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Marize de Castro
from As Mulheres Poetas
(1961)
Poeta paulistana, é cronista, editora, pesquisadora, designer gráfico e participante dos movimentos culturais da década de 70. Desde essa época participa ativamente do movimento literário e cultural do Piauí. No ano de 2012, recebeu o título de Cidadã Teresinense. Entre suas publicações estão Sub-uivo, Oito para ela, Externo-interno, Plexo solar e Lirismo antropofágico e outras iscas minimalistas. Organizou, com Algemira de Macêdo Mendes, o livro/ antologia A mulher na literatura latino-americana (2018).
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Na epiderme de alta alvura: dormem tatuagens e cicatrizes e n’alma uma rupestre figura A DOR DA BALA Das travessias atlânticas: sangue, suor, saudade e sal.
Tua herança, esse canto q não cala teu clamor, esse axé ancestral.
O branco q escondeu a propria alma ainda escraviza, macula e mata.
E fere bem menos, a dor da bala q a barbárie secular q nos abala.
E contra essa força bruta seja nosso luto, verbo e tua viva voz, luta.
TUA VOZ Ao amanhecer tua voz é manha e maciez – desejo de tudo
Desliza em minha alma o que ela extrai da tez: – a textura do veludo
Tua voz é sede e seda ao meu ouvido acalma – faz com que eu ceda