A potencia do sujeito na construção de centralidades

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A POTÊNCIA DO SUJEITO NA CONSTRUÇÃO DE CENTRALIDADES: Ressignificação do conceito de Subúrbio Carioca pelos coletivos autônomos.

Rodrigo Cunha Bertamé Ribeiro foto: Guito Moreto, publicada em O Globo - http://oglobo.globo.com/rio/avenida-brasil-interditada-transformada-em-area-de-lazer-12254913, acessado em 28 de março de 2015.


Introdução

A presente dissertação tem como objetivo investigar a

potencialidade de ressemantização do conceito de subúrbio carioca através da ação do sujeito autônomo enquanto produtor de sua própria vivência urbana. A pesquisa, para

tanto, se propõe a um olhar de dentro, da periferia para o

conceito de subúrbio carioca pode ser compreendido como uma categoria de classe. centro. A partir da hipótese de que o


estudos de caso coletivos culturais autônomos

Para tal, engendraremos como

que atuam no município, na busca de avaliar sua capacidade de constituir outra relação de disputa no

produção discursiva de subjetividades, seja na ação implementada enquanto acontecimento.

território da cidade do Rio de Janeiro, seja na


Justificativa e Relevância Partimos da compreensão de que o vocábulo subúrbio caminha pela história da cidade constantemente se ressemantizando. O conceito

de subúrbio opera a partir das disputas de poder e de subjetividades que imperam sobre ele, territorializando um determinado recorte populacional e se modificando conforme a cidade se modifica. O vocábulo, por sua vez, também está em disputa dentro da cidade.


O subúrbio em Maputo é onde a urbanidade se torna apenas “uma promessa indescritível: ela

só existe como potencialidade, em contraste com as condições reais" (BERTELSEN, et al:2014:2763). Maxaquene - subúrbio de Maputo: foto acessada em 26 de março de 2015: http://aeprol.blogspot.com.br/2012/08/handcraft-market-xipamanine-municipal.html

“subúrbio surpreende por sua resistência”. Para Caride (2014:606)

Portanto, se torna relevante e atual a produção de estudos que venham a tra-

a relação de produção socioespacial engendrada junto ao conceito de subúrbio. balhar com

Mafalala - subúrbio de Maputo: foto acessada em 26 de março de 2015: http://www.buala.org/pt/cidade/ecos-do-gueto-os-dias-agitados-de-maputo


Problema

Qual o lugar do subĂşrbio carioca nos dias de hoje?


É possível pensar em uma ressemantização do topônimo subúrbio carioca?


Objetivo geral Colaborar com os atuais estudos acerca do conceito de subúrbio aplicado à cidade do Rio de Janeiro, e sua relação com a produção social do espaço. Investigar as expressões culturais contemporâneas e sua relação com o urbano


Objetivo específico Investigar as representações de subúrbio e suas relações socioespaciais. Compreender como a produção social do espaço pode influenciar na formação de coletivos de cultura críticos a este modelo de produção.


Fundamentação Teórica Mássimo Cacciari “a cidade, na sua história, é a perene experiência de dar forma à contradição, ao conflito"

(Cacciari, 2010:7).


Milton Santos "Homens que tiveram a mesma formação e que têm as mesmas virtualidades, mas estão situados em lugares diferentes, não tem a mesma condição como

produtores, como consumidores e até mesmo como cidadãos." (SANTOS, 2014:21)


Antonio Negri “A metrópole é o espaço da produção biopolítica porque é o

espaço do comum, das pessoas vivendo juntas, compartilhando os recursos, comunicando, trocando bens e idéias.(...) A metrópole é uma

fábrica para a produção do comum” (NEGRI, 2009:250).


AUTOR Edward Soja

TERMO

IDÉIA

Espaço-Classe Para Soja (1993:99), há uma relação homóloga entre o espaço e a classe social. Michel de Certeau Tática Para Certeau (2014:45) A tática é a ação do fraco. A tática é o que permite ao homem subverter a ordem dominante a partir de dentro, fazê-la funcionar em outro registro (CERTEAU, 2014:89) "A cidade é complexa porque Steven Johson Cidade surpreende, sim, mas também porque tem uma personalidade coerente, uma personalidade que se auto-organiza a partir de milhões de decisões individuais, uma ordem global construída a partir de interações locais" (JOHNSON, 2003:29)


HipĂłtese

Subúrbio carioca, um conceito de classe. foto: http://oglobo.globo.com/eu-reporter/lotado-trem-da-supervia-trafega-com-portas-abertas-em-ola ria-3995992, acessado em 28 de março de 2015


O trabalho parte da hipótese de que o conceito de subúrbio carioca representa um recorte de classe, onde hoje, o topônimo subúrbio

passa por um processo de ressemantização por grupos de pessoas que se propõem a um outro modelo de cidade.


A produção do subúrbio disparidade socioespacial? 1-

carioca propiciou

disparidade socioespacial influenciou na precarização de uma determinada parte do ter2- A

ritório?

3- A precarização influenciou novas formas de or-

ganização de sujeitos autônomos e coletivos, produtores de outras formas de vivência urbana e representação social? 4- Estas outras formas de vivência urbana são reapropriadas pelo sistema político da cidade de forma a incidir na produção social do espaço

urbano?


Investigaremos, a partir

do recorte

cultural,

como a produção social do espaço carioca e sua disparidade

tanto estrutural quanto simbólica da região central da cidade propicia a formação de coletivos autônomos que se identificam enquanto suburbanos. “Ao definir os espaços de residência da burguesia e do proletariado, ao abandonar a prática de deixar o urbano nas mãos do capital, e ao exercer um controle maior sobre sua base tributária, o Estado visto aqui em sua isntância municipal, deu início a um novo processo de exploração da força de trabalho, comandado agora diretamente por ele e de natureza estritamente espacial"(ABREU, 1987:17).


Áreas de planejamento

Equipamentos culturais (%)

AP1

23,9

AP2

42,0

AP3

13,6

AP4

15,9

AP5

4,5

Equipamentos culturais REF. -Peres, Fábio. Espaço, lazer e política: desigualdades na distribuição de equipamentos culturais na cidade do Rio de Janeiro. revista digital · Año 10 · N° 93 | Buenos Aires, Febrero 2006: link: http://www.efdeportes.com/efd93/rio.htm (ACESSADO EM 26/03/2015)


Áreas de Equip. População planejamento culturais (%) (%)

População

AP1

23,90%

5%

AP2

42,00%

16%

AP3

13,60%

37%

AP4

15,90%

14%

AP5

4,50%

26%

Equipamentos culturais Fonte:IBGE - Censo Demográfico 2010.


Rio Zona Norte - Nelson Pereira dos Santos - 1957

"As representações assim constituídas, que classificam os espaços, que atribuem valores aos territórios e que conformam imagens dos lugares, não

podem ser consideradas neutras

nem puramente objetivas" (ALMEIDA; et al, 2011:27).

Alô Amigos - Walt Disney- 1943

No Limite do Horizonte- Subúrbio em Transe - 2011

Grupo de jovens anarquistas nas manifestações de Junho - Ocupa Cabral- 2013


Cenas do filme Alô Amigos (1943): Zé Carioca (isnpirado no sambista Paulo da Portela) apresenta um Rio de Janeiro de matas exuberantes, praias e pontos turísticos do eixo centro-sul.

Copa Graffiti (2014): Situado no bairro de Vicente de carvalho (AP-3), os graffitis retratam prioritariamente matas exuberantes, e paisagens do eixo centro-sul.


A proposta do trabalho, neste ponto, não seria construir outra representação do subúrbio carioca, mas assumir que a repre-

sentação enquanto universal deixa de reconhecer uma gama de singularidades que estão a margem desta, e que tendem a arcar com as consequências de serem representadas (DELEUZE, 2000:116).


Cartografia


A cartografia está sendo trabalhada pelo Laboratório de Intervenções Temporárias –LabIT. O laboratório vem

pesquisando a potencialidade deste instrumento de investigação na análise científica. O presente trabalho de dissertação se utilizará da cartografia com o intento de investigar a

relação entre os grupos, iniciativas e coletivos culturais que atuam na produção material e subjetiva da cidade a partir da ressignificação do conceito de subúrbio.


tais singularidades podem ser pensadas sob a forma de um agenciamento coletivo que seja, ao

coletivos aut么nomos subjetividades produzidas

sujeito, objeto e express茫o (GUATTARI, 1985:178). mesmo

tempo,


Mapa redes de ações- Observatório de Favelas - http://www.ondacidada.org.br/midias-online/ - acessado em março 2015

Mapa contemplatos pelo edital de ações locais- PMRJ -Rio450 https://www.google.com/maps/d/embed?mid=zao2QGdknnX0.kBm3S2iFvYNM - acessado em março de 2015

VideoCartografia da Cinelândia- Mapeando o Comum no Rio de Janeiro http://mappingthecommons.net/ - acessado em - março 2015.

Modelo de fichamento cartográfico produzido pelo Laboratório de Intervenções Temporárias -Lab-IT - PROURB.



Existe um espaço físico que defina subúrbio? VERDEJAR

Existem vários subúrbios, o das classes médias, das favelas,.. é um território bastante fragmentado. É um espaço de precariedades e resistências.

RESISTÊNCIA CULTURAL

Qualquer área não nobre da cidade é um subúrbio.

CAMALEÕES DO SUBÚRBIO

Subúrbio ou periferia são os bairros mais distantes do centro e da zona sul, porém este conceito tem mudado com o passar dos tempos, com os novos adventos tecnológicos.

SUBURBANO DA DEPRESSÃO

O conceito ligado as linhas férreas cai por terra se formos analisar o cado se Irajá Por exemplo. O bairro é Zona Norte ou Subúrbio? Para mim o mesmo está contido em ambos. Viver na simplicidade, o subúrbio tem uma história. Existe vida após a rodoviária Novo Rio.

SUBÚRBIO TRANSE

Existem vários subúrbios, o subúrbio é o boteco. O Brasil é um subúrbio do mundo, e o subúrbio pode um dia ser centro.

EM

NORTE COMUM

O subúrbio é mais um território mental ou uma politização da forma de vida do que um espaço delimitado em si


GUIADAS URBANAS

VISTA ALEGRE + VERDE

SUBÚRBIO EM TRANSE

LOUCURA SUBURBANA


PALHAÇADARIA

RESISTÊNCIA CULTURAL

100% SUBURBANO

VERDEJAR


SubĂşrbio carioca pode ser um centro?


Analizaremos, a partir de 3 estudos de caso, quais as potencialidades e limitações destes sujeitos autônomos produzirem centralidade

sobre o conceito de subúrbio carioca.

coletivos autônomos discursos propostos condições materiais ações concretas


Sumário preliminar Introdução 1- Método 1.1. Marco teórico-conceitual e revisão bibliográfica 1.2. Delimitação do problema 1.3. Cartografia como uma ferramenta de investigação 1.4. Delimitação dos estudos de caso 2- Um novo lugar do subúrbio carioca 2.1. A cidade como um campo de contradições: uma perspectiva para pensar o Rio de Janeiro contemporâneo. 2.2. O subúrbio carioca enquanto um recorte de classe: o devir periférico da noção de subúrbio na cidade do Rio de Janeiro contemporâneo. 2.3. O subúrbio faz o suburbano: os limites da representação instituída sobre o imaginário do subúrbio carioca.


3- Uma cartografia suburbana 3.1. Um olhar de dentro: a constituição de uma leitura polifônica sobre o significado de subúrbio carioca. 3.2. Mapeando coletivos autônomos: A ação coletiva como produtora de uma nova territorialidade suburbana. 3.3. O suburbano se faz subúrbio: Os coletivos culturais suburbanos enquanto sujeitos autônomos na cidade do Rio de Janeiro. 4- Subúrbio carioca: entre o periférico e a centralidade 4.1. Autovalorização do topônimo subúrbio nos discursos dos coletivos autônomos como elemento de construção do lugar. 4.2. Traçando linhas de fuga: o sujeito autônomo enquanto produtor de centralidade no espaço periférico. 4.3. Potencialidades e limitações das ações coletivas: O subúrbio pode ser centro? Conclusão


Bibliografia ABREU, Maurício de Almeida. A periferia de ontem: O processo de construção do espaço suburbano do Rio de Janeiro (1870-1930). Espaço e Debates, v. 7, 1987. ALMEIDA, Maria Geralda De; VARGAS, Maria Augusta Mudim; MENDES, Geisa Flores. Territórios, paisagens e representações: um diálogo em construção. Mercator, C:Usersberta_000CopyBIBLIOTECAARTIGOS DE PERIÓDICOS550-2497-5-PB.pdf, v. v. 10, no 22, p. p.23–35, 2011. BERTELSEN, Björn Enge; TVEDTEN, Inge; ROQUE, Sandra. Engaging, transcending and sbverting dichotomies: Discursive dynamics of Maputos’s urban space. Urban Studies, v. v. 51(13), p. 2752–2769, 2014. CACCIARI, Massimo. A Cidade. Barcelona: Gustavo Gili, 2010. CARIDE, Horacio. Subúrbio. A aventura das palavras da cidade, através dos tempos, das línguas e das sociedades. São Paulo: Ed. Romano Guerra, 2014. p. 605–613. CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994. DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Lisboa: Relógio D’água, 2000. GUATTARI, Felix. Revolução Molecular: pulsações políticas do desejo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985. NEGRI, Antonio; HARDT, Michael. Commonwealth. [S.l.]: Harvard University Press, 2009. SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: EdUSP, 2014a. SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: EdUSP, 2014b. SOJA, Edward W. Geografias pós-modernas: A reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. JOHNSON, Steven. Emergência: a dinâmica de redes em formigas,cérebros, cidades. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2003












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