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Elisa Lucinda
from As Mulheres Poetas
(1956)
Poeta carioca, vive em Teresópolis e trabalha como economista do governo do Estado do Rio de Janeiro. É autora dos livros de poesia Olhar mineral (2003) Facas da manhã (1997) e Cristal Rutilado(2011). Participou da coletânea Caixa de prismas (1992). Teve poemas publicados na revista Poesia Sempre, da Biblioteca Nacional, nos jornais Poesia Viva, Panorama da Palavra e Rio Letras.
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CORDÃO UMBILICAL Em tudo há mãe o cerne o começo. Da minha tenho quase tudo o sorriso, a face, a vulva o que insiste e persiste no dia seguinte e em mais outro dia o que a esse se soma a vontade de mais outro dia. E como um novelo desenrolo os dias até nela chegar.
FOME E NOVELO Como criar poemas se o que emerge são os guizos, disfarçados de canto, de uma serpente invisível bem junto de mim? Como precisar seu bote se me escapam meandros e sítios de seu perfume? Nesta tarde estreita que alastra prenúncios e desfaz pistas incendeio de alegria e êxtase adianto o tempo e reconstruo um namoro sem carne e curvas febril perigoso e escorregadio como um penhasco.
O que assusta também me embala e envenena.