Sangria

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EDITORIAL

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EDI TORIAL Caro leitor, O Projeto Gráfico desta revista foi elaborado para a matéria de Tecnologias Digitais, do curso de Design Gráfico na Universidade Tecnológica Federal do Paraná e não possui nenhuma finalidade comercial. As bases de referência para o projeto permearam a história em quadrinhos Blacksad, com sua temática diretamente ligada ao film noir e, con-

sequentemente, ao expressionismo alemão. A identidade do projeto tem a intenção de revelar ao leitor um pouco mais sobre o mundo dos quadrinhos, e cada edição teria a intenção de se adaptar à temática escolhida (neste caso, personagens antropomorfizados em um cenário com alto contraste). Para isso, foi utilizada para o título desta edição a fonte Film Noir, rem-

etendo diretamente ao Art Deco. Nos títulos das seções, utilizou-se a Coolvetica, fonte altamente contrastante e que destaca-se no fundo aquarelado (remetendo a técnica utilizada no Blacksad). As referências bibliográficas estão nos sites: google.com.br wikipedia.com.br kaleidociclo.blogspot.com


SUMÁRIO

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EDI TO RIAL

BLACK SAD

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OS CRIA DORES

CONHEÇA UM POUCO MAIS

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MA RIO


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Conheça a história em quadrinhos que ganhou os prêmios Eisner Award por três vezes e o

Angoulême Prize for Artwork

BLACK SAD


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lacksad é uma história em quadrinhos criada por dois autores espanhóis: Juan Díaz Canales e Juanjo Guarnido (pag. 08). Apesar de seus criadores serem espanhóis, a história foi lançada através da editora Dargaud, de origem francesa, o que explica sua grande repercussão na França. Seu primeiro volume (Em Algum Lugar Entre As Sombras) foi lançado em novembro de 2000, seu segundo (Nação Ártica), em 2003 e seu terceiro Alma Vermelha) em 2005. A série foi traduzida em diversas línguas, entre elas o búlgaro, catalão, chinês, croata, dinamarquês, holandês, tcheco, inglês, finlandês, alemão, grego, italiano, japonês, norueguês, polonês, português, russo, sérvio, eslovaco, sueco e turco. Produzido em um estilo de filme noir, as histórias acontecem no final da América de 1950. Todos os personagens são animais antropomórficos cujas espécies refletem em sua personalidade, seu tipo de caráter, e seu papel na história. Estereótipos de animais são muitas vezes utilizados: por exemplo, quase todos os policiais são canídeos, como pastores alemães, Bloodhounds, e raposas, enquanto personagens do submundo são frequentemente répteis ou anfíbios.

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Personagens femininas são frequentemente muito mais humanoas do que as do sexo masculino, especialmente aquelas no papel de interesse amoroso para personagens mais importantes. O desenhista tenta recriar uma perspectiva realista e suja - um estilo escuro do cinema através de linhas limpas e desenhos em aquarela muito detalhados, incluindo na história lugares e cidades da vida real, que contribuem para a sensação realista da série, apesar do fato de os personagens serem animais. Os três personagens principais são: John Blacksad, um detetive antropomorfizado em uma pantera negra, que foi criado em um bairro pobre e passou grande parte de sua juventude fugindo da polícia Como outros detetives hardboiled, Blacksad narra suas histórias acrescentando comentários cínicos sobre os males do mundo ao seu redor. Azarado no amor, ele nunca parece ser capaz de formar um relacionamento duradouro, muitas vezes devido à circunstâncias fora de seu controle. Por vezes parceiro de John, Weekly, uma doninha marrom que detesta água e não gosta de tomar banho, tem um comportamento quase sempre otimista e trabalha como investigador em um tablóide. Smirnov, comissário de polícia e amigo de Blacksad, assume o papel de um pastor alemão que ajuda a pantera a alcançar seus objetivos.


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No primeiro volume, Blacksad investiga o assassinato da famosa atriz Natalia Willford, que revela-se ser sua amante em uma relação profunda e romântica, acabando inevitavelmente no fim amargo da separação. Suas primeiras investigações levam a Léon Kronski, o último amante conhecido da atriz. Ele encontra Kronski já morto e enterrado sob um pseudônimo. Após Blacksad ser severamente espancado por dois bandidos contratados, o detetive é preso por investigações indevidas. Smirnov, seu amigo comissário de polícia, explica a Blacksad que por causa de “ordens superiores” ele próprio não pode continuar investigando o caso. No caminho de volta à sua casa, Blacksad é abordado por um lagarto e um rato assassinos em uma tentativa de matá-lo. A pantera atira no rato e interroga o lagarto moribundo e, finalmente, descobre o culpado de toda a questão. No segundo volume a temática aborda a violência inter-racial e a segregação racial da década de 1950 em um subúrbio pseudoamericano chamado The Line.

A história também aborda questões de depressão econômica, repressão sexual e perversão, e é destinada a expor o mal-estar social e o preconceito que existe debaixo das superfícies aparentemente harmoniosas das comunidades. Blacksad foi contratado por uma antiga professora de escola primária, Miss Grey, que está tentanto resgatar uma jovem garota chamada Kyle. Miss Grey acredita que Kyle foi seqüestrada pela Arctic Nation (Nação Ártica), uma organização racista política. O terceiro volume, Alma Vermelha, se passa durante o Red Scare (Ameaça Vermelha). Blacksad é empregado como um guarda-costas de uma tartaruga velha e rica chamada Hewitt Mandeline, que vai em uma viagem de jogo a Las Vegas. Depois de voltar para casa, a última atribuição dada à Blacksad é acompanhá-lo a uma galeria de arte, onde ele encontra um folheto para uma palestra dada por seu antigo professor, Liebber Otto, um físico nuclear e candidato a Prêmio Nobel.


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Lá, o detetive encontra o rico, dinâmico e comuni sta Samuel Gotfield, que dirige uma fundação de pesquisa científica. John antipatiza instantâneamente com Gotfield, que caçoa a palestra de Otto. Gotfield convida Blacksad para uma festa em sua luxuosa mansão costeira junto com 12 intelectuais de esquerda: o poeta Greenberg, a fotógrafa Dora, o escultor Klein, o ator Bill Ratcliff, o roteirista Jess Logan, o pintor russo Sergei Litvak, o químico Laszlo Herzl, e a escritora Alma Mayer. Quando Godtfield, bebado, está prestes a se afogar, John o salva a contragosto com a ajuda de Otero, melhor amigo de Otto. Ao término da festa, Otero volta para casa e é assassinado por engano: a verdadeira vítima seria o professor Liebber Otto.

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Em 2010 a Dark Horse Comics publicou os três volumes traduzidos em apenas uma única publicação de 184 páginas. A coleção coincidiu com a estréia do quarto volume, A Silent Hell (Um Inferno Silencioso). A quarta trama conta o assassinato misterioso em um estúdio de jazz. Blacksad e Weekly encontram-se com Faust LaChapelle, um músico falido em estágio terminal de câncer. O músico pede a John que encontre Sebastian, um grande musicista viciado em heroína que está desaparecido. Conheça mais sobre os quadrinhos em: http://www.blacksadmania.com/


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OS CRIADORES

DĂ?AZ CANALES 1972, Madrid - Espanha Escritor, roteirista, diretor de cinema e cocriador de Blacksad.


OS CRIADORES

JUANJO GUARNIDO 1967, Granada - Espanha Ilustrador, artista e co-autor de Blacksad.

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CONHEÇA UM POUCO MAIS

e você se interessou pela temática antropomórfica dos quadrinhos Blacksad, vale a pena conferir MAUS: A Survivor’s Tale . Produzido pelo estadunidense Art Spiegelman, a história narra a luta de seu pai, um judeu polonês, para sobreviver ao Holocausto. Em paralelo, o autor aborda o relacionamento complicado dele com seu pai e de como os efeitos da guerra repercutiram através das gerações de sua família. Em 1992, o escritor foi agraciado com um “Prêmio Especial Pulitzer” pela sua obra. Spiegelman retrata diferentes grupos étnicos através de várias espécies de animais: os judeus são os ratos (em alemão: maus), os alemães, gatos, os franceses, sapos, os poloneses, porcos, os americanos, cachorros, os suecos, renas, os ciganos, traças e os ingleses, peixes. O uso de antropomorfismo, uma técnica familiar em desenhos animados e em tiras de quadrinhos, foi uma tirada irônica em relação às imagens propagandistas do nazismo, que mostravam os judeus como ratos e os poloneses como porcos. A obra descreve detalhadamente todas as atrocidades cometidas pelos nazistas, principalmente no que diz respeito aos Campos de Concentração - Centros de confinamento militar instalados em área de terreno livre e cercada por telas de arame farpado ou algum outro tipo de barreira, cujo perímetro era permanentemente vigiado. Auschiwtz, citado no primeiro livro, converteu-se no centro de um conjunto de quase quarenta campos e sub campos e sede de um extenso complexo agrícola e industrial (minas, petroquímica e fábricas de armas) onde trabalhavam inúmeros prisioneiros — principalmente poloneses e judeus — ao lado de trabalhadores civis. Chamado de “Indústria da Morte”, estima-se que Auschiwtz fez de 1,1 a 1,5 milhões de vítimas. O livro (com as três edições) está disponível para compra no site da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br/Produto/LIVRO/COMPLETE-MAUS-THE/753936).


CRÉDITOS PESSOAIS

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MARIANA RMS 19 anos, cursando Design Gráfico na Universidade Tecnológica Federal do Paraná e atuando como designer na empresa Clube do Malte. Gosta de boas músicas, boas cervejas e boas companhias. rmsmariana@gmail.com


Abril, 2013


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