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09/08/2013

Maior dilema em pastagem !!

Eng. Agr. Prof. Paulo Fernando Adami

Adami,2011

Adami, 2012

Unidade básica de desenvolvimento

FITÔMERO = folha (lâmina + bainha nas gramíneas ou estípula + pecíolo + folíolos nas leguminosas) + nó + entre-nó + gema. Cada folha produzida resulta na produção de um fitômero O processo de formação dos fitômeros que constituem a unidade básica de acúmulo de peso do perfilho depende fundamentalmente da temperatura percebida pelos meristemas A temperatura comanda a velocidade das reações enzimáticas que redundam em multiplicação e posterior crescimento das células que formam os diferentes tecidos vegetais O tempo térmico (graus-dia ou soma térmica) decorrido entre o surgimento de dois fitômeros sucessivos chama-se FILOCRONO Adami, 2011

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• O acúmulo de massa numa haste é decorrente do acúmulo de fitômeros e do seu desenvolvimento individual (expansão foliar, alongamento e engrossamento dos nós e entre-nós. Adaptado por Adami, 2011

Adaptado por Adami, 2011

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Haste principal F8

F9

F7 F5 F6 F4

F3

F2

F1

P1 P2

Esquema de uma gramínea no estádio vegetativo com os perfilhos primários (Pi.) e secundários (Pi.j.)

P1.1 P2.1

Gema intravaginal

Gema extravaginal

• Gramíneas apresentam morfologia semelhante com # morfológicas que separam as espécies em relação ao seu habito de crescimento • Os mecanismos que determinam o desenvolvimento de perfilhos, rizomas ou estolão não são bem esclarescidos Adaptado por Adami, 2011

Adami, 2011

Diferenças morfológicas em relação a forma de crescimento

Taxa de crescimento x estágios de crescimento

Leguminosa prostrada

Gramínea prostrada

Fase 2: Alto IAF, Folhas jovens, eficientes Alta taxa fotossintética Alta Pastejo taxa de crescimento

Fase 1: IAF baixo, Baixa taxa Fotossintética Crescimento depende de energia das raízes Baixa taxa de crescimento

Leguminosa ereta

Gramínea ereta

Superpastejo

Fase 3: IAF alto, Folhas velhas, ineficientes Baixa taxa Fotossintética Energia utilizada na produção de sementes Baixa taxa de crescimento

Subpastejo Adami, 2011

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CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DETERMINANTES DA IAF

 Taxa de aparecimento de folhas (TAF)  Taxa de expansão de folhas (TEF)  Duração da vida da folha (DVF)

São determinadas genéticamente, porém influenciadas pelo ambiente (temperatura, água e nutrientes), manejo

Massa de forragem teto

95% de IL

Na figura à esquerda em “a” a planta mais ereta pode atingir um IAF maior sem que ocorra senescência, mas o corte eliminará muito mais área de folhas do que na planta à direita se a altura do pastejo for a linha tracejada. Em “b” embora a altura do corte possa ser a mesma, pois as plantas têm características similares, a planta da direita já passou do ponto ótimo, verificando-se um excesso de senescência e o IAF residual será composto de folhas ineficientes. Na figura à direita a comparação de gramíneas e leguminosas mostra o efeito da disposição das folhas sobre o IAF ótimo e sua conseqüência sobre o momento em que ocorre o máximo acúmulo de forragem, indicando a necessidade de utilizações diferenciadas. Adaptado por Adami, 2011

N não limitante

Taxa do Processo

Fotossíntese Bruta

N limitante

Respiração Crescimento

Acúmulo de Forragem

Senescência e Morte

Tempo

Intensidade da radiação -

Balanço entre a taxa de fotossíntes bruta, respiração, senescência e a taxa de acúmulo líquido de forragem em um pasto de azevém perene durante rebrotação (Adaptado de Parsons, 1980).

Efeito da limitação de nitrogênio sobre a fotossíntese líquida em diferentes intensidades luminosas (Gastal e Saugier, 1986).

Processo de acúmulo de forragem em lotação intermitente

Adaptado de Carvalho, 2012

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Manejando a intensidade de pastejo

Adaptado de Carvalho, 2012

10 cm

20 cm

Produção Total de MS Taxa de Acúmulo

6345,1 46,7 30 cm

40 cm

ProdMS x TxAc (r=0,9969; p<0,0001)

Carvalho (2012)

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Acúmulo de pastos de capim-quicuiu

Capim-Mombaça

Tratamentos: Intensidades de pastejo (Altura do resíduo pós-pastejo) 50 cm 30 cm

Freqüência de pastejo 90 e 110 cm

Carnevalli (2003)

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8000

50/100 x 30/95

30/95 (90 cm)

Período reprodutivo

Período vegetativo

30/100 x 50/95

30/100 (110 cm)

(Panicum maximum cv Mombaça)

kg MS/ha

7000 6000

Acúm. líq. total

5000

Acúm. líq. folhas

95% IL

Produção de forragem (kg MS/ha) em pastos de capim-mombaça submetidos a pastejo com 95 ou 100% de interceptação luminosa do dossel (Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002).

Along. folhas

Along. colmos

4000

Senescência

Resíduo

Interceptação de luz (%)

3000

(cm)

2000

30

26900

24900

25900A

50

17920

20280

19100B

Média

22410

22590

22500

1000 0 74,2

84,2 98,0 Interceptação de luz (%)

99,4

49,3

82,9 94,3 Altura do pasto (cm)

110,3

28/02 (8)

20/02

15/03 (23)

Média

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10)

22/03 (30)

Composição morfológica (%) da massa de forragem em pré-pastejo de pastos de capim-Mombaça submetidos a regimes de desfolhação intermitente (Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002).

(cm)

100

Fonte: Carnevalli (2003)

Data (dias)

Carnevalli (2003)

Resíduo

95

Concentração de proteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) (%) da massa de forragem em pré-pastejo de pastos de capim-Mombaça submetidos a pastejo com 95 or 100% de interceptação luminosa do dossel (Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002).

Interceptação de luz (%) 95

100

Interceptação de luz (%) Média

Estação

95

Folha:

100

Média

PB (%):

30

70,9Aa

60,3Ab

65,6A

Verão

11,3Aa

9,7Ab

10,5A

50

57,7 Ba

57,5Aa

57,6B

Outono/inverno

10,9Aa

9,0ABb

9,9AB

Média

64,3a

58,9b

Primavera

11,4Aa

8,2Bb

9,8B

30 50 Média

14,7Ab 18,9 Aa 16,8b

Média

11,2a

9,0b

Verão

59,9Ba

56,6Ab

58,3A

Outono/inverno

52,4Ca

53,0Ba

52,7B

Primavera

61,9Aa

55,3ABb

58,6A

Média

58,1a

55,0b

Colmo: 26,4Aa 22,1Aa 24,2a

20,6 20,5

19,0Aa 18,1Aa 18,6

16,4 19,4

Morto: 30 50 Média

13,7Bb 20,7 Aa 17,2

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10) Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0,10) Fonte: Carnevalli (2003)

DIVMO (%):

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10) Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0,10) Fonte: Carnevalli (2003)

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Aruana

1. Aumento em IAF dos pastos por meio de aumento em peso por perfilho e DPP; 2. Aumento em IAF dos pastos por meio apenas de aumento em peso por perfilho, com ligeira redução em DPP, caracterizando o início da compensação tamanho/densidade (início do processo de competição por luz no interior do dossel); 3. 3. IAF estável e compensação tamanho/densidade populacional instalada, com aumento em peso por perfilho e redução em DPP (competição intra-específica por luz); 4. Condição de comunidade clímax, com elevada mortalidade ocasionada por pequenos aumentos em tamanho dos perfilhos (Adaptado de Matthew et al., 1995). Adaptado por Adami, 2011

O manejo como condicionador da qualidade da forragem

Iniciar o pastejo

Ilustração esquemática da compensação tamanho/densidade populacional de perfilhos (DPP) em pastagens.

 O animal, através da desfolha, modifica a estrutura

Tamanho dos perfilhos (mg)

Número de perfilhos/m2 16000

160

14305

124 12000

120

10568 7780

8000

84,9 6819

80 40,8

4000

40

0

5

10

15

20

0

22,8

5

10

15

20

Altura da pastagem (cm)

Efeito da altura de manejo em Tifton-85 sobre a estrutura da pastagem (Sbrissia et al., 1999)

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Lotação intermitente – Panicum maximum cv Mombaça:

Feno

Feno

Feno

Intervalos entre pastejos:

Suplemento Suplemento Suplemento Suplemento

Feno

Feno

Fonte: Uebele (2002)

Cargas moderadas

Baixa pressão de pastejo

Carvalho, 2009

Alta pressão de pastejo

Ganho por área x ganho por animal • Baixas lotações – Maior ganho por animal – Maior quantidade de pasto disponível – Maior qualidade alimento consumido – Menor ganho por área

• Altas lotações – Baixa oferta também pode determinar < ganho/ha – > numero bocados < tamanho bocado – > gasto energético no processo de pastejo – Tudo resultado da oferta de alimento kgMS/KgPV

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Relação entre taxa de lotação e o ganho de peso individual e o ganho de peso por unidade de área. Fonte: Adaptado de Mott (1960).

Ganho/animal Ganho/ área

Amplitude ótima Sub pastejo

TL mínima

Relação entre taxa de lotação e (a) desempenho animal individual ou (b) produção animal por unidade de área ao longo de uma estação de pastejo. Fonte: Hodgson (1990).

Super pastejo

TL ótima

TL máxima

Relações entre oferta diária de forragem sob pastejo rotacionado, consumo de forragem por animal e eficiência de utilização da forragem. Fonte: Hodgson (1990).

Ganho por hectare

Ganho por cordeiro

Utilização (consumo como % da oferta)

Consumo de forragem (% do máximo)

Consumo

Utilização

Oferta de forragem (kg MO/100 kg PV) Taxa de lotação (ovinos/ha)

Brachiaria brizantha

Brachiaria brizantha 85

100 70 Utilização

80

65

60

60 10

20

30

40

GPV (kg/cab.dia)

75

85

1,0

80

0,8

Ganho de peso

75

0,6 70

0,4

65

Utilização

0,2

Utilização (%)

(kg MS/ha.dia)

1,2

80

120

Utilização (%)

Taxa de acúmulo de forragem

Acúmulo

140

0,0

60 10

20

30

40

Altura do pasto (cm) Altura do pasto (cm)

2,2

3,9

3,8

6,7

Equivalente oferta (kg MS/100 kg PV) Fonte:GEPF (2002)

Fonte: GEPF (2002)

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Brachiaria brizantha 760

Ganho de peso (kg/ha)

660

0,9

560 0,7

460 360

0,5 Ganho de peso por animal

260

0,3

160

0,1

GANHO DE PESO POR ÁREA kg/ha

1,1

Ganho de peso (kg/cab.dia)

Impactos do pastejo: rotação soja/pastagem de inverno

Ganho de peso por hectare

60 4,1

6,7

7,5

9,5

Taxa de lotação (UA/ha)

40

30

20

Ganho de peso (9 anos) 600

515 500

440

400

293

300

165

200 100 0 10

10

20

30

40

ALTURAS DO PASTO (cm)

Altura do pasto (cm)

Faixa ótima de utilização Fonte:GEPF (2002)

Carvalho et al. (2010)

Rendimento de soja (kg/ha)

Impactos do pastejo: rotação soja/pastagem de inverno

Produtividade de soja (média de 10 anos)

3050 3000

Qual o principal fator limitante da produção de leite a pasto??

y = 12,949x + 2461,3 R² = 0,9007

2950 2900 2850 2800

300 kg soja 70 kg boi

2750 2700 2650 2600 2550 0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Altura de manejo do pasto (cm)

1,4

0,6 0,2 0

60

80

100

120

20 10

140

y = - 0,188 x + 42,938 R2 = 0,77

60

80

100

120

140

y = 0,023 x + 0,399 R2 = 0,68

2,5 1,5 60

80

100

120

(g MS/kg peso.min)

0,14 Taxa de consumo

(segundos)

Tempo por bocado

Consumo animal

30

0

4,5 3,5

Kunrath et al. 2010 (em prep.)

40 y = 9,054 x – 184,98 R2 = 0,81

(bocados/min)

1,0

Taxa de bocados

(g MS)

Massa do bocado

Adaptado de Carvalho, 2012

• Vaca de 550 kg para produzir 20 litros de leite tem que consumir quantos kg de Aveia + azévem? • Demanda de 640 g/manutenção + 74 g/l = 2,1 kg de PB • Pasto tem 18% de PB e 20% de MS

0,10 0,06 y = - 0,00002 x2 + 0,004 x – 0,123 R2 = 0,67

0,02

140

0

60

80

100

120

140

1 kg/MS X

------- 180 g/PB ------- 2100 g/PB

1 kg/MV X

------- 0,20 Kg/MS ------- 11,6 Kg/MS

Altura do pasto (cm)

X = 11,6 Kg/MS

X = 58 Kg/MV

Comportamento ingestivo de novilhas leiteiras da raça Holandês Preto e Branco em pastos de capim-mombaça sob pastejo rotacionado (Adaptado de Silva, 2004).

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Estação alimentar: o “prato” do processo de pastejo

Carvalho, 2009

Filme

Relação entre a altura do dossel forrageiro e (a) tamanho do bocado, (b) taxa de bocado, (c) tempo de pastejo e (d) consumo de forragem em pastos de azevém perene (Hodgson, 1990). Adaptado de Carvalho, 2012

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2,0 1,5

50

y = 0,0360x + 0,1250 R2 = 0,9931

Taxa de bocados (bocados/min)

Tamanho do bocado (g MS/bocado)

09/08/2013

1,0 0,5 0,0

y = -0,9290x + 52,7000 R2 = 0,9394

40 30 20 10 0

10

20

30

40

Altura do dossel forrageiro (cm)

Tamanho do bocado de bovinos em pastos de capim-Marandu mantidos em quatro alturas de dossel forrageiro sob regime de lotação contínua e taxa de lotação variável (Sarmento, 2003).

10

20

30

40

Altura do dossel forrageiro (cm)

Taxa de bocados de bovinos em pastos de capim-Marandu mantidos em quatro alturas de dossel forrageiro sob regime de lotação contínua e taxa de lotação variável (Sarmento, 2003).

Efeito do manejo do pasto nos padrões de deslocamento de novilhos na fase pastagem de um sistema de integração lavoura-pecuária

Adami,2011

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09/08/2013

Tempo necessário em pastejo para consumir 3% do PV? • Vaca de 500 kg x 3% do PV = 15 Kg/MS • 15 Kg/MS pastagem • 0,6 g/MS/Bocado x 40 boc/min x 60 min) = 1.44 Kg/MS por hora

• 15 Kg/1.4 Kg/h = 10,4 horas por dia • 15.000 g/0,6 = 25.000 bocados Adaptado de Carvalho, 2012

O que acontece se o tamanho do bocado é reduzido • • • •

0,6 g reduzir para 0,3 g/MS/Bocado 15000 g/0,3g = 50.000 bocados (0,3 X 50 X 60) = 0,9 Kg/MS/hora 15 Kg/MS/ 0,9 Kg por hora = + 16 horas necessárias para o pastejo • Ou ainda: • 0.9 Kg/MS X 10,4 horas = apenas 9,4 Kg/MS de pasto consumido

Entrada no pasto….

Padrão de pastejo e ruminação em bovinos (Hodgson, 1990)

Comportamento animal em pastejo

08h04min

08h11min

Família Eidt - São João do Oeste

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Início do consumo de água pelos animais

08h56min

Duas horas após o início do pastejo, 95% dos animais deitados ruminando

10h03min

1/3 deitadas 80%das dosvacas animais deitados

09h21min 09h55min

Expressão de vontade em pastejar novamente!

10h37min

Qual o critério de entrada dos animais nos piquetes? R: 95% IL Qual o critério de saída dos animais dos piquetes??? Combelas & Hodgson, 1979 relataram que proporções de desaparecimento superiores a 50% da altura inicial provocam diminuições no consumo de forragem Adaptado de Carvalho, 2012

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09/08/2013

O manejo como condicionador do valor nutritivo e qualidade da forragem

Máximo de 50% de desfolha da altura de entrada Adaptado de Carvalho, 2012

Altura de entrada para algumas espécies forrageiras Planta

Altura (cm)

Capim-mombaça

90

Capim-tanzânia

70

Capim-aruana

30

Brachiaria brizantha

25

Sorgo forrageiro

50

Capim-pioneiro

< 90 cm

Tifton 85

25

Aveia

30 Adaptado de Sbrissia, 2012

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09/08/2013

CO2

Consumo animal

Recicla. esterco

entrada

CO2 saída N fertilizante

Decomo. residuos

Senescencia foliar Respiração biomassa

Biom. área

IAF

Cresc. folha

Respiração solo

Estrutura Fotossíntese bruta Cresc. raíz Respiração radicular

N absorvido Senescencia

Biom. Raíz

Matéria orgânica Mineralização

Supll. Mineral N

Sensação de perda de forragem???

Roçar ou não??

Adaptado de Carvalho, 2012

Roçar ou não??

Roçar ou não??

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09/08/2013

Muito Obrigado paulo.adami@ifpr.edu.br 46 - 99142413

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09/08/2013

Festuca

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