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Força rápida

Segue-se então uma apresentação e análise de um modelo de estruturação da capacidade força muscular que se orienta para a integração entre as formas de manifestação e os componentes. Figura 4 Modelo esquemático da estruturação da capacidade força muscular.

Fonte: Baseado em Schmidtbleicher, 1992.

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Força Rápida

Força rápida pode ser definida como a “capacidade do sistema neuromuscular de produzir o maior impulso possível no tempo disponível” (Güllich; Schmidtbleicher, 1999, p.225). Segundo Kassat (1993), o impulso (I) pode ser entendido por um lado como a atuação de uma força (F) em um determinado tempo (t), e por outro lado como o produto da massa (m) pela alteração da sua velocidade (∆v) (I = F • t = m • ∆v). Considerando o modelo da figura 5 a força rápida é influenciada por dois diferentes componentes, sendo a força explosiva e a força máxima (Figura 6). Embora esta manifestação dependa da taxa de produção de força (força explosiva) e da força máxima realizada, a duração da atuação da força é outro aspecto relevante para o desempenho da força rápida. Isso por que a magnitude do impulso é influenciada pelo tempo em que a força foi aplicada. Desta forma, para análise do desempenho da força rápida, assim como da importância dos componentes que a influenciam, é fundamental considerar a importância do tempo disponível para a realização da tarefa motora, sendo que o tempo disponível para a realização da tarefa terá uma relação com o tempo disponível para aplicação de força. A duração

da atuação da força é determinada pela trajetória para a aceleração do segmento corporal e/ou objeto e pela forma da aceleração. As informações da figura 5 tornam possível verificar que na dependência da duração utilizada como referência (250 ou 500ms) para análise do desempenho da força rápida (área sob curva F • t), diferentes respostas de força rápida ocorrerão.

Figura 5 Principais componentes da força rápida. Fmax = força máxima, Fex= força explosiva

Fonte: Adaptado de Bührle, 1985, p.18.

Desta forma, análise do desempenho da força rápida deverá levar em consideração a influência dos componentes força explosiva e força máxima, assim como da duração disponível para a realização da tarefa. A figura 6 a seguir possibilita exemplificar esta afirmação. Dois atletas diferentes (A e B) podem apresentar desempenhos de força rápida distintos se o tempo disponível para a realização da tarefa for considerado. Exemplificando, se compararmos a força rápida do atleta A e B na condição T1, ou seja, para aquele intervalo de tempo específico, que pode representar o tempo disponível para uma determinada tarefa motora, podemos concluir que: a) o atleta A irá apresentar um melhor desempenho de força rápida comparado com o atleta B, b) este melhor desempenho foi influenciado pela capacidade do atleta A produzir uma maior elevação

da força naquele período de tempo, c) o melhor desempenho de A não foi determinado pela sua capacidade em produzir um maior pico de força na curva F • t.

Figura 6 Importância do tempo disponível para o desempenho de força rápida.

Fonte: Siff, 2004, p.99.

Uma importante questão sobre a forma de manifestação força rápida diz respeito ao termo potência. A utilização do termo potência para se referir à produção de força em curtos intervalos de tempo deve ser analisada com atenção quando se trata do desempenho motor humano. Potência considera tanto a força (F) produzida quanto a velocidade (v) em que esta produção ocorre (P = F • v), assim como a relação do trabalho produzido por tempo (P = W/t , sendo W = F • d). Sendo assim, estes conceitos somente se aplicam a ações dinâmicas, não sendo adequado para descrever e analisar ações isométricas onde a força também poderá ser produzida rapidamente. Isso por que neste tipo de ação a velocidade é zero ou o deslocamento não ocorre. Logo a potência também será zero. Neste momento, o impulso se apresenta como sendo a referência mais adequada para a descrição e análise das situações onde a força deve ser produzida rapidamente, pois não depende de variáveis como a velocidade ou deslocamento, mas sim do registro do tempo e da força aplicada neste tempo (I = F • t). Logo, em ações isométricas, podemos falar em força rápida, mas dificilmente de potência. Sendo assim, a utilização destes termos adequadamente e o entendimento

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