Os 12 Deuses Do Olimpo Eu amo a mitologia grega. Aquelas lendas fantásticas me fascinam desde criança. Conheço quase todas as histórias, mas mesmo assim sempre quis ter um livro que reunisse todas elas, para eu ler e reler quando quisesse. Mas infelizmente eu nunca consegui achar um que tenha todos os mitos, quando acho, não os conta direito. Então decidi criar o meu próprio livro de Mitologia grega, com as melhores histórias.
Na Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Hoje em dia, para nós tudo não passa de mitos, mas os gregos antigos acreditavam muito nessas divindades e achavam que elas habitavam um palácio no topo do Monte Olimpo, a mais alta montanha da Grécia, que chega a ultrapassar as nuvens. Localiza-se próximo do mar Egeu, na Tessália. Lá de cima, os deuses decidiam a vida dos humanos e se deliciavam com o ambrósia e o néctar, o alimento e bebida que lhes possibilitava a imortalidade. Mas apesar de serem imortais, os deuses possuíam características e comportamentos semelhantes aos seres humanos: raiva, tristeza, alegria, medo, paixão, ciúme etc. Inclusive, muitas vezes, eles se apaixonavam por seres humanos comuns e desciam de sua morada divina para se relacionarem com eles, o que acabava dando origem a filhos semi-deuses ou heróis, comoHércules, Teseu e Perseu, só para citar os mais famosos. Mas antes de conhecer melhor os Deuses Gregos, temos de saber como tudo começou...
Tudo se inicia com o Caos: a escuridão total, o completo vazio, o nada. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Tártaro (as trevas abismais), Eros (o amor), Érebo (a escuridão) e sua irmã Nix (a noite). Érebo desposou Nix, gerando Éter (a luz) e Hemera (o dia). Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Urano (o céu) que então a fertilizou. Urano fazia seguidos filhos em Gaia, mas como nunca se afastava dela, seus descendentes, entre eles os titãs, permaneciam presos no ventre da mãe. Insatisfeita com a situação, Gaia incentivou um de seus filhos, o titã chamado Cronos, a decepar os órgãos genitais de Urano, fazendo com que este se separasse dela e os outros filhos pudessem nascer. Cronos assim fez e então nasceram os outros titãs, que eram: Oceano (os mares e rios), Hipérion (a representação original do sol, possuía as características que seriam mais tarde atribuídas a Hélios e depois a Apolo), Céos, Crio, Jápeto, Téia, Réia, Têmis, Mnemosine, Febe e Tétis. Hipérion se uniu com Téia, que então gerou Selene (a Lua), Hélios (o Sol) e Eos (a Aurora). Também nasceram de Gaia os Ciclopes, gigantes de um olho só, e os Hecatônquiros (ou Centímanos), gigantes que possuíam cem braços e cinquenta cabeças. Cronos desposou sua irmã Réia e, como foi ele quem enfrentou o pai, passou a reinar entre seus irmãos Titãs. Os Hecatônquiros e os Ciclopes, ele aprisionou no Tártaro, as trevas abismais, a região mais profunda do mundo dos mortos, com medo de que esses monstros gigantes resolvessem se rebelar contra ele. Mas acontece que Urano profetizou que Cronos também seria destronado por um de seus filhos. Com medo, Cronos engolia todos os filhos que tinha com Réia, mal eles nasciam, para evitar que a profecia se concretizasse. Assim aconteceu com Hera, Hades, Poseidon, Héstia e Deméter. Réia fica horrorizada e quando descobriu que estava grávida do sexto filho, ela
decide salvá-lo, e vai parir secretamente a criança numa caverna em Creta, bem longe de Cronos. Lá, Réia dá à luz seu filho que chama de Zeus e o deixa aos cuidados das ninfas da floresta. Logo Réia retorna ao Palácio de Cronos, enrola em panos uma pedra e depois dá ao seu marido, que engole achando ser o sexto filho. Quando Zeus cresceu, ele se tornou um esplêndido homem e desposou Métis, que forneceulhe uma poção para fazer Cronos vomitar todos os filhos que havia engolido. Eles ainda estavam vivos dentro da barriga de Cronos, afinal, eram imortais. Zeus disfarçou-se de viajante e deu a bebida a Cronos, que regurgitou todos os filhos que tinha devorado. Agora adultos, eles se juntaram a Zeus para enfrentar seu pai, dando origem a uma guerra, de Deuses contra Titãs, cujo o resultado definirá quem comanda o mundo e o universo. Os Titãs lutaram ao lado de Cronos, eles atacavam jogando enormes blocos de pedra em chamas contra os deuses, e Zeus revidava lançando sobre o exército de seu pai a fúria dos raios. O confronto sacode a Terra.Apolo lança uma chuva de flechas enquanto Poseidon, com um só golpe de seu tridente, racha em duas a ilha de Cós e joga uma das partes sobre um dos titãs , que é achatado e desde aquele dia passou a ser a ilha de Nisiro. Atena faz a mesma coisa e, arremessando uma enorme rocha, esmaga outro titã que se torna a ilha da Sicília. No entanto, os deuses só conseguiram vencer realmente quando libertaram os Ciclopes e os Hecatônquiros, que, como já dito, foram aprisionados por Cronos. Mas agora libertados, esses monstros gigantes ajudaram os Deuses e assim eles venceram a guerra e aprisionaram os Titãs nas profundezas do Tártaro. Estão lá, muito abaixo da terra, e as inúmeras erupções vulcânicas provam que até hoje eles continuam vivos e tentando se libertar. Para Atlas, porém, Zeus deu um castigo especial. O deus condenou o titã a sustentar eternamente o Céu nas costas, impedindo que ele mais uma vez se unisse à Terra. Alcançada a vitória, os deuses partilharam o universo, Zeus ficou com o céu e a Terra, Poseidon ficou com os mares e Hades ficou com o mundo dos mortos. A humanidade foi criada por Prometeu (leia esta história).
Os Doze Deuses Olímpicos A mitologia grega serviu de inspiração também para os romanos. Desta forma, eles passam a adorar os mesmos deuses dos gregos, dando-lhes, no entanto, apenas nomes diferentes. Enfim, confira abaixo os 12 deuses gregos, com os seus respectivos nomes romanos entre parênteses. ZEUS (JÚPITER)
É o deus principal, governante do Monte Olimpo, rei dos deuses e dos homens. Era o senhor do céu e o deus da chuva, aquele que tinha o terrível poder do relâmpago. A tempestade representava a sua fúria. Sua arma era o raio e sua ave a águia, animal em que costumava se transformar. Zeus era um tanto mulherengo e teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas, tendo vários filhos semi-deuses, entre eles, Hércules e Perseu. HERA (JUNO)
Mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio, do parto e da família. Extremamente ciumenta, é vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Íris, a deusa do arco-íris, era a servente e mensageira de Hera, e o pavão, a sua ave favorita. POSEIDON (NETUNO)
O irmão mais velho de Zeus e Hades é Poseidon, o deus do oceano. Morava em seu palácio no fundo do mar, junto a sua esposa Anfitrite. Com um movimento de seu tridente, causa terremotos e tsunamis - por isso os navegantes sempre rezavam para esse deus pedindo águas tranquilas e que lhes protegessem dos "monstros marinhos" (que eram as baleias). AFRODITE (VÊNUS)
Deusa do amor, da beleza e do sexo, Afrodite é a mais bela das deusas. Ela nasceu quando Cronos cortou os testículos de Urano e arremessou-os no mar; Da espuma que surgiu na água, ergueu-se a virgem Afrodite. Sua presença causou tumulto no Olimpo, pois os deuses começaram a brigar para conquistá-la, inclusive Zeus. Temendo que o ciúme pusesse fim à paz que reinava entre eles, Zeus a casou com Hefesto,o mais decidido e tranquilo dos deuses, e também como forma de
agradecê-lo por ter forjado os raios. E então, contraditoriamente, a mais bela das deusas acaba por se casar com o mais feio dos deuses, Hefesto, que era deformado e encardido. Hefesto lhe construiu um cinto mágico de ouro, o Cestus, que tinha o poder de inspirar o amor. Mas Afrodite não gostou muito da idéia de casar com o feio Hefesto e o traia com o bruto e musculoso Ares, com o qual teve alguns filhos, Cupido era um deles. Suas aves favoritas eram os pombos e os cisnes, e a rosa era a flor a ela dedicada. ARES (MARTE)
O terrível deus da guerra é outro filho de Zeus e Hera. Representado como um homem forte e de caráter violento, ele tinha o prazer em apreciar a dor alheia e, no campo de batalha, pode matar um mortal apenas com seu grito de guerra! Quando estão perto dele, as pessoas sentem raiva e vontade de bater uma nas outras. HEFESTO (VULCANO)
Também filho de Zeus e Hera, Hefesto era o arquiteto, o forjador, construtor de todas as obras do Olimpo. Foi ele que, com a ajuda dos Ciclopes, forjou o raio de seu pai Zeus e os gregos antigos acreditavam que as erupções vulcânicas eram causadas por este deus, que forjava no interior das montanhas. Hefesto nasceu tão feio que foi jogado pela mãe, Hera, - a despeito de ela ser a deusa da família - do alto do monte Olimpo. Ele despencou durante um dia inteiro até cair no oceano, onde foi criado pela oceânide Tétis (mãe deAquiles). Ele aprendeu a forjar e, depois de adulto, decidiu se vingar da mãe. Hefesto fez um belo trono de ouro e enviou para Hera. Lisonjeada, ela se sentou, mas não conseguiu mais se levantar, pois o trono estava enfeitiçado. Vários deuses tentaram libertá-la sem sucesso, até que Dionísio, o deus do vinho, levou sua bebida para Hefesto, que bebeu até cair e foi carregado para o Olimpo para desfazer o feitiço do trono. Ao acordar, ele disse que só libertaria sua mãe se Afrodite, a mais bela das deusas, aceitasse se casar com ele. Assim aconteceu, Afrodite e Hefesto se casaram (esta é uma outra versão de como eles ficaram juntos) e Hera foi libertada do trono.
Certo dia, Hefesto descobriu que era constantemente traído por Afrodite por meio de Hélios, o sol que tudo vê, e planejou uma armadilha para eles durante uma de suas escapadas. Enquanto Afrodite e Ares estavam juntos na cama, Hefesto envolveu-os com uma rede tão fina que era praticamente invisível, mas muito forte, e levou-os ao Monte Olimpo para humilhá-los diante dos outros deuses. Estes, no entanto, apenas riram diante da visão dos amantes nus, e Poseídon conseguiu persuadir Hefesto a libertá-los como troca de uma garantia de que Ares pagaria uma multa pelo adultério. Pobre Hefesto! DIONÍSIO (BACO)
Zeus se apaixonou pela mortal Sêmele, e ainda que Zeus ficasse sempre metamorfoseado de homem comum, ela sabia que ele era um deus porque ele lhe sussurrara isso mais de uma vez. Mas a ciumenta Hera, com raiva de ter sido traída mais uma vez por seu esposo divino, armou uma cilada para a rival. Sob a aparência de uma velhinha foi se encontrar com Sêmele e lhe persuadiu a perguntar para Zeus se este era mesmo um Deus, e não um impostor, e que lhe provasse isso. Sêmele ficou com sérias dúvidas, até que resolveu perguntar. Zeus tentou convencê-la a desistir, mas só fazia Sêmele insistir mais ainda. Então ele se revelou em toda a sua glória, resplandecendo em relâmpagos. O corpo de uma mortal não era capaz de suportar aquela luz tão intensa e a infeliz foi fulminada. Acontece que Sémele estava no sexto mês de gravidez, e Zeus se apressou a salvar o filho que ela trazia no ventre. Para dar continuidade à gestação, o deus negociou com seu irmão Hades, o deus dos mortos, que concordou em lhe dá apenas o bebê. Zeus abriu a própria coxa e nela colocou a criança, depois fechou-a com grampos de ouro. Quando o tempo fixado pelo destino chegou a seu termo, Zeus deu à luz Dionisio, que se tornou o Deus do vinho, das farras, da loucura e do teatro. O NASCIMENTO DE ÁRTEMIS E APOLO A bela ninfa Leto foi possuída por Zeus e engravidou de Apolo e Ártemis. Hera, esposa legítima de Zeus, descobriu o romance e voltou sua ira para Leto. Pediu à Gaia, a Terra, que não oferecesse lugar para Leto, assim a coitada não poderia mais pousar sobre terra firme para ter seus filhos. Como se não bastasse, Hera ainda enviou uma enorme serpente para persegui-la, assim ela não ia permanecer viva tempo o suficiente para dar à luz. Mas Leto, quase morrendo de tanta dor, encontrou a ilha de Delos, que ao contrário de todos os lugares que passara antes, não era ligado a Gaia, pois era uma ilha flutuante e podia abrigar e esconder Leto de píton, e assim ela conseguiu parir os gêmeos divinos. APOLO (FEBO)
Apolo era o deus da luz e do sol, na verdade, os gregos acreditavam que ele era o próprio sol, conduzindo a sua carruagem dourada e resplandecente no céu, para chegar, à noite, ao oceano onde os seus cavalos se banham, enquanto a noite prevalece. Por isso era chamado também de Febo (brilhante). Seus cabelos eram louros e seus olhos claros como o dia. Também era o deus
da música, poesia e da arte de atirar com o arco. Assim como sua irmã, era muito habilidoso com arco e flecha, e tocava belas melodias em sua lira. Com poucos dias de vida, lutou contra a enorme serpente Píton e a matou com suas flechas. ÁRTEMIS (DIANA)
Ártemis se tornou a deusa da vida selvagem e da caça. Seus cabelos eram negros e tinha olhos escuros, ao contrário de Apolo, ela era a deusa da noite enluarada. Como era uma caçadora, desprezava a companhia de homens, prometendo ser eternamente virgem. Possuia um arco e
flecha como os de Apolo, só que prateados. ATENA (MINERVA)
É a deusa da sabedoria, imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe era páreo, pois, enquanto este só prezava a guerra violenta e sanguinária, Atena era extremamente estratégica. Filha de Zeus com a primeira mulher dele, Métis. Quando Zeus recebeu a notícia de que Métis estava grávida, ficou com medo de que seu filho o destronasse, como aconteceu com seu pai e seu avô. Então Zeus enganou Métis, que se metamorfoseou em uma mosca durante uma "brincadeira" imposta por ele, e acabou sendo engolida propositalmente pelo deus. Mas Métis gerou Atena no ventre de Zeus, que começou a sentir uma insuportável dor de cabeça, e pediu que Hefesto lhe abrisse o crânio com seu machado, e de lá saiu Atena já adulta e toda armada. A deusa jamais se
casou ou manteve amantes, mantendo virgindade perpétua. A coruja é o seu símbolo e a capital da Grécia recebeu o nome de Atenas, como uma homenagem a esta deusa. HERMES (MERCÚRIO)
Filho de Zeus com a deusa Maia, Hermes era esperto e rápido e estava sempre a serviço de Zeus. Ele era o mensageiro dos deuses e também conduzia a alma dos mortos até o submundo de Hades. Protetor dos viajantes, comerciantes, dos ladrões e trapaceiros, em suma, de tudo que requer habilidade e astúcia. Representado como um homem de sandálias e capacete com asas e também portando em uma das mãos o caduceu, uma vara com duas serpentes entrelaçadas. Ainda bebê, o astuto Hermes inventou o fogo, friccionando folhas de loureiro com uma acha de lenha, criou um instrumento musical com os cascos de uma tartaruga, chamado Lira, e em uma noite, fugindo de seu berço, ele foi furtar cinquenta gados sagrados de Apolo, e os trouxe puxando-os pela cauda, para que as pegadas indicassem o caminho oposto e confundisse o deus do sol. Mas quando Apolo deu por falta de seus bois, ele logo desconfiou de Hermes, que negou dizendo que seria incapaz devido a tão pouca idade, mas mesmo assim ele foi levado ao Olimpo para ser julgado por Zeus. Ele continuou negando tudo. O problema se encerrou quando Apolo viu a Lira e seu doce som, o deus da música ficou encantado com o instrumento inventado por Hermes e ficou para si, deixando, em troca, Hermes ficar com os gados.
DEMÉTER (CERES)
Filha de Cronos e Réia, era a deusa das plantas, da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. De seu romance de trágico desfecho com Iásion, Deméter teve um filho chamado Pluto, que posteriormente tornou-se a personificação da riqueza e da abundância. Iásion morreu atingido por um raio fulminante enviado pelo enciumado Zeus ao surpreender juntos os dois amantes. De sua união com sei irmão Zeus nasceu Core que, raptada por Hades, tornou-se Perséfone, a rainha dos mortos.
Há ainda outros deuses muito importantes, mas que não fazem parte dos 12 Olimpianos, como: HADES (PLUTÃO)
Hades é o deus dos mortos. Não tinha assento no Olimpo porque preferia passar a maior parte do seu tempo no reino subterrâneo, o mundo dos mortos, chamado também de Hades, onde vivia com sua esposa que ele mesmo raptou, a rainha Perséfone. Assim como Zeus tem o raio e Poseidon o tridente, Hades possui um capacete que o deixa invisível. Por ser o deus da morte, era bastante temido entre os gregos. HÉSTIA (VESTA)
Também costumava aparecer entre os doze, Héstia. Quando foi dado lugar a Dioniso, o número total de Olímpicos passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze. Ela é a deusa grega dos laços familiares, simbolizada pelo fogo da lareira. Cortejada por Poseidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus, e dele recebeu a honra de ser venerada em todos os lares e ser incluída em todos os sacrifícios. Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos.