Produção Textual para Educação a Distância Módulo 3 Estruturação do Conteúdo
Objetivos Específicos Ao final do módulo, você deve ser capaz de:
•
identificar as etapas principais da produção textual para cursos online;
•
selecionar os conceitos-chave do curso que será produzido;
•
classificar ideias principais e secundárias e demais particularidades de apresentação de textos escritos;
•
Identificar e escolher linguagens e gêneros textuais na produção de cursos on-line;
•
compreender algumas noções de planejamento visual;
•
entender o conceito de legibilidade e leiturabilidade.
Tópicos do Módulo 1.
4.
Etapas Básicas de Estruturação do Conteúdo 1.1 Mapas mentais e conceituais Linguagens, tipos e Gêneros Textuais Apresentação da Informação 3.1. O texto em camadas Princípios de Planejamento Visual
5. 6.
Legibilidade e Leiturabilidade Cuidados na Formatação
2. 3.
Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região O trabalho - Curso Produção Textual para Educação a Distância foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Sem Derivados 3.0 Brasil. Exceto as imagens e os vídeos utilizados para ilustração do conteúdo.
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Introdução Vimos na Unidade anterior as características da linguagem verbal e sua forma de apresentação na EaD – texto digital/eletrônico (para ser visualizado na tela) e texto impresso –, bem como alguns materiais didáticos, organização e linguagem. Nesta Unidade, vamos discutir as etapas de estruturação dos conteúdos, a apresentação dessa informação (seleção e hierarquização), gêneros textuais e alguns conceitos referentes à formatação.
1. Etapas Básicas de Estruturação do Conteúdo No processo de produção textual, de modo geral, as etapas principais são:
• • • • • • • •
delimitar o tema, a área do conhecimento envolvida ; selecionar os conceitos-chave; dividir esses conceitos em unidades de aprendizagem; definir os objetivos de cada uma; redigir os conteúdos; definir a forma de avaliação; elaborar as atividades/exercícios/casos; produzir os demais materiais (manual, textos de apoio, guias etc.).
Algumas dessas etapas se assemelham à produção de um curso tradicional. O Manual de Educação a Distância da EJUD 2 traz claramente os materiais que o curso, como um todo, deve conter:
• apresentação do curso; • unidades: texto-base das unidades de aprendizagem com apresentação de leituras complementares; questionamentos direcionados à reflexão; resumo da unidade; glossário; referências bibliográficas; • roteiro de atividades para cada unidade; • atividades avaliativas.
Delimitados tema e área e os objetivos gerais que se deseja com o curso é preciso selecionar os conceitos-chave que serão apresentados. Antes de iniciar a escrita propriamente dita, é preciso dividir esse conteúdo em unidades de aprendizagem. Selecionados os pontos-chave e distribuídos em unidades de aprendizagem, é necessário ordenar a estrutura do conteúdo. A unidade de aprendizagem, também chamada de módulo ou capítulo, estrutura as informações e aborda aspectos essenciais do texto-base. O texto-base traz o conteúdo fundamental e indispensável do curso. Não deve conter apenas informações, mas instaurar um processo de reflexão por parte do aluno, bem como de interação com os outros materiais didáticos Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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escritos ou não (vídeos, áudios, imagens etc.) Sua função é de mediação pedagógica, além de socializar o conteúdo do curso, deve motivar o aluno e orientar sua aprendizagem. Quando estamos estruturando o texto-base em unidades de aprendizagem, devemos levar em conta que o leitor de curso on-line nem sempre vai seguir de modo linear a leitura na sequência apresentada. Na verdade, essa leitura pode ser salteada, algumas partes do texto podem ser lidas rápida e superficialmente, pode retroceder, avançar ou deter-se em alguns itens. Na verdade, esse processo acontece também com material impresso, a diferença é que no digital o aluno tem mais facilidade para "se perder". Desse modo, o texto elaborado deve ser bem estruturado, dividido, com os itens bem marcados. Isso inclui a utilização de títulos e tópicos (chamados de "olho" no jargão jornalístico) de modo eficiente.
Como iniciar a estruturação de uma unidade de texto? Em primeiro lugar, é preciso pensar no público-alvo, conceber o conteúdo do tema tendo em vista os objetivos a serem atingidos e a quem se destina. Assim, mentalmente, as perguntas seguintes devem ser respondidas:
• • • •
Quais informações são importantes? Por que elas são importantes? Para quem elas são importantes? Que tipo de texto, gênero textual e linguagem/mídia usar?
Nos cursos on-line, é particularmente interessante que parte do conteúdo seja desenvolvido por meio de outras linguagens. Essa "busca" pode passar pelo desenvolvimento de algum item em outra base; por exemplo, blog, twitter, software de desenho, de gráfico, de áudio, de vídeo. Como estratégia para coleta de dados, alguns autores utilizam a técnica do "brainstorming" ou "tempestade de ideias", um recurso que busca trazer todas as ideias, sejam quais forem, para posterior seleção. Embora ela tenha sido criada para ser utilizada por um grupo de pessoas, ela pode ser muito útil no uso individual. Brainstorming (tempestade de ideias) visa facilitar a produção de soluções originais. Consiste em reunir pessoas de diferentes especialidades e estimular a exposição de qualquer ideia, de modo livre e descontraído, por mais absurda que pareça.
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A busca em livros, artigos, revistas e outras fontes que contenham material pertinente ao tema em questão é um recurso muito utilizado, principalmente se for realizada pela internet.
Importante
O cuidado que se deve ter é evitar a cópia do material pesquisado (ou pior ainda, a reprodução integral de um determinado material); deve-se indicar as devidas referências ao texto consultado, evitando, desse modo, o plágio. Este assunto será tema da Unidade 5.
1.1 Mapas mentais e conceituais De posse das informações e conceitos, é preciso organizá-las e pensar no encadeamento dessas ideias. A realização de um mapa mental ou conceitual pode clarificar as relações entre as partes e dar visão geral de como o capítulo (unidade ou módulo) pode ser estruturado. A diferença entre mapa mental e conceitual é pequena. Mapa mental é um diagrama elaborado para gestão da informação, que permite a visualização da conexão entre palavras ou ideias. É a representação gráfica de como as ideias se organizam em torno de um determinado foco. (Wikipedia adaptado)
Mapa conceitual é um recurso gráfico para representar as relações entre um conjunto de conceitos, explicitados por frases de ligação, formando proposições, as quais são passíveis de análise lógica. (Wikipedia adaptado)
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Exemplos de mapas mentais: Exemplo de Mapa Mental - 1
Adaptado de: http://mapamentalconceitual.files.wordpress.com/2012/02/mapa-mental.png
Exemplo de Mapa Mental – 2
Fonte: http://priscila-aguiar.blogspot.com.br/2009/10/uso-profissional-de-mapas-mentais-e.html
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Exemplo de mapas conceituais: Exemplo de Mapa Conceitual - 1
Fonte:http://mapamentalconceitual.files.wordpress.com/2012/03/mapas-conceituais.jpg
Exemplo de Mapa Conceitual - 2
Um mapa conceitual para a epistemologia de Kuhn (M.A. Moreira, 2005). Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/mapasport.pdf] Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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Estabelecidas as ideias principais a serem abordadas na unidade e a relação entre elas, é o momento de hierarquizar e selecionar o conteúdo.
Saiba mais
Para saber mais sobre mapas mentais e conceituais, sugerimos os seguintes os textos: Comparação entre as ferramentas Ontologia, Mapas Mentais e Mapas Conceituais na representação de conceitos em matriz curricular de curso de graduação. Referência: SHITSUKA, R; SILVEIRA, I. F., SHITSUKA, D.M. Comparação entre as ferramentas Ontologia, Mapas Mentais e Mapas Conceituais na representação de conceitos em matriz curricular de curso de graduação. CRB-8 Digital, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 2-10, abr. 2011. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/74694109/Comparacao-entreOntologia-Mapas-Mentais-e-Mapas-Conceituais Construindo mapas conceituais. Referência: TAVARES, Romero. Construindo mapas conceituais.Ciências&Cognição2007Vol12:72-85 Disponível:http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347187.pdf Para elaboração do mapa mental ou conceitual há softwares adequados que podem ser encontrados na internet e que não precisam ser baixados para o computador como os tradicionais Cmaptools, Xmind e FreeMind, que são bem montados e detalhados. Existem programas on-line que embora simples, desempenham bem a função. É o caso do MindMeister que pode ser acessado neste link: https://www.mindmeister.com/pt/ Outros softwares on-line que possuem versão gratuita: • GoConqr: https://www.goconqr.com/pt-BR/mapas-mentais/ •
MindNode: https://mindnode.com/
•
Coggle: http://coggle.it/
Também é possível usar a ferramenta “Desenho”, disponível no Office (Windows) ou utilizar o Word.
Saiba mais
Veja como usar o Word para a construção de mapas conceituais acessando: http://www.ehow.com.br/mapaconceitual-microsoft-word-como_22381/
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2. Tipos, Gêneros Textuais e Linguagens Definidos os itens que serão desenvolvidos nas unidades de aprendizagem, é interessante escolher quais as linguagens e/os gêneros textuais serão contemplados, uma vez que o uso de diferentes linguagens e/ou gêneros textuais constitui um bom recurso para dinamizar o curso. O que são linguagens? São sistemas desenvolvidos pelo homem para a comunicação. Existe uma infinidade de linguagens, tais como: a linguagem corporal (expressar-se através do corpo), a musical (expressar-se através das melodias musicais), linguagem visual (desenhos, gráficos, símbolos, placas...) linguagem animal (cantos, gritos, chamados, trinados, mugidos, troca de plumagem), a linguagem de programação e muitas outras. Quem não se lembra dos tipos textuais que estudamos na escola? Referiam-se à estrutura composicional dos textos: narração, descrição e dissertação. Hoje, admitem-se cinco tipos textuais: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. Já os gêneros textuais são estruturas textuais que usamos cotidiana e automaticamente e que nos permitem identificar e distinguir uma notícia de um conto, de uma receita de bolo, de uma sinopse, de uma ata, por exemplo. Cada gênero textual possui características próprias que podem ser um recurso importante para despertar atenção do leitor, motivá-lo e obter interação e compreensão do conteúdo. A diversidade no uso de linguagens e gêneros textuais pode aguçar a curiosidade, trazer novos contextos, despertar emoção e até causar conflitos teóricos. Assim, escolher o gênero textual adequado para diferentes momentos do curso é uma boa estratégia didática.
Para saber mais a respeito de gêneros textuais, sugerimos a leitura de “Definição e Funcionalidade”. Referência: MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais: Definição e Funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva, MACHADO, Anna Raquel, BEZERRA, M. Auxiliadora (org). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p.19-36. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/61404180/Generos-textuais-definicaoe-funcionalidade-Luiz-Antonio-Marcuschi Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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Embora estejamos tratando de produção textual, há muitas maneiras de desenvolver um conteúdo para um curso utilizando gêneros e linguagens diferentes das usuais, tais como:
• • • • • • • • • •
Cartaz de chamada para evento Charge Fotonovela História em Quadrinhos ou tirinha de jornal Infográfico Notícia de jornal Podcast (áudio) Prezi Propaganda em revista Relato (“Case”)
Entre as atividades que iremos realizar neste módulo, uma compreende exatamente a utilização de diferentes linguagens ou gêneros textuais. Consulte o Roteiro de Atividades.
3. Apresentação da Informação Nos cursos on-line, a leitura do texto-base, do material didático escrito, pode acontecer na tela do computador ou em aparelhos específicos, a partir do download do arquivo (e-book, iPad, por exemplo). A preocupação cada vez mais intensa com a preservação da natureza estimula esse tipo de leitura, já que ela evita a impressão no texto em papel e a consequente preservação da natureza. No entanto, esse hábito ainda é incipiente e a maioria das pessoas ainda prefere imprimir para poder ler em diferentes momentos e locais. O hábito de imprimir para poder ler em diferentes momentos e locais, felizmente, está diminuindo; as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o meio ambiente.
Um dos primeiros cuidados no sentido de facilitar a transmissão do conteúdo é, como alguns autores apontam, a necessidade de apresentar a informação de modo simplificado e hierarquizado. Uma maneira eficaz de expressá-la é por meio do conceito de “lead” jornalístico, na forma de pirâmide invertida. Pirâmide invertida é uma técnica de construção utilizada no jornalismo, mas que está sendo apontada como muito útil para textos on-line, inclusive didáticos. Significa que a informação mais importante vem no topo do texto e as demais se apresentam em ordem decrescente. Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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Por meio desse método, o lead responde às perguntas: o quê, quem, onde, quando e por quê.
Essa maneira de estruturar a informação é indicada tanto na versão on-line, cuja leitura acontece na tela, como também na versão impressa. Exemplo:
Vamos ver exemplo de um pequeno trecho abaixo e a decomposição das informações do lead. Convive-se na tensão entre a mudança impulsionada pelas possibilidades da tecnologia e a estabilidade encapsuladora das práticas pedagógicas pautadas pela transmissão de informações. Paradoxalmente, as práticas educacionais embasadas em abordagens construtivistas e sociointeracionistas também se encontram em face de um dilema causado pelas propriedades dos recursos tecnológicos disponíveis, que muitas vezes restringem o desenvolvimento de atividades de caráter mais participativo. No entanto, quando se identificam limitações tecnológicas e se tem apoio técnico necessário para o desenvolvimento de metodologias adequadas às abordagens educacionais adotadas, é possível criar estratégias que permitam superar ou contornar as restrições. Para que isso seja possível, as equipes de desenvolvimento precisam trabalhar em sintonia, tendo em vista a finalidade precípua: a proposição de atividades que proporcionem a aprendizagem do aluno. (ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Desafios e possibilidades da atuação docente on-line. Disponível em: http://www.apropucsp.org.br/revista/r24_r07.htm>).
Decompondo a informação, podemos ter o seguinte lead:
• O quê: atividades que proporcionem aprendizado. • Quem: equipes em sintonia. • Como: criar estratégias de aprendizagem. • Quando: são identificadas limitações tecnológicas e se tem apoio de metodologias educacionais • Onde: (na educação) • Por quê: supera-se o dilema causado pelos recursos tecnológicos e as práticas pedagógicas engessadas. Poderíamos ter, então, como informações principais (lead):
Estratégias de aprendizagem criadas por equipes em sintonia permitem superar práticas pedagógicas engessadas e criar atividades que proporcionem aprendizado. Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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Chegamos assim à técnica da cebola.
"Onion slice" by flikr from london, UK - flikr0114. Licensed under Creative Commons Attribution 2.0 via Wikimedia Commons http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Onion_slice.jpg#mediaviewer/File:Onion_slice.jpg
3.1. O texto em camadas A cebola é uma ótima metáfora de como devemos organizar nosso conteúdo didático on-line. Ele deve vir em camadas. Embora essa ideia tenha sido pensada para conteúdos na web, pode e deve ser utilizada para conteúdos didáticos. Veja o que diz documento Padrões Web em Governo Eletrônico: Cartilha de Redação Web: O comportamento do texto on-line difere ao longo de um sítio. É um engano achar, por exemplo, que todos os textos para a web precisam ser curtos para funcionar – depende do nível, da profundidade em que eles estão. Para começar a entender, perceber estas diferenças e saber aplicá-las quando necessário, nada melhor que a imagem de uma cebola; ela é a metáfora perfeita para demonstrar como os níveis de um sítio funcionam. Imagine a primeira camada de uma cebola como a primeira página de um sítio, seu nível inicial. Esta é a chamada Camada de Apresentação, onde são expostos os aspectos mais persuasivos da informação que virá a seguir. As páginas que vêm logo após a primeira camada, tenham sido elas apontadas por chamadas ou itens de menu, constituem a segunda camada, a Camada Genérica, onde são respondidas questões básicas sobre a informação em questão – mas apenas as básicas. Às camadas e páginas que vêm posteriormente, com os múltiplos aspectos da informação, dá-se o nome de Camadas de Detalhamento. Nestas camadas estão todos os detalhes sobre a informação abordada. (BRASIL, 2010) Ou seja, é importante não sobrecarregar de informações na primeira camada; ela deve ser atrativa e persuasiva para que o aluno seja atraído a acessar a segunda camada e assim sucessivamente. Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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4. Noções de Planejamento Visual Veja, primeiramente, um modelo de Prezi: Visual Design de Ron Houtman de 4 de outubro de 2010 http://prezi.com/ns4rrdbq8eqv/visual-design/ (clique na seta para fazer se movimentar ou no “automático” e saiba que prezis podem demorar a carregar)
Quando o texto escrito é elaborado para ser impresso, ele pode assumir outras formas mais afeitas àquelas que conhecemos tradicionalmente, muito embora, por ser um material de curso em que o professor não está fisicamente presente, sejam recomendadas estratégias que tornam o texto mais ágil, de leitura mais fácil e com maior facilidade de localização dos conteúdos. Os manuais, texto de apoio, texto-base e guia didático são mais adequados à versão impressa. Orientações, cronograma, agenda, informes, à versão online. Textos na versão on-line merecem uma atenção especial no que tange ao layout, à organização espacial, à diagramação dos elementos visuais. A organização da informação na tela pode facilitar ou influenciar a maneira como absorvemos a informação. Embora o professor-autor não necessite ter amplos conhecimentos a respeito de layout, de formatação, é recomendável que ele tenha noção de alguns conceitos básicos sobre o tema. Vejamos duas versões de um mesmo texto, a primeira deste curso, elaborada para ser impressa e a segunda para ser visualizada na tela.
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Nos exemplos, na versão para tela, cuidou-se da apresentação visual, do espaçamento de letras, linhas, e o destaque foi para o livro-referência da informação dada.
4.1. Princípios do planejamento visual Os quatro princípios básicos de planejamento visual são: •
PROXIMIDADE: itens relacionados devem ser agrupados. Se não houver ligação, separe-os;
•
ALINHAMENTO: permite haver uma ligação visual entre os elementos;
•
CONTRASTE: permite chamar a atenção para itens bem diferentes;
•
REPETIÇÃO: unifica e fortalece o material, essencial em documentos longos.
O livro de Robin Williams intitulado “Design para quem não é Designer. Noções básicas de planejamento visual” (São Paulo: Callis, 2009) é excelente e muito didático.
Para complementar ou aprofundar o tema o livro de Robin Williams, intitulado “Design para quem não é Designer. Noções básicas de planejamento visual” (São Paulo: Callis, 2009), é excelente e muito didático. Outras sugestões de leitura são: Design para quem não é designer. Apresentação de Ricardo Pedrosa Macedo http://issuu.com/ricardoup/docs/aula_03_principios_do_de sign_portal_cor Planejamento Visual: noções básicas: apresentação de Marcia de Borba Campos – FACIN/PUCRS. http://www.inf.pucrs.br/~marciabc/palestras/planejamento _visual.pdf
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5. Legibilidade e Leiturabilidade Publicar um texto escrito na tela (versão on-line) implica em organizar elementos gráficos, textuais e até audiovisuais em algumas situações. Quando levamos essa organização em conta, dois conceitos são importantes: legibilidade e leiturabilidade. A legibilidade: está relacionada à facilidade com que deciframos os caracteres. Depende da escolha da qualidade tipográfica do texto: fonte, tamanho, cor, alinhamento e também da habilidade de percepção do leitor e sua agilidade de leitura. Por exemplo, fontes "sans serif" oferecem melhor capacidade de leitura que fontes "serif". Veja abaixo a diferença entre duas fontes, com e sem serif:
Times New Roman (serif) 12
Arial (sans serif) 12
Publicar um texto escrito na tela (versão on-line) implica em organizar elementos gráficos, textuais e, às vezes, audiovisuais. Quando levamos essa organização em conta, dois conceitos são importantes: legibilidade e leiturabilidade.
Publicar um texto escrito na tela (versão on-line) implica em organizar elementos gráficos, textuais e, às vezes, audiovisuais. Quando levamos essa organização em conta, dois conceitos são importantes: legibilidade e leiturabilidade.
Serifas são pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras.
Acesse o texto “Como maximizar a legibilidade de um texto” disponível em: http://www.ibrau.com.br/aumentandoalegibilidade_parte2.htm
A leiturabilidade refere-se ao conforto visual, à preocupação em facilitar o trabalho da leitura. Ela depende da composição do texto e da página, da dificuldade do vocabulário, da estrutura frasal e do grau e abstração presente nas relações expressas nas palavras.
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Veja esse exemplo de letras legíveis (caracteres facilmente reconhecíveis), mas que não combinam e dificultam a leitura (com pouca leiturabilidade).
Fonte: http://ricardoartur.com.br/1001/tag/leiturabilidade/
Saiba mais
Um guia sobre este assunto está disponível em: http://pt.scribd.com/doc/52648473/6/Legibilidade-eLeiturabilidade
6. Cuidados na Formatação Há uma infinidade de recomendações e cuidados que devemos ter quando estamos produzindo um texto, tais como: adotar padrões para títulos, subtítulos, links, caixas de texto e de figura, cor dos links, tamanho e tipo de letra, montagem e largura das páginas, entre outros; Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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•
dar realce: é importante destacar título, subtítulos, conceitos ou palavras-chave por meio de grifo, negrito, tamanho da letra, estilo (maiúscula, itálico, versalete), cor, entre outros recursos;
•
evitar blocos de texto muito compactos: use imagens, janelas, caixas de texto para dar “leveza” ao texto. Elementos visuais podem ser úteis na relação/conexão de um conteúdo;
•
ter equilíbrio na diagramação de seu texto.
Este Módulo trouxe noções sobre como estruturar um conteúdo didático, o cuidado em focar o público-alvo, as perguntas que devem perpassar a elaboração do material. Apresentou os mapas mentais e conceituais como recursos possíveis e a necessidade de utilização de diferentes linguagens e gêneros textuais. Além disso, enfatizou a necessidade da informação vir em camadas, e trouxe noções de planejamento visual e cuidados na formatação.
Referências ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Desafios e possibilidades da atuação docente on-line. São Paulo. Revista Pucviva n° 24, julho a setembro/2005. Disponível em: http://www.apropucsp.org.br/revistas/index (veja o número 24) BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho (2ª Região). Escola Judicial. Ato n. 1, de 24 de abril de 2012. Diário Oficial Eletrônico do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, São Paulo, SP, n. 2336, 24 abr. 2012, Caderno Administrativo, p. 3. Disponível em: http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/Normas_Presid/Ematra/Ato_01_12.html MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais: Definição e Funcionalidade. In: DIONISIO, Ângela Paiva, MACHADO, Anna Raquel, BEZERRA, M. Auxiliadora (org). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p.19-36. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/61404180/Generos-textuais-definicao-efuncionalidade-Luiz-Antonio-Marcuschi TAVARES, Romero. Construindo mapas conceituais. Ciências & Cognição, 2007; Vol. 12: 72-85. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347187.pdf WILLIAMS, Robin. Design para quem não é Designer. Noções básicas de planejamento visual. São Paulo: Callis, 2009. Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
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