canteiro cultural

Page 1

CANTEIRO CULTURAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA THIAGO DE AGUIAR DEMARIA PROJETO ARQUITETÔNICO VII PROFº RODRIGO GONÇALVES


CANTEIRO CULTURAL

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

INTERVENÇÃO ANÁLISE DA ÁREA Apesar dos inúmeros movimentos que vem acontecendo no âmbito global com relação a criação de cidades mercado, cada vez mais espetacularizadas e gentrificadas, o centro de Florianópolis ainda consegue se apresentar como um espaço plural e de relativa resistência urbana a estes processos higienizatórios. Ainda é possível presenciar atos de micro resistência ao sistema urbano sob o qual a cidade é pensada, como manifestações artísticas, tradições e costumes que se perpetuam e agentes urbanos ímpares que caminham contra a direção do plano diretor de zoneamento. Além disso, outro elemento singular do centro de Florianópolis é sua antiga conexão com a água que perdura até o presente. Antes da execução do aterro da baia Sul, na década 60, o mar tocava as bordas do Mercado Público e os pescadores atracavam seus barcos ao longo da orla. O aterro possibilitou a criação de novas avenidas e a expansão da cidade, porém o mar se distanciou da cidade, até o atual ponto de não conseguir ser visto. Apesar de tudo, a marca deixada pela água ainda se reflete no corpo e na vida dos habitantes, mesmo naqueles que não chegaram a ver o mar banhar o Mercado. Os trajetos percorridos, os pontos de referência e os hábitos ali desenvolvidos ainda giram em torno da dinâmica um dia presente na orla do centro.

LOCAL ESCOLHIDO

INTERVENÇÃO

CA ME LÓ DR OM O

CA NT EIR O

ME RC AD O CE NT RA L

INT ER VE NÇ ÃO

REGISTRO FOTOGRÁFICO

PÚ BL ICO

A intervenção urbana desenvolvida neste semestre teve como propósito resgatar estes fragmentos de memória relacionadas à água e sua relação com o centro da cidade. O local escolhido para sua implantação foi o canteiro central da Avenida Paulo Fontes por possuir um intenso fluxo de pessoas provenientes do TICEN, do Camelódromo e do Mercado Público, e por estar sobre o aterro. O objetivo era relacionar a instalação com o imaginário de cada pessoa que transitasse pelo local de maneira leve e através da arte, possibilitando abertura para diferentes sensações e interpretações. Desse modo, foram utilizados balões transparentes para representar o imaginário e o plano das ideias e pensamentos, que foram enchidos com gás hélio para flutuar e hasteados para ficar na altura média de uma pessoa. Dentro, utilizou-se papel crepom azul como um meio de representar a água presente neste campo subjetivo. Cada um dos balões foi amarrado a um bloco de gelo, que derreteria com o passar do tempo, permitindo que o primeiro flutuasse. Assim, não havia controle de quando a intervenção acabaria e seu caráter efêmero tocaria cada usuário de uma maneira.


CANTEIRO CULTURAL

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

PROPOSTA LINHAS GERAIS A proposta desenvolvida segue a mesma linha da intervenção realizada, trabalhando com elementos de arte e com o caráter efêmero dos objetos. A ideia central foi desenvolver um mobiliário urbano que conseguisse transmitir este caráter. O canteiro central da Avenida Paulo Fontes continuou como local escolhido para a implantação dos novos equipamentos, fazendo a ligação até a Rua Conselheiro Mafra através do Camelódromo, transformando-se no Canteiro Cultural que abriga exposições de arte, fornece espaço para performances artísticas e espetáculos de dança e estimula a produção e a valorização de artistas locais através da criação de um ambiente dinâmico e versátil que se adequa as necessidades do momento. Dentro as diretrizes elencadas no projeto, propôs-se primeiro substituir o asfalto das vias adjacentes ao Camelódromo por piso intertravado hexagonal nas cores branco, cinza claro e cinza escuro, de modo a conversar com o piso de Petit Pavê presente na rua superior. Hoje, ambas as vias em questão são destinadas apenas ao fluxo de pessoas. A troca da pavimentação visa enfatizar e demarcar este uso. Em seguida, suprimiu-se a pista de rolagem mais próxima ao camelódromo, uma vez que esta já é usualmente interrompida pelo estacionamento de caminhões em frente ao Mercado Público. Além disso, elevaram-se estas mesmas pistas de rolagem de modo a criar uma grande calçada compartilhada que ligam ao canteiro central.

MOBILIÁRIO O mobiliário foi desenvolvido para ser itinerante, dinâmico e versátil, tentando traduzir a efemeridade da intervenção em um espaço interativo e mutante ao longo do dia. Os banquinhos podem ser utilizados soltos ou em grupo para conformar diversos espaços, ou até mesmo empilhados para criar planos verticais para apresentações ou arquibancadas. Da mesma maneira, os painéis vazados podem ser utilizados como moldura para pendurar os mais diversos elementos e compor pequenas exposições de arte.

LEGENDA Os painéis podem ser revestidos com tecidos, lonas, plástico e até mesmo vidro e, em seguida, encaixados para criar pórticos que, por sua vez, podem ser combinados para formar um ambiente coberto e utilizado como área de estar ou galeria. Estes mesmos painéis revestidos podem ser acoplados aos bancos e servir de encosto e/ou barreira para delimitar pequenas ambiências. Estes são encaixados através de um sistema macho e fêmea, e estabilizados por apoios no chão. Todos os elementos são fabricados em madeira, e presos uns aos outros por meio de pinos a ser colocados nas perfurações já feitas.

Além das exposições de arte e performances artísticas, grafiteiros e pintores locais seriam convidados para se expressar no chão do canteiro central, de modo a criar um grande “painel de piso” colaborativo. Tanto a disposição do layout do mobiliário quanto a pintura do painel-canteiro seriam organizadas em um calendário cultural para articular as apresentações, exposições e artistas convidados.

Piso Intertavado Hexagonal Calçada Elevada Pistas Compartilhadas Painel Piso | Grafite


CANTEIRO CULTURAL

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

PROPOSTA A parte central do canteiro é um espaço livre que permite liberdade de layout do mobiliário e adequação a diferentes eventos.

Painel de Piso: colagem urbana colaborativa feita por artistas locais e convidados, em sua maioria grafiteiros.

A ultima faixa de rolamento, visto seu pouco tráfego, foi axenada à calçada do Camelódromo. Balizadores com iluminação e a diferença de cores demarcam o espaço destinado à pista de rolagem.

GSPublisherVersion 0.60.100.35

Com o objetivo de demarcar com clareza o espaço do pedestre, utilizou-se o piso intertravado. A composição de três cores faz referência ao Petit Pave existente no bairro.


CANTEIRO CULTURAL

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

MOBILIÁRIO | CAMELÓDROMO

M0DULAÇÃO BANCOS Painel vazado revestido Módulo banco

2,4

COMPOSIÇÃO COM MÓDULOS DE BANCO 0,4

1,2

1,2

0,4 0,4 0,4


CANTEIRO CULTURAL

MOBILIÁRIO | PAULO

M0DULAÇÃO PAINÉIS Painel vazado revestido

2,4

COMPOSIÇÃO COM MÓDULOS DE PAINÉIS

2,4

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

FONTES


CANTEIRO CULTURAL

PVII | THIAGO DEMARIA | RODRIGO GONÇALVES

COLAGENS URBANAS

CANTEIRO CULTURAL - FRENTE AO CAMELÓDROMO

CANTEIRO CULTURAL - PAINEL DE PISO


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.