DIRECTOR: António Sousa Pereira N.º 97, Março de 2009
Francisco Jesus, presidente da Junta de Freguesia do Castelo
“A vertente essencial para o desenvolvimento económico da freguesia passa pelo turismo”
Freguesia do Castelo – Sesimbra Requalificação do Cabo Espichel
Um “santuário que quando foi construído era tão ou mais importante que Fátima”
Perfil Março 2009 [2]
Francisco Jesus, presidente da Junta de Freguesia do Castelo
“A vertente essencial para o desenvolvimento económico da freguesia passa pelo turismo” “Demos um grande passo e por isso faço um balanço extremamente positivo” No seu primeiro mandato à frente da Junta de Freguesia do Castelo, do concelho de Sesimbra, Francisco Jesus faz “um balanço extremamente positivo”, entendendo que “há um maior contacto, proximidade, reconhecimento e informação à população daquilo que é feito na junta e do que se pode fazer.” E para o futuro da freguesia, que mantém características rurais, considera que a produção de produtos regionais, aliada ao extenso património edificado e natural são elementos importantes para potenciar o turismo, “a vertente essencial para o desenvolvimento da freguesia.” Quanto a necessidades, fala nas questões de saneamento e da requalificação da rede viária, cujas intervenções estão a decorrer na freguesia. E chama a atenção para a necessidade de serem descentralizadas as competências na área da requalificação do espaço público, para uma intervenção mais célere. Em ano de eleições autárquicas, adianta: “penso que estão reunidas as condições, da minha parte e da parte do colectivo, para que volte a ser cabeça de lista para a freguesia do Castelo, o que me agradaria.” Quais sãos as principais características que distinguem Castelo, a maior freguesia do concelho de Sesimbra, em termos de território? “As três freguesias do concelho de Sesimbra têm particularidades muito próprias. A freguesia do Castelo é aquela que mantém uma característica mais rural, pelo facto de abranger no seu território planos de reordenamento, quer da Rede Natura ou da Rede Ecológica e o Parque Natural da Arrábida. O que implica que a exploração desses solos tenha de ter esta característica rural, seja na exploração florestal, seja depois em termos de exploração agrícola e alguns focos de actividade pecuária. É uma freguesia que está em expansão. Tem actualmente duas zonas distintas, uma malha mais urbana na zona de nascente, em Cotovia, Quintinha, Charneca da Cotovia, Sampaio e Santana, que tem vindo a ter uma maior densidade populacional, sobretudo pela fixação de pessoas de outros concelhos. E tem uma zona mais rural, a poente, Azóia, Alfarim, Zambujal e Aldeia do Meco. Tem esta especificidade de uma freguesia que não tem uma centralidade urbana e daí essa característica de se chamar Castelo, não tendo o nome de nenhuma das localidades, que são tantas e todas elas com uma grande densidade populacional.” E voltou a ter a classificação de rural, reunindo as condições para se poder candidatar ao PRODER… “Com algum trabalho, quer da Junta de Freguesia e sobretudo da Câmara Municipal de Sesimbra, através da ADREPES, e atendendo ao reconhecimento de que mais de 50 por cento de área da freguesia está em zona protegida, conseguiu-se “provar” que de facto a freguesia do Castelo reunia essas condições para se poder candidatar a esses fundos comunitários. O que foi muito importante, pois possibilita
não só às autarquias, mas sobretudo às empresas privadas poderem candidatar-se a essas verbas.” A ruralidade passa pela manutenção de determinadas actividades económicas ligadas aos solos, como a produção da maçã camoesa da Azóia… “Sim, por um lado, porque os solos permitem este tipo de actividades, mas também pelo facto de na freguesia e até no concelho não existir nenhuma característica industrial. O que faz com que algumas pessoas mantenham essas actividades, umas porque vêem esses produtos numa perspectiva de comercialização local, da própria identidade da freguesia, outras porque mantiveram desde sempre essa actividade. Mas a freguesia tem vindo a crescer e consideramos que a vertente essencial para o seu desenvolvimento económico passa pelo turismo. E esses produtos regionais, aliados ao turismo, podem servir para potenciar a própria identidade local e o desenvolvimento dessas actividades.” Para o turismo é importante também a diversidade de património edificado e natural, que é outra característica da freguesia. “Localmente há a percepção, sobretudo dos agentes locais, de que a freguesia do Castelo é aquela que a curto, médio prazo pode reunir as melhores condições para poder aproveitar aquilo que melhor tem. Quer o património edificado, sobretudo com dois elementos de especial importância: o Castelo de Sesimbra e o Cabo Espichel. Mas sobretudo o património natural, que passa pelas praias, algumas ainda selvagens, pelas pegadas dos dinossauros. E entendemos que essas características devem ser um pólo motivador de algum turismo com qualidade. Na freguesia do Castelo faltam é alojamentos. No entanto, julgamos que o Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra, aprovado há cerca de ano e meio, aliado a outros empreendimentos turísticos previstos, em termos de PDM, poderão potenciar a fixação de turismo na freguesia. Um turismo assente na perspectiva do património natural e edificado e no turismo de natureza.”
Há poucos dias receberam a notícia da aprovação da candidatura para a requalificação da junta. O que vai ser feito? “Foi entregue a candidatura em finais de Novembro de 2008 e foi rapidamente aprovada. O nosso objectivo é requalificar o espaço da própria Junta, dotá-lo de melhores condições para os trabalhadores e que possa ser rentabilizado com outras áreas. Para além da requalificação integral, que incluiu pavimento e revestimento, vai ser criada uma nova zona de atendimento, mais ampla. Na zona da secretaria, vamos criar também uma copa, uma
vez que a junta está aberta no período de almoço. Vamos aproveitar grande parte da área para arquivo, que está a ser utilizado no armazém do Espaço Zambujal e vai ser criada uma nova sala de reuniões, um auditório e sala de formação para cerca de 30 pessoas. As acessibilidades também vão ser melhoradas.” Relativamente ao processo de delegação de competências, a freguesia do Castelo tem as competências das escolas e toponímia. Considera suficiente? “Considero que é insuficiente. Mas nunca houve a prática no concelho de
Perfil Março 2009 [3] “O problema que temos na freguesia do Castelo, e que seria desejável de resolver para a qualidade de vida das pessoas, é a questão de saneamento e também a questão da requalificação da rede viária. Depois, a questão do emprego, que pode ser preocupante se não avançarem os projectos que estão previstos, ao nível do desenvolvimento do turismo no concelho e na freguesia. E outra carência será pelo facto de a área geográfica ser extensa e de, por vezes, não se dar resposta àquelas pequenas intervenções que dizem muito às pessoas, sobretudo no espaço público.” No passado dia 1 de Março arrancou o projecto Oficina Domiciliária. Porquê o surgimento desta iniciativa? “Pode parecer um contra-senso, até porque este ano temos o pior orçamento desde que sou presidente da Junta do Castelo e isso reflecte-se pelos cortes quer na lei das finanças locais, quer no incumprimento da Lei n.º11/96 (ausência de dotação orçamental para o pagamento do salário dos presidentes de Junta em regime de tempo inteiro ou meio tempo). Tivemos um corte na casa dos 10 por cento no orçamento. Mas independentemente disso, decidimos implementar este projecto, que não é um projecto inovador, já é conhecido em muitas freguesias e autarquias e já há algum tempo que tínhamos pensado em implementá-lo. Entendemos que chegou a altura certa, pela aquisição de um segundo veículo e pela contratualização, em regime de avença, de um tarefeiro. Assim, fazemos pequenas reparações, dirigidas a uma população com mais dificuldades. Desde torneiras, fechaSesimbra de haver uma efectiva delegação de competências da autarquia para as juntas. Quando entrei para a Junta, em finais de 2005, uma das principais preocupações tinha a ver com o facto de a área geográfica da freguesia ser muito extensa, o que faz com que as pequenas intervenções no espaço público não sejam efectuadas com a celeridade que seria desejável. Enviámos para a câmara, em finais de 2007, um projecto com delegação de competências com vista à descentralização de competências sobretudo na área da requalificação do espaço público mas infelizmente não foi concretizada, porque acabou por levantar um conjunto de problemas e celeumas político ou partidários. Dizia-se que a câmara estaria a beneficiar a freguesia do Castelo.” A Junta de Freguesia do Castelo sente que tem condições para receber essas competências? “Teremos sempre condições para dar resposta, se as transferências das competências também vierem materializadas com os meios financeiros para as executar. Não tenho dúvida de que uma equipa a intervir nos espaços públicos com uma resposta mais célere, iria ser mais vantajoso para a população e certamente que a autarquia ficaria a ganhar, porque teria um menor conjunto de reclamações.” É uma questão que a Junta do Cas-
clusivamente sou Técnico Superior da Câmara Municipal de Sesimbra. Também fiz parte do movimento associativo, estive ligado à rádio durante algum tempo e conhecia o funcionamento da freguesia do Castelo. E tem sido uma experiência positiva, de poder fazer alguma coisa que não se fazia. Não quer dizer que o que façamos tenha sido ‘o bem feito’. Mas, hoje em dia, penso que há um maior contacto, proximidade, reconhecimento e informação à população daquilo que é feito na junta e do que se pode fazer. E obviamente que isso me deixa satisfeito. Acho que mais positivo do que o que fizemos em quatro anos vai ser difícil de repetir, também pelo volume de trabalho que fizemos, com um orçamento reduzido. A requalificação e dinamização do Espaço Zambujal, uma obra prevista há largos anos; a própria requalificação da junta, que tinha sido estudada há dezasseis anos; o relacionamento com as colectividades e as parcerias em projectos; a aquisição de uma carrinha de nove lugares, que era um sonho da junta há quase vinte anos; os abrigos de passageiros, que desde 93 não eram requalificados; o novo Boletim Informativo; a criação da página na Internet, fomos a primeira a ter no concelho e agora estamos a remodelá-la e será inaugurada no final de Abril. Demos um grande passo e por isso faço um balanço extremamente positivo.” Em ano de eleições, está disponível para assumir novamente este cargo, ou tem outros projectos em mente? “Não, não tenho. Já ouvi algumas pessoas colocarem essa questão, sem que nunca a tenham ouvido da minha boca. A minha opinião é que deveria
telo pretende continuar a insistir? “Hoje, passados dois anos, já podemos dizer que da parte das outras juntas de freguesia acabaram por ‘dar a mão à palmatória’, que de facto é necessário haver uma descentralização e não só nestas áreas. E já se nota essa abertura de haver mais descentralização nas mais diferentes áreas, não só por uma questão de proximidade, mas também para garantir que exista verbas para o funcionamento das próprias juntas, devido à quebra das receitas do Orçamento de Estado. E estou convencido de que, independentemente de quem estiver na câmara ou nas juntas de freguesia no próximo mandato, a descentralização efectiva da câmara para as juntas será uma realidade.” E a respeito das descentralizações que a Junta do Castelo tem, o que foi feito em 2008? “Nas escolas, para além das obras de recuperação, fizemos a substituição das janelas de madeira por alumínio nas escolas da Aldeia do Meco e Zambujal. Pintámos a Escola Básica do 1.º ciclo com Jardim-de-infância de Alfarim, substituímos o pavimento nas escolas de Zambujal e Meco e foi feita a pintura interior da de Almoinha. Em termos de placas toponímias, em 2008 colocámos cerca de 300, o que dá uma média de quase uma por dia.” E quais são as necessidades mais prementes para a população?
duras, à substituição de lâmpadas. Nesta primeira fase, as pessoas que solicitem esse apoio terão de pagar os materiais mas deixámos em aberto a possibilidade de, caso existir uma pessoa com muitas dificuldades, vermos se é possível oferecer esse material.” Qual é o balanço que faz do seu primeiro mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia do Castelo? “Nunca tinha estado num órgão da administração local, como eleito ou como membro de qualquer executivo, embora conheça minimamente o funcionamento das autarquias locais, in-
encabeçar a lista à freguesia do Castelo nas próximas eleições. Essa foi a minha proposta, independentemente de me disponibilizar para qualquer cargo que o partido entenda que devia ocupar. Embora não possamos dizer quem são os candidatos, penso que estão reunidas as condições, da minha parte e da parte do colectivo, para que volte a ser cabeça de lista para a freguesia do Castelo, o que me agradaria.” Andreia Catarina Lopes
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Visita à freguesia do Castelo, em Sesimbra
Campo e praia a paredes-meias com um vasto património histórico No âmbito do projecto “FREGUESIA À LUPA”, o jornal “Rostos” esteve em visita pela freguesia do Castelo, a maior das três freguesias do concelho de Sesimbra. Espaço Zambujal, colectividades, escolas e campos desportivos foram alguns dos pontos de passagem por uma freguesia “ocupada” pelas obras de saneamento básico. E por entre Zambujal, Azóia, Aldeia do Meco, Alfarim, Aiana de Cima, Sampaio e outros tais caminhos, foi-se conhecendo uma terra onde se fala da “Maçã Camoesa”, do queijo de Sesimbra e do pão rural. Onde se pode tocar a história no Castelo de Sesimbra ou revivê-la nas Jornadas Medievais. Pode-se escutar as melodias do que foi um dia a Casa da Ópera do Cabo Espichel. E por entre pegadas de dinossauros, a harmonia do verde do campo e
o azul das praias, descobrir elementos da cultura e da vida de uma localidade em que se sente a cadência do Parque Natural da Arrábida. O presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Francisco Jesus, e o vereador da Administração da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), José Polido, foram os anfitriões de uma visita pela maior freguesia de Sesimbra, que se estende por cerca de 178 quilómetros quadrados. Com cerca de 15 mil
habitantes, Francisco Jesus refere que Castelo é uma “freguesia jovem”, na qual a maior parte da população tem entre os 18 e 45 anos. Pela freguesia, o elemento verde é uma constante, oferecendo uma vista privilegiada para o Parque Natural da Arrábida. A quietude e os sons da natureza são por isso a linguagem que mais se ouve em algumas localidades. O dinamismo do Espaço Zambujal No Zambujal, a “aldeia” que o presidente da Junta do Castelo diz ser a mais populosa, contando com mais de dois mil habitantes, visitou-se o Espaço Zambujal, que assinala o seu segundo aniversário em Abril. Um local de cultura, da Junta de Freguesia do Castelo, que era uma biblioteca, com uma média de um leitor por dia, e que hoje, aproveitado o espólio bibliográfico mais relevante, se converteu num espaço”dinâmico” com duas salas. Tem uma biblioteca com dois postos de acesso à Internet e uma sala polivalente para eventos diversificados, quer musicais, teatrais ou workshops, que serve de “ATL” nas férias do Verão e Natal e que é simultaneamente
Director António Sousa Pereira
Nobre (Setúbal), Ana Videira (Seixal).
Colunistas Redacção Andreia Catarina Lopes, Claudio Manuela Fonseca, Ricardo Delicado, Maria do Carmo Torres Cardoso, Nuno Banza, António Gama (Kira); Carlos Alberto Correia, Pedro Estadão, Nuno Colaboradores Permanentes Ângela Tavares Belo, Sara Mou- Cavaco, Rui Monteiro Leite e saco Curado, Luís Alcantara, Rui Paulo Calhau
Departamento Relações Públicas Rita Sales Sousa Pereira Departamento Gráfico Alexandra Antunes Departamento Informático Miguel Pereira Contabilidade Olga Silva
Editor e Propriedade António de Jesus Sousa Pereira Redacção e Publicidade Rua Miguel Bombarda, 74 Loja 24 - C. Comercial Bombarda 2830 - 355 Barreiro Tel.: 21 206 67 58/21 206 67 79 Fax: 21 206 67 78 E - Mail: jornal@rostos.pt www.rostos.pt
a sede da Assembleia da Freguesia do Castelo. O Centro Cultural Raio de Luz é outro espaço cultural da freguesia que foi inaugurado em Novembro de 2008. A “Maçã Camoesa”, o queijo de Sesimbra e o pão rural Na Azóia falou-se de outro elemento cultural da freguesia, a “Maçã Camoesa”, também conhecida por “Férrea”, pelo seu alto teor em ferro. Ao que José Polido realçou o facto de a produção da maçã se concentrar essencialmente na zona da Azóia, devido a algumas características naturais dessa localidade que privilegiam o desenvolvimento dessa fruta. “Por ser uma zona soalheira, quente e resguardada”, referia José Polido, enquanto, à volta, o verde da Arrábida irrompia e as ovelhas a pastar recordavam o famoso queijo de Sesimbra. E numa conversa sobre gastronomia também se falou do pão caseiro, feito sobretudo em zonas mais rurais, e das Broas de Alfarim e da farinha torrada. Numa localidade onde os pratos tradicionais estão muito ligados ao mar e onde muito se fala do arroz de polvo, da açorda de marisco ou do ensopado de lulas.
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verde marcante conta com um campo de voleibol de praia. No âmbito escolar, o presidente da Junta referiu ainda que está prevista a construção de duas escolas do ensino básico, uma em Santana e outra no Zambujal, que apesar de ter sido recusada em QREN, a autarquia prepara-se para apresentar uma recandidatura. Núcleo Museológico na Moagem de Sampaio Em Sampaio, o presidente da Junta chamou a atenção para o facto de estar prevista a construção, ainda este ano, do novo Tribunal de Sesimbra, resultante de um protocolo entre a Câmara Municipal de Sesimbra e o Instituto de Gestão Financeira e Infra-
“Orgulho por ter no concelho estas condições para a prática desportiva” Com mais de uma dezena de colectividades que têm ao dispor da população diferentes actividades desportivas, como o futebol, o ténis ou o atletismo, a freguesia do Castelo possui quatro Parques Desportivos, um deles municipal, na localidade da Maçã, que é utilizado pelas escolas durante o dia e pelas colectividades à noite. Ao que o vereador José Polido, responsável também pelo pelouro do Desporto, diz resultar da aposta do concelho na actividade desportiva, através de infraestruturas e formação, o que se insere no Plano de Desenvolvimento Desportivo da autarquia e que inclui o apoio às colectividades, como a que resultou no arrelvamento do campo do Parque Desportivo da ACRUTZ, no Zambujal, financiado pela autarquia e que contou com o apoio da Junta do Castelo. Ainda sobre desporto, o presidente da Junta expressou: “orgulho por ter no concelho estas condições para a prática desportiva.” O maior equipamento público para a prática do ténis no concelho de Sesimbra Na Maçã falou-se da construção do que será o maior equipamento público para a prática do ténis no concelho de
Sesimbra, o Centro de Ténis da Maçã. Este espaço terá três courts sintéticos, um deles com dimensões oficiais, o que possibilita receber provas dos campeonatos nacionais e está previsto de abrir em Maio. Quanto à gestão da utilização do espaço caberá ao Clube Escola de Ténis de Sesimbra. Ainda na Maçã, de passagem pelo Complexo Desportivo Municipal, o vereador José Polido lembrou que está prevista uma intervenção de requalificação do espaço que contempla a instalação de relvado sintético no campo de futebol de 11, a vedação do recinto de jogo e a sua iluminação, assim como a colocação de sistema de rega de recuperação de água. Uma intervenção com um investimento na ordem dos 316 mil euros, numa primeira fase, e que a autarquia pretende expandir a uma segunda fase para remodelar os balneários e construir uma bilheteira, assim como proceder à inclusão de um corredor de quatro pistas para a prática de atletismo e de outro para saltos. Equipamentos escolares – Castelo vai ter mais duas escolas de ensino básico Quanto a equipamentos escolares a freguesia conta com três jardins-deinfância da rede pública, 12 escolas do 1.º ciclo do ensino básico, a Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos de Santana e a Escola Secundária de Sampaio, a única das freguesias de Castelo e Santiago e que para além do elemento
estruturas da Justiça. E referiu ainda que, nesse local, a chamada Moagem de Sampaio, será convertida num Núcleo Museológico. Depois de muitos locais visitados, a visita terminou junto ao Castelo de Sesimbra, um dos elementos do património histórico da freguesia que conta ainda com o Cabo Espichel, Igreja Matriz, Forte de S. Teodósio, pegadas de dinossauro, palácios de Sampaio e Calhariz e solar da Quintinha. E assim se foi revelando uma freguesia, pela sua história talhada no seu património histórico, pela gastronomia, pelas suas gentes e pelas intervenções no terreno e projectos futuros. Andreia Catarina Lopes
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Obras de Saneamento na freguesia do Castelo – Sesimbra
“Uma das principais prioridades para a população da freguesia” Caixas, Alfarim, Zambujal, Meco, Azóia, Pinhal de Cima e Sampaio são algumas das localidades da freguesia do Castelo, em Sesimbra, onde decorrem as obras de saneamento básico. O presidente da junta, Francisco Jesus, diz tratarse “de uma das principais prioridades para a população”, uma vez que cerca de 50 por cento não tem saneamento básico. A conclusão da rede de saneamento “em baixa” da freguesia do Castelo, a cargo da Câmara Municipal de Sesimbra, está estimada para 2013. Para além da construção de colectores domésticos e pluviais, a intervenção passa pela requalificação das áreas e permite ligar as habitações aos interceptores da empresa SIMARSUL, que encaminharão as águas residuais para a nova ETAR Lagoa/Meco. nas de saneamento, o vereador José Polido adiantou que na Aldeia do Meco, a Praia do Moinho de Baixo, mais conhecida por Praia das Artes, pela prática da Arte Xávega, uma das mais antigas formas de pesca, vai ser objecto de uma intervenção de requalificação no valor de um 1,800 milhões de euros, aprovado em QREN. A requalificação do espaço inclui o arranjo do parque de estacionamento, a construção de uma zona pedonal, ciclovia, o alargamento da estrada e a colocação de casas de banho. ETAR de Lagoa/Meco prevista de estar concluída no início de 2010
As intervenções de saneamento básico na freguesia do Castelo estão a cargo da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), o que o presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Francisco Jesus, diz ser “uma das prioridades para a população”. Uma vez que cerca de 50 por cento da população não tem saneamento básico, premência que reforça o vereador da Administração e Finanças, Actividades Económicas e Desporto da CMS, José Polido: “é uma intervenção que já tem o nome consigo: básico”. Para a satisfação dessa necessidade,
estão a ser construídos “milhares de colectores”, numa intervenção que contempla também a requalificação da área urbana e que representa um investimento na ordem dos 13 milhões de euros, estando prevista de estar concluída em 2013. Norma do concelho: “quem faz obra de loteamento ou urbanístico possa descontar parte das taxas em obras na localidade onde vai fazer a intervenção” No Zambujal, cuja terceira fase da intervenção deverá arrancar em finais de Março, o vereador da CMS
José Polido refere que os custos da intervenção vão ser repartidos com a entidade privada que está a cargo da construção do loteamento industrial, ao que fundamenta: “temos por norma aqui no concelho, permitir que quem faz obra de loteamento ou urbanístico possa descontar parte das taxas em obras na localidade onde vai fazer a intervenção”. Requalificação da Praia do Moinho de Baixo E falando em obras, que não ape-
Junto ao Vale da Amieira está localizada a ETAR de Lagoa/Meco, orçamentada em cerca de cinco milhões de euros e que vai tratar dos efluentes domésticos de cerca de 48 mil habitantes da freguesia do Castelo. Nesse âmbito, a SIMARSUL está a desenvolver um conjunto de infraestruturas “em alta”, fundamentais para que se possa concretizar a rede de saneamento da freguesia, que incluem os sistemas de drenagem e elevatórios em vários pontos da freguesia, para encaminhar as águas residuais para a ETAR, que está prevista de estar concluída em finais de 2009, início de 2010. Andreia Catarina Lopes Foto Marta Pereira
Registos Março 2009 [7]
Freguesia do Castelo – Sesimbra
Requalificação do Cabo Espichel
Um “santuário que quando foi construído era tão ou mais importante que Fátima” O local onde nasceu o primeiro farol para iluminar a costa portuguesa, conhecida pelos ingleses como “Costas Negras”, é um dos ex-líbris do concelho de Sesimbra. O Cabo Espichel é composto por um amplo conjunto arquitectónico, que inclui o Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua e que oferece uma vista sem fim para Sul, ao Atlântico. Um espaço singular para o qual existe um programa de requalificação da Câmara Municipal de Sesimbra, que prevê várias intervenções ao longo dos próximos anos. Depois de em 2008 ter sido vedado o acesso aos automóveis e colocado no chão “pedra do rio”, estima-se um conjunto de outras intervenções, como a instalação de uma rede de electricidade, ou a pintura da Ermida da Memória. Mas existe ainda a vontade de levar a cabo uma “intervenção mais arrojada”. Um projecto que permitisse valorizar um “santuário que quando foi construído era tão ou mais importante que Fátima”, sublinhou o vereador da Administração da Câmara Municipal de Sesimbra, José Polido. Sobre o programa de requalificação da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS), o vereador da Administração, José Polido, conta que em 2008 teve início a requalificação do Cabo Espichel, ainda que a candidatura da autarquia ao QREN não tivesse sido aprovada. Numa primeira intervenção da CMS, foi pintada a Casa Mãe de Água, fechado o seu acesso, disponibilizada uma casa de banho portátil, inserida numa das ruínas, que está aberta ao fim-de-semana. Para além disso, foi vedado o acesso automóvel ao Cabo. No Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, o espaço foi pintado e foram emparedadas as janelas e quanto ao chão do largo, foi substituído por seixo rolado, a chamada “pedra do rio”, que evita a formação de lama. Próximas intervenções Quanto a próximas intervenções refere que vai ser instalada a energia eléctrica ao local, uma vez que a energia chegava à Igreja de Nossa Senhora do Cabo, através de um gerador. Na zona envolvente, refere que vai ser feito uma zona de estacionamento para cerca de 150 veículos. E adianta que está para breve a concretização de uma intervenção na Ermida, que inclui pintura e recuperação da porta que tem inscrito o ano de 1880. A requalificação integral da Mãe de Água é também outro objectivo que assenta no programa base de intervenções da autarquia, que tem em conta a preservação dos elementos arquitectónicos e da paisagem envolventes ao Santuário. A intervenção tem em conta ainda a colocação de uma barra de
suporte para evitar o acesso à falésia e a construção de um caminho pedonal à zona envolvente. A “intervenção mais arrojada” Ao falar do Cabo Espichel, o vereador recorda que quando o “santuário foi construído era tão ou mais importante que Fátima”, e fala da vontade da autarquia de ver implementada uma “intervenção mais arrojada”, “que tem alguns milhões de investimento”. Uma intervenção que diz agora estar “mais nas mãos do Estado”, uma vez que o Estado continua a ser o proprietário da ala norte do Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua. E sobre esta questão, conta: “Das duas alas do santuário, ambas pertenciam à Confraria do Cabo Espichel, mas a ala norte foi doada ao Estado, com o objectivo de que recuperasse a Igreja, a ala sul e convertesse a norte, numa pousada”, ao que comenta: “o Estado, neste momento, não está a honrar o compromisso, nem devolve o que foi doado pela Confraria”. Nesse âmbito, sublinha que existem duas opções deixadas à autarquia: “Ou a câmara se
substitui ao Estado, para arranjar um parceiro privado que queira explorar a ala norte ou, caso não se consiga parceiro, que seja a própria câmara a dinamizar todo esse processo.” Dinamizar o espaço em termos turísticos, tendo em conta também a natureza do espaço, local em que em 2010 se assinala os 600 anos sobre a data que
a tradição popular atribui ao início do culto a Nossa Senhora do Cabo Espichel. E que também contemple um núcleo museológico, serviços e actividades que ofereçam ao espaço maior atractividade e vivência. Andreia Catarina Lopes Foto Marta Pereira
Limite Março 2009 [8]
Quinzena do Fado no Espaço Zambujal
“Oficina Domiciliária” apoia população mais idosa
A Junta de Freguesia do Castelo vai promover, durante o mês de Março, a 1.ª Quinzena do Fado no Espaço Zambujal. Esta iniciativa conta com dois espectáculos, de vários artistas convidados, e contará com Sandro Costa e Jerónimo, no acompanhamento de guitarra.
O executivo da Junta de Freguesia do Castelo decidiu, por unanimidade, implementar na área geográfica da Freguesia do Castelo o projecto “OFICINA DOMICILIÁRIA”. Este projecto, possibilita que a população mais idosa da freguesia - reformados e pensionistas - possam agora usufruir de um apoio, nomedamente ao nível da mão-de-obra, em pequenas reparações necessárias nos seus domicilios. Reparar uma torneira ou autoclismo, substituir ou reparar uma fechadura, lampadas, ou outras pequenas reparações serão agora possíveis de realizar com o apoio da Junta de Freguesia, que fará deslocar ao domicilio do requerente um funcionário para o efeito, depois de marcação prévia. Com este projecto, pretende-se apoiar socialmente não apenas os idosos mais carenciados, como também aqueles que, por dificuldades de locomoção, tem maior dificuldade em executar estes pequenos trabalhos.
Os espectáculos terão lugar nos dias 13 e 21 de Março, a partir das 22 horas, no Espaço Zambujal, e estarão também abertos a qualquer pessoa que queira cantar fado, para além dos convidados.De acrescentar que a entrada é gratuita.
Primeiro workshop de Pesca Grossa de Sesimbra
Dia 28 de Março, sábado, das 9.30 às 12.30 e das 14 às 17h Os segredos da pesca ao espadarte vão ser desvendados no 1.º workshop de Pesca Grossa de Sesimbra, que terá lugar no dia 28 de Março na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal. A iniciativa, dirigida aos pescadores de pesca grossa a nível nacional, pretende destacar as potencialidades da costa de Sesimbra para este tipo de actividade e conta com a presença da tripulação do barco Jocanana, responsável pela recente captura de um espadim azul e de um atum rabilho, que constituem recordes de Portugal Continental. Estes convidados, sócios do Clube Naval de Sesimbra (CNS), vão prestar informações sobre o tipo de material a utilizar, iscos e outras dicas muito úteis aos praticantes da modalidade. A acção está limitada a 50 participantes e as inscrições são gratuitas. O workshop é organizado pela Câmara Municipal, CNS e pela Fronteira Amostras.
MUTUA DOS PESCADORES – Obras de melhoramento As instalações da MUTUA DOS PESCADORES, Delegação Regional Sul, em Sesimbra, estão a ser alvo de obras de melhoramentos, aguardando-se, com a conclusão deste projecto, criar condições para a prestação de mais e melhores serviços aos mutuários.
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