O Tempo

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Poema de Mário Quintana Ilustrações Rodolfo Melo




Copyright © 2012 by Rodolfo Melo Preparação, Revisão e Tratamento de Imagem

Rodolfo Melo

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Rodolfo, Melo

O Tempo de Mario Quintana, Rodolfo Melo

São Paulo: Coleção Carta Branca, 2012

ISBN 000-00-0000-000-0

Coleção


Poema de Mário Quintana Ilustrações Rodolfo Melo









dever

que

trouxemos

para fazer em casa


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perdemos terminou seis horas

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que, infelizmente, nunca mais voltara


Esta obra foi composta em Nouvelle Vague Black e Century Gothic Regular, Black e Italic para a Coleção Cartabranca



O Tempo A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê, passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casaca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu amo.. . E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Sobre Mario Quintana Mario de Miranda Quintana nasceu em Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, e faleceu em Porto Alegre (RS), no dia 5 de maio de 1994. Colaborou em jornais gaúchos (como O Estado do Rio Grande do Sul, Diário de Notícias e Correio Popular) e na Revista do Globo. Trabalhou na Livraria do Globo, que daria origem à Editora Globo da qual foi tradutor, vertendo para o português autores como Voltaire, Marcel Proust, Virginia Woolf, Guy de Maupassant e Honoré de Balzac, entre outros. Seu primeiro livro de poemas, A rua dos cataventos, foi publicado em 1940. A este se seguiram, além de várias antologias, Canções (1946), Sapato florido (1948), O batalhão das letras (1948), O aprendiz de feiticeiro (1950), Espelho mágico (1951), Antologia poética (1966), Caderno H (1973), Pé de pilão (1975), Apontamentos de História sobrenatural (1976), A vaca e o hipógrifo (1977), Esconderijos do tempo (1980), Nova antologia poética (1981), Lili inventa o mundo (1983), Nariz de vidro (1984), Baú de espantos (1986), Da preguiça como método de trabalho (1987), Porta giratória (1988), A cor do invisível (1989) e Velório sem defunto (1990). Ao longo da vida, recebeu prêmios como o Fernando Chinaglia (1966), o Pen Clube de Poesia Brasileira (1977) e o Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (1980). Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, onde o poeta viveu de 1968 a 1980, em Porto Alegre, torna-se Casa de Cultura Mario Quintana. Parte de sua obra foi traduzida para espanhol, italiano, francês e inglês. Texto extraído do livro O Livro de Haicais, organizado por Ronald Polito


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