Revista Extra Bella

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A ORDEM AGORA É SER MUITO FEMINNA SEXY LADY Lançamentos mais esperados e best-sellers internacionais Especial Perfumes

Celulite Free

Tratamentos que funcionam mesmo. Quem fez conta!

Abril

R$14,00 Ano5 Nº6 Junho/2013 www.extrabella.com.br

Dita Von Teese

Os segredos da diva burlesque

julia in love

Julia Roberts em seu melhor momento

Óculos e relógios

Fique de olho e não perca tempo. Use já!


14 de junho de 2013

IT PEOPLE 94

Talitha Getty

O ícone da moda Soho chic.

REPÓRTER AVANT GARDE 100

O mundo encantado de Jum Nakao

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De primeira!

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As criações de sonho do designer.

A segunda marca de Lino Villaventura.

40 Anos de Cavali

Comemoração de primeira.

O rei do street

Alexander Wang aumenta a sua linha T.

HOMEM 142

Javier Bardem

O ator está mais apaixonante que nunca.

GOURMET 147

Anos incríveis

O sucesso da série Mad Men.

MODA 226

236

Jogo de dama

Saia rodada, cintura marcada… Be a lady!

Ela neosurf

Peças inspiradas nas roupas das mulheres surfistas.


DÉCOR 260

Estilo Máximo

O olhar do francês Ora-Ito.

GOURMET 264

Le Chef

Chico Ferreira faz comida francesa sem frescura.

VIAGEM 268

Sagrada Catalunha

O charme da região dividida entre a França e a Espanha.

NA CAPA 179

Especial óculos e relógios Para todas as ocasiões.

BELEZA

136

Guerra declarada

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Especial perfumes

Acabe com a celulite.

Novas fragrâncias e embalagens.

MODA

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Modos de usar

Os anos 1950, 60 e 70 em looks atuais.

STAR

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Julia in love

Julia Roberts em seu melhor momento.

EM FOCO

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Dita Von Teese

Os segredos da diva burlesque.


Por Manuela Biz e Bel Ascenso

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EXTRA BELLA 14 de junho de 2013

Fotos Paul Empson/Elin Skohagen/IMG

Declarada

GUERRA

BELEZA


Você, como 99% das mulheres, deve ter – adivinhe? – celulite. Antes de escolher os biquínis e os maiôs da temporada, leia os depoimentos de quem luta contra o problema e está ganhando a batalha.

S

e quase todas somos atingidas por esse mal, a solução é identificar as causas e enfrentá-las com tudo que temos à disposição, concorda? Você já deve saber, mas não custa relembrar: predisposição genética, alterações hormonais, uso de anticoncepcionais, sedentarismo, stress, tabagismo e maus hábitos alimentares – ufa! – são fatores que causam o efeito de casca de laranja. Vamos ser

sinceras: não dá para se livrar completa e definitivamente da celulite, mas é possível amenizar sua aparência. Para isso, nada melhor do que agir em várias frentes. Sim, continuam valendo alimentação saudável, exercícios físicos regulares, cremes específicos e tratamentos com aparelhos – tanto os já consagrados como os novos, que prometem combater com mais eficácia os terríveis furinhos.

Veja a seguir as armas usadas por algumas mulheres contra a inimiga. Drenagem linfática + Pilates Não vivo sem drenagem linfática. A diferença no inchaço do corpo, depois de cada sessão, é muito grande e as ondulações, antes bem pronunciadas, foram amenizadas depois de seis visitas à terapeuta corporal. Para estimular ainda mais o efeito na região das pernas e dos glúteos, pratico pilates duas vezes por semana. Alessandra Hruby, 38 anos. Relações-públicas, Porto Alegre. Circuito + Estimulação Russa + Creme O primeiro passo para atacar as ondulações nas coxas e no bumbum foi aderir a um treino em uma academia especializada em circuito. A aula tem apenas 30 minutos, mas é muito intensa, não se para um minuto. Os exercícios são repetitivos, nada divertidos, mas valeu! Em um mês, perdi 3 kg. Parti para a segunda etapa: ganhar tônus. Fiz

dez sessões, duas ou três vezes por semana, de estimulação russa, que não doeu, pois a intensidade dos choques é controlada. Depois de tudo isso, percebi a redução de quase 70% na celulite de coxas e glúteos e ganhei firmeza nas pernas. Também uso diariamente o Bye Bye Celulite, da Nivea, para melhorar a textura e a firmeza da pele. Laila Cury, 22 anos. Estudante, São Paulo. Creme + Drenagem + Estimulação Russa Sempre apelei para um milhão de coisas para combater o efeito de casca de laranja e acho que compensa. Costumo investir em bons cremes, como o da Adcos, para usar diariamente e em sessões semanais de drenagem linfática. Já me submeti à estimulação russa, duas vezes por semana, por um mês, em um ‘projeto verão’. O tratamento deixou a musculatura das minhas pernas mais definida e diminuiu

muito a flacidez. A intensidade da corrente elétrica do aparelho de estimulação é regulável, então não sofri durante o tratamento. Daniela Cardoso, 33 anos. Publicitária, Porto Alegre. Velashape Apesar de ser magra e fazer musculação três vezes por semana, os furinhos teimavam em aparecer na parte interna das coxas. Optei pelo aparelho Velashape por indicação do meu dermatologista. O programa, com oito sessões de 40 minutos, cada uma, me surpreendeu — tive 80% de melhora! Não senti dor e vi a diferença a partir da sexta visita à clínica. Também gostei do efeito Cinderela que o equipamento dá — a pele fica firme —, ideal para o dia em que a gente quer deixar as pernas de fora. Claudia Costa Almeida, 29 anos. Defensora pública, Belo Horizonte.

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BELEZA

Exercícios Aeróbicos + Creme

Manthus + Spinning

Velashape:

Tenho furos visíveis, aqueles que aparecem mesmo sem pressionar a pele. Já tentei de tudo, mas percebi que o que conta é ser metódica. Vou à academia três vezes por semana e combino 30 minutos de exercícios aeróbicos com um treino específico para pernas e bumbum. Outro fator importante é usar os cremes de tratamento e não deixá-los no armário. Não sou fiel a marcas, mas os produtos da Nivea e L’Oréal Paris têm um ótimo custo/benefício. Alternei os dois por duas semanas, todos os dias, de manhã e à noite, e minha pele ficou 50% mais firme e lisinha. Quando paro de usar, o aspecto casca de laranja volta.

Depois de ter meus dois filhos, os furinhos se acentuaram, assim como a flacidez e a gordura localizada. Meu problema é a falta de tempo para cuidar do corpo. Em um mês de tratamento, fazendo duas sessões semanais com o aparelho Manthus, aliadas à prática de spinning duas vezes por semana, minhas roupas ficaram folgadas e o tônus muscular aumentou muito e mais rápido, principalmente nas coxas e no bumbum. Senti um pequeno desconforto com o equipamento, mas valeu a pena.

Associa a luz infravermelha com radiofrequência bipolar e sucção para quebrar as moléculas de gordura pelo calor. Há uma versão mais nova, o Velashape Plus, com potência maior. Sessões: de oito a 12, duas por semana. Preço por sessão: 300 reais.

Juliana Aprigio de Oliveira, 30 anos. Professora, São Paulo. Dieta + Manthus + Velashape Estou seguindo uma dieta com o objetivo de queimar gordura e diminuir os furinhos que apareceram por causa do aumento de peso. Para acelerar o processo, fiz um pacote de oito sessões com o Manthus, que não me causou dor, só um leve aquecimento. Não acreditava muito em aparelhos, mas, por sugestão da minha dermatologista, decidi experimentar e gostei. Agora resolvi incluir no meu programa outro aparelho, o Velashape. Na segunda sessão (preciso fazer mais seis), percebi uma redução no aspecto de casca de laranja e senti a pele do bumbum e das coxas mais firme. Cecília Freitas, 30 anos. Advogada, Rio de Janeiro.

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Nagila Godinho, 40 anos. Advogada, Belo Horizonte. Massagem + Carboxiterapia + Manthus Tento fazer pelo menos uma sessão de massagem modeladora ou uma de drenagem linfática uma vez por semana e uso diariamente o creme redutor da Adcos para amenizar as ondulações no bumbum e nas pernas. Já experimentei sessões de carboxiterapia em uma clínica — a pele ficou lisa, mas, depois de um mês, resolvi parar porque o método era muito dolorido. Na verdade, o que mais gostei foi fazer um pacote de oito sessões, combinando Manthus com drenagem linfática. Não senti nenhuma dor, só um leve formigamento, e tive a redução de 80% de flacidez e celulite! Marina Amaral, 25 anos. Advogada, São Paulo.

Estimulação Russa: Também conhecida como corrente russa, é um estímulo elétrico com intensidade regulável, que causa a contração dos músculos. Ativa a microcirculação, amenizando o aspecto da celulite, e dá firmeza à região de glúteos, coxas e abdômen. Sessões: pelo menos dez, duas ou três por semana. Preço por pacote (dez sessões): a partir de 400 reais. Manthus: Esse equipamento computadorizado utiliza terapias combinadas — um potente emissor de ultrassom, que quebra as células de gordura, e a corrente elétrica, para estimular a ação dos vasos linfáticos. Sessões: são necessárias cerca de oito, uma ou duas por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais. Carboxiterapia: Injeção de gás carbônico na camada subcutânea da pele, com o objetivo de aumentar a circulação, reduzir a gordura e eliminar líquidos. Para minimizar a dor, há uma versão do tratamento com gás aquecido. Sessões: de oito a dez, uma por semana. Preço por sessão: de 80 a 150 reais.


BELEZA

Novas e poderosas máquinas:

Além dos tratamentos mencionados nesta reportagem, os especialistas sugerem, para furos e ondulações visíveis, os seguintes procedimentos:

Accent Ultra

Powershape

Indicado para reduzir medidas e melhorar a flacidez, tem como efeito colateral a redução da celulite. O aparelho aquece a pele em profundidade, quebrando as moléculas de gordura e estimulando a formação das fibras de colágeno.

Laser, sucção e radiofrequência reunidos em um único aparelho. Esse trio ativa a circulação sanguínea, combate os furinhos e estimula a produção de colágeno e de fibras elásticas.

Sessões: oito, duas por semana. Preço por sessão: 300 reais.

Apollo

Smoothshapes

A radiofrequência do aparelho promove a quebra do tecido fibroso da pele e a regeneração do colágeno, diminuindo furos, ondulações e flacidez.

Uma luz específica aumenta a permeabilidade da célula adiposa e as ondas do laser de diodo quebram a gordura no seu interior. Os rolos e a sucção garantem a penetração do laser e da luz e movem a gordura para o sistema linfático, eliminando-a.

Sessões: cerca de seis, uma por semana. Preço por sessão: 500 reais.

Sessões: pelo menos oito, uma ou duas vezes por semana. Preço por sessão: a partir de 300 reais.

* Preços pesquisados em setembro de 2010

Sessões: cerca de quatro, uma por semana. Preço por sessão: 500 reais.

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julia in love Will Blythe

Como a protagonista de Comer, Rezar, Amar, Julia Roberts esbanja carisma e parece ter entrado definitivamente na melhor fase da sua vida.

N

ão são muitas as atrizes que chegaram ao patamar de Julia Roberts. Linda, carismática e segura, ela é capaz de arrastar multidões às salas de cinema independentemente do filme. Imagine, então, quando a história é a adaptação de um best-seller mundial? O livro Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert, figurava havia tempos no primeiro lugar das listas de mais vendidos em todo o mundo quando anunciaram a versão cinematográfica dessa história de autodescobrimento. E quem melhor para viver a protagonista do que Julia? O ex-marido da escritora, Michael Cooper, que prepara sua resposta sobre a própria iluminação pós-casamento no livro Displaced, deve estar queimando neurônios para encontrar um ator à altura para fazer contraponto a Julia – isso, claro, se sua história também acabar indo para as telonas.

Estamos em Malibu, em um restaurantezinho na Pacific Coast Highway, perto da casa de Julia. Nem bem começo a entrevista, chega uma mensagem de texto do marido da atriz, o diretor de fotografia Danny Moder, que ela conheceu no set de A Mexicana, em 2000. Eles têm três filhos, Phinnaeus e Hazel, gêmeos de 5 anos e meio, e Henry Daniel, 3. “Temos sorte de nos amarmos tanto que explodimos e formamos mais três pedaços”, conta. Então, lê a mensagem em voz alta: “Sinto muito saber que seu dia foi tão ruim (ela, de fato, chegou meio irritada, vindo de uma longa sessão de fotos), queria estar com você”. Quer dizer que vocês são o tipo de casal que troca mensagens de texto o tempo todo? “Não. Normalmente, nós só ficamos nos agarrando”, ela diz. “Mas ele está em Toronto, trabalhando em um filme.”


Fotos Tom Munro


STAR

C

omer, Rezar, Amar é uma história corajosa de autodescobrimento: uma relação e um casamento desastrosos, que são redimidos por meio de muita comida na Itália, meditação na Índia e, finalmente, amor em Bali — ao lado de um brasileiro atencioso e de coração partido, que diz coisas como: “Quantas vezes mais eu vou ter que dormir antes de você voltar para mim?”, “Estou gostando de me apaixonar por você, querida” e “Parece tão natural, mas, na verdade, não me sinto assim em relação a ninguém há quase 30 anos”. O filme é fiel ao quociente de romance de conto de fadas do livro. Mas, de acordo com Gilbert, Julia foi esperta em mudar o foco da narrativa de uma busca espiritual para uma história a respeito de como é difícil superar uma desilusão amorosa. “Afinal, por quanto tempo dá para ver uma pessoa meditando?”, disse a escritora.

licismo – me faz pensar em ovos mexidos e rosquinhas esfareladas. Mas a quietude, a reverência silenciosa, não é isso que eu sou. Então, a ideia batista – o apreço expressivo pela reunião, pela comunidade – é o que eu entendo. Envolver-me na vida espiritual com os meus filhos faz todo o sentido desde que esses dois elementos estejam presentes.” “Que vida espiritual é essa?” “É muito hinduísta”, ela responde e se inclina na minha direção para mostrar os colares hindus que tem ao redor do pescoço. “Em família,

“É uma pena vivermos em uma sociedade tão dismorfa, em que as mulheres nem se dão a oportunidade de ver o rosto com mais idade”

A história, em muitos aspectos, faz paralelo com a própria trajetória de Julia. Quando seu agente lhe enviou o livro de Gilbert, a atriz estava feliz no casamento e tinha acabado de ter um filho. E, apesar de “estar determinada a não gostar de uma coisa só porque todo mundo gosta”, ela se sentou na frente da janela para ler e se apaixonou. Talvez tenha se apaixonado por aquilo que milhões de mulheres adoraram no livro. Comer, Rezar, Amar fala sobre ser fiel a uma voz interna que faz a gente fugir de uma relação ruim, que nos permite comer muito macarrão, que sanciona a busca solitária pela sabedoria e que acaba com a chegada de um amor duradouro. “Você reza hoje em dia?”, pergunto. “Rezo sim”, ela responde. Julia explica que seus pais se divorciaram quando ela era pequena. “A minha mãe era católica, e meu pai, batista. Eu aprecio o cato-

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nós vamos ao templo e entoamos mantras e rezamos. Posso dizer que sou uma hinduísta praticante”, diz. Na cosmologia hinduísta, o Universo é criado e destruído de maneira perpétua, algo parecido com a carreira dos atores de Hollywood. A alma pode renascer em dúzias de outros corpos. Julia observa a filha, por exemplo, e sente a presença de outra alma, mais velha. “Hazel se senta de um jeito específico”, ela diz, “e eu sei que há alguém ali que eu não tive o prazer de conhecer, que tinha o costume de se sentar daquele jeito.” A atriz não hesita quando pergunto se ela se lembra de alguma vida passada. “Com certeza, fui uma camponesa revolucionária”, fala com a mesma naturalidade de alguém que descreve o trajeto de casa para o trabalho. Talvez seja mais preciso dizer que a primeira religião de Julia é o ofício de atuar.


Levando em conta sua família, ela entrou no ramo com naturalidade, como se tivesse sido criada em uma trupe de ciganos ou funcionários de parque de diversões. Hoje, aos 42 anos, está com a idade do pai quando ele morreu. Na época, ela tinha 9 anos. Foi criada em Smyrna, no estado da Geórgia. Seu pai vendia aspiradores, e a mãe era secretária e depois virou corretora de imóveis. A paixão da família, no entanto, era o teatro, e a mãe gerenciava uma oficina de atores em Atlanta. Ela acredita que o pai iria se orgulhar dela: “Ficaria maravilhado de me ver no show business, mas ele tinha objetivos mais elevados. Era mais literário, escritor”. Julia é a mais nova de três irmãos. Quando adolescente, conta, não foi nem um pouco rebelde. Aliás, ela se descreve como “adequadamente passiva”. Não fez teatro no ensino médio, mas se apaixonou por atuação depois que um professor passou o filme Becket, o Favorito do Rei (1964), com Richard Burton e Peter O’Toole. Depois de terminar a escola, foi atrás da irmã, com quem tinha dividido o quarto em casa durante 12 anos, em Greenwich Village, Nova York, onde alugaram um apartamento em King Street. Julia trabalhava na loja Athlete’s Foot da Broadway com a 77th Street. Ela não frequentou um curso de atuação, mas não demorou muito até causar sensação em Três Mulheres, Três Amores (1988), como uma moça do interior que trabalhava em uma pizzaria. Então, em 1990, assumiu o papel que faria sua fama, o da prostituta divertida e de coração aberto que se relaciona com o executivo de classe alta representado por Richard Gere em Uma Linda 14 de junho de 2013 EXTRA BELLA

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STAR

Mulher – performance que fez o historiador do cinema David Thomson classificar a personagem dela como “o tipo de prostituta adorável que qualquer homem de respeito poderia levar à ópera e mandar para a faculdade”.

Existe um quê de moleca em Julia — ela solta a todo momento a risada que ouvi tantas vezes em filmes, aquela gargalhada que as pessoas acham que ela força, da mes-

que as mulheres nem se dão a oportunidade de ver o rosto com mais idade”, diz Julia. “Quero ter ideia de como vai ser minha aparência antes de corrigir as imperfeições.” E completa: “Quero que meus filhos saibam quando estou brava, quando estou feliz. O rosto da gente conta uma história”, reflete. “E não deve ser a respeito do seu trajeto até o consultório do médico.” Envelhecer, ela afirma, “é uma combinação de genética e de apoio cheio de amor – ou da amiga que diz: ‘Porra, você está de piada?’ Ficar mais velha e encarar a mortalidade abriga os medos adequados para mim. Mas os meus medos estão mais ligados ao fato de ser mãe. A gente faz essas pessoas e as ama e quer que fiquem perto de você mil anos e quer estar lá para dar apoio a elas pelos mil anos”.

“Quero que meus filhos saibam quando estou brava, quando estou feliz. O rosto da gente conta uma história”

O consenso, desde então, é o de que Julia está na lista dos atores americanos – com Tom Cruise – que se conectam diretamente com o público, utilizando uma força de personalidade que a câmera reconhece primeiro e a massa adora. Estima-se que os filmes dela tenham arrecadado mais de 2,3 bilhões de dólares. Talvez para se adiantar às críticas, Julia censure sua falta de técnica de atuação sempre que eu pergunto a respeito de escolhas que ela fez em uma cena específica. “Eu não tenho técnica”, ela diz. “E não tem nada mais chato do que atores que se reúnem para falar de atuação.” Mas ela completa: “Se alguém chegasse para mim e dissesse que sabe exatamente o que eu estou fazendo, eu imploraria para que nunca me explicasse porque eu poderia acabar com tudo em segundos”. É verdade que o carisma de Julia é monumental, diz Ryan Murphy, diretor de Comer, Rezar, Amar e criador da série de TV Glee, mas ele argumenta que seu talento de atriz não pode ser subestimado. “Ela conhece cada luz, cada ângulo. Nunca fiz mais do que dois takes com ela. Se eu dizia: ‘Quero que você chore e que a lágrima chegue até o meio da sua bochecha’, ela respondia: ‘Sem problema’. Ela é tecnicamente brilhante.”

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ma maneira que acreditam que criou seu sorriso. Ela é o tipo de garota capaz de andar com meninos, brincar com eles e, então, surpreendê-los com o fato de ter se transformado em uma linda mulher. No set de Comer, Rezar, Amar, Julia se deleitou com o esforço de seu colega espanhol Javier Bardem de fazer um sotaque brasileiro convincente. “Nós nos conectamos por meio do humor”, diz Bardem. “Algumas palavras são engraçadas para ela. A maneira como eu digo enlightenment (iluminação). Ela passava o dia inteiro fazendo piada com aquela palavra. Existe uma relação bacana da mulher que faz piada com o homem e do homem que gosta do fato de a mulher fazer piada com ele. Significa que ela se importa com você.” Bardem, por sua vez, gostava de fazer Julia dar risada ao se fingir de Al Pacino. Menciono um artigo que li em que diretores de elenco reclamam de estar tendo dificuldade para encontrar atores que não acabaram de fazer aplicação com toxina botulínica, limitando suas expressões. “É uma pena vivermos em uma sociedade tão dismorfa, em

Nesse ponto da noite, com a névoa do Pacífico ao redor do restaurante, as confissões chegam fácil, em uma intimidade do tipo que acontece entre estranhos em uma longa viagem noturna de avião ou ônibus. Nós nos pegamos falando a respeito da forma inesperada que a vida é capaz de assumir e que a gente só vai entender muitos anos depois. “Quando você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentos malfadados trabalharam lindamente para fazer você chegar até ele”, diz a atriz. “Acho que Julia passou a vida toda buscando algum tipo de paz”, diz o ator Richard Jenkins, que vive o texano que contracena com ela na parte india-


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na de Comer, Rezar, Amar. “E agora ela percebe que encontrou e se sente grata.” A família de Julia é o bastião contra o mundo superficial de Hollywood. A atriz está naquele universo, mas não faz parte dele. Seu “casulo de amigas”, como ela coloca, vem do backstage do cinema. São as esposas dos colegas e dos amigos do marido. “As pessoas acham que a vida é de algum modo diferente para um ator”, diz. “Elas projetam um contexto mais radical sobre a gente: ou sou absolutamente infeliz ou nunca fui tão feliz, ou estou totalmente apaixonada ou completamente desencantada com o amor... Mas todo mundo passa pelas mesmas coisas.” Eu me lembro de uma frase que Ryan Murphy me disse a respeito de Julia: “Ela não tem o narcisismo que a maior parte das atrizes tem. Na Índia, as mulheres, nos menores vilarejos, sabiam quem ela era porque tinham assistido a Uma Linda Mulher. E ela segurava a mão delas e conversava sobre os filhos. Seu dom é a empatia”.

gravador e deixa um recado inesperado para a minha namorada: “Case com ele”. Parece que ela não deseja que eu fique à deriva. E diz: “Não foi Sócrates quem disse que, para a vida de um homem ser completa, ele precisa fazer três coisas: escrever um livro, construir uma casa e criar um filho?” Sócrates disse isso? Não faço ideia. Mas foi o que Julia Roberts falou antes de partir pela noite da Califórnia.

“Quando você acaba em um casamento feliz, percebe que até os relacionamentos malfadados trabalharam lindamente para fazer você chegar até ele”

Durante a entrevista, quando não estava tirando uma da minha cara, ela perguntava sobre os meus irmãos, a minha vocação, os meus livros preferidos, a minha vida amorosa e até o meu signo (“Eu sou de Escorpião”, ela diz, “mas não do tipo que dá vontade de matar.”). Falo a ela sobre caminhar no bosque do Bronx, pássaros negros, pântanos. Ela me fala de sua fazenda no Novo México, do deserto, de seu casamento. Assuntos comuns, de pessoas comuns... Parece que Julia deseja que todos fiquem bem, até mesmo uma pessoa que estará com ela apenas uma noite, como é o meu caso. Ela se inclina para bem perto do 14 de junho de 2013 EXTRA BELLA

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EM FOCO

Dita Von Teese

Durante a conversa com EXTRA BELLA, que aconteceu no último dia 25 em um hotel no bairro dos Jardins, em São Paulo, aonde ela estava hospedada, Dita se comportou como uma lady. A postura perfeita, as pernas elegantemente cruzadas e as mãos delicadamente repousadas nos joelhos pareciam pertencer a uma mulher educada nos melhores colégios da Suíça e não em uma escola pública na Califórnia.

P

ara uma mulher que ganha a vida tirando a roupa, é impressionante o sucesso dos figurinos da americana Dita Von Teese. O nome, evidentemente, é artístico. E, dizem os especialistas, o que ela faz também. Pele branquíssima, maquiagem elaborada, voz baixa e roupas copiadas por toda uma tribo de garotas que sonham ser divas ao estilo anos 40, Dita vive na primeira fila de desfiles de moda e em festas de celebridades. Quem não é do ramo demora para entender exatamente o que ela faz. Aos 37 anos, cachê, em média, de 75.000 dólares por quinze minutos de show, Dita é a mais renomada stripper da atualidade. Mas não daquelas que fazem acrobacias em volta do poste e mostram tudo, tudinho. Dita se denomina artista do teatro burlesco, sendo que burlesco, no caso, não tem nada a ver com aquelas encenações tipo commedia dell’arte. É um espetáculo parecido com o vaudeville, que surgiu na Europa e nos Estados Unidos na virada para o século XX, mas concentrado no que interessa a seu público: mulheres belíssimas fazendo cena enquanto se despem. “O burlesco americano surgiu da necessidade de

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Lisa Graham

atrair público para os teatros e da avidez dos homens por entretenimento. As dançarinas começaram a ganhar destaque e o strip-tease virou a atração principal”, explica o diretor teatral Cláudio Botelho, que em março estreia no Rio de Janeiro o espetáculo Gypsy, sobre a vida de Gypsy Rose Lee, linda e engraçada stripper dos anos 40 e uma das inspiradoras de Dita. “É difícil para as pessoas entender que o strip-tease já foi uma forma respeitada de entretenimento”, defende a própria sobre o gênero que a consagrou. “Eu faço a mesma coisa que as strippers, só que em um nível grandioso.” Botem grandioso nisso: Dita tem contratos com uma grande empresa de sutiãs, outra de cosméticos e uma terceira do ramo das bebidas, que patrocina sua apresentação nesta semana numa casa noturna de São Paulo. Sim, ela fará a performance dentro da taça gigante de martíni. Dita é uma falsa morena que conseguiu superar a origem sem glamour, o trabalho num ramo de entretenimento no qual a aspiração máxima costuma ser o estrelato pornô e até um casamento com o horripilante gótico-metaleiro Marilyn Manson. Pouca gente se interessaria por olhar,

que dirá pagar para ver, uma loirinha sem graça chamada Heather Renée Sweet, filha de manicure e operário, vestida com o uniforme quase obrigatório no gelado estado de Michigan: jeans, um casaco de náilon bem grosso e zero de maquiagem. Mas ela era tudo, menos comum. Começou trabalhando numa loja de roupas íntimas (“Fui a melhor vendedora de lingerie do mundo”) e depois entrou no ramo do erotismo comercial. Inventou o nome, homenagem a uma diva do passado, Dita Parlo, e o sobrenome vagamente alemão, mas que rima com strip-tease e tem uma carga evidentemente fetichista. Em lugar do estilo chicote e roupa de couro, adotou um figurino que evoca a era de ouro de Hollywood e suas vamps destruidoras de corações e reputações. “Eu via as mulheres dos anos 40 no cinema e pensava: nada é de verdade. Percebi que podia fazer igual. Adoro essa beleza artificial, inventada”, diz. E insiste: “Sou totalmente fabricada”. Em termos concretos, ela admite os cabelos tingidos de preto, o implante nos seios, a pinta tatuada abaixo do olho e os espartilhos que reduzem a cintura de já exíguos 58 para inacreditáveis 40 centímetros.


Fotos Ariel Rosa

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EM FOCO STAR

Fotos Ariel Rosa

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lém dos atributos evidentes, Dita tem um senso de estilo apurado e, acreditem, ótima cabeça para negócios. A feminilidade hiperestilizada da qual virou ícone é disputada por estrelas tanto do mundo da moda quanto do cinema. A desinibição própria da categoria ajuda um bocado. “Meses atrás fui o presente de aniversário da Sofia e do Roman para o pai deles, Francis Ford Coppola. Fiquei pelada na sala da casa para uma plateia na qual estavam George Lucas, Steven Spielberg, todos os maiores cineastas. Foi meio assustador, mas só recebi elogios”, conta. Dita diz que não pensa em mudar para o cinema, mas já teve aulas de interpretação com a mesma pessoa que orientou beldades oscarizadas como Charlize Theron e Halle Berry. Ela própria foi parodiada por Cameron Diaz, no filme As Panteras, justamente pela performance mais famosa, a da taça gigante. “Consegui montar esse espetáculo todo em três meses, um recorde”,

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diz ela, que em média demora de um a três anos planejando cada show – e cuida de tudo sozinha: trilha sonora de época, iluminação (de preferência luz rosa e indireta), cabelo, maquiagem e coreografia. “Todo mundo acha que é só chegar lá e tirar a roupa, mas até a roupa não é qualquer uma, são fantasias que pesam muito”, diz Dita. Vamp que é vamp tem de segurar o modelão, e Dita segura. Está sempre de salto alto, com roupas elaboradas e maquiada até na aula de pilates. “A última vez que usei jeans e camiseta foi no Dia das Bruxas do ano passado”, brinca. “Peguei emprestados de amigas. Pus peruca loira, um bronzeado falso e fiquei a típica garota americana.” Seu estilo é mundialmente copiado por uma tribo de mulheres que sonham ser Dita, desde garotas que fantasiam com o poder de sedução das grandes div divas até colegas de profissão. “Ela é sensual, mas tem um glamour que não a deixa

vulgar. É assim que uma dançarina burlesca deve ser”, diz Karina Raquel de Campos, 36, que desde 2006 se apresenta em São Paulo como Fascinatrix. Perto dos 40 anos, Dita começa a pensar em parar. “Todo ano me pergunto: será que ainda posso fazer isso? Mas sempre que falo em deixar o palco todo mundo é contra.” Segue-se um leve suspiro, quase uma deixa para os aplausos.as até colegas de profissão. “Ela é sensual, mas tem um glamour que não a deixa vulgar. É assim que uma dançarina burlesca deve ser”, diz Karina Raquel de Campos, 36, que desde 2006 se apresenta em São Paulo como Fascinatrix. Perto dos 40 anos, Dita começa a pensar em parar. “Todo ano me pergunto: será que ainda posso fazer isso? Mas sempre que falo em deixar o palco todo mundo é contra.” Segue-se um leve suspiro, quase uma deixa para os aplausos.


EM FOCO

Na entrevista, Dita, que estava no Brasil a convite da marca de licor francesa Cointreau, revela segredos de sedução, beleza e conta que o seu cabelo já pegou fogo durante uma performance. EXTRA BELLA: Como uma mulher pode se tornar sexy? DITA VON TEESE: O elemento mais sexy que uma mulher pode ter é a autoconfiança. Quando uma mulher entra em um lugar e está confiante, se sente confortável com si mesma, os olhares se voltam para a sua direção. Outro ponto importante é nunca se comparar com outras mulheres - saiba quais são as suas qualidades e aprenda a usa-las a seu favor. EXTRA BELLA: Existe alguma regra para seduzir um homem? DVT: Não. Nenhum homem é igual ao outro, eles não podem ser seduzidos da mesma maneira. Eu acho que o mais importante é a mulher se sentir confortável com ela mesma, ela se seduzir, se mostrar de uma maneira que se sinta bem. Eu acho que você nunca deve tentar ser sexy se baseando no que as outras pessoas acham que é sexy. EXTRA BELLA: Na sua opinião, quem são as mulheres mais sexy do mundo atualmente? DVT: Gwen Stefani! Temos muito em comum: nenhuma de nós tem um stylist, temos um estilo individual forte, e ela em particular é uma mulher cujo estilo e personalidade agrada as outras mulheres. Depois eu citaria a Scarlett Johansson, ela tem um corpo maravilhoso, eu fico impressionada.

EXTRA BELLA: E os homens? DVT: Nossa, se o meu namorado ler isso, vai dar briga (risos), então vou colocar ele em primeiro lugar. Você já viu uma foto dele? Ele é lindo! O nome dele é Louis Marie de Castelbajac (ele é um conde francês de 25 anos, filho do estilista Jean Charles de Castelbajac). O Johnny Depp também é sexy de verdade, eu conheço ele e toda sua família, ele é uma pessoa incrível, tem os pés no chão, e quanto mais o tempo passa ele fica melhor. Outro que é demais é o Caetano Rivera, que é um toureiro muito famoso na Espanha - eu acho que a minha admiração por ele tem a ver com os uniformes que ele usa (risos). EXTRA BELLA: O que é uma roupa sexy? DVT: Eu acho que o conceito de uma roupa sexy para mim é diferente do conceito de uma roupa sexy para a maioria das mulheres. Eu me sinto sexy em peças que são ajustadas ao corpo mas que não revelam muito. Eu adoro Dior, Rouland Mouret e Alexander McQueen. Os meus vestidos preferidos tem a cintura marcada e a altura da saia é logo abaixo do joelho. EXTRA BELLA: Quais são suas dicas de beleza?

gem (risos) - não são segredos na verdade, não é? Todo mundo sabe disso! EXTRA BELLA: Quais os itens indispensáveis na sua bolsa? DVT: Pó compacto, batom, delineador de boca, Blackberry, balas de menta, cartão de crédito e sempre um pouco de dinheiro - afinal de contas, eu não quero nunca depender de ninguém para pagar minhas contas. EXTRA BELLA: Você está sempre de batom vermelho, quais são as suas marcas prediletas? DVT: Eu adoro o Russian Red da M.A.C e o Excess de Rouge da Gerlain. Eu compro esses batons, congelo, tiro da embalagem e coloco em outras vintage que eu compro sempre que posso. EXTRA BELLA: E no seu guarda-roupa, o que não pode faltar? DVT: Um vestido preto, simples e de caimento perfeito, que eu possa usar tanto de dia quanto à noite e vários acessórios como luvas, chapéus e broches eu gosto de trocar os acessórios e formar looks diferentes com o mesmo vestido. Ah! e um escarpin preto Cristian Louboutin também é essencial.

DVT: Eu não fumo, nunca saio ao sol sem proteção, durmo bem e uso bastante maquia-

14 de junho de 2013 EXTRA BELLA

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