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Ação muscular

a alterações no comprimento da musculatura, na tensão a ser gerada nos músculos, nos torques articulares, bem como alterar as necessidades de equilíbrio e sustentação para a realização do exercício. Isso representa também um fator importante de segurança para o praticante. Tudo isso deverá estar refletido na composição da carga de treinamento e na interpretação da realização ou não dessa carga pelo indivíduo. O professor deverá ser capaz de descrever e analisar possíveis alterações na execução, considerando os objetivos do treinamento. Isso é importante, porque a manipulação do número de séries e repetições poderá ser acompanhada, por exemplo, de uma possível alteração não prevista na variável amplitude de movimento e, com isso, conduzir a uma modificação não pretendida pelo professor na carga de treinamento. Deve-se ressaltar que não se trata de quantificar componentes da carga de treinamento utilizando exclusivamente as unidades de medida da execução dos exercícios. Pesquisas que investigam os efeitos fisiológicos de diferentes cargas de treinamento dedicam uma atenção ao controle da execução, visando um controle adequado da carga de treinamento (Weiss, Coney & Clark, 1999; McCaw &Melrose, 1999; Harris et al., 2000; Durand et al., 2003, Martins-Costa, 2009; Goto et al.; 2009; Buitrago et al., 2013). Não considerar este procedimento, pode oportunizar críticas à metodologia dos estudos e consequentemente aos programas de treinamento. Nesse momento, outras variáveis serão apresentadas e será discutido como auxiliam para que a análise da execução do movimento ultrapasse a abordagem cinesiológica. Isto significa indicar como a manipulação da execução interfere na carga de treinamento.

Ação muscular Esta variável faz referência à prescrição das ações conhecidas como concêntrica, excêntrica e isométrica (ACSM, 2009, Kraemer & Ratamess, 2004). Para diferenciar a terminologia utilizada na caracterização dessa variável de outros termos empregados para expressar o estado de atividade do músculo, se faz necessário uma breve abordagem da discussão existente sobre o termo contração muscular e, consequentemente, ação muscular.

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O termo contração muscular tem sido criticado pelo fato da sua definição estar associada ao encurtamento do músculo, o que expressa uma direção específica de movimento do material contrátil (Faulkner, 2003). Contudo, um músculo pode estar contraindo e ao mesmo tempo estar sendo alongado. Isto conduziu para o uso de termo como “ação muscular” ao invés de contração muscular (ACSM, 2009, Komi, 2003, Kraemer & Ratamess, 2004). Concordando com a posição de Faulkner (2003), o termo contração muscular será utilizado para expressar a ativação do músculo sendo que essa ativação se manifesta internamente através da formação de pontes cruzadas. Entretanto, durante a contração pode ser observado externamente uma diminuição, um aumento ou uma manutenção da distância entre a origem e inserção do músculo contraído. Neste sentido, a contração muscular na realização de um exercício pode se manifestar externamente de diferentes formas (concêntrica, isométrica e excêntrica) e a variável que trata destas formas de manifestação é a ação muscular. Estas ações musculares podem acontecer de maneira isolada ou em diferentes combinações, provocando o surgimento de características específicas, sendo que a variável estrutural ação muscular se destina a lidar com essas características e sua relação com a carga de treinamento. Dessa forma, no programa de treinamento ocorre a manipulação desta variável quando é definido que ações musculares serão utilizadas. Essa manipulação ocorre, por exemplo, quando da decisão de se realizar uma ação isométrica ao final da ação concêntrica ou quando se determina que somente ações excêntricas serão realizadas, sendo esse segundo procedimento conhecido como “série negativa”. Neste caso, a manipulação da ação muscular é caracterizada pela prescrição somente de ações excêntricas (Schmidtbleicher, 1992), o que poderá permitir a realização de maiores intensidades, uma vez que maiores valores de força são produzidos durante a ação excêntrica comparado com a concêntrica (Farthing & Chilibeck, 2003; Hollander et al., 2007). Adicionalmente é esperado um menor nível de ativação muscular durante a ação excêntrica (Enoka, 1996; Martins-Costa, 2009), o que pode resultar em uma menor demanda metabólica (Lastayo et al., 1999; Lindstedt, LaStayo & Reich, 2001; Isner-Horobeti et al., 2013; Hollander et al., 2007) comparado com a ação muscular concêntrica.Além disto, o declínio da força muscular é menor durante uma sessão de treinamento

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