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GUIA DE TEMA PROJETO DE GESTテグ


É tempo de falarmos de ética, mas de outra forma.

DIVER SIDADE Brasil

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O Brasil inteiro cabe aqui

scolhemos trabalhar no ano rotário 2015-16 com um tema para toda a gestão, baseado nas naturais observações sociais. Escolhemos falar um pouco sobre um assunto do cotidiano de todos os rotaractianos e do convívio dentro de uma organização multidistrital como a nossa em um país tão múltiplo quanto o Brasil. Trabalharemos com o tema DIVERSIDADE - O BRASIL INTEIRO CABE AQUI, não meramente com o intuito de fortalecer uma luta social, mas principalmente com a intenção de fortalecer um conceito que é a necessária premissa das relações humanas e, no nosso contexto, da união dos distritos brasileiros em um só lugar, a premissa de que o conjunto de diferenças, sejam elas regionais, culturais, de cor, de cunho religioso, de orientação sexual ou condição física, fazem com que sejamos um povo e um programa completo nos limites do nosso território. O tema, além de ser contemporâneo e com bases de apoio tanto na comunidade (fora dos nossos muros) quanto dentro dos nossos quadros associativos, nos encaminha a, também, um debate ético vigoroso sobre essa completude e uma busca pela conscientização da igualdade humana. Trabalharemos em três frentes, como poderá se observar nas próximas páginas. Primeiramente com o aumento da conscientização a respeito da acessibilidade e a construção desse caminha para a diminuição de distâncias. Também trabalharemos com a contextualização da igualdade como base do combate ao preconceito. Nossa terceira frente diz respeito ao debate sobre crimes de ódio, sobre uma política de combate a eles e sobre o respeito diário que temos que manter nas nossas relações. No ano 2015-16, vamos reforçar a nossa diversidade.


O Brasil inteiro cabe aqui


Para diminuir distâncias, acessibilidade.

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iversidade de pessoas, idades, possibilidades e condições este é o retrato não só do Brasil, mas da população mundial. Acessibilidade busca que todos, independentemente de sua condição física ou mental possam ter acesso aos mais diversos meios. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR950), a Acessibilidade é de nida como "a condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida". Segundo dados do Censo de 2010, o Brasil possui 45.606.048 pessoas que apresentam, pelo menos, uma das de ciências pesquisadas, o que representa 23,9% do total da população. A maior incidência de pessoas com pelo menos um tipo de de ciência, 9,7%, ocorre na Região Sudeste, como consequência da maior concentração populacional. Em seguida vem a Região Nordeste, com 7,4%, a Região Sul, com 3,2%, a região Norte, com 1,9% e a Centro Oeste, com 1,6%. Considerando o grau de severidade da de ciência visual, constatou-se que há, no Brasil, aproximadamente 528.624 pessoas cegas e 6.056.684 pessoas que enxergam com grande di culdade. O total de pessoas com de ciência mental ou intelectual é de cerca de 2.617.025, o que representa 1,37% do total da população brasileira.


Como se observa nos resultados do Censo, quase um quarto da população brasileira apresenta alguma de ciência, daí a importância do tema Acessibilidade. É preciso destacar que mais de 60% da população de ciente estão no auge da idade produtiva, ou seja, entre 15 e 59 anos. Acessibilidade é um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas, especialmente daquelas portadoras de de ciência. Deve estar presente nos espaços, no meio físico, no transporte, na informação e comunicação, inclusive nos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como em outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na cidade como no campo. Mais do que uma necessidade, é a efetivação do direito a igualdade. É um tema ainda pouco difundido, apesar de sua inegável relevância. Considerando que ela gera resultados sociais positivos e contribui para o desenvolvimento inclusivo e sustentável, sua implementação é fundamental, dependendo, porém, de mudanças culturais e atitudinais. O Rotaract neste ano rotário em que o tema é a Diversidade deve atuar de forma a impulsionar uma nova forma de pensar, de agir, de construir, de comunicar e de utilizar recursos públicos para garantir a realização dos direitos e da cidadania, através da acessibilidade. Fontes: http://www.pessoacomde ciencia.gov.br/app/acessibilidade-0 http://www.acessibilidadebrasil.org.br/ http://www.ibge.gov.br http://www.de ciente sico.com/ http://www.acessibilidade.org.br/


Mais igualdade e menos fronteiras.

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discurso de que somos todos iguais, independente de credo, cor, sexo, opção sexual ou política não é novidade para ninguém. Entretanto, mesmo assim essa igualdade precisa ser efetivada, buscada, dia após dia. Para defender a igualdade é preciso se ter consciência das diferenças, sim, somos todos iguais em direitos e garantias (como inclusive prevê a Constituição Federal em seu artigo 5º), e ainda assim somos diferentes. A grande di culdade para entender a igualdade decorre do fato de os homens não serem todos iguais, mas, ao mesmo tempo, iguais e desiguais: iguais pela sua natureza, desiguais pela diversidade de sua condição de vida, seja ela de ordem física, psicológica, moral, econômica, social. Pertinente trazer a a rmação de Aristóteles: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”, e por mais paradoxal que possa parecer, somente assim estaremos falando efetivamente de igualdade. Buscar mais igualdade é buscar transformar a igualdade formal em igualdade substantiva. Entender que nem todos partem do mesmo ponto, implica em saber que nem todos chegaram ao mesmo destino com igual facilidade.


No caminho da busca pela efetivação da igualdade precisamos enfrentar o preconceito. A necessidade de determinar juridicamente a garantia da igualdade pressupõe que ela não é um dado espontâneo nas sociedades, embora a possa ser um elemento da natureza dos homens. O preconceito afasta os homens, cria fronteiras entre eles, os impede de caminhar juntos em busca de um objetivo comum. O preconceito não é exercido apenas de forma ativa, ou seja, com ações e atitudes efetivamente discriminatórias, talvez a pior forma de preconceito seja aquela evidenciada na atitude passiva da população. Calar-se, no sentido amplo da palavra, diante de uma situação de discriminação é discriminar, é ser preconceituoso. Daí porque, simplesmente abster-se ou deixar de ter atitudes preconceituosas não resolve. A defesa da igualdade passa necessariamente pelo combate ao preconceito. É preciso que desenvolvamos Ações A rmativas. Ações a rmativas são políticas focais que alocam recursos em benefício de pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão sócio-econômica no passado ou no presente. A ação a rmativa se diferencia das políticas puramente anti-discriminatórias por atuar preventivamente em favor de indivíduos que potencialmente são discriminados, o que pode ser entendido tanto como uma prevenção à discriminação quanto como uma reparação de seus efeitos. Políticas puramente anti-discriminatórias, por outro lado, atuam apenas por meio de repressão aos discriminadores ou de conscientização dos indivíduos que podem vir a praticar atos discriminatórios. A igualdade compreende o direito a ser considerado igual, direito a ser titular de igual respeito e consideração, direito a iguais atribuições, direito a ser tratado igualmente pela lei, órgãos, entidades, pessoas. Precisamos sim trabalhar na busca da igualdade, é ela que nos permitirá aproximar as pessoas, diminuir as fronteiras. A igualdade por si só não assegura nenhum direito ou garantia, mas impede sua má utilização.


Sem crimes de ódio e sem preconceito.

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omos iguais e somos diferentes, simples e nem tão simples assim. O preconceito que se revela da forma mais vil é aquele que origina os crimes de ódio, crimes direcionados aos cidadãos com alguma característica que incomoda, crimes contra a integridade moral, psicológica e física dessas pessoas. Voltaire, lósofo francês, em sua época foi um grande defensor das liberdades (civis, religiosas, políticas), e por isso também considerado um defensor não da igualdade propriamente, mas do respeito às diferenças. Talvez sua frase mais célebre, e pertinente a aqui destacar foi “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Odiar alguém pela cor de sua pela, odiar alguém pela sua orientação sexual, odiar alguém por sua religião ou por ser portador de necessidades especiais, odiar alguém por não concordar com suas opiniões ou como se veste. E se odeia, se insulta, se agride e se mata por essas discordâncias. Para que exista os crimes de ódio tem que haver o discurso de ódio, alguém que o elabora e outros que creiam. O discurso de ódio existe para romper com a dignidade do outro e seus direitos fundamentais. Promove o racismo, a xenofobia, o antissemitismo ou qualquer outra manifestação de intolerância. O discurso de ódio, na verdade, precede sempre a ação, que é o crime de ódio. Os agredidos acreditam que a sua denúncia não servirá de nada ou que sofrerá represálias por conta dela. Outros têm vergonha.


Destaca-se que o Brasil é signatário dos principais instrumentos de proteção dos direitos humanos, como a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Não é a toa que nos últimos anos o bulling é tema de debates, seminários e estudos. É um assunto novo, não, não é. Precisa ser discutido e evitado? Certamente. A pessoa vítima de preconceito sofre, e sofre muito, e esse sofrimento pode tornar-se um estigma por toda a vida. Mais que um crime, o preconceito é cruel. A internet é um canal perfeito para se criar e ampliar o discurso de ódio, principalmente pelo acesso inadequado às informações que poderiam sanar a questão, mesmo todas essas informações estando ao alcance desses internautas. Sabemos em que consiste o discurso de ódio, sabemos como é construído, diluído e a quem se dirige. As vítimas não podem sofrer o duplo castigo de não serem reconhecidas.O combate aos crimes de ódio e aos preconceitos em todas suas espécies é dever de todos nós, ainda mais de nós Rotaractianos. Nós somos campo fértil para o repúdio à prática de crimes de ódio, e todas as formas de preconceito, buscamos através de ações, projetos e atitudes o respeito as diferenças, e sim, se preciso, a punição àqueles que criminosamente usam as diferenças como alicerce para criar uma inexistente superioridade. Fonte: Vídeo “Delitos de Odio”, nanciado pela Embaixada da Noruega na Espanha e produzido pela Contramedia Films.


Brasil


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