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Simone Brantes
from As Mulheres Poetas
(1963)
Poeta mineira, nasceu em Ouro Preto, tem cinco livros publicados. Eis alguns: A física dos Beatles(2005), Contos dos dias(2007) e Livro de Papel(2009). Integrou o Grupo Dazibao de Divinópolis/Belo Horizonte. Foi co-organizadora da Coleção Poesia Orbital e do Jornal Inferno. É editora do Jornal Dezfaces. Faz parte do conselho editorial da Revista de Literatura Ato.
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Um anjo sangra na sacada e ela, ferida, mergulha para dentro do sono.
Panos para sempre no varal da infância.
CÓDIGO Perdoe-me por não saber amar em outra língua. estes versos, que me atravessam como uma rua acidentada, não os explicito. perdoe-me por não saber cantar em outra língua. estes versos, que me iluminam como as pedras que faltam na rua acidentada, não os traduzo.
perdoe-me por não saber beijar em outra língua.
estes versos que se soltam e me encharcam.
VÉU 3 Surpreendo-me, amiga, ao vê-la longeva e lúcida, porque sempre soube em você o sinal de nascença, a infância nos laranjais: marcas de batalha. Mais perto da palavra, mais próxima da morte. Sumo: palavraponte para atravessar. Soco: palavraponte para explodir. Amiga, ouça-me: Poesia é a guerra.