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Posição dos segmentos corporais

envolvendo ação muscular excêntrica comparado com ação muscular concêntrica (Tesch et al., 1990). Isto implica, por exemplo, na possibilidade de realização de maiores intensidades para um determinado volume em um treinamento envolvendo ações excêntricas.

Posição dos segmentos corporais Esta variável se refere ao alinhamento entre os segmentos corporais e à determinação dos ângulos articulares para a execução do exercício. Na musculação podem ser observadas muitas possibilidades para se posicionar o corpo para a execução dos exercícios e isto vem sendo investigado por diversos autores (Barnett, Kippers & Turner, 1995; Escamilla et al., 2001; Escamilla et al., 2002; Lehman, 2005;Andresen et al., 2014; Lusk, Hale & Russel, 2010) buscando registrar a atividade eletromiográfica e a força gerada nos exercícios. Na prescrição do treinamento na musculação esta variável vem sendo considerada de maneira muito restrita, associada a uma sequência supostamente correta de posicionamento dos segmentos para a execução do exercício. Isso é feito baseando-se frequentemente em conhecimentos da cinesiologia. Mesmo considerando a importância significativa do entendimento cinesiológico, posicionar os segmentos corporais para executar o exercício deve ultrapassar esse entendimento e buscar relacionar a manipulação dessa variável com outras variáveis e com a carga de treinamento. Assumir diferentes posições dos segmentos corporais durante um mesmo exercício pode influenciar outras variáveis, como por exemplo o peso a ser deslocado, o número de repetições, a amplitude de movimento e a duração da repetição, assim como o registro eletromiográfico dos músculos ativados (Barnett et al, 1995; Clemons & Aaron, 1997; Escamilla et al, 2001; Escamilla et al, 2002; Lehman, 2005). Essas influências podem refletir em exigências distintas de realização de força pelos grupos musculares envolvidos com o exercício, resultando em alteração da carga de treinamento. Uma atenção especial deve ser dada a compreensão dos planos anatômicos de movimento e as necessidades de equilíbrio e sustentação durante o exercício em relação às diversas posições, pois diferentes posições podem interferir nos objetivos.

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Veja o exemplo a seguir: No exercício abdução de ombros em pé, uma redução no ângulo de flexão do cotovelo poderá permitir, entre outras possibilidades:

Aumentar o peso a ser movido → aumento da intensidade

Realizar força de

rotação externa de ombros → inclusão de carga de

treinamento para uma musculatura não prevista no objetivo inicial (rotadores externos do ombro)

Executar um número maior de

repetições com o mesmo peso → aumento no volume de

treinamento.

Porém, deve estar claro se a alteração no ângulo de flexão do cotovelo foi incluída na elaboração do programa, ou se aconteceu sem uma prescrição prévia. Se não houve esta prescrição podemos afirmar que já não se trata mais do treinamento anteriormente previsto, pois houve modificação na variável posição dos segmentos corporais e esta alteração influenciará na carga de treinamento prevista na elaboração do programa. Sendo assim, uma mudança de posição dos segmentos corporais no exercício poderá resultar em uma alteração da exigência aplicada à musculatura agonista, sem alteração do peso a ser movido. Imaginemos uma situação onde isto realmente acontece. Entre as diversas possibilidades de intervenção poderá ser necessário pelo menos uma dessas manipulações pelo professor: a -aumentar a pausa entre as séries (para o mesmo peso e número de repetições) b - reduzir o número de repetições (para o mesmo peso e pausa) c -alterar a amplitude de movimento (para o mesmo peso e número de repetições) d -diminuir o peso (para a mesma pausa e número de repetições)

Deve ficar claro então, que esta modificação na posição dos segmentos corporais conduzirá a diferentes cargas de treinamento para a musculatura envolvida.

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