Cibercultura: Utopia e Distopia

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Afinal, o que ĂŠ tecnologia?


escrever em um tablet

escrever em um teclado

escrever em papel com lรกpis

escrever na areia com um galho

o alfabeto


A resposta de Stanley Kubrick‌


a new technology extends one or more of our senses outside us into the social world Marshall McLuhan, The Gutenberg Galaxy


If all technology — every last knife and spear — were to be removed from this planet, our species would not last more than a few months. We are now symbiotic with technology Kevin Kelly, What technology wants


Cibercultura O prefixo ciber vem de cibernética, a teoria ocupada de estudar os sistemas de comunicação e controle, fluxo de informação e feedbacks. O termo cibercultura tem várias definições possíveis mas, para o contexto do nosso curso, ela pode ser entendida como a cultura mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. A partir da década de 70 e mais fortemente a partir da de 90, com o surgimento da web, várias manifestações culturais (a música, as artes plásticas, a literatura etc) e relações humanas têm sofrido influência destas tecnologias.


Cibercultura Segundo o pesquisador brasileiro André Lemos, no momento estamos na segunda fase da cibercultura. O da “internet das coisas”, na qual a rede se faz presente nos objetos do dia a dia.

átomos e bytes Fase de upload serviços do mundo de átomos são colocados na rede: online banking, compras online, sites institucionais etc Fase de download recursos da rede invadem os objetos antes meramente físicos. Códigos de barras, chips de RFID, as casas com recursos interativos, dispositivos disparam comportamentos a partir da presença de um sinal eletrônico digital


http://yellowarrow.net/v3

Yellow arrow project



Cibercultura As megacidades, com tráfego conturbado e exposição massiva a informações de todo tipo (direção, advertência, publicidade etc) são o habitat natural da cibercultura, onde o ser humano convive à todo momento com os dispositivos eletrônicos, seja um smartphone, um caixa automático, um computador desktop, uma TV digital, um display neon urbano, semáforos etc. O fluxo de tráfego de humanos compete com o tráfego ainda mais intenso e rápido dos fluxos de informação.


Tokio | Jap達o


Aos profetas do apocalipse

A intensificação desta tendência de convivência entre homem e máquina / informação é descrita por várias obras de ficção científica a partir dos anos 60.

Em especial, nas obras Neuromancer de William Gibson e Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K. Dick


Outra obra que também faz parte do repertório dos pioneiros da cibercultura é o longa de animação baseado em um mangá

Ghost in the shell (1995) Masamune Shirow

00:00:00 até 00:06:00

Num futuro distante, o mundo havia se tornado interconectado por uma enorme rede que permeava todos os aspectos da vida...


Neuromancer William Gibson


Neuromancer, de William Gibson Enredo O livro conta a história de Case, um ex-hacker (cowboy, como são chamados os hackers em Neuromancer) que foi impossibilitado de exercer sua profissão, graças a um erro que cometeu ao tentar roubar seus patrões. Eles então envenenaram Case com uma microtoxina, que danificou seu sistema neural e o impossibilitou de se conectar à Matrix. Antes deixaram uma quantia de dinheiro com ele, pois "iria precisar dele". Case então procura as clínicas clandestinas de medicina de Chiba City, onde gasta todo seu dinheiro com exames, sem conseguir encontrar uma cura. Drogado, sem dinheiro, desempregado - é nessa condição que Molly o encontra e a trama se inicia, com uma cura para os danos de Case à vista. Diversos personagens interessantes são introduzidos durante a trama (Molly, Armitage, Wintermute) e vai se descobrindo o passado obscuro de cada um deles no desenrolar da história, que possui um final surpreendente. (fonte: Wikipedia)


Neuromancer, de William Gibson É nesta obra que o autor lança o conceito de ciberespaço. O ciberespaço, uma alucinação consensual vivida quotidianamente por dezenas de milhares de operadores em todos os países... Uma representação gráfica de dados extraídos das memórias de todos os computadores do sistema humano. Uma complexidade impensável. Traços de luz dispostos no não-espaço do espírito. No Neuromancer, o ciberespaço é chamado de “The Matrix”... o que nos leva a outra obra... a trilogia dos irmãos Wachowski.

Return to the source: Philosophy and the matrix


The Matrix, dos irmãos Wachowski Talvez, a grande pergunta do filme é: até que ponto a “realidade” que vivemos é mesmo real. Uma pergunta absolutamente central para a filosofia, de onde os diretores retiraram muitas das suas referências. Seus personagens são uma colagem de referências. • Neo, palavra latina que significa “o novo”, Mr. Anderson = o filho do homem • Morpheus, o deus grego que representa o sonho • Trinity, a Trindade, conceito cristão • Oracle, o oráculo, que tem o dom de prever o futuro


The Matrix, dos irmãos Wachowski O romance de William Gibson influenciou fortemente os irmãos Wachowski, que criaram o roteiro do filme Matrix. O filme é um remix de várias características do universo da cibercultura. A ficção científica, os animes, mangás, filmes de artes marciais e temas religiosos e filosóficos estão presentes em um universo ciberpunk. Ciberpunk Gênero literário de ficção científica caracterizado pelo binômio “high tech, low life” ou seja, alta tecnologia em um ambiente degradado.


Ficção científica Ilustração para A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells


Animes Animaçþes produzidas pela indústria de entretenimento japonesa


Mangá Histórias em quadrinho em estilo japonês


Filmes de artes marciais


Cyberpunk Universo ficcional de realidade mista, biol贸gica e tecnol贸gica, num ambiente de contesta莽茫o do sistema... High tech, low life


Do androids dream of electric sheep? Philip K. Dick


Romance de Philip K. Dick publicado em 1968

Filme de Ridley Scott de 1982 baseado no conto de Philip K. Dick


Do androids dream of electric sheep? de Philip K. Dick A história de Do Androids Dream of Electric Sheep? acontece em 1992 depois do World War Terminus e suas consequências radioativas. As Nações Unidas encorajam a emigração para as colônias em outros planetas para preservar a raça humana. Os que ficam na Terra, vivem em condições de degradação e de envenenamento radioativo. Fora da Terra é comum a existência de droids, tanto animais (cavalos, cachorros, gatos, ovelhas) quanto humanos, que são réplicas prefeitas e melhoradas artificialmente de seus equivalentes biológicos. São chamados de replicantes. Alguns andróides voltam à Terra com objetivos desconhecidos, e são então procurados por Rick Deckard, um caçador de replicantes, para que sejam “aposentados”. Blade Runner, de Ridley Scott. Dois trechos: O teste de Turing e o diálogo do telhado


Repare que nestas obras a visão do futuro é distópica... Mesmo quando a tecnologia é a grande solução para a sociedade, algo acontece que revela o que há por trás da influência da tecnologia.


Neuromancer (Gibson) The Matrix (irmãos Wachowski) Do androids dream of electric sheep (Philip K. Dick) Blade Runner (Philip K. Dick / Ridley Scott) Eu, robô (Asimov) Minority Report (Philip K. Dick) A máquina do tempo (H. G. Wells)



Por que as narrativas sobre o futuro sempre colocam uma carga de desconfianรงa sobre o papel da tecnologia?


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