1 minute read

Marilda Confortin

Next Article
Silvia Camossa

Silvia Camossa

(1955)

Poeta paranaense, é professora de história e escritora. Publicou poemas no jornal Rascunho, Fenestra, Garatuja, Mulheres Emergentes, Revistas Etcetera e Coyote. Finalista dos concursos de poesia Leminski (2000) e Pinheiro do Paraná (2002). Publicou os livros de poesia O sorriso de Leonardo (2004), Noir (2006), O sal das rosas (2007) e A última chuva (2.007).

Advertisement

PROFANA A cor do amor é branca, e o amor tem uma covinha do lado direito do rosto e o amor me olha como alguém que jamais vai tirar a minha calcinha e gozar o céu dentro de mim. O amor sempre vai me olhar como se eu estivesse num altar de papel. Para o amor, eu sou uma rima e rima não tem vagina. Para o amor, eu sou uma ode com uma ode ninguém fode. Eu sou um verso alexandrino jamais tocado pelo herdeiro deste nome. Eu sou a palavra, e a palavra, a palavra é Deus Deus ninguém come, mas será que beber pode?

SOPRO DE DEUS Sigo distraído e breve — piedade na alma, opulência no calabouço.

Sigo sereno, neblina me abraça. Meu corpo um jarro de esperanças.

O amor — única navalha que me corta. Aprendi que somos sopros de Deus — instantes.

This article is from: