O MELHOR PARA QUEM VIVE A CIDADE
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Educação
ANO 6 No 1.751 R$ 1,50 Com lanterna. As irmãs Lailane (E) e Laiane, junto com a amiga Emanuelle resolveram problemas no escuro
Uma maratona de estudo e diversão Alunos do Colégio Osvaldo Aranha fizeram sessão de estudos que durou 12 horas.
Página 8
Preocupação com o peso em excesso
rogerio da silva/nd
rogerio da silva/nd
Saúde
Semifinalistas da Taça RIC. Pág. 3 Partidas serão disputadas no próximo sábado.
Vasco continua líder na Série A.
Série que inicia hoje mostra causas e tratamentos para a obesidade mórbida. Páginas 16 e 17
Promoção. Melanie e Chay estão em Joinville
Para divulgar o show. pág. 11 Dupla integrante da banda Rebeldes participa hoje do “Ver Mais”.
Posse hoje na Acij . pág. 21 Nova diretoria assume para mandato de 12 meses.
Agredido e assaltado. pág. 8 Homem foi abordado quando estava no carro.
Decepção. Técnico Leandro Campos lamentou nervosismo dos jogadores
Duas realidades opostas no mesmo jogo do JEC Equipe saiu na frente primeiro tempo, mas cedeu empate no segundo. Páginas 4e 6
fabrizio Motta/nd
Segunda-feira
JOINVILLE 18 de junho de 2012
notícias do dia
Joinville – segunda-feira, 18 de JunHo de 2012 EDITOR: ROsana RITTa
rosanaritta@noticiasdodia.com.br
@rosana_ritta
500milhões de obesos
Adeus à depressão
Rosana RosaR rosana@noticiasdodia.com.br
F
A partir de hoje, o ND apresenta uma série de reportagens sobre as causas, as consequências e o tratamento da obesidade mórbida. Nesta primeira matéria, mostram-se as estatísticas mundiais da doença e o tratamento da Diabetes mellitus tipo 2 por meio da cirurgia bariátrica. Na segunda, será apresentado o trabalho do Programa Obesimor, que trata os obesos mórbidos no Nordeste catarinense, e da Assobesimor (Associação dos Obesos Mórbidos). No terceiro e último dia da série, o tratamento da obesidade no pré e no pós-cirúrgico nos hospitais de Joinville será detalhado.
depressiva, com diabetes, pressão alta e problemas cardíacos rose Maria andré chegou ao obesimor em 2008, com 129 quilos e tomando 12 tipos de medicamentos. se esforçando para mudar hábitos alimentares e comportamentais, ela perdeu 21 quilos antes da cirurgia. “o doutor dante, do postinho do rio Bonito, me salvou me mandando para lá. Quando comecei a ir na obesimor não conhecia nada. foi difícil, mas se fosse para fazer tudo de novo, hoje eu fazia, até porque sabia que era minha única opção”, avalia. Hoje, rose pesa 76 quilos, toma quatro remédios para pressão e aguarda o aval do cardiologista para fazer as cirurgias plásticas. “Todos os médicos já assinaram, mas ele quer fazer um exame e ver como está meu coração antes disso. eu sou aquela do quase, eles tinham muito medo, foi uma briga para fazer minha cirurgia por causa do coração”, relembra.
76
quilos
Vinicius schiochet, Cirurgião BariátriCo
Marilsa quase desistiu
7 bilhões de habitantes
500 milhões de pessoas estão acima de 20 anos são obesas (7% da população mundial)
2,8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do sobrepeso e da obesidade
Fonte | oMS (organização Mundial de Saúde)
129
quilos
Foi difícil, mas se fosse para fazer tudo de novo, hoje eu fazia, até porque sabia que era minha única opção. Rose MaRie andRé, Dona De casa
112
quilos
No muNdo
Janelas e portas abertas para a vida. Rose Maria livrou-se de mais de 50 quilos, recuperou a autoestima e agora espera para fazer as cirurgias plásticas
Doença renal pode ser prevenida ou tratada
O obeso é cronicamente inflamado e tem mais chance de ser diabético.
FotoS rogério Souza jr./nd
atores genéticos, hereditários e ambientais são as causas que fizeram 7% da população mundial se tornar obesa. Segundo o relatório, “Estatísticas Mundiais de Saúde”, divulgado em maio pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a estimativa é de que cerca de 500 milhões de pessoas com mais de 20 anos sofram com a obesidade em todo o planeta. Por ano, a OMS calcula que 2,8 milhões de pessoas morram em decorrência do sobrepeso e da obesidade. A Diabetes mellitus tipo 2 é uma das doenças que mais preocupa pacientes e médicos, mas é quase sempre controlada quando os obesos mórbidos passam pela cirurgia de redução do estômago. Em Joinville, a pesquisadora Cândida Chiochetta Tonial constatou que 88,3% dos pacientes diabéticos submetidos à cirurgia bariátrica no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt entre janeiro de 2001 e julho de 2011 tiveram remissão total do diabetes. Segundo Tanise Balvedi Damas, endocrinologista do Programa Obesimor, e orientadora do projeto de monografia “Remissão do Diabetes mellitus nos pacientes submetidos a cirurgias no HRHDS de Joinville”, o termo cura não é utilizado porque ainda não se sabe como será a evolução destes mesmos pacientes em longo prazo. “Hoje, sabemos que dos pacientes que usavam insulina, nenhum usa mais no pós-operatório”, detalha. Durante a pesquisa, Cândida revisou o prontuário de 34 pacientes do hospital e observou que 30 deles tiveram remissão total do diabetes e quatro reduziram o uso de medicamentos. A dona de casa Rose Maria André, 38 anos, foi uma das analisadas que deixou de usar dois tipos de insulina depois da cirurgia, realizada em 2010, e mudou radicalmente o estilo de vida. “Eu mesma me aplicava, quase morria do coração. Há nove anos minha mãe morreu e cai mais na depressão. Cheguei a pregar a janela do quarto para não abrir e não ver ninguém”, conta Rose, que começou a engordar com 15 anos e procurou a Obesimor quando o médico do posto de saúde do Rio Bonito disse que a cirurgia era sua única alternativa para tentar resolver os problemas de saúde.
16/17
a cozinheira Marilsa soares, 46 anos, precisou de mais tempo para aceitar e seguir o tratamento que normalizou a taxa de glicose na sua corrente sanguínea e eliminou sua depressão. encaminhada para o programa pela unidade de saúde do bairro aventureiro ela iniciou o acompanhamento no regional em maio de 2008. “Parei porque meu pai ficou enfermo e morreu em outubro de 2009 e eu fiquei com trauma. foi um ano bem triste. eu passava pelo hospital e virava o rosto, tive que mudar de casa, porque não conseguia entrar sem lembrar dele”, desabafa. em agosto de 2010, ela procurou novamente o obesimor para desistir do tratamento, mas foi convencida por uma assistente social de que deveria seguir no programa. “ela me falou que o que eu estava fazendo não ia trazer meu pai de volta e que eu não devia desistir. e hoje eu vejo que valeu a pena. se eu soubesse que seria assim teria voltado muito antes”, analisa. durante o tratamento, Marilsa também teve dificuldades porque engordou ainda mais quando começou a aplicar três doses diárias de insulina. “entrei com 105 (quilos), cheguei a 95, mas engordei 12 e fui para a cirurgia com 112”, detalha. atualmente, ela pesa 75 quilos, não pode trabalhar por causa das sequelas de hérnias na coluna, mas não precisou usar insulina. “vou tratar uma anemia, normalizar a B12 (vitamina), e estou na fila para as quatro cirurgias plásticas. se tivesse cinco, eu fazia cinco porque o corpo muda muito”, relata. além de aguardar os novos procedimentos cirúrgicos, Marilsa entrará com um pedido de aposentadoria nos próximos meses. “estou encostada há cinco anos. não tenho mais hérnia, mas ainda sinto dor. o médico disse que já não tenho mais como trabalhar”, acrescenta.
segundo o cirurgião bariátrico vinicius José Cota schiochet, um dos médicos do obesimor, a Diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade têm crescido em todo o mundo ano após ano e podem ser tratadas com a cirurgia bariátrica. “o obeso é cronicamente inflamado e tem mais chance de ter insuficiência renal e ser diabético. o paciente sendo operado e emagrecendo pode prevenir a insuficiência ou melhorar o estado da doença renal”, informa. de acordo com o nefrologista Cláudio r. Werka Jr., a obesidade aumenta os riscos de doenças vasculares, diabetes, hipertensão e doença renal crônica. “a obesidade é um fator de risco independente para a insuficiência renal crônica a longo prazo, mas dificilmente vira doença se não tiver outra condição associada, principalmente a hipertensão e o diabetes”, detalha. nesses casos, o tratamento inclui a perda de peso por meio de dietas e atividades físicas ou a cirurgia. “a progressão da doença renal crônica é uma séria indicação para cirurgia bariátrica”, relatou no 3o simpósio de obesidade Mórbida e 3o encontro Joinvilense de Cirurgia Bariátrica do Hospital regional Hans dietter schmidt, realizado no departamento de ensino e Pesquisa da unidade, em março.
SAIBA MAIS Entenda os termos Obesidade – É uma doença caracterizada pelo excesso de gordura no corpo Obesidade mórbida – ocorre quando o paciente tem iMC igual ou acima de 40 e há aumento significativo do risco de se adquirir as comorbidades que comprometem a qualidade de vida do paciente e podem causar a morte IMC – É uma medida internacional utilizada para calcular se a pessoa está abaixo ou acima do peso ideal para sua estatura
75
quilos Idas e vindas. Marilsa de novo visual
Estou na fila para as quatro cirurgias plásticas. Se tivesse cinco, eu fazia porque o corpo muda muito.
Cirurgia bariátrica e metabólica* – Também conhecida como cirurgia da obesidade, ou, popularmente, redução de estômago, reúne técnicas destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. o conceito metabólico foi incorporado há cerca de seis anos pela importância que a cirurgia adquiriu no tratamento de doenças causadas, agravadas ou cujo tratamento/controle é dificultado pelo excesso de peso ou facilitado pela perda de peso – como o diabetes e a hipertensão –, também chamadas de comorbidades Comorbidades – doenças graves relacionadas à obesidade. as mais frequentes são: hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, hipercolesterolemia, apneia do sono, insuficiência cardíaca, artroses de quadril e joelhos e obstrução arterial Diabetes Mellitus tipo 2 – ocorre quando o organismo tem resistência à insulina e pode levar à morte quando a doença não é controlada CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL LIMITE* 80 cm para mulheres 90 cm para homens (*) Pode variar em diferentes etnias
Marilsa soares, Cozinheira
Fonte | SBCBM (SoCiedade BraSileira de Cirurgia BariátriCa e MetaBóliCa)
notícias do dia
Joinville – terça-feira, 19 De JUnHo De 2012 fotos rogério souza jr./nd
EDITOR: ROsana RITTa rosanaritta@noticiasdodia.com.br @rosana_ritta
Para chefe, evolução
A cozinha sempre junta as pessoas e é legal. Daniel anDré lopes, Chefe
os ingredientes das receitas são comprados por vera regina Martins araújo, 48 anos, presidente da assobesimor, e as aulas na cozinha da igreja costumam reunir de dez a 15 pessoas das 16 às 18h, antes das palestras mensais, realizadas às 19h. Segundo o chefe Daniel andré lopes, esse método tem sido mais eficaz porque garante que ele terá tudo o que precisa para fazer uma boa aula quando chegar à cozinha industrial da igreja. “eu preparo as receitas, mando a lista de compras e a associação
compra. antes, eles dividiam as coisas entre si e era mais difícil, porque nem sempre vinha tudo e alguém tinha que comprar algo na hora”, relembra. Para ele, ver a evolução dos pacientes que continuam participando da oficina mesmo depois da cirurgia é recompensador. “Quando começou, a ideia era criar uma atividade a mais para eles, mas a cozinha sempre junta as pessoas e é legal. Conheço vários pacientes antes de operar e é legal ver a alegria deles no pós-operatório”, avalia.
Depressão, jamais. Disposta, Vera Regina Araújo é que mantém as atividades da associação
PANQUECA SEM GLÚTEN Massa 1 ovo 3 colheres de fécula de batata (caso não tenha pode usar amido de milho) 1 pitada de sal e uma de açúcar 1 colher de óleo de canola (pode ser soja) 2 colheres de sopa de água 1 colher de sopa de leite
Desafio. Mudança de hábitos alimentares é uma das propostas da Assobesimor
PreParo Bata tudo no liquidificador e prepare as panquecas numa frigideira antiaderente. reserve.
Rosana RosaR rosana@noticiasdodia.com.br
A
pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) revelou recentemente que entre 2006 e 2011 o percentual de habitantes acima do peso nas capitais brasileiras e no Distrito Federal aumentou 7%. No mesmo período, o número de obesos nas mesmas regiões cresceu 5%. Atualmente, 48,5% da população brasileira estão acima do peso e 15,8% são obesos. Para tentar alterar este panorama, o Ministério da Saúde tem investido em ações como a implantação e o monitoramento das academias de saúde. Em Joinville, a obesidade mórbida é tratada no programa Obesimor, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. O projeto, que comemora dez anos de criação, tem aproximadamente 1.000 pacientes cadastrados: 365 já fizeram a cirurgia bariátrica e 635 estão em tratamento aguardando o procedimento cirúrgico. O primeiro atendimento para quem precisa tratar a obesidade mórbida é feito no posto de saúde do bairro. Na unidade, quem tem IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou superior a 40 é encaminhado para o ambulatório da Obesimor, passa por aulas, consultas com especialistas e frequenta reuniões mensais da Assobesimor (Associação dos Obesos Mórbidos) antes e depois da cirurgia. Os encontros ocorrem sempre na terceira quinta-feira do mês, no salão de festas da Comunidade Papa João 23, e reúnem cerca de 500 pessoas. Antes das reuniões, a associação organiza oficinas de artesanato, culinária e música. Na “Cozinha saudável”, pacientes e cuidadores aprendem receitas menos calóricas com o chefe Daniel André Lopes, professor do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). “A gente parte do princípio de que comida não engorda. O que engorda é a gente”, ensina. Desde que iniciou o trabalho voluntário na Assobesimor, há dois anos, ele já ensinou os alunos a prepararem cucas e pães integrais, peito de frango recheado, panquecas, empadões e outros pratos. “São receitas já testadas e feitas para atender às necessidades deles. Mostro para eles o que pode e o que não pode fazer. Pego uma coisa mais comum e tento dar uma cara mais bonita”, detalha.
48,5% estão acima do peso Desde ontem, o ND apresenta uma série de reportagens sobre as causas, as consequências, e o tratamento da obesidade mórbida. Na primeira matéria, foram mostradas as estatísticas mundiais da doença e o tratamento da Diabetes mellitus tipo 2 por meio da cirurgia bariátrica. Hoje, a reportagem apresenta o trabalho do Programa Obesimor, que trata os obesos mórbidos no Nordeste catarinense, e da Assobesimor (Associação dos Obesos Mórbidos). Amanhã, na terceira e última reportagem da série, o tratamento da obesidade no pré e no pós-cirúrgico nos hospitais de Joinville será detalhado.
Orientações e troca de experiências. Associados e cuidadores no encontro mensal, que reúne em torno de 500 pessoas
24/25
recheio: 200 gramas de geleia de morango 200 ml de suco de laranja
Em torno do fogão. Daniel ensina receitas menos calóricas, como empadão e panqueca (ao lado)
PreParo Misture a geleia com o suco de laranja, espalhe sobre a massa, enrole e sirva.
Reganho, dado que preocupa
Busca por vida mais saudável
também em maio, na reunião realizada depois da oficina, o médico Jorge Massahiro nakassa, um dos cirurgiões do programa, palestrou sobre reganho de peso. Segundo ele, após a cirurgia bariátrica o paciente deve eliminar 75% do excesso de peso e depois de um tempo pode engordar de 10 a 15% do que perdeu sem que isso seja considerado preocupante. “Depois de um tempo de operação, é lógico que o paciente aumenta um pouco o peso, mas se passar desses dez ou 15%, está fora do que é aceito. e isso é resultado da desistência do paciente de seguir com o tratamento multiprofissional”, avaliou. na palestra e no 3o Simpósio de obesidade Mórbida e 3o encontro Joinvilense de Cirurgia Bariátrica do Hospital regional Hans Dieter Schmidt, realizado em março, ele informou que 41 pacientes dentre 249 cirurgias (16,46%) tiveram reganho entre 2002 e 2010. “vamos revisar os dados, mas em 2007 tem um dado que me preocupa: 32,85% dos pacientes tiveram reganho”, comentou.
em maio, a agente comunitária de saúde Maria Gorete Gaspar, 45 anos, e o filho fabrício Gaspar Pereira, 12, foram à uma aula da cozinha pela primeira vez. encantada com as receitas de panqueca doce e do empadão de atum, ensinadas pelo chef Daniel, ela contou que já está começando a mudar os seus e os hábitos alimentares inadequados da família. “estou abrindo os horizontes e vendo que não preciso deixar de comer, mas só fazer uma alimentação mais saudável”, comentou. enquanto aprendia a virar panquecas, ela contou que tem diabetes e pressão alta e que decidiu procurar ajuda quando a irmã teve uma parada renal e morreu. “Decidi correr mais pela vida. Quero criar meu filho, ser professora e parar de tomar tanto remédio”, desabafou. Desde outubro fazendo tratamento no Hospital regional, ela já passou por consultas com especialistas e aguarda as sessões da terapia de grupo para ter sua cirurgia marcada. “ainda tenho que diminuir bastante (Maria começou o tratamento com 105 quilos e atualmente pesa 103), mas já dá para ver a diferença, principalmente no carboidrato que agora sobra no fim do mês”, avalia, com bom humor.
Limite. Jorge Nakassa diz que ganho de peso de dez a 15% é normal depois da cirurgia, mas alerta que mais do que isso é preocupante
a decisão de levar o filho de 12 anos para a aula foi tomada porque os outros cuidadores que a acompanham trabalham durante a tarde e para que o menino tenha um reforço na reeducação alimentar. “Meu filho estava indo pelo mesmo caminho que eu. o açúcar tava alto, tinha bronquite e pneumonia, mas começou a fazer natação e melhorou”, orgulha-se.
Associação precisa de apoio vera regina Martins araújo, presidente da assobesimor, é quem agenda as oficinas e palestras de acordo com a disponibilidade dos voluntários e especialistas. “Já tivemos artesanato como pintura em tela, bordado, aula de música, mas agora só estamos com a cozinha”, conta. Como a entidade não tem uma sede fixa, a presidente fica responsável por alugar o salão de festas da igreja e organizar ações que cubram os gastos mensais. “tem mais de 1.000 pessoas entre pré e pós-operados e nem 200 pagam a mensalidade que é só de r$ 5, que a gente cobra pra pagar os custos, e que dá a eles direito de ter 20% de desconto nos complexos vitamínicos”, relata. nas reuniões mensais, a assobesimor promove um brechó com roupas usadas e permite que uma paciente venda as peças estilizadas que fabrica em tamanho especial. “ela nos dá uma porcentagem para cobrir nossos custos. no desfile (dos pósoperados), a gente tem que pagar o lanche de quem trabalha. aqui, a gente traz as frutas. no simpósio, faz o coquetel”, lista vera. a história da presidente na obesimor começou em 2008, quando seu médico sugeriu que ela fizesse a cirurgia bariátrica para amenizar a dor na coluna. “eu tinha 124 quilos, estava com um problema sério na coluna e vivia deprimida”, recorda. Quem quiser ajudar a assobesimor deve mandar email para veraregina_bi@hotmail.com ou procurar por assobesimor Joinville no facebook.
SAIBA MAIS
Os números da obesidade
OBESIDADE População
11%
13%
13%
14%
15%
16%
2006
2007
2008
2009
2010
2011
ONDE OS DADOS PREOCUPAM MAIS 1o Macapá (aP) 21% 150
0
300 km
3o natal (rn) 18% 2o Porto alegre (rS) 20%
Aprendendo. Fabrício e Maria Gorete
NO SUL 1o Porto alegre (rS) – 20% 2o Curitiba (Pr) – 16% 3o florianópolis (Pr) – 15%
*Fonte | pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, que analisa o percentual de adultos acima de 20 anos com excesso de peso e obesidade, segundo as capitais dos Estados brasileiros e o Distrito Federal.
Joinville – quarta-feira, 20 De JunHo De 2012 eDitor: rosana ritta
rosanaritta@noticiasdodia.com.br
19
Joinville – quarta-feira, 20 De Junho De 2012
@rosana_ritta
Cirurgia promove um renascimento
Rosana RosaR rosana@noticiasdodia.com.br rogério souza jr./nd
Desde segunda, o ND apresenta uma série de reportagens sobre as causas, as consequências e o tratamento da obesidade mórbida. Na primeira matéria, foram mostradas as estatísticas mundiais da doença e o tratamento da Diabetes mellitus tipo 2 por meio da cirurgia bariátrica. Ontem, foi apresentado o trabalho do Programa Obesimor, que trata os obesos mórbidos no Nordeste catarinense, e da Assobesimor (Associação dos Obesos Mórbidos). E hoje, na terceira e última reportagem da série, o tratamento da obesidade no pré e no pós-cirúrgico nos hospitais de Joinville é detalhado.
Deixando a obesidade para trás. Dalson momentos antes do início da cirurgia bariátrica realizada em 26 de abril
notícias do dia
FotoS rogério Souza jr./nd
notícias do dia
20 Saúde
Minha cirurgia foi uma bênção. Dalson Draeger Junior, Radialista
O
medo de engordar ainda mais e desenvolver a diabetes levou o radialista Dalson Draeger Junior, 32 anos, ao Programa Obesimor, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em agosto de 2011, pesando 135 quilos. A coragem para tratar a obesidade mórbida veio depois de acompanhar a evolução nos casos dos amigos que fizeram a cirurgia bariátrica. No dia 26 de abril, após aulas, séries de consultas com especialistas, baterias de exames e terapias em grupo, ele foi operado pelo cirurgião bariátrico Rui Celso Vieira, coordenador do programa. Disciplinado, Dalson reduziu o peso para 106 quilos seguindo as orientações médicas. Antes do procedimento, ele emagreceu 16 quilos e em 45 dias deixou outros 13 quilos para trás e voltou a trabalhar. “Minha cirurgia foi uma bênção. O único problema é que sou ruim de veia e tive que ficar com o braço esticado de quarta a domingo”, relembrou. Durante a internação, a dieta líquida restrita sem açúcar era aplicada de forma intravenosa. Para Dalson, se adequar às dietas restritivas não foi complicado, mas ficar em casa depois da operação foi considerado entediante. “Não tem como sair ainda, então mandei instalar mais canais de TV a cabo porque não posso dormir muito, tem que tomar um suco, uma sopa coada, água de coco e tudo que for de líquido de três em três horas”, detalhou na segunda semana do pós-cirúrgico. Considerado um sucesso, o procedimento atendeu às expectativas dele, da família e dos médicos. “Estou perdendo uma média de um quilo e meio por semana. Agora, começo a perder peso um pouco menos rápido, mas é normal”, contou orgulhoso quando voltou a trabalhar. Adaptado à nova rotina alimentar, que começou a ser alterada conforme foi participando das aulas, terapias e consultas na Obesimor, ele conta que já está se alimentando sem restrições. “Estou comendo bem, só que pouco, até carne. Parei de comer uns alimentos tipo peixe e tomate, porque descobri que não é bom porque tenho gota e ela voltou forte depois da cirurgia”, detalhou. Tranquilo, ele também conta que os exames de sangue pós-cirúrgicos foram considerados normais e que já está tomando o complexo vitamínico indicado pela nutricionista para repor as vitaminas que devem faltar no organismo com a redução do estômago. Continua nas páginas 20 e 21
a cirurgia mais utilizada no Brasil bY-Pass gástriCo
a técnica aplicada nos pacientes da obesimor é o bypass gástrico com desvio intestinal em “Y de roux” (Y é como a costura do intestino se parece após a cirurgia e roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica) com a colocação de uma banda gástrica (um anel ajustável que regula a passagem do alimento para o estômago). Durante o procedimento, parte do estômago é grampeada, reduzindo o espaço para o alimento, e o intestino inicial é desviado parar dar a sensação de saciedade. Segundo o cirurgião bariátrico rui Celso vieira, coordenador do programa, a cirurgia só é realizada quando o paciente tem entre 18 e 65 anos e já tentou aliar dietas a exercícios físicos sem resultado. “o tratamento da obesidade mórbida pode ser clínico, com acompanhamento de endocrinologista, nutricionista, psicólogo e exercício físico. quando ele faz isso durante dois anos e não consegue alcançar o peso ideal, a cirurgia da obesidade é indicada”, detalha. na segunda consulta de Dalson, em maio, o médico elogiou a evolução do quadro e pediu para ele controlar a ansiedade. “esquece a balança. o que nos interessa é daqui a um ano, um ano e meio, a estabilização do teu peso”, aconselhou.
Esquece a balança. O que nos interessa é a estabilização do teu peso.
interPosiÇÃo ileal
Rui Celso VieiRa, Cirurgião, para Dalton
Cirurgias bariátriCas no brasil 25% por videolaparoscopia 60.000 35% por videolaparoscopia 45.000 38.000 29.500
16.000
2003
18.000
2004
33.000
Preparativo. Dalton passa pelos procedimentos básicos antes de ser submetido à cirurgia
22.000
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte | Sbcbm (Sociedade braSileira de cirurgia bariátrica e metabólica)
monitoramento é para sempre o controle da alimentação dos pacientes é feito com a ajuda dos cuidadores – parentes ou amigos escolhidos para ajudar nessa nova etapa da vida. no caso de Dalson, a mulher, Marilene ritzmann Draeger, analista de recursos humanos, 33, é uma das cuidadoras que o apoia na nova rotina. “no começo, fiquei com medo, mas depois vi que ele estava determinado e que ia dar tudo certo. agora eu dou umas roupas para ele, ele acha que não vai servir e sempre serve”, conta. até chegar à mesa, Dalson passou por avaliações com endocrinologista, nutricionista, pneumologista, cardiologista, técnico em enfermagem, psiquiatra, assistente social, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e anestesiologista. “também têm as duas grandes aulas. explicam como é a cirurgia, falam que teve quem morreu porque não se cuidou, pedem para você assinar a papelada, quem não tá a fim de fazer corre”, relata.
Segundo Dalson, que tem 1,70m, o aumento de peso veio depois do casamento, mas sua alimentação nunca foi muito exagerada. “quando era criança era gordinho, na adolescência normal e depois comecei a engordar. Meu pai é obeso, minha mãe é obesa, eu já tenho hipertensão e tenho muito medo da diabetes, não quero ter”, detalha. nesse primeiro ano após a cirurgia ele terá que retornar constantemente a vários especialistas para monitorar seu quadro. Depois, as consultas com cada médico ocorrem uma vez por ano e as terapias uma vez por mês, mas cuidados como comer pequenas quantidades de três em três horas continuam para o resto da vida. “a cirurgia se propõe a perder 70% do excesso de peso, mas não opera depressão, falta de dinheiro, opera o estômago. o cuidador é muito importante para policiar o paciente, que deve escolher e mastigar bem os alimentos”, completa rui Celso vieira, coordenador do obesimor.
Cirurgias bariátriCas em Joinville Hospital Regional Hans DieteR scHmiDt a primeira cirurgia com a técnica do bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de roux”) foi realizada em 2002, com a autorização da Secretaria Municipal de Saúde. o credenciamento do Ministério da Saúde ocorreu em 2007. 78 70 em 2005 pararam de ser realizadas enquanto o credenciamento não era oficializado
55 50 42 31
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No começo, fiquei com medo de como ia cuidar. MaRilene DRaegeR, CuiDaDora De Dalson
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até 31/5/2012
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2011
2012
Saúde 21
notícias do dia
Joinville – quarta-fera, 20 De Junho De 2012
rede credenciada no estado
passo para plásticas
em Santa Catarina, as unidades de saúde estaduais credenciadas pelo Ministério da Saúde para a realização das cirurgias bariátricas são o hospital regional hans Dieter Schmidt, em Joinville; o hospital Santo antônio, em Blumenau; hospital Geral e Maternidade tereza ramos, em lages; hospital universitário, em florianópolis; e o hospital homero de Miranda Gomes, em florianópolis. em Joinville, o Centro hospitalar unimed e o hospital Dona helena operam pela rede privada. “também é autorizada a operação de obesidade grau 2 no paciente com iMC (Índice de Massa Corporal) entre 35 e 39,9 e doenças como diabetes, hipertensão, e dislipdemia que já tentaram o tratamento clínico sem sucesso”, explica o cirurgião geral e do aparelho digestivo aluísio Stoll, presidente do capítulo de Santa Catarina da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) e médico nas duas unidades particulares. Como os dois hospitais têm que seguir os protocolos do Ministério da Saúde, os pacientes também
no hospital regional hans Dieter Schmidt, as cirurgias plásticas (abdômen, braços, coxas e seios) podem ser feitas a partir de um ano depois das bariátricas, se o paciente estiver com o peso estabilizado por três meses, com o iMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 30, apresente resultados normais nos exames laboratoriais e se mantenha fiel ao tratamento. “o paciente que abandona o tratamento é difícil de tratar e ele chega em pior estado. tabagismo, hipertensão não controlada, diabetes não controlada, uso de anticoagulantes, drogas fitoterápicas e doenças cardíacas graves também são critérios de exclusão”, detalha o cirurgião plástico fernando Sanfelice andré. os resultados, segundo ele, dependem da técnica utilizada e do perfil biológico do paciente. “alguns têm cicatrizes excelentes e outros desastrosas, mas depende também da aceitação do paciente em relação às recomendações prescritas. as atividades físicas mais intensas são proibidas por 60 dias. as mulheres têm que usar cintas e sutiãs modeladores como prescrito”, lista. Mais de 400 plásticas já foram feitas na unidade de saúde.
são atendidos por especialistas no pré e no pós-operatório, com uma frequência menor do que na rede pública. “ele passa por psicólogo, psiquiatra, nutricionista, cardiologista, pneumologista, cardiologista no pré e no pós no primeiro ano, e segue com consultas com cirurgião e endocrinologista há cada quatro meses no primeiro e uma vez por ano para o resto da vida”, reforça. Por determinação da anS (agência nacional de Saúde), quem tem plano de saúde não paga nada pela cirurgia bariátrica em nenhum hospital privado. quem faz a cirurgia particular desembolsa cerca de r$ 25 mil com os custos do procedimento e da internação. Para aluísio, responsável pela primeira cirurgia bariátrica realizada em Joinville, em 1999, no hospital Municipal São José, é preciso que mais unidades públicas sejam credenciadas. “a obesidade mórbida é um problema sério e a cirurgia é um tratamento efetivo. hoje, a nossa sociedade de cirurgia bariátrica é a segunda maior do mundo. Só não é maior que a americana”, completa.
Durante. Equipe do Obesimor na cirurgia que transformará a vida da Dalson
JOINVILLE – SEGUNDA-FEIRA,
RITTA
rosanaritta@noticias
dodia.com.br
@rosana_ritta
F
hereditários atores genéticos, as causas são e ambientais da população que fizeram 7% obesa. Semundial se tornar “Estatísticas Mungundo o relatório, maio divulgado em diais de Saúde”, Mundial de pela OMS (Organização é de que cerca de de Saúde), a estimativa pessoas com mais em 500 milhões de com a obesidade cal20 anos sofram Por ano, a OMS todo o planeta. de pessoas morcula que 2,8 milhões do sobrepeso e ram em decorrência A Diabetes mellitus da obesidade. mais das doenças que é tipo 2 é uma e médicos, mas os preocupa pacientes controlada quando quase sempre passam pela cirurobesos mórbidos estômago. do redução gia de a pesquisadora Em Joinville, Tonial constaCândida Chiochetta pacientes diados tou que 88,3% à cirurgia baribéticos submetidos Regional Hans átrica no Hospitalentre janeiro de Dieter Schmidt 2011 tiveram remis2001 e julho de Segundo Tanisão total do diabetes. endocrinologista se Balvedi Damas, Obesimor, e orientado Programa “Rede monografia dora do projeto mellitus nos missão do Diabetes a cirurgias no pacientes submetidos o termo cura HRHDS de Joinville”, ainda não se porque não é utilizado a evolução destes sabe como será em longo prazo. mesmos pacientes dos pacientes que “Hoje, sabemos nenhum usa que usavam insulina, detalha. mais no pós-operatório”,Cândida reDurante a pesquisa,34 pacientes de visou o prontuário que 30 deles do hospital e observou total do diabetes tiveram remissão o uso de medie quatro reduziram de casa Rose dona camentos. A 38 anos, foi uma André, Maria que deixou de das analisadas de insulina usar dois tipos realizadepois da cirurgia, radimudou da em 2010, e de vida. calmente o estilo aplicava, “Eu mesma me coração. do quase morria minha mãe Há nove anos mais na demorreu e cai a pregar pressão. Cheguei para não a janela do quarto ninguém”, ver abrir e não começou a conta Rose, que 15 anos e procuengordar com quando o médirou a Obesimor saúde do Rio Bonito co do posto de era sua única os disse que a cirurgia tentar resolver para alternativa saúde. problemas de
inflamado e tem mais chance de ser diabético.
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VINICIUS SCHIOCHET, CIRURGIÃO BARIÁTRICO
quilos marilsa quase desistiu
SOUZA JR./ND
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quilos quilos
SAIBA MAIS
7 bilhões
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fazer tudo de se fosse para Foi difícil, mas sabia que era fazia, até porque novo, hoje eu minha única opção. ROSE MARIE ANDRÉ
abertas para Janelas e portas livrou-se de a vida. Rose Maria recuperou a mais de 50 quilos, espera para autoestima e agora plásticas fazer as cirurgias
, DONA DE CASA
para chefe, evolução FOTOS ROGÉRIO SOUZA JR./ND
RITTA EDITOR: ROSANA dodia.com.br rosanaritta@noticias @rosana_ritta
Joinville – terÇa-feira,
os ingredientes das receitas são comprados por vera compra. antes, eles regina Martins dividiam as araújo, 48 anos, coisas entre si e presidente da era assobesimor, e porque nem sempre mais difícil, as aulas na cozinha da igreja costumam alguém tinha que vinha tudo e comprar algo a 15 pessoas das reunir de dez na hora”, relembra. 16 Para ele, ver das palestras mensais,às 18h, antes a evolução dos pacientes realizadas às 19h. Segundo continuam participando que o chefe Daniel da oficina andré lopes, esse mesmo depois da método tem sido cirurgia é mais eficaz porque recompensador. garante que “quando começou, ele terá tudo o que a ideia era criar precisa para uma atividade fazer uma boa aula a mais para eles, quando chegar mas a cozinha à cozinha industrial sempre junta as da igreja. pessoas e é legal. “eu preparo as Conheço vários receitas, mando pacientes antes a lista de compras de operar e é legal e a associação ver a alegria deles no pós-operatório”, avalia.
A cozinha sempre junta as pessoas e é legal. DANIEL ANDRÉ LOPES, CHEFE
Depressão, jamais.
Disposta, Vera Regina
PANQUECA SEM
GLÚTEN
MASSA 1 ovo
PREPARO Bata tudo no liquidificador e prepare as panquecas frigideira antiaderente. numa reserve.
,5% peso 48 estão acima do
Fatores (Vigilância de Crôpesquisa Vigitel para Doenças de Risco e Proteção Telefônico) revelou nicas por Inquéritoentre 2006 e 2011 o que recentemente do peso nas cahabitantes acima aumentou percentual de e no Distrito Federal de obesos nas pitais brasileiras período, o número 48,5% 7%. No mesmo cresceu 5%. Atualmente, e acima do peso mesmas regiões brasileira estão este panoda população Para tentar alterar em 15,8% são obesos. da Saúde tem investido rama, o Ministério e o monitoramento , implantação consequências ações como a Joinville, a obesidaas causas, as de saúde. Em Obesimor, no das academias estatísticas reportagens sobre tratada no programa mostradas as uma série de de mórbida é matéria, foram Hans Dieter Schmidt. o ND apresenta da cirurgia bariátrica. Hospital Regional comemora dez anos de criação, Desde ontem, mórbida. Na primeira tipo 2 por meio mórbidos cadastrada obesidade O projeto, que 1.000 pacientes trata os obesos da Diabetes mellitus e o tratamento estão Obesimor, que tem aproximadamente e o tratamento bariátrica e 635 Amanhã, na cirurgia a cirúrmundiais da doençaapresenta o trabalho do Programa dos: 365 já fizeram Obesos Mórbidos). procedimento nos aguardando o (Associação dos quem precisa em tratamento pré e no pós-cirúrgico Hoje, a reportagem atendimento para e da Assobesimor saúda obesidade no gico. O primeiro mórbida é feito no posto de no Nordeste catarinense, série, o tratamento tem IMC (Índice tratar a obesidade reportagem da unidade, quem é enca40 a terceira e última de do bairro. Na igual ou superior será detalhado. passa de Massa Corporal) da Obesimor, hospitais de Joinville o ambulatório e frequenta minhado para com especialistas dos por aulas, consultas Assobesimor (Associação da Os reuniões mensais antes e depois da cirurgia. Obesos Mórbidos) sempre na terceira quinta-feira encontros ocorremde festas da Comunidade Papa do mês, no salão cerca de 500 pessoas. organiJoão 23, e reúnem a associação e música. Antes das reuniões, artesanato, culinária e cuidadores za oficinas de saudável”, pacientes com o chefe Na “Cozinha menos calóricas do Senac (Seraprendem receitas Lopes, professor Comercial). “A Daniel André de Aprendizagem comida não enviço Nacional Orientações princípio de que ensina. gente parte do e troca de engorda é a gente”, na Asgorda. O que experiências. o trabalho voluntárioalunos a Desde que iniciou ensinou os Associados dois anos, ele já peito de frango sobesimor, há e cuidadores e pães integrais, pratos. prepararem cucas no encontro empadões e outros às para atender recheado, panquecas, mensal, que já testadas e feitas eles o que pode “São receitas para reúne em torno codeles. Mostro necessidades uma coisa mais Pego de 500 pessoas fazer. bonita”, detalha. e o que não pode uma cara mais mum e tento dar
A
Em torno do fogão.
Daniel ensina receitas
reganho, dado
Depois. Em casa, assistindo à TV e controlando horários para comer
como empadão
e panqueca (ao
Busca por vida
lado)
PREPARO Misture a geleia com o suco de laranja, espalhe sobre a massa, enrole e sirva.
mais saudável
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ROSANA ROSAR a.com.br rosana@noticiasdodi
O
ainda medo de engordara diabemais e desenvolver Dalson tes levou o radialistaanos, ao 32 Draeger Junior, no Hospital RePrograma Obesimor, Schmidt, em agosgional Hans Dieter 135 quilos. A corato de 2011, pesando a obesidade mórbida gem para tratar a evolução a veio depois de acompanhar amigos que fizeram nos casos dos No dia 26 de abril, cirurgia bariátrica. de consultas com após aulas, séries de exames e teespecialistas, bateriasfoi operado pelo ele rapias em grupo, Rui Celso Vieira, cirurgião bariátrico programa. o coordenador do Dalson reduziu Disciplinado, as seguindo quilos peso para 106 Antes do proorientações médicas. quilos emagreceu 16 cedimento, ele outros 13 quilos e em 45 dias deixoutrabalhar. “Minha a para trás e voltou probênção. O único que cirurgia foi uma ruim de veia e tive a blema é que sou esticado de quarta ficar com o braço Durante a indomingo”, relembrou. restrita sem líquida ternação, a dieta de forma intraveaçúcar era aplicada se adequar às dienosa. Para Dalson, complicado, mas foi tas restritivas não da operação foi depois casa em ficar considerado entediante. sair ainda, então “Não tem como TV a mais canais de mandei instalar posso dormir muito, cocabo porque não um suco, uma sopa lítem que tomar e tudo que for de ada, água de coco três horas”, detalhou quido de três em do pós-cirúrgico. na segunda semana sucesso, o procediConsiderado um expectativas dele, às mento atendeu permédicos. “Estou da família e dos de um quilo e meio dendo uma média começo a perder por semana. Agora, mas é menos rápido, peso um pouco orgulhoso quando normal”, contou voltou a trabalhar. rotina alimentar, Adaptado à nova ser alterada conformee a começou que das aulas, terapias foi participando ele conta que consultas na Obesimor,sem restrições. já está se alimentando só que pouco, bem, “Estou comendo de comer uns alimentos que até carne. Parei porque descobri voltipo peixe e tomate, tenho gota e ela não é bom porque da cirurgia”, detalhou. tou forte depois que os também conta ele Tranquilo, pós-cirúrgicos foram exames de sangue e que já está toconsiderados normais vitamínico indicado mando o complexo para repor as vitamipela nutricionista no organismo com nas que devem faltar a redução do estômago.
ROGÉRIO SOUZA
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até 31/5/2012
*Os dados dos anos anteriores não foram fornecidos
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Continua nas
páginas 20 e 21
Esquece a balança. O que nos interessa é INTERPOSIÇÃO
a estabilização do teu peso.
ILEAL
RUI CELSO VIEIRA, CIRURGIÃO, PARA DALTON
NO BRASIL 25% por videolaparoscopia 60.000 35% por videolaparoscopia 45.000
Preparativo. Dalton passa pelos procedimentos básicos antes de ser submetido à
38.000 33.000 29.500 22.000 16.000
cirurgia
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2003 FONTE | SBCBM
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E METABÓLICA)
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dos veio depois do o aumento de peso o controle da alimentaçãodos alimentação nunca a ajuda casamento, mas sua pacientes é feito com ou amigos “quando era criança cuidadores – parentes nessa nova etapa foi muito exagerada. normal e era gordinho, na adolescência é escolhidos para ajudar engordar. Meu pai Dalson, a mulher, depois comecei a da vida. no caso de é obesa, eu já tenho Draeger, analista obeso, minha mãe Marilene ritzmann 33, é uma das muito medo da hipertensão e tenho de recursos humanos, na nova rotina. ter”, detalha. nesse apoia diabetes, não quero cuidadoras que o a cirurgia ele terá com medo, mas primeiro ano após “no começo, fiquei a vários estava determinado que retornar constantementeseu quadro. depois vi que ele monitorar certo. agora eu dou especialistas para e que ia dar tudo com cada ele, ele acha que Depois, as consultas umas roupas para vez por ano e as serve”, conta. médico ocorrem uma não vai servir e sempre Dalson passou por mês, mas cuidados terapias uma vez até chegar à mesa, quantidades de endocrinologista, como comer pequenas por avaliações com continuam para o três em três horas nutricionista, pneumologista, se propõe a em enfermagem, resto da vida. “a cirurgia de peso, mas cardiologista, técnico social, perder 70% do excesso de dinheiro, psiquiatra, assistente ocupacional falta não opera depressão, fonoaudióloga, terapeuta o cuidador é muito “também têm as opera o estômago. e anestesiologista. o paciente, explicam como importante para policiar duas grandes aulas. teve quem e mastigar bem que escolher falam deve que cirurgia, a é rui Celso se cuidou, pedem os alimentos”, completaobesimor. morreu porque não do a papelada, quem vieira, coordenador para você assinar corre”, relata. não tá a fim de fazer
EM JOINVILLE
Hans dieter sCHmidt Hospital reGional a técnica do bypass gástrico com a primeira cirurgia em “Y de desvio intestinal (gastroplastia com autorização da em 2002, com a roux”) foi realizada de Saúde. o credenciamento Secretaria Municipal ocorreu em 2007. Saúde do Ministério da
é para sempre monitoramento que tem 1,70m, Segundo Dalson,
78
70 de em 2005 pararam ser realizadas enquanto o credenciamento não era oficializado
55
50 42 31
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com No começo, fiquei ia cuidar. medo de como , CUIDADORA DE D MARILENE DRAEGER
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JUNIOR, RADIALISTA
BY-PASS GÁSTRICO
obesimor nos pacientes da a técnica aplicada desvio intestinal em “Y de com se parece é o bypass gástrico a costura do intestinodo cirurgião roux” (Y é como roux é o sobrenome uma de após a cirurgia e com a colocação regula a que criou a técnica) anel ajustável que Durante banda gástrica (um para o estômago). passagem do alimento do estômago é grampeada, parte e o intestino o procedimento, para o alimento, de saciedade. reduzindo o espaço parar dar a sensação vieira, inicial é desviado bariátrico rui Celso Segundo o cirurgião a cirurgia só é realizada programa, anos e já tentou coordenador do tem entre 18 e 65 “o quando o paciente físicos sem resultado. aliar dietas a exercícios mórbida pode ser clínico, com obesidade da nutricionista, tratamento de endocrinologista, acompanhamento físico. quando ele faz isso durante psicólogo e exercício o peso ideal, a cirurgia consegue alcançar segunda consulta dois anos e não detalha. na a evolução do da obesidade é indicada”, o médico elogiou a de Dalson, em maio, controlar a ansiedade. “esquece ele e a um ano, um ano quadro e pediu para interessa é daqui balança. o que nos do teu peso”, aconselhou. meio, a estabilização
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foi uma bênção.
para trás. Joinville – quarta-feira,
a cirurgia mais utilizada no Brasil
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DALSON DRAEGER
a obesidade 2012 20 De Junho De Dalson do momentos antes início da cirurgia em bariátrica realizada 26 de abril
do dia notíciasDeixando
SOUZA JR./ND
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20 Saúde
FOTOS ROGÉRIO
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odia.com.br
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promove urgiaento Cirrena scim rosanaritta@noticiasd
Minha cirurgia
Centro Hospitalar Unimed É credenciado para o procedimento desde a inauguração, em 2001*. no ano anterior, as cirurgias do Plano unimed eram feitas no centro cirúrgico do hospital Municipal São José. realiza cirurgias bariátricas videolaparoscópicas.
16% 2011
adultos acima de que 20 anos com excesso dia as capitais dos do de peso e Estados brasileiros notícias e o Distrito 2012 DE JUNHO DE Federal.
JOINVILLE – QUARTA-FEIRA,
RITTA
um
74
associação
de apoio
300 km
hospitais de Joinville é detalhado.
Hospital dona Helena É credenciado para fazer cirurgias bariátricas – gastroplastia por diversas técnicas, colocação de balão gástrico por vídeo e convencional e colocação de balão intragástrico por endoscopia – desde 2001.
as atividades da
em maio, a agente de saúde Maria Gorete comunitária a decisão de levar o filho Gaspar, 45 anos, e o filho para a aula foi tomada de 12 anos fabrício Gaspar porque os Pereira, 12, foram outros cuidadores à uma que a acompanham cozinha pela primeira aula da trabalham durante vez. encantada a tarde e para com as receitas que o menino tenha de panqueca doce um e do empadão de atum, reeducação alimentar. reforço na “Meu filho chef Daniel, ela contouensinadas pelo estava indo pelo mesmo caminho começando a mudar que já está que eu. o açúcar tava SAIBA MAIS os seus e os alto, tinha bronquite hábitos alimentares e pneumonia, mas Os números da inadequados da começou a fazer obesidade família. “estou abrindo natação e melhorou”, os horizontes orgulha-se. e vendo que não Limite. Jorge preciso deixar de comer, mas só fazer OBESIDADE Nakassa diz que uma alimentação mais saudável”, População ganho de peso comentou. enquanto aprendia de dez a 15% é panquecas, ela contou a virar 11% normal depois 13% que tem 13% diabetes e pressão 14% da cirurgia, mas 15% alta procurar ajuda quando e que decidiu alerta que mais a irmã teve 2006 uma parada renal 2007 do que isso é e morreu. “Decidi 2008 2009 correr mais pela 2010 preocupante vida. quero criar meu filho, ser professora ONDE OS DADOS tomar tanto remédio”, e parar de PREOCUPAM MAIS Desde outubro fazendodesabafou. NO SUL 1o no hospital regional, tratamento o Macapá (aP) 21% 1 por consultas com ela já passou Porto alegre especialistas e aguarda as sessões (rS) – 20% da terapia de grupo para ter sua 3o cirurgia marcada. natal (rn) 2o “ainda tenho que diminuir bastante (Maria começou 18% Curitiba o (Pr) – 16% tratamento com 105 quilos e atualmente pesa 103), mas já dá para 2o 3o ver a diferença, principalmente Porto alegre florianópolis no carboidrato que (rS) 20% (Pr) agora sobra no fim – 15% do mês”, avalia, com bom humor. *Fonte | pesquisa Vigitel (Vigilância Aprendendo. Fabrício de Fatores de Risco Doenças Crônicas por e Proteção para e Maria Gorete analisa o percentual Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, de
Desde segunda, o ND apresenta uma sobre série de reportagens as e o as causas, as consequênci obesidade mórbida. tratamento da foram mostradas Na primeira matéria, da doença as estatísticas mundiais mellitus da Diabetes e o tratamento da cirurgia bariátrica. tipo 2 por meio o trabalho do Ontem, foi apresentado trata os obesos que Programa Obesimor, catarinense, e da mórbidos no Nordeste dos Obesos Assobesimor (Associação na terceira e Mórbidos). E hoje, da série, o última reportagem obesidade no tratamento da nos pré e no pós-cirúrgico
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2012
vera regina Martins assobesimor, é quem araújo, presidente da agenda as oficinas de acordo com a e palestras disponibilidade dos voluntários e especialistas. “Já tivemos artesanato em tela, bordado, como pintura aula de música, mas agora só estamos com a cozinha”, conta. Como a entidade tem uma sede fixa, não a presidente fica responsável por alugar o salão de festas que cubram os gastos da igreja e organizar ações mensais. “tem mais pessoas entre pré de 1.000 e pós-operados e nem 200 pagam a mensalidade que é pra pagar os custos, só de r$ 5, que a gente cobra e que dá a eles direito 20% de desconto de ter nos complexos vitamínicos”, nas reuniões mensais, relata. a assobesimor promove um brechó com roupas usadas e permite paciente venda as que uma peças estilizadas que fabrica em tamanho especial. “ela nos dá uma porcentagem para cobrir nossos custos. no desfile (dos pósoperados), a gente tem que pagar o lanche de quem trabalha. aqui, a gente faz o coquetel”, lista traz as frutas. no simpósio, vera. na obesimor começou a história da presidente sugeriu que ela fizesse em 2008, quando seu médico a cirurgia bariátrica amenizar a dor na para coluna. “eu tinha 124 quilos, estava com um problema sério recorda. quem quiser na coluna e vivia deprimida”, mandar email para ajudar a assobesimor deve veraregina_bi@hotma procurar por assobesimor il.com Joinville no facebook. ou
obesidade, segundo
EDITOR: ROSANA
Antes. Dalson à espera da cirurgia, depois de tentar vários outros métodos
RECHEIO: 200 gramas de geleia de morango 200 ml de suco de laranja
menos calóricas,
que preocupa
também em maio, na reunião realizada depois da oficina, o médico Jorge Massahiro nakassa, um dos cirurgiões do programa, palestrou sobre reganho de peso. Segundo ele, após a cirurgia bariátrica o paciente deve eliminar 75% do excesso de peso e depois de um tempo pode engordar de 10 a 15% do que perdeu sem que isso seja considerado “Depois de um tempo preocupante. é lógico que o pacientede operação, aumenta um pouco o peso, mas se passar desses dez ou 15%, está fora do que é aceito. e isso é resultado da desistência do paciente de seguir com o tratamento multiprofissional”, avaliou. na palestra e no 3o Simpósio de obesidade Mórbida e 3o encontro Joinvilense de Cirurgia Bariátrica do hospital regional hans Dieter Schmidt, realizado em março, ele informou que 41 pacientes dentre 249 cirurgias (16,46%) tiveram reganho entre 2002 e 2010. “vamos revisar os dados, mas em 2007 dado que me preocupa: tem um 32,85% dos pacientes tiveram reganho”, comentou.
Araújo é que mantém
notícias do dia
19 De Junho De
associação precisa
3 colheres de fécula de batata (caso não tenha pode usar amido de milho) 1 pitada de sal e uma de açúcar 1 colher de óleo de canola (pode ser soja) 2 colheres de sopa de água 1 colher de sopa de leite
de Desafio. Mudança é hábitos alimentares da uma das propostas Assobesimor
ROSANA ROSAR ia.com.br rosana@noticiasdod
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dia notícias do 2012
José Cota bariátrico Vinicius a Diabetes mellitus Segundo o cirurgião médicos do Obesimor, o mundo ano todo Schiochet, um dos têm crescido em tipo 2 e a obesidade tratadas com a cirurgia bariátrica. ser mais chance após ano e podem inflamado e tem “O obeso é cronicamente e ser diabético. O paciente sendo renal de ter insuficiência pode prevenir a insuficiência informa. operado e emagrecendo da doença renal”, ou melhorar o estado nefrologista Cláudio R. Werka Jr., vasculares, De acordo com o os riscos de doenças a obesidade aumenta e doença renal crônica. “A obesidade a insuficiência diabetes, hipertensão independente para é um fator de risco prazo, mas dificilmente vira doença principalmente renal crônica a longo condição associada, Nesses casos, se não tiver outra diabetes”, detalha. meio de a hipertensão e o por a perda de peso progressão o tratamento inclui ou a cirurgia. “A físicas dietas e atividades indicação para crônica é uma séria de Obesidade o da doença renal relatou no 3 Simpósio Bariátrica cirurgia bariátrica”, Joinvilense de Cirurgia o realizado no Mórbida e 3 Encontro Hans Dietter Schmidt, Regional Hospital do da unidade, em março. Ensino e Pesquisa Departamento de
Soares, Entenda os termos A cozinheira Marilsa tempo de mais 46 anos, precisou o tratamento uma doença caracterizada para aceitar e seguir de glicose na obesidade – É taxa gordura no corpo que normalizou a pelo excesso de e eliminou o paciente tem – Ocorre quando sua corrente sanguínea do para obesidade mórbida 40 e há aumento significativo de sua depressão. Encaminhada IMC igual ou acima comorbidades que comprometem unidade de saúde as o programa pela causar a morte risco de se adquirir ela iniciou o do paciente e podem do bairro Aventureiro Regional em a qualidade de vida no acompanhamento porque meu pai internacional utilizada ou imC – É uma medida maio de 2008. “Parei em outubro a pessoa está abaixo para calcular se ficou enfermo e morreu trauma. Foi para sua estatura com acima do peso ideal de 2009 e eu fiquei passava pelo Eu um ano bem triste. o rosto, tive que hospital e virava não conseguia mudar de casa, porque desabafa. NO dele”, entrar sem lembrar ela procurou MUNDO Em agosto de 2010, para desistir novamente o Obesimor convencida foi do tratamento, mas social de que por uma assistente programa. “Ela me deveria seguir no de habitantes estava fazendo – Também falou que o que eu de volta e que bariátrica e metabólica* ou, popularmente, pai Cirurgia meu obesidade, não ia trazer cirurgia da ao E hoje eu vejo conhecida como reúne técnicas destinadas eu não devia desistir. eu soubesse redução de estômago, e das doenças associadas Se que valeu a pena. voltado muito tratamento da obesidadecorporal ou agravadas por ele. teria que seria assim de pessoas ao excesso de gordura foi incorporado há cerca de o tratamento, no antes”, analisa. Durante estão acima de O conceito metabólico que a cirurgia adquiriu teve dificuldades ou cujo Marilsa também 20 anos são seis anos pela importância causadas, agravadas ainda mais obesas (7% porque engordou tratamento de doençasdificultado pelo excesso de peso é a aplicar ea da população quando começou tratamento/controle como o diabetes de insulina. perda de peso – mundial) ou facilitado pela três doses diárias chamadas de comorbidades “Entrei com 105 hipertensão –, também relacionadas a 95, mas – Doenças graves (quilos), cheguei Comorbidades são: hipertensão para a mais frequentes engordei 12 e fui à obesidade. As detalha. mellitus tipo 2, hipercolesterolemia, cirurgia com 112”, 75 quilos, artroses arterial, diabetes pesa de pessoas insuficiência cardíaca, Atualmente, ela apneia do sono, de novo visual por causa das e obstrução arterial morrem Idas e vindas. Marilsa não pode trabalhar de quadril e joelhos na coluna, mas quando o anualmente em tipo 2 – Ocorre sequelas de hérnias insulina. “Vou e pode levar diabetes mellitus decorrência do não precisou usar resistência à insulina organismo tem normalizar a sobrepeso e controlada a doença não é tratar uma anemia, na fila para à morte quando da obesidade para estou e fila na B12 (vitamina), Estou plásticas. Se as quatro cirurgias FONTE | OMS ABDOMINAL as quatro cirurgias fazia cinco porque CIRCUNFERÊNCIA (ORGANIZAÇÃO tivesse cinco, eu SAÚDE) relata. Além MUNDIAL DE plásticas. Se tivesse o o corpo muda muito”, procedimentos LIMITE* porque 80 cm para mulheres fazia de aguardar os novos eu com cinco, entrará 90 cm para homens cirúrgicos, Marilsa nos corpo muda muito. diferentes etnias um pedido de aposentadoria (*) Pode variar em E “Estou encostada BARIÁTRICA próximos meses. DE CIRURGIA BRASILEIRA tenho mais (SOCIEDADE FONTE | SBCBM há cinco anos. Não sinto dor. O METABÓLICA) hérnia, mas ainda , COZINHEIRA já não tenho MARILSA SOARES médico disse que acrescenta. mais como trabalhar”,
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sobre as causas, uma série de reportagens Nesta primeira o ND apresenta mórbida. da obesidade A partir de hoje, doença e o tratamento e o tratamento mundiais da segunda, as consequências as estatísticas bariátrica. Na matéria, mostram-se tipo 2 por meio da cirurgia que trata os obesos Obesos da Diabetes mellitustrabalho do Programa Obesimor, (Associação dos o da Assobesimor será apresentado obesidade no catarinense, e tratamento da mórbidos no Nordeste e último dia da série, o detalhado. terceiro Joinville será Mórbidos). No nos hospitais de pré e no pós-cirúrgico
ROSANA ROSAR ia.com.br rosana@noticiasdod
diabetes, pressão Depressiva, com cardíacos Rose Maria alta e problemas Obesimor em 2008, André chegou ao tomando 12 tipos com 129 quilos e Se esforçando de medicamentos. alimentares e para mudar hábitos perdeu 21 quilos ela comportamentais, do “O doutor Dante, antes da cirurgia. me salvou me postinho do Rio Bonito, Quando comecei mandando para lá. conhecia nada. não a ir na Obesimor fosse para fazer Foi difícil, mas se eu fazia, até porque tudo de novo, hoje única opção”, sabia que era minha 76 quilos, pesa avalia. Hoje, Rose para pressão e toma quatro remédios cardiologista para aguarda o aval do os plásticas. “Todos fazer as cirurgias mas ele quer assinaram, já médicos meu e ver como está fazer um exame Eu sou aquela coração antes disso. muito medo, foi do quase, eles tinhamminha cirurgia uma briga para fazer relembra. por causa do coração”,
18 DE JUNHO DE
ser doença renal pode prevenida ou tratada
O obeso é cronicamente
adeus à depressão
ões 500 milh de obesos
EDITOR: ROSANA
2006
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421
2008
até 31/5/2012
2009
2010
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2012
nesta semana, de segundafeira até hoje, o Notícias do Dia publica a série de reportagens sobre obesidade mórbida e suas consequências.