Estudos do Passe 001 Publicamos, a partir deste artigo, uma série de textos originais e textos comentados sobre a temática do passe. O primeiro destes textos foi editado pela Federação Espírita Brasileira, na Revista Reformador de janeiro de 1986, com o título “Considerações em torno do passe”, autoria de Dalva Silva Souza, que mostra que há, em Allan Kardec, uma clara diferença entre imposição de mãos e passe. “Considerações em torno do passe”, Deve o médium espírita fazer a movimentação das mãos em torno do corpo do indivíduo ou será bastante impor as mãos sobre sua cabeça? Sabemos de alguns estudiosos do Espiritismo que acreditam a cura se processe pela imposição de mãos, sendo desnecessária qualquer movimentação. Aconselham a retomada da simplicidade do Cristo, que operava curas maravilhosas até mesmo pelo olhar. Vêem na prática do passe magnético uma complicação que pode ser dispensada. Certamente a simplicidade deve ser sempre uma das nossas metas, mas, em alguns casos, a simplificação exagerada significa o abandono de possibilidades valiosas de trabalhos e estudos sérios, que o espírita não pode menosprezar. Um desses casos é o passe. Antes de mais nada, precisamos fazer uma definição precisa do passe. A palavra é um deverbal de passasr, verbo que, sem dúvida, transmite a ideia de movimento. O verbete passe, no dicionário, significa “(...) ato de passar as mãos sobre a parte doente de uma pessoa para curá-la”. É preciso distinguir passes de imposição de mãos. Pode-se atuar no trabalho de cura de duas maneiras:
sem gesticulação, através do olhar ou da imposição das mãos; com gesticulação, através dos passes.
Que determinará a escolha de uma ou outra forma? Segundo Cairbar Schutel, o livro “Médiuns e mediunidade”, o modo de operar é sugerido pelo espírito que assiste o médium. Entretanto, para uma análise mais pormenorizada dos critérios que nortearão a escolha da maneira mais adequada de agir, é preciso estudar com atenção os Itens 32 e 34 do Cap. XIV de “A Gênese” e o item 175 do Cap. XIV de “O Livro dos Médiuns”. Nos citados textos, podemos colher informações do Codificador que são imprescindíveis para a resolução do problema. Mostra Kardec que todas as curas são variantes do MAGNETISMO, seja qual for a maneira como elas se operem. Afirma que “há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou até, exclusivamente por ato da vontade”. Acrescenta que “(...) é muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional.” Define ele médium curador como pessoa que possui o dom de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação e a magnetização como um tratamento regular e metódico, tendo o magnetizador que saber conduzir-se convenientemente. Informa que a força magnética reside no homem e é aumentada pela ação dos espíritos, ainda que o indivíduo que magnetiza não creia nesta influência.
1