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Maria Esther Maciel

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Silvia Camossa

Silvia Camossa

(1962)

Poeta paraense, formou-se em psicologia, em 1984, pela Universidade Federal do Pará, e exerce a profissão de professora de psicologia da Universidade da Amazônia. Possui doutorado em psicologia e é autora de Quando Fernando VII Usava Paletó (1982); Levasse as Coisas na Flauta (1988); Histórias Mortas (1993).

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Quando aceitei o fato de que a Terra não é apenas redonda mas está solta no espaço, girando em torno do sol e de si mesma, fiz do céu uma primeira aula de irrealidade. Olho os meus pés sobre o chão e tento me ver azul como sei que sou azul quando desapareço ao longe. Avanço além do que percebo porque me movo através de palavras e fiz delas, portanto, uma segunda aula de irrealidade. A seqüência de números pode indicar que insisto em meus erros porque quero o absurdo que dispensa a lógica. Cada astro em sua órbita, cada som com um sentido, é possível que a terceira aula de irrealidade seja a última, assim como é possível que não seja. .........................................................................................

Lia uma revista comparando tuas mãos à cor das páginas. Na televisão passava um filme com a tua voz e uma cena da noite de ontem esvaziava a tela.

A janela refletia o que pensavas, compassiva às paixões humanas. O que dizer do espaço para discordâncias? Amar enlouquece, sabiam os antigos, então modernos. Estavam errados porque estavam certos. ...........................................................................................

Na direção oposta ao movimento aparente do sol à nossa volta ou mediante o fluxo instável da lua nova, asas para o tempo voar, ir embora.

Precisei da aurora no início da tarde

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