,67

4

LAR DE IDOSOS DE CEPELOS

311.520,00

311.520,00

200.000,00

CENTRO DE BEM ESTAR PARA PESSOAS IDOSAS LAR D. MARIA EMILIA REZENDE

115.120,41

73.902,33

55.426,75

495.979,57

400.199,97

200.000,00

TOTAL 2.886.699,10 2.110.200,95

1.372.343,15

MOBIIÁRIO E INFORMÁTICA

156 C S E BEM ESTAR DE OLIVEIRA DO DOURO

VIVER COM QUALIDADE EM OLIVEIRA DO DOURO

157 ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DE ANCÊDE

ANCÊDE SAUDÁVEL

162 PROGREDIR

CASA DOS TIOS

165 C S P DA VILA DE ALPENDORADA

CASA NOVA - CSPVA

167 CERCIMARCO, CRL

CENTRO DE RECURSOS PARA A INCLUSÃO DO MARCO

172 JUNTA DE FREGUESIA DE CEPELOS 174 SANTA CASA DA MISERICORDIA DE CINFÃES

176 CENTRO SOCIAL DE SANTA CRUZ DO DOURO AMPLIAÇÃO DO LAR DE IDOSOS

Concelho

0 Baiã o

145 SOLIDARIEDADE SOCIAL DE SOUSELO

152 ASS DE SOLID SOCIAL DE ESPADANEDO

Postos Trabalho

29.075,19

Cinfã es Cinfã es 0 Baiã o Amarante Marco de Canaveses Marco de Canaveses Amarante 1 Cinfã es 4 Baiã o 27

Quadro 4. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.2.2 Serviços Básicos para a População Rural

Quadro 2. Comparticipação dos projetos aprovados na ação 3.1.2

MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004


Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

Mercado Romano de Tongobriga

Com uma afluência de público que superou as melhores expetativas – com a visita de milhares de pessoas –, realizou-se o Mercado Romano de Tongobriga no Freixo-Marco de Canaveses. Após vários meses de ensaios e preparativos, que envolveram mais de uma centena de pessoas desta comunidade e comunidades vizinhas, diferentes profissionais do teatro, música, dança e cenografia, arqueólogos e historiadores, aconteceu a festa. Três dias intensos entre cerimónias de culto, manjares, gladiadores, mercadores da Era Romana, Áugures... chega ao fim o Mercado Romano de Tongobriga MMXII. Três

dias de identidade e cultura em grande festa, nas ruínas deste importante núcleo arqueológico, antiga cidade romana. Esta iniciativa da Junta de Freguesia do Freixo teve a colaboração da Associação de Budo do Marco, Casa do Povo da Livração, Grupo Columbófilo do Marco, Grupo de Escoteiros 237 e Grupo de Teatro Palmo e Meio, sob direção artística da Panmixia no teatro e Andarilhos na música e contou com o apoio da Estação Arqueológica do Freixo, da Camara Municipal do Marco de Canaveses, da Dolmen e da Direção Regional de Cultura do Norte.

Em Aboadela, Amarante

Mel, produtos locais e música Folk Depois de Ansiães, a freguesia de Aboadela é o palco escolhido para a II edição da Feira do Mel e produtos locais e para o primeiro Festival Folk de Amarante, nos dias 11 e 12 de agosto. O evento organizado pela Associação Viver Canadelo e Serra do Marão (AVCSM) juntamente com a Junta de Freguesia, conta com o apoio da DOLMEN. Depois do sucesso da primeira edição, a AVCSM organiza uma vez mais a Feira do Mel e produtos locais, desta vez, em Aboadela. Este ano, com a duração de dois dias e uma novidade: o I Festival Folk de Amarante com três grupos nacionais e um da Galiza. A abertura da feira acontecerá por volta das 14h00. Ao longo da rua principal em direção à ponte serão colocadas as barracas com produtos locais e artesanais. Por volta das 21h00 terá início o festival folk. A entrada é livre o que contribui para uma maior adesão a este tipo de festival. A pensar naqueles que possam vir de longe e

como alternativa de alojamento, será organizado um espaço para acampamento, na praia fluvial do rio Ovelha, em Aboadela, permitindo assim a quem visita esta aldeia ficar para o segundo dia deste evento. A manhã, do dia 12, começa cedo, às 9h00, com uma marcha de montanha e às 12h a abertura da feira. A tarde será preenchida com workshops, jogos tradicionais, uma palestra sobre o Mel e muita animação. A Associação Viver Canadelo e Serra do Marão, fundada em 2010, tem por sede a freguesia de Canadelo – Amarante, mas a sua intervenção estende-se a todas as freguesias do Marão e da Serra da Meia Via. O objetivo desta associação sem fins lucrativos consiste na organização de atividades que deem a conhecer esta região, combater a desertificação e abandono destas aldeias, dinamizando o que ainda resta das suas economias locais e divulgar e promover os potenciais pontos turísticos.

BAIÃO: DOLMEN - Centro de Promoção Produtos Locais | Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154


entrevista

Germano Couto Bastonário da Ordem dos Enfermeiros

Faltam enfermeiros no SNS Liliana Leandro | lleandro.tamegapress@gmail.com | Fotos D.R.

Germano Couto foi eleito bastonário da Ordem dos Enfermeiros em dezembro de 2011, apresentando então como prioridades acabar com o desperdício na saúde, unir os profissionais e lutar contra a usurpação de funções. Meio ano depois o também enfermeiro admite estar “muito preocupado” com a partida para o estrangeiro de “largas centenas” de profissionais , num momento em que há cuidados de enfermagem que “não estão a ser prestados aos portugueses” porque “há falta de recursos humanos” no SNS. “É evidente que a situação financeira que o país atravessa está a empurrar profissionais altamente qualificados para destinos em que o futuro se avizinha mais promissor”, lamentou o bastonário em entrevista ao Repórter do Marão. Para Germano Couto, “poder-se-ia pensar que Portugal não precisaria desses enfermeiros, porque os está a deixar partir sem nada fazer”. Garante porém que “há necessidades dos cidadãos que não estão satisfeitas e há cuidados de enfermagem que não estão a ser prestados aos cidadãos portugueses porque há falta de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde”.

O enfermeiro Foi a 12 de dezembro que, com a sua candidatura "Enfermagem em Primeiro", Germano Couto ganhou as eleições para bastonário de uma ordem que queria que fosse “mais interventiva”, modernizada e com maior visibilidade na sociedade. Já então transmitia os sentimentos de “desânimo” e de “revolta” dos enfermeiros, profissionais com “um

“os profissionais da saúde conseguirão transformar um momento difícil numa oportunidade, com o recurso à criatividade, empreendedorismo e inovação que são próprios dos portugueses”. Os próprios enfermeiros podem mesmo aproveitar este momento de crise global para “demonstrarem que afinal são profissionais altamente qualificados e imprescindíveis no sistema de saúde, onde a sua não rentabilização aumenta o desperdício e a despesa”.

A ordem papel muito relevante nas atividades de promoção da saúde e prevenção e recuperação de doenças, realizando a sua atividade ao nível da comunidade, do hospital e do domicílio” “O enfermeiro cuida de todos os seres humanos, individualmente ou integrados numa família”, frisa o também especialista em saúde materna e obstétrica para quem “há áreas de intervenção e competências que estão subaproveitadas” como as relacionadas com as “equipas domiciliárias nos Cuidados de Saúde Primários, onde os enfermeiros poderão ter um papel imprescindível”. Por isso mesmo, para o bastonário “não há excesso de enfermeiros no país” e, apesar das necessidades dos serviços, o facto é que estes profissionais “não estão a ser contratados, ou são contratados temporariamente com vínculos muito precários, através de empresas de prestação de serviços, e muitas vezes com remunerações chocantes”, que até rondam os 3,98 euros por hora em alguns locais. Analisando a atual situação da saúde no país, salienta estar “otimista” apesar das dificuldades, defendendo que

'Há cuidados de enfermagem que não estão a ser prestados aos cidadãos'

Um dos objetivos do seu mandato na ordem é mesmo “potenciar o valor dos cuidados de enfermagem e dos enfermeiros, na perspetiva da melhoria da saúde em Portugal”. E como chegou a bastonário? Germano Couto responde primeiro ser “enfermeiro por opção” e pelo “desafio e possibilidade de cuidar de outros”. O seu percurso profissional, recorda, “fortaleceu a escolha tomada” e ao longo do caminho foi desenvolvendo a vontade de “intervir nas políticas de saúde como meio de criar bases mais sólidas para a enfermagem e para a saúde em Portugal”. A candidatura à Secção Regional do Norte “foi um desafio ganho que antecedeu a candidatura a bastonário” tendo sido “precisamente na SRN” que diz ter conquistado “a experiência sólida para o cargo e responsabilidade” que assumiu na ordem. É aí que espera ter a “oportunidade de aproximar os enfermeiros que trabalham em Portugal e no estrangeiro”, deixando, por fim, um apelo. “Apelo aos enfermeiros que continuem a dignificar a profissão, a fazer ouvir o nome de Portugal por boas razões e que continuem a inspirar os que permanecem no país com o vosso espírito empreendedor”, remata.

Nome: Germano Rodrigues Couto Data de Nascimento: 29 de março de 1972 Local de Nascimento: Maia Habilitações Literárias: Doutoramento em Ciências de Enfermagem Livro: “O diário da nossa paixão”, Nicholas Sparks Filme: “As pontes de Madison County” Música: Noturnos de Chopin



EPAMAC


Produção editorial da responsabilidade da EPAMAC


Eduarda Freitas Foto: Charles Harris - http://vi.sualize.us

Universidade:admitida

Q

uando a campainha da sala tocou, ela respirou de esperança. Missão cumprida. Arrumou a caneta de tinta azul na carteira, pegou nos livros, olhou a sala por uma última vez e saiu. A Escola Secundária tinha sido a adolescência. Agora, com o toque de saída, esperava-a os exames, o tremor na barriga, as férias ansiosas e por fim - acreditava - a universidade. Não era má aluna, por isso nada tinha a temer. Os professores sempre tinham dito que dela não viria problema. As matemáticas e o português eram irmãs gémeas na dificuldade baixa. Ainda assim, ela temia. Temia na mesma dimensão da esperança que tinha de entrar na Universidade, de ser a primeira da família a conseguir chegar ao fim do percurso com os livros na mão. Não que lhe exigissem fosse o que fosse, mas ela sabia que o futuro apontava a grande escola. Quando era menina, sonhava com esse nome que ela só conhecia de ouvir falar: Universidade. Assim mesmo com letra grande. E imaginava o mundo inteiro sentado nas carteiras de uma escola, onde a utopia também tivesse lugar. Imaginava que as dúvidas que a acordavam de noite, um dia teriam resposta nos livros grandes de capas grossas que imaginava como seus. Um dia... Um dia, o dia aproximou-se com o último toque de saída da escola dita secundária. Escola de amores vividos e perdidos com a mesma rapidez. Na universidade, pensava, tudo seria diferente, tudo teria o ritmo certo. O tempo dos exames passou rápido no relógio, devagar no estômago embrulhado, nas noites de olhos vermelhos iluminados pelo candeeiro da secretária. E quando o dia chegou,

a caneta, trémula mas assertiva, desenhou o futuro nos espaços certos. Exames ultrapassados. Ela sabia que daí a nada a resposta pela qual esperou uma vida, sairia em folha colada a um vidro. E que os olhos, seguidos do dedo indicador, desceriam por todos os nomes até encontrar o nome que o baptismo lhe certificou. Se ao menos tivesse a sorte de ter um nome começado pelas letras iniciais do grande alfabeto... mas até nisso a ansiedade a acompanhava. Uma Zulmira sofre sempre para chegar a vez. No dia anunciado, ela saiu de casa manhã cedo. Queria ser a primeira a saber. E soube. O dedo trémulo a correr a lista do vidro, entre corpos que se apinhavam, olhos ansiosos, um Zeferino, duas Zitas, e finalmente uma Zulmira. Esta Zulmira. Admitida. Admitida na escola grande, na maior que lhe cabia nos sonhos. Zulmira deixou-se ficar com o dedo no vidro, a segurar a admissão, os olhos a lavarem-se em lágrimas. Viu a mãe, o pai e as horas de sacrifício, viu tudo e sentiu ainda mais, quando tirou o dedo do vidro e desceu a rua, sozinha, com um nó na garganta e o mundo inteiro no pensamento. Universidade. A primeira da família. O curso que aí vinha. Não lhe interessava o título, ser doutora ou engenheira, queria conhecer o mundo, saber o porquê das coisas, aprender, pesquisar, entrar nas entrelinhas, descobrir as respostas mais ocultas. Universidade. O sonho da escola universal era agora realidade, e mesmo sabendo que ia ter que arranjar um emprego a meio tempo, para ajudar nas contas, e mesmo sabendo que ia ter que deixar a aldeia de sempre, que ia ter que abdicar dos livros de capas grossas em detrimentos de molhos de fotocópias, nada abalava a alegria do grande saber universal. O curso, Geografia, era só o início da grande viagem.


Inscrições até 10 de Setembro


18 julho '12

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I regiões

Tribunais do Tâmega e Sousa reduzidos a simples instâncias locais O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto, afirmou que o Ministério da Justiça vai beneficiar os advogados dos grandes centros urbanos com a concentração das instâncias judiciais centrais previstas na última proposta da reforma do mapa judiciário. "A proposta do Governo beneficia advogados das grandes cidades”, acusa o bastonário da classe que participou na manifestação ocorrida em Amarante. “Isso vai criar muito mais trabalho para quem lá está. Esses advogados serão extraordinariamente favorecidos por estas medidas da Justiça”, afirmou Marinho e Pinto, preocupado com a redução de trabalho que se antevê para os profissionais que trabalham nas pequenas cidades e vilas do interior. Marinho e Pinto, que é natural daquele concelho, foi a Amarante participar numa manifestação de protesto contra a perda de competências do tribunal local, sessão que teve o mérito de juntar autarcas, dirigentes e destacados militantes locais dos três principais partidos – PS, PSD e CDS/PP. A advogada Lúcia Coutinho, que lidera a delegação local da Ordem e convocou a manifestação, considera que se a medida avançar o tribunal de Amarante perde a maioria das suas competências "ficando reduzido a um tribunal de pequenas causas". A medida de redução de competências do tribunal de Amarante é a mesma que está prevista para os tribunais de outros municípios do Tâmega e Sousa, nomeadamente os de Paredes, Penafiel, Felgueiras, Marco de Canaveses, Lousada e Paços de Ferreira. Nesse sentido, está a ser concertada uma posição conjunta da Comunidade Intermunicipal (CIM) para apresentar ao Ministério da Justiça, na qual deverá ser reivindicada a manutenção de três tribunais com competências especializadas em duas ou três cidades, retomando em parte a proposta de janeiro, que já contemplava um alargamento de competências nos tribunais de Penafiel e Amarante. Contudo, segundo a proposta de junho, as competências especializadas, bem como os julgamentos com tribunal coletivo e de júri passam para os tribunais de Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia, a muitas dezenas de quilómetros e sem redes de transportes diretos com as localidades do interior do distrito do Porto. O bastonário da classe considerou que o mapa judiciário, proposto pelo Ministério da Justiça, “vai concentrar e degradar a Justiça, tornando-a mais lenta e distante dos cidadãos”. “Esses megatribunais vão funcionar muito mal. É preciso que a justiça seja repartida equitativamente, de acordo com as necessidades das populações e não com as conveniências dos burocratas que estão encerrados nos gabinetes do ministério”, criticou.

Fotos de Marta Sousa

Centenas de pessoas juntaram-se no Largo de S. Gonçalo, em Amarante, contra o esvaziamento de competências do tribunal

A representante da Ordem dos Advogados, ladeada pelo bastonário da OA, presidentes da câmara e da assembleia e advogados

GNR, David Carreira e Gift no cartaz da Agrival A organização da Feira Agrícola do Vale do Sousa (AGRIVAL), que realiza no próximo mês a sua 33ª edição, volta a apostar no cartaz de espetáculos para atrair público. GNR, David Carreira, The Gift e Boss AC são os cabeça de cartaz dos principais dias do certame que se realiza entre 18 e 26 de agosto no Parque de Feiras e Exposições de Penafiel. O programa de animação da Agrival já habituou o público a grandes nomes do espetáculo, mas a edição de 2012 rivaliza com a do ano passado. Apesar da crise económica, os espetáculos anunciados devem provocar enchentes no recinto da feira, que há três décadas é considerado o principal certame do Tâmega e Sousa. O programa inclui ainda atuações de ranchos folclóricos e de outros grupos musicais. Além da realização da 11ª mostra de gastronomia, com restaurantes de várias zonas do país, cada dia é dedicado a um concelho da região e durante a feira vão ter lugar sessões sobre temáticas agrícolas e concursos de produtos da região: broa de milho, pão-de-ló, cebolas e melão casca de carvalho.

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julho '12

regiões | diversos

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UTAD lançou duas novas licenciaturas A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) anunciou o lançamento de duas licenciaturas novas – Línguas, Literaturas e Culturas e Química Medicinal, a primeira com 30 vagas e a segunda com 25. Segundo a universidade transmontana, as novas áreas de ensino "respondem a importantes desafios emergentes na sociedade moderna, nas áreas da cultura humanística e da investigação aplicada à saúde". Os novos cursos são opções para os candidatos ao ensino superior de todo o país e no início de setembro decorrerá na UTAD o período das matrículas. A UTAD oferece mais 37 cursos de licenciatura, que totalizam 1365 vagas. O novo curso em Línguas, Literaturas e Culturas permitirá a inserção no mercado de trabalho em atividades de gestão cultural, edição, cooperação internacional e assessoria em empresas na área de línguas, enquanto a licenciatura em Química Medicinal "tem por objetivo a preparação de compostos biologicamente ativos, o estudo do seu metabolismo, a interpretação do seu modo de ação ao nível molecular e a determinação de relações estrutura-atividade". Os licenciados em Química Medicinal terão como principais saídas profissionais a indústria farmacêutica e empresas ou laboratórios de investigação, públicos ou privados, sublinha a nota de imprensa da UTAD.

Câmara do Marco atribuiu prémio Carmen Miranda A Câmara Municipal do Marco de Canaveses atribuiu o «Prémio Carmen Miranda 2012» ao trabalho de Gil Maia, com o título “É com este vento que respiro, O coração bombeio; Com ele giro, rujo na secura; Falo aos pássaros”, anunciou a autarquia. A decisão do júri foi unânime e a obra foi eleita entre 14 trabalhos selecionados para a exposição que estará patente ao público, no Museu Municipal, até 5 de agosto (com entrada livre). O Prémio Carmen Miranda foi instituído em 2009 e, considera a autarquia marcuense, «visa homenagear tão ilustre figura do panorama cinematográfico e musical, nascida neste concelho, na freguesia de Várzea da Ovelha e Aliviada, a 9 de fevereiro de 1909». Esta quarta edição foi subordinada aos temas “Município do Marco de Canaveses, 160 Anos ao Serviço dos Marcoenses”, abordando a história e património do concelho do Marco de Canaveses, e “2012 - Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos”. Ao Prémio Carmen Miranda 2012, iniciativa integrada nas Festas do Marco, que decorrem até 22 de julho, apresentaram-se 40 trabalhos, correspondentes a 33 artistas.

Encontro de emigrantes em Fafe A Câmara Municipal de Fafe volta a organizar, a exemplo dos anos anteriores, o tradicional Encontro de Emigrantes Fafenses, "visando juntar em salutar convívio os cidadãos naturais do concelho que deixaram a sua terra e se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo, em especial na Europa e no Brasil", anunciou a autarquia em comunicado. O XV Encontro de Emigrantes Fafenses realiza-se a 10 de agosto. Segundo o documento divulgado, a autarquia "pretende conferir um caráter mais festivo ao programa, de modo a incluir jogos tradicionais e de mesa (malha, petanca, cartas, damas, etc.) e animação musical, bem como a exibição de grupos locais (ranchos, grupos de música popular, etc.).

Douro Sul repensa desenvolvimento A Associação de Municípios do Vale do Douro Sul (AMVDS) convidou o economista Augusto Mateus a elaborar um estudo estratégico para os 10 municípios desta sub-região, que tem em Lamego a sua capital. Os municípios pretendem encontrar "uma estratégia de desenvolvimento que assente nos recursos endógenos, como o Douro, a vinha ou a fruta, com o objetivo de fixar a população neste território". O estudo deverá ficar concluído até dezembro.

A4 para Bragança em marcha lenta Devido à crise e sobretudo à escassez de financiamento, os últimos troços da auto-estrada A4 entre Vila Real e Bragança só deverão ficar concluídos em 2013, registando-se até ao momento uma derrapagem de cerca de seis meses relativamente ao prazo inicialmente previsto (setembro). Entretanto, o consórcio Auto-Estradas XXI, liderado pela Soares da Costa, abriu mais 20 quilómetros da nova via. Apesar de neste momento só estar transitável cerca de um terço dos 133 km da autoestrada, até ao final do ano deverão ficar em operação cerca de 108 km da AutoEstrada Transmontana, por enquanto sem portagens. Adiados para o primeiro trimestre de 2013 ficarão pequenas ligações entre lanços no distrito de Bragança e o troço de autoestrada portajada (circular de Vila Real), que compreende uma ponte viaduto de grande dimensão sobre o rio Corgo, bem como o nó de ligação ao IP4, em Parada de Cunhos.

19

repórterdomarão

Festival do Anho Assado atrai turistas a Baião no final de julho O Município de Baião organiza no final de julho mais um festival do anho assado, um dos três eventos que mais turistas atrai anualmente. Apesar da crise económica, os apreciadores das iguarias tradicionais da região do Tâmega têm no festival do anho assado e do arroz do forno mais um motivo para fazer uma incursão pelo concelho mais interior do distrito do Porto. De 27 a 29 de julho, diversos restaurantes daquele concelho servem um dos pratos mais típicos da região. Além do anho assado e do arroz do forno, o certame, que se realiza no recinto da Feira do Tijelinho, divulgará também outros produtos daquelas origens, nomeadamente o "biscoito da Teixeira", a broa de milho e a laranja. A animação dos quatro dias de feira estará a cargo de grupos de concertinas, agrupamentos musicais, bombos e ranchos folclóricos. A autarquia considera este festival gastronómico um bom cartaz para potenciar a atração turística do concelho.


20 julho '12 repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

A HORA DAS DECISÕES Decorrido pouco mais de um ano desde a sua tomada de posse, o Governo de Pedro Passos Coelho encontra-se num momento crítico. Já se percebeu há muito que a execução orçamental entrou em completa derrapagem e que a meta do défice para este ano não será atingida. O recente debate sobre o Estado da Nação mostrou um executivo titubeante sobre a forma como vai compensar o chumbo do Tribunal Constitucional ao corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas. Aproxima-se a passos largos mais uma visita dos membros da troika a Portugal, para um novo exame à performance da nossa economia. E logo a seguir estará no centro do debate a proposta de Orçamento do Estado para 2013, numa altura em que já se percebeu que aumentam as reservas do principal partido da oposição relativamente à viabilização desse documento. Como se todo este quadro não fosse suficiente, o Governo PSD/CDS conseguiu gerar outros focos de debilidade e de fractura com o país. Os vários casos que envolveram o ministro Miguel Relvas – secretas/maçonaria, pressões sobre o jornal “Público” e “turbo licenciatura” – fragilizaram decisivamente o governante responsável pela coordenação política do executivo e pelo relacionamento com a Assembleia da República. O facto de ser reconhecido que Miguel Relvas tem um vínculo pessoal e político muito forte ao primeiro-ministro só contribuiu para agravar a situação. Não foi por acaso que vozes destacadas no interior da maioria vieram a terreiro defender a demissão do ministro.

blica, que em larga medida continuam por implementar. Chegou, portanto, o momento da verdade para o executivo de Passos Coelho, a quem se recomenda algum descanso e muito trabalho nesta época estival. A troika visita-nos em finais de Agosto e convém delinear até lá uma estratégia convincente para “melhorar” ou “favorecer” o programa de ajustamento, como sugeriu o ministro das Finanças. O país assiste ao crescimento galopante do desemprego, à subida do número de insolvências e falências e constata que a via da austeridade, a todo o custo, não conduz a bom porto. O memorando da troika, assumido por Passos Coelho como a matriz do seu programa de Governo, tem de ser ajustado às circunstâncias da actual conjuntura nacional e internacional. A meta de 4,5% do défice para 2012 é hoje inatingível e já se defende no interior da maioria a fixação de nova meta em 5 ou 5,5%, negociando com a troika um alargamento do programa de ajustamento. O recuo da receita fiscal no primeiro semestre só pode ter surpreendido aqueles que, levianamente, não conhecem o pulsar do país real.

Os portugueses não têm condições para suportar mais medidas de austeridade e o Governo terá de ser hábil em encontrar a alternativa ao corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas, que representa dois mil milhões de euros. O sector privado, quando precisa de reduzir a despesa e de emagrecer, retira regalias, despede e, Por outro lado, alguem última análise, fecha José Carlos Pereira mas medidas encetadas a porta. No sector públiGestor pelo Governo, como a reco, onde é imprescindíforma do mapa judiciável diminuir a despesa, os rio, a diminuição do número de freguesias senhores juízes, também eles atingidos peou a retenção do valor do IMI para fazer face las medidas em causa, consideraram que era às despesas de reavaliação dos prédios urba- preferível fazê-lo à custa de mais impostos sonos, acabaram por colocar os autarcas contra bre terceiros. o Governo, incluindo muitos do próprio PSD, o que a pouco mais de um ano das eleições Nos tempos difíceis que aí vêm, exige-se autárquicas causa incómodo a quem está no ao Governo que seja capaz de defender os inpoder. teresses de Portugal perante os parceiros internacionais e de negociar novas condições Não falo já de sectores profissionais com para a consolidação das contas públicas. Não forte poder de reivindicação, como os pro- basta proclamar aos quatro ventos que somos fessores ou os médicos, que têm marcado a bons alunos. É necessário saber tirar partido agenda da contestação ao Governo com ma- dessa realidade. E a preparação do Orçamennifestações e greves que causam mossa e fo- to do Estado para 2013 será o momento opormentam o descontentamento nas ruas. Tudo tuno para ficarmos a conhecer o caminho que devido a reformas estruturais na função pú- a maioria PSD/CDS pretende percorrer. [A seu pedido, alguns colaboradores escrevem de acordo com a antiga ortografia]

opinião

CRIAR TRADIÇÕES...(?) A variedade de políticas de Turismo é tão grande e diversificada que, quando são estudadas, anunciam-se em grande escala e parangonas para depois acabarem na cómoda estratégia generalista e de lugar comum. É a que dá garantias, no eventual insucesso, de que se seguiram os cânones e se aplicaram as regras do “cientificamente” aceite e do tecnicamente “comprovado”. Dos diversos parâmetros a ter em conta são dos mais importantes os públicos alvo e a caracterização do produto, isto é ver o que há para saber a quem vender. Ao assumir a característica original, que tinha a ver com o “tour” que os britânicos faziam pela Europa continental num acto de elitismo cultural, depois transformado em devaneio e prazer, as novas correntes turísticas, além das opções do sol, praia, divertimento e descanso, pretendeu dar-lhes também um cunho cultural, respondendo assim aos anseios de subida social dos novos clientes, incluindo monumentos e cidades nos pacotes, entre outras manifestações do estilo. A grande massificação, com cada vez mais estratos sociais a terem acesso a férias e viagens, e os interesses comerciais em jogo, foram descaracterizando os produtos e levaram não só à criação de novas “apetências”e modas, como foram adulterando produtos e locais até à exaustão. O inóspito, desabitado, virgem, lugar paradisíaco, etc. deixou de existir, e a grande atracção e chamariz passou a ser o “diferente”, seja lá o que isso quer dizer mas assim se definiu e catalogou. Os produtos podem assentar numa realidade existente e nos seus valores, como podem também assentar em mi- Armando Miro tos e mistérios que todos querem conhe- Jornalista cer e desvendar, ou então criam-se de raiz novos atractivos, como é exemplo marcante Las Vegas e mais recentemente o Dubai. Estas serão as preocupações que a nossa Região deve assumir para ser atractiva e lucrativa, mas ao mesmo tempo respeitadora dos seus cidadãos e lugares. Não necessita de artifícios nem enganos, pois sobram-lhe requisitos e capacidades de atracção. Ela é a terra que só cá se compreende na sua essência e desmesura, onde a única fartura, além do êxtase e deslumbramento, é de sol e de frio, de fome e de nada. Mesmo assim o Homem que a criou percebeu os elementos, esmagou o xisto, escavou a terra e regou com o seu suor, tudo à mão que pouco tinha para o ajudar. Fez um vinho único, não só por não haver igual mas por por nada mais ali poder vingar. Surribou socalcos, armou videiras, ergueu casas, igrejas e palácios, sem esquecer os sete palmos de terra da sua eternidade. Agigantou-se a criar um paraíso, não o prometido, mas o que ele sabe que só a constante labuta lhe dá perenidade. Do nada que havia conseguiu fazer tudo o que precisa e sustenta. Em alquimia deu excelência ao paladar para o elevar da mesa do pobre até à do senhor e do abade. Tudo criou, descobriu e inventou. Aprendeu com a Natureza que sempre lhe foi pródiga quando a respeitou ou lhe entendeu os sinais. Ficou a saber como amanhar e tratar, como conviver com a terra e os vizinhos, que materiais usar e transformar, que negócios fazer, como se divertir ou ter um devaneio, como se esconder num buraco ou na mata à procura de presa ou de passeio. Foram outros os lugares que escolheu, como os santuários onde reza, se apaixona e ama, os cantos onde descansa, medita e se encontra. Soube até que um aperto de mão vale mais que uma escritura. É uma terra que é um milagre de ver, sentir e deslumbrar. Todos o podem ver por que não é o da fé, mas tão real como o Homem que o realizou. Não precisa, pela sua riqueza e valores culturais, de artifícios ou teias de enganos. Só a sua história, saga e epopeia de criação dão resposta a qualquer questão que se coloque. A sua conduta e saberes, no fruir da fortuna ou na luta às adversidades e contrariedades, assentam na perenidade ancestral patente na História da Humanidade que, desde a sua origem, a povoou do Vale do Côa à Igreja de Santa Maria (Siza Vieira/Marco de Canaveses). Esta riqueza só terá futuro e sustentabilidade como recurso se continuar a reger-se pelos parâmetros que a tornaram uma realidade, sem enjeitar as evoluções e progressos que melhorem a sua qualidade de vida, e dêem resposta às solicitações que a actividade requer, sem a ofender. Não gostaria de ouvir aqui o que, há uns tempos atrás, ouvi numa reportagem de tv que mostrava o responsável de um evento a dizer: «criámos esta tradição cultural há 10 anos e está a ter uma grande aceitação pelos que nos visitam».


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regiões | diversos

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Douro vai produzir 96.500 pipas de Porto  Total da vindima deverá atingir este ano as 295 mil pipas Foto Lusa/Arquivo

A vindima de 2012 na Região Demarcada do Douro deverá atingir as 295 mil pipas, o que representa um aumento de cerca de 23 por cento em relação às estimativas para 2011. Para a produção de vinho do Porto serão transformados 96.500 pipas, mais 11.500 mil do que na vindima de 2011, anunciou o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP). Os dados sobre a produção vitivinícola no Douro são da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), cujos responsáveis esperam uma colheita de 295 mil pipas, o que representa um aumento de cerca de 23 por cento relativamente ao ano anterior. Fernando Alves, diretor executivo da ADVID, citado pela agência Lusa, salientou que o resultado "vai depender das condições climáticas que se registarem até à altura das vindimas, em setembro". Aquele responsável fez notar que o ano vitícola se destaca por "baixa disponibilidade de água no solo", acrescentando que 2012 se situa entre os seis anos mais secos dos últimos 40 anos. Contudo, a seca foi atenuada com as chuvas que ocorreram em abril e maio. Na elaboração das previsões, colaboram com a ADVID o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que se encarrega da análise laboratorial e estatística.

Entretanto, o conselho interprofissional do IVDP fixou em 96.500 o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto). Segundo o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral, é um "aumento significativo" do "benefício" em relação ao ano passado, ou seja, mais de 11.500 pipas. O "benefício" foi reduzido drasticamente na última década, devido sobretudo à queda nas vendas e nas exportações.

A perda estimada de valor é de 37 milhões de euros em dez anos. A redução do "benefício" reduziu os rendimentos de muitos agricultores do Douro, medida administrativa que originou protestos e, segundo os dirigentes associativos locais, fez alguns abandonar a produção vitícola. Porém, não existem estatísticas ou análises fiáveis que confirmem estas afirmações. Tendo em conta a redução registada no ano passado, o presidente do IVDP considerou ser "da maior importância dar um sinal de esperança aos viticultores da região".

Colaboração transfronteiriça no empreendedorismo Entidades da Rede EmpreenDouro e instituições espanholas dedicadas ao empreendedorismo estão a estreitar laços para a criação de projetos comuns transfronteiriços, anunciou a organização. Segundo uma nota divulgada recentemente, "foi lançado o desafio pela Rede EmpreenDouro a diversas instituições espanholas de apoio ao empreendedorismo com vista à união de esforços e à criação de um fórum transnacional de intercâmbio de práticas e de cooperação empresarial, de forma a incrementar o empreendedorismo nos dois lados da fronteira luso-espanhola, em especial nas regiões atravessadas pelo rio Douro". No início deste mês, no Instituto Politécnico de Bragança, a Rede EmpreenDouro reuniu com

instituições espanholas, entre as quais a CEU – Escuela de Negocios de Valladolid, o Club Emprende e a Asociación de Jóvenes Empresarios de Castilla y León. Do lado português, participaram o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o Brigantia EcoPark – Parque de Ciência e Tecnologia e a Skills RH, uma empresa de recursos humanos. Estão em estudo formas de cooperação transfronteiriça na área do empreendedorismo, bem como o estreitamento de laços com vista ao lançamento de projetos comuns.

Museu das Termas Romanas avança em Chaves

O Município de Chaves abriu concurso – já publicado em Diário da República – para a construção do Museu das Termas Romanas, um investimento estimado em 2,3 milhões de euros. O prazo de construção da obra é de um ano. A obra enquadra-se no projeto “Salvaguarda e Musealização do Património”, do Programa Estratégico “Chaves Monumental – Valores Culturais e Patrimoniais” aprovado no âmbito do Eixo Prioritário IV – Qualificação do Sistema Urbano

– do Programa Operacional Regional do Norte – ON.2. O museu beneficia de uma comparticipação do FEDER, com uma taxa de cofinanciamento de 80%. Segundo a autarquia, o Museu das Termas Romanas será edificado no Largo do Arrabalde, em zona de interesse histórico, arqueológico e urbanístico para a cidade de Chaves, local que foi objeto de escavações arqueológicas que puseram a descoberto as ruínas do complexo balnear romano de Aquae Flaviae, em vias de classificação como Monumento Nacional. "Além do espaço destinado à contemplação e interpretação das ruínas e da exposição de algumas peças exumadas, o núcleo museológico disporá de uma loja destinada a venda de produtos relacionados com os vestígios das Termas Romanas de Chaves e um centro de documentação", revela a nota da autarquia.

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22 julho '12 repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

crónica & artes

Cartoons de Santiagu [Pseudónimo de António Santos]

A.M.PIRES CABRAL

OS POLÍTICOS-JOTA Falar de qualquer coisa jota lembra irresistivelmente os famigerados vagões-jota, que noutros tempos – os tempos em que tínhamos comboios a circular nas nossas linhas – transportavam mercadorias e, se preciso fosse, gente também (coisa que eu cheguei a ver, com estes dois que a terra há-de comer), e que inspiraram o título do (talvez) último romance neo-realista de Vergílio Ferreira. Mas não é de vagões-jota que quero falar agora, nem de qualquer outra coisa com rodas; é de uma coisa com pernas: políticos. (Se bem que estes, em matéria de rapidez, ultrapassem de longe os ronceiros e saudosos vagões-jota, como se tem visto e demonstrado todos os dias.) Quem como eu já escreveu bem para cima de um milheiro de crónicas provavelmente já teve ocasião de falar de tudo e mais alguma coisa. Este caso da licenciatura de Miguel Relvas – que cheira tão mal ou pior do que a de José Sócrates – já andava prefigurado numa crónica minha de há mais de vinte anos atrás, de que já perdi o rasto, mas me lembra que fazia uma previsão sombria sobre o comportamento dos futuros homens de estado e de partido. Dizia eu então que a qualidade humana e ética dos políticos vinha decrescendo a olhos vistos. Em vez de uma cultura de serviço público instalava-se insidiosamente uma cultura de carreirismo pessoal. E concluía qualquer coisa como isto: quando chegar a altura de essa rapaziada das jotas tomar o poder, passarão a reinar o oportunismo, o cambalacho, as promiscuidades duvidosas, os golpes palacianos, o arranjismo, o erigir das ambições pessoais em fim último da política. Era pouco mais ou menos isto que eu dizia, por outras palavras, bem entendido. De facto as jotas, aconchegadas aos partidos de que mamaram

a ronha, foram – com excepções, evidentemente – uma escola de políticos talvez competentes (no sentido de capazes de atingirem os seus fins, que todavia não eram, como deixo dito, de uma brancura angélica), mas seguramente dúbios humana e eticamente. Pois bem: as minhas previsões estão a mostrar-se certeiras. A hora da rapaziada das jotas chegou. Há por aí a circular uma geração de políticos oriundos das jotas que não me deixa mentir. Cumprido o rito de passagem, ei-los a ocupar os mais variados lugares da administração pública, onde deixam demasiadas vezes impressa a dedada do pecado original da sua formação partidária e da sua concepção da política, em cujo topo estão a busca da eficiência e de resultados a todo o custo – e quando se diz ‘a todo o custo’ tem-se em mente toda uma série de manigâncias, cumplicidades, compadrios, golpes baixos, em suma. Não sei se José Sócrates e Miguel Relvas pertenceram às jotas respectivas (por acaso até me está lembrar que julgo ter lido algures que Sócrates debutou na JSD, mas não tenho à mão meios de o confirmar). Mas de alguma forma eles constituem o tipo do jovem político-jota. São eficientes, disso não restam dúvidas. Mas a sua eficiência deixa um rasto de situações equívocas, rabos-de-palha, irregularidades, vícios de carácter que se vão somando até que o cidadão comum, que ainda acredita que a política pode ser construída segundo outros padrões e sobre outros alicerces, sente uma náusea pior do que a que sentia Sartre quando se interrogava sobre o sentido da existência.

EDUARDO SOUTO DE MOURA 2012

O OLHAR DE... Eduardo Pinto 50 Anos Depois... Igreja S. Gonçalo - Amarante Anos 70

pirescabral@oniduo.pt Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

1933-2009 Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

Fundado em 1984 | Jornal/Revista Mensal Registo ERC 109 918 | Dep. Legal: 26663/89 Sede/Redação: Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 230 | Apartado 200 4630-279 MARCO DE CANAVESES Telef. 910 536 928 E-mail: tamegapress@gmail.com Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689) Redação e colaboradores: Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), Patrícia Posse (C.P. 9322), Helena Fidalgo (C.P. 3563) Alexandre Panda (C.P. 8276), António Orlando (C.P. 3057), Jorge Sousa, Alcino Oliveira (C.P. 4286), Helena Carvalho, A. Massa Constâncio (C.P. 3919), Ana Leite (T.P. 1341), Armindo Mendes (C.P. 3041), Paulo Alexandre Teixeira (C.P. 9336), Iolanda Vilar (C.P. 5555), Manuel Teles (Fotojornalista), Mónica Ferreira (C.P. 8839), Lúcia Pereira (C.P. 6958), Daniel Faiões (T.P. 991), Joana Vales (T.P. 1599).

Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota, Eduarda Freitas. Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas Permanentes e Ocasionais: José Carlos Pereira, Cláudia Moura, Alberto Santos, José Luís Carneiro, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima, Pedro Oliveira Pinto, Mª José Castelo Branco, Lúcia Coutinho, Marco António Costa, Armando Miro, F. Matos Rodrigues, Adriano Santos, Luís Ramos, Ercília Costa, Virgílio Macedo, José Carlos Póvoas, Sílvio Macedo.

Cap. Social: 80.000 Euros – Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa. Impressão: Multiponto SA - Baltar, Paredes Tiragem média: 20.000 a 30.000 ex. (Auditados) | Associado APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circulação | Ass. nº 486

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cultura | crónica

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repórterdomarão

Árvore renova instalações aos 50 anos A escassos meses de completar 50 anos, a cooperativa artística Árvore, no Porto, está a requalificar as suas instalações, dotando-as de novas valências, nomeadamente novas oficinas para multimédia e fotografia, uma área de restauração e a requalificação dos jardins. Trata-se de um investimento de 1,5 milhões de euros financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Citado pela Lusa, o diretor da instituição, Rui Silvestre, anunciou que além das obras em curso, a Cooperativa Árvore está a fazer "a inventariação e a digitalização do acervo". A instituição promete colocar o acervo "aberto a investigadores e a todos os interessados em saber o que foram os últimos 50 anos em termos de obra gráfica e de produção cultural da Árvore, um período ligado à história da cidade, do Norte e mesmo do país". A Árvore foi fundada em 1963 por um grupo de artistas e de gentes da cultura em que se destacavam nomes como José Rodrigues, Armando Alves e Ângelo de Sousa, entre outros. A atividade da cooperativa assenta na representação comercial dos seus sócios artistas (cerca de 1.400 sócios) e como produtora cultural para terceiros, nomeadamente a recente exposição do Museu Nacional de Arte Antiga no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

Atelier para crianças e jovens no Museu de Amarante O Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso e a Biblioteca Municipal Albano Sardoeira, instituições de Amarante ligadas às artes e às letras, promovem em agosto o Atelier de Expressões "O Mundo e as Artes" dedicado a jovens e crianças. Segundo a informação do museu, as crianças/jovens poderão realizar trabalhos e partilharem saberes que lhes ofereça diferentes oportunidades de aquisição de conhecimentos e conceitos. Dramatização, artes plásticas e música são algumas das atividades previstas, que o atelier "quer trabalhadas numa vertente interdisciplinar e multicultural, onde irão desenvolver competências essenciais na área das expressões". O atelier terá lugar em três locais distintos, durante agosto: Biblioteca Municipal Albano Sardoeira / 6 a 10 de agosto; Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso /13 a 17 de agosto; Biblioteca Municipal Albano Sardoeira - Extensão de Vila Meã / 20 a 24 de agosto. As inscrições devem ser feitas no Museu Municipal.

António Mota

LÚCIA e ABEL Era melhor que não tivesse acontecido. De repente, junto da paragem do autocarro, ficámos a olhar um para o outro. Não foi bem assim. Reconhecemo-nos, mas tivemos receio que fosse mesmo verdade. Acho que ficámos com medo de nos olharmos de frente, olhos nos olhos, como fazíamos antigamente. Nessa altura, os nossos olhos tornavam-se brasas. Brasas? Dá para rir, agora, mas naquela altura eu gostava que o Abel dissesse que os meus olhos eram duas brasas a iluminar a nossa paixão. O Abel sussurrava essas palavras, eu ficava com o peito apertado. Sempre gostei de ouvir frases bonitas. De modo que estávamos a olhar para a sujidade da rua, e eu reparei que ele calçava um par de botas muito bem engraxadas, botas de cerimónia, e apoiava a mão direita numa bengala. Pus-me a fazer contas, sempre fui boa a fazer contas de cabeça. Acho que fechei os olhos para não me enganar, e descobri que já não nos víamos há quarenta anos. Vou fazer sessenta e oito em Julho, ele era mais velho dois anos, nasceu na manhã de S. João, nunca esqueci essa data. Eu dava-lhe um vaso com um manjerico. Ele adorava a prenda, mas ficava aflito com o vaso porque tinha vergonha de o levar para casa. Os homens são muito preconceituosos, e tão inocentes. Se eu tenho sessenta e oito, ele já fez setenta, já não temos idade para tanto acanhamento, pensei. De que é que estou à espera? E levantei a cabeça. O Abel tinha o mesmo olhar bonito, embora já mais distante. Cabelo esbranquiçado, cortado com máquina, e barba de três dias, como agora está na moda. Fraca moda, diga-se de passagem. Estava mais gordo, muito mais anafado. E usava óculos. Era um velho bem vestido. Ele ignorou a minha tentativa de lhe estender a mão, de o cumprimentar cordialmente, e

deu-me dois beijos, um em cada face, com delicadeza, vagarosos, e eu lembrei-me do tempo em que nos beijávamos, sôfregos, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Olá, Lúcia, como estás? , perguntou. E eu descobri que afinal nada tinha acontecido. Quarenta anos depois não houve um resto de uma brasinha incandescente entre nós. Fiquei dececionada. Compus a melhor máscara que pude, e respondi: Por aqui, Abel? Que grande coincidência. Se me contasse que isto ia acontecer não acreditava. Há quanto tempo, Lúcia? E eu reparei que a voz lhe tremia um bocadinho. Há quarenta anos que não nos vemos, respondi. Vamos tratar-nos por tu, achas bem? , disse ele. Eu acenei que sim, que podia ser. E fiz um esforço para sorrir. E pensei: aguenta-te, mulher. Onde moras? , perguntou com os restos de sotaque brasileiro. Inventei o nome de uma rua e o respetivo número, e acrescentei quinto direito, para ser mais convincente. E tu?, perguntei. Respondeu que estava a viver num lar, mas que estava bem. Que tinha vindo à cidade tratar de uns assuntos, que gostava muito de andar de autocarro, que estava muito bem. Vamos tomar um chá?, perguntou. Embora delicadamente, respondi de imediato que não. Tinha uns assuntos urgentes a tratar. Não, não podia, embora uma viúva, reformada e sem filhos, tenha sempre todo o tempo do mundo. Não valia a pena estar a olhar para os restos da paixão que tanto doeu e tanto durou a sarar. Não valia a pena entrar num mundo que já não me interessava, não valia a pena regressar sem qualquer proveito ao princípio do mundo.

anttoniomotta@gmail.com



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