jardins filtrantes escola da cidade verde
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jardins filtrantes escola da cidade verde
iniciativa da plataforma habita-cidade, com apoio do instituto mahle, da kth e da comissão pastoral da terra 2016
Projeto: Fazenda Ecológica Pau Brazil; saneamento básico ecológico e práticas alternativas de Agricultura biodinâmica urbana Local: Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo
Prólogo Arq. Sylvio Barros Sawaya
O material aqui apresentado, em função da ideia de se pretender disseminador de algumas táticas, pode dar uma primeira impressão de ser um manual técnico, porém é mais do que isso – traz a técnica como agregadora de gente. Vê-se um relato de ações combinadas que criam um movimento no qual se percebe a afirmação de um sentimento agregador e, portanto, de uma proposta social de articulação, com uma perspectiva do que Milton Santos chamou de horizontalidade. A dinâmica de produção e a proposta de autoria coletiva fazem pensar na ideia de um desenho social, expressão de uma comunidade, algo que lentamente se efetivará: o tempo para a consolidação de ações horizontais é lento, diferente do que sucede com as incisivas verticalidades. A expressão da comunidade aparece devagar, marcada por projetos e desejos de muitos, e surge a partir de um processo
que aponta para a estruturação do Lugar, num sentido pleno, algo que se dará através do desenho, intimamente ligado à agregação das pessoas. Há uma educação do desenho do Lugar a ser feita na Escola onde se desenha, e cada Lugar é um jardim que tem expressão própria. Que os jardins da verde Escola da Cidade possibilitem avançar com a articulação das pessoas, cujos saberes convocados é importante que se explicite oportunamente. Aguardamos os desdobramentos desse movimento realizado em função da lenta criação de Lugares que pertencem a todos e que implicam na resistência e permanência na transformação face ao que vem de cima para baixo com suas limitadas lógicas que procuram manipular, ignorando essa coisa extensa e viva que se repropõe sempre e a todo instante.
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Stockholm, 14th December 2015 Studio#8 from KTH School of Architecture and The Built Environment has a working collaboration with Associação Escola da Cidade Faculdade de Arquitetura e Urbanismo for the second year running. Through the Plataforma Habitacidade we will work together in the project Fazenda Ecológica Pau Brazil and its program Hortacidade. The project concerns the creation and implementation of filtering garden systems and organic urban agriculture. During a workshop that will take place in Sao Paulo during 14th-19th of March, teachers and students of both KTH and Escola da Cidade will collaborate, exchange ideas and experiences, working together in the advance of projects that aim to explore both the technology related to and the possibilities of sustainable developments.
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KTH and the experience of Studio#8 with its sustainable design background, considers of paramount importance within design in the urban context the incorporation of sustainable practices that take into consideration not only the architecture of the built environment, but also the underlying conditions necessary to create positive resilience in a community. Organic urban agriculture practices have been widely investigated in the city of Stockholm with interesting and positive results not only in food provision but also in strengthening neighborhood relations and in the social sustainability of a community. The concept of food as an instrument of empowerment has been explored and demonstrated in various projects in the past. The challenge we face in the near future, with more than 50% of the global population living in urban centers (in Brazil this figure is 86% according to UN2012) and the eminent scarcity of resources demands interventions that address these unprecedented conditions. The urbanization processes need to be considered in terms of a social-ecological system that is able to sustain growth at an unparalleled speed. This is afforded by a holistic design approach to the urban context, both in the application of technology and the understanding of the increasing importance of the role of urban agriculture in global food security. For KTH it is a great opportunity to work in collaboration with this project where technology and design can be tested in an immediate manner and in a different context, providing appreciated response and exchange of ideas. Yours sincerely
Rumi Kubokawa Studio#8 University Adjunct KTH ABE Architecture
KTH Arkitekturskolan Osquars Backen 5 | 100 44 Stockholm info@kth.se | www.kth.se
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Arquitetura na Permacultura A Plataforma habita-cidade defende que se traga para o centro do habitat humano a produção biodinâmica1 de alimentos e de água potável, conectados um ao outro, sendo ambos direitos fundamentais que se defende associados à moradia, outro direito humano básico, criando a possibilidade de uma morada verde (num sentido abrangente, de suporte da vida). Aponta-se para um habitat sistêmico, com produção agrícola conectada ao saneamento que, por sua vez, é um sistema de filtragem eco-biológica de efluentes. A execução dos jardins que compõem tratamento das águas pluviais por fitodepuração2 a partir de uma Agricultura biodinâmica, tem sido entendida como um catalisador de ações no sentido de transformar o edifício da Escola da Cidade num organismo verde, alinhado com premissas da Agenda 213.
1. Biodinâmico é o processo que leva em consideração ritmos e ciclos naturais para cultivar alimentos 2. Fitodepuração é o saneamento através das plantas (zona de raízes) 3. Agenda 21 é um Acordo planetário, assinado na ECO92 por 179 nações que se comprometeram com o equilíbrio ecológico, a fim de garantir o futuro das próximas gerações
Nesse sentido, faz parte do que se chamou de Programa Escola da Cidade Verde, que põe em pauta a perspectiva de uma arquitetura sustentável, também chamada de bioarquitetura, na construção do habitat humano, de forma aplicada e experimental. Proponente do Programa, a Plataforma habita-cidade, que surgiu no curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade, da Escola da Cidade, tem como prerrogativa o desenho consciente e atualizado do assentamento, tanto no que diz respeito à moradia como aos equipamentos e infraestrutura. Ainda que, de início, os jardins instalados na Escola da Cidade tenham sido estabelecidos para sanar águas pluviais, além de produzir biomassa e alimentos, configura-se com eles um sistema biodinâmico que pode ser ampliado sucessivamente com, por exemplo, a instalação de mini sistemas de rodas d’águas para gerar energia, painéis fotovoltaicos, minhocário etc. A implementação desse sistema mostra caminhos para a arquitetura, em que os edifícios podem trazer sustento e renda para seus habitantes, conforto ambiental e uma beleza organicamente relacionada aos ciclos naturais, favorecendo a nutrição e o desenvolvimento humano.
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A ideia é avançar na implantação de uma Agenda 21 Local, inserindo na gestão da Escola da Cidade um pensar sistêmico que pressupõe horizontalidade, união dos setores num Programa interdependente, transdisciplinar, e que pode ser subsidiado por Instituições governamentais e Programas internacionais para Mudança Climática, como CCA - Câmara de Compensação Ambiental, contribuindo com isso para o cumprimento dos acordos firmados pelo Brasil. O sistema defendido pela Plataforma habita-cidade foi instalado em duas áreas do edifício: o pequeno pátio no pavimento térreo, onde se identificou o potencial para que se transforme numa espécie de laboratório de cuidados com as plantas, e o longo terraço no sétimo andar que, ensolarado, poderá abrigar uma produção significativa de alimentos a serem compartilhados por todos os que fazem parte da comunidade da Escola da Cidade – funcionários, professores e alunos e membros da Associação mantenedora da instituição de ensino. A expectativa é a de que ações como a dos jardins filtrantes entrem na agenda da Escola que, em contínua transformação, vai se construindo como um organismo que produz água limpa, alimentos saudáveis, que trata seus resíduos como recursos, numa gestão agroecossistêmica daquilo
Reuniões quinzenais do Grupo de Estudos APAUP, que se dedica à conceituação e ao desenvolvimento do Programa Escola da Cidade Verde e à gestão horizontal2016
que produz durante seu funcionamento e manutenção, além de estabelecer mecanismos de produção energética, uso de materiais de baixo impacto ambiental e energético, práticas que sejam estímulos para dinâmicas que reforcem dimensão comunitária, numa capacitação contínua de todos os envolvidos, algo inerente a uma instituição de ensino. Nesse sentido, um monitoramento sistemático do edifício da Escola da Cidade tem sido orquestrado, com uma observação continuada de seus gastos e com a instalação
de equipamentos de medição de temperatura, umidade, iluminação, ruídos etc – a ideia é dar subsídios para as ações futuras que, como acima mencionado, devem apontar para a constituição de um organismo vivo. Biofiltro Um Jardim filtrante é um conjunto de combinações e relações entre os reinos vegetal, animal (microbiota) e mineral, estabelecido com o fim de sanar a água, a essência da vida na terra. Nesse tipo de jardim, as relações são vertentes da relação da água com a terra, que flui, reflui, influi e eflui, amalgamando os reinos mencionados e, com isso, a estrutura e natureza do solo e dos elementos. Quando no jardim são combinadas certas espécies vegetais com determinados tipos de bactérias, agregadas a matéria orgânica, silício, argila, enxofre, cobre, calcário, granito, basalto, conforme necessidades específicas, cria-se um processo de filtragem biológica, influindo no “espírito” do efluente, estabelecendo-se um sistema vivo saneador. Se o sistema for norteado pelo manejo biodinâmico, a consciência humana unida à mecânica dos reinos acima referidos, especialmente o reino vegetal, estabelece uma
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relação macrocósmica, propiciando a fertilização do solo. Fomentado o desenvolvimento da vida, esta se realiza, com intensidade equivalente, seja no estado sólido, no líquido ou no gasoso, sempre num jogo simbiótico, numa biodança com infinitas possibilidades de trocas e tensões. Afetados, os serviços ecossistêmicos favorecem a sócio-biodiversidade e, com isso, a vida representada em todos os reinos se realiza plenamente, de maneira sustentável, solidária e justa.
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jardins do pátio pequeno jardim laboratório
Vários estudos foram realizados para esses jardins, no sentido de incorporar a colaboração do maior número de professores, alunos, funcionários e interessados. A adesão ao projeto de vários professores da área de tecnologia da Escola da Cidade trouxe com vigor a discussão da estrutura dos jardins, pensada em bambu para que este material tão importante e de baixíssimo impacto fosse celebrado e para que fossem estudadas suas possibilidades. Em função de uma enraizada Cultura do uso do cimento entre os arquitetos, sua alternativa de maior racionalidade - a argamassa armada - foi apropriada num uso combinado com o bambu e manta de fios de garrafa PET. Priorizou-se
a utilização do cimento CPIII, em função de este utilizar escória de altos fornos, sendo assim destinação para material que deve ser entendido como recurso, ainda que frequentemente seja tratado como algo a ser descartado. Na medida em que uma experiência dentro de uma instituição de ensino deve ter um sentido de pesquisa, houve a decisão de, numa utilização combinada com o bambu, armar a argamassa com uma trama de fios de PET, indicando um uso estrutural para este material que representa uma parte significativa do que se descarta diariamente em São Paulo e no planeta e, ainda que na Escola da Cidade esteja sendo evitado, no seu entorno próximo é perceptível um volume
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Projeto Jardim Filtrante - Plataforma HabitaCidade e Ricardo Caruana
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Projeto Jardim Filtrante - estudo finais
Oficina de montagem
importante de garrafas que são recolhidas por catadores e caminhões ligados à coleta oficial de resíduos. Houve uma oficina de projeto para a discussão da implantação dos jardins filtrantes na Escola da Cidade, seguida de uma semana de ensaio da utilização combinada do bambu, da argamassa e da trama de fios de PET. A montagem do canteiro-filtro do pavimento térreo do edifício da Escola da Cidade foi, enfim, efetuada por alunos, professores e funcionários, tendo sido concluída com o plantio de espécies adequadas para a fitodepuração nas
condições existentes no pátio que tem pouca insolação e que, portanto, pressupõe plantas que se desenvolvem em meia sombra. Tubos de diâmetro de 30 cm foram instalados para servirem de cisterna das águas pluviais coletadas a partir dos condutores existentes e conectados com o canteiro-filtro. As águas são fitodepuradas e, ao fim do processo de filtragem, lançadas num reservatório de água limpa a ser consumida pela comunidade da Escola da Cidade.
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Projeto Jardim Filtrante - estudos finais
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desenhos feitos durante a etapa de projeto, ensaios e montagem
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Ensaios JD1 - material utilizado volume da argamassa (traço 1:2) - 200X60X3cm = 0,036m3 (cimento 21,6kg; areia 43,2kg; água 7,56l - 35% do cimento) - uma experiência com cimento ARI e outra com CPIII Esteira de bambu com amarração de fios de PET, também servindo como forma e armação da argamassa.
Montagem JD1 - material utilizado
ao lado: fotos da oficina de montagem a cima: foto do jardim finalizado
JD1 - Green Lab - canteiro canoa Projeto JD1 - Oficina de projeto coletivo - discussão sobre o projeto, maquete - material utilizado folhas de papel sulfite/ folhas de papel manteiga/ estiletes/ tesouras/ Abraçadeiras de Nylon/ palitos de churrasco
canteiro canoa - argamassa com espessura média 2,5cm volume 0,12m3; traço 1:2 (600 kg de cimento por m3 de argamassa) - dia 23/08 teste da frigideira 8% de umidade na areia material utilizado: cimento 96kg; areia 192kg (úmida 208,7kg); água 38l (21,3l descontando o que há na areia) - 5 betoneiras com 19,2kg cimento, 41,74kg areia, 4,26l água) tanque de água limpa - argamassa espessura média 2,5cm volume 0,07415m3 + tampa 0,0306m3 = total 0,10475m3: cimento 75,42kg; areia150,84kg (163,96kg areia úmida); água 30l (19,5l descontando umidade da areia) - 4 betoneiras
Plantio JD1 - esquema adotado nas velas/ filtro; espécies
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Composição e funções do Jardim Filtrante, que é “bio-lógico” (com lógica sintonizada com ciclos relativos à vida) desde sua percepção preliminar: No seu planejamento, o jardim filtrante tem sua composição determinada pelo efluente a ser sanado. As espécies vegetais são determinadas pelo meio, microclima, fotoperíodo (quantidade de luz) e elementos que contaminam. Cada composto do biofiltro tem no mínimo uma função, mas que pode ser ampliada, resultando em funcionalidades múltiplas que sanam. A rizosfera, por exemplo, retira os materiais particulados suspensos na solução aquosa, e também fornece o habitat para colônias de bactérias. A
argila tem a função de reter na solução do solo os materiais particulados (elementos contaminantes). Nos Jardins filtrantes da Escola da Cidade, devido ao ambiente onde foram instalados (meia sombra no pátio do térreo e sol pleno no terraço do sétimo andar), a execução do sistema favoreceu a sócio biodiversidade. No térreo temos um sistema com plantas comestíveis de meia sombra, sendo parte (70%) de plantas PANCs (plantas alimentícias não convencionais) originárias da Mata Atlântica, de folhas largas (pela capacidade de evapotranspiração, favorecendo conforto térmico), consorciadas com gengibre, cavalinha (sílica vegetal), inhame, taioba e trapoerabas.
Imbê ou banana-de-macaco (Philodendron bipinnatifidum): planta de mata Atlântica, seu fruto é muito saboroso, princípio ativo oxalato de cálcio. Classificada como planta PANC, em nosso jardim ela tem a função de produzir alimento, neutralizar o pH e evapotranspirar, propiciando umidade do ar.
Pacová ou babosa de pau (philodendron martianum) espécie nativa da mata Atlântica, o oxalato de cálcio é, também, um princípio ativo. Em nosso jardim filtrante ela neutraliza o pH e potencializa a qualidade do ar.
Cavalinha (Equisetum) espécie exótica, muito usada na medicina popular. Na agricultura biodinâmica é considerada a sílica vegetal. Ela incorpora a sílica, essencial na nutrição e no desenvolvimento das plantas, bem como propicia o equilíbrio da microbiota. Em nosso sistema, contribui com umidade do ar, evapotranspirando um litro de água por dia.
Inhame (Colocásia esculenta) fitodepura a água, retirando da solução aquosa os materiais particulados, especialmente os metais pesados, tais como chumbo, cádmio. Com isso, favorece o equilíbrio da estrutura da água (age diretamente com o Hidrogênio e com o Oxigênio), eliminando os distúrbios, “acalmando a água”. A taioba, o gengibre e o lírio do brejo são espécie análogas ao inhame juntos, sanam a água, restituindo sua natureza cristalina.
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jardins do 70 andar fazendinha biodinâmica
Diferente do pátio no pavimento térreo, o longo terraço do sétimo andar do edifício da Escola da Cidade é ensolaradíssimo, sendo esta inclusive uma das razões pelas quais os ambientes junto a ele são desconfortáveis nos dias quentes. A ideia dos jardins nesse terraço é a de que estes atenuem a temperatura nos ambientes contíguos – um monitoramento das temperaturas e da umidade tem sido empreendido para verificar melhorias previstas. Uma oficina de projeto foi realizada para avançar com a instalação dos jardins filtrantes associados à produção de alimentos no 7º andar, tendo sido discutidas as possibilidades para tornar este pavimento adequado em termos de conforto
térmico Instrumentos de projeto associados à compreensão das relações do edifício com as condições ambientais foram apresentados e praticados – a grande contribuição em termos de temperatura no pavimento em questão - a cobertura - não será objeto de intervenção neste projeto, sendo aqui prerrogativas as ações que atenuam a radiação na fachada e que venham a promover um microclima favorável. O projeto acabou por definir que se utilizassem os canteiros já existentes no terraço, introduzindo-se associados a eles instrumentos de captação de águas, e que se deveria estimular uso dos espaços como locais de convívio, aproximando o cotidiano da produção de alimentos.
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projeto para o jardim do 7ยบ andar
Das espécies cultivadas no ambiente de sol pleno e de sua função no biofiltro: Assim como no térreo, o manejo aqui aplicado é biodinâmico - esse ritmo é fundamental no processo para potabilizar a água. Sem ele, o processo não se completa, bem como a gestão sistêmica, especialmente dos recursos (tratados como resíduos) não se realiza. No ambiente do terraço do sétimo andar, foi implantado um jardim filtrante comestível, baseado nas culturas convencionais. Nesse processo, a alelopatia (a simbiose entre plantas, água, mineral e matéria orgânica) é primordial, Quando estabelecemos nichos de plantas companheiras, favorecemos o equilíbrio da natureza da água, devolvendo-lhe a sua estrutura. O policultivo intensivo também é fundamental porque as águas pluviais paulistanas precipitam todo tipo de material particulado que contamina o ar, formando uma estratosfera, deformando a estrutura da Terra, reduzindo o oxigênio. O jardim filtrante fazendinha biodinâmica, parte do Programa Escola da Cidade Verde, metaboliza gases redutores: esse manejo é essencial para a vida na Terra, para todos os seres, incluindo os humanos (o homem urbano especialmente). Nesse sentido, o jardim filtrante contribui com o pagamento
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das cotas de carbono do Brasil, fazendo com que a Escola da Cidade, através da Plataforma habita-cidade, possa se cadastrar na CCA Câmara de Compensação Ambiental. Das espécies e suas funções.
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Alface, coentro (fitodepuram o hidrogênio: nesse caso o alface deve ser compostado e o coentro pode ser consumido por humanos), cebolinha, couve, rúcula, mostarda, gengibre. salsa, capuchinha, hortelã do norte, jiló, berinjela (fitodepuram elementos relacionados com o enxofre), manjericão, morango, beterraba, tomate, quiabo, sálvia, alface, mostarda (fitodepuradoras dos elementos ácidos, são espécies alcalinizantes), tomilho, milho, leguminosas, trigo, tiririca, alfazema, moringa, pimentão, batatas (fixam macros e micros nutrientes). O manejo da Fazenda Ecológica Pau Brazil (Programa Escola da Cidade Verde) exige um ritmo mínimo de manutenção, já que o sistema de filtragem d’água funciona como um sistema autônomo de irrigação.
terra
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couve
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JD2 - Fazendinha Biodinâmica Projeto JD2 - frentes de desenvolvimento do projeto: caixas d’água para captação de águas pluviais/ estrutura de sombreamento/ bancos-jardineiras-reservatório de água potável/ sistema fotovoltaico
Plantio JD2 - esquema vasos; espécies Vasos existentes: vasos de argamassa armada: 2 grandes; 16 pequenos vasos de plástico: 2 pequenos vasos de cerâmica: 1 prismático alto, 1 circular baixo, 1 circular alto
Montagem JD2 - materiais
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Considerações sobre o Projeto
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Houve a inserção do Projeto no que passou se chamar de Programa Escola da Cidade Verde do Grupo de Estudos APAUP (Arquitetura, Permacultura, Agroecologia Urbana e Periurbana), que articula a Plataforma Habitacidade (com seu Programa Hortacidade) e o Centro Acadêmico da Escola da Cidade (com seu programa ATUAEC). A ideia desse Programa Escola da Cidade Verde é expandir para uma atuação sistêmica o Projeto Fazenda Ecológica, fazendo com que questões antes não contempladas como gestão de todos os resíduos sólidos da Escola da Cidade e a presença intensiva dos alunos intensificassem ainda mais as dinâmicas comunitárias que poderão resultar em produtos e serviços que promovam recursos e autofinanciamento para todos os integrantes da comunidade da Escola da Cidade e de sua vizinhança. Essa articulação aponta para um maior enraizamento do Projeto e de seus saberes e dinâmicas na comunidade da Escola da Cidade, trazendo para a discussão e gestão do mesmo os alunos da Instituição. No âmbito do APAUP se decidiu tornar o Projeto da Fazenda Ecológica uma série de ações que, no seu conjunto,
compõem uma Certificação em Saneamento Básico Ecológico. As várias etapas da instalação dos jardins filtrantes associados à produção de alimentos na Escola da Cidade passam, assim, a constituir um curso com Certificação própria, além de ser um módulo de um PDC em Agroecologia Urbana, que conta com outros cinco módulos intercalados com o Projeto Fazenda Ecológica (Jardins filtrantes Escola da Cidade verde). Como mencionado acima, com o intuito de tornar ainda mais orgânico o Projeto junto à Instituição Escola da Cidade, os seus professores de Tecnologia foram convidados a participar das ações de desenvolvimento do design dos jardins filtrantes, que passam a ter processos de projeto coletivo e na forma de oficinas.
Ações realizadas durante o processo •
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Reuniões de Organização do Projeto – reuniões semanais para orientação e desenvolvimento tecnológico do projeto Reuniões quinzenais do Grupo de Estudos APAUP, que se dedica à conceituação e ao desenvolvimento do Programa Escola da Cidade Verde e à gestão horizontal.
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Desenvolvimento de estudos para o Jardim do pátio pequeno
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Reuniões preparatórias das Oficinas (Workshops) – Definição do Calendário.
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Aula inaugural com esclarecimentos sobre princípios da Permacultura, Agroecologia, sua interação com a Arquitetura, além de apresentação do APAUP, suas ações e sobre o Projeto Fazenda Ecológica (Jardins da Escola da Cidade Verde).
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Oficina de projeto para a instalação dos jardins filtrantes da Escola da Cidade
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Oficina de ensaio do uso dos materiais pretendidos
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Oficina de montagem do canteiro-filtro
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Ligação do sistema que inclui o canteiro-filtro no pátio pequeno no pavimento térreo
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Oficina de projeto para os jardins do terraço do 7º andar
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Oficina de plantio nos canteiros do 7º andar
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Oficina de montagem do sistema filtrante no 7º andar
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A Plataforma habita-cidade, a Fundação Campo Cidade e a Associação Cáritas São Francisco apresentam a programação das ações de 2017
CALENDÁRIO 2017 PDC Arquitetura na Permacultura
Ação: Incubação do Programa hortacidade.
Curso 1
Núcleos: • Fazenda Biodinâmica Demétria Brasileira –Núcleo Verava e Núcleo Cachoeira (rural) • Programa Escola da Cidade Verde (urbano) • EA JOGO Jandira Organismo Grande Oeste laboratório urbano de Agroecologia, Permacultura, Arquitetura e Educação aplicada. A partir do um conjunto de hortas agroecológicas implementadas nas creches e em áreas de propriedade ou geridas pela Associação Caritas São Francisco (periurbano).
De 29 a 31 de março – Escola da Cidade – Núcleo urbano – base teórica Temas: Permacultura, Agricultura Biodinâmica, Bioarquitetura Final de tarde em Jandira: Festa da Água – Yara Mãe doce
Ações relacionadas ao PDC Arquitetura na Permacultura, com linha pedagógica defendida como Waldorf popular, com produção agroflorestal biodinâmica tropical, de caatinga e cerrado.
01 e 02 de abril – campo Ibiúna - Oficina: aplicação de bioconstrução e hortas biodinâmicas automatizando a irrigação. Calendário astronômico agrícola. 22 e 23 de abril – campo JOGO, Oficina Temas: preservação ambiental, agroflorestal, produção de água. Saneamento básico ecológico. Geocasa. Casa do Pai Encerramento: Final de tarde com festa da Terra – Brazil: amor, ordem, Permacultura, Arquitetura
06 e 07 de maio – campo Ibiúna Tema: cordão vegetal, adubação verde, gestão de biomassa, preparados biodinâmicos, assentamento humano: sustentabilidade e educação
17 e 18 de junho – campo Ibiúna Tema: preservação ambiental, agroflorestal, produção de água. Saneamento básico ecológico. Organismos sustentáveis
20 e 21 de maio – campo Ibiúna Tema: economia doméstica, produção de energia, gestão de resíduos, certificação participativa, rede de escoamento.
01 e 02 de julho – campo Ibiúna Tema: cordão vegetal, adubação verde, gestão de biomassa, preparados biodinâmicos, assentamento humano: sustentabilidade e educação. Temas: economia doméstica, produção de energia, gestão de resíduos, certificação participativa, rede de escoamento.
Curso 2 De 31 de maio a 02 de junho – Escola da Cidade – Núcleo urbano – base teórica Temas: Permacultura, Agricultura Biodinâmica, Bioarquitetura
Sugestão: acampamento ecológico nas férias. Fazenda biodinâmica Demétria Brasileira
Curso 3 03 e 04 de junho- campo JOGO Festa semana do meio ambiente dentro da gente. Oficina: aplicação de bioconstrução e hortas biodinâmicas automatizando a irrigação. Calendário astronômico agrícola.
De 16 a 18 de agosto – Escola da Cidade – Núcleo urbano – base teórica Temas: Permacultura, Agricultura Biodinâmica, Bioarquitetura
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Curso 4 19 e 20 de agosto – campo JOGO Oficina: aplicação de bioconstrução e hortas biodinâmicas automatizando a irrigação. Calendário astronômico agrícola. 02 e 03 de setembro – campo Ibiúna Temas: preservação ambiental, agroflorestal, produção de água. Saneamento básico ecológico. Organismos sustentáveis 68
16 e 17 de setembro – campo JOGO Temas: cordão vegetal, efeito de borda, adubação verde, gestão de biomassa, preparados biodinâmicos, assentamento humano: sustentabilidade e educação. Encerramento com festa da primavera 30 de setembro e 01 de outubro – campo Ibiúna Temas: economia doméstica, produção de energia, gestão de resíduos, certificação participativa, rede de escoamento.
De 18 a 20 de outubro – Escola da Cidade – Núcleo urbano – base teórica Temas: Permacultura, Agricultura Biodinâmica, Bioarquitetura 21 e 22 de outubro – campo Ibiúna Oficina: aplicação de bioconstrução e hortas biodinâmicas automatizando a irrigação. Calendário astronômico agrícola. 04 e 05 de novembro – campo JOGO Temas: preservação ambiental, agroflorestal, produção de água. Saneamento básico ecológico. Organismos sustentáveis Encerramento com festa dia da Independência, dia da Permacultura. 18 e 19 de novembro - campo Ibiúna Temas: cordão vegetal, efeito de borda, adubação verde, gestão de biomassa, preparados biodinâmicos, assentamento humano: sustentabilidade e educação.
02 e 03 de dezembro – campo JOGO Temas: economia doméstica, produção de energia, gestão de resíduos, certificação participativa, rede de escoamento. Ritmo semanal Educação ambiental na prática. A Plataforma habita-cidade oferece ritmo semanal de oficinas, conversas, atelier, laboratórios de tecnologias verdes, nutrição e desenvolvimento humano. As oficinas são balizadas pela Permacultura, agricultura biodinâmica, bioarquitetura. Nossas oficinas seguem o ritmo do calendário biodinâmico, aplicando-se um programa de educação ambiental: o meio ambiente dentro da gente. O ritmo ocorre nos núcleos-laboratórios da plataforma habita-cidade, em meios urbano e rural, com práticas para a sustentabilidade do assentamento humano. Terças ambientais Das 9 às 16 horas, no JOGO, Jandira-SP,
Quartas ambientais Das 9 as 12, no LABSUS, Escola da Cidade, metro República, Capital-SP Sextas ambientais Das 9 às 16 horas, Fazenda Biodinâmica Demétria Brasileira – Núcleos Cachoeira e Verava, Ibiúna-SP.
Investimento Curso Arquitetura na Permacultura – PDC e Agroecologia À vista R$ 400,00 Parcelado em duas vezes de R$ 210,00 Ritmos semanais: Terças, quartas e sextas ambientais: Gratuito. Corpo Docente Luis Octavio de Faria e Silva, Cristina Brasileira, Rainer Grassmann, Anália Amorim, Roberto Pompéia, Valdemir Rosa, Sylvio Barros Sawaya, Ondalva Serrano, Rita Buono, Caian Gerolamo e convidados.
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Prologue Arq. Sylvio Barros Sawaya
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The material presented here, due to its idea of disseminating some tactics, may give a first impression of being a technical manual, but it is more than that – it shows technique as an aggregator of people. We see an account of combined actions that create a movement in which one can perceive the affirmation of an aggregating feeling and, therefore, of social proposal of articulation, with a perspective of what Milton Santos called horizontality. The dynamics of production and the proposal of collective authorship make us think of the idea of a social design, the expression of a community, something that will slowly take effect: the time for consolidation of horizontal actions is slow, different from what happens with incisive verticalities. The expression of the community appears slowly, marked by the designs and desires of many, and arises from a process that points to the structuring of the Place, in a full sense, something that will happen through drawing, closely linked to the aggregation of people. There is an education of the drawing of the Place to be
made in the school where one draws, and each Place is a garden with its own expression. That the gardens of the green Escola da Cidade make it possible to advance with the articulation of the people, whose required knowledges are important to be made explicit timely. We wait for the unfolding of this movement carried out in function of the slow creation of Places that belong to all and that imply in the resistance and permanence in the transformation facing what comes top-bottom with its limited logics that try to manipulate, ignoring this extensive and alive thing that is always and always being reproposed.
Filter Gardens Escola da Cidade Verde Initiative by Platform habita-cidade, with support from Mahle Institute, KTH, 2016
Project: Pau Brazil Ecological Farm; ecological sanitation and alternative urban biodynamic farming practices Local: Escola da Cidade - School of Architecture and Urbanism, Sao Paulo, Brazil The Platform habita-cidade defends bringing to the center of human habitat a biodynamic production of food and water, connecting them to each other, both being fundamental rights that are advocated as associated with housing, another basic human right, creating the possibility of a, in a comprehensive sense – of life support - green dwelling. It is aimed a systemic habitat, with agricultural production connected to sanitation which, in turn, is an eco-biological effluent filtration system. The execution of gardens that make treatment of stormwater by constructed wetland and food production from a biodynamic agriculture has been understood as a catalyst to transform the building of the Escola da Cidade in a green organism, in line with 21 Agenda premises.
In this sense, it is part of what was called Escola da Cidade Verde Program*, which puts in perspective a sustainable architecture, also called bioarchitecture, in the construction of human habitat, in an applied and experimental way. Proponent of the Program, the Platform habita-cidade, which emerged in the Postgraduate course Housing and City, held at Escola da Cidade, has as its prerogative the conscious and up-to-date design of the human habitat, both in regard to housing as to urban facilities and infrastructure. Biofilter 71
A filtering Garden is a set of combinations and relationships between the vegetable, animal (microbiota) and mineral kingdoms, established in order to heal the water, the essence of life on earth. In this type of garden, relations are aspects of the relation of water with earth, which flows, influences and effluves, amalgamating the kingdoms mentioned and, with this, the structure and nature of soil and elements. When in the garden, certain plant species with certain types of bacteria, combined with organic matter, silicon, clay, sulfur, copper, limestone, granite and basalt are added according to specific needs, and a biological filtration
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process is created, influencing the “spirit “ of the effluent, establishing a living sanitizing system. If the system is guided by biodynamic1 management, human consciousness, coupled with the mechanics of the above-mentioned kingdoms, especially the vegetable kingdom, establishes a macrocosmic relationship, favoring the fertilization of the soil. Encouraged the development of life, it is realized, with equivalent intensity, be it in the solid state, in the liquid or the gaseous, always in a symbiotic game, in a biodance with infinite possibilities of exchanges and tensions. Affected, ecosystem services favor socio-biodiversity and, with this, the life represented in all realms is fully realized, in a sustainable, solidary and just way.
1. The management follows the Agricultural Astronomical calendar and the Seasonal calendar - respecting the ideal season for the cultivation of each species, between the seasons of the year, with rotation and crop consortia, interspersing the spacings with flowering plants, especially the mellifera, for the purpose Of attracting ecosystem services, it is possible to attract natural friends and obtain beneficial results in the control of pests and diseases.
Green City School Program Although, at the outset, the gardens installed at Escola da Cidade have been established to cure rainwater, besides producing biomass and food, a biodynamic system is configured with them, which can be expanded successively with, for example, the installation of mini Systems of water wheels to generate energy, photovoltaic panels, earthworm tanks etc. The implementation of this system shows ways for architecture, in which buildings can bring sustenance and income to their inhabitants, environmental comfort and a beauty organically related to natural cycles, favoring nutrition and human development. The idea is to advance in the implementation of a Local Agenda 21, inserting in the management of the Escola da Cidade a systemic thinking that presupposes horizontality, union of the sectors in an Interdependent, interdisciplinary Program, and that can be subsidized by the own system, being able to participate in programs as CCA - Environmental Compensation Chamber, contributing to compliance with the agreements sealed by Brazil in the face of climate change. The system advocated by the Platform habita-cidade was installed in two areas of the building: in the small courtyard
on the ground floor, where was identified its potential to become a kind of plant care laboratory, and in the long terrace on the seventh floor that is sunny and can house a significant food production to be shared by all those who are part of the school community - staff, teachers, students and members of the Association that sponsors the educational institution. The expectation is that actions such as the filter gardens enter the agenda of the school, which is in continuous transformation, to be converted into an organism that produces clean water, healthy food, which treat its waste as a resource, with a agroecosystemic management of what occurs during its operation and maintenance, in addition to establishing energy production mechanisms, use of low-impact materials, practices that are stimuli for dynamics that reinforce Community dimension, a continuous training of all involved, something inherent in an educational institution. In this sense, a systematic monitoring of the Escola da Cidade building is being orchestrated, with continued observation of its spending and the installation of measuring equipment of temperature, humidity, lighting, noise etc. the idea is to make allowances for future actions which, as mentioned above, should point to form a green organism.
Gardens of the small courtyard - Garden Lab Several studies were carried out to these gardens, to incorporate the collaboration of more teachers, students, staff and stakeholders. With the joining to the project of several Escola da Cidade teachers of Technology it was brought with force the discussion of the gardens structure, designed in bamboo for it is so important and very low impact material and, being so, its possibilities should be studied. Due to a deep-rooted culture of cement use among architects, its alternative of greater rationality - the reinforced mortar - was appropriated in a combined use with bamboo and PET bottle threads fabric. Use of CPIII cement was prioritized, because of its using of blast furnace slag, thus being allocated as a material which should be understood as a resource, despite it is still often treated as something to be discarded. To the extent that an experience within an education institution must have a sense of research, there has been a decision of using in a combined way the bamboo, reinforced mortar structures by a web of PET yarns, indicating a structural use for this material which represents a significant part of what is discarded every day in Sao Paulo and in the planet
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and, although in the Escola da Cidade this material is being avoided, in its immediate surroundings it is noticeable that a large volume of PET bottles are collected by collectors and trucks linked to official collection of waste. There was a design workshop for the discussion on the implementation of the filter gardens at Escola da Cidade, followed by a week of testing the combined use of bamboo, mortar and PET yarn plot. The assembly of the ground floor vase-filter in Escola da Cidade building was ultimately made by students, faculty and staff, and was concluded with the planting of species suitable for the constructed wetland in the existing conditions in the courtyard that has little sunlight and therefore assumes plants that develop in shade. 30 cm diameter pipes were installed to serve as cistern for rainwater collected from existing conductors and connected to the vase filter. The water is phyto depuraded and at the end of the filtering process, launched into a tank of clean water to be consumed by the Escola da Cidade community. Composition and functions of the Filtering Garden, which is “bio-logical� (with logic attuned to cycles related to life) from its preliminary perception:
In its planning, the filter garden has its composition determined by the effluent to be healed. The plant species are determined by the medium, microclimate, photoperiod (amount of light) and elements that contaminate. Each compost of the biofilter has at least one function, but it can be magnified, resulting in multiple functionalities that heal. The rhizosphere, for example, removes particulate matter suspended in the aqueous solution, and also provides the habitat for bacterial colonies. The clay has the function of retaining in the soil solution the particulate materials (pollutants). In the Filtering Gardens of Escola da Cidade, due to the environment where they were installed (half shade in the ground floor patio and full sun on the seventh floor terrace), the implementation of the system favored the socio-biodiversity. At ground level we have a system with half shade edible plants, 70% of PANCs (unconventional food plants) originating from the Atlantic Forest, with broad leaves (by evapotranspiration capacity, favoring thermal comfort), consorciated with ginger, Horsetail (silica plant), yam, taioba and trapoerabas. Species and their functions as biofilters:
Imbê or banana de macaco - monkey banana - (Philodendron bipinnatifidum): Atlantic forest plant, its fruit is very tasty, active principle oxalate of calcium. Classified as PANC plant, in our garden it has the function of producing food, neutralize the pH and evapoperspire, providing humidity of the air. Pacová or wood slug (philodendron martianum) native to the Atlantic forest, calcium oxalate is also an active principle. In our filter garden it neutralizes the pH and boosts the quality of the air. Horsetail (Equisetum) exotic species, widely used in folk medicine. In biodynamic agriculture it is considered vegetable silica. It incorporates silica, essential in the nutrition and development of plants, as well as propitiates the balance of the microbiota. In our system, it contributes with moisture from the air, evapoperspiring a liter of water per day. Yam (Colocásia esculenta) purifies the water by removing particulate materials from the aqueous solution, especially heavy metals such as lead, cadmium. With this, it favors the equilibrium of the water structure (acts directly with Hydrogen and with Oxygen), eliminating the disturbances, “calming the water”. Taioba, ginger and lily of the marsh are species analogous to yam - together, they heal the water, restoring its crystalline nature.
7th Floor Terrace Gardens - Small Biodynamic Farm Unlike the patio on the ground floor, the long terrace of the seventh floor of the City School building is very sunny, which is even one of the reasons why the rooms beside it are uncomfortable on hot days. The idea is of a garden terrace that helps mitigate the temperature in adjacent rooms –monitoring of temperature and humidity has been undertaken to verify planned improvements. A design workshop was held to proceed with the installation of filter gardens associated with food production on the 7th floor and discussions were held on the possibilities to make this pavement suitable in terms of thermal comfort, design instruments linked to the understanding of building relationships with environmental conditions were presented and practiced - the great contribution in terms of temperature on the pavement in question – rooftop - will not be object of intervention in this project, being here prerogatives the actions that reduce the radiation on the facade and that will promote a favorable microclimate . The project eventually set the use of existing vases on the
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terrace, introducing, associated with them, water catchment instruments, and that one should encourage the use of those spaces as meeting places, approaching the daily dynamics with food production. Of the species cultivated in the environment of full sun and its function in the biofilter:
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As in the ground floor, the management applied here is biodynamic - this rhythm is fundamental in the process of water purification. Without it, the process is not complete, and systemic management, especially of resources (treated as waste) is not realized. In the ambience of the seventh-floor terrace, an edible filtering garden, based on conventional crops, was implanted. In this process, allelopathy (the symbiosis between plants, water, mineral and organic matter) is primordial. When we establish niches of companion plants, we favor the balance of the nature of the water, giving back its structure. Intensive polyculture is also essential because rainwater from São Paulo precipitates all kinds of particulate matter that contaminates the air, forming a stratosphere, deforming the Earth’s structure, reducing oxygen. The Biodynamic Farmland filtering garden (Fazendinha
biodinâmica), part of the Escola da Cidade Verde Program, metabolizes reducing gases: this management is essential for life on Earth, for all beings, including humans (the urban man especially). In this sense, the filtering garden contributes to the payment of Brazilian carbon quotas, so that the City School, through the habita-cidade Platform, can register with the CCA Environmental Compensation Chamber. Of the species and their functions. Lettuce, coriander (phytodepurates hydrogen: in this case lettuce must be composted and coriander can be consumed by humans), chives, cabbage, arugula, mustard, ginger. Parsley, capuchin, northern mint, jiló, eggplant (plant-stuffed sulfur-related elements), basil, strawberry, beetroot, tomato, okra, sage, lettuce, mustard (thyme deodorants) Legumes, wheat, tereza, lavender, moringa, paprika, potatoes (fix macros and micro nutrients).
Considerations on the Project There was the inclusion of the project in the now called Green Escola da Cidade Program of the APAUP Study
Group (Architecture, Permaculture, Urban and Peri-urban Agroecology), which articulates the habita-cidade Platform (with its Hortacidade Program) with the students Academic Center of Escola da Cidade (and its Program called ATUAEC). The idea of this Green Escola da Cidade Program is to expand to a systemic action the Ecological Farm Project, including issues not previously contemplated as the management of all solid waste from the Escola da Cidade and intensive presence of students, something that intensify Community dynamics and may result in products and services that promote self-financing and resources for all community members of the school and its vicinity. This link points to a better rooting of the project and of their knowledge and dynamics in the Escola da Cidade community, bringing to the discussion and management the students of the institution. Under the APAUP it was decided to make the project of Ecological Farm a series of actions that, taken together, provides a Basic Ecological Sanitation Certification. The various stages of installation of filter gardens associated with food production at the Escola da Cidade thus constitute a course with its own certification, as well as being
a module of a PDC in Urban Agroecology, which has five other modules interspersed with the Ecological Farm project (filter gardens of Green Escola da Cidade). As mentioned above, in order to make the Project even more organic to the Institution Escola da Cidade, its technology teachers were invited to participate in the design and of the development actions of the filter gardens, which have been developed through collective design processes and workshops. Actions during the process 77
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Project Organization meetings - weekly meetings for guidance and project technological development Fortnightly meetings of APAUP Study Group, which are dedicated to the conceptualization and development of the Green Escola da Cidade Program and horizontal management. Development studies for the small courtyard garden Preparatory meetings of the Workshops - Setting of the Calendar. Inaugural class with clarification on principles of Permaculture, Agroecology, its interaction with ar-
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chitecture, as well as presentation of APAUP study group, its actions and the Ecological Farm Project (filtering gardens of Green Escola da Cidade). Design workshop for the installation of filtering gardens of Escola da Cidade Workshop for testing use of intended materials Assembly workshop of vase-filter System Connection of vase-filter in the small courtyard on the ground floor Design workshop for 7th floor terrace gardens Workshop of planting on the 7th floor vases Assembly workshop of the filter system on the 7th floor
JD1 - Green Lab - canoe construction Project JD1 - Workshop of collective project - discussion about the project, model - material used Sheets of sulfite paper / parchment paper / stilettos / scissors / Nylon clamps / barbecue sticks
JD1 tests - material used (1: 2) - 200X60X3cm = 0.036m3 (cement 21.6kg, sand 43.2kg, water 7.56l - 35% of the cement) - one experiment with ARI cement and another with CPIII Bamboo mat with mooring of PET wires, also serving as form and frame of mortar.
Mounting JD1 - material used Canoe - mortar with average thickness 2.5cm - volume 0,12m3; Trace 1: 2 (600 kg of cement per m3 of mortar) - on 23/08 test of the skillet 8% moisture in the sand Material used: 96kg cement; Sand 192kg (wet 208.7kg); Water 38l (21,3l discounting what is in the sand) - 5 cement mixers with 19,2kg cement, 41,74kg sand, 4,26l water) Clean water tank - mortar thickness 2.5cm - volume 0,07415m3 + cover 0,0306m3 = total 0,10475m3: cement 75,42kg; Sand
150.84kg (163.96kg wet sand); Water 30l (19.5l discounting moisture from the sand) - 4 concrete mixers
Planting JD1 - scheme adopted in sails / filter; species JD2 - Biodynamic Farm Project JD2 - project development fronts: rainwater catchment areas / shading structure / benches-drinking water reservoir / photovoltaic system
Planting JD2 - scheme vessels; species Existing vessels: Pots of reinforced mortar: 2 large; 16 small Plastic cups: 2 small Ceramic vases: 1 high prismatic, 1 low circular, 1 high circular
Mounting JD2 - materials
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A Escola da Cidade, através das ações da Plataforma habita-cidade, promove a capacitação de arquitetos permacultores e agricultores paisagistas urbanos, configurando-se, para os interessados na certificação (PDC), em cursos livres de 72h. A equipe técnica da Plataforma habita-cidade é responsável pela manutenção do sistema de jardins filtrantes instalados no edifício da Escola da Cidade. Para tanto, realiza práticas em um ritmo semanal quando se empreendem ações relacionadas à especialização de arquitetos permacultores e, mensal, para celebrar e apresentar resultados, além de apresentar o planejamento do mês seguinte.
Escola da Cidade, through the actions of habita-cidade Platform, promotes the training of permaculture architects and urban landscape gardeners, becoming, for those interested in certification (PDC), in courses of 72 hours. The technical staff of habita-cidade Platform is responsible for the maintenance of the system of filtering gardens installed in the building of Escola da Cidade. To do so, it carries out practices in a weekly rhythm when actions related to the specialization of permaculture architects are undertaken and, monthly, to celebrate and present results, besides presenting the planning of the following month.
Participantes: Adelmo Pereira de Souza Lima Ailton Lima Ana Carolina Medeiros Ana Clara Marin Oliveira Ana Gabriela Wilhelm Mamedov Anália M M C Amorim André Garcia Angelica Cristina Novais Anita Abreu Solitrenick Bruna Bombarda Bruna Vitoria Camila R S Perez Ungaro Carolina Dentes Cauê F Marins Cezar Brigatti Cristina Brasileira Daiane Faria Alves Danila de Lima Rodrigues Deleon Assunção Eliane Barcellos Elineide Duarte
Evy Hannes Fernanda Bueno Galloni Fernanda Costa Vaidergorn Flavia D’avila Flavia Moroni Giulia Boraso Giagio Isabelle Salles Isadora de Barros João Rui Mendes Reis Juliana Cristina S Ricci Topazi Julie Uszkurat Carvalho de Oliveira Karime Abed Zaher Leile Cacacci Leticia Yumi Lucca Defendi Carneiro Ferreira de Mello Luis Cacacci Luis Octavio de Faria e Silva Luiz Felipe Prandini Orlando Mably Rocha Maia Levinbuk Schmiliver Marcia Braga Candido
Maria Carolina Caldas Castilho Ramos Maria Mercedes Milesi Mario Teixeira Mateus Tenuta Martins Marilene da Silva Bastos Natalia C Moretti Santos Naymi Lobato Noelia Monteiro de Ribeiro Patricia Odineia Garcia Rainer Grassmann Ricardo Caruana Rita Buoro Roberto Guedes Roberto Pompéia Roseli Vecchio Sandro Friedland Tamara Chaimovitz Siberfeld Tatiana Ferreira Valente Valdemir Lúcio Rosa Wilson Assunção
A Escola da Cidade, através das ações da Plataforma habita-cidade, promove a capacitação de arquitetos permacultores e agricultores paisagistas urbanos, configurando-se, para os interessados na certificação (PDC), em cursos livres de 72h. A equipe técnica da Plataforma habita-cidade é responsável pela manutenção do sistema de jardins filtrantes instalados no edifício da Escola da Cidade. Para tanto, realiza práticas em um ritmo semanal quando se empreendem ações relacionadas à especialização de arquitetos permacultores e, mensal, para celebrar e apresentar resultados, além de apresentar o planejamento do mês seguinte.