ano IV nยบ06 2009 R$ 7,00
perfil Ciro Nogueira ensaio fotogrรกfico por Rodrigo Ferraz
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IPT testa torre projetada por Oscar Niemeyer em túnel de vento por Ana Paula Rocha
Técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo avaliou se a fundação da nova torre, que transmitirá o sinal digital do Distrito Federal, suportaria os esforços de vento da região
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IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) realizou ensaios de esforços de vento para o desenvolvimento da estrutura de uma torre de transmissão de TV digital projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer para o Distrito Federal. Os testes foram feitos durante uma semana pelo CMF (Centro de Metrologia de Fluidos), que abriga o túnel de vento do instituto. Localizada na cidade de Sobradinho, a 20 km de Brasília, a torre de 180 metros de altura com diâmetro médio de 12,5 metros será responsável pela transmissão do sinal digital de 12 canais abertos. A construção, executada pela Secretaria de Obras do Estado, será feita em concreto com platôs intermediários. O investimento está estimado em R$ 64 milhões. "O projeto especificou o emprego de fundação direta, mas durante a prospecção do solo foram verificadas interferências no tipo de terreno. Então, surgiram as dúvidas se a fundação estava certa ou não", explica Pedro Afonso de Oliveira Almeida, professor doutor da Poli-USP e diretor do LSE (Laboratório de Sistemas Estruturais), que trabalhou em conjunto com o IPT. Os laboratórios foram contratados para avaliar os esforços da fundação da torre em situação real. "O túnel de vento moderno de hoje permite que em menos de 20 dias o projetista saiba dos efeitos medidos em modelo reduzido", conta Almeida. Para a realização dos ensaios de esforços do projeto, os pesquisadores adotaram uma maquete da torre em escala 1 por 150, com 1,2 metro de altura por 8 centímetros de diâmetro. Os testes foram referenciados pela norma NBR 6123, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que especifica as características dos ventos em cada região do país. A projeção dos esforços sobre a estrutura foi considerada na situação limite de uma rajada de vento a 40 metros por segundo, sendo que na norma a velocidade de rajada do vento para Brasília é de 35 metros por segundo. "Verificamos que os esforços estimados pelo túnel de vento, mesmo acima do que é pedido na norma, estão dentro ou são menores do que aqueles estimados no projeto. Ou seja, a fundação corresponde às expectativas e dará segurança ao projeto", concluiu Almeida.
O projeto A torre de TV Digital foi projetada por Niemeyer em formato de curvas que lembram uma flor. A base cilíndrica funciona como um "caule" que exibe duas "pétalas" para abrigar dois espaços cobertos: do lado direito, uma cúpula de vidro compõe o ambiente de um bar, e do lado esquerdo, um pouco mais abaixo, ficará um salão para exposições. O terceiro nível da Torre de TV Digital é um mirante circular. A perspectiva é de que o novo monumento seja entregue no primeiro semestre de 2010. O investimento de R$ 64 milhões virá da Terracap, empresa pública vinculada à S e c r e t a r i a d e Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, que também é a dona do terreno de 40 mil m² onde a torre será construída. O local foi escolhido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) por ser um dos pontos mais altos da região.
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Plano diretor prevê a construção de oito novas pontes em Teresina
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ma obra marcante com investimentos de mais de 70 milhões de reais, a ponte do Sesquicentenário significa um marco para a cidade e trará novas perspectivas de investimentos, especialmente, para o setor imobiliário. Erguida sobre o Rio Poti, é construída com tecnologia estaiada, suspensa através de cabos de aço – o que existe de mais moderno e avançado em projetos de grandes estruturas de engenharia do mundo – terá uma extensão de 363 metros e largura de 28,35 metros com seis faixas de rolamento de veículo, além de faixas para bicicletas e pedestres. Um mirante de 125 metros de altura permitirá aos teresinenses e turistas uma visão panorâmica da cidade que está pronta para crescer. A torre do mirante será servida por dois elevadores panorâmicos. A ponte vai propiciar a construção de novos conjuntos arquitetônicos aproximando duas importantes regiões da cidade, hoje isoladas. Este corredor de tráfego será um notável vetor de crescimento que irá incrementar o processo de verticalização da cidade. A inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2010.
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F
otografar Teresina é fotografar uma cidade em mutação. E esse é o grande desafio: a cidade nasce todo dia de um jeito, mas ao pôr-do-sol as mudanças são muitas. As transformações em sua fisionomia não se fazem com o passar dos anos, mas, me parece, ao toque das horas. É possível registrar fragmentos dessas mudanças, mas nada mais do que isso. Nesses fragmentos estão sempre presentes a pertinência de suas luzes, o rompante de seus prédios, o movimento incansável de seus carros e seus rastros de luz. Não há de se falar de cidade–menina, denominação afetiva de longa data, perdida em inúmeras letras e versos, mas sim de um outro nome, bem menos inocente, que justifica esse novo momento em toda a sua intensidade: metrópole.
Teresina às 18:20h
Isso tudo assusta? Às vezes sim, ainda mais para quem já viu e viveu essa cidade em décadas passadas. Mas, se assusta, ao mesmo tempo impressiona como, por exemplo, o fato de se poder contemplar o imenso tapete de luzes a se perder no horizonte, visto do topo de um de seus edifícios. Se vivemos em uma cidade assim, temos de assimilar tudo isso: sua pulsação, suas transformações, seu ritmo, o ônus e o bônus dessas transformações.
O horário desses registros fotográficos (todos exatamente às 18:20h – ou bem próximo disso) e o formato panorâmico de alguns deles, tenta, despretensiosamente, resumir tudo isso. É nessa hora que, na minha opinião, consegue-se mostrar com mais nitidez a essência de toda essa mutação. Um momento em que não é noite e nem dia, uma transição em que as algumas cores duram pouco e as luzes da cidade desafiam a escuridão da noite.
Missão cumprida? É claro que não! Hoje, com certeza, tudo está bem diferente de ontem – e amanhã, tudo estará diferente de hoje! Uma nova regra que invade o nosso cotidiano, instiga o olhar fotográfico e, acima de tudo, justifica o fascínio dessa nossa cidade mutante.
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uma jóia do oriente
texto: Marta Tajra fotos: Marta Tajra e Roberto Khatlab
“A vós o vosso Líbano com as suas políticas, e a mim o meu Líbano com a sua beleza... e com o que possui de sonhos e tranqüilidade” Khalil Gibran
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m viagem recente ao Líbano, constato encantada, que existe um paraíso sobre a terra. Com nome e localização certa. E por mais contraditório que possa parecer, ele fica neste pequeno país do Oriente Médio com pouco mais de dez mil quilômetros quadrados (menor que o nosso estado de Sergipe, o menor estado brasileiro). É cercado por belas montanhas, praias, baías e lindas, abundantes e cheirosas florestas de cedro, a árvore símbolo que está na bandeira do país. Em manuscritos antigos e até na Bíblia, o Líbano já aparece com o nome de paraíso terrestre por causa de suas imensas florestas de cedros, carvalhos, pinheiros e outras árvores de essências aromáticas. Também foi o grande celeiro do Império Romano na antiguidade. Um Mediterrâneo em tom azulado banha toda sua a costa oeste, rivalizando com montanhas cobertas de neve no inverno, abundantes reservas ecológicas, sítios arqueológicos, monumentos históricos, gastronomia da melhor qualidade e muita, muita badalação. Movimentada, divertida, alegre...assim é a vida noturna em Beirute, a capital com 500 mil habitantes (a Grande Beirute tem cerca de 1,5 milhões). A minha anfitriã no Líbano foi Nélida Debs, irmã do Philippe Salha, o libanês mais piauiense que conheço com endereço fixo em Teresina. De frente para o lindo apartamento de Nélida, o azul do Mediterrâneo se funde com o céu azul do outono libanês. Difícil saber onde começa um e termina outro. A paisagem é deslumbrante. E Nélida, uma perfeita anfitriã. mercadodoimóvel 40
O Líbano é uma fonte permanente de água (produto escasso pelas bandas do Oriente) dando nome à capital, Beirute, fundada no século 13 A.C. pelos fenícios -Beroth ou Béryte- que quer dizer exatamente isso: cidade das fontes. No inverno, a neve ao cair, desliza montanha abaixo, formando inúmeras fontes e enormes depósitos naturais de água, de 1200 a 1500 metros de altitude. Eles exportam esta água para os países do Golfo gerando uma boa fonte de renda para o governo, uma República Democrática Parlamentar, dirigida por um primeiro-ministro. Jeíta é um desses reservatórios de água. A gruta, a 20 km de Beirute é considerada uma das mais belas do mundo. É de cair o queixo. Ela é toda revestida em estalagmite e estalactite. Pena que não possa ser fotografada por dentro. Durante um pitoresco passeio de barco pelo labirinto desta gruta, podemos testemunhar um espetáculo que a natureza, caprichosamente, reservou ao povo libanês. O silêncio dentro da gruta faz você pensar que chegou ao sétimo céu. E faz contraponto com a agitada vida de Beirute. Coisas do Oriente. Com forte influência francesa, a cidade que recebeu a alcunha de “a Paris do Oriente” em tempos passados, lembra em muito as cidades européias com seus charmosos cafés e restaurantes ao ar livre, localizados principalmente no seu centro histórico, quase todo reconstruído depois da última guerra civil (1975-1990), que abalou profundamente a economia do país e sua posição de destaque no cenário regional.
turismo especial Líbano Beirute é pequena e linda, e já foi destruída e reconstruída 7 vezes, ganhando um título sui gêneris: “a cidade que se recusa a desaparecer”. Atualmente, o Líbano brilha como protagonista do Oriente Médio. Com a economia que tem uma das mais altas taxas de crescimento do mundo, o país volta a ser chamado por especialistas de “ Suíça do Oriente” pelas atividades financeiras realizadas ali, o que gera um dos mais elevados padrões de vida do Oriente Médio. Além dos cafés, as galerias de arte e as lojas de famosas grifes se misturam no centro de Beirute com ruínas de 17 antigas civilizações, que contam, através das descobertas arqueológicas, a história dos cananeus até os dias atuais. Uma sobreposta a outra. Um verdadeiro museu a céu aberto. O centro abriga ainda arranha-céus futurísticos e hotéis de classe internacional, a sede de grandes bancos (nacionais e internacionais), escritórios comerciais, imóveis residenciais e um calçadão à beira-mar com uma variedade incrível de restaurantes, balneários, hotéis, marinas, lojas, parque de diversões e, claro, vendedores ambulantes muito simpáticos de peças tipicamente libanesas. Parar num dos restaurantes da orla marítima, em Raoché, para tomar café ou experimentar um prato tipicamente libanês é uma obrigação do turista. Ali está um dos cartões postais de Beirute: estruturas de pedras do período neolítico que serviam
de habitação ao nosso ancestral primitivo. Caso você tenha uma sintonia direta com o mar, como eu tenho, pare (o tempo que for preciso, pois ele merece) para admirar o incrível azul turquesa do Mediterrâneo, o grande mar dos fenícios. Vai se sentir revigorado para continuar o passeio. Uma curiosidade: em Beirute se fala o francês como se estivéssemos na França. Há duas explicações para isto: além da dominação francesa que perdurou até a independência do país em 1943, Beirute sempre foi uma cidade aberta ao mar e ao mundo. Você não encontra um morador de Beirute que não saiba falar fluentemente pelo menos 3 línguas: a nativa, que é o árabe, o francês e o inglês. Até português se fala no Líbano. É no Vale do Bekaa, principalmente nas cidades de Sultan Yaculb e Kamed Lauz. Noventa por cento da população desse Vale são de muçulmanos, que emigraram para o Brasil e voltaram para dar condições aos filhos de aprenderem o árabe puro – a língua base do Islamismo - ensinado nas medrasses. A estrada do Vale dá acesso ao sítio arqueológico de Baalbeck, a 85 km de Beirute, considerado no meio científico, um dos maiores monumentos arqueológicos romano do mundo. Data da época em que os romanos eram os donos de quase metade do mundo. É onde se encontram os templos de Júpiter, de Baco e da deusa Vênus, dos séculos II e III D.C.
Na página anterior, detalhe da abside da Basílica de São Paulo, de rito bizantino, Greco-Melquita Católico em Harissa, Líbano. No centro da cúpula vê-se o Pantocrator (em grego, Deus todo Poderoso, que tudo vê). Na parede da abside, a Platitera, Maria com Jesus. Depois, a Santa Ceia, os santos da Igreja e o altar. Nesta página, Mesquita do Profeta Mohammed al-Amine (templo islâmico dedicado ao Profeta Maomé, o Fiel), no centro de Beirute
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No topo, à esquerda, centro de Beirute ou Downtown, com seus charmosos cafés, restaurantes e lojas de grifes internacionais. À direita, restaurantes no centro de Beirute, que foi todo reconstruído após a guerra civil libanesa. Acima, reconstituição arqueológica de uma cidade romana no centro de Beirute.
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Foi ali, no templo de Baco, que o imperador brasileiro Pedro II, numa viagem de férias ao Oriente Médio (custeada pelo próprio bolso), deixou registrado a sua assinatura, como era, tradicionalmente, um costume da época. Quase 2 mil anos já se passaram e nem terremotos nem conflitos conseguem apagar a beleza desse tesouro da humanidade. Para se ter idéia da tecnologia que os romanos já adotavam, em alguns blocos, foi colocada uma camada de chumbo para que, em caso de terremoto de baixa intensidade, eles balancem, mas não caiam. Doze enormes colunas em granito rosa (lindas! Só elas já valem a viagem) foram trazidas de Assuan, no Egito. Imagine o trabalho que os romanos tiveram. Outra particularidade: os raios de sol iluminavam permanentemente, e em várias tonalidades diferentes, a estátua de ouro do deus Baco, deus do vinho. Esses raios entravam pelas aberturas do teto, fechadas com pastas de vidro. O segredo? O templo foi construído de frente para o nascente. E mais: em época de inverno, quando nevava, ninguém passava frio dentro do Grande Salão. Serpentinas de água quente corriam soltas pelo piso de pedra, auxiliadas por pequenos furos nos rodapés das paredes por onde saiam os vapores e aqueciam a sala. Tecnologia de última geração do império romano. Agora feche os olhos e imagine tudo isso iluminado e você assistindo ao vivo e a cores La Tosca de Poccini ou o cantor Sting, o brasileiro Gilberto Gil ou ainda uma apresentação do Balé Bolchoi... É o Festival Internacional de Baalbeck, que começou em 1955 e agora retoma o seu ritmo com o mesmo esplendor de outrora. Conforme vamos avançando pelas belas montanhas do Líbano aparecem o que quase não se vê mais na capital: mulheres de véus pretos e homens com um tipo de chapéu cônico que se assemelha ao dos faraós egípcios (chama lebbadé). São camponeses que tangem ovelhas e carneiros e vivem muito tradicionalmente à moda antiga, agarrados aos valores e às tradições, mantendo uma cultura própria. Do outro lado da “pequena montanha” cortada por estradas estreitas e sinuosas, descortina-se um dos locais do
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Ruínas do templo de Júpiter em Baalbeck, onde vêse as colunatas coríntias
Oriente Médio mais rico em termos arqueológicos. É Byblos, ou Jbeil, a 37 km de Beirute, norte do Mediterrâneo. É a porta de entrada para uma das cidades fenícias de arquitetura mais conservada e antiga do mundo, habitada ininterruptamente há 7 mil anos. Mais de vinte civilizações passaram por ali. Até mesmo os cruzados que, em torno de 1104, fincaram os pés nas areias branquinhas de Byblos, construindo a famosa Cidadela, em torno da qual se desenvolveu a cidade com suas casas e pequenas ruas, como as das antigas cidades medievais. Daí em diante, essas vielas serpenteiam em torno da Cidadela – uma fortaleza retangular (45 x 50m), destruída e reconstruída não se sabe quantas vezes por batalhas e terremotos, como, aliás, tudo naquele fantástico país – até chegar à entrada do antigo porto de Byblos, ou do que restou dele. E de onde os fenícios conquistaram o mundo. Foram eles, os fenícios, que transformaram a cidade em um importante centro religioso e comercial, vendendo madeira de cedro para a construção de navios e templos. Aliás, foram eles também, que nos prestaram um imenso favor, transformando os famosos e complicados hieróglifos egípcios no nosso atual alfabeto. Eles transmitiram aos gregos, que compraram a idéia, um sistema mais simples e eficiente de escrever, e da Grécia para o Ocidente foi um pulo. Descendo em direção ao Mediterrâneo, imagine o que encontrei no meio do caminho? Uma pequeníssima e singela capela dedicada a Nossa Senhora da Penha do Rio de Janeiro, com direito a exposição de um quadro da santa trazido por emigrantes libaneses quando retornaram do Brasil em 1930. Rodeando a capelinha, lindas casas tipicamente libanesas com paredes de pedras, janelas arcadas e telhados vermelhos emolduram a paisagem cercada de belas árvores, até chegarmos ao antigo porto onde os ousados fenícios, em épocas remotas, se lançavam de corpo, alma e, principalmente, espírito de aventura por mares nunca dantes navegados até se tornarem os grandes desbravadores da história marítima que nós conhecemos dos livros de história. Daí em diante, você vai ver uma variedade de pequenos e charmosos barzinhos, cafés, restaurantes e hotéis, até chegar ao “Fishing Club”, que virou lenda tempos atrás quando por ali passaram personalidades (tudo registrado em fotos) como Sophia Loren, Marlon Brando, Brigitte Bardot, mercadodoimóvel 43
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David Rochefeller, Michel Temer, José Sarney e agora, claro, a jornalista Marta Tajra. Sempre acompanhada do escritor e pesquisador Roberto Khatlab, um brasileiro que mora em Beirute. No local, existe um museu de peças antigas da época fenícia, romana, grega e até objetos maias trazidos do México. Tudo coleção particular do proprietário, Pepé Abed, um libanês de origem mexicana. Infelizmente, Pepé morreu em 2007, mas os filhos levam adiante o seu sonho, que inclui um restaurante com vista para o porto fenício. Há também o Festival de Byblos, na área da Cidadela, com grandes espetáculos ao ar livre. Enfim, a cidade é um charme. À noite então... é puro romantismo. Subindo outra montanha – a montanha santa – (o Líbano é assim mesmo, um tal de subir e descer montanhas sem fim), a 620m de altitude, chega-se à Harissa, um dos lugares de maior peregrinação cristã no Oriente Médio dedicado No topo à esquerda, colunata do templo de Baco em Baalbeck. No topo à direita, portal monumental do templo de Baco, onde vê-se a águia com o caduceu e dois gênios alados. Ao lado, cúpula do nicho dos deuses do templo de Júpiter.
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exclusivamente à Maria, cuja devoção é aceita também no Islamismo. É o Santuário de Nossa Senhora do Líbano, de 1904, cuja estátua foi fabricada em Lyon (França) em bronze fundido com 8.50metros. A particularidade é que a basílica da santa tem forma de árvore de cedro e de um navio fenício (deitado). Ao lado, está a Basílica do Apóstolo Paulo (de rito bizantino Greco-Melquita Católico), uma lindíssima arquitetura bizantina com cúpulas e meias cúpulas sobrepostas. Quando o sol se põe, a vista, tanto dessa basílica, como da baía de Junieh, ou de Beirute, e ainda de Byblos e do mar Mediterrâneo é deslumbrante. A montanha santa é assim chamada por ter o maior número de patriarcados, mosteiros e igrejas entre as diversas comunidades religiosas do Líbano. Em Harissa, cedros centenários, alguns de 300 anos, enfeitam a paisagem da pequena praça em frente à capela dedicada à Maria, onde turistas e peregrinos de todo o mundo,
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Arquitetura libanesa: Dolly Debs Texto: Marta Tajra
Ela começou seus estudos de arquitetura na Universidade Americana de Beirute (Líbano), mas no terceiro ano, por causa da guerra civil libanesa, viajou para os Estados Unidos, tirando o diploma pela Rice University de Houston - Texas. Depois Dolly Debs voltou ao Líbano, onde começou seu trabalho projetando apartamentos e centros comerciais. Logo a seguir, resolve morar em Paris, viajando ainda para Madri e, de novo, para os Estados Unidos( Los Angeles ) voltando finalmente para Beirute. “Em todos esses lugares, tive oportunidade de enriquecer meus conhecimentos de arquitetura”, diz Dolly. Seu trabalho se expandiu até a Arábia Saudita, Sudão, Bahrein, Kweit, Algeria, Oman e Dubai e a projetou como uma das maiores arquitetas libanesas da atualidade. No ano de 2001, teve a honra de ser premiada com o melhor projeto arquitetônico da cidade de Beirute. Conheça aqui um pouco do pensamento de Dolly Debs, numa entrevista exclusiva para a Revista Mercado do Imóvel, feita em seu belo apartamento na cidade de Beirute, capital do Líbano. A arquitetura libanesa se diferencia da arquitetura de outros países árabes? De que maneira? Não existe um só tipo de arquitetura árabe, mas vários tipos, entre as quais a arquitetura libanesa com seus traços específicos e que tem raízes na arquitetura italiana, em particular, na veneziana, influenciada pelos fortes laços que o Líbano sempre teve com o ocidente. Por isso não temos meios de comparar a arquitetura libanesa com a do restante dos países árabes. Agora, a nossa arquitetura contemporânea é uma mistura da arquitetura libanesa com as tendências do mundo inteiro, especialmente do ocidente. O que você acha da arquitetura de outros países árabes?
Existe ainda a influência dos povos antigos que habitavam primitivamente a região na atual paisagem desses países ou isso está se perdendo? Os árabes eram beduínos e, por isso, não tinham moradias fixas, logo não tinham um estilo próprio. Mas existem países como o Iêmen e o Oman que ainda conservam uma arquitetura própria de clima quente, feita especialmente com suportes de pedras e paredes de barro, tendo em vista a escassez de pedras na região desértica do golfo árabe. Por Beirute ser uma cidade de relevo diferenciado com muitas cadeias montanhosas, florestas, baías e praias, de certa forma, se diferencia da maioria das cidades árabes. Em termos arquitetônicos, isso contribui, hoje, para se criar um estilo próprio ou, ao contrário, dificulta o trabalho dos arquitetos locais? É evidente que em cada espaço (praia, montanha, baías), utilizamos diferentes métodos de diferentes proporções. A arquitetura fica bem variada e ela deve responder às exigências de cada área local. A meu ver, não existe dificuldade nenhuma, ao contrário, trabalhar em cima de formas variadas e complexas torna nosso trabalho ainda mais bonito. Beirute, historicamente falando, já foi destruída e reconstruída 7 vezes por causa das guerras. A cada plano de reconstrução concebido para a cidade, ela procura guardar suas características orientais ou vai, cada vez mais, se ocidentalizando e absorvendo a infra-estrutura moderna dos arranhacéus futurísticos das grandes metrópoles ocidentais e dos novos centros e distritos financeiros, com fachadas totalmente globalizadas? Quando a cidade foi destruída na última guerra civil (197590), o centro de Beirute foi muito atingido, e para a reconstrução fizeram um plano diretor tentando preservar, o máximo possível, o aspecto tradicional e próprio de Beirute antes da guerra, mas acabaram integrando um pouco da arquitetura ocidental. Acho que cada vez mais, o estilo contemporâneo ganha espaço por aqui, isso é normal. Você conhece alguma coisa da arquitetura brasileira? O que acha dela? Quem não conhece o famoso Oscar Niemayer, que influenciou a arquitetura moderna? Bom, fora isso, eu não conheço muito da arquitetura brasileira, mas, em geral, posso falar que a arquitetura moderna está muito desenvolvida, hoje, graças aos computadores e os novos materiais de construção. A arquitetura mudou muito.
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Basílica do apóstolo Paulo de rito bizantino greco-melquita católico. Magnífica arquitetura bizantina formada de cúpulas e meias cúpulas sobrepostas. O seu interior é ornamentado de belíssimos mosaicos no puro estilo bizantino. Sobre fundo dourado, episódios bíblicos.
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turismo especial Líbano de todas as raças e religiões, se misturam com um só objetivo: dar graças e conhecer a verdadeira dimensão da fé humana. O Líbano, como disse antes, tem uma superfície menor que o nosso estado de Sergipe. Isto significa que você poderia percorrer em um só dia todo o seu litoral de norte a sul... se não fosse a grande quantidade de cidades e sítios arqueológicos para se conhecer, além do engarrafamento dos grandes centros, a comida que você não pode deixar de ir parando para experimentar, ( é uma das melhores dos países árabes) e o seu povo, que é hospitaleiro, alegre e falante por natureza. Com quase 4 milhões de habitantes (contando com os estrangeiros), este número é menor que a população que emigrou para o Brasil e de seus descendentes que hoje é de 6 milhões.O país está dividido administrativamente em províncias, cada qual com a sua capital. E EM ZAHLE, ENCONTRO AS MINHAS RAÍZES Falar de Zahle (pronuncia-se Zarle) significa falar um pouco de minhas raízes. Foi dessa cidade que a minha avó, muito mocinha ainda, saiu com toda a sua família para o Brasil. E nunca mais voltou. Mas se ela saiu de Zahle por causa dos conflitos e das guerras, Zahle nunca saiu da minha avó. A começar pela maneira refinada e elegante de ser e se vestir. As mulheres de Zahle eram conhecidas e as mais procuradas pelos homens do Líbano e países próximos quando queriam casar. Além de bonitas e preparadas, eram ainda, como até hoje, muito cultas. A cidade é conhecida como “A Noiva do Líbano”, por causa dessa característica. Foram de Zahle que saíram também grandes poetas e escritores libaneses, como Said Akl e Antun Najar. Este último foi sócio de Salim Balech, que fundou o primeiro jornal árabe no Brasil, Ak-Fayha - Mundo Largo em 1895, o segundo das Américas. Outro poeta é Fauzi Maluf, um dos pilares do Renascimento da literatura árabe Nahda.
Além da poesia, Zahle é conhecida como a Cidade dos Vinhos. Construída entre duas colinas, a cidade é como um pequeno bibelô por onde passa o famoso rio Bardawni. Hoje, o lugar por onde passa este rio, é cheio de restaurantes cobertos por belas parreiras e rodeado de árvores. A rua principal que desemboca neste rio chama-se rua Brasil, uma homenagem a este país que acolheu e amou incondicionalmente os imigrantes libaneses, do qual faço parte como estatística. Fundada no século XVIII, a cidade é repleta de vestígios históricos e pré-históricos como, de resto, todo o Líbano. A arquitetura libanesa do século XVII, com suas arcadas e belos jardins, contam a história desta Zahle que eu costumava ouvir da minha avó quando ainda era apenas uma criança. Saindo de Zahle, outro lugar belíssimo de se conhecer é Deir-al Kamar (em árabe, Convento da Lua). Esta cidade, a 35 km de Beirute, foi durante 3 séculos, a capital do Líbano,
constituindo o centro político, cultural, comercial e industrial do país. É toda construída nos penhascos de uma montanha (850 metros) com casas brancas de telhados vermelhos, belos palácios dos séculos XVII e XVIII e, no centro da praça principal, um lindo chafariz, que em séculos passados, jorrava água fresca sem parar para a população. Bem perto, a 800 metros de altitude, outra cidade parece
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turismo especial Líbano ter sido tirada diretamente dos livros de contos orientais. É Beit Eddine, onde fica o verdadeiro palácio das Mil e Uma Noites, situado a 45 km de Beirute e quase escondido entre árvores frutíferas, oliveiras e parreiras. Levou 30 anos para ser construído e contou com a colaboração dos melhores arquitetos sírios de Damasco e Alepo, assim como de arquitetos italianos. O dono desse magnífico projeto foi o Emir Backir II (emir é o título dado aos chefes em algumas regiões muçulmanas) e para que não se tenha dúvida dessa miragem em plena região montanhosa, o palácio foi construído sobre um rochedo (que domina todo o vale) no intuito de realçar toda a sua imponência, que não é pouca coisa. Paredes e tetos luxuosamente decorados, com pisos de mosaico policrômico, graciosas arcadas e fonte por todos os lados – um verdadeiro vislumbre da arquitetura oriental remetem a uma época (1788-1840) em que o emir recebia e hospedava os viajantes no palácio por três dias, sem nem mesmo perguntar a sua identidade (faz parte das regras da hospitalidade árabe) e passeava com suas esposas por belíssimos jardins. Mais três suntuosos palácios completavam a trilogia dos encantos das mil e uma noites destes príncipes árabes. Foram feitos para os filhos do Emir, os príncipes Kassim, Khalil e Amine. Este último, do príncipe Amine, foi transformado atualmente em luxuoso hotel. Ao redor, bons restaurantes e cafés nos trazem de volta ao século XXI. Historicamente, em 1840, o palácio passa a ser sede do governo turco com a dominação do império otomano, e em 1943, com a independência do país, passa a ser a residência presidencial. Hoje, uma parte do palácio foi transformada em museu e a outra continua a servir como residência do presidente libanês durante o verão, onde acontece, na mesma época, o grande Festival Internacional ao ar livre com a participação de grupos folclóricos, música e teatro. Em 1993, uma exposição de artes exibiu pela primeira vez, as fotos do brasileiro Sebastião Salgado. Finalmente, descendo as montanhas, chega-se à Sidon ou Sidônia, a terceira cidade-estado dos fenícios, que em língua semita quer dizer “lugar de pesca”, foi fundada, segundo a Bíblia, pelo neto de Noé (o da arca). Esta cidade, situada há 45 km de Beirute, é citada várias vezes na Bíblia, pois era a preferida de Jesus quando queria descansar e fugir da perseguição dos espíritos de porco que sempre existiram por ali. (leia saduceus e fariseus). Uma capela encravada numa gruta a poucos metros do mar sinaliza, hoje, o lugar onde Maria ficava esperando o filho, quando este descia para pregar para os pescadores do lugar com os apóstolos. Missas são rezadas diariamente nesta capelinha de pedra que tem a imagem acolhedora da virgem logo na entrada da gruta. Mães de todas as nacionalidades entram ali para pedirem por seus filhos. No Líbano, existem civilizações e civilizações sob nossos pés. A cada escavação, um tesouro perdido. Foi o que aconteceu em Sidon com uma tradicional família – os Audi (donos do Banco Audi), que ao reformarem a sua residência, descobriram no subsolo uma fábrica de sabão do século XVII, praticamente intacta, e resolveram transformar em museu temático. mercadodoimóvel 48
Beirute
"A cidade que se recusa a desaparecer" Líbano, um território de 10.452 quilômetros quadrados - menor que o estado de Sergipe, (o menor estado brasileiro). Um minúsculo território do Oriente Médio conhecido como o país dos cedros milenares, localizado na junção de três continentes: Europa, Ásia e África. Seu nome, Líbano vem de suas montanhas de cumes brancos de neve, no inverno, e das pontas calcárias que brilham ao sol, no verão, que na língua semita, diz-se: "Lubnan" (branco). Uma micro região com uma macro diversidade de fatores históricos e particularmente humanos. Beirute, capital do Líbano, cidade que hoje é o resultado de mais de cinco mil anos de presença humana contínua, e particularmente variada por causa das inúmeras e grandes civilizações e culturas que passaram por esta terra. Cidade com mais de meio milhão de habitantes com a grande Beirute ultrapassa um milhão e meio. Após dezesseis anos de guerra civil (1975-1990) que destruiu grande parte da capital e do país, o centro de Beirute encontra-se, no momento, praticamente reconstruído. É uma cidade moderna com seus arranhacéus futurísticos e hotéis de classe internacional, guardando, no entanto, sua característica oriental. O novo e antigo centro de Beirute, desde 1995, voltou-se ao futuro e ganhou infra-estrutura moderna sob o comando da Solidere - Sociedade Libanesa para o Desenvolvimento e Reconstrução do Centro de Beirute. A capital é um verdadeiro canteiro de obras, o maior e mais importante do mundo, são 4,5 milhões de metros quadrados de construção, 184 hectares de terreno, 64 hectares adicionais ganho sobre o mar, com aterro feito com os resíduos de lixo acumulado durante o período da guerra civil. Neste trabalho de demolição e reconstrução do centro de Beirute foram descobertos vários sítios arqueológicos, que são verdadeiros tesouros históricos e poderão ser visitados, hoje, num percurso pedestre de uma hora, com vestígios correspondentes a cinco mil anos de história. Com o trabalho sincronizado da Solidere, renasceu no centro da capital um espaço animado, onde se tem as zonas residenciais, setores de negócios, hotéis, lojas, restaurantes... e no espaço do aterro sobre o mar foi construído um dique faraônico, de 1.350 metros de comprimento, com 81 blocos de concreto armado anti sísmico, com altura de um edifício de cinco andares, isto para quebrar a força das ondas do mar, com tecnologia de despressurização hidráulica. Assim, o centro de Beirute conta com uma superfície de um 1.808.000 metros quadrados, ou seja, 10% da superfície total da cidade de Beirute. À beira-mar, tem-se uma infra-estrutura urbanística ultra-moderna, que engloba duas marinas, um parque público com espaço verde,
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entre outros arranha-céus. Frente ao mar está a Marina Towers, edifício em finalização, de 150 metros e com arquitetura de terceiro milênio, estrutura futurística de pedra e vidro, uma silhueta lembrando a forma de uma vela de navio, fazendo uma homenagem implícita aos fenícios, mestres dos mares. Nesta região encontra-se o Hotel Fenício, totalmente restaurado, símbolo dos hotéis de Beirute que passaram pela guerra e continuam em atividade. Ao lado destes, investidores particulares kuetianos, sauditas e libaneses investem forte na hotelaria, como os hotéis Monroe, Platinum Tower, Beirute Tower e outros que oferecem vista panorâmica para o mar Mediterrâneo, para o centro da capital e as montanhas. Não longe está em construção o hotel Four Seasons, 200 chaves e uma torre residencial de luxo, investimento de 240 milhões de dólares feito pelo príncipe saudita Walid ben Talal ben Abdel Aziz. No chamado downtown, centro da cidade, a Place de l'Étoile (Praça da Estrela) é o centro onde está a torre do relógio e o edifício da Assembléia Nacional (Parlamento), que foi construído sob o presumido fórum ocidental da cidade romana. Toda esta área foi restaurada e reconstruída no final da guerra civil pela Sociedade Solidere, que reconstrói e administra o centro de Beirute. O local voltou a sua animação em tempo recorde, deixando a memória da antiga Beirute e ao mesmo tempo um ar de modernidade. Nas ruas para pedestres estão os vários restaurantes, cafés, lojas, escritórios, bancos, que dão o charme deste centro que renasceu como num passe de mágica e hoje tem noites movimentadas e alegres. Para se ter idéia da valorização do centro de Beirute depois da guerra, salas comerciais são alugadas com o metro quadrado valendo mais de dois mil dólares. Neste centro, encontra-se também em obras o grande mercado tradicional de Beirute – Suk – situado no mesmo local onde estavam os Suks Tawilé, Ayass, alFranj, Arwane, al-Jamil, demolidos pela violência da guerra. O novo Suk de Beirute tem uma superfície de 100.000 metros quadrados de construção e prevê uma galeria comercial de 30.000 metros quadrados, com aproximadamente 200 lojas. E mais, um Grande Bazar de 15.000 metros quadrados, um hipermercado de 7.000 metros quadrados, área para lojas de jóias de 10.000 metros quadrados, um edifício de escritórios, complexo de lazer de 18.000 metros quadrados com nove salas de cinemas e uma cúpula imax tridimensional (um tipo de sistema de imagem tridimensional mais sofisticada), vários restaurantes e cafés, espaços verdes, ruas para pedestres, uma cidade de ciências para crianças, complexo para os jogos eletrônicos em realidade virtual,
galerias de arte, um museu arqueológico (cujos vestígios, com um muro medieval do bairro fenício-persa e a mesquita Zawiyat Ibn Iraq, já fazem parte do local). Tudo isto será integrado à paisagem, que fará do Suk de Beirute o pulmão comercial do centro da capital. A Sociedade Solidere edifica este Suk para ser um local comercial e também um centro turístico único no gênero. Este projeto está avaliado em 120 milhões de dólares. Edifícios futuristas estão em construção, com apartamentos de grande luxo e vista para o mar Mediterrâneo e para as montanhas, com superfície de 500, 700 e 1200 metros quadrados, no valor mínimo de 2 milhões de dólares. Oitenta por cento destas torres já estão vendidas, particularmente para emigrantes libaneses que procuram ter um pé no Líbano, país de sua origem. São compradores europeus e árabes. Estes últimos, depois do 11 de setembro de 2001, consideram Beirute um novo destino financeiro, visto que é uma cidade cosmopolita, com clima agradável e com grande qualidade de vida, serviços, cultura, lazeres diversificados. Uma cidade única na região do Oriente. Vista do mar, a cidade de Beirute apresenta belo aspecto. Atrás dela, elevam-se os altos cumes do Líbano, de cores variadas no verão e prateados de neve no inverno. Na primavera, Beirute renasce de suas próprias cinzas como a Fênix. Beirute conquistou o direito ao título de "A Cidade que se recusa a desaparecer".
Roberto Khatlab Historiador e pesquisador da Lebanese Emigration Research Center - Notre Dame University LERC/NDU, Libano. Paranaense, de descendência árabe, mora em Beirute. É autor, dentre outros livros, do ‘'Líbano - Guia Turístico e Cultural’’, único guia completo do Líbano em língua portuguêsa. Encontrado no Maxifour Lebanon Market Center São Paulo - SP www.maxifour.com.br 011 - 5052 8475
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Como se mora no Líbano À esquerda, Dar al-Harim (apartamentos privados das mulheres). Abaixo, a grande porta que dá acesso aos apartamentos privados, toda ornamentada e trabalhada em mosaico de pedras policromas. Os degraus são em forma de uma mão aberta, significando que o anfitrião recebia o hóspede nas mãos.
O Museu conta a história do sabão naquela região - que ia de Alepo, na Síria, à Naplouse, Palestina. Este é um assunto à parte, até pela importância que o banho possui, ainda hoje, no mundo islâmico, como fator de purificação para os rituais religiosos. Sidon ou Saida, conhecida hoje como a cidade dos jardins, é a capital do Líbano-Sul e sede de vários Arcebispados e Igrejas de origem Greco-Melquita Católico, Ortodoxa e Greco-Ortodoxo, além de uma igreja latina – que hoje está sob a guarda da igreja maronita - com uma hospedaria que servia aos peregrinos de passagem para Jerusalém. Conta também com um importante pólo comercial e turístico, largas avenidas e belas praias. Além de um patrimônio importante: um povo alegre e hospitaleiro. Enfim, conhecer o Líbano é mergulhar na história da nossa civilização, com todos os mistérios e tesouros guardados em seu subsolo, seu relevo fascinante e colorido. Lembrando aqui que a guerra alardeada pelos meios de comunicação ocidentais resume-se a uma estreita faixa localizada no sul do país – a Faixa de Gaza – onde o acesso é permitido apenas à população do local e a jornalistas credenciados. No resto do país, reina a paz do paraíso terrestre, citada várias vezes na Bíblia, e comprovada por turistas do mundo inteiro. Vale à pena conhecer este país. Eu recomendo.
Viajar é liberdade. Percorrer o mundo, conhecer novas culturas e descobrir novos horizontes fazem parte da experiência que fica em nossa memória. O benefício de viajar é fazer com que a gente passe a ter novas referências, quebrar conceitos e preconceitos, interagir com outras culturas e diversificar a mente e a percepção. Tanto faz se for longe ou bem próximo, o que importa é sair de espírito e de mente abertos para novas experiências. Como arquiteta, passei a compreender olhando e observando tudo de forma minuciosa. Por onde ando aprendo muito em lugares diferentes, vendo como se faz um prédio, uma praça, uma casa ou ainda visitando um museu, que ensina a história e a cultura. É possível ver exemplos de edifícios clássicos, renascentistas, modernos, pós- modernos, high-tech. Enfim, está-se sempre aprendendo com novas experiências e procurando aplicá-las no dia a dia e no trabalho. Viajei diversas vezes para lugares diferentes, mas duas viagens foram especiais, deixando parentes e amigos apreensivos com a aventura. A primeira foi para a Tailândia e a Indonésia, em 2004, dias após o terrível tsunami que devastou o sul da Ásia. Confesso que fui temerosa, mas quando cheguei lá esqueci meus medos e me encantei, com Bangkok e Bali. A segunda viagem, mais recente (2008), foi ao Líbano, país conhecido por suas guerras e constantes conflitos. Esta viagem foi especial para mim por ter sido recebida por uma família local, onde tive a oportunidade de vivenciar melhor a cultura do povo libanês. De pronto, percebi que se tratava de um povo amável, receptivo e mais liberal do que imaginava para o mundo árabe. Talvez pela situação geográfica, entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia, tenha recebido muita influência do Ocidente. Não é a toa que Beirute, nos seus áureos tempos, era conhecida como a Paris do Oriente. As construções que formam uma cidade são reflexos da organização e da evolução de uma sociedade, sendo Beirute o retrato da sociedade libanesa. Assim que cheguei, encontrei diversos edifícios mostrando as feridas da guerra ainda abertas, com as paredes marcadas por balas e bombas. Havia, porém, os palácios imensos, os grandiosos hotéis restaurados, os edifícios modernos e as casas típicas reconstruídas. A cidade dilacerada, aos poucos, está cedendo espaço para grandes empreendimentos imobiliários que cobram preços estratosféricos por metro quadrado. Beirute era um laboratório para os arquitetos que projetaram inúmeros edifícios arrojados com o uso de materiais de tecnologia avançada como aço e grandes cortinas de vidro Existe uma grande diversidade de materiais de construção no Líbano, ao contrário dos seus países vizinhos onde o uso do barro é predominante. Lá se encontram pedra e madeira em abundância, que é usada principalmente em suas obras tradicionais. A diversidade de materiais e a mistura de influência do Ocidente e do Oriente fazem diferenciada a arquitetura libanesa. Na verdade, trata-se da mistura da arquitetura do Mediterrâneo e dos países árabes. Durante a viagem ao Oriente Médio tive a oportunidade de conhecer três residências em Beirute, capital do Líbano, que fica entre o mar e a montanha, onde procurei entender como as pessoas moram e vivem. A primeira, uma casa belíssima e tipicamente libanesa, onde com sua fachada revestida em pedra típica da região, uso de arcos e varanda com gradil em ferro desenhado e executado minuciosamente. Construída no século passado foi adquirida e reformada pelos atuais proprietários. Ao chegar a casa deparei com uma agradável varanda escalonada em níveis, lembrando as construções do
turismo especial Líbano Mediterrâneo. O paisagismo usou a pedra como seu principal elemento e criou alguns ambientes de estar para apreciar o jardim. No interior da residência, quando entrei, tive a sensação que a casa tinha alma e personalidade. Lá encontrei uma mistura de estilos, tendências e épocas que conviviam em perfeita harmonia. As peças e objetos de arte adquiridos ao longo da vida e viagens dos proprietários, contavam um pouco da história de suas vidas e de seus familiares. Cada espaço da casa era uma agradável surpresa. Alguns ambientes eram totalmente revestidos com pedra rústica, como na sala de jantar onde grandes lustres de cristal e objetos de arte faziam um contraponto harmonioso. Da mesma forma, um majestoso espelho veneziano coexistia com um lustre tradicional do mundo árabe. A circulação, em azul, com piso de mármore coberto com tapete persa, tinha as paredes cobertas com obras de arte. Em outro canto da sala encontrei uma espreguiçadeira com biombo na sua lateral, ricamente trabalhado em motivos árabes. Objetos típicos da região, como cobre, foram usados em tampo de mesas e diversos objetos para compor outro ambiente. Todos os espaços eram interessantes, mas o que mais me chamou atenção foi o quarto azul. Ah! O quarto era simplesmente maravilhoso! O azul predominante do ambiente misturava-se com o caramelo e o dourado da cortina e do roda teto, com peças azuis nas prateleiras fazendo deste espaço um local muito interessante. O grande lustre de cristal trazia a nobreza do quarto, digno das princesas do oriente. No Líbano as estações são bem definidas e no verão a temperatura apresenta-se muito alta, bem parecidas com a do Piauí. Para fugir do calor, as famílias mais abastadas têm residências de verão nas montanhas, cujo clima é mais ameno. O apartamento que visitei tratava-se de um exemplo disto. Situava-se em um edifício construído por um patriarca, onde cada filho morava em um pavimento com suas respectivas famílias. Com quatro suítes, estar com três ambientes, jantar, varanda e área de serviço em nada se diferenciava dos apartamentos deste porte que se tem aqui. Localizado no alto de uma colina, tinha vista privilegiada para o centro da cidade e para o mar Mediterrâneo. O hall de entrada, assim como em todo apartamento, tinha piso em mármore bege que
dava amplidão ao espaço e realçava os diversos tapetes persas. O mobiliário da sala era simples e limpo, com sofás em tons escuros. Destacavam-se os nichos na parede e o painel esculpido em pedra na sala. Objetos de diversas partes do mundo compunham a decoração do espaço. A grande varanda, situada em toda extensão da sala, ambientada com móveis de fibra, era um ambiente agradável para ficar e apreciar a vista. A terceira residência visitada foi uma mansão, localizada na região mais alta da cidade, sendo exemplo de arquitetura moderna internacional, com elementos sutis que lembravam a realidade local. A fachada toda revestida em mármore apicoado dava nobreza à edificação. Uma grande porta em madeira escura marcava a entrada. O projeto de iluminação muito trabalhado realçava a beleza da arquitetura, do interior e do paisagismo. A ambientação de toda residência era um exemplo onde o menos é mais. A paleta de cores usada ia do bege do piso de mármore, branco e cinza tendo como contraponto a madeira escura para criar o aconchego dos espaços. A sala de estar ampla, com diversos ambientes e mobiliários em tons terrosos, era destacada pela iluminação difusa e pontuada em locais estratégicos. O espaço destinado ao lazer abrigava mesa de jogos, bar, estar, home theater e uma lareira ao centro, seguindo a mesma linha de espaços claros com pisos emoldurados por tapetes persas. O bar foi revestido em madeira com prateleiras iluminadas. A sala era iluminada através de sancas e pontuada nos locais de maior interesse, como o bar e a mesa de jogos. A cozinha, com linguagem futurista, abusava do aço inox, revestimentos cinza e piso de madeira. Os móveis, com design limpo, eram brancos com poucos detalhes. A copa, ao lado da cozinha, seguia o mesmo estilo, realçada apenas por uma grande mesa de madeira. Na viagem ao Líbano, rompi meus medos de ir a um país complicado por guerras. Por outro lado, quebrei conceitos e preconceitos quando percebi que era um povo liberal. Interagi um pouco com as famílias locais e passei a ter novas referências pessoais. Por fim, diversifiquei a mente e compreendi que a forma de viver assemelhava-se com o nossa, apesar das diferenças culturais. Constatei que o mundo é muito pequeno e globalizado, muito mais do que se possa imaginar.
Lavínia Coelho Brandão Costa Professora de Arquitetura no Instituto Camilo Filho Arquiteta da Prefeitura Municipal de Teresina Especialista em Design Estratégico laviniabrandao@yahoo.com.br
Minha casa, minha vida Piauí
O
s construtores do Piauí estão comemorando a parceria com o Governo Federal no programa Minha Casa, Minha Vida, que é gerido pela Caixa Econômica Federal em nível nacional.Aparceria, em três instâncias vai construir 1 milhão de novas casas e apartamentos para a população em todo o país, gerando também empregos. O prazo para a conclusão das obras é o mês de junho de 2011.
No Piauí, segundo o presidente do Sinduscon, Andrade Júnior, a meta é construir 8 mil unidades para o público que ganha de 0 a 3 salários mínimos por mês. O construtor lembra que esta é a primeira vez que o setor da construção civil participa dos programas de moradia desse tipo. “A decisão foi um acerto do Governo, porque passou para a construção civil a meta de debelar o déficit habitacional. Antes, esse tipo de programa era feito em mutirões e percebeu-se que era ineficaz. O setor da construção civil é o competente, de fato, para fazer o trabalho, pois para se fazer um empreendimento é preciso seguir regras, como fazer o loteamento da área, o que antes não acontecia”, comenta. Andrade Júnior avalia que o programa trouxe muitos benéficos para a população, pois facilita o acesso ao imóvel, além de trazer uma taxa de financiamentos de 5% para aqueles contratos com renda de até 5,5 salários e 6% para as de rendas acima destas. “Isso reflete em redução significativa na parcela. Antes a taxa do financiamento era na casa de 8,16%”, esclarece Andrade Júnior. Ele acrescentou que até o momento, 23 empresas estão aptas a trabalhar com a Caixa em todo o Piauí no Programa Minha Casa, Minha Vida. Andrade Júnior informou ainda que já foram assinados 1.500 contratos para a execução das unidades habitacionais. “No momento existem em execução obras, sobretudo nas zonas sudeste e leste, como nos bairros Pedra Mole e no Vale do Gavião, mas o ritmo de construção aumentará em novembro”, garantiu. mercadodoimóvel 56
A meta de construção no Piauí dentro do programa é de 21.800 unidades habitacionais, sendo 40% para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos. No estado já foram contratados três empreendimentos para atingir a faixa entre 0 a 3 salários, além de 2 empreendimentos com 46 unidades. O gerente regional de construção civil da Caixa, Emanuel do Bonfim Veloso Filho, afirma que o programa significa muito mais famílias realizando o sonho da casa própria, e também mais renda para os trabalhadores e desenvolvimento para todo o Brasil. “O programa é destinado às famílias com renda familiar mensal de até 10 salários mínimos e que ainda não possuem casa própria. Entre as facilidades estão o aumento do subsídio, redução dos custos de seguro e acesso ao fundo garantidor da habitação, que refinancia parte das prestações, caso o trabalhador fique desempregado”, disse Emanuel Filho. Ele esclareceu que a meta a ser atingida é de 1 milhão de unidades para todo o Brasil, 40% são para as famílias com renda entre 0 a 3 salários mínimos e, já 60% dos imóveis são destinado para as famílias que ganham entre 3 a 10 salários mínimos por mês. No primeiro caso, as famílias devem procurar as prefeituras e a ADH aqui no Piauí, e no segundo perfil, as famílias interessadas devem procurar um correspondente Bancário Imobiliário ou uma agência da Caixa.
Mais um shopping para Teresina
E
m 10 anos a zona norte de Teresina será a melhor da cidade”. Esta é a convicção de Paulo Ferreira, médico e investidor entusiasmado com o crescimento da região, onde ele implantou um hospital privado, o Hospital das Clínicas de Teresina (HCT) e ali começa a erguer o projeto do terceiro shopping da cidade. Trata-se do Norte Shopping, o primeiro empreendimento do tipo sanduíche a ser pensado para Teresina. “É um complexo formado por um estacionamento vertical com vaga para 800 veículos, um heliponto, o hospital - que terá outros serviços agregados aos já existentes - e as lojas”, conta Paulo Ferreira. A área do empreendimento é de 30 mil metros quadrados, está localizada na Avenida Território Fernando de Noronha, no bairro Aeroporto, e é divida ao meio pela via pública, sendo que será interligada por uma passarela. Paulo Ferreira explica que de um lado ficam o estacionamento e o centro de serviços de saúde, que inclui o Poti Medical Center, com 120 consultórios, e do outro o centro comercial, que já tem certo o supermercado Carvalho com área de 4.500 metros quadrados, como uma das lojas âncoras, e unidade da academia Eugênio Fortes, com 700 metros quadrados. No total serão quatro lojas âncoras. As obras para a concretização do projeto iniciaram no mês de agosto e têm previsão de ficarem prontas em dois anos. O empreendedor diz que o complexo Norte Shopping tem investimento total de R$ 100 milhões, com participação do grupo do Poti Medical Center, da Phillips, entre outros investidores. O médico e empresário adiantou que dentro do complexo haverá também espaço para um centro de ensino superior na área de saúde, que levará o nome do Ministro Reis Veloso e um centro cultural, que prestará homenagem no nome a Noé Mendes. “A idéia do modelo desse shopping trouxe de viagens internacionais que fiz, juntei um pouco do que vi em cada lugar, como em Buenos Aires, França, Holanda, Inglaterra, mercadodoimóvel 32
Portugal e EUA. Todos esses lugares me inspiraram”, conta. Ao contar sua trajetória até o projeto do Norte Shopping, Paulo Ferreira disse que a implantação do HCT na zona norte de Teresina veio da identificação da carência de serviços de saúde naquela região. “Avaliei que a zona norte era carente de serviços e o HCT contribuiria para descongestionar o centro médico tradicional da cidade e atender a demanda da população da área”. “O HCT está a cinco minutos do centro da cidade, bem próximo ao aeroporto, é circundado por avenidas e de fácil acesso para a zona leste, e agora com a inauguração de mais uma ponte (a Ponte do Sesquicentenário) as condições de acesso vão melhorar ainda mais”, argumentou. Ele acrescentou que quando teve a idéia de implantar o HCT, ninguém acreditava no seu projeto, mas visionário, seguiu em frente. Recentemente, quando da inauguração do heliponto do hospital, no início deste ano, teve o apoio do prefeito Sílvio Mendes, que lhe confessou não acreditar na sua idéia de investir na zona norte. “Naquela época ele era presidente da FMS (Fundação Municipal de Saúde), mas quando esteve aqui para a inauguração do heliponto do HCT disse que não enxergou o projeto como eu vi, e hoje reconhecia que estava errado”, contou. “Investi aqui e não me arrependi. Tenho certeza de que em 10 anos a zona norte será a zona nobre de Teresina, pois há projetos grandes de infra-estrutura para a região, como o “Lagoas do Norte”. Aqui estamos próximo do Parque da Cidade, da ponte do Sesquicentenário, da futura ponte do Mocambinho. O Carrefour tem projeto de implantar um supermercado na região. Tudo isso mostra o potencial da zona Norte”, comemora Paulo Ferreira.
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Jornalista colaboradora
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3 Editorial
Capa: foto de Rodrigo Ferraz
8 Moinhos de ventos gigantes movem agora os ventos do Piauí
10 Torre projetada por Niemeyer em túnel de vento
12 Plano diretor prevê a construção de oito novas pontes em Teresina
14 Dossiê Teresina 26 Ensaio Fotográfico 30 Perfil de empreendedor: Ciro Nogueira
32 Lançamentos: North Shopping 36 Opinião: Leôncio Ferraz 40 Turismo: especial líbano 52 Opinião: Eduardo Borsoi 54 Entrevistada: Susane Vasconcelos 56 Mercado: minha casa/ minha vida 58 Posse: Andrade Junior 60 Mercado legislação: lei garante parcelamento do imposto ITBI
62 Mercado: feiras nacionais 63 Mercado: feiras internacionais 64 Mercado local: aeroporto SRN/ sede nova boa vista
66 Mercado na rede: nova lei do inquilinato mercadodoimóvel 2
Pontos de vendas da revista - Livraria Universitária (Shopping Riverside e Teresina Shopping) - Livraria Margarida - Padaria Ideal (Ilhotas) - Banca do Joel (Centro) - Banca do Aeroporto - Banca Joelma (Teresina Shopping) - Banca Atualidades (Carvalho do Riverside Shopping)
um toque a mais
sustentabilidade
N
Moinhos de ventos gigantes movem agora os ventos do Piauí
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o começo deste ano (2009) foi inaugurada a Usina Eólica Pedra do Sal, em Parnaíba, a primeira usina geradora de energia renovável do Piauí, que produzirá 18MW por meio de 20 aerogeradores e estará interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) pela subestação da Cepisa, em Parnaíba (PI). A usina, que teve um investimento total no valor de R$ 102,8 milhões, produzirá energia suficiente para atender cerca da metade do consumo do município de Parnaíba, quando estiver operando com plena capacidade. Cada torre de cata-vento mede 55 metros de altura, que com as pás, alcançam 77 metros e pesam mais de 63 toneladas. A usina transforma a energia dos ventos em energia elétrica através de moinhos de vento gigantes. Como a cidade fica na ponta de linha da rede de distribuição da Cepisa, sofre constantemente com oscilações, mas isso deve acabar com o suprimento extra de energia que está recebendo da usina. Uma rede de transmissão com 26 quilômetros integra a usina eólica à subestação da Cepisa, em Parnaíba. O engenheiro Sérgio Zanttoni garante que o Piauí oferece as melhores condições do mundo para a geração de energia eólica, com ventos fortes e constantes, “garantindo a geração de energia o ano todo”. O parque eólico, que ocupa uma área de 540 hectares, recebe apoio do Governo Federal através do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas – Proinfa, que garante a compra de toda a energia produzida no local por um período de 20 anos. O plano de investimento da empresa em fontes alternativas de energia contempla ainda a Pequena Central Hidrelétrica Areia Branca (MG-19,8 MW) – com previsão de operar em maio de 2009 – e o parque eólico Beberibe (CE-25,6 MW), já em operação. Os projetos integram o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Os três ativos, que pertenciam a Econergy International, foram adquiridos em outubro deste ano pela controladora da Tractebel Energia, GDF SUEZ. “Estes empreendimentos estão de acordo com a filosofia da empresa, de ampliar os investimentos em fontes alternativas de energia”, diz o presidente da companhia, Manoel Zaroni Torres. Segundo ele, a participação da companhia em energia eólica pode aumentar no ano que vem, o que dependerá das condições do edital do leilão previsto com esta finalidade pelo Ministério de Minas e Energia.