Projeto Político Pedagógico - Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim - Serra Talhada

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SEST – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SERRA TALHADA/PE CME – CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SERRA TALHADA CRECHE MUNICIPAL ANITA FERREIRA VILARIM Educação Infantil Rua Travessa Livino Gomes, s/n – Bairro Bom Jesus CEP – 56.906 - 140 – Serra Talhada – PE.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

2015 - 2016


Devemos lembrar que a Proposta Pedagógica só será eficaz se for fruto de uma ação reflexiva e coletiva, com a compreensão do significado das mudanças provocadas pela reforma educacional (LDB, DCN`s e Parâmetros Curriculares), além de necessitar de adesão coletiva da equipe escolar, deverá também ser fiel ao atendimento da vontade coletiva de zelar pela aprendizagem dos alunos e, assim formar cidadãos competentes, sensíveis e éticos. (MELLO, 2004).


SUMÁRIO I - Introdução II - Identificação da Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim III - Missão IV - Profissionais da Creche V - Caracterização do espaço físico da Creche VI - Regime de Funcionamento VII - A Parceria Creche e Família VIII - Organização da Ação Pedagógica/Rotina IX - Organização Curricular X - Processos e Instrumentos de Avaliação XI - Projetos XII - Considerações Finais XIII - Referências


I - INTRODUÇÃO Nosso Projeto Político Pedagógica tem a finalidade de garantir a unidade filosófica-político-pedagógica, estrutural e funcional da Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim, respeitando os dispositivos constitucionais Federais e Municipais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9.394/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA nº 8.069/90, Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil – MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica – MEC/CNE, Instrução Normativa

– SEST nº 03/2014, de

07.05.2014 e Resolução CME – nº 2, de 02.01.2014. Numa perspectiva coletiva de construção do saber como processo, avaliando continuamente, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. No entanto, o Projeto Político Pedagógico da creche visa desenvolver um trabalho educativo de qualidade na perspectiva de criar estratégias de aprendizagem possibilitando à criança a aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.


II - IDENTIFICAÇÃO DA CRECHE ANITA FERREIRA VILARIM Pensar o Projeto Político Pedagógico de uma instituição é pensar a construção de sua identidade, o que implica numa análise coletiva tanto da história (a que lhe deu as características que apresenta no momento) quanto das direções intencionais que serão assumidas em função das decisões tomadas pelo PPP. (VEIGA, 1996).

A Creche Anita Ferreira Vilarim, está localizada na Travessa Livino Gomes, s/n, bairro Bom Jesus. Foi fundada no dia 12 de março de 2010 com o objetivo de atender às crianças da comunidade do bairro. É mantida pelo governo municipal, integrando-se a política social e subordinação técnica e administrativa a Secretaria de Educação de Serra Talhada – SEST. O nome foi escolhido em homenagem à senhora Anita Ferreira Vilarim de Souza, mulher guerreira, educadora, que dedicou sua vida a servir a Deus, as crianças e adolescentes. Sua ideologia era: “Defender, lutar e persistir é sempre o melhor caminho para atingirmos aquilo que queremos e acreditamos”. É com essa ideologia que a Creche Anita Ferreira Vilarim vem desempenhando seu papel de educar e cuidar, a fim de garantir o cumprimento pleno da sua função sociopolítica e pedagógica. A Creche atende crianças de 1 a 5 anos de idade, filhos de comerciário e trabalhadores autônomos. Oferece atendimento em período integral ou parcial (matutino ou vespertino), conforme a disponibilidade interna de vagas. Funciona ininterruptamente das 7h00min às 17h00min, de segunda à sexta-feira, interrompe suas atividades pedagógicas no período de férias coletivas dos professores em janeiro, mas a equipe administrativa da creche continua exercendo suas atividades. Atualmente (ano letivo/2015), a Creche vem oferecendo um total de 169 vagas à comunidade, sendo 93 no período integral (Maternal I, II e III) e 76 parcial (pré I e II), distribuídas nos seguintes agrupamentos: Maternal I: 25 crianças (1 ano), Maternal II: 26 crianças (2 anos), Maternal III “A”: 20 crianças (3 anos), Maternal III “B”: 22 crianças (3 anos), pré I (manhã): 20 crianças (4 anos), Pré I


(tarde): 21 crianças (4 anos), Pré II (manhã): 16 crianças (5 anos) e Pré II (tarde): 19 crianças (4 anos). Segundo a Instrução Normativa de Matrícula nº 08/2014 da Secretaria de Educação de Serra Talhada – SEST e Resolução nº 06 CME/SEST de 12 de maio de 2014, de acordo com a etapa e quantitativo de estudantes, ficou estabelecido que: Educação Infantil – Creche são 10 estudantes por turma e Pré-Escolar, 25 estudantes. Vale ressaltar que estamos com uma demanda maior que a oferta com um acréscimo de 53 crianças, visto que o Conselho Tutelar e o Ministério Público, com documentos legais argumentam a garantia do direito da criança à educação. Ao longo dos últimos anos a Creche Anita Ferreira Vilarim tem buscado se consolidar como espaço educativo e, com isso, fortalecer sua identidade que vai além do cuidar apenas.


III - NOSSA MISSÃO A Creche Anita Ferreira Vilarim tem como missão:  Proporcionar experiências agradáveis para beneficiar a criança na emoção do

descobrir, respeitando seus interesses e necessidades, dando especial atenção ao seu desenvolvimento físico, mental, sócio emocional, na formação de hábitos e atitudes, além de propiciar oportunidade para que compreenda e interprete o mundo em que vive, permitindo desenvolver valores éticos e educacionais, a fim de torná-las cidadãos conscientes de seus direitos, deveres e responsabilidades sociais, respeitando a pessoa humana, a liberdade e o espírito crítico. Atentos à realização integral da nossa missão, e conscientes de que a formação integral do aluno somente se dá por meio da implementação do currículo, definimos os seguintes objetivos institucionais:  Adotar métodos flexíveis e diversificados para despertar o interesse e garantir a manutenção da motivação, com uma metodologia que incita para o ser e para o fazer, além de ofertar a adaptação da criança à escola e ao meio em que vive;  Proporcionar meios para o desenvolvimento da criança e prepará-la para o exercício da cidadania, tornando-a competente, de forma a assegurar todos os conhecimentos indispensáveis a um projeto coletivo de vida;  Utilizar uma metodologia ativa e participativa, possibilitando ao aluno o desenvolvimento de sua autonomia intelectual, promovendo a utilização do raciocínio lógico nas diversas situações problemas a que está sujeito;  Possibilitar que o aluno se identifique com o meio social em que está inserido e possa avançar nos estudos; (considerar a criança no contexto das práticas, como aquela que tem necessidades próprias, que manifesta opiniões e desejos, de acordo com seu contexto social e sua história de vida. Reconhecer a criança como um ser humano em construção, em processo de humanização, pois a natureza humana é fruto de nossa história social.)  Oportunizar o aluno a apropriar-se da cultura acumulada ao longo da história para que aprendam a valorizar e inserir-se como ser social e agente transformador;  Ressaltar a importância da disciplina e da paz;


 Incentivar e valorizar o pensamento produtivo e o raciocínio lógico para o desabrochar natural da criança, percebendo-a como um ser único, e interagindo na sociedade. IV – PROFISSIONAIS DA CRECRE O grupo de profissionais da Creche Anita Ferreira Vilarim é composto por servidores técnico-administrativos e professores efetivos da carreira de Educação Básica. Além destes profissionais, a equipe pedagógica conta com Auxiliares de Desenvolvimento Infantil contratado para atuar nas turmas de maternais. Todos os educadores que trabalham na Creche desempenham as várias tarefas inerentes ao fazer pedagógico na Educação Infantil, compreendidas na relação entre o cuidar e o educar. O Regimento da Creche Anita Ferreira Vilarim explicita a postura esperada do educador da Creche. A presença do professor-auxiliar contratado é essencial para o desenvolvimento do trabalho junto às crianças uma vez que o quadro de profissionais efetivos é insuficiente. A contratação destes educadores temporários resolve os problemas mais imediatos de falta de pessoal, por outro, tem a limitação do tempo de duração dos contratos, que permite a permanência destes educadores na Creche por um tempo máximo de um ano. Todavia, o fato da instituição trabalhar com contratados, possibilita a inserção destes em processos pedagógicos específicos da Educação Infantil contribuindo para a sua formação profissional. Concordamos com Raupp (2000), que aponta que a instabilidade do quadro de pessoal é um dos elementos que dificulta a consolidação do Projeto Pedagógico da instituição. Vivemos este dilema cotidianamente. Os trabalhadores da Creche Anita Ferreira Vilarim estão organizados em quatro equipes que desempenham suas atividades de modo articulado, a saber: • Equipe administrativa: Diretor e auxiliar de secretaria. • Equipe pedagógica: Coordenador Pedagógico, professores efetivos e auxiliar de sala (contratados). • Equipe de nutrição: cozinheira e auxiliares de cozinha. • Equipe de higiene e segurança: Auxiliar de serviços gerais e porteiro (guarda municipal).


V - CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA CRECHE A Creche Anita Ferreira Vilarim conta com um amplo espaço físico e pode ser dividida em quatro áreas: • Área administrativa: conta com sala da secretaria e sala da direção/coordenação (uma única sala). • Área de apoio: são os ambientes da cozinha, a despensa, lavanderia, almoxarifado, sanitários feminino e masculino que funcionam também como vestiário, consultório de assistência social e fraldário. • Área pedagógica: é o ambiente especificamente destinado ao trabalho com as crianças. Esta área possui os seguintes ambientes: 1 berçário, 5 salas pedagógicas, brinquedoteca, refeitório das crianças e 2 banheiros para as crianças. Possui, ainda pátio com duas árvores, parquinho com: 1 escorregador, 2 balanços, 1 casinha, 1 tanque de bolas, 3 gangorras e 1 gira-gira. • Área externa: Conta com pátio de entrada/saída (difícil acesso). Podemos dizer que a circulação nas áreas administrativas e de apoio são restritas aos profissionais da Creche e, em determinados casos, o ambiente da nutrição, apenas aos profissionais desta área. A área pedagógica é utilizada livremente tanto pelos trabalhadores da creche como também pelas crianças. A área externa (entrada/saída) é utilizada pelos profissionais da creche, crianças, pais e visitantes (fiscalizada pelo porteiro principalmente no horário da entrada da criança à creche, bem como no final do expediente).


VI - REGIME DE FUNCIONAMENTO A Creche Anita Ferreira Vilarim retoma suas atividades no mês de fevereiro após o período de 30 dias de férias dos professores. Simultaneamente ao final das atividades pedagógicas acontece no período de novembro e dezembro o processo de renovação de matrículas e em janeiro matrícula para alunos novatos. A primeira semana de fevereiro é reservada para organização do espaço, planejamento e execução do projeto pedagógico de adaptação e acolhida das crianças e familiares. O atendimento diário da Creche acontece de modo ininterrupto e tem início às 7h00min e estende-se até as 17h00min, de segunda à sexta-feira. Há crianças que ficam na creche em período parcial (pré I e II) e outras que ficam em período integral (Maternal I, II e III). O atendimento é interrompido na última quinzena de julho, no período de 15 dias conforme o calendário escolar da Secretaria de Educação, período no qual acontece o recesso coletivo dos professores e auxiliares de sala da Creche. Restabelece-se as atividades pedagógicas após este período e estende-se até o mês de dezembro. Algumas atividades pedagógicas/culturais estão previstas no calendário anual: • Planejamento Pedagógico: acontece quinzenalmente. • Encontro Família/Escola: ocorre cinco vezes ao ano. • Culminância de projetos: acontece a cada 15 dias ou mensal. • Carnaval na creche: Previsto para o mês de fevereiro. • Festa da Páscoa: previsto para o mês de abril. • Dia do Brinquedo: previsto para a última sexta-feira de cada mês • Festa do Dia das mães: acontece no mês de maio. • Festa Junina: tradicional festa da Creche que se realiza em junho. • Desfile Cívico: Previsto para o dia 7 de setembro. • Oficina Pedagógica com professores: acontece uma vez a cada semestre. • Semana da Criança: comemoração especial durante uma semana no mês de outubro.


• Semana do Bebê: acontece na última semana de outubro. • Plantão Pedagógico com os Pais e ou responsáveis: acontece ao final de cada bimestre. • Festa da Natalina: acontece no final do ano. • Entrega de presentes promovido pela Prefeitura: acontece no final do ano. • Avaliação e Confraternização: atividade semestral de avaliação do trabalho realizado e confraternização interna.


VII - A PARCERIA CRECHE E FAMÍLIA “A creche é um dos contextos de desenvolvimento da criança. Além de prestar cuidados físicos, ela cria condições para o desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. O importante é que a creche seja pensada não como instituição substituta da família, mas como ambiente de socialização diferente do familiar. Nela se dá o cuidado e a educação de crianças que aí vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si mesmas, constituindo-se como Sujeitos” (OLIVEIRA, 1992).

Sendo assim, um dos papéis da instituição é criar meios e possibilidades de participação efetiva da família, transmitindo segurança e credibilidade sobre a proposta

trabalhada,

sanando

as

curiosidades

e

dúvidas

apresentadas;

compartilhando os sucessos e as dificuldades que o trabalho apresenta, fazendo desta parceria uma colaboração mútua em que a família também possa interagir e intervir neste processo. É compreendendo esses elementos que norteiam a relação família-criança-sociedade que a instituição tem a oportunidade de dialogar com a família a proposta educacional. Para isso, faz-se necessária a articulação de meios que proporcionem a contribuição mútua da família e da creche para o desenvolvimento do educando, objetivando pensar formas de complementarem-se como instâncias de vivências da infância. Nessas condições, o momento de ambientação é considerado de extrema importância na relação família-creche. É justo, nesse contexto, que as famílias ingressantes na creche tenham, por meio de reuniões de pais, a primeira oportunidade formal de expor suas expectativas em relação a este espaço ao mesmo tempo em que tomam conhecimento da proposta pedagógica que fundamenta as práticas aqui realizadas. Além da fase de ambientação, são oferecidas outras situações que visam o envolvimento e participação da família na proposta pedagógica da Creche: • Conselho de Creche - é o momento em que os educadores socializam com a família as observações realizadas em relação às crianças no decorrer do semestre. Entendemos que a participação dos pais e outros familiares nos conselhos serve para agregar experiências e saberes e para aproximar os contextos de desenvolvimentos das crianças.


• Atividades de confraternização – são atividades previstas no calendário anual, tais como festa da família, família na Creche, festa junina e confraternização de final de ano; • Oficinas com os pais – oportunidade dos familiares vivenciarem as atividades oferecidas na Creche com o objetivo de socialização e aproximação dos pais das atividades aí desenvolvidas. • Reuniões coletivas e individuais com a família - são discutidos temas como calendário, rotina/jornada, gestão, projetos, etc. Entendemos que os pais precisam conhecer e discutir os objetivos da proposta pedagógica e os meios organizados para atingi-los, além de trocar opiniões sobre como o cotidiano familiar se liga a esse plano. • Diálogos – momentos de troca de informações que podem ocorrer na chegada e/ou saída das crianças na Instituição. Há abertura para a participação da família em todos os processos constitutivos da proposta pedagógica, caracterizada pela constante disponibilidade para o diálogo por parte dos profissionais da Creche. Assim, é por meio desses momentos Projeto Político Pedagógico – Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim visa contribuir para que família e educadores se percebam como aliados na educação e cuidado das crianças. É, portanto, essa parceria que vai possibilitar o salto qualitativo na relação família-creche, o que, consequentemente, tem influência direta no processo de educação da própria criança. A interação Família-Creche teve mais ênfase no 2º semestre do ano letivo de 2015 com o início do Projeto Municipal: Eu, você, todos pela Educação, cujo o objetivo geral é mobilizar a escola, a família, a comunidade e toda a sociedade serra-talhadense num processo de corresponsabilização para acompanhar de perto a Educação a ajudar as crianças e adolescentes a aprenderem mais e por toda a vida.


VIII - ORGANIZAÇÃO DA AÇÃO PEDAGÓGICA/ROTINA “Segundo a concepção de educação em que se acredite, a

rotina

autonomia

poderá ou

de

ser

instrumento

heteronomia,

de

libertação,

dependência.

Mas

sempre será constitutiva e mantenedora do processo educativo. ” (FREIRE, 1998)

Na Educação Infantil utilizamos o termo “rotina” para designar a organização do tempo. Rosa Batista (2001) em sua pesquisa “A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido”, objetivou identificar elementos que pudessem contribuir para elucidar a lógica organizacional da rotina da creche a partir das ações e reações das crianças frente ao que lhes é proposto pelo adulto no espaço educacional. A pesquisa foi feita com registro em vídeo, pois assim foi possível filmar a dinâmica vivida por um determinado grupo de crianças e adultos, no dia-adia da creche. A autora concluiu que entre o que era proposto pelos adultos e o que as crianças realizavam havia um desencontro, porque nessa instituição a rotina era criada para suprir as necessidades do adulto, sem flexibilidade entre um horário e outro. Os adultos dessa instituição viviam o dilema entre respeitar e partilhar a individualidade da criança ou seguir a rotina estabelecida, seguindo uma tendência de homogeneidade e rigidez. Quando pensamos na palavra “rotina” logo nos vem à mente sensações de tédio, porém na Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim tentamos seguir os horários da rotina como um curso natural do dia. A rotina deve ser flexível no sentido de atender às necessidades das crianças. No entanto, a rotina na educação infantil não pode ser maçante ou tediosa. Devemos compreender a rotina como uma sequência de atividades, com um determinado ritmo. Assim, a rotina propicia às crianças e aos adultos envolvidos localizarem-se no tempo, no espaço e nas atividades desenvolvidas na Creche. A rotina deve oferecer referência, segurança e organização, sem se contrapor ao pulsar, aos movimentos e ao prazer.


IX - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR Atualmente a instituição organiza suas atividades pedagógicas sob a forma de projetos que são desenvolvidos quinzenalmente, mensalmente, semestralmente e/ou anualmente, tendo como eixo norteador uma temática escolhida coletivamente pela equipe pedagógica/administrativa da creche e pela equipe técnica da Secretaria de Educação. Tal temática busca considerar tanto as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento da criança da faixa etária atendida pela Creche quanto seus interesses pautando-se no tripé brincar/cuidar/educar. Dessa forma, por meio dos projetos de área e dos planos de ação dos agrupamentos, a temática escolhida é organizada e implementada no cotidiano pedagógico da Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim por meio de atividades oferecidas pelas cinco áreas de experiência assumidas na organização curricular da instituição: artes, brinquedos e brincadeiras, música, linguagem e passeio. O cotidiano pedagógico conta com três propostas de atividades assim organizadas: • Atividade de acolhida: geralmente acontece no início de cada turno que pode ou não introduzir a atividade de área planejada pela equipe responsável; • Atividade por área de experiência: cada área oferece uma atividade por semana que acontece, aproximadamente, no meio do turno de atendimento (manhã 09h30min e tarde 15h30min). Estas atividades recreativas são planejadas e desenvolvidas pelos professores e cuidadores responsáveis pela área e busca envolver as crianças dos cinco agrupamentos da Creche (Maternal I, II e II e Pré I e II) • Atividade do plano de ação dos grupos: específica de cada agrupamento que pode contar ou não com a participação de crianças de outros grupos. Estas atividades estão relacionadas ao projeto mensal ou comemorações festivas orientadas e observadas pelos educadores de cada grupo.


X - PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Na Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim a concepção sobre os processos e os instrumentos avaliativos da Educação Infantil não são concebidos de forma dissociada de outros elementos, como os conceitos de infância, educação infantil, aprendizagem e desenvolvimento, além dos fins e objetivos que constam na proposta pedagógica. Neste contexto a avaliação está presente nos diferentes momentos vivenciados no espaço de Educação Infantil, que atua como dinâmica que acompanha e influencia qualitativamente a construção do conhecimento pela criança. Esta forma de conceber a avaliação centra-se nos processos e não na individuação de cada criança, evidenciando as concepções e fundamentações da proposta, destinando-se principalmente à reorientação do fazer pedagógico. A prática pedagógica nesta instituição organiza-se numa lógica que valoriza tanto as necessidades da criança, observando seus passos, avanços e dificuldades, como os processos e as interações vivenciadas no cotidiano da Educação Infantil. Neste sentido, concorda-se com a perspectiva de avaliação na Educação Infantil que sirva como ferramenta para o arranjo de boas condições para o desenvolvimento infantil, conforme destaca Oliveira (2002). A autora diz ainda que avaliar promove o redimensionamento do contexto educacional, ou seja, repensa o preparo dos profissionais, suas condições de trabalho, os recursos disponíveis e as diretrizes defendidas. Envolve, também, conhecer os diversos contextos de desenvolvimento de cada criança, que pontua uma história coletivamente vivida, aponta possibilidades de ação educativa e avalia as práticas existentes. Sobre esta perspectiva, pensar a avaliação implica repensar o papel social da Creche e do profissional da educação, levando em consideração alguns princípios que norteiam a prática pedagógica desenvolvida nesta instituição de Educação Infantil, tais como: • Valorização dos processos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças; • Valorização das experiências culturais das crianças; • Valorização da conquista da autonomia e da liberdade de expressão;


• Valorização da inclusão e do diálogo; • Valorização do trabalho coletivo; • Valorização da organização do tempo e do espaço pedagógicos (rotina); • Valorização do educador como mediador no processo de aprendizagem. Dessa forma, no entendimento da avaliação como ato que traz o caráter da coletividade e de reconhecimento do contexto e dos vários atores que estão envolvidos na Educação Infantil, busca-se conceber a avaliação em seu sentido social, envolvendo conceitos, valores e procedimentos que perpassam todo o projeto pedagógico. Sobre como avaliar as vivências e aprendizagens construídas com as crianças na Creche são utilizados instrumentos e processos, tais como: • Relatos semanais: consiste em registrar a observação semanal da dinâmica interativa entre as crianças do agrupamento e da Creche, em que se busca registrar frequentemente suas vivências pela necessidade de pensar e, portanto, avaliar as condições nas quais ocorrem determinadas interações. • Conselho de Creche: produção de relatórios descritivos, bimestral contemplando aspectos individuais e do grupo sobre os processos de aprendizagem e de desenvolvimento das crianças • Socialização do Conselho de Creche com a Família: reunião bimestral nas quais os educadores socializam e discutem com a família as observações sistematizadas no relatório do Conselho de Creche. Estes momentos podem ser organizados de modo coletivo ou individualmente com cada família; • Produções das Crianças: valorização dos registros e produções das crianças, com o intuito de socializar com a família e com a comunidade o material produzido pelas próprias crianças de modo que expressam os diversos momentos e atividades vivenciadas no grupo; • Avaliação da Instituição feita pelas Famílias e Profissionais da Creche: realizada de acordo com a necessidade institucional e familiar; • Avaliação realizada pelas Crianças: consiste na participação das crianças de alguns agrupamentos, as quais são convidadas a refletirem e expressarem suas impressões sobre as atividades realizadas e suas ações no grupo.


• Avaliação do trabalho realizado pelos educadores e a auto avaliação: Esta avaliação se realiza no final de cada bimestre, na qual os educadores reavaliam suas práticas. Estes processos e instrumentos avaliativos são justificados dentro deste espaço educacional que valoriza as interações pedagógicas adulto/criança, criança/criança e criança/ambiente. Nessa perspectiva, a intencionalidade assume um caráter de premeditação – planejamento prévio, acompanhamento e avaliação. Partindo desse pressuposto, o Encontro Família/Creche é um dos principais instrumentos de avaliação realizado na Creche Municipal Anita, previsto no calendário interno para acontecer quatro vezes ao ano. Antecipadamente, os educadores sistematizam a avaliação do processo educativo desta instituição e se reúnem para construir a ficha avaliativa de cada criança, baseando-se em seus processos individuais e coletivos de aprendizagem e desenvolvimento em situações de trocas e interações para socializar com a família que terão oportunidade de dialogar e opinar sobre os resultados avaliativos. A compreensão dos sentidos e dos significados sociais envolvidos nos processos de avaliação faz com que o coletivo de educadores da Creche se debruce na construção de instrumentos avaliativos com objetivo de integrá-los aos fins e propósitos da Educação Infantil. Enfim, avaliar envolve compreender a criança, o educador, a realidade e as relações que se estabelecem. Isso se faz possível pela consciência por parte dos educadores

da

dialeticidade

educador/meio/criança.

desse

processo

e

dessa

relação


XI - PROJETOS ● Projeto meio ambiente ● Projeto higienização do corpo ● Projeto saúde e nutrição ● Projeto de reciclagem ● Projeto Eu, Você Todos Pela Educação/ 5 Atitudes Pela Educação. ● Projeto de leitura ● Projeto comunidade ativa (Família na Escola, plantão pedagógico). Os mesmos estão contemplados no planejamento anual e promovem um espaço de discussão entre os adultos que favorece a unidade institucional. Os projetos foram criados ao longo das discussões em torno dos projetos pedagógicos e tem como objetivo criar oportunidades que explore e fomente uma relação de parceria e interação entre a família e a creche. Portanto, é fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir. Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor. O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade. Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a creche podem oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos.


Como sugestões seguem abaixo alguns deles: Família • Selecionar a creche baseado em critérios que lhe garanta a confiança da forma como a creche procede diante de situações importantes; • Dialogar com o filho o conteúdo que está vivenciando na creche; • Cumprir as regras estabelecidas pela creche de forma consciente e espontânea; • Deixar o filho a resolver por si só determinado problemas que venham a surgir no ambiente da creche, em especial na questão de socialização; • Valorizar o contato com a escola, principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.

Creche • Cumprir a proposta pedagógica apresentada para os pais, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia; • Propiciar a criança liberdade para manifestar-se na comunidade escolar, de forma que seja considerado como elemento principal do processo educativo; • Receber os pais com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho da criança e principalmente exercendo o papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda; • Abrir as portas da creche para os pais, fazendo com que eles se sintam à vontade para participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a creche oferecer, aproximando o contato entre família-creche;


• É de extrema importância que a creche mantenha professores e recursos atualizados, propiciando uma boa administração de forma que ofereça um ensino de qualidade para suas crianças. A parceria da família com a creche sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam serem grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano.


XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS Faz-se necessário lembrar que o processo de sistematização de um PPP bem como sua avaliação anual, traz como princípio a construção e debate coletivos de todas as suas etapas envolvendo o maior número possível de participantes. Nesse sentido é preciso que reconheçamos o esforço da equipe administrativa e pedagógica da Creche Municipal Anita Ferreira Vilarim em pensar, discutir e, por conseguinte reavaliar o documento em sua íntegra. Bem como garantir a maior autenticidade e coerência possível entre a realidade e sua síntese atual, parcialmente, apresentada sob a forma do Projeto Político Pedagógico da Creche/2015.


XIII – REFERÊNCIAS BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 1998. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394 de dezembro de 1996. Brasília: Câmara dos Deputados, 1996. BRASIL. Plano Nacional de Educação, 2001. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Vols. 1, 2 e 3. Brasília: MDE/SEF, 1998. BRASIL/

MEC/SEF/DPE/CEDI.

Propostas

pedagógicas

e

currículo

em

educação infantil: um diagnóstico e a construção de uma metodologia de análise. Brasília, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, São Paulo: Paz e Terra, 1998. Lei Federal - Nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Federal Nº 12.796 de 04 de abril de 2013 – Dispõe sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Lei Nº 8069 de 13 de julho de 1990 - institui o Estatuto da Criança e do Adolescente. Parecer CEB Nº 22, de 17 de dezembro de 1998. Diretrizes Curriculares da educação Infantil. OLIVEIRA, Zilma de Moraes. Creches: crianças, faz de conta & Cia. Petrópolis Rj; Vozes, 1992 OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. Cortez. São Paulo: 2002. RAUPP. Marilena Dandolini. A Educação Infantil nas Universidades Federais: questões, dilemas e perspectivas, 2002. Dissertação em Educação – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.


VEIGA, Ilma P. A. (org). Projeto Político-Pedagógico: uma construção possível. Campinas, SP. Papirus, 1996. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000. www.cefetes.br/gwadocpub/Pos.../anped2001/.../t0790391564557.PDF


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