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Um pouco de luz

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Silvia Camossa

Silvia Camossa

UM POUCO DE LUZ NA LUTA DAS MULHERES

Num dos artigos pioneiros no sentido de mapear as características da história da mulher no Brasil, escrito por Maria Beatriz Nizza da Silva, a autora afirma: “não temos acesso direto ao discurso feminino senão tardiamente no século XIX e, até então, temos de nos contentar em conhecer os desejos, vontades, queixas ou decisões das mulheres através da linguagem formal dos documentos ou petições, manejada pelos homens.”

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Debret, pintor e historiador que viveu 15 anos entre nós, já registrava que a educação das mulheres se restringia, até 1815, a recitar preces de cor e a calcular de memória, sem saber escrever nem fazer as operações. Somente o trabalho de agulha ocupava seus lazeres, pois

os demais cuidados relativos ao lar eram entregues sempre às escravas. Só a partir de 1827, com a primeira legislação referente à educação feminina, é que as mulheres tiveram direitos assegurados à educação. Portanto, mesmo em meados do século XIX, a mulher ainda permanecia isolada do ambiente cultural.

Talvez a marca mais evidente dessa condição de subordinação seja a do silêncio e a de uma ausência, notada tanto no cenário público da vida cultural literária, quanto no registro das histórias da nossa literatura. Na esperança de poder contribuir, modestamente, na reversão da nossa falta de conhecimento sobre a questão, resolvi abrir este espaço para divulgar alguns momentos significativos da história da literatura brasileira feita por mulheres. Já fizemos, em nosso site, postagens de tudo que se encontra neste e-book, elencando autoras muito pouco conhecidas e divulgadas. E prosseguimos, agora, nessa mesma direção. Esclarecendo que minha atenção está voltada, exclusivamente, nas poetas mulheres. Com vocês, as vozes femininas que quebraram barreiras e se fizeram ouvir.

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