CENTENÁRIO: José J. Veiga HOMENAGEM PÓSTUMA: Hardi filho
INFORM AT I VO
Editorial SALIPI: SEM TEMPO PARA ACABAR Kássio Gomes Realizar o Salão do Livro do Piauí tem sido um desafio cada vez maior a cada ano. Primeiro porque o evento cresce e com ele todas as suas demandas. Segundo pelo fato de ainda carecer, quase que exclusivamente, da sempre boa vontade dos órgãos institucionais para a sua plena execução. Cumprir todas as etapas da maior festa literária do Estado é, portanto, uma tarefa árdua; mas prazerosa.
durante todo o processo de formatação do evento. Que assim seja, por muito tempo. Agradecemos a todos os setores da UFPI em nome do Magnífico Reitor, Prof. Dr. José Arimateia Dantas Lopes, sempre sereno e prático nas demandas impostas pelo evento e da Prof.ª Dr.ª Jacqueline Lima Dourado que se doa além da conta para que as coisas aconteçam dentro do previsto. Os nossos agradecimentos se estendem aos deputados Wilson Brandão (Estadual) e Assis Carvalho (Federal) pelas
Este ano o SALIPI enfrentou os seus maiores obstáculos desde que foi criado em 2003. Cambaleou, mas foi amparado por parceiros de primeira hora que não permitiram que a 13ª edição do evento caísse no esquecimento. Entre eles citamos o Governo do Estado do Piauí, a Prefeitura Municipal de Teresina e demais órgãos atrelados aos dois poderes, além da CDL/Teresina que pela segunda vez patrocinou o lançamento do SALIPI em grande estilo. A demonstração de carinho dos piauienses de todos os cantos do país, principalmente através das redes sociais, não deixam dúvidas sobre o valor inestimável do SALIPI para a nossa cultura. Seria um prejuízo sem tamanho não realizá-lo, mesmo que com sua estrutura mínima. Isso não quer dizer, porém, que o evento perdeu qualidade e brilho, muito pelo contrário, ganhou ânimo e coragem, pois tem a certeza de que não é um barco à deriva em busca de um porto para se ancorar. Esse porto existe, avistamo-lo no público que não permitiu que fôssemos uma voz perdida em meio à tempestade. Logo estaremos em terra firme, lembrando “que tudo vale a pena, se a alma não é pequena” como sentenciou Fernando Pessoa. O SALIPI permanece na UFPI, não por uma questão de comodidade física apenas. É incontestável que o espaço é mais confortável, sobretudo para as crianças, foco primordial do evento e para os portadores de deficiência que por um motivo ou outro encontravam limitações na praça; mas por ter com quem dividir a responsabilidade de sua realização. A UFPI não é apenas uma parceira sazonal que acolhe o SALIPI em sua casa, mas peça indispensável
indicações de emendas parlamentares para o SALIPI 2015. Que estas ações possam se ampliar em eventos futuros. Da parte dos Quixotes não podemos deixar de lembrar que o SALIPI só acontece pelo desprendimento dos diretores e coordenadores Edilva Barbosa, Luiz Romero, Jasmine Malta e Cineas Santos e de colaboradores incansáveis como a Lanna e a Samya Almeida, o Geraldo Millares, o poeta-embaixador Salgado Maranhão, a professora Laís Romero e o Dr. Gisleno Feitosa. Todos voluntários e igualmente sonhadores que mergulham no mundo dos livros e da leitura com o entusiasmo de quem tenta algo novo a cada dia. É com esse sentimento e a certeza de que a “leitura (realmente) nutre a inteligência”, que começamos o 13º SALIPI e o 18º Seminário Língua Viva. Que os livros nos guiem por esses 10 dias de encantamento da arte e da cultura.
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
18º SEMINÁRIO LÍNGUA DAS COISAS QUE NÃO PODEM MORRER Cineas Santos Parafraseando o poeta Salgado Maranhão, sofremos do incurável vício de fazer. Já era assim há 18 anos quando criamos o Seminário Língua Viva, que trouxe ao Piauí autores do porte de Celso Cunha, Antônio Houaiss, Napoleão Mendes de Almeida, Evanildo Bechara e Celso Pedro Luft, para citar apenas os mais conhecidos. A proposta era bastante simples: propiciar aos professores piauienses o necessário diálogo com os autores dos livros que adotávamos em sala de aula. A experiência rendeu bons frutos e foi tomada como ponto de partida para a realização do Salão do Livro do Piauí. Em 2003, graças aos esforços dos professores Luiz Romero. Wellington Soares e Nilson Ferreira, realizou-se a primeira edição do SALIPI, experiência que poderia ter morrido no nascedouro não tivesse o publico piauiense demonstrado, de forma inquestionável, a decisão de tornar o SALIPI um projeto irreversível.
“Se os meninos soubessem que seria impossível, não teriam realizado o SALIPI”
Ao visitar o Salão na terceira edição, o escritor Edmilson Caminha, citando autor que desconheço, afirmou: “Se os meninos soubessem que seria impossível, não teriam realizado o SALIPI”. Impossível, diremos nós, é não realizar um evento que tem sido legitimado pela presença maciça de um público cada vez maior. O povo do Piauí, gente de todos os estratos sociais, adonou-se do Salão e o transformou num dos eventos mais significativos do Estado. Não vale a pena repetir aqui as dificuldades que enfrentamos a cada ano para manter o SALIPI vivo. Quem já tentou fazer algo semelhante sabe perfeitamente como funciona; quem nunca tentou, por mais que se esforce, não vai entender. O que importa, no momento, é abrir ao público as portas do Salão do livro do Piauí, que chega à 13ª edição com o firme propósito de continuar alimentando sonhos e esperanças. Sob a asa acolhedora da UFPI e com a participação de parceiros tradicionais – Governo do Estado e Prefeitura de Teresina, entre outros – O SALIPI, que é do povo do Piauí, está vivo e pronto para enfrentar novos desafios. Assim seja.
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DE AMOR E DE LIVROS Teresinha Queiroz Quando, no início da década de cinquenta, Padre Chaves começou a produzir sua obra, ela já vinha revestida de um novo sabor, que lhe conferia não só leveza e graça, como abria novas possibilidades para a compreensão da história de Teresina e do Estado. Ela enunciava uma outra forma de registro dos eventos históricos, alargando esse registro para a inclusão das classes subalternas. Vinham à cena, em Teresina - Subsídios para a história do Piauí e logo mais em O índio no solo piauiense, na vivência de seus dramas cotidianos - os pobres, as mulheres, as crianças, os escravos, os trabalhadores urbanos, os índios subjugados e esquecidos. Mais adiante, já historiador maduro e experimentado, os vaqueiros, os roceiros e outros segmentos da invisível arraia-miúda dos rincões nortistas do Brasil seriam exibidos nas cenas epopeicas de que foram os arautos. O conjunto de sua obra da voz às pessoas anônimas que aparentemente nada fizeram de grandioso. Tal enfoque pode ser explicado a partir de dois elementos básicos. Primeiro, o uso intensivo das fontes hemerográficas. Os jornais do século XIX e início deste século registram de forma detalhada e minuciosa o dia a dia da cidade, a faina constante de seus habitantes. A cidade se constitui, ela própria, desde que é a materialização do então novo fenômeno urbano, em personagem singular. Tudo que nela ocorre se transforma em espetáculo digno de nota. E a imprensa, em larga expansão no período, torna-se o locus privilegiado da construção e da sedimentação dos fatos. Seus relatos em grande medida escapam ao olhar oficial característico da documentação pública e realçam o cotidiano para além do mundo da política, da administração e mesmo da vida das elites. O segundo elemento tem o estatuto de uma hipótese de trabalho e contempla a aprendizagem e atuação do autor: sua formação teológica, aliada ao contato diário com os fiéis de sua igreja e ao lidar constante com o drama cotidiano da população permitem que ele realize uma inflexão na obra, talvez derivada de sua leitura do real. Seu novo olhar não se atrela, necessariamente, à influência da discussão teórica no campo historiográfico. Acredito que a natureza de seu trabalho expresse um percurso que vem do empírico ao teórico e não o contrário, até porque, no Brasil do início da década de 50 a historiografia ainda não se caracterizava por essa mudança de foco analítico. Os grandes personagens eram ainda os processos políticos,
econômicos e sociais, estes começando a ganhar incipiente versão marxista, a partir das produções pioneiras de Caio Prado Júnior. Em outros termos, essa nova sensibilidade de que se reveste o autor não derivaria de um aprendizado formal e sim do diuturno treino espiritual transposto para a missão pastoral, e daí para o relato histórico. Essa colagem vida prática-expressão escrita foi apontada por ele próprio em entrevista concedida a R. N. Monteiro de Santana, em março de 1994, tendo em vista a apresentação de um de seus livros, e de que nos valemos aqui. No início da década de 50, Santana, Pe. Chaves e Olímpio Castro (e outros) fundaram o Centro de Estudos Piauienses (CEP), realizando, a partir do Centro, o Movimento de Renovação Cultural. Nesse contexto, despontava o pesquisador, que, mais tarde, avalia Santana, se consagraria como escritor. A adoção do ofício de historiador ocorreu em 1951, quando estava empenhado na construção das torres da Igreja do Amparo, preparando-a para o centenário. Nesta tarefa foi contemplado com o irrestrito apoio da população de Teresina, e como retribuição, resolveu escrever um livro que falasse da vida da cidade, o Teresina - Subsídios...,
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
publicado pela Prefeitura em 1952. O aprendiz já se revela neste primeiro livro, em relação ao qual afirma que “sem experiência no campo da pesquisa histórica, lança-o sem a requerida ilusão às fontes”. Naqueles tempos, ingressara no CEP onde encontrou Odilon Nunes, “que passou a ser para ele um orientador no campo da pesquisa histórica”. Desse aprendizado resultou imediatamente a monografia O índio no solo piauiense. Associava-se assim ao plano de trabalho elaborado segundo os objetivos do CEP: “pesquisar e escrever sobre assuntos piauienses, de modo a revelar o que ainda era inédito ou aprofundando aquilo que já se sabia”. Desse esforço também nasceu a série Cadernos Históricos, com 4 volumes. A obra de Monsenhor Chaves é tão importante para a historiografia piauiense quanto a de Odilon Nunes e a de Abdias Neves. Em minha opinião, o somatório das obras dos dois primeiros corresponde à maior contribuição à área entre as décadas de 1950 e 1970. Eles constituem a marca do período. No caso da obra chaviana, ela atravessou maiores problemas para chegar aos leitores e às salas de aula, em virtude da natureza de suas primeiras edições, dificuldade que foi solucionada parcialmente quando a Fundação Cultural Monsenhor Chaves, a partir de 1993, patrocinou a reedição de todo o conjunto. Odilon Nunes, ao contrário, teve suas reedições da década de 70 amplamente divulgadas. O que diferencia basicamente os dois autores? Odilon Nunes é mais tradicional, no conjunto é mais erudito, bastante apegado às fontes e bem mais enquadrado na tradição que marca as décadas de cinquenta e seguintes. Monsenhor Chaves, em seus primeiros escritos, rompe com aquele padrão e provoca uma verdadeira ampliação nos aportes da história do Piauí ao antecipar um tipo de historiografia voltada para a questão do social, da pobreza, da opressão. Assim, em Teresina - Subsídios (1952) a cidade retratada é especialmente a cidade em sua feição cotidiana, ora engalanada e festiva, ora nervosa e ensombrecida, ora trabalhadora, ora ociosa. Mas a matéria de que trata é sempre a vida real, em suas múltiplas e inumeráveis facetas, é a invenção da cidade e sua autocontemplação enquanto novidade, como atração. Esse olhar para si própria é flagrado com sensibilidade pelo autor, que percebe Teresina com vistas de filho amante e agradecido. Essa nova sensibilidade está igualmente patente em seu livro seguinte, O índio no solo piauiense: ensaio de monografia histórica, que teve duas edições na década
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de 50, a de 1953, patrocinada pelo Centro de Estudos Piauienses, de que constitui o n° 2 da série A. A terceira edição, de 1995, teve como prefaciador o poeta Paulo Machado, que a caracterizou, com muito acerto, como “desencadea(dora) de um processo de revisão da história do extermínio dos índios piauienses”. O livro, considerado inovador, não aborda a colonização meramente do ponto de vista do colonizador. Incorpora informações preciosas sobre as relações que se estabeleceram entre o conquistador, apresentado como vilão, e o índio, vítima daquele processo. O livro confere espaço ao índio e expressa a sua angústia e a sua dor frente à dominação, O rompimento básico é, pois, quanto ao sentido da história, sentido agora construído na ótica do vencido e não do vencedor. A despeito da historiografia marxista, desde a década de 30, por exemplo Walter Benjamim, já tratar a história nestes termos, não creio que o autor se tenha beneficiado dessas leituras, dificilmente acessíveis no Brasil. Nesse livro, o realce é certamente conferido aos nossos heróis sacrificados à luta incruenta visando a implantar o projeto civilizador ocidental, representados pelo esperto Manu Ladino e pelo infelicitado Bruenque. Um dos traços marcantes da historiografia tradicional é o voltar-se para os feitos grandiosos, para os personagens de destaque nas esferas da política e da guerra. Na tradição historiográfica, a maioria dos profissionais olhava o processo social dessa maneira, e muitos continuam a vê-lo desse modo. Essa forma de história, vinda do século XIX, porém ainda tão presente, tinha como objetos de investigação o Estado, a política, os grandes personagens e eventos ligados à constituição do processo das nacionalidades, conferindo ênfase às dimensões diversas da política. Olhava-se e tentava-se compreender o fenômeno da emergência e consolidação do Estado-Nação. No Brasil, na década de 50, quando se iniciava Padre Chaves no ofício da palavra escrita, observavase discretíssima mudança de direção no modus jaciendi da história e em suas temáticas. Porém, o povo ainda não era personagem principal. Assim sendo, é possível afirmar com segurança que no caso deste livro o autor passava à frente de muitos historiadores brasileiros. As investidas no sentido de privilegiar a história dos vencidos, acompanhando alguns movimentos europeus, eram de fato ainda pouco presentes. Aqui começava-se a olhar para as classes subalternas, mas a partir de categorias abstratas, de conceitos herméticos como os colocados na obra de Nelson Werneck Sodré. Não era ainda este o diapasão do fazer historiográfico nacional. Nosso historiador avança nesse sentido. Retomando a hipótese já aventada, ele teria
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inovado não por se apropriar do conhecimento teórico advindo da evolução da disciplina, mas em virtude de uma prática pessoal que lhe permitia olhar com agudeza para as coisas do povo, para o cotidiano denso de sofrimentos, para dificuldades individuais e sociais. A despeito da trajetória pessoal do Padre Chaves, essas sensibilidades emergentes no campo historiográfico tendiam a conquistar maior espaço nas décadas subsequentes. Mas não se tratava necessariamente de um movimento novo, ele tinha já seus antecedentes seculares. A partir da Revolução Francesa começa-se a perceber, em paralelo à historiografia dominante, a emergência no social de fatos e personagens novos. Entre outros, atentaram para esse novo cenário e para os novos sujeitos, Voltaire, no século XVIII; Karl Marx, no século XIX e ainda Jules Michelet, no mesmo século. Este autor, ao estudar a Revolução Francesa a partir dos revolucionários, pôs em segundo plano os centros de decisão, passando a avaliá-la “de baixo”, demarcando sensível mudança interpretativa. No século XX, na França especialmente, e após a terceira década, ocorre profundo questionamento a essa visão restrita da História, que considera como seus sujeitos os personagens poderosos e o Estado como centro privilegiado de análise. No Brasil, um relativo equilíbrio entre a história dos grandes personagens e a história dos subalternos demorou a acontecer e constitui herança tanto do Marxismo quanto da Escola dos Annales. Deve ser ressaltado, e tendo em vista, sobretudo o público leigo, que, do ponto de vista da verdade histórica, tanto a história “vista de baixo” quanto a história “vista de cima” são igualmente parciais. O que está em questão é a natureza política dessa parcialidade, onde entram os juízos de valores dos interessados e leitores. Do ponto de vista do esforço por compreender mais profundamente a teia das relações sociais, tais perspectivas são necessariamente imbricadas e complementares. A história, pretensamente total, é construída de maneira relacional. Não é apenas relato das ações do Estado, da política, dos grandes personagens, dos processos vistos como responsáveis pelas grandes transformações, tampouco é compreensível apenas como expressão do cotidiano, da vida privada e das classes subalternas. A História é um conjunto de complexas relações, é a maneira como os mesmos eventos, vistos de baixo e vistos de cima, se articulam, é o modo como essa trama de relações se estabelece. O comentário é oportuno para avaliar os ganhos e os limites da obra em apreço e tentar responder a estão, às vezes posta, acerca dos prejuízos da ausência de formação acadêmica. No caso específico de Monsenhor Chaves não creio que ele pudesse fazer de outra maneira
o seu trabalho, nas circunstâncias e no momento em que o fez. Apesar de ele já ter singelamente afirmado ser “um simples amador da história do Piauí”, prefiro ler a palavra amador no sentido de ter vivido, por razões circunstanciais, fora do labor universitário. Um amador não é menos que um profissional. Aliás, se ele fosse historiador de carreira estaria submetido a uma série de cânones e restrições impostas pelo meio acadêmico e pela comunidade do ofício. Ainda quanto a esse aspecto, me atreveria a sugerir significação mais adequada ao termo: amador é o que ama, é o amante, é o que se dedica ao ofício por prazer. E a emoção e a sensibilidade, corolários do amor e do prazer, são a tônica do trabalho em apreço. Não é ao acaso que sugiro a filiação dos interesses do autor à tradição de Michelet, cuja História da Revolução Francesa foi assim vista pela finíssima pena de Renato Janine Ribeiro: “O povo, o camponês, é coração, é sensibilidade. (...) Michelet exulta. É o grande momento da Revolução, em que tudo é amor. Será por acaso que ele então exalta o velho, a mulher, a criança, quer dizer, justamente aqueles que estão fora das atividades sérias, respeitadas do trabalho cotidiano, e cuja própria forma de ser representa uma manifestação de exigências primordiais da humanidade?” Além da abordagem exemplar, o que realçar, pois, no seu amplo trabalho? Em primeiro lugar, todo o conjunto da obra, por seu peso enquanto conjunto. Em segundo lugar, a contribuição particular de cada livro. Quanto à primeira esfera de contribuição, a do conjunto da obra, ela equilibra a reconstrução da história considerando as classes subalternas e também a história das elites. Onde encontrou seus principais subsídios documentais? Com exceção do livro O Piauí nas lutas da independência do Brasil, fundado exaustivamente em documentos oficiais, sua fonte principal foram os jornais de época. A visão propiciada pela imprensa enquanto conjunto é mais larga, porque escapa justamente ao relato de natureza oficial, feito no gabinete do governador, na secretaria de governo, de finanças, etc. Ela dá voz inclusive aos sujeitos que se insurgem contra aqueles relatos, através de registros que se voltam sobretudo para a vida cotidiana - a luta pela sobrevivência diária, a seca, os imigrantes, os crimes, o lazer. Esse leque amplo de informações foi explorado intensivamente por Monsenhor Chaves, soube aliá-las à interpretação dos documentos originários do poder público, e com isso ampliando seu trato com a documentação arquivística. Passemos para sucinta avaliação de seus livros.
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
Teresina – Subsídios para a história do Piauí é o primeiro livro que aborda Teresina a partir da vivência da população. Ele informa como a estrutura urbana vai se definindo, as pessoas vão avançando na mata e a cidade vai se formando. Contempla a história de Teresina desde a fundação até 1900. Ao tratar dos primeiros cinquenta anos da cidade, leva em conta a maneira como Teresina se organizou do ponto de vista espacial e das atividades econômicas e administrativas, O historiador não prioriza a administração dos intendentes e a situação dos governadores da Província e realça novos sujeitos do passado - crianças, escravos, soldados. Vê e nos leva a ver Teresina movimentando-se e construindo-se enquanto cidade. O índio no solo piauiense, já brevemente comentado, é o livro que utiliza mais intensivamente o corpus historiográfico. É uma pesquisa bibliográfica com uma leitura singular do autor: Os Cadernos Históricos inicialmente foram publicados como monografias autônomas, todos em 1971, com os seguintes títulos: Campo Maior luta pela independência: a batalha do Jenipapo (Cadernos Históricos, 1); Como nasceu Teresina (Cadernos Históricos, 2); A escravidão no Piauí (Cadernos Históricos,3); O Piauí na guerra do Paraguai (Cadernos Históricos, 4). Como nasceu Teresina teve segunda edição patrocinada pela Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, em 1987. A edição, comemorativa do 135° ano de fundação da cidade, foi apresentada pelo então Prefeito Wall Ferraz. Aquelas quatro brochuras originais, acrescidas de um texto inédito denominado Evangelização no Piauí, de 1976, foram reunidas constituindo o livro Cadernos Históricos, editado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves em 1993. Com respeito a estes Cadernos, é necessário afirmar que eles estão na base da obra subsequente do autor, que os retoma e aprofunda em diferentes momentos. O Piauí nas lutas da independência do Brasil é o livro da predileção de Monsenhor Chaves e nasceu de sentimento de indignação do autor diante da imponência de monumentos como o do Ipiranga, ao constatar que o Piauí se tinha doado muito mais pela Independência que os outros estados do Brasil, sem que houvesse o reconhecimento nacional desse fato. Em sua avaliação, trata-se de seu livro mais significativo. E ao justificar sua escrita, afirma: “era preciso sanar uma injustiça histórica e destruir o véu de silêncio propositadamente levantado sobre a ‘Batalha do Jenipapo’ e a garra dos piauienses nas lutas pela independência do Brasil”. Com esta obra,
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Monsenhor Chaves filia-se à tradição historiográfica piauiense, que, ao longo deste século, tem realçado a temática da independência e em que sobressaem Abdias Neves, Odilon Nunes, Wilson Brandão e suas distintas contribuições. O livro é centrado na ação de vaqueiros, agricultores e da população diretamente envolvida na Batalha do Jenipapo, realçando a participação popular e trazendo aquele episódio dramático para a história do Brasil. Como toda a bibliografia sobre a independência do Piauí, reacende as dores da sociedade local, vindas ainda do século XIX, e que se manifestam nas interpretações que valorizam ora os eventos ligados a Parnaíba, ora os de Campo Maior, ora os de Oeiras. Estas diferentes interpretações têm gerado polêmicas nos últimos cem anos da historiografia piauiense e revelado as feridas não cicatrizadas de nossa formação sociopolítica. No caso desse livro, a orelha do jornalista Deoclécio Dantas, em sua primeira edição, é bem um desses sintomas. Premiado pelo Governo do Estado do Piauí em concurso de âmbito nacional promovido quando das festas alusivas ao sesquicentenário da independência, foi publicado em primeira edição em 1975, no Plano Editorial do Estado, no governo de Dirceu Mendes Arcoverde, que assinou a apresentação. A segunda edição saiu em 1993, pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, com apresentação do Padre Cláudio Melo. Deve ser lembrado que os primeiros anos da década de 1970 foram marcados, no âmbito cultural, pelo esforço de circulação de um conjunto de obras de autores piauienses no Plano Editorial do Estado desenvolvido nos governos de Alberto Silva e Dirceu Arcoverde, através da Secretaria de Cultura, saindo os livros dos prelos da COMEPI. “No início desse projeto circulavam aqueles volumezinhos enfezados”, que logo foram substituídos pelas cuidadosas edições da Editora Artenova. Aquele plano teve como um de seus méritos trazer a lume notáveis trabalhos sobre a história e a literatura piauienses, reeditando, dentre outros autores de relevo, Odilon Nunes, F. A. Pereira da Costa e Carlos Eugênio Porto, além das importantes antologias organizadas e comentadas por A. Tito Filho, em torno dos nossos primeiros homens de letras. O seu significado editorial para a década de 70 tem correspondência no Projeto Petrônio Portella, dos anos 80, e no esforço editorial da Fundação Cultural Monsenhor Chaves nesta década de 90. No início da década de 80 vieram a público os dois volumes originais dos Apontamentos biográficos e outros. O primeiro volume saiu em 1981 pela COMEPI,
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com revisão e apresentação de A. Tito Filho e capa de Delci Maria Tito, sob patrocínio da Academia Piauiense de Letras, do Ministério da Educação e Cultura, do Governo do Estado do Piauí e da Universidade Federal do Piauí. O segundo volume é de 1983. De acordo com explicação do autor, todas as biografias que os compõem haviam sido publicadas, no jornal O Dia, entre os anos de 1974 e 1975. Com isso, infere-se que sua elaboração é quase concomitante à do livro O Piauí nas lutas da independência do Brasil. Em minha opinião, os Apontamentos constituem o conjunto mais significativo da contribuição de Monsenhor Chaves à história do Piauí, pois retomam da maneira mais feliz o esforço iniciado, há mais de cem anos, por um dos nossos primeiros historiadores - Miguel de Sousa Borges Leal Castelo Branco, cujos Apontamentos datam de 1879 e contemplam dezenas de personagens da história local. Dentro daquele espírito e trazendo esse conjunto até as primeiras décadas do século XX, Monsenhor Chaves o faz em profundidade, dado que se beneficiou do acúmulo de informações e da experiência adquiridos no trato dos materiais e das interpretações históricas ao longo de mais de vinte anos de exercício desse labor. Aliás, a partir de O Piauí nas lutas da independência do Brasil, Monsenhor Chaves já é um historiador maduro e completo no trato com as fontes, no domínio da interpretação, na apropriação da linguagem. Nas últimas obras é notável o amadurecimento de suas reflexões e o aperfeiçoamento do seu estilo narrativo e já nada tem a dever ao seu mestre, o extraordinário pesquisador que foi Odilon Nunes, não só seu mestre, como um dos seus maiores incentivadores. Os Apontamentos biográficos e outros, segunda edição, assim como os Cadernos Históricos, resultam já de fusão dos dois volumes citados. Elegem como personagens cerca de 40 biografados, entre os quais se encontram governadores, religiosos, escritores e educadores. Cada biografia traz informações sobre o contexto de atuação dos personagens e a construção desses contextos é o ponto mais forte do trabalho. O autor dedica parcela da obra aos vaqueiros e roceiros, propondo que a História seja reescrita considerando a ação desses sujeitos que não têm voz, sugerindo a metodologia que ele próprio já ensaiara em O índio no solo piauiense.
maior importância desta agora Obra Completa reside exatamente na capacidade do autor comunicar-se com o leitor, condição que ele não perde ao longo de sua jornada com a escrita, mesmo quando os textos começam a ficar mais sofisticados e o seu domínio metodológico, mais firme. A leitura propicia prazer, em virtude de estar dirigida para o outro e de ter o cuidado de manter vivo o seu interesse. A narrativa é perfeitamente acessível a um público não necessariamente refinado e associa-se ao cuidado de cativar o leitor, seduzindo-o inclusive a compartilhar de suas às vezes mordazes e irreverentes opiniões e observações. Apesar de sobejamente conhecido e apreciado, não resisto à tentação de também salientar a figura humana de Monsenhor Chaves, vista pela lente de Padre Cláudio Melo, um seu igual, no interesse pela história e na humildade da missão: “Se me pedissem o resumo da ficha do autor deste(s) livro(s), eu diria apenas que ele é uma das mais preciosas relíquias do clero piauiense, pelas virtudes sacerdotais e pela cultura que armazena. Pertence à Academia Piauiense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico Piauiense exatamente porque é um pesquisador como poucos, de inteligência aprimorada, conhecimento profundo dos fatos históricos e da literatura, de estilo descritivo, ameno e claro. Sua cultura é tão merecedora do apreço que lhe temos, que Teresina honrou com seu nome a Fundação Cultural que tem”. Que nós, seus leitores, saibamos apreciar e reconhecer esta dádiva de amor, na forma de livros que ajudam a construir nossa identidade de “povo sério, culto e livre”.
Texto gentilmente cedido pela Prof. Dra. Teresinha Queiroz. Obra Completa – Monsenhor Chaves. Edição FMC 2013.
Os Apontamentos, segundo o autor, foram escritos “por sugestão do [...] mestre e amigo Professor Odilon Nunes”, que para esta tarefa igualmente transferiu parte de suas próprias pesquisas. Além da avaliação livro a livro e do reconhecimento de seus significados particulares, um dos aspectos de
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HARDI FILHO
POETA BRASILEIRO Por Francisco Miguel de Moura HARDI FILHO é o nome literário de Francisco Hardi Filho, nascido em Fortaleza, Estado do Ceará, no dia 5 de julho de 1934. Veio para o Piauí já funcionário público federal (IBAMA) e aqui fundou raízes sentimentais e familiares. Não há hoje ninguém mais integrado ao Piauí do que Hardi Filho, a quem a Assembleia Legislativa, num ato de justíssimo reconhecimento, concedeu o título de cidadania piauiense. Começou parnasiano-simbolista com “Cinzas e Orvalhos”, editado em 1964 – livro premiado pela Prefeitura Municipal de Teresina (1963), quando a comissão julgadora composta por três ilustres membros da Academia Piauiense de Letras (Fontes Ibiapina, Mário José Batista e Júlio Martins Vieira), assim expressa, em seu parecer final: “O poeta canta, em CINZAS E ORVALHOS, com uma linguagem meridianamente simbólica, clássica, por vezes pessimista. Mas o sabor artístico, tão atual quanto sugestivo, prende o leitor em meditações profundas. Sabe, com adequação de termos, concatenar pensamentos em versos rimados, metrificados e cadenciados sem suscetibilizar a viga mestra das correntes e escolas atuais. É um verdadeiro artista na expressão da palavra. Chega a fundir pensamentos contrários e antagônicos, como premissas, para chegar à conclusão dum silogismo perfeito, como seja: “Santa mulher, diabólica figura! / Tempestade da minha primavera! / Noites e dias cheios de ventura / Porque ela em tudo está presente e impera”. Espontaneidade da expressão, técnica do verso, acuidade do pensar e equilíbrio do sentir, eis a qualidades mais referidas pelos acadêmicos.
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Inicialmente filiado à corrente simbolista, na qual o Piauí tem em Celso Pinheiro seu representante maior, Hardi Filho evoluiria para a poesia moderna, especialmente depois da fundação do CLIP – Círculo Literário Piauiense (de cuja entidade foi o Secretário Geral) – e a convivência com os seus poetas e companheiros de luta. Hoje faz poemas genuinamente modernos, com a mesma qualidade dos grandes poetas, sem, no entanto, abandonar o soneto, em cuja espécie é o nosso represente maior, ainda vivo. E continua na luta para que a poesia, o fogo da arte, não morra, pelo contrário, seja transferido, e cada vez mais forte, às novas gerações. Membro ilustre da Academia Piauiense de Letras, ocupando a cadeira nº. 21, justo aquela que teve como seu primeiro ocupante o poeta da Costa e Silva. Pertencente à União Brasileira dos Escritores do Piauí, em cuja entidade foi Secretário, gestão do poeta Francisco Miguel de Moura, Hardi Filho foi também Secretário Executivo do Projeto Petrônio Portela, órgão da Fundação Cultural do Piauí, e Chefe de Gabinete da referida Fundação. Jornalista profissional, embora tenha pouco atuado na imprensa do Piauí, sem, no entanto, dispensar-se de grande colaboração em artigos e crônicas, algumas destas reunidas em livro que espera publicação. Poeta nobre, mesmo quando se submete a temas populares. Sua dicção é de uma dignidade que não se
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encontra facilmente na literatura brasileira. Poucos poetas se lhe igualam. Nada surpreendente, pois, encontrar nele próprio esta premonição em “Teoria do Simples”, 1986: “O privilégio do verso me esperava”. OBRAS PUBLICADAS:
o gênio louco que ideou amores para sustento, amparo da esperança. Insano escafandrista dos mistérios, fui tradutor das emoções do mundo
• Cinzas e Orvalhos (1964);
e desenhista da volúpia eterna.
• Gruta Iluminada (1970); • De Desencanto e de Amor (1983); • Teoria do Simples (1986), • Suicídio do Tempo (1991) (Cantovia (1993); • Estação 14 (1997); • Veneno das Horas (2000); • O Dedo do Homem – prosa/memória (2000);
De pé, trêmulas mãos, olhos insones, fui satanás sedento de domínio, fui deus criando e alimentando sonhos! RIO-VIDA
• O Sonho dos Deuses e os Dias Errantes (2001); • Tempo Nuvem (2004);
É comparável com aquela faca
• Poemas da Mesma Fonte - Adélia (2006) e
de dois gumes o carma da pessoa;
• Tempo Contra Tempo – Sonetos em parceria com Francisco Miguel de Moura (2007).
da anônima ou da que se destaca,
Além da poesia, publicou dois títulos de crítica: Poesia e Dor no Simbolismo de Celso Pinheiro (1887) e Oliveira Neto, Poeta do Amor e da Alegria (1993).
da que vai certa, da que segue à-toa, da que navega em navio ou canoa no rio-vida, onde não há atraca – só o barulho vento-e-água ecoa
POEMAS DE HARDI FILHO ARTISTA
na correnteza forte, média ou fraca. Com algum tempo, certo é que a matraca do fim da via também já ressoa...
No atelier da vida, solitário,
Então, se às vezes nosso corpo empaca,
somente em comunhão com a fantasia, eu fui o artista que criou miragens
há espaços por onde a mente voa!
para conforto de ânsias infinitas.
Nestes é armar e desarmar barraca, cair e levantar-se numa boa!
Eu fui, também, aquele que traçou formas de vida pelo sentimento;
SONETO I
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
aberta mão ao desviado prêmio. Quando o manto da noite tenebrosa cair sobre minha alma sonhadora,
De tanto conviver com áscaris
aniquilando os sonhos cor-de-rosa,
morre o menino
tornando mudo o que sonante fora...
de alma e coração imáculos
Ó anjo meu, de cabeleira loura! Eu falo a ti, o sílfide formosa! Tu, que és minha paixão imorredoura, que és minha crença edênica, ardorosa: Não deixes que me levem para alguma caverna onde se acabem, uma a uma, as minhas tristes células paradas. Quero que o sol surgindo em outro dia lance seus raios pela relva fria
Uma paixão antiga, hoje única domina o mundo É torturante a dor sem número. Fonte: FRANCISCO MIGUEL DE MOURA, poeta da geração 60 (membro do Círculo Literário Piauiense – CLIP, como o poeta Hardi Filho), preparou esta biografia do colega clipiano, com base na bibliografia do Autor e apoio nas seguintes obras: – “Dicionário Biográfico de Escritores Piauienses de Todos os Tempos”, 1995, de Adrião Neto; “Literatura Piauiense”, 2003, de Luiz Romero Lima; “Antologia dos Poetas Piauienses”, 2006, de Wilson Carvalho Gonçalves; e “Literatura do Piauí”, 2001, de Francisco Miguel de Moura.
e aqueça as minhas cinzas orvalhadas. EXDRÚXULO A prata, o caviar, a mesa elástica riem do pobre e lhe pesam no vazio do estômago O lustre, o veludo, o mármore esbofeteiam a face do menino pálido Dói no seu corpo o sacrifício da ingênua espera:
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“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
PRO GRA M A ÇÃ O 18º SEMINÁRIO LÍNGUA VIVA 2015: ANO MONSENHOR CHAVES LOCAL: ESPAÇO ROSA DOS VENTOS Campus Universitário Petrônio Portella - UFPI De 05/06 a 14/06/2015 - Teresina-PI
1971
SEXTA (05/06) 19:00
CERIMÔNIA OFICIAL DE ABERTURA APRESENTAÇÃO CULTURA: CONGOS DE OEIRAS
--:--
Palestra: Teatro Terapêutico Kalyna Lima (psicóloga) e F. Kaio Rodrigues (ator)
--:--
Palestra: Importância da Yoga para crianças Profª. Jessica Eulálio
--:--
Mesa Redonda Comissão de Tanatologia do - CRP2 Profª. Amparo Silva Profª. Ana Rosa Carvalho (UESPI) Profª. Cláudia Aline (CENSUPEG) Joyce Rabello Profª. Karolyna Pessoa (FAESPI) Profª. Patrícia Melo (FSA) Profª. Valquíria Cunha (FACID) Coordenação: Patrícia Moreira - (CRP21)
SÁBADO (06/06) 9:00
Iniciando seu Casulo Patrícia Moreira (Tanatóloga)
--:--
MESA REDONDA: “Tanatopedagogiando” Carla Patrícia Miranda Elisangela da Silva Elcia Mota Lucília Santos Coordenação: Profª. Joyce Rabello (CENSUPEG)
15:00
--:--
19:00
Palestra e Roda de discussão sobre Prevenção ao Suicídio Francisco Benedito (UFPI)
RODA DE DISCUSSÃO: Teresinha Medeiros Yala Sena Vinicius Vainner Lindalva Miranda MESA REDONDA “Prevenção e Posvenção ao Suicídio” Amparo Silva Flávio Moreira (GRACE) Thátila Brito (CDM) Eyder (CVV) Alessandro Coelho Coordenação: Auricélia Sabóia (FGV)
DOMINGO (07/06) 9:00
15:00
19:00
Mesa Redonda sobre como falar de Morte para Criança, Adolescente e Idoso Lísia Mendonça Luiza Ivete Batista Marcela Silva Patrícia Moreira Coordenação: Érica Campos (CENSUPEG) Palestra: O método Friends Ana Silva e Mara Layana (psicólogas)
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Tanatologia: Educação para Morte e Valorização à Vida Conceição Castelo Branco (Psicóloga e Tanatologista)
SEGUNDA (08/06) 9:00
Meninos, eu vi: meio século de chapada. Palestrante: Prof. Cineas Santos
15:00
Literatura e outros sistemas semióticos. Feliciano Filho (UESPI) Diógenes Buenos Aires (UESPI) Wanderson Lima (UESPI)
16:30
Era digital e narrativa audiovisual: fazer cinema como uma (real) possibilidade de transdisciplinaridade. Profª. Adriana Galvão (UFPI)
19:00
Encontro poético com Salgado Maranhão (RJ) e Thiago E (PI)
TERÇA (09/06) 9:00
A trajetória do historiador Monsenhor Chaves Palestrante: Profª. Terezinha Queiroz
15:00
A Cidade na Literatura, na música e nos quadrinhos João Kennedy Eugênio (UFPI) Aurélio Melo (OST) Francisco Alcides do Nascimento (UFPI) Alfredo Werney Torres (UFPI) Regianny Monte (UFPI) Allan Edson da Costa Ribeiro (UFPI)
19:00
Bate-papo com o cantor, compositor, blogueiro, escritor e articulista Tico Santa Cruz (RJ).
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QUARTA (10/06) 9:00
15:00
19:00
SEXTA (12/06)
Direito e literatura: a lucidez e a cegueira em José Saramago Palestrante: Profª. Rosália Mourão
9:00
Identidades e Diversidade Cultural. Marleide Lins (Escritora) Bárbara Melo (UESPI) Ailma do Nascimento (UESPI) Algemira Mendes (UESPI) Reginaldo Miranda (APL) Romeu Tavares (FUNAI-PI) Síria Borges (ITM-Portugal)
15:00
Memória Urbana. Júlio Medeiros (Arquiteto e Músico) Olavo Pereira (Arquiteto)
16:30
Memória da MPB. Clodo Ferreira (Músico e Professor da UNB)
19:00
Bate-Papo e Autógrafos com a escritora Thalita Rebouças (RJ)
Palavras que mudaram de sentido Palestrante: Frei Hermínio Bezerra (CE)
SÁBADO (13/06) 9:30
QUINTA (11/06) 8:00
15:00
19:00
Aprendendo a ler e escrever de maneira ressignificada Palestrante: Pe. Bruno Lira (PE)
Literatura Surda Palestrante: Prof. Luiz Cláudio Nóbrega Os desafios da Memória na Literatura, no Jornalismo, na Mídia e na História. Prof.ª Ana Regina Rêgo (UFPI) Prof.ª Márcia Edlene (UESPI) Prof.ª Nilsângela Cardoso (UFPI-Picos) Prof. Gustavo Said (UFPI)
Conversas espíritas em torno da saúde espiritual Palestrante: Kátia Marabuko (Médica).
15:00
Preparação de espaço para o espetáculo da Orquestra Experimental da UFPI.
19:00
Espetáculo da Orquestra Experimental da UFPI
DOMINGO (14/06) 9:30
Encontro Cultural com o professor Pedro Demo (DF)
(Sem programação no auditório do Cine Teatro)
15:00
Cerimônia de Premiação do Concurso Jovens Escritores (Jornal O Dia – Fundação Quixote).
19:00
Cerimônia Oficial de Encerramento com Show da Banda Valiaduaté
PROGRAMAÇÃO MUSICAL | SALIPI 2015 SEGUNDA
08
TERÇA
09
OS BIAS E OS BACKS COCHÁ OU ARRANJO RUTZ
QUINTA
11
LINHA DO TEMPO
SEXTA
12
03
05
20
20
H.Dobal
04
20
10 SÁBADO
13
OSTHE PÉINCHADO
EUFRASIA ORQUESTRA E CORO EXPERIMENTAL DA UFPI
(CINE TEATRO DA UFPI/REGÊNCIA SAMUEL FAGUNDES)
NEANDERTHAIS
| HOMENAGEADOS SALIPI
O. G. Rego de Carvalho
Mauro Fautino
QUARTA
ESTAÇÃO GANDAIA
Da Costa e Silva
Assis Brasil
Alvina Camero
08 09
06
20
20
Torquato Neto
07
20
Manoel P. Nunes
Prof. Santana
20
13
11
20
20 Fontes Ibiapina
10
20
Francisco Pereira da Silva
12
20
José Gomes Campos
14
20
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
18h30
18h00
17h30
17h00
16h30
16h00
STUDIO RAKS DE DANÇA ÁRABE HORÁRIOS – PALCO DE DANÇA - 13º SALIPI
Studio Raks de Dança Árabe
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
Studio Raks de Dança Árabe
Balé Angel Projeto talentos da comunidade (Timon)
Balé Angel Projeto talentos da comunidade (Timon)
Ballet Helly Batista
Grupo Conexão Street
Balé Jovem do Piauí
Cia de Dança Teresina É Show & Projeto Educativo Mão Dadas (Timon)
Escola de Dança Luciana Libanio
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Stilleto Dance & Studio de Dança Gisele Sousa (Timon)
Stilleto Dance & Studio de Dança Gisele Sousa (Timon)
Studio Raks de Dança Árabe
Corpo de Dança da UFPI
Academia Pequena Bailarina
Jandira Leite Academia de Ballet
Grupo La Danza
Atelier Bellydivas
Dança Coletiva - DC
Grupo Carimbó Flor de Liz
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
Colégio Liberdade
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Grupo Conexão Street
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Marina Samaah & Escola Dança & Cia
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
INTERVALO
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
Studio Raks de Dança Árabe
(Aula de Dança do Ventre, aberta ao público)
PROGRAMAÇÃO UESPI - 13º SALIPI SÁBADO
06
QUARTA
10
SÁBADO
13
14H ÀS 18H
14H ÀS 18H
14H ÀS 18H
Intervenção nos espaços do SALIPI com a temática “AS DIVERSIDADES”
Intervenção nos espaços do SALIPI (CAPOEIRA)
Peça infanto juvenil “HOJE TEM ESPETÁCULO NO PAÍS DOS PREQUETÉS“
COORDENAÇÃO: VALDEREZ ALVES DE CARVALHO COSTA
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COORDENAÇÃO: ROBSON CARLOS DA SILVA (MESTRE BOBBY)
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LOCAL: PALCO HELLY BATISTA COORDENAÇÃO: VALDEREZ ALVES DE CARVALHO COSTA
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Todo grande escritor começa a mostrar seu talento quando ainda é uma criança. É nosso papel incentivar esses talentos e ajudar a descobrir novos escritores. É assim que a gente vai formar a próxima geração da literatura brasileira. Incentive seu filho a participar do Concurso Jovens Escritores, realizado anualmente em parceria com a Fundação Quixote e o Salão do Livro do Piauí - SALIPI. A participação é gratuita e ainda tem um montão de prêmios. No final, os melhores trabalhos são imortalizados numa edição especial do Jornal O DIA. É inesquecível! O Concurso Jovens Escritores chegou à sua 10ª edição com um tema bastante inovador. Veja o regulamento no site (http://goo.gl/rwg2kE) ou acesse através deste QR-CODE.
Acesse com o leitor de código de barras
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
PRO GRA M A Ç Ã O SÁBADO – 06/06/2015
TERÇA-FEIRA –09/06/2015
18h – Conversa sobre o projeto Leitura Livre Secretário Estadual de Justiça Daniel Oliveira Vanessa Moura
16h – Conversa sobre o blog Cinema Entrerios Raul Lopes e Diego Montalvão
B AT
19h – Lançamento do livro: À beira da estrada Autora: Gabriela Aguiar
17h – Lançamento do livro: Tudo o que eu queria te dizer Autora: Rosseane Ribeiro
20h – Lançamento do livro: Português: tirando dúvidas de quem tem Autor: José Luiz Carvalho dos Santos
18h – Lançamento do livro: Escorregões no Português Autor: José Maria Vasconcelos
DOMINGO – 07/06/2015
19h – Lançamento do livro: Reminiscências do caseiro Genival Autor: Valciãn Calixto
15h – Lançamento do livro: Estação do amor Autor: Francisco de Assis Silva (Chiquinho) 16h – Lançamento do livro: Aos ossos do ofício o ócio Autor: Cleyson Gomes 17h – Lançamento do livro: Dois meninos e uma ilhota Autor: José Gregório
19h30 – Lançamento do livro: O boi do Piauí Autora: Márcia Evelin Lançamento do livro: A tartaruga de sete cidades Autora: Anna Miranda 20h – Lançamento do livro: Os sons do adeus Autor: Gouveia de Hélias QUARTA-FEIRA –10/06/2015
18h – Lançamento do livro: Rua de Santo Antônio Autor: Celson Chaves 19 – Salve Rainha: uma tecnologia social de valorização do Patrimônio Cultural de Teresina. Francisco das Chagas Júnior SEGUNDA-FEIRA – 08/06/2015
15h30 – Bate-papo e lançamento de livros com Claudete Dias 16h – Lançamento do livro: Pelo prazer de ler Autor: Escola Municipal Delfina Borralho Boa Vista 17h – Lançamento do livro: Quem disse que homens não choram? Autor: Rafael Rodrigues
15h – Lançamento do livro: Histórias que vivi Autor: Chico Wilson
18h – Lançamento do livro: O tempo e o vento Autora: Teresa Gonçalves Mendes de Carvalho 19h – Lançamento do livro: Poemas Proibidos Autora: Vanessa Trajano
16h – Lançamento do livro: Aos olhos da vida Autor: José Júnior 17h – Lançamento do livro: Parnaíba: a pérola do litoral brasileiro Autor: Inácio Marinheiro de Oliveira
19h30 – Lançamento do livro: Crônicas de açúcar Autora: Andreia Braga
18h – Lançamento do livro: Caríssimo Abdias Autor: Mariana Capelo
20h – Lançamento do livro: O progresso espiritual Autor: Pe. Wellistone Viana
19h – Lançamento do livro: Clara como a luz da lua Autor: Deborah Aviaras 20h – Lançamento do livro: Ratos e Baratas Autor: Felipe Rezende
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TE -PA P O
LITE R Á RI O
QUINTA-FEIRA – 11/06/2015 15h30 – Lançamento do livro: Mosaicos da paixão Autor: Ednaldo Oliveira 16h – Lançamento do livro: O confronto entre Thomas Kahn e Imre Lakatos: Sobre a Racionalidade Científica Autor: Marcos Roberto Alves Oliveira 17h – Lançamento do livro: O balé dos persistentes: inclusão social pela dança Autora: Marina Farias 18h – Lançamento do livro: Quando o amor é assim e não assado Autor: Júnior Marks 19h – Conversa sobre o projeto artístico Poesie THE Ítalo Lima 19h30 – Lançamento do livro: "Jornalismo em Mutação: um estudo sobre a produção de conteúdo na fase do capitalismo avançado" Autora: Samária Andrade 20h – Lançamento do livro: O mistério das bonecas de porcelana Autor: Eneas Barros SEXTA-FEIRA – 12/06/2015 15h – Lançamento do livro: Lendas do Piauí Autora: Arleni Portelada 16h – Lançamento do livro: Cenas das fronteiras Autora: Dalva Matos 16h30 – Lançamento do livro: Porque ainda choras? Autor: Luís Pereira 17h – Conversa sobre o projeto Coletivo Leituras 18h – Lançamento do livro: A bordo da vida Autor: Natanael Macedo
19h – Lançamento do livro: Literatura e memória: entre os labirintos da cidade: representações na poética de Ferreira Gullar e H. Dobal Autor: Silvana Pantoja 20h – Lançamento do livro: Educação, gênero e afrodescendência Vários autores SÁBADO – 13/06/2015 15h – Conversa sobre o Projeto Resgatando Vidas: musicoterapia e qualidade de vida Nydia Cabral, Karine Jericó, Simone Assunção, Olga Marques, Alcides Valeriano, Eliete Quixaba e Patrícia Moreira 16h – Lançamento do livro: Aprendiz de planador Autor: Machado Júnior Lançamento do livro: Zezé, a jaguatirica turista Autor: Manoel Marques Lançamento do livro: Historiografia Piauiense Autora: Iara Guerra Lançamento do livro: O que vem depois da saudade Autor: Ícaro Uther 17h – Lançamento do livro: Sua empresa não vive sem marketing Autor: Helder Freitas 18h – Lançamento do livro: Narrativas do Jornalismo e Narrativas da História Coordenadoras: Ana Regina Rêgo, Teresinha Queiroz e Marcela Miranda 19h – Lançamento do livro: Tratado brasileiro sobre perdas e luto Organizadores: Franklin Santana Santos Ana Laura Schliemann João Paulo Consentino Solano 20h – Lançamento do livro: A hierópolis de Santa Cruz dos Milagres: um lugar produzido pelo sagrado Autor: Stanley Braz de Oliveira
18h30 – Lançamento do livro: Reflexões Linguísticas Autor: Bruno Carneiro Lira
“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
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“A leitura nutre a inteligência.” (Sêneca)
Expediente
PRESIDENTE Kássio Gomes
DIRETORES Cineas Santos Edilva Barbosa Jasmine Malta Luiz Romero
COORDENADORES Gisleno Feitosa Geraldo Millares Lanna Almeida Laís Romero Samya Almeida
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Biá Boakari - MTB/ PI 1446 Elizangela Carvalho - MTB/ PI 1253 Marina Farias - MTB/ PI 1717 www.cjflash.com.br
FUNDAÇÃO QUIXOTE Rua David Caldas 231, Salas 06 e 07 Centro/SUL - Teresina - Piauí Telefone: (86) 3221-8159 CEP 64.001-190
Bons livros o trazem!
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