Sherazade e as mil e uma noites

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3. Contexto histórico da Pérsia Antiga Sherazade e as mil e uma noites" se passa na cidade de Bagdá, pertencente ao Império Persa. Na Antiguidade, o povo persa era conhecido pela força que tinham como guerreiros e devido a isso formaram um dos maiores impérios da Idade Antiga. A história do Império Persa começou em 549 a.C. com "Ciro, o Grande" e se estendeu até 330 a.C. O povo que o compunha era uma mistura entre a população dos medos, originários da Ásia Central, e a população de persas, originários do sul da atual Rússia. Eles se encontraram no leste da Mesopotâmia e devem seu elo ao príncipe persa "Ciro, o Grande". Apesar do curto tempo de duração, este Império foi um dos maiores da Antiguidade, dominando as regiões dos países que conhecemos atualmente como Irã, Iraque, Síria, Líbano, Jordânia, Israel, Egito, Turquia, Kuwait, Afeganistão, partes do Paquistão, da Grécia e da Líbia. A economia no Império Persa: Sua base era a agricultura, mediante o trabalho de camponeses livres que pagavam impostos ao imperador e destinavam parte da sua produção aos donos das terras em que trabalhavam. A religião no Império Persa: Era o Zoroastrismo. Essa religião se baseava no dualismo entre o bem e o mal, em

que as pessoas deveriam ser honestas e bondosas, para que no dia do juízo nal o bem vencesse, e assim as pessoas vivessem eternamente no Paraíso. As mulheres no Império Persa: Eram seres valiosos e muitas vezes ocupavam posições importantes no Estado, sendo que em certas épocas algumas delas comandaram exércitos e até dirigiram parte do império. Vestimentas: Os persas foram os primeiros povos a cortar e ajustar as medidas das roupas. Os historiadores acreditam que os persas vestiam roupas que tinham boas medidas, ao contrário dos egípcios. O fato é que, isto proporcionava conforto, além do que facilitavam a caça. Os homens persas vestiam calças que se ajustavam rmemente às pernas e túnicas e casacos. As mulheres se vestiam do mesmo modo que os homens. Calçados eram parte do vestuário normal. Este tipo de vestuário depois iria se desenvolver aqui na Europa ocidental. Esculturas em Persépolis representam os persas trajados de vestes amplas, que chegavam até os tornozelos, de cintura cingida e com sapatos com cadarços. Vestimentas femininas: A vestimenta feminina persa era composta por calças amplas e saias. Cobriam o rosto com o rehend de percal, uma espécie de turbante. Usavam henna nos pés e nas mãos. O cabelo era volumoso e crespo e usavam maquiagem para se enfeitar. Vestimentas masculinas: A vestimenta masculina era composta por túnicas de lã ou seda, de mangas amplas e presas por um cinturão; também usavam calça, roupa de


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baixo e sapatos de couro com pontas levemente voltadas para cima. Tinham cabelos e barbas cacheados e envolviam a cabeça e o pescoço com um pano de linho branco, também usavam chapéus. O legado: O Império Persa foi responsável por grandes obras arquitetônicas e esculturas. Além disso, os persas foram os criadores da moeda em prata ou ouro para as transações comerciais. Eles também foram os primeiros a criarem uma "logística" nas estradas, que disponibilizava locais para o descanso dos viajantes e a troca de cavalos para a viagem ser mais rápida.

A cidade de Bagdá é até hoje a capital do que conhecemos como Iraque. Assim, pode-se dizer que as personagens e o enredo de "Sherazade e as mil e uma noites" são caracterizados de acordo com a cultura persa. Sherazade possuia personalidade forte, e como uma típica persa, foi uma guerreira ao se entregar a um homem cruel para salvar as mulheres de seu povo. As características religiosas também se destacam durante a história: o Zoroastrismo pregava o dualismo entre

o bem e o mal, e ao analisarmos a trajetória do rei Shariman percebemos a nítida distinção entre os dois. Após Shariman ser traído e enquanto realiza a matança às moças do império, ele representa o Mal. Porém, passa a representar o Bem quando se apaixona do Sherazade e decide viver o resto da vida ao lado dela, sem cometer mais nenhuma crueldade.










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