REVISTA DA INDUSTRIA DA PEDRA NATURAL NATURAL STONE INDUSTRY MAGAZINE PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL Nº 99 - 25º ANO 4º TRIMESTRE 2010 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO DIRECTOR NUNO HENRIQUES C.I.P. Nº 2414 nuno@rochas.info PROPRIEDADE COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA. NIPC - Nº 502 102 152 EDITORES: COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.
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ADMINISTRAÇÃO, REDACÇÃO E PUBLICIDADE: Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A 1170 - 119 LISBOA - PORTUGAL Telef.: + 351 21 812 37 53 | Fax: + 351 21 814 19 00 E-mail: rochas@rochas.info www.rochas.info ROCHAS&EQUIPAMENTOS E A SUA DIRECÇÃO EDITORIAL PODERÃO NÃO CONCORDAR NECESSARIAMENTE COM TODAS AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS PUBLICADOS OU POR AFIRMAÇÕES EXPRESSAS EM ENTREVISTAS, COMO NÃO SE RESPONSABILIZA POR POSSÍVEIS ERROS, OMISSÕES E INEXACTIDÕES QUE POSSAM EVENTUALMENTE EXISTIR. ROCHAS&EQUIPAMENTOS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA ASSOCIAÇÃO SECTORIAL. DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL: EMPRESAS EXTRACTORAS E TRANSFORMADORAS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL, FABRICANTES E REPRESENTANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, ABRASIVOS, FERRAMENTAS DIAMANTADAS, ACESSÓRIOS, ARQUITECTOS, CONSTRUTORES, DESIGNERS, ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS, ENTIDADES OFICIAIS, ENTIDADES BANCÁRIAS, UNIVERSIDADES, INSTITUTOS E FEIRAS SECTORIAIS. PREÇO: 8,00 € DEP. LEGAL Nº 40622/90 REGISTADO NO I.C.S. Nº 108 066 ROCHAS & EQUIPAMENTOS É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:
CORRESPONDENTES: Brian Robert Gurteen - Alemanha Cid Chiodi Filho - Brasil Manuel Santos Guedes - Portugal Marco Selmo - Itália Paulo Flório Giafarov - Brasil Sérgio Pimenta - Bélgica BÉLGICA
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Sumário Summary Editorial Editorial
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UMA NOVA EXPERIÊNCIA DE ARTE EM TERRAS DE XANGAI
EDITORIAL Estudos Studies
CALÇADA PORTUGUESA NO MUNDO
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PROJECTOS INTEGRADOS Notícias News
INSTRUMENTO DE GESTÃO DOS RECURSOS MINERAIS E PROTECÇÃO AMBIENTAL O PROJECTO INTEGRADO DO NÚCLEO DE PEDREIRAS DA MATA DE SESIMBRA
Feiras & Congressos Fairs & Congresses
DELLAS, O DESAFIO DA GLOBALIZAÇÃO Mercados Markets 28
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CACHOEIRO STONE FAIR 2010 CONFIRMA MOMENTO POSITIVO DO MERCADO
ESTÉTICAS DA PEDRA PORTUGUESA NA ARQUITECTURA
Sopa da Pedra The Stone Soup
DAMASCO RECEBE 3.ª EDIÇÃO DA SÍRIA STONE 2010 MUSEU DO FERRO RECEBE PALESTRA SOBRE OS XISTOS DE TRÁS-OS-MONTES
HÁ DESENVOLVIMENTOS IMPORTANTES NA CHINA?
AGENDA 2010 | 2011
Materiais Materials
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COMUNICAR A PEDRA NATURAL 70
OS SABORES DA PEDRA
CIMERTEX MADEIRA REFORÇA PENETRAÇÃO EM CABO VERDE
ESTREMOZ RECEBE DEBATE SOBRE A PEDRA
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Boas Práticas Best Practices
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NOVAS REGRAS PARA DEPOSIÇÃO DE INERTES NA MADEIRA
CANAL ABERTO Tecnologia Technology
ÍNDIA PREPARA FEIRA INTERNACIONAL DE MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO
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MOVITER
R & E Buyers Guide R & E Buyers Guide
SOLUÇÕES PARA DEMOLIÇÃO E RECICLAGEM
BUYERS GUIDE
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Editorial Editorial Caros Leitores, Nuno Esteves Henriques
nuno@rochas.info
A próxima edição vai ser publicada em Janeiro do próximo ano. Será a edição número 100. Tenho motivos para comemorar? A mim parece-me que sim. Significam 25 anos de publicações. Orgulhoso? Sem dúvida. Mas, ao olhar para este ano que decorre, espero que o próximo seja bem melhor. Precisamos disso. Merecemos isso. Este, foi longo e trabalhoso. Estivemos presentes em diversas feiras, um pouco por todo o mundo. Entre tantas, umas mais relevantes que outras, posso falar-vos da Vitória Stone Fair realizada no Brasil. A Feira de Vitória é uma das cinco feiras mais importantes do mundo e a maior da América Latina. A Rochas & Equipamentos esteve também presente. Logo a seguir, foi a vez da Feira de Xiamen, que foi um sucesso. Recebeu mais de 100 mil visitantes e para muitos, é já a mais importante feira do sector. Em cooperação com esta feira levamos todos os anos empresários do sector a conhecer o maior mercado de pedra do mundo e suas empresas, fomentando parcerias, promovendo produtos, empresas e pessoas. A China nos últimos 10 anos tornou-se o “centro do mundo” para o consumo de Pedra Natural, só em Xangai construiu-se 61.2 milhões de metros quadrados de habitação. Nota ainda para Macau, que com os seus 33 casinos e o seu apetite para o uso de Calçada Portuguesa, continua numa bolha de construção de novos e luxuosos resorts onde a rocha ornamental tem lugar de destaque. Em Maio, estivemos presentes em Madrid e Carrara. A capital espanhola não brilhou com a Piedra. Poucos visitantes internacionais e um escasso mercado interno. Mas o mesmo não se pode dizer da Marmotec, que superou as expectativas e mostrou-se um êxito com as empresas e fabricantes italianos a comparecerem em peso. Em Setembro, estaremos também presentes na Marmommac em Verona. Espera-se outro sucesso. Podemos ainda falar das visitas de arquitectos a fábricas e pedreiras, organizadas em conjunto com a Ordem dos Arquitectos, ou da elaboração do único prémio que promove o uso de rocha ornamental em Portugal. Mas faltariam páginas para vos falar de todas as actividades que decorreram ao longo deste ano. Mesmo em altura de recessão, o sector apresenta potencial de crescimento, dentro de um enquadramento extractivo favorável. Estima-se que todos os anos
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sejam necessárias 3.000 milhões de toneladas de matéria-prima para suprir as necessidades crescentes do velho continente. É no entanto, imperativo que as autoridades tomem as devidas medidas para favorecer uma extracção sustentável, naquele que é agora um sector altamente estratégico. Estar presente numa exposição, é para nós um compromisso com o nosso cliente, consideramo-nos um produto de utilidade para todos aqueles que estão ligados ao sector da pedra natural. A nossa revista tem mantido centenas de contactos com profissionais do sector em todo o mundo. É aqui, que mais fomentamos o nosso papel como veiculo informativo bidireccional. O nosso objectivo é promover junto destes profissionais produtos e serviços, assim como colher informações do mercado internacional. Para isso é fundamental estarmos actualizados e modernizados. Criámos uma edição online da revista com um formato digital moderno, aliado a links para os sites das empresas. É essa a nossa função. Estudar o mercado, entrevistar personalidades importantes no sector, dar a conhecer as empresas nacionais e as internacionais, conhecer os produtos do mercado, aprender com os técnicos, contactar com os gabinetes de arquitectura e construtores. Establecemos também, parcerias com a Ordem dos Arquitectos, com a Faculdade de Arquitectura de Lisboa e a Ebnerverlag. E contámos ainda com o apoio da Direcção Geral de Energia e Geologia, da ASSIMAGRA, da ANIET e da AECP. São 25 anos de dedicação, devoção e empenho. A crise não nos vence. Mesmo com limitações e dificuldades mantemos um espírito empresarial com o objectivo de participar e contribuir para o desenvolvimento do sector, assim como promover a pedra no mundo. Uma última palavra, para todos os colaboradores, clientes e amigos que continuaram e continuam a apoiar a revista, pois sem vós este projecto era etéreo. Obrigado! Bons Negócios.
Nuno Esteves Henriques
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Estudos Studies PROJECTOS INTEGRADOS
INSTRUMENTO DE GESTÃO DOS RECURSOS MINERAIS E PROTECÇÃO AMBIENTAL O PROJECTO INTEGRADO DO NÚCLEO DE PEDREIRAS DA MATA DE SESIMBRA Autores: Ana Amaral - Visa Consultores, S.A. e-mail: aamaral@visaconsultores.com
João Meira - Visa Consultores, S.A. e-mail: jmeira@visaconsultores.com
SUMÁRIO A actividade extractiva tem vindo a atravessar, nos últimos anos, grandes dificuldades. De facto, a situação de esgotamento das áreas licenciadas, aliada à inexistência de áreas alternativas, consignadas em instrumento de gestão do território com uma tipologia de uso compatível com a actividade extractiva, perspectivam o estrangulamento desta actividade. Este cenário terá pesadas implicações ao nível económico, uma vez que afectará toda a fileira industrial. Os Projectos Integrados de núcleos de pedreiras são projectos de âmbito global, através dos quais são identificadas as condicionantes extractivas, ambientais e paisagísticas das explorações. Pela conjugação destas condicionantes com as características de cada exploração, é definida uma solução integrada para o racional aproveitamento de massas minerais em exploração e à boa recuperação das áreas exploradas. A elaboração de Planos de Pormenor, a promover pelas Câmaras Municipais, permitem a compatibilização da actividade extractiva com as condicionantes de ordenamento do território, tendo ainda o propósito de ordenamento dos espaços de exploração, a definição de metodologias e regras de exploração e de recuperação paisagística, considerando a ocorrência do recurso mineral e os imperativos
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ambientais. A inclusão em Plano de Pormenor de áreas definidas para exploração de recursos minerais permitirá no âmbito do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, a elaboração de projectos integrados para pedreiras vizinhas ou confinantes. Pretende-se que as unidades industriais extractivas vizinhas ou confinantes, que apresentam características próprias e objectivos de produção independentes, convirjam nas acções de exploração e de integração paisagística, durante e no final da actividade. Com este artigo pretende-se realizar uma reflexão sobre o modo como os planos de pormenor e os projectos integrados podem dar resposta à gestão racional do recurso mineral, às necessidades de gestão ambiental e conservação da natureza e às condicionantes de ordenamento do território. Apresenta-se ainda o Projecto Integrado do Núcleo de Pedreiras da Mata de Sesimbra
Palavras-chave: Projecto Integrado; Planos de Pormenor; Núcleo de Pedreiras da Mata de Sesimbra
1. COMPATIBILIDADE DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO A localização das explorações de massas minerais, como toda a actividade mineira, está sujeita à condicionante geológica, ou seja, só pode exercerse onde ocorra o recurso. Este aspecto, embora evidente, raramente encontra suporte nos instrumentos de gestão territorial, quer por um insuficiente reconhecimento do território nacional ao nível dos recursos minerais, quer pela concorrência no uso do solo, área em que a Indústria Extractiva tem manifestamente demonstrado pouca capacidade de intervenção. Salienta-se que apesar de o território nacional possuir abundantes reservas de recursos minerais, a maior parte destas reservas encontra-se indisponível para a maioria dos exploradores, quer por pertencerem a terceiros, quer por se encontrarem condicionadas por questões de ordenamento do território, onde se destacam a Reserva Ecológica Nacional, os Sítios Classificados pela Rede Natura 2000, a Rede Nacional de Áreas Protegidas ou outras servidões e restrições de utilidade pública. A diversidade de figuras de ordenamento do território existentes na legislação portuguesa demonstra uma crescente preocupação pelas questões relacionadas com a gestão do território, embora coloque muitas vezes, graves problemas a essa mesma gestão. Com frequência, ocorrem situações de sobreposição, e muitas vezes de contradição, de dois planos de ordenamento para uma mesma região. Tendo em conta as características objectivas destes planos: ordenamento do território, conservação da natureza, preservação da qualidade do ambiente, entre outros, pode afirmar-se, sem grande erro, que estes acabam por condicionar, de uma forma mais ou menos gravosa, as actividades industriais em geral e a indústria extractiva em particular.
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De acordo com a Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto (alterada pela Lei n.º 54/2007, de 31 de Agosto), e com o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro (posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de Abril, pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, pela Lei n.º 56/2007, de 31 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de Setembro, e pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de Agosto), a política nacional de ordenamento do território assenta num sistema de gestão territorial com três níveis de actuação: - O âmbito nacional, que é concretizado através de instrumentos como a Política Nacional de Ordenamento do Território, planos sectoriais consubstanciados, por exemplo, no Plano de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa, e os planos especiais, que compreendem os Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas, Planos de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas e os Planos de Ordenamento da Orla Costeira e os Planos de Ordenamento dos Estuários; - O âmbito regional expresso através de Planos Regionais de Ordenamento do Território; - O âmbito municipal, materializado através de Planos Inter-municipais de Ordenamento do Território, de Planos Municipais de Ordenamento do Território onde se integram os Planos Directores Municipais, Planos de Urbanização e os Planos de Pormenor. Da especificidade de instrumentos de ordenamento do território identificados verifica-se que são inexistentes os Planos específicos para indústria extractiva, qualquer que seja o nível de actuação, nacional, regional ou municipal. Dada a ausência de planos que salvaguardem os recursos minerais a actividade extractiva tornou-se uma actividade fortemente dependente dos instrumentos de gestão em vigor, pelo que a ausência de Planos de abrangência nacional ou regional relati-
vos à extracção de inertes tornou a actividade fortemente subordinada ao estipulado nos PDM’s. De um modo geral, verifica-se que os PDM’s identificam áreas activas de exploração, esquecendo a possibilidade de ampliação ou a implantação de novas explorações, pelo que é necessário recorrer à elaboração de Planos de Pormenor que de forma eficaz procedem à compatibilização do instrumento de gestão do território e o efectivo uso do solo.
2. INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO TERRITÓRIO: PLANOS DE PORMENOR Os Planos de Pormenor (PP’s) desenvolvem e concretizam propostas de organização espacial de áreas específicas do município, definindo com pormenor a sua forma de ocupação. O PP serve de base aos projectos estabelecendo regras sobre a implantação das infra-estruturas, o desenho dos espaços de utilização colectiva, a forma de edificação e a disciplina da sua integração na paisagem. Os PP’s podem adoptar modalidades específicas com conteúdo material ajustado a finalidades particulares de intervenção, previstas nos termos de referência do plano e na deliberação municipal que determinou a sua elaboração, podendo ainda desenvolver e concretizar programas de acção territorial específicas, como é o caso das explorações de massas minerais. As peças que constituem o PP são: - Regulamento; - Planta de implantação, que representa o regime de uso, ocupação e transformação da área de intervenção; - Planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos
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a qualquer forma específica de aproveitamento das massas minerais. Os Estudos de fundamentação que acompanham os PP’s são: - Relatório, contendo a fundamentação técnica das soluções propostas no plano, suportada na identificação e caracterização objectiva dos recursos territoriais, dos valores culturais e naturais a proteger, sua área de intervenção e, por fim, na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execução; - Relatório Ambiental, sempre que seja necessário proceder à avaliação ambiental estratégica, no qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial. Assim, os Planos de Pormenor a efectuar para núcleos de pedreiras permitem: - Caracterizar detalhadamente o território, nas suas múltiplas dimensões, de modo a obter uma base sólida de suporte ao desenvolvimento. - Definir uma matriz de vocações territoriais declinadas numa estratégia de desenvolvimento de médio e longo prazo que visa assegurar uma valorização ambiental da área do plano através: - Do desenvolvimento de programas de acção que assegure a reversão dos (eventuais) passivos ambientais existentes e assegure a boa gestão ambiental da área; - De uma configuração preliminar de ocupação do solo que preserve os principais valores ecológicos e que estabeleça articulações com os espaços envolventes; - De uma visão de longo prazo que considere a exploração como uma primeira etapa no aproveitamento e valorização sustentável dos recursos naturais;
- De uma valorização da eco-eficiência e da utilização eficiente dos recursos, enquanto factor crítico da competitividade económica actual e futura da região; - De uma ambição de excelência ambiental, expressa na criação de explorações que interiorizem ferramentas de acompanhamento dos progressos realizados, que promova a aplicação de processos e de estratégias sustentáveis, que melhore a compreensão e o conhecimento sobre a utilização dos recursos na região.
3. PROJECTOS INTEGRADOS - HISTÓRICO Na década de 90 o Instituto Geológico e Mineiro (actual Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P.) promoveu a elaboração de diversos Estudos Integrados de Impacte Ambiental e Recuperação Paisagística (EIARP) para diversos núcleos de pedreiras, em território nacional. Os principais objectivos dos EIARP realizados foram a promoção da exploração racional do recurso mineral, garantir a viabilidade técnico-económica das empresas envolvidas e assegurar a incorporação de sistemas de protecção ambiental nas actividades extractivas. Estes Estudos foram acompanhados e aprovados pelas entidades que integravam a Comissão de Acompanhamento dos Estudos, criadas caso a caso, e que eram compostas pelas seguintes entidades: a Direcção Regional da Economia; a Direcção Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais (actualmente Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional), a Comissão de Coordenação Regional (actualmente Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional), as Autarquias, entre outras. Destes Estudos resultou um conjunto de medidas,
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com o objectivo de se compatibilizar as explorações integrantes dos núcleos, minimizando se os potenciais impactes a gerar pela actividade industrial e promovendo-se a recuperação paisagística do local, de modo a requalificar a zona afectada pelas explorações, durante e após a exploração do recurso mineral. A inexistência de enquadramento jurídico dos Estudos Integrados, no âmbito da legislação em vigor em Avaliação de Impacte Ambiental, no então Decreto-Lei n.º 186/90 de 6 de Junho, revisto pelo Decreto Lei n.º 278/97, de 8 de Outubro, e Decreto Regulamentar n.º 42/97, de 10 de Outubro, determinou a suspensão de todos os Estudos realizados. A entrada em vigor de legislação em matéria de Avaliação do Impacte Ambiental (Decreto-Lei n.º 69/2000), a qual continua a não enquadrar juridicamente os Estudos Integrados mantém o impasse, mantendo-se suspensos os Estudos Integrados realizados A publicação do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, que alterou a legislação relativa ao licenciamento e exploração de massas minerais, veio trazer um problema acrescido ao consagrar um prazo de 18 meses para a adaptação individualizada de todas as pedreiras existentes, mesmo que integradas em núcleos. - ACTUALMENTE As alterações introduzidas ao Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, vieram criar a figura do Projecto Integrando, que tem como objectivo o racional aproveitamento de massas minerais em exploração ou a boa recuperação das áreas exploradas. A possibilidade de elaboração dos Projectos Integrados é assegurada pelo Artigo 35.º do diploma mencionado, cumprindo as seguintes determinações:
- A entidade licenciadora (Câmara Municipal, Direcção Regional da Economia) ou a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), por iniciativa própria ou a pedido de interessados, ouvidas as entidades que aprovam o plano de pedreira, convida os titulares de pedreiras confinantes ou vizinhas a celebrarem acordo escrito, de cujos termos resulte a realização de um projecto integrado que preveja os moldes de exercício das actividades e a adaptação dos respectivos planos de pedreira com vista a assegurar o desenvolvimento coordenado das operações individualizadas de cada pedreira. - A entidade licenciadora ou a DGEG, consultadas as entidades responsáveis pela aprovação do plano de lavra e do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística, a câmara municipal e os titulares, elabora um projecto de acordo, definindo as condições da coordenação da realização do projecto integrado, das operações e das medidas a tomar com vista à sua implementação, submetendo-o à assinatura de todos os exploradores participantes. Finalizado o projecto integrado, o mesmo é assinado pelas entidades públicas envolvidas na sua elaboração e por, pelo menos, 50 % das entidades exploradoras envolvidas. - Quando do projecto integrado não se verifique ampliação superior a 30 % relativamente ao conjunto das áreas licenciadas ou uma área final de ampliação superior a 25 ha, ficam os exploradores obrigados a mera comunicação prévia à câmara municipal e à entidade competente pela aprovação do PARP, sem prejuízo do cumprimento do regime jurídico de AIA, se aplicável. Se o projecto integrado estiver sujeito ao regime jurídico de AIA, deve entender -se que, para efeitos do disposto no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, tal «projecto integrado» equivale, para efeitos de procedimento, à definição de «projecto» constante da alínea o) do artigo 2.º daquele decreto-lei. - Aprovado o projecto integrado os exploradores
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instalados ou a instalar na área objecto de projecto integrado devem apresentar à entidade licenciadora o plano de pedreira, devidamente adaptado, relativo à área de que são titulares, e respectivo programa trienal acompanhado de memória descritiva relativa ao acerto dos trabalhos de desmonte com implicação em trabalhos adjacentes nas pedreiras contíguas ou confinantes. Os exploradores instalados ou a instalar na área objecto de projecto integrado estão obrigados ao cumprimento das condições previstas na Declaração de Impacte Ambiental.”
4. O PROJECTO INTEGRADO DO NÚCLEO DE PEDREIRAS DA MATA DE SESIMBRA - ANTECEDENTES O núcleo de pedreiras da Mata de Sesimbra, composto por quatro pedreiras de areia e três de argila, é um dos mais importantes núcleos de pedreiras da Área Metropolitana de Lisboa (AML). As explorações de areia são responsáveis por cerca de 40 % do abastecimento da AML e por cerca de 10 a 15 % da produção nacional em agregados arenosos e as explorações de argila abastecem as duas fábricas de cerâmica da Península de Setúbal, onde se produzem tijolos para fornecimento do sector da Construção Civil e Obras Públicas da AML e do Sul do País. As explorações de areia e de argila que actualmente laboram na Mata de Sesimbra têm licenças de estabelecimento, anteriores à publicação1 do Plano Director Municipal de Sesimbra (PDMS), ultrapassando as áreas inicialmente licenciadas. No entanto, e como o regulamento do PDMS não permite ampliações de pedreiras, verificaram-se inúmeras dificuldades para compatibilizar a actividade extractiva com os instrumentos de gestão de ordenamento do território que possuem pedreiras licenciadas na Mata de Sesimbra.
No que respeita à Carta de Ordenamento, destaca-se que a área onde se localizam as pedreiras se integra na Unidade de Planeamento e Gestão (UOPG) Mata de Sesimbra, abrangendo principalmente a classe de espaço «Espaço Florestal», sendo que no regulamento do PDMS se estabelece que o uso dominante deverá continuar a ser florestal. A exploração de recursos minerais e, acima de tudo, a ampliação das pedreiras existentes na área, é incompatível com as disposições constantes no regulamento do PDMS, na UOPG Mata de Sesimbra, embora na Mata de Sesimbra existam em actividade 8 pedreiras. Com a publicação do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML)2 , foi relevada a importância das jazidas da Mata de Sesimbra ao nível da AML, sendo estabelecida a necessidade de criar uma zona de reserva para a exploração de Areia e de Argila na zona. Contudo, a delimitação dessa área de reserva acabou por não ser concretizada, pelo que a actividade de exploração de areias e argilas na Mata de Sesimbra atravessou, nos últimos anos, grandes dificuldades. De facto, a situação de esgotamento das áreas em exploração aliada à inexistência de áreas alternativas com uma tipologia de uso compatível com a actividade extractiva, conduziram a cenários de grande incerteza quanto ao futuro desta actividade na Mata de Sesimbra. Deste modo, em Janeiro de 2000, as empresas que laboram na Mata de Sesimbra em conjunto com os proprietários dos terrenos onde se inserem as suas explorações, acordaram com as entidades com competência na gestão e fiscalização da exploração dos recursos minerais, a elaboração dos estudos de suporte de um Plano de Pormenor, a promover pela Câmara Municipal de Sesimbra, tendo em vista o ordenamento dos espaços de exploração, a definição de metodologias e regras de exploração, assim como a recuperação paisagística integradas e vin-
culativas para todas as explorações, considerando a ocorrência do recurso mineral, as condicionantes de ordenamento do território e os imperativos ambientais. Em Fevereiro de 2005, a Câmara Municipal de Sesimbra, as empresas exploradoras e os proprietários elaboraram e assumiram formalmente o compromisso de gerir de forma racional o aproveitamento dos recursos minerais existentes na Mata de Sesimbra, traduzindo as intenções num documento denominado “Declaração de Compromisso”. A elaboração do referido Plano de Pormenor nos termos acordados em Janeiro de 2000 acabou por não ocorrer. No entanto, os trabalhos até então desenvolvidos foram integrados no Plano de Pormenor da Zona Sul Mata de Sesimbra (PPZSMS), promovido pela Câmara Municipal de Sesimbra onde, para além da possibilidade de implantação de empreendimentos turísticos, foi incluída a gestão das explorações que se inserem na Mata de Sesimbra, com o objectivo de solucionar os problemas de licenciamento e gestão da própria actividade. O PPZSMS foi aprovado em reunião de Câmara, em 28 de Dezembro de 2007, e em Assembleia Municipal, em 15 de Fevereiro de 2007. A sua publicação veio a ocorrer através da Deliberação n.º 1012/2008, de 7 de Abril, publicada em Diário da República. 1
Resolução do Conselho de Ministros n.º 15/98, de 2 de Fevereiro.
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Ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 68/2002, de 8 de Abril.
- O PLANO DE PORMENOR DA ZONA SUL DA MATA DE SESIMBRA O Relatório do Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra (PPZSMS) estabelece que este plano tem como objectivos utilizar os instrumentos
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de Planeamento territorial para: “a) Considerar a Mata de Sesimbra como uma unidade de gestão ambiental integrada, em resposta a uma filosofia partilhada pela autarquia, pelos técnicos da área, e pelas principais organizações ambientalistas, promovendo uma minimização dos impactes ambientais decorrentes da natural ocupação humana; b) Garantir a manutenção e incremento dos valores naturais e paisagísticos, promovendo um planeamento da paisagem e aumentando de forma significativa a capacidade de absorção do CO2; c) Promover as acções que conduzam à contínua recuperação, manutenção ou requalificação dos ecossistemas associados à Lagoa de Albufeira e suas margens, bem como às faixas litorais, minimizando, ao máximo, a ocupação das propriedades que confinam com esta área sensível.” A área de implantação do Plano de Pormenor abrange cerca de 5030 ha e no seu interior integram se as áreas de exploração de areia e argila existentes, as quais são objecto de regulamentação e normas próprias para integração e convergência com as restantes propostas do PPZSMS. “1. No perímetro de intervenção do PPZSMS só podem ser autorizadas explorações de inertes nas áreas de exploração nele delimitadas, e desde que a proximidade das mesmas não se revele incompatível com a realização dos empreendimentos turísticos previstos, de acordo com o faseamento estabelecido no programa de execução e de financiamento. 2. A localização e os limites das áreas de exploração de inertes referidas no número anterior são as constantes da carta de recursos geológicos, anexa ao presente regulamento.” Este regulamento estabelece, ainda, que as áreas de exploração existentes no perímetro de intervenção do PPZSMS (Figura 1) apenas podem ser exploradas por um período máximo de quinze anos no
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caso de explorações de areias e vinte e cinco anos no caso de explorações de argilas. Sendo que, para as explorações de areias integradas na primeira fase de execução do PPZSMS e delimitadas na carta de recursos geológicos, o prazo máximo de permanência no terreno é de cinco anos.3 O PPZSMS contempla ainda normas relativas ao regime de exploração das massas minerais, as áreas máximas de construção para instalações auxiliares às pedreiras e à forma como os Planos Ambientais e de Recuperação Paisagística (PARP) devem ser desenvolvidos e implementados. O Projecto Integrado do Núcleo de Pedreiras da Mata de Sesimbra (PINPMS) foi concebido de forma a dar resposta aos condicionamentos impostos à exploração de massas minerais na área do PPZSMS, ao mesmo tempo que garante a plena integração e concretização dos usos futuros preconizados para este território. Nomeadamente, empreendimento turístico complementado com equipamentos desportivos, culturais, religiosos, de saúde, de comércio e recreio. Neste contexto, e de acordo com o PPZSMS, passa a ser possível proceder ao licenciamento das explorações existentes no núcleo de pedreiras da Mata de Sesimbra através da instrução do processo de licenciamento nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro.
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Destaca se, neste âmbito, que a criação de um horizonte temporal poderá não permitir que o recurso mineral seja totalmente explorado. A verificar se esse cenário, será contrariado o disposto na alínea c) do n.º 2 do artigo 12.º do Decreto Lei n.º 90/90, de 16 de Março, que determina do racional aproveitamento do recurso geológica, uma vez que aquele prazo poderá não permitir que o recurso seja totalmente explorado.
Extracto da Planta de Implantação do PPZSMS, à escala 1/25.000 Limite do Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra (PPZSMS) ESTRUTURAÇÃO DO TERRITÓRIO
ESPAÇOS TURÍSTICOS
Corredores nos Vales Principais ( Nível 2)
Limite das Parcelas
Corredores nos Vales Secundários ( Nível 3)
Empreendimentos Turísticos
Corredores Locais Principais ( Nível 4)
Limite do Plano Integrado do Núcleo de Pedeiras da Mata de Sesimbra (PINPMS) Limite das áreas de exploração de inertes
Centros Turísticos ESPAÇOS DE EQUIPAMENTOS
Corredores Locais Secundários ( Nível 5) CATEGORIAS DE ESPAÇOS ESPAÇOS AGRO - FLORESTAIS Agro-Florestais ESPAÇOS NATURAIS Parque Natural da Arrábida ESPAÇOS DE PROTECÇÃO E ENQUADRAMENTO Áreas Agro-Florestais de Transição
Figura 1 – Planta de implantação do PPZSMS
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Equipamentos Turísticos Equipamentos E01 - Centro One Planet Living Específicos centro de educação ambiental E02 - Centro de desportos da Natureza E03 - Restaurante E04 - Centro de actividades ao ar livre E05 - Clube criança Equipamentos Municipais Outros equipamentos
- O PROJECTO INTEGRADO O Projecto Integrado é um documento técnico que visa definir as regras de exploração e recuperação paisagística para um núcleo de pedreiras vizinhas ou confinantes. No caso concreto do PINPMS, pretende se ainda integrar as “Normas Técnicas de Exploração de Massas Minerais” e possibilitar a exploração das áreas definidas na “Planta de Recursos Geológicos”, constantes no PPZSMS.
116000
117000
118000
175000
115000
A área delimitada na Figura 2 constitui o limite do PINPMS. Os exploradores de pedreiras cumprirão os limites estabelecidos para cada um dos núcleos mantendo a sua actividade no interior das áreas delimitadas para o efeito. A actividade extractiva neste núcleo de pedreiras envolve um conjunto de acções sequenciais consoante esteja em causa a exploração de areias (núcleo Sul), de argilas (núcleo Este) ou a exploração simultânea dos recursos minerais (núcleo Norte).
171000
172000
173000
174000
N
Extracto da Carta Militar de Portugal, folhas nº 453, à escala 1:25 000, dos SCE. Origem das coordenadas rectangulares: Ponto fictício (unidades em metros) Área PINPMS
Figura 2 – Área do PINMS
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Núcleo Norte
Núcleo Este
0
Núcleo Sul
250
500 m
Acessos
A metodologia de exploração a adoptar deverá aproximar-se da que tem vindo a ser praticada, com as necessárias correcções e ajustamentos resultantes das evoluções técnicas, permitindo a optimização das variáveis operacionais e ambientais, nomeadamente: - Menor distância de transporte e, consequentemente, minimização dos impactes relacionados com a emissão de poeiras e circulação de veículos; - Menor tempo de operação e redução do período de uso do solo para exploração, logo, maior produtividade das operações e redução do período de instalação de impactes; - Separação eficaz dos materiais envolvidos, evitando-se misturas entre os vários produtos (redução da diluição); - Tratamento e devido acondicionamento das terras vegetais, para posterior aplicação na recuperação paisagística; - Garantia de que no final da exploração e recuperação a área se encontrará reabilitada para outros usos.
- Núcleo Norte O núcleo Norte tem uma área de 46 ha. Neste núcleo procede se à exploração conjunta de areias e de argilas. A argila é utilizada como matéria prima na indústria cerâmica e a areia na produção de agregados arenosos. Na área em que a camada de areia se sobrepõe à argila, procede-se primeiro à exploração de areia, que se localiza na camada superficial, logo após o solo arável e, de seguida, à exploração de argila. Na retaguarda da área de lavra procede se à recuperação paisagística através da modelação topográfica e revegetação. A modelação topográfica é feita com recurso aos estéreis produzidos no núcleo e complementados com materiais exógenos (solos e rochas não contendo substâncias perigosas). - Núcleo Este O núcleo Este tem uma área de 6 ha. Neste núcleo procede se apenas à exploração de argila, utilizada como matéria prima na indústria cerâmica.
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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- Núcleo Sul O Núcleo Sul tem uma área de 91 ha. Neste núcleo procede se apenas à exploração de areias, feita predominantemente abaixo do nível freático.
O plano de lavra estabelecido para cada um dos núcleos e, consequentemente, o cálculo de reservas, tiveram em consideração aspectos geológicos, ambientais e logísticos que condicionam a exploração (Quadro 1).
Quadro 1 – Principais aspectos considerados no planeamento da lavra. PRESSUPOSTOS
Geológicos
Logísticos
Ordenamento do território
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DESCRIÇÃO
ASPECTOS A TER EM CONTA NA LAVRA
O maciço possui zonas onde ocorrem maioritariamente areias e outras onde predominam as argilas.
O desmonte deverá ser selectivo, de forma a evitar a mistura entre diferentes materiais. Os diferentes materiais deverão ser explorados para os respectivos fins: areias para produção de agregados arenosos e argilas para a indústria cerâmica.
O maciço arenoso possui alguns níveis de argilas intercalados e argila disseminada, que constituem estéreis da exploração.
Os estéreis a produzir em cada núcleo de exploração serão encaminhados para a modelação do respectivo núcleo.
O maciço arenoso possui um nível de cobertura na zona NE da área com características diferentes das restantes areias que ocorrem na área.
As areias serão beneficiadas na zona de exploração com recurso a noras para separação da fracção fina, enquanto as argilas serão expedidas tal qual para as fábricas de cerâmica.
O maciço arenoso é suporte de um aquífero livre.
A exploração abaixo do nível freático será feita até 12 metros de profundidade ou até ao nível de argila subjacente.
Acessos aos apoios das linhas eléctricas que atravessam a área de exploração.
Durante a fase de exploração deverão ser mantidos os acessos aos apoios das linhas eléctricas que atravessam a área. Deste modo, os trabalhos de lavra e modelação topográfica deverão ser coordenados para que os acessos estejam assegurados em permanência.
Zonas de defesa aos apoios das linhas que atravessam a área de exploração.
Será deixada uma zona de defesa de 30 metros aos apoios das linhas eléctricas que atravessam a área.
Unidades industriais de beneficiação das areias.
As unidades industriais de beneficiação das areias não terão localizações fixas na área. À semelhança do que ocorre actualmente, as suas localizações serão sempre função do avanço dos trabalhos de lavra, não podendo prejudicar o aproveitamento racional do recurso mineral.
Dimensão dos lagos a criar com a exploração abaixo do nível freático.
Os lagos a criar com a exploração abaixo do nível freático terão uma dimensão máxima na fase terminal da exploração inferior a 15 ha. Deste modo, os trabalhos de lavra e modelação topográfica deverão ser coordenados.
Corredor ecológico correspondente ao vale da Ribeira da Pateira.
O PPZSMS define o vale da Ribeira da Pateira como sendo um corredor ecológico de nível 3. A exploração futura não poderá ser desenvolvida nesse corredor. As áreas do PINPMS que se sobrepõem a esse corredor correspondem a áreas licenciadas já exploradas e recuperadas paisagisticamente.
Zonamento temporal da exploração na área do PINPMS.
4 O PPZSMS definiu limites temporais para a exploração da área, considerando a proximidade ao empreendimento turístico a implantar a Sul da área e a tipologia de material a explorar.
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
As reservas foram calculadas com recurso ao software GEMCOM Surpac que permite o tratamento tridimensional dos dados da topografia e da configuração final de escavação. Para o cálculo de reservas foi utilizado Modelo Digital do Terreno (MDT) da topografia de cada um dos núcleos e criados os respectivos MDT’s da escavação. Nas figuras seguintes apresenta-se a configuração da escavação para cada um dos núcleos de exploração.
4
De um modo geral, para a exploração de areias foi estabelecido um limite temporal máximo de 15 anos e para a argila um limite temporal máximo de 25 anos. Na zona Sul da área (correspondente a parte da área do núcleo Sul) foi estabelecido um limite máximo de exploração para as areias de 5 anos, devido à proximidade ao futuro empreendimento turístico previsto no PPZSMS. Para as argilas também foram definidos, em algumas zonas, limites máximos de exploração de 5 anos e de 10 anos, que se encontram relacionados com os faseamentos da exploração.
Exploração acima do nível freático Exploração abaixo do nível freático
65 55 45
Z Y
X
35
Figura 3 – Configuração da escavação no Núcleo Norte.
65 55 45 35 Exploração acima do nível freático
Figura 4 – Configuração da escavação no Núcleo Este.
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65 55 Exploração acima do nível freático Z
Exploração abaixo do nível freático
Y X
45 35
Figura 5 – Configuração da escavação no Núcleo Sul. A totalidade de reservas úteis na área do PINPMS cifra-se em cerca de 19 Mt de areia e cerca de 2 Mt de argila, resultando do processo de exploração cerca de 1 419 250 m3 de material estéril, que considerou o aproveitamento total do recurso mineral disponível na área do PINPMS. No decurso da exploração proceder-se-á também às acções de recuperação ambiental e paisagística. As acções de recuperação a realizar dependem do tipo de pedreira em causa, dos usos propostos nos Instrumentos de Gestão do Território e das intenções do promotor. Deste modo, podem-se identificar quatro tipos de intervenção: o renivelamento (enchimento completo), o enchimento parcial (enchimento quase completo, enchimento reduzido e enchimento parcial), a manutenção (enchimento mínimo) e o abandono controlado (ausência de enchimento). A recuperação proposta para a área do PINPMS recorre aos três últimos tipos de intervenção, consoante a área a recuperar. Assim, propõe se o enchimento parcial, nos núcleos Norte e Este, nas zonas a explorar acima do nível freático, para estabilização de taludes de escavação e reposição da rede de drenagem natural, e em algumas zonas do núcleo Sul para um melhor enquadramento com a morfologia
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envolvente. Propõe se a manutenção (enchimento mínimo) em alguns taludes do núcleo Sul para um melhor enquadramento com a morfologia envolvente. Propõe-se, ainda, o abandono controlado (ausência de enchimento) nos lagos a criar com a exploração abaixo do nível freático, com excepção do lago do extremo Sul da área, onde existirá enchimento parcial, e em alguns taludes do núcleo Sul, onde a lavra determinará taludes com inclinações compatíveis com a recuperação paisagística. Pretende-se que a filosofia de concepção da recuperação da área do PINPMS se compatibilize com os usos definidos no PPZSMS, fomentando a sua capacidade e aptidão para o turismo, nomeadamente, em actividades de recreio e lazer, tendo em conta a criação de uma paisagem equilibrada e atraente, salvaguardando os recursos naturais e o património natural. No caso do extremo Sul da área, a filosofia de recuperação será no sentido da compatibilização com a criação de um campo de golfe, não comprometendo a recuperação paisagística da pedreira esse uso futuro. Na Figura 6 e Figura 7 apresentam se perfis esquemáticos da recuperação paisagística proposta para a área do PINPMS.
Figura 6 – Áreas de conservação da natureza.
Figura 7 – Áreas com aptidão para prática de actividades de recreio e lazer.
5. CONCLUSÃO Os recursos minerais estão dependentes da sua ocorrência espacial, obrigando a que a sua extracção e aproveitamento se localizem onde a natureza ditou e não por opção de localização. Considera-se que as incompatibilidades geradas entre as explorações existentes e os instrumentos de gestão do território serão resolúveis, através da elaboração do Plano de Pormenor e de Projecto Integrado, estabelecidos nos seguintes pressupostos: - do correcto ordenamento da lavra e das suas áreas de expansão; - das regras e directrizes fundamentais para a requalificação paisagística de toda a área; - de uma metodologia de controlo e ordenamento do uso do solo que maximize os benefícios da sua utilização e minimize os impactes negativos gerados.
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Em suma, para o melhor aproveitamento do recurso mineral deverá ser tida em conta a política ambiental e de ordenamento do território no âmbito da abordagem integrada. Garantindo-se: - a compatibilização dos instrumentos de gestão do território com a indústria extractiva, pela identificação do recurso e sua salvaguarda; - a compatibilidade da extracção com a protecção ambiental, preconizando o princípio do desenvolvimento sustentável. Já o PINPMS permite um bom e racional aproveitamento do recurso mineral existente, promovendo a necessária protecção ambiental e a reabilitação de toda a área. Com a implementação do PINPMS: - a exploração das pedreiras será reordenada e a configuração final determina a união das cortas das pedreiras vizinhas, por núcleos, permitindo o aproveitamento racional do recurso mineral e a libertação de áreas para recuperação paisagística;
- o desenvolvimento da lavra far-se-á em módulos, atendendo às medidas de segurança e de minimização de impactes ambientais, garantido um bom desempenho ambiental das explorações; - as actividades de monitorização ambiental previstas permitirão avaliar e controlar a eficácia das medidas implementadas; - estão previstas medidas de recuperação capazes de compatibilizar a área com os usos definidos no PPZSMS;
Atendendo à importância que este tipo de explorações assume no quadro regional, a implementação do PINPMS contribui ainda para o desenvolvimento da região com todos os benefícios económicos e sociais que daí podem advir. Estes benefícios são reforçados pelo facto das explorações, tal como estão projectadas, serem compatíveis com os interesses regionais e nacionais, respeitando os valores ambientais e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Feiras & Congressos Fairs & Congresses
AGENDA 2010 / 2011 2010
2011
SETEMBRO
NOVEMBRO
JANEIRO
BALTIC BUILD 15 - 17 SETEMBRO SÃO PETERSBURGO - RÚSSIA
DESIGNBUILD 03 - 05 NOVEMBRO PERTH - AUSTRÁLIA
BUDMA 2011 11 - 14 JANEIRO POZNA - POLÓNIA
INTERBUEXPO
STONE GATE EGYPT 09 - 12 NOVEMBRO CAIRO - EGIPTO
BAU 17 - 22 JANEIRO MUNIQUE - ALEMANHA
KAMIEN-STONE 10 - 13 NOVEMBRO POZNA - POLÓNIA
INDIA STONEMART 20 - 23 JANEIRO JAIPUR - ÍNDIA
JAPAN HOME AND BUILDING SHOW 17 - 19 NOVEMBRO TÓQUIO - JAPÃO
SURFACES 25 - 27 JANEIRO LAS VEGAS - E.U.A.
(BUILDING & ARCHITECTURE)
21 - 24 SETEMBRO KIEV - UCRÂNIA PROJECT IRAQ 27 - 30 SETEMBRO DOHA - IRAQUE
MARMOMMAC - R&E* 29 SETEMBRO - 02 OUTUBRO VERONA - ITÁLIA OUTUBRO CONSTRUTEC 05 - 08 OUTUBRO MADRID - ESPANHA SYRIA STONE `10 5 - 9 OUTUBRO DAMASCO - SÍRIA FINNBUILD 6 - 9 OUTUBRO HELSÍNQUIA - FINLÂNDIA INTERBUILD 17 - 20 OUTUBRO BIRMINGHAM - REINO UNIDO
BIG 5 22 - 25 NOVEMBRO DUBAI - E.A.U. BAUMA CHINA 23 - 26 NOVEMBRO XANGAI - CHINA NATURAL STONE 25 - 28 NOVEMBRO ISTAMBUL - TURQUIA
STONEXPO 26 - 28 JANEIRO LAS VEGAS - E.U.A. FEVEREIRO CONSTRUCTION & INTERIOR DESIGN 04 - 06 FEVEREIRO TURKU - FINLÂNDIA
DEZEMBRO
bC INDIA 08 - 11 FEVEREIRO MUMBAI - ÍNDIA
SUDAN BUILD 08 - 12 DEZEMBRO CARTUM - SUDÃO
MARMOL 08 - 11 FEVEREIRO VALÊNCIA - ESPANHA
SAUDI BUILD | SAUDI STONE 18 - 21 OUTUBRO RIADE - ARÁBIA SAUDITA
VITÓRIA STONE FAIR - R&E* 15 - 18 FEVEREIRO VITÓRIA - ESPIRITO SANTO- BRASIL
IRANSTONE 20 - 23 OUTUBRO TEERÃO - IRÃO
IMMA STONE FAIR 17 - 20 FEVEREIRO CHENNAI - ÍNDIA
BIG FOUR SHOW 25 - 28 OUTUBRO TRIPOLI - LÍBIA
MARMIN STONE 17 - 20 FEVEREIRO SALÓNICA - GRÉCIA
BAUCON YAPEX 28 - 31 OUTUBRO ANTÁLIA - TURQUIA
TECNO+STONE 23 - 26 FEVEREIRO KIEV - UCRÂNIA
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
www.rochas.info
MARÇO ECOBUILD 01 - 03 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO
STONETECH 20 - 23 ABRIL PEQUIM - CHINA
CHINA XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR - R&E* 06 - 09 MARÇO XIAMEN - CHINA
MAIO
ARCHITECTURE + CONSTRUCTION MATERIALS 08 - 11 MARÇO TÓQUIO - JAPÃO
BATIMATEC 03 - 06 MAIO ARGEL - ALGÉRIA LIBYA BUILD 15 - 19 MAIO TRIPOLI - LÍBIA
COVERINGS - R&E* 14 - 17 MARÇO LAS VEGAS - NEVADA - E.U.A.
ASTANABUILD 18 - 20 MAIO ASTANA - KAZAQUISTÃO
THE NATURAL STONE SHOW 15 - 17 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO
EXPO MADAGASCAR 26 - 29 MAIO ANTANANARIVO - MADAGÁSCAR
DOMOTEX ASIA / CHINAFLOOR 22 - 24 MARÇO XANGAI - CHINA
JUNHO
REVESTIR 22 - 25 MARÇO SÃO PAULO - BRASIL MARBLE - R&E* 23 - 26 MARÇO IZMIR - TURQUIA TECHNIPIERRE - R&E* 31 MARÇO - 3 ABRIL LIÈGE - BÉLGICA ABRIL MOSBUILD 05 - 08 ABRIL MOSCOVO - RÚSSIA INTERKAMIEN 15 - 17 ABRIL KIELCE - POLÓNIA
STONE+TEC - R&E* 22 - 25 JUNHO NUREMBERGA - ALEMANHA SETEMBRO BUILDING & CONSTRUCTION INDONESIA 21 - 24 SETEMBRO JACARTA - INDONÉSIA NOVEMBRO BATIMAT 7 - 12 NOVEMBRO PARIS - FRANÇA FUNÉRAIRE 17 - 19 NOVEMBRO PARIS - FRANÇA
R&E* - DISTRIBUIÇÃO E REPORTAGEM
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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CACHOEIRO STONE FAIR 2010 CONFIRMA MOMENTO POSITIVO DO MERCADO A 30.ª Feira Internacional de Mármore e Granito, a Cachoeiro Stone Fair 2010 realizou-se entre os dias 24 e 27 de Agosto na cidade de Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo, Brasil. O evento, que decorreu no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa, recebeu 23 mil visitantes e reuniu cerca de 200 expositores distribuídos numa área de exposição de 35 mil metros quadrados.
A cerimónia de abertura da feira contou com a presença do governador do Estado, Paulo Hartung, líderes empresariais, políticos e representantes do sector de rochas ornamentais. «O evento superou todas as expectativas, demonstrando que estamos em um momento de grande potencial de crescimento, com as empresas a fazerem negócios e a investir em máquinas e equipamentos», destaca Cecília Milaneze, directora da Milanez & Milaneze, empresa organizadora do evento. As empresas participantes da Cachoeiro Stone Fair 2010 mostraram que o sector de rochas ornamentais está a prosperar. O optimismo dos expositores foi impulsionado pelo crescimento do mercado interno, motivado pela indústria da construção civil e pelas obras de infra-estrutura necessárias
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
para a Copa do Mundo de 2014. Além disso, as empresas focadas na exportação também estão a abrir novos mercados e a tentar reduzir a dependência do mercado americano. O entusiasmo dos empresários também é compartilhado pelas entidades ligadas ao sector. O presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), Emic Costa, afirmou que «o sector tem investido muito para alcançar o crescimento de maneira adequada.».
Os empresários interessados em renovar os seus equipamentos contaram com várias opções disponíveis no evento, com novidades que prometem muita tecnologia e optimização de custos. Os teares multifio e as grandes escavadeiras e carregadeiras, que tiveram grande destaque no certame, confirmaram que as tendências de mercado apontam para o uso de equipamentos de maior porte. As empresas têm tentado investir no aumento da capacidade de produção a partir da aquisição de máquinas mais potentes, que oferecem mais tecnologia e menos custo operacional, segundo observaram os expositores do sector. Além de representantes de grandes fabricantes de máquinas, a feira também teve a participação
de empresas locais do sector, representadas pela Associação dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos para o Sector de Rochas (Maqrochas). «A Feira é o lugar ideal para conhecer os novos produtos, estabelecer contactos e estar em sintonia com o mercado que está a reerguer-se», observou a presidente da Maqrochas, Jaqueline Donateli Simões. Além da exposição, a Cachoeiro Stone Fair também incluiu palestras sobre temas relevantes para o sector, entre os quais o desenvolvimento sustentável da mineração, saúde e segurança na mineração e linhas de financiamento disponíveis para empresas do sector. Foram anunciadas, assim, as soluções de financiamento para exportações e importações para que as empresas possam conquistar novos mercados com competitividade e segurança. O Adiantamen-
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
to sobre Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), Programa de Financiamento às Exportações (Proex), Financiamento à Importação (Finimp) e o Leasing Internacional foram algumas das soluções de financiamento apresentadas.
O prémio “Um Caminhão de Chapas” foi entregue à Cachoeiro Minas Granitos Lda. O objectivo é incentivar e valorizar a participação das empresas do sector na Cachoeiro Stone Fair. A Cachoeiro Stone Fair foi palco de todos os lançamentos de máquinas, equipamentos, ferramentas e outros materiais utilizados pela indústria de mármore e granito para os últimos dez anos. Além de ser o evento onde as empresas apresentaram as suas mais recentes criações e produtos a feira funcionou como show-room e motivador para o sector em toda a procura de novas tecnologias.
O certame foi uma verdadeira montra da indústria brasileira e mundial de rochas ornamentais, além de agregar uma ampla gama de produtos e serviços integrantes da cadeia produtiva da construção civil, arquitectura e decoração, desenvolvimento de tecnologia, logística e comércio exterior, órgãos de fomento e apoio à actividade. A Cachoeiro Stone Fair 2010 encerrou com um balanço muito positivo e expositores e visitantes do evento mostraram-se satisfeitos com os resultados e optimistas em relação a novos negócios. Para os organizadores, o certame mostrou uma vez mais que tem o ambiente propício para quem procura novas tecnologias e oportunidades para ampliar os negócios. A próxima edição da Feira Internacional do Mármore e Granito, a Vitória Stone Fair 2011 já tem data marcada e vai realizar-se entre 15 a 18 de
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Fevereiro na cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo. As expectativas são tão positivas que várias empresas já começaram a renovar as inscrições de participação. O Estado do Espírito Santo é o principal produtor e o maior exportador de rochas ornamentais no Brasil. É responsável por 47 % da produção e 44% das exportações. Esta nova fase é baseada em uma eficiente rede de estradas e ferrovias e no complexo portuário de Vitória, que transformou o Espírito Santo no maior pólo brasileiro de blocos e chapas. Mais de 90% dos investimentos do parque industrial brasileiro do sector de rochas ornamentas são realizados no Espírito Santo, tornando-se uma referência mundial em mármore e granito e líder na produção nacional de rochas e apresentando um imenso potencial geológico, amplamente desenvolvido por meio de investimentos em pesquisas geológicas, tecnologias de extracção. Por ano são extraídos mais de 800 mil metros cúbicos de rochas do Estado. Na condição de capital do maior Estado produtor de rochas ornamentais brasileiras e importante porto de comércio marítimo, a cidade de Vitória assume com vigor e responsabilidade a sua vocação de pólo exportador do mármore e do granito produzidos no País. O Brasil possui uma imensa quantidade de riquezas minerais com grande potencial exportador no sector de rochas ornamentais. É o 8.º país em exportação de blocos e o 5.º maior exportador de rochas ornamentais acabadas. São mais de 1 200 variedades de rochas ornamentais encontradas em solo brasileiro e exploradas por 12 000 empresas instaladas por todo o território nacional, gerando cerca de 100 mil postos de trabalho. Actualmente, o mercado de rochas no Brasil movimenta cerca de 2,1 bilhões de dólares por ano, incluindo a comercialização no mercado interno e externo e as transacções de máquinas, equipamentos e materiais de consumo e serviços.
Materiais Materials
ESTÉTICAS DA PEDRA PORTUGUESA NA ARQUITECTURA Por Jorge Cruz Pinto (Arquitecto, Professor Catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa)
PEDRA, FORMA SIMBÓLICA E ESTILO Para além da necessidade ligada à função utilitária de refúgio ou abrigo, a Arquitectura é uma das «formas simbólicas» construtivas e estéticas através da qual o Homem ao longo da pré-história e da história, demarcou o território e a paisagem, construiu muralhas, pontes, aquedutos, templos, casas, palácios e cidades… Sempre que o Homem pretendeu imortalizar as suas construções procurou na pedra a solidez, a resistência e a perenidade, desafiando a gravidade, a entropia e o tempo. Com a pedra, a matéria num dos seus estados mais rudimentares e densos, delimitou e conformou o espaço e a luz, as matérias mais subtis e etéreas identificadas com a espiritualidade. Com a pedra, o espaço e a luz ergueu monumentos e espaços consagrados aos deuses, a Deus e a si próprio. Através da arte e do engenho – da poética e da técnica (nos seus sentidos mais originários), o Homem transformou a matéria-prima em materiais de construção. A pedra do seu estado tosco, ao bloco aparelhado das cantarias permitiu a construção arquitectónica ao longo dos tempos, nas suas diversas
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
vertentes e estilos. Os estilos históricos, tal como os conhecemos, são o resultado do modo de formar, através da associação entre a materialidade, a forma e a técnica, conforme reconheceu G. Semper. A própria palavra estilo provém do estilete, o instrumento metálico com que se gravava a matéria, conferindo-lhe forma e adequação construtiva através da técnica, que faz aparecer na obra a verdade dos materiais e a expressão das forças que permitem a sua estabilidade tectónica e a sua expressão ornamental. O aparecimento e a larga difusão, nos últimos dois séculos, de novos materiais de construção, tais como, o ferro, o vidro e sobretudo o betão armado, vieram permitir o acentuar da separação entre a delimitação muraria e a estrutura dos edifícios, relegando para segundo plano a função das alvenarias estruturais em pedra. Assim, a pedra na história da modernidade está sobretudo ligada à condição de revestimento, que a evolução tecnológica dos processos de mecanização de corte permitiram reduzir a espessuras mínimas potenciando a sua aplicação decorativa de acabamento no revestimento de pavimentos, escadas, paredes e guarnecimentos.
PEDRA, TERRITÓRIO E ARQUITECTURA
A coexistência da variedade de estilos arquitectónicos de cada época em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra ou Évora é equilibrada pelo uso dos mesmos tipos de pedra que unificam a imagem urbana. O tempo e a história são os principais testemunhos da durabilidade e da estética da pedra portuguesa utilizada ao longo dos séculos em diversos monumentos construídos para a memória passada, presente e futura.
PATRIMÓNIO E CONTEMPORANEIDADE ARQUITECTÓNICA Embora pese a dimensão de 92.092 km2 do território português, a riqueza e diversidade geológica tem permitido (desde há 2.000 anos) a exploração de uma grande variedade de pedras ornamentais com características estéticas e técnicas particulares. No Norte, predominam os graníticos e as ardósias, no Centro, Ribatejo e na Estremadura, os calcários, no Alentejo, os mármores e alguns granitos e xistos e no Algarve, as brechas. Assim, em cada região do País, as arquitecturas popular e erudita apropriam-se e adequam-se aos recursos geológicos próximos. As várias civilizações e culturas (romana, visigótica, árabe) e estilos (românico, gótico, manuelino, renascimento chão, barroco, neoclássico…), que marcaram o tempo e o espaço do território português deixaram na pedra o testemunho da sua passagem, usando os recursos geológicos locais e exportando-os aos outros territórios europeus e ultramarinos: África (desde o séc. XV), Brasil (desde o séc. XVI), América, Ásia e Médio Oriente (com especial incidência na actualidade). Hoje, a introdução de novas tecnologias de extracção e transformação tem permitido a consolidação e a expansão do mercado externo da pedra ornamental portuguesa. A pedra em que se construíram os principais monumentos e edifícios institucionais conferiram unidade às imagens urbanas das cidades e vilas portuguesas.
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Sem pretender ser exaustivo, apresento alguns exemplos de aplicação estética da pedra ornamental portuguesa na arquitectura. No contexto histórico, a composição clássica da fachada plana do Palácio Ducal de Vila Viçosa (séc. XVI) é reforçada pela subtil distinção «figura fundo» produzida na alvenaria de pedra, entre as modenaturas da grelha de pilastras, cornijas, frisos, vãos e frontões, em mármore branco rosa e dourado, em contraste com o mármore negro dos paramentos de fundo criando por vezes situações de mesclas cromáticas de valor plástico.
O carácter e a diversidade dos mármores da região de Estremoz - Vila Viçosa – Borba, apresentam particulares características estéticas em termos de pureza e homogeneidade ou variedade de cromatismos, de texturas de grãos, padrões de venaturas e vergadas, transparência, além da possibilidade de
obtenção de blocos e chapas de pedra de grandes dimensões. A presença dos mármores no Alentejo, explorada e aplicada à construção arquitectónica desde o tempo dos romanos, do Templo de Diana em Évora, conjugado com os granitos de Arronches, aos vestígios das presenças visigóticas e árabes, à arquitectura gótica, manuelina e renascentista.
Pombalina… - e nas cantarias dos edifícios de habitação históricos e contemporâneos que contrastam com as policromias de azulejos e rebocos pintados, além dos pavimentos artísticos da calçada portuguesa, executada em vidraço branco e basalto negro que marcam a paisagem urbana. Do conjunto patrimonial arquitectónico de Belém salienta-se a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, de estilo manuelino (séc. XVI), construídos em cantaria de lioz branco. A riqueza escultórica e espacial crua da nave manuelina contrasta e prolonga-se no altar-mor renascentista nos mármores policromados brancos, negros e rosas de Estremoz - Vila Viçosa.
Lisboa, ”Cidade Branca”, deve a sua peculiar luminosidade, entre outros factores, aos fenómenos de reflexão da proximidade do mar oceano e às aplicações dos calcários brancos:
o lioz branco aplicado na construção dos principais monumentos históricos – Catedral, Panteão, Aqueduto, S. Vicente, Carmo, Basílica da Estrela, Baixa
Neste contexto patrimonial foi implantada a obra contemporânea do Centro Cultural de Belém (da autoria de Gregotti e Salgado) que procura uma integração na imagem urbana através do revestimento das fachadas e pavimentos em placagens de lioz, cuja textura escacilhada esbate intencionalmente em distintos matizes cromáticos de branco, creme, amarelo, avermelhado… também aplicados nos pavimentos com acabamento amaciado.
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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O pós-modernismo (final dos anos 70 e início de 80), sob a forma de diversos ecletismos arquitectónicos de referência neoclassicista, usa a pedra de revestimento com critérios meramente decorativos, igualando-a aos efeitos policromáticos saturados dos paramentos rebocados e pintados. A utilização da pedra manifesta frequentemente uma contradição e aleatoriedade com os elementos arquitectónicos, como é o caso do conjunto dos edifícios das Amoreiras ou do BNU, em Lisboa (da autoria de T. Taveira). Porém, como afirmação decorativa é por vezes notável o trabalho das composições cromáticas através da aplicação da pedra mármore rosa, branca e cinza de Estremoz – Vila Viçosa, criando padrões geométricos de quadriláteros, ou de riscas alternadas entre o verde e o rosa com inclusões verdes. Tais padrões são intensificados pelo efeito pictórico das direcções das intensas vergadas naturais do mármore, onde frequentemente se tira partido da aplicação estereométrica combinando as chapas invertidas de modo a produzirem composições simétricas naturalistas que conferem ao conjunto uma multiplicidade de leituras plásticas levadas ao excesso.
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
O edifício vizinho das Amoreiras (da autoria de Frederico e Pedro George), totalmente revestido com mármores de Estremoz Vila Viçosa, segue porém um critério concordante com os elementos arquitectónicos, reforçando as autonomias dos vários volumes e varandas através da distinção cromática das pedras de revestimento; igualmente, as esterometrias tiram partido compositivo das venaturas e das vergadas diagonais dos mármores rosa.
Também dentro da corrente pós-moderna, de tendência ecléctica, o edifício da Caixa Geral de Depósi-
tos (da autoria de Arsénio Cordeiro) é um exemplo da aplicação intensiva do lioz, em distintas formas de tratamento e cromatismos: lioz branco serrado nas fachadas exteriores e o jogo policromático interior nos paramentos, escadas e pavimentos artísticos em lioz, rosa, amarelo, branco e abancado polido, em contraste com o mármore verde-escuro. O inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa, realizado pelo Sindicato dos Arquitectos e publicado no início em 1961, veio introduzir uma reflexão crítica na arquitectura erudita contemporânea, na valorização da verdade dos materiais naturais, como a pedra, que deu origem a uma nova estética chã, da qual derivam posicionamentos estéticos colectivos, como a denominada Escola do Porto, associada às obras individuais dos seus principais precursores: Fernando Távora, Álvaro Siza e Souto Moura, além de outros posicionamentos individuais mais a sul. Nestas estéticas chãs, marcadas por vezes por atitudes sóbrias e minimalistas, as cantarias de granito (perpianho) ou os revestimentos são geralmente tratados na sua forma mais natural, simplesmente serrado, aplicados nos exteriores, pela sua dureza e resistência, evitando o tratamento polido, deixando para os interiores os revestimentos com pedras mais macias, como os mármores e os calcários burnidos e polidos, adequados ao tacto e à limpidez da ima-
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gem. O granito português apresenta uma grande variedade cromática (cinzas, dourados, castanho, rosa) e é particularmente rico em mica e quartzo que lhe confere particular beleza ornamental, tanto no seu estado natural, como polido. A larga tradição histórica da construção em granito no norte do País e na cidade do Porto é fortemente interpretada na arquitectura contemporânea destes autores. Távora, reinterpreta e reconstrói a antiga torre medieval desaparecida da Casa dos 24, totalmente construída em granito e incluindo dois grandes envidraçados, no lugar original junto da Catedral românica do Porto. Apenas pela síntese da linguagem arquitectónica moderna dos seus envidraçados se reconhece a sua actualidade, pois a cantaria de granito adquiriu entretanto a patine que a aproxima do granito do monumento da Sé. Também do mesmo autor, a conhecida Casa de Ofir retoma a construção dos muros graníticos tradicionais de perpianho.
Entre a vasta e notável obra arquitectónica de Álvaro Siza, marcada pelo experimentalismo de inovadoras metamorfoses plástico-espaciais, pelos efeitos surpreendentes da luz, de escalas e tratamento refinado dos detalhes construtivos, a pedra ornamental é utilizada em diversas aplicações que procuram reforçar, demarcar ou unir sintacticamente determinados elementos arquitectónicos, tornando as adequações funcionais em subtis intenções estéticas. Na sua obra em geral (com excepção de algumas obras, entre as quais a Galeria de Arte Moderna de Santiago de Compostela, totalmente revestida exteriormente a granito, para integra-
ção na imagem urbana local), a pedra ornamental joga um efeito particular, em relação ao domínio preponderante das paredes brancas, que reforçam o carácter plástico das volumetrias à luz. A pedra ornamental surge assim associada a determinados elementos arquitectónicos - que podemos denominar como “clássicos” - sujeitos a uma vivência física mais intensa: cantarias de embasamentos que sublinham e reforçam a articulação dos edifícios com o solo, pavimentos, lambris interiores, pilarem, alguns guarnecimentos de vãos, escadas, lareiras assumindo a diferença através do valor material, funcional e estético acrescido. A título de exemplo, referimos algumas das suas obras onde a pedra adquire esse valor integrado com a composição arquitectónica. O embasamento granítico de perpianho surge em diversas obras como uma adaptação do edifício à topografia e como uma natural continuidade geológica cristalizada, sobre o qual as volumetrias brancas dos edifícios assentam: na Igreja de Marco de Canavezes o embasamento em perpianho granítico molda-se em muros, escadas e terraços que envolvem o edifício que se ergue e modela à luz nas suas formas escultóricas brancas; no edifício da Boavista no Porto, no contraste subtil entre de revestimento do granito de Cabeceiros do lambril e o revestimento em calcário moca creme do corpo do edifício, numa estereotomía rigorosamente combinada com a composição dos vãos, ou no realce plástico das varandas de gaveto; o embasamento em granito, numa aplicação mais contida no edifício do Museu de Serralves, no Porto, ganha por vezes momentos de aplicação sintáctica de superfície
e de valorização volumétrica, enquanto nos
interiores a pedra calcária, homogeneíza e neutraliza os pavimentos, lambris, escadas e guarnecimentos em cuidadosos detalhes construtivos contrastando subtilmente com as superfícies brancas das paredes e tectos. Em obras de reabilitação como o Spa Termal de Pedras Salgadas, o granito de Alpalhão é aplicado: no revestimento da piscina, que juntamente com os reflexos da grande janela confere uma tonalidade prateada à água; e no lajedo dos pavimentos, rebaixando-se subtilmente na zona dos duches.
A aplicação da pedra calcária de lioz, no edifício do Pavilhão de Portugal da Expo 98 em Lisboa, é criteriosamente aplicada nos embasamentos simples, em singulares estereotomías, nos embasamentos que integram o design de bancos, nos cunhais que denunciam a condição de revestimento em que inversamente introduz peças em “L” para simular maior espessura, no revestimento dos esbeltos pilares escultóricos e nos pórticos monumentais de amarração da cobertura curva invertida, em contraste com os panos de azulejo tradicional colorido. Também em Lisboa, no edifício dos Terraços de Bragança, numa integração contemporânea com arquitectura pombalina, recorre às cantarias de calcário lioz creme nos embasamentos e nas lajes de grande dimensão das varandas.
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Por vezes, nos seus interiores arquitectónicos a aplicação da pedra mármore criteriosamente seleccionada enfatiza determinados elementos arquitectónicos e alcança valores estéticos próximos da pintura abstracta: como é o caso da pedra mármore verde Viana raiada, sobre a lareira na Casa Avelino Duarte; ou da pedra da lareira da Casa Vieira de Castro, deixando o corte natural da vergada do mármore como acabamento; ou dos interiores do Banco de Oliveira de Azeméis, onde as venaturas do mármore Estremoz se encontram combinadas nas chapas de grande dimensão dos pavimentos, formando padrões simétricos e integrando no mesmo material os planos dos balcões e lambris; e igualmente no acompanhamento intencional entre as direcções das vergadas dos lambris e os lances das escadas no Banco de Vila do Conde. Na obra de Siza, o uso da pedra ornamental portuguesa estende-se também a objectos de design: como o seu candeeiro que constitui um elogio da translucidez cortado em fina espessura; a pia baptismal da Igreja de Marco de Canavezes em lioz; o detalhe ergonómico do corrimão em lioz da estação de metro do Chiado; ou a sua notável chaise-long talhada em duas peças, no mesmo mármore branco, que estabelece um marco entre o design e a escultura. Na apreciável obra de E. Souto Moura, os embasamentos e muros de cantaria em granito (perpianho) jogam um papel construtivo e estético, fundamental nas delimitações arquitectónicas e na integração nos lugares, contrastando intencionalmente com a linguagem minimalista dos grandes envidraçados e da dominância das grandes superfícies brancas: no Mercado Municipal de Braga, na Casa das Artes no Porto e nas várias casas construídas na região norte.
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Do mesmo autor, no conjunto dos edifícios Burgo, no Porto, que assentam sobre um embasamento totalmente revestido em granito ao modo tradicional, assinala-se porém, uma aplicação inovadora do revestimento em granito Alpalhão na torre paralelepipédica. Construída mediante um jogo de empilhamento de vigas H alternadas com os pilares H e com os panos de fachada que conferem duas expressões arquitectónicas alternadas às quatro fachadas da torre: duas definidas por frestas horizontais repetitivas intercaladas pelos paramentos horizontais e outras duas marcadas pelo reticulado dos envidraçados e pilares interrompidos. A pedra é integralmente assumida como revestimento, pois as aplicações das chapas de granito aparafusadas directamente aos panos de fachada e aos pilares ultrapassam-nos intencionalmente denunciando a espessura das mesmas no cutelo, reforçando nos detalhes os mesmos princípios arquitectónicos compositivos gerais. Também como exemplos de aplicação do granito, saliente-se em Matosinhos: o edifício em gaveto (da autoria de Teresa Fonseca), que utiliza o granito dourado de
Vila Real, no corpo superior sobre o embasamento negro, intercalando na estereometria a composição dos vãos quadrados; e o edifício do observatório marítimo (da autoria Filipa Guerreiro), nas suas intersecções volumétricas integralmente revestido em granito de Cabeceiras com uma estereometria peculiar. A diversidade, a qualidade e a riqueza estética dos calcários da região Centro e Estremadura, foi também aplicada ao longo da história em diversos monumentos e conjuntos arquitectónicos, tais como: o Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro da Batalha, expoente da arquitectura e da estatuária gótica e o complexo do Convento de Cristo de Tomar, entre outros.
Entre as obras contemporâneas de aplicação em volume do calcário desta região, referimos a nova igreja de Fátima (da autoria de A. Tombazis), onde a homogeneidade de vidraço branco confere uma integração e unidade no conjunto do santuário préexistente. As cantarias de revestimento em estereotomias, de fiadas horizontais de alturas e comprimentos variáveis, acentuam a modelação circular do edifício e reforçam a perspectiva da extensão dos muros lineares que ladeiam o santuário.
Na contemporaneidade, as obras de Aires Mateus revelam uma particular originalidade e abstracção
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geométrica na alternância compositiva entre os espaços vazios brancos minimalistas e a expressão plástica de volumes puros, integralmente revestimentos em pedra, que redizem as estereotomias históricas de fiadas horizontais com comprimentos e alturas livres, das quais salientamos dois exemplos: O edifício do Centro Cultural de Sines surge como uma mole de pedra talhada, em alternância de vazios de ruas e de blocos unidos interiormente através do subsolo. Tal concepção arquitectónica permitiu concentrar os envidraçados no interior e garantir os muros exteriores praticamente cegos, tirando maior partido do valor ornamental da pedra lioz avermelhada, reforçada pela estereotomía das fiadas horizontais de alturas e comprimentos livres. De modo a reforçar o carácter ciclópico do edifico, colocam nos cunhais pedras talhadas em forma “L” que aparentam uma estereotomía de grande espessura, ocultando a espessura real inferior das pedras de revestimento das fachadas. No interior do edifício, de modo a reforçar o carácter do espaço branco e da luz, é utilizado nos pavimentos, rodapés e rampas o mármore de Vila Viçosa branco, com venaturas cinzas, também utilizado no mobiliário fixo dos balcões, sob a forma de paralelepípedos puros. Dos mesmos autores, o novo edifício da Universidade Nova de Lisboa é também exemplo da estética do purismo minimalista volumétrico associada às qualidades da pedra ornamental portuguesa. O estreito paralelepípedo que ladeia a escadaria em pedra da grande esplanada é integralmente revestido nas duas grandes fachadas pela pedra calcária branca em contraste com as grandes aberturas nos topos. A fachada nascente é total e intencionalmente cega reforçando o valor plástico do muro revestido a calcário retomando a estereotomía historicista de fiadas horizontais de alturas e comprimentos variáveis. A mesma estereotomía é combinada na
fachada poente, que dá para a grande esplanada, com a livre composição das janelas horizontais de comprimentos e alturas variáveis embebidas num jogo coeso criando ritmos casuísticos. Nos espaços interiores, a aplicação do mármore branco de Estremoz, nos pavimentos, guarnecimentos de vãos e mobiliário fixo, geram matizes subis de brancos em continuidade com os estuques brancos reforçando criando atmosferas luminosas.
Da aplicação dos xistos, referimos a discreta obra semi-enterrada, do Museu da Luz (da autoria de Pedro Pacheco e Marie Clément), delicadamente integrada na topografia e geologia, inteiramente revestida a estreitas fiadas de xisto empilhadas contra os muros de betão. A aplicação das fiadas de xisto confere um jogo de texturas de matizes cromáticos verdes, castanhos e cinzentos nos muros exteriores, reforçando o carácter horizontal do edifício e nos ambientes interiores, sob o efeito da luz natural zenital. Também no Museu Marítimo de Ílhavo (da autoria dos ARX-Portugal), o revestimento do embasamento do edifício em fiadas horizontais de ardósia negra, sob os envidraçados, confere uma subtil vibração de textura ao edifício e evidencia o contraste com os corpos brancos dos paramentos superiores. Para concluir, apresentamos algumas das obras da nossa autoria (Jorge Cruz Pinto e Cristina Mantas) onde a pedra portuguesa assume diversas aplicações. Em dois espaços urbanos de Vidigueira recorremos à pavimentação em calçada à portuguesa, em pedra calcária de vidraço branco e basalto negro.
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Na placa central da Praça da República, desenhámos um entrelaçado geométrico entre dois discos, que constroem a geometria oval, centrados em duas palmeiras e num banco circular em mármore cinza de Trigaches bujardado. Igualmente a aplicação de calçada à portuguesa na Praça Vasco da Gama, num
recurso simbólico ao tradicional desenho do «mar português», que se prolonga num espelho de água (de 5,5m por 30m e 0,04m de altura), pavimentado a basalto negro continuando o desenho implantado a eixo dos dois edifícios principais, alude-se à viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia, realizada pelo grande navegador, representada na esfera terrestre, de 1,30m de diâmetro, esculpida em mármore verde atlântico de Serpa, que parece levitar sobre a água.
No âmbito da arquitectura funerária, desenhei a campa rasa de minha mãe, executada em mármore
branco de Vila Viçosa com uma cruz gastejada, no centro da qual foi embutido um quadrado de mármore rosa. A aplicação arquitectónica dos mármores do Baixo Alentejo criando relações de contraste com os brancos dos rebocos e estuques dá-se no edifício bancário do Credito Agrícola no uso do mármore de Trigaches cinza, nos embasamentos e pavimentos exteriores e no revestimento em mármore verde de Serpa com venaturas, do conjunto do pilar central do duplo espaço, balcões e pavimentos de estereotomías cruzadas e nas escadas, inundando de reflexos esverdeados as paredes dos espaços interiores. Porém, ultrapassando a condição contemporânea da pedra como revestimento, desenhámos o projecto experimental em alvenaria estrutural edificada em blocos ciclópicos de mármore rosa e cinza claro de Vila Viçosa, para a Adega Cooperativa de Vidigueira, que se desenvolve em torno de um pátio.
Nas frestas de pequenas janelas, em vez de vidro, utiliza-se a mesma pedra mármore cortada em chapas de 1cm de espessura permitindo a passagem da luz para o interior; e para o interior do pátio criámos os módulos de grelhas com pedras laminadas que têm a função bioclimática de ventilação natural e protecção solar. A cantaria é exteriormente deixada na sua forma grotesca e serrada no interior, tirando partido estético dos matizes cromáticos e das vergadas e venaturas naturais da pedra.
Em suma, os exemplos apresentados de aplicação da pedra ornamental portuguesa na arquitectura não esgotam as aplicações estéticas, construtivas e estruturais inovadoras, que têm surgido não só em Portugal, como em obras espalhadas pelo mundo, face às suas características físicas, à diversidade e qualidade estéticas.
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CALÇADA PORTUGUESA NO MUNDO UMA NOVA EXPERIÊNCIA DE ARTE EM TERRAS DE XANGAI Por Ernesto Matos
O tema é baseado num processo em que ninguém pode ficar indiferente, viva numa grande ou pequena cidade, o chão. É uma das bases fundamentais para o desenvolvimento da comunicação, da economia, do lazer, do desfrutar de uma cidade. Sendo o assunto principal «Melhor Cidade, Melhor Vida», elas necessitam de um piso consistente. Não é possível a imaginar uma cidade com as suas principais ruas em terra batida. E se esses pavimentos fossem verdadeiras obras de arte, a vida na cidade não seria melhor?
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Os pavimentos aplicados com calçada portuguesa em qualquer cidade jamais ficarão indiferentes a quem por eles passe, mesmo lhes passando ao lado ou vistos à distância. O branco do chão como base e o desenho bordado a negro como contraste é para quem ali caminhe uma porta aberta para o despertar de todos os sentidos … Fruto de um milenar processo de compactação, tal como os diamantes, os calcários portugueses oferecem-nos hoje a possibilidade de pavimen-
tar passeios com características ímpares, como se de verdadeiros tapetes persas se tratassem, já que várias tonalidades podem ser encontradas em pedreiras portuguesas, desde os vários tipos de creme, aproximados à cor marfim, aos negros, às tonalidades de rosa ou esverdeados.
ANGRA DO HEROÍSMO ANGRA DO HEROÍSMO
Pedreira de Pedra Branca em ALCANEDE
Proveniente de um dos maiores maciços de calcários jurássicos do mundo, o Maciço Calcário Estremenho, na região centro de Portugal e com uma idade aproximada de 160 milhões de anos, vem enriquecendo, não só culturalmente, mas visualmente grandes passeios um pouco por todo o mundo. Esta matéria, em estado puro, tem sido procurada por agentes empresariais no sentido de pavimentar e embelezar arruamentos nos corações das cidades, em centros comerciais, hotéis ou empreendimentos de carácter turístico como o caso das recepções de alguns campos de golfe de renome internacional.
Pedreira de Pedra Preta em PORTO de MÓS
Parte desta riqueza reside ainda no facto de todo o processo de fragmentação das pedras serem manufacturadas, quer no seu aparelhar como na sua aplicação. De salientar ainda que o pormenor do seu processo de corte que pode ser finalizado com execuções de grande precisão nos acabamentos.
LISBOA
LISBOA
Moldes
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LISBOA
A cultura desce assim à rua e apodera-se do chão. As cidades passam a ter verdadeiras obras de arte ao alcance de todos os transeuntes como se fossem verdadeiras pinturas executadas a pincel. Os museus passam também agora a estar presentes nas vias públicas, 24 horas por dia, 365 dias por ano, gratuitamente. Será o início das cidades museus? Afinal, a arte, como a cultura pertence-nos a todos. Há que usufruí-la plenamente e aqui, neste caso específico, quanto mais a pisamos mais brilhante ela se torna.
denciar. É o caso do Rio de Janeiro que convidou o famoso paisagista Burle Marx para decorar toda a zona da Baía de Copacabana ou em Portugal o caso de José de Guimarães convidado pelo Metropolitano de Lisboa a desenhar parte do pavimento da Estação de Carnide. BRASIL
RIO DE JANEIRO
LISBOA
Este tipo de pavimento adapta-se a qualquer superfície onde é implementado, interiores ou exteriores, com inclinação ou em escadarias. Acerca do desenho, este é livre e fácil de o passar ao molde, não havendo limite de tamanho.
CASCAIS
A possibilidade em usar estes calcários em pavimentos interiores vem enriquecer o nível visual, com a possibilidade de utilizar o processo de vitrificação, que lhe fornece um acabamento muito refinado.
CASTELO BRANCO
Sobre a implementação do desenho que proporciona uma verdadeira estética e alma citadina, há países que convidam os seus próprios artistas plásticos a decorar os nobres passeios que querem evi-
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Numa altura em que os factores económicos estão em primeiro plano, e onde os factores ambientais têm um peso fundamental, realça-se que este processo de aplicação da calçada portuguesa é 100% reciclável. É de extracção directa a partir da pedreira e assim seguirá para os locais de aplicação. Posteriormente, em qualquer momento se pode levantar parte ou a totalidade deste pavimento e voltar a aplicá-lo sem que haja qualquer perda de matéria-prima. São já vários os países que optaram por estes pavimentos para as suas mais emblemáticas ruas, avenidas ou mesmo para a generalidade dos seus
passeios como é o caso de todo o Brasil, muito recentemente, Praga, na República Checa e especialmente a Região Administrativa Especial de Macau que salvaguarda ainda as ondas do Leal Senado em calçada e protege assim, desde 2005, a denominação de Património Mundial da Humanidade da Unesco.
RÉPUBLICA CHECA
BRASIL PRAGA
FLORIANOPOLIS PRAGA CHINA
SANTA CATARINA MACAU
RIO DE JANEIRO
MACAU
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BÉLGICA
BRUXELAS MACAU
Em conclusão, é um material relativamente mais económico comparado com outros processos industriais de pavimentar já que não sofre processos fabris. O seu transporte é fácil, via marítima ou terrestre, visto não haver o perigo dos materiais chegarem danificados. E, as cidades passam a ter um novo pólo de atracção turística baseado num nível diferente de cultura. SÃO TOMÉ E PRÍNCEPE
SÃO TOMÉ
ANGOLA
ESPANHA
ALICANTE LOBITO UK MOÇAMBIQUE
GIBRALTAR
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MAPUTO
ÍNDIA
CHINA
GOA
HONG KONG
TIMOR-LESTE
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USA
SÃO FRANCISCO
Mercados Markets HÁ DESENVOLVIMENTOS IMPORTANTES NA CHINA? Por Brian Gurteen - Naturstein - Germany A China compra matérias-primas por todo o mundo, com taxa de importação zero. No entanto, a porta para produtos acabados está entreaberta, com uma taxa de importação variando entre 10% a 24% para produtos acabados. Isto irá mudar? Com os desenvolvimentos actuais na China, a aparência é positiva. A Naturstein visitou a feira Stonetech, que teve lugar em Xangai entre 6 - 9 de Abril, para explorar o potencial que a feira oferece a expositores e visitantes estrangeiros. Não há dúvida que o mercado chinês é um mercado importante para as empresas internacionais de pedra natural, e permanecerá assim no futuro previsível. O uso de pedra natural na construção de hotéis e arranha-céus de escritórios na China tem tido uma grande influência no modelo de negócios das indústrias internacionais da pedra. Idos são os dias em que a Europa comandava na distribuição de blocos. Os Chineses estão a comprar blocos directamente às pedreiras, em quantidades colossais. Como entrar neste valioso mercado com produtos acabados, não apenas blocos: para sobreviver à infindável catástrofe financeira nos EUA e na Europa, é imperativo que a indústria internacional da pedra encontre vias de acesso para este mercado, com produtos finais de mais-valia mais elevada. Uma maneira de entrar neste mercado, é considerar expor numa das feiras internacionais de negócios da pedra, na China. Seria simples, se a promoção fosse o único obstáculo a transpor. Quando se fala em exportar material acabado para a China, recebem-se reacções mistas, principalmente porque a situação é construída politicamente, logo, confusa. As empresas europeias ainda enfrentam barreiras elevadas para entrar no mercado chinês. É evidente que não estamos a tocar
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num tom regular, as restrições principais sendo o baixo valor do Iéne e as tarifas de importação sobre as importações dos países fora do sistema ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático). A taxa de importação para os países no sistema ASEAN varia entre 0% a 5%. A taxa de importação para os países na WTO (Organização Mundial de Comércio) é mais complicada. O gráfico na caixa intitulada “Tarifas de Importação Chinesas“ fornece todas as percentagens das actuais taxas chinesas de importação, tal como são fornecidas pela CCPIT, (Federação dos Materiais de Construção da China), os organizadores da Stonetech. No entanto, são os baixos custos do trabalho e a taxa de importação zero sobre os blocos, que causam a maior parte do antagonismo. Tornar-se-ia mais fácil para as empresas exportarem materiais acabados, se as pedreiras se recusassem a vender matérias-primas à China? A Naturstein falou com empresas internacionais àcerca da sua opinião a propósito da questão escaldante “- Devemos vender blocos à China?“ A reacção difere de país para país, mais, é um alvo móvel, à medida que as opiniões mudam. A maior parte dos países exportam blocos para a China, sendo a Turquia o exportador Número 1, seguida pelo Irão. Vender ou não matérias-primas à China não é uma questão simples. O gerente da empresa portuguesa Dimpomar, Luís de Sousa, tem uma atitude positiva; “- Claro que vendo blocos, é para isso que estou aqui. Muitas pedreiras estão a recusar-se a fornecer blocos à China e queixam-se frequentemente das empresas que o fazem. Tudo o que posso dizer a essas pessoas: onde estaria agora a indústria da pedra, sem o mercado chinês? Os mercados americano e europeu estão mortos. A indústria da pedra mudou tanto; o valor da pedra natural caiu alarman-
temente. Tenho uma pedreira de Rosa Aurora. Este material foi sempre um produto popular, de alta qualidade; no entanto, desde 9/11 as vendas caíram chão adentro. Em 12 anos, o número de pedreiras em actividade para este material caiu de 250 para 50. É tão simples quanto isto: ou vendo aos Chineses ou fecho a pedreira.“ Algumas pedreiras disseram à Naturstein que não vendem blocos, querendo poupar material local para o futuro. As empresas estrangeiras estão a ter problemas em vender material acabado no mercado chinês, porque, frequentemente, um concorrente vende de facto à China blocos do mesmo material. É impossível concorrer com sucesso, porque os blocos chegam à China sem taxa de importação e são produzidos em empresas com baixas despesas gerais de produção. Este problema também se estende ao mercado internacional. Frequentemente, perdem-se projectos para uma empresa chinesa, e quando se
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considera que a empresa estava a fixar um preço para o seu próprio material, aí apercebemo-nos da gravidade da situação. Esta situação mudará? Se a pressão da questão ambiental e os problemas internos de trabalho tiverem impacto, então a resposta será sim. A Naturstein falou com o organizador CCPIT da feira Stonetech. Eles relatam que há empresas estrangeiras a estabelecerem vias de acesso, e certamente outras se seguirão. A Sra. D. Dido Liu da CCPIT disse à Naturstein: “- Há mudanças. O Iéne tem tido o seu valor ligado ao do Dólar Americano nestes últimos anos. Juntamente com a queda do Dólar, isto ajudou as economias do Euro a entrarem no mercado chinês. O novo acordo do governo chinês para permitir a revalorização do Iéne em estágios controlados abre ainda mais avenidas. Enquanto o povo chinês aproveita esta oportunidade para viajar ao estrangeiro, os exportadores de pedra franzem o sobrolho, porque os seus custos de tra-
balho e de matérias-primas estão a aumentar, e o lucro das exportações, a decrescer. Algumas empresas europeias pressentem a chegada das oportunidades, especialmente no mercado de gama alta. O Sr. Du, gerente de aquisições da Hongda Real Estate, disse-nos que encontrou o material Crema Marfil na Stonetech, há alguns anos. Tornou-se num dos materiais mais populares para aplicações em hotéis.“ Para as empresas internacionais que ou: que querem exportar para a China, é importante “manterem os olhos na bola“. A situação está a mudar e a CCPIT está muito consciente dos desenvolvimentos - e como estão ligados ao governo e são os organizadores da Stonetech, têm carradas de informação para ajudar a indústria da pedra a fazer exactamente isso. “- Queremos ajudar o exportador para a China“, disse a Sra. D. Dido Liu.“ - Foi por isso que vos fornecemos a tabela de taxas de importação. Compreendemos que a taxa é uma questão importante. Neste momento, não há um pronunciamento claro sobre se a taxa de importação será mudada, mas há uma pressão crescente para a reduzir. A Sra. D. Liu nomeia duas razões:
em primeiro lugar, o plano quinquenal encoraja o aumento de importações de bens processados sofisticados; em segundo lugar, a China está no limiar dos baixos níveis de carbono e das reservas de recursos, e sob pressão para reduzir o seu consumo. A importação de materiais acabados ajudará, e será bem-vinda. A China é um grande bolo, é importante que a indústria internacional da pedra apanhe algumas fatias. No próximo ano, a Stonetech terá lugar um pouco mais tarde, de 20 a 23 de Abril, em Beijing. O governo está a promover o desenvolvimento e a urbanização do norte da China, especialmente o Círculo Económico do arco de Bohai, do qual Beijing é o baluarte. A Capital é a ligação entre o Círculo Económico do arco de Bohai, (a principal área económica do nordeste da China), a China ocidental e o mercado emergente da pedra no Próximo Oriente. De redobrada importância, o facto de estarmos a promover activamente a Stonetech 2011 visando o empreendedor, o arquitecto e o designer, em Beijing e Xangai. O nosso objectivo é expandir o aumento deste ano de compradores de gama alta.“
Por favor, ver a caixa Análise Sectorial de Visitantes da Stonetech 2010.
Análise Sectorial de Visitantes da Stonetech 20100 Empreendedor Hotel, Restaurante
5.90%
Empreiteiro
11.57%
Construtor
14.78%
Designer
26.00%
Negociante Imp. & Exp
49.00%
Processador de Pedra
15.70%
Mercado de Materiais
1.78%
Fabricantes de Cozinhas
1.02%
Outros
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13.83%
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16.87%
Torna-se evidente que os chineses estão interessados nos produtos europeus de alta qualidade, especialmente no mercado de topo de gama, e têm de facto problemas internos no que se refere a aumento de custos. Um bom exemplo é a Turquia: embora sendo o exportador de blocos Nº 1 para a China, houve uma mudança de política. O IMMIB (Associação de Exportadores de Mineral e Metais de Istambul) relatou recentemente que o volume de exportações de matérias-primas caiu 10% em 2009, atribuído principalmente aos aumentos na energia e no trabalho. Agora, o governo turco está a encorajar activamente as empresas turcas e chinesas a cooperarem e exige que mais trabalho acabado seja produzido na Turquia. A promoção de produção de alta qualidade foi certamente um ponto de enfoque principal na Marble 2010, em Izmir, Turquia.
Stonetech e Xiamen são as duas feiras da pedra mais importantes na China. A importância de visitar e expor numa das feiras internacionais de comércio na China não pode ser ignorada. Porém, qual? Não há uma resposta simples para esta questão. Ambas as feiras têm as suas vantagens, e ambas são importantes. A Sra. D. Fanny, editora da nossa revista colaboradora chinesa ISI (Revista Internacional de Informação da Pedra), diz: “Ambas as exposições são as feiras internacionais mais importantes da China, para o comprador e para exportador. Embora seja óbvio que Xiamen teve muito mais visitantes, tem que ser levado em conta que há mais de 2000 empresas comerciais na área de Xiamen. A feira também está aberta ao fim-de-semana, e é vista como um evento local, assim, toda a família e amigos vão lá pela pândega; portanto, muitos dos visitantes não são com-
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pradores. A Stonetech está aberta somente aos dias úteis; portanto, primariamente é visitada por compradores. Tem lugar em Xangai e Beijing, em rotação anual. Nenhuma destas cidades é um centro da pedra, mas são ambas importantes centros de negócios, facilmente acessíveis ao empreendedor, arquitecto e designer. Ambas as feiras têm um elevado número de expositores, e vale a pena visitá-las, se estiver a vender ou a comprar. Se quiser adquirir materiais da China, devido ao enorme volume de empresas na área de Xiamen, então a Xiamen faz a diferença. Se quiser vender produtos acabados de alta qualidade nos mercados chinês e asiático, aí, a Stonetech é a escolha certa.”.
Em Conclusão : O mercado chinês é demasiado grande para imaginar sequer a recusa de vender matérias-primas. No entanto, as empresas poderão ser selectivas acerca de qual a matéria-prima a fornecer. Os arquitectos, designers e empreendedores chineses estão especialmente interessados em materiais de cores claras, de alto valor. Possivelmente, a solução de cooperação turca é de considerar, especialmente porque a indústria de máquinas e alguns produtores de pedra
já estão, com sucesso, a trabalhar em cooperação com fabricantes chineses. A cotação do Iéne está actualmente a subir em relação ao Euro, e os custos do trabalho estão a ser empurrados para cima pela agitação da força de trabalho chinesa, especialmente no Sul. Se a China estiver realmente interessada em promover importações, pelas razões dadas pela CCPIT, então isso acontecerá muito rapidamente, portanto, é importante manter um perfil no mercado chinês. A proximidade iminente das datas das feiras, torna certamente difícil aos europeus a participação em ambas. Em qual das feiras participar? Ambas oferecem oportunidades, de igual modo, não apenas para os chineses, mas também para os mercados emergentes do Próximo Oriente. Como apontou a Sra. D. Fanny da revista do ISI, tal dependerá dos vossos requisitos pessoais de mercado. Para importar para a Europa, Xiamen tem vantagem, e para exportar para a China e para o Próximo Oriente, a Stonetech é mais vantajosa. As reservas começaram para a Stonetech 2011, para os Halls 1-8. Pode visitar www.stonetech.com para mais informações.
Tarifas Chinesas de Importação Taxa Interna sobre Importação de Bens (Válido apenas no Ano de 2010) Item de Tarifa
Descrição do artigo
Taxa Interina
25061000
Quartzo
1
25062000
Quartzite Esteja ou não serrada em blocos ou placas de formato rectangular
1
25151100
Mármore & Travertino bruto ou com rebarbação grosseira
0
25151200
Mármore & Travertino, meramente cortado em quadrado ou formato rectangular
0
25152000
Ecaussine e outras pedras calcárias, monumentais ou de construção, alabastro, quer seja ou não com rebarbação grosseira ou cortado em blocos ou placas de formato rectangular (incluindo quadrado)
0
25161100
Granito bruto ou com rebarbação grosseira
0
25161200
Granito, meramente cortado em blocos ou placas de formato rectangular (incluindo quadrado)
0
25162000
Grés, bruto ou com rebarbação grosseira
0
66
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Taxação Fiscal para Importação de Bens Item de Tarifa
Descrição do artigo
6801
Conjuntos, Pedras curvadas & Lages de Pedra Natural (excepto ardósia)
6801000
Conjuntos, Pedras curvadas & Lages de Pedra Natural (excepto ardósia)
6801000
Pedra trabalhada, monumental ou de construção (excepto ardosia) e artigos derivados, que não os bens do cabeçalho 6801; cubos de mosaico e afins, de pedra natural (incluindo ardósia) estando ou não sobre suporte; grânulos coloridos artificialmente, lascas e pó, de pedra natural (incluindo ardósia):
Taxa para Nação Mais Favorecida % (M.F.N.)
12
Ladrilhos, cubos e artigos similares, sejam ou não rectangulares (incluindo quadrado), a maior área de superfície do qual seja capaz de estar contida num quadrado cujo lado tenha menos de 7 cm (2.76 polegadas); grânulos artificialmente coloridos, lascas e pó 68021010
Ladrilhos, etc, a maior área de superfície<7cmx7cm; grânulos artificialmente coloridos, lascas e pó, de mármore
24
68021090
Outros ladrilhos, etc, a maior área de superfície<7cmx7cm; grânulos artificialmente coloridos, lascas e pó
20
Pedra monumental ou de construção, simplesmente cortada ou serrada, com superfície lisa ou regular 68022110
Pedra monumental ou de construção, de mármore, simplesmente cortada ou serrada, com superfície lisa ou regular
10
68022120
Pedra monumental ou de construção, de travertino, simplesmente cortada ou serrada, com superfície lisa ou regular
24
68022190
Pedra monumental ou de construção, de alabastro, simplesmente cortada ou serrada, com superfície lisa ou regular
24
68022300
Pedra monumental ou de construção, de granito, simplesmente cortada ou serrada, com superfície lisa ou regular
10
68022910
Outras Pedras Calcárias
24
68022990
Outras
15
Esculturas e artigos trabalhados 68029110
Esculturas de mármore, travertino e alabastro
24
68029190
Outros artigos de mármore, travertino e alabastro
10
68029210
Esculturas de pedra calcária
24
68029290
Outros artigos de pedra calcária
10
68029310
Esculturas de granito
24
68029390
Outros artigos de granito
10
68029910
Esculturas de outras pedras
24
68029990
Outros artigos de pedras
24
6803
Ardósia trabalhada e artigos de ardósia ou de ardósia aglomerada
68030010
Ardósia Trabalhada & Artigos de Ardósia
20
68030090
Ardósia Aglomerada Trabalhada & Artigos de Aglomerado
20
68101910
Ladrilhos, lajes, tijolos e artigos similares de pedra artificial
10,5
2514000
Ardósia, seja ou não com rebarbação grosseira ou meramente cortada por serragem ou outra maneira, em blocos ou placas de formato rectangular (incluindo quadrado).
68
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
3
Sopa da Pedra The Stone Soup
OS SABORES DA PEDRA
Victor Lamberto 1 Nesta coluna, que percorre caminhos, mais ou menos perceptíveis, entre as pedras e os sabores, apresentamos, agora, num país com longa ligação aos mares, como é Portugal, a LAMPREIA... Este é um «peixe» muito primitivo, de água doce ou anádromo, ciclóstomo (corpo de secção circular), agnata (sem maxilas), de forma alongada, serpentiforme e cilíndrica, e sem escamas. Tem a forma de enguia e a sua boca comportase como uma ventosa, reforçada por uma anel de cartilagem e armada com uma língua-raspadora também cartilaginosa.
(http://gl.wikipedia.org/wiki/Lamprea) Graças a estas características é parasita de peixes e, esporadicamente, de mamíferos marinhos, sugando sangue, outros líquidos biológicos e, mesmo, carne.
70
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
As lampreias encontram-se principalmente em águas fluviais ou costeiras temperadas, sendo algumas espécies usadas na alimentação. Origina petiscos não consensuais, pois as posições são tendencialmente extremadas quanto à sua importância para os prazeres da mesa: de um lado estão aqueles que aguardam ansiosamente pelo tempo delas e fazem muitos quilómetros para a saborear; do outro os que não a suportam, e que inclui igualmente adeptos da boa mesa. Todavia, no sul da Europa, sobretudo em Portugal, Espanha e França, a lampreia é considerada uma requintada iguaria, tendo sempre atingido preços elevados, como o indica o ditado popular “A lampreia faz a bolsa feia”. Na Península Ibérica assumem importância à mesa os géneros Petromyzon (lampreia-do-mar) e Lampetra (lampreia-do-rio). Para a imagem da lampreia, ímpar e amiúde inquietante, contribuem certamente as seguintes notas: - aos romanos, grandes apreciadores de lampreia, associa-se a lenda que refere que este «peixe» era alimentado com o sangue sugado de escravos; - o judaísmo e o islamismo proíbem o consumo de peixes sem escamas, por os considerarem impuros; - segundo o Bestiário de Aberdeen (séc. XII), a lampreia seria sempre fêmea e resultaria da reunião sexual deste «peixe» com a cobra; - é um «peixe» com sabor único (não é peixe nem carne, mas com um sabor mais próximo desta), viscoso, semelhante a uma serpente (ligada ao pecado original), qual gigantesca sanguessuga… Todavia, para aqueles que a apreciam, é um petisco considerado divino, muito apreciado ao longo dos tempos (e.g. romanos, D. João I, Henrique I de Inglaterra, Luís IX de França, almoço de coroação de Isabel II), e é neste âmbito que iremos centrar o presente texto. Sendo capturado e consumido entre Janeiro
e Abril, quando regressa ao rio onde nasceu para se reproduzir e morrer de exaustão, é um «peixe» dito azul, com alto teor em gordura insaturada (e.g. ómega-3), percentagem moderada de proteínas, e é relativamente rico em vitaminas A e D, B1 e B2. Em Abril, com a chegada de Primavera, deixa de ser pescada e consumida (na Galiza diz-se que a lampreia está, então, cucada, dado coincidir com a chegada do cuco). O consumo sazonal da lampreia, apresenta-se, entre nós, sob diversas formas: à minhota, à transmontana, à bordalesa, assada no forno, no espeto, de fricassé, de escabeche, de conserva, seca, fumada, em empadas... Note-se que já Domingos Rodrigues apresenta várias receitas no seu livro “A Arte de Cozinha” (1680). Na imprescindível “Cozinha Tradicional Portuguesa” (1983), de Maria de Lourdes Modesto, estão presentes 11 receitas de lampreia (não incluída nos peixes): oito com arroz, uma de escabeche, uma à transmontana (com pão frito em azeite) e uma à bordalesa (com pão torrado). Apresenta-se seguidamente uma destas receitas, a famosa “lampreia à bordalesa”, de Viana do Castelo, retirada desta obra (p. 19).
(http://commons.wikimedia.org) Considerem-se, em primeiro lugar, e para um repasto para 4 convivas, estes ingredientes: 1 lampreia viva; 2 cebolas; 1 dente de alho; 2 dl de azeite; 1 ramo de salsa; 10 grãos de pimenta em grão; sal; 400 g de pão cortado em fatias e torrado…
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Segue-se a confecção deste manjar, possível adaptação minhota de uma receita com origem na região de Bordéus: 1. arranjar a lampreia como habitualmente e cortar em bocados; 2. fazer, à parte, um refogado pouco puxado, com as cebolas cortadas às rodelas picadas, o dente de alho picado e o azeite; 3. introduzir os bocados de lampreia neste refogado; 4. juntar a salsa, a pimenta e o sal; 5. deixar estufar; 6. cobrir o fundo de uma travessa com o pão torrado; 7. dispor a lampreia na travessa; 8. regar o conjunto com o molho; 9. acompanhar com arroz de manteiga. Aconselha-se, para que este prato regional seja degustado em todo o seu esplendor, a companhia de um tinto duriense ainda jovem ou do menosprezado, mas adequado, verde tinto. Existindo cerca de 50 espécies no mundo, a lampreia está em claro declínio em todo o mundo, devido a diversos factores (e.g. construção de represas, extracção de inertes, contaminação fluvial, sobrepesca), correndo o risco de extinção em muitos locais. Contudo, em Portugal aparece ainda nas bacias hidrográficas dos rios Minho, Lima, Cávado, Douro, Mondego, Tejo e Guadiana.
E quais as relações da lampreia com as pedras? Eis, desde já, algumas:
72
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
_os gregos chamavam-lhe petromyzon, chupapedras; _os romanos chamavam-lhe lampetra, lambepedras (lambere petra); _é também conhecida como lambepedras, na Galiza, suga-pedras, em Portugal, e stone-sucker, na Inglaterra; _para a reprodução constrói um pequeno ninho com pedras, o macho fixa-se à fêmea com a ventosa e enrola-se nela, a qual se fixa a uma pedra do fundo do rio – as pedras são protecção e ponto seguro de apoio, como tem também sucedido ao longo dos tempos com a humanidade; _como sucede com as pedras, apresenta uma vetusta idade, com os registos fósseis mais antigos conhecidos a indicar cerca de 360 milhões de anos – um fóssil-vivo, mais antigo que muitas das nossas rochas ornamentais; _apesar da sua história tão grande e extensa, é, todavia, ainda muito pouco conhecida, como sucede com muitos aspectos da indústria da pedra (desconhecimento, conhecimento parcelar ou incorrecto) - na América do Norte somente na última década e meia começa a ser conhecida em profundidade, dado ser considerada uma praga para a pesca, nos rios e nos Grandes Lagos da América do Norte, onde foi introduzida; _como acontece, em muitos casos, com a rochas ornamentais e a sua indústria, a lampreia é um assunto que divide as pessoas – há os que fazem caretas só de ouvir a palavra e há os que aguardam ansiosamente pela sua época e percorrem muitas vezes, então, longas distâncias para a degustação desta raridade cíclica… Apesar de ser um animal muito antigo, um dos dois únicos representantes dos vertebrados mais primitivos, os Agnatas, a lampreia soube resistir e permanecer viva todo este tempo, sobrevivendo a vários grandes eventos globais de extinção da vida, à escala geológica! Conseguirá a indústria da pedra um feito comparável?
E talvez um dia se consiga atribuir às rochas ornamentais, de forma abrangente e duradoura, as características de atractividade que a lampreia tem para os seus apreciadores – um produto único, ao qual se associa um sentido aspiracional e de exclusividade. E que outros contributos poderão ser retirados para o sector da pedra natural a partir destas breves linhas sobre a singular lampreia? Conseguirá «fixarse» o consumidor à pedra, à imagem do que sucede com a lampreia, que «lambe pedras»? E recordemos que “Um povo que defende os seus pratos nacionais defende o território”, como disse o alentejano Fialho de Almeida… Não acontecerá o mesmo com a pedra?
Desta forma, e com o auxílio da duplamente pecaminosa LAMPREIA, duplicidade ligada ao pecado da gula (a iguaria) e ao pecado original (a serpente), com “sabor a pedra” e à qual surgem associados conceitos diversos, como local, tradicional, raridade, prestígio, “durabilidade”… prosseguimos, uma vez mais, a degustação de sabores da pedra… lentamente, com produtos regionais e sazonais, comendo bem, com prazer e em boa companhia, como defende o movimento global Slow Food!!!
1
Eng.º Geólogo, Mestre em Planeamento Mineiro, leader
do Convivium Alentejo - Slow Food; vlamberto@gmail.com
(foto do autor)
slowfoodalentejo@gmail.com
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Boas Práticas Best Practices
CANAL ABERTO Coordenação: A. Casal Moura Colaboração: Laboratório do INETI e Cevalor
Decidi investir na compra de blocos de pedra ornamental com vista a dispôr de um stock satisfatório de algumas variedades para transformação. Já pondo de parte os blocos com formato irregular, como deverei proceder para seleccionar blocos que não me tragam problemas? Ao contrário de muitos dos outros produtos de construção, de características consideradas constantes, a pedra natural, mesmo a proveniente das melhores pedreiras, é susceptível de apresentar variações mais ou menos importantes na tonalidade, na textura, no padrão ornamental e em muitas das características físicomecânicas, variações essas que devem ser tidas em conta quando se vai proceder à sua transformação. Mais ainda: nem todos os blocos extraídos são passíveis de uma transformação rentável (daí a pergunta que faz) e o facto é que muitos deles são imediatamente rejeitados para as escombreiras. A primeira atitude a tomar é proceder a uma observação cuidada dos blocos. Terá de considerar os seguintes aspectos, entre outros: - Aspecto macroscópico dos blocos - cor da pedra - textura (ou estrutura), granularidade, elementos ornamentais,... - homogeneidade dos blocos - geometria e dimensões dos blocos - Defeitos da pedra - variações de textura ou de tonalidade - microfracturação - presença de manchas, vergadas ou filonetes, concentrações ou bandas biotíticas ou de outros minerais, nódulos, cavidades, etc., quando não fazem parte do padrão ornamental - presença óxidos de ferro hidrolisados, formando manchas, bandas, auréolas, etc. - presença de feldspatos caulinizados - presença de biotites alteradas ou cloritizadas - presença de pirite e outros sulfuretos facilmente oxidáveis - Orientação do corte de placas (escolha da face ou faces com o melhor aspecto ornamental ou o pretendido; “correr” e “contra” da pedra). Por corte conveniente de blocos de rochas com estrutura orientada ou com bandas, veios ou outros efeitos ornamentais, é possível obter padrões de belos efeitos.
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Por outro lado, a homogeneidade da estrutura interna dos blocos pode ser verificada medindo a velocidade de propagação de impulsos de ondas longitudinais ultrassónicas através do bloco. O mais habitual é executarem-se medições colocando os transdutores de emissão e de recepção no mesmo alinhamento em vários pontos de faces opostas acessíveis do bloco para se medir a velocidade de propagação do som em várias secções. Quando um impulso ultrassónico encontra uma fissura ou um vazio, a quantidade de energia transmitida através destas descontinuidades é insignificante, do que resulta obter-se um tempo de percurso mais longo (e, por isso, uma menor velocidade de propagação) comparativamente a uma transmissão que ocorra num bloco sem nenhuma fissura ou vazio. No entanto, no caso de uma fissura em que os lados da fenda são mantidos firmemente em contacto, a energia ultrassónica pode atravessar a fissura sem ser interrompida. Nos blocos heterogéneos, é de esperar que as velocidades determinadas sejam variáveis consoante a secção atravessada pelas ondas sonoras. Note-se que as condições de humidade do bloco, ou seja, a presença de água nos poros, influenciam a velocidade de propagação, aumentando-a relativamente à que seria determinada num bloco seco. No quadroseguinte indica-se, para vários tipos de pedra, a gama de velocidades de propagação do som em blocos sem defeitos estruturais e em blocos com defeitos internos (por exemplo, fissuras ou fracturas).
Tipos de Pedra
Valores indicativos da velocidade de propagação de ondas longitudinais Blocos de fraca qualidade
Blocos de boa qualidade
Granitos
2,10 a 2,80 km/s
2,80 a 7,00 km/s
Basaltos
2,30 a 3,00 km/s
3,00 a 8,00 km/s
Mármores
2,50 a 3,10 km/s
3,10 a 6,20 km/s
Calcários
2,40 a 3,20 km/s
3,20 a 6,30 km/s
Arenitos
2,10 a 3,20 km/s
3,20 a 4,50 km/s
Ardósias
2,30 a 2,70 km/s
2,70 a 5,00 km/s
Velocidades de propagação das ondas longitudinais em blocos de fraca e de boa qualidade para vários tipos de pedra
Em suma, a utilização de ultrassons é um método não destrutivo, rápido e eficaz para o controlo da qualidade dos blocos. Ultimamente, e utilizando ainda a propagação de ondas longitudinais, foram desenvolvidos métodos de tomografia bi e tridimensional dos blocos que permitem localizar e mapear, com precisão, os defeitos eventualmente existentes no seu interior. É uma técnica da qual muito pode beneficiar a transformação, por fornecer elementos que antecipam a melhor maneira de processar os blocos.
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Tecnologia Technology MOVITER SOLUÇÕES PARA DEMOLIÇÃO E RECICLAGEM A MOVITER, empresa do grupo Movicortes de Leiria, tem uma área de negócio especializada em equipamentos de processamento mineral, demolição e reciclagem, com a representação de marcas de referência a nível mundial.
HITACHI ZX670-3 E NPK; PARCEIROS IDEAIS PARA TRABALHOS DE DEMOLIÇÃO
eficiência e vida útil, com menos custos operativos e de manutenção, face ao tipo de trabalho a que se dedica. Nas especificações desta máquina destacam-se ainda: o braço telescópico de 38metros, cilindros de elevação reforçados, cabina de alta visibilidade e inclinável até 30°, display visual de altura e alcance do acessório, câmaras e espelhos de visualização e segurança, sistema de supressão de poeiras, estrutura inferior retráctil, cilindros de elevação e vários outros elementos reforçados e contra-peso removível hidraulicamente. A Hitachi ZX670-3 de demolição da JMM faz equipa com duas tesouras de corte e desmonte de estruturas NPK da série S. A S-16XCR tem 1.820Kg de peso operativo e uma abertura máxima de mandíbula de 850mm. A NPK S-26 XBR, com 2.650Kg de peso operativo, tem uma abertura máxima de mandíbula de 1.000mm.
EQUIPAMENTOS DE DEMOLIÇÃO NPK
Com um sistema hidráulico e uma estrutura mais robusta, a escavadora de demolição Hitachi ZX670-3 da empresa JMM, garante uma maior produtividade,
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
A NPK é uma marca globalizada, natural do Japão, especializada em equipamentos de demolição, com reputação de qualidade e com muita experiência e prestigio no sector. Para além da grande qualidade, os equipamentos NPK gozam de características que os tornam especiais. Um princípio de funcionamento único impõe resultados ímpares, nomeadamente no que respeita ao desgaste e ao nível de ruído, particularmente baixo e, consequentemente, preparado para as restrições ambientais que vão progressivamente condicionar o uso de ferramentas e máquinas em zonas urbanas e afins. Para escavadoras das 2 às 80 toneladas, a Série S da NPK tem mais força de corte, para operações
de demolição e desmonte de estruturas; apresenta maior abertura das mandíbulas (até 2metros); rápida abertura/fecho das mandíbulas (0,7 Seg.) para 27 ciclos/minuto; rotação de 360° em ambas as direcções e em todos os modelos. Com grande versatilidade de aplicações, este modelo também permite a aplicação como tesoura de pulverização. Para operações de demolição e desmonte de estruturas, as tesouras NPK da série S garantem maior robustez e mais força de corte e rapidez, com ciclos de trabalho rápidos. Com 10 modelos, de 275 a 9000Kg, para escavadoras das 2,5 às 80 toneladas, as tesouras de demolição NPK têm uma excelente produtividade e uma boa relação custo/eficiência. - Sistema “powerbooster” (mais força e maior produtividade; quando o equipamento encontra maior resistência ao corte, acciona automaticamente uma reserva de potência extra.)
- Movimento de rotação de 360° em ambas as direcções - Soluções ajustadas para operações de longo alcance - Reduzido esforço para a escavadora
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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ESCAVADORAS DE DEMOLIÇÃO HITACHI
O desenvolvimento das escavadoras Hitachi da série Zaxis-3, ao nível da inovação, da electrónica e dos sistemas hidráulicos, características que potenciam
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
a precisão, a capacidade de controlo e a robustez das escavadoras, permite à Hitachi apresentar-se com soluções para demolição, com a qualidade que sempre foi reconhecida nos equipamentos da marca japonesa. - Tecnologia Zaxis-3 - Estrutura inferior reforçada para maior resistência e durabilidade - Cabina com tejadilho transparente; bomba e aspersores de água; estrutura de protecção frontal e superior - Protecção dos rastos - Várias opções de braços de demolição - Cabina reclinável - Protecção FOPS
Notícias News A empresa italiana amplia-se no mercado internacional, aumenta a gama dos produtos para o processamento de mármores e granitos. A resposta à crise do sector
DELLAS, O DESAFIO DA GLOBALIZAÇÃO «Em 2010 aumento da facturação em 10%. E agora olhamos para o Far East».
Inovação, diferenciação e qualidade dos produtos. E consolidação da própria presença em campo internacional. Esta é a estratégia da Dellas, empresa líder no fabrico e comercialização de ferramentas diamantadas para o sector da pedra. Uma forte política de investimentos em busca de inovação, permitiu à empresa de Lugo di Grezzana, aumentar a própria gama de produtos, que se ampliou dos discos, lâminas e fio diamantado às ferramentas especiais para o polimento e calibragem por centros de controlo numérico. Assim num momento difícil para o sector da pedra, que se ressente da crise internacional, a Dellas prevê durante o ano de 2010 um aumento de 10% da facturação graças aos novos produtos desenvolvidos. Um resultado importante à luz da tendência variante registada a partir de 2008 e em seguida recuperada durante 2009 e o primeiro trimestre do ano corrente. A estratégia comercial aponta para o desenvolvimento dos mercados emergentes: 50% da facturação é, de facto, realizado nos países nos quais, segundo as previsões internacionais, o crescimento do Produto Interno Líquido durante 2010 deveria estar além de 5%. No cenário mundial, enquanto alguns países progrediram, outros tiveram que reorganizar o próprio papel. Os três principais países exportadores de material trabalhado são a China, a Índia e a Itália. Enquanto aumentaram consideravelmente as quotas da índia e da China, a Itália baixou de 31 para 17%.
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
E, é precisamente para o mercado do Far East que a Dellas está a olhar com imenso interesse. «A Índia, a China e muitos dos países do Far East estão a emergir», explica Daniele Ferrari, vice-presidente, «trata-se de zonas muito interessantes quanto aos volumes do mercado da pedra, tanto para o corte como para o processamento. A nossa empresa tenciona, portanto, desenvolver projectos nesta área. Falamos de um mercado difícil, não só pelas características locais mas também pela presença de outros operadores do sector, mas no qual julgamos ser importante a nossa presença em termos de desenvolvimento para o futuro». Quanto à rentabilidade, a gestão empresarial da Dellas exprime uma margem operacional bruta (Edibta) na ordem dos 20% da facturação, no topo para o sector de pertença. Pelo contrário, o rendimento operacional da gestão característica (Ebit) faz emergir uma rentabilidade do capital investido (Roi) de 10%, índice de uma boa capacidade de remunerar todos os capitais utilizados tanto de fontes externas como internas. A empresa conta 90 empregados e trinta colaboradores, além de uma rede de 62 revendedores e agentes em todo o mundo. A Dellas, para além da forte difusão no mercado italiano, já está presente com uma estrutura comercial e de assistência em 29 Países do mundo - só para mencionar algumas localidades entre as mais importantes - no Irão, Turquia, Alemanha, Brasil, Espanha, México, Estados Unidos, Argentina, Arábia Saudita e Venezuela. Uma ramificação considerável: «É especialmente importante para nós. A Dellas acredita na diferenciação do mercado. Mas também num serviço ao cliente feito por medida. Julgamos fundamental a fidelização dos clientes, através de uma assistência específica», afirma Daniele Ferrari. É precisamente através do estudo das características geológicas das pedras de todo o mundo, que a Dellas é capaz de realizar produtos de corte e processamento específicos capazes de garantir aos clientes a máxima velocidade e eficiência, mesmo em termos económicos, do processamento.
DAMASCO RECEBE 3.ª EDIÇÃO DA SÍRIA STONE 2010 A Síria Stone 2010, vai realizar-se entre os dias 05 e 09 de Outubro na cidade de Damasco, capital da Síria. A empresa Al- Bashek, responsável pela organização da 3.ª Edição da Exposição de Comércio Internacional de Materiais, Equipamentos e Acessórios de Pedra, foi criada em 1996 e hoje é uma das maiores empresas especializadas em exposições e conferências dentro da indústria da construção. «O nosso objectivo é trazer as mais recentes tecnologias para a Síria» declara o organizador. Com um crescimento real do PIB estimado em 5,1%, a Síria está a tornar-se um mercado interessante para as empresas internacionais. De acordo com a empresa organizadora, «a Síria Stone 2010 é o lugar ideal para estimular as relações internacionais entre industriais, investidores, comerciais, atacadistas e distribuidores e dar-lhes a oportunidade de ver os equipamentos e produtos actualizados dentro do mesmo espaço.» Os organizadores têm apostado em
campanhas de marketing e publicidade para divulgar a exposição através dos meios de comunicação locais e internacionais. Damasco fica num planalto situado a 690m acima do nível do mar e é limitada pela cordilheira Antilíbano a oeste e pelo deserto da Síria a leste. A cidade fica no oásis de Ghutah e a água que a abastece vem do rio Barrada. Apesar de estar geograficamente perto do Mediterrâneo, a cadeia montanhosa isola Damasco do Litoral e obriga a cidade a virar-se para leste.
MUSEU DO FERRO RECEBE PALESTRA SOBRE OS XISTOS DE TRÁS-OS-MONTES O Museu do Ferro e da Região de Moncorvo promoveu no passado dia 4 de Setembro, uma palestra intitulada «Os xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico», no Auditório do Museu do Ferro e da Região. A palestra foi proferida pelo Professor
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Doutor Fernando Noronha, que iniciou a sua exposição referindo que no passado o xisto era um material de construção comum, especialmente no Norte e Centro do país. Durante o seu discurso, falou ainda sobre o projecto «SCHIST Resource» do qual é coordenador e que tem como objectivo caracterizar, cartografar, efectuar análise petrográfica e testes físicos e mecânicos aos principais locais de exploração de xisto, de forma a saber a sua viabilidade de exploração e utilização. Posteriormente, e no que diz respeito aos locais estudados, referiu também alguns dos aspectos técnicos e propriedades dos xistos, assim como as possibilidades da sua aplicação. No final da palestra decorreu um espaço de debate, em que o público presente teve a oportunidade de ver respondidas as questões colocadas ao Professor Doutor Fernando de Noronha.
COMUNICAR A PEDRA NATURAL Por Manuela Martins (Consultora de Comunicação)
Gosto de pessoas. Muito. Por isso encarei como um grande desafio fazer um vídeo sobre as rochas ornamentais portuguesas. Que desafio maior do que “encher” 10 minutos de ecrã com imagens de fachadas de edifícios, pedreiras, fábricas…e ao mesmo tempo conseguir dar-lhes alma? Como profissional
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
da comunicação, em mais de 20 anos de televisão sempre assinei os meus trabalhos com o sopro da alma que só as pessoas conseguem dar-lhe. Tive um coordenador (o António Peres Metello) que me chamava o rosto humano da economia! E agora pediam-me um trabalho sobre “rochas” e sem “vivos” (gíria jornalística em televisão que corresponde a depoimentos, entrevistas)... Amadureci ideias e decidi que não ia abdicar de contar uma “estória” ou várias “estórias”. Esta sempre foi a fórmula que se revelou mais eficaz para comunicar e agarrar o espectador. Foi com base neste pressuposto que resolvi o problema do início do vídeo. O edifício que mais se prestava para o efeito pretendido, pelo facto de usar mais do que um tipo de rocha ornamental, ser recente, cosmopolita e com uma arquitectura de referência era a nova igreja de Fátima. Foi com ela que iniciámos a edição (a falar nos calcários) e a ela voltámos (para passar para os mármores) o que permitiu imprimir uma coerência ao arranque do vídeo e lançar a narração. Os espaços públicos urbanos estão muito direccionados para a vida em comunidade e revelam, mais do que quaisquer outras obras, uma forte ligação às pessoas, ao interesse público e aos decisores políticos - foi assim que decidimos percorrer a Avenida dos Aliados, a Praça 8 de Maio, o Terreiro do Paço e o belíssimo Metropolitano de Lisboa.Com a vantagem de que estes locais são ponto de passagem, nas cidades, e o vaivém dos seus habitantes dar-nos-ia o elemento humano que preenche de cor e sentido a pedra e a arquitectura. Considerámos imprescindível ouvir um arquitecto e um designer de interiores como principais prescritores das rochas ornamentais e assim conseguimos os valiosos depoimentos de dois excelentes profissionais, Manuel Aires Mateus e a Gracinha Viterbo que deram à obra o carisma de que ela precisava. Não podíamos deixar de captar a imagem do fantástico aqueduto de Lisboa, esse baluarte da pedra natural, símbolo fortíssimo da ligação perene entre a Humanidade e a Pedra. Para terminar o vídeo seleccionámos, calculistamente, a imagem esmaga-
dora da rosa-dos-ventos, desenhada nos mais belos mármores nacionais. Asseguradas no alinhamento da minha memória estas imagens fiquei tranquila e respirei de alívio: tinha conseguido agarrar o vídeo como pretendia. Podíamos partir para o terreno e começar a filmar. Todas as pedreiras, fábricas e demais elementos que me pedissem para filmar podiam pacificamente preencher o núcleo do vídeo pois estava já assegurado que ele teria uma alma. Para este sopro contribuiu o facto de esta obra (o vídeo) ser também o resultado de um encontro muito pessoal entre a autora e a Pedra. É uma sensação radical ver o bloco de pedra sair das entranhas da terra. Sentimo-nos a tocar o sagrado. O genuíno. Ver a transformação da pedra faz-nos sentir participantes da obra da Criação. Passei a valorizar mais o granito da minha entrada. O negro Angola da bancada da minha cozinha. E os meus 12 m2 de calçada portuguesa, num pequeno jardim interior a céu aberto. Fiquei, naturalmente, uma prescritora da Pedra na área da comunicação. Espero que um dos meus próximos desafios pro-
fissionais seja participar na criação de uma acção global e concertada, de marketing e comunicação, que passe por divulgar mais a Pedra nas revistas de decoração e conseguir que o programa de decoração que tanto aprecio o “Querido Mudei a Casa” (SIC Mulher) inclua obras de revestimento a pedra natural… o que nunca aconteceu. É urgente o lobbie da pedra natural… A qualidade de vida a que todos aspiramos assim o exige. Uma industria nacional que mobiliza vários empresários e trabalhadores também. Além do contributo que este sector pode dar ao PIB e ao volume de exportações.
CIMERTEX MADEIRA REFORÇA
PENETRAÇÃO EM CABO VERDE
Dentro do grupo Cimertex, a CIMERTEX MADEIRA S.A. tem a seu cargo a cobertura do mercado de Cabo Verde. Este país, que é caracterizado pela sua
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estabilidade política e coesão social, tem em curso um extenso programa de desenvolvimento infraestrutural, com incidência nos Portos, Aeroportos e Rede de Estradas, graças a um conjunto de programas de ajuda económica decorrentes de acordos estabelecidos com Portugal, a Comunidade Europeia e outras origens internacionais. A CIMERTEX MADEIRA estabeleceu a base da sua actividade em Cabo Verde na cidade da Praia, capital do país, oferecendo ao mercado local um qualificado apoio nas vertentes comercial e de serviço após-venda. O trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses permitiu o estabelecimento de relações comerciais com a Empreitel Figueiredo S.A., que é o principal empreiteiro de obras públicas cabo-verdiano, e a quem foram vendidos vários equipamentos Komatsu e Sandvik para operação nas Ilhas de Santo Antão e São Nicolau.
ESTREMOZ RECEBE DEBATE SOBRE A PEDRA O Parque de Feiras e Exposições de Estremoz vai ser palco de um debate em directo sobre os mármores e calcários portugueses já no próximo dia 28 de Setembro. O encontro vai contar com a presença do Subdirector Geral da Direcção Geral de Energia e Geologia, o Engenheiro Carlos Caxaria, com o VicePresidente da Assimagra, o Doutor Miguel Goulão e com um empresário do sector da pedra natural. Os convidados presentes vão ter a oportunidade de explicar a situação do sector da pedra natural em Portugal, assim como de descrever os projectos, as dificuldades e os objectivos pretendidos para o sector. Temas como a produção da pedra natural, a exportação e o ordenamento do território vão ser debatidos neste encontro. O programa Portugal em Directo trata-se de um espaço de debate dedicado aos mais diversos temas da actualidade regional do País.
ÍNDIA PREPARA FEIRA INTERNACIONAL DE MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO Para assinalar a entrega das primeiras cinco unidades Komatsu e dois martelos hidráulicos Sandvik deslocaram-se a Cabo Verde o Presidente do C.A. e o Director-Geral da CIMERTEX MADEIRA, tendose encontrado com o Engº Teófilo Figueiredo e o Dr. Paulo Figueiredo, respectivamente Presidente e CEO da Empreitel Figueiredo, e ainda o Engº Helder Santos, responsável pela operação e manutenção do equipamento. No próximo mês, serão entregues duas escavadoras Komatsu PC450-8 e um martelo hidráulico Sandvik BR4510. Todos os equipamentos foram vendidos com um programa de extensão de garantia que muito beneficia o utilizador.
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A maior cidade da Índia, Bombaim, vai receber a Feira Internacional de Máquinas para Construção, Material, Veículos, Mineração e Equipamento. O evento vai decorrer entre os dias 08 e 11 de Fevereiro de 2011 no Complexo de Kurla Bandra. O certame, organizado pela Federação Internacional das Associações de Empreiteiros da Ásia e do Pacífico Ocidental (IFAWPCA) em parceria com a Bauma Conexpo India, vai receber cerca de 400 expositores provenientes de 25 países de todo o mundo. Os organizadores acreditam que a exposição vai satisfazer todos os pré-requisitos essenciais para o sucesso do evento. O complexo Bandra Kurla vai contar com espaços que estão configurados para atender às necessidades dos expositores. A infra-estrutura do lo-
cal escolhido apresenta vantagens adicionais através do fácil acesso aos aeroportos internacionais e à proximidade com muitos hotéis de forma a poder alojar todos os participantes e visitantes da feira.
NOVAS REGRAS PARA DEPOSIÇÃO DE INERTES NA MADEIRA A Vice-Presidência do Governo Regional e a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais publicaram, no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira de 30 de Julho (JORAM), número 63, uma portaria conjunta que vem estabelecer o regime de gestão de resíduos provenientes da actividade extractiva do sector da pedra natural. A proposta tem como objectivo «regular a eliminação e a valorização de resíduos não perigosos, inertes e não inertes, produzidos no âmbito da prospecção ou exploração de depósitos e massas
minerais, do desassoreamento das zonas de escoamento e de expansão das águas de superfície, das actividades destinadas ao processamento físico das rochas extraídas (britagem, lavagem e classificação), e da indústria de transformação de rochas ornamentais». O novo regime vem, ainda, permitir que os resíduos não perigosos e inertes estejam isentos da obrigatoriedade de colocação em aterro de resíduos inertes, podendo, em alternativa, ser utilizados na execução de trabalhos de remodelação de terrenos ou no enchimento de pedreiras, no âmbito dos planos ambientais e de recuperação paisagística daquelas últimas infra-estruturas. Por outro lado, a portaria sublinha ainda: «A indústria de transformação de pedra para fins ornamentais, nas operações de serragem, corte e acabamento, produz um volume de resíduos que se estima ascender a 30% do material processado. As operações referidas são responsáveis pela produção de lamas num volume de 0,1 metros cúbicos por cada tonelada de rocha processada».
R & E Buyers Guide R & E Buyers Guide PLANT EQUIPMENT
CUT TO SIZE
QUARRY EQUIPMENT
TILES
LIMESTONE
SLABS
GRANITE
BLOCKS
MARBLE
DIAMOND TOOLS
SLATE
ABRASIVES
PORTUGUESE PAVEMENT
SERVICES
OTHER STONES
FAIRS
Pág. 17 Portuguese Association of Portuguese Pavement Producers
ABRESSA GROUP CONTACT
Central: Barcelonès, 39 – Pol. Ind. del Ramassá 08520 Les Fraqueses del Vallés - Barcelona - Spain Tel.: (34) 93 846 58 75 Fax: (34) 93 846 80 29 E-mail: ae.abressa@abressa.com www.abressa.com
Edifício Estrada Romana 2480-013 Alqueidão da Serra - Portugal Tel.: | Fax: + 351 243 406 110 | + 351 244 402 191 E-mail: geral@aecp.org.pt www.aecp.org.pt
Pág. V.C.Capa
Pág. 51
AIREMÁRMORES – EXTRACÇÃO DE MÁRMORES, LDA.
ANTÓNIO JACINTO FIGUEIREDO, LDA.
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OFFICE AND FACTORY: Rua dos Arneiros – Ataíja de Cima 2460-712 Alcobaça – Portugal Tel.: + 351 262 508 501 | + 351 938 383 600 Fax: + 351 262 508 506 E-mail: geral@airemarmores.pt www.airemarmores.pt
Apartado 2, Estrada Nacional, 9 – Cruz da Moça 2715-951 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 270 100 | + 351 219 678 210 Fax: + 351 219 271 627 E-mail: commercial@ajfigueiredo.pt | a.j.figueiredo@mail.telepac.pt www.afigueiredo.pt
Pág. 1 C. MATA EXPORT CONTACT
Casais Robustos - Apartado 67 2396-909 Minde Codex - Portugal Tel.: + 351 249 890 652 Fax: + 351 249 890 660 E-mail: cmata@cmataexport.com www.cmataexport.com
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Own Quarries Portuguese Pavement Limestone Slabs Rustic Stone
Rua de S. Pedro, nº 2 Valverde 2025-217 Alcanede - Portugal Tel.: + 351 243 400 503 | Fax: + 351 243 406 175 GSM: + 351 966 280 550 E-mail: calcirocha@hotmail.com www.calcirocha.pt
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CASA DOS DIAMANTES LINO A. FERNANDES, LDA.
CEVALOR - CENTRO TECNOLÓGICO PARA O APROVEITAMENTO E VALORIZAÇÃO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS E INDUSTRIAIS
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Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe – Amares P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - Portugal Tel.: + 351 253 311 300 Fax: + 351 253 311 400 E-mail: casadosdiamantes@mail.telepac.pt www.cdd.com.pt
Estrada Nacional nº 4 - km 158 - EC de Borba Apartado 48 - 7151-912 Borba - Portugal Tel.: + 351 268 891 510 Fax. + 351 268 891 529 E-mail: geral@cevalor.pt www.cevalor.pt
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CFM - PROJECTO E CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS, LDA.
CO.FI.PLAST
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Av. Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 – Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 678 280 Fax: + 351 219 678 289 E-mail: geral@cfm-maquinas.pt www.cfm-maquinas.pt
ABRADIAM, LDA Estrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, Nº 8 2865-020 Fernão Ferro - Portugal Tel.: + 351 212 121 126 Fax: + 351 212 122 227 E-mail: abradiam@sapo.pt
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Pág. Capa | 56
CONSTRUAL - CONSTRUTORA MECÂNICA, LDA.
DELLAS
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Av. da Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 - Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 678 280 Fax: + 351 219 678 289 E-mail: construal@construal.pt www.construal.pt
Official Dellas Seller: Lino A. Fernandes, Lda - Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe - Amares - P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - Portugal Tel.: + 351 253 311 300 Fax: + 351 253 311 400 www.dellas.it
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DIAMOND SERVICE PORTUGUESA, LDA.
DIAPOR – DIAMANTES DE PORTUGAL, S.A.
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Zona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 50 7160-999 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 980 555 Fax: + 351 268 989 525 E-mail: diamond.service@netc.pt www.diamondservice.pt
Rua 8 – Zona Industrial de Rio Meão Apartado 412 – 4524-907 Rio Meão – Portugal Tel.: + 351 256 780 400 Fax: + 351 256 780 409 E-mail: geral@diapor.pt www.diapor.pt
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DRAGÃO ABRASIVOS, LDA.
EQUIMÁRMORE - EQUIPAMENTOS P/ MÁRMORE, LDA.
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Rua Dragão Abrasivos, nº595 - Apartado 6 4536-904 Paços de Brandão - Portugal Tel.: + 351 227 442 007 Fax: + 351 227 448 739 E-mail: dragao@mail.telepac.pt www.dragaoabrasivos.pt
E.N. 9 – Apartado 22 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 671 197 Fax: + 351 219 271 964 E-mail: comercial@equimarmore.pt
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Pág. 71 EZEQUIEL FRANCISCO ALVES, LDA. CONTACT
Estrada Nac. nº1 Km 90 - Covão do Milho 2460-815 Turquel - Alcobaça - Portugal Tel.: + 351 262 918 285 | Fax: + 351 262 919 508 GSM: +351 935 556 696 | + 351 935 556 698 E-mail: extrarustico@gmail.com
OFFICE AND FACTORY: Avª Marquês de Pombal, nº 247 Falimas – Morelena 2715-005 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 279 797 Fax: + 351 219 279 705 E-mail: efa.lda@mail.telepac.pt www.efa-marmoresrosa.com
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FIGALJOR - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRANITOS E MÁRMORES, S.A.
GASPARI MENOTTI - S.P.A.
Portuguese Pavement | Curbstone | Fireplaces
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Av. Liberdade, 168/170 – Apartado 1 2715-097 Pêro Pinheiro - Portugal Tel.: + 351 219 279 552 Fax: + 351 219 672 724 E-mail: geral.pp@figaljor.pt www.figaljor.pt
CORPADVANCE, S.A. Quinta da Fonte, Edifício D. Pedro I 2770-071 Paço de Arcos - Portugal Tel.: + 351 920 256 Fax: + 351 912 901 E-mail: geral@corpadvance.com www.corpadvance.com
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GH - INDÚSTRIAS ELECTROMECÂNICAS, S.A.
GRANIPLAC, LDA. | GRANITOS DO CENTRO, LDA
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Zona Industrial do Soeiro, Lote 9 4745-460 S. Mamede Coronado - Portugal Tel.: + 351 229 821 688 Fax: + 351 229 821 687 E-mail: geral@ghsa.com www.ghsa.com | www.pontesrolantes.pt
Zona Industrial – Apartado 26 3150-194 Condeixa-a-Nova – Portugal Tel.: + 351 239 942 430 Fax: + 351 239 941 051 E-mail: graniplac@graniplac.pt www.graniplac.pt
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GRANITRANS – TRANSFORMAÇÃO DE GRANITOS, LDA.
GRUPO FRAZÃO - EXTRACÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ROCHAS LDA.
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Rua dos Serrados – Negrais 2715- 346 Pêro Pinheiro - Portugal Tel.: + 351 219 671 016 | + 351 219 677 127 Fax: + 351 219 670 801 E- mail: info@granitrans.pt www.granitrans.pt
Zona Industrial Norte – Pé da Pedreira – Apartado 67 2026-901 Alcanede - Portugal Tel.: + 351 243 400 598 Fax: + 351 243 400 606 E-mail: grupofrazao@grupofrazao.com www.grupofrazao.com
Pág. 9 GRUPO GALRÃO CONTACT
Av. da Liberdae, 153 2715-004 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 270 302 Fax: + 351 219 279 912 E-mail: galrao@galrao.com www.galrao.com
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Portuguese Pavement Suppliers Wholesale and Retail Rua dos Carvalheiros, Cortiçal 2025-014 Abrã – Santarém - Portugal Tel.: | Fax: + 351 249 878 018 | GSM: + 351 910 395 996 | + 351 917 814 740 E-mail: ibercalçadas@hotmail.com
Pág. 49 JORGE CRUZ PINTO E CRISTINA MANTAS ARQUITECTOS LDA. CONTACT
Rua do Banco nº18 2765-397 Estoril - Portugal Tel: + 351 214 661 290 | + 351 214 661 291 Fax: + 351 214 661 292 E-mail: geral@cruzpinto.com www.cruzpinto.com
Own Quarries Rua dos Louros - Fontainha 2480-135 São Bento PMS - Portugal Tel.: | Fax: + 351 249 841 112 | GSM: + 351 965 604 569 E-mail: geral@lourostones.com www.lourostones.com
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LUXIMAR – TRANSF. EXP. IMP. DE MÁRMORES E GRANITOS, LDA.
MARBLE
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Alam. Henrique Pousão 15 7160-262 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 980 526 Fax: + 351 268 980 549 Parque Ind.: Tel.: + 351 268 999 280
IZFAS Sair Esref Bul. No:50 Kulturpark 35230 Izmir - Turkey Tel.: + 90 2324971229 Fax: + 90 2324971238 info@izmirfair.com.tr www.marble.izfas.com.tr
Pág. C.Capa
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MARBRITO, S.A.
MARFILPE – MÁRMORES E GRANITOS, S.A
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Pág. V.Capa
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MARMOZ - COMPANHIA INDUSTRIAL DE MÁRMORES DE ESTREMOZ, LDA.
MOCAMAR – MÁRMORES DE ALCANEDE, LDA.
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POEIRAS - MÁQUINAS & FERRAMENTAS, LDA.
SICRÉ – SOCIEDADE PORTUGUESA DE GRANITOS, LDA.
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Apartado 54 EC. Vila Viçosa 7161-909 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 550 Fax: + 351 268 889 569 E-mail: marbrito@marbrito.com www.marbrito.com
Apartado 54 7160-999 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 550 Fax: + 351 268 889 569 E-mail: marmoz@marmoz.com www.marmoz.com
Zona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 50 7160-999 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 380 Fax: + 351 268 889 389 E-mail: poeira.lda@mail.telepac.pt www.poeiras-mf.pt
IC2 Casal da Amieira, Apartado 174 2440-001 Batalha - Portugal Tel.: + 351 244 768 030 | + 351 244 768 120 Fax: + 351 244 768 342 E-mail: geral@marfilpe.pt www.marfilpe.pt
Zona Industrial – Pé da Pedreira – Apartado 46 2025-161 Alcanede – Portugal Tel.: + 351 243 400 687 | 243 400 275 | 243 408 879 Fax: + 351 243 408 892 E-mail: mocamar@mail.telepac.pt www.mocamar.com.pt
Caminho Cortegaça - Fação 2715-141 Pêro Pinheiro - Portugal Tel.: + 351 219 270 122 Fax: + 351 219 270 358 E-mail: jorge.fonseca@sicre.pt
ROCHAS & EQUIPAMENTOS
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Pág. 69 STONETECH
Portuguese Pavement Worldwide Delivery
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Alqueidão Serra - 2480-013 Alqueidão Serra - Portugal Tel.: + 351 244 402 165 | Fax: + 351 244 402 164 GSM: + 351 965 068 777 E-mail: socalcadas@socalcadas.com www.socalcadas.com
CIEC Exhibition Company, Ltd. 1/F, General Service Building6 East Beisanhuan Road Beijing 100028 - China Tel.: + 86 1084600335 Fax: + 86 1084600325 E-mail: sunying@ciec.com.cn www.stonetech.org.cn
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TWO - TOTAL WEB OUTPUT
URMAL – JOAQUIM DUARTE URMAL & FILHOS, LDA.
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URMI - UNIDADE DE REPARAÇÕES DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS, S.A.
VARIOGRAMA
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Rua Castilho, nº1, 3º Dto 1250-069 Lisboa - Portugal Tel.: + 351 213 161 253 E-mail: info@two.pt www.two.pt
Apartado 16 2716 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 677 580 Fax: + 351 219 279 172 E-mail: urmal@urmal.com www.urmal.com
Parque Industrial da Beijoca Rua do Rio, 24 - E.N. 250-1 ao Km 6,6 Algueirão - 2725-524 Mem Martins - Sintra - Portugal Tel.: + 351 219 266 800 Fax: + 351 219 266 820 E-mail: urmi.sa@urmi.pt www.urmi.pt
Largo do Corpo Santo, nº6 - 1º 1200-129 Lisboa – Portugal Tel.: + 351 213 241 090 Fax: + 351 213 241 099 E-mail: info@variograma.com www.variograma.com
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Pág. 31
VISA CONSULTORES de Geologia Aplicada e Engenharia do Ambiente, S.A.
VITÓRIA STONE FAIR
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Rua Alto da Terrugem, n.º 2 Rua Júlio Dinis, n.º247 - 5º Escritório E3 - 4050-324 Porto 2770-012 Paço de Arcos Tel.: + 351 226 007 580 Tel.: + 351 214 461 420 Fax: + 351 226 007 581 Fax: + 351 214 461 421 E-mail: geral@visaconsultores.com www.visaconsultores.com
Milanez & Milaneze Av. José Rato, 1117 - Bairro de Fátima 29160 - 790 Serra ES - Brazil Tel.: + 55 2734340617 Fax: + 55 2734340601 E-mail: info@vitoriastonefair.com.br www.milanezmilaneze.com.br
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WIRES ENGINEERING
XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR
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LISBOA
PORTO
ABRADIAM, LDA Estrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, nº8 2865-020 Fernão Ferro - Portugal Tel.: + 351 212 121 126 Fax: + 351 212 122 227 E-mail: abradiam@sapo.pt
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS
Xiamen Jinhongxin Exhibition Co., Ltd. Xiamen International Conference and Exhibition Center Xiamen P.C.361008 - China Tel.: + 86 5925959612 Fax: + 86 5925959611 E-mail: info@stonefair.org.cn www.stonefair.org.cn