ODUS Cidades Caminháveis - Conferências Livres 2021

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CONFERÊNCIAS LIVRES . 2021

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL CIDADES CAMINHÁVEIS Inserindo a mobilidade a pé como direito básico para todas as pessoas por meio da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano


O SAMPAPÉ!

O SampaPé! é uma organização sem fins lucrativos, liderada por mulheres e fundada em 2012, que tem como objetivo construir cidades mais caminháveis com as pessoas. Atua nas frentes de promoção da cultura do caminhar e humanização das cidades, realizando projetos e metodologias para engajar e capacitar a cidadania e quem toma decisões nas cidades. Promove ações político-cidadãs, de comunicação, mapeamento, urbanismo tático, legibilidade, formação, pesquisa, entre outras. Idealizaram e mobilizaram a Paulista Aberta, em São Paulo - principal programa de abertura de ruas para as pessoas na cidade. Desenvolveu metodologias técnicas e participativas para a transformação dos espaços públicos com perspectiva de gênero junto ao poder público em Curitiba e Salvador.

Visando de inserir a mobilidade a pé como direito básico para todas as pessoas, O SampaPé! propôs e realizou a Conferência Livre Cidades Caminháveis, com a participação de seis mediadoras convidadas, como parte do edital de construção participativa da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU), lançado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MRD).

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APRESENTAÇÃO

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A CONFERÊNCIA LIVRE CIDADES CAMINHÁVEIS A maior parte dos deslocamentos nas cidades brasileiras já são realizados a pé, (39% dos deslocamentos diários, segundo a ANTP). Esta é a principal forma de deslocamento e presença nas cidades para mulheres, crianças e idosos, em especial nos territórios periféricos e de baixa renda. Caminhar é um direito básico que diminui as desigualdades urbanas e, portanto, é essencial para um desenvolvimento urbano sustentável que garanta a fruição e acesso à cidade de forma segura e confortável para crianças e mulheres em todos os lugares.

Pautada nessa realidade, esta conferência livre teve como finalidade construir propostas de Objetivos de Desenvolvimento Urbano Sustentável (ODUS), junto com cidadãs e cidadãos de todo o Brasil.

39%

A PÉ

A divulgação da chamada aberta para a participação na Conferência Livre Cidades Caminháveis foi feita por meio de publicações nas redes sociais do SampaPé! (Instagram, Facebook, LinkedIn e Twiter), bem como por envio de e-mails a organizações parceiras e mensagens em grupos atuantes por mobilidade ativa. Também foram enviados e-mails para as pessoas que acompanham o trabalho do SampaPé! assinando sua newsletter.

As mediadoras e mediador também se comprometeram em convidar pessoas e divulgar a Conferência Livre em suas redes e contatos.

APRESENTAÇÃO

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PARTICIPANTES A chamada aberta incluiu um link para o formulário online de inscrição. Este formulário teve como intuito prever a quantidade de pessoas presentes e ser uma ferramenta de coleta de dados para registrar a idade e cidade de origem das pessoas participantes.

O evento foi previsto para 150 pessoas e contou com 111 inscrições de todas as regiões do Brasil. Sua realização, no entanto, teve a presença de 43 pessoas, das quais 35 permaneceram até o final, incluindo as mediadoras e mediador.

3% 55%

3%

32%

7% 27%

Mapa Região das participantes

CIDADES NÃO CAPITAIS CIDADES CAPITAIS 73% Gráfico Cidades das participantes

APRESENTAÇÃO

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As participantes eram de 18 cidades de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do país, sendo 27% delas capitais e 73% não capitais. 60% das pessoas participantes eram homens e 40% mulheres, das quais 69% tinham entre 18 e 29 anos; 17% entre 30 e 39 anos; 7% entre 40 e 49 e 7% entre 60 e 69 anos.

Haviam tanto acadêmicos e pessoas mais familiarizadas com o tema da caminhabilidade, quanto cidadãs e cidadãos interessados em conhecer e opinar sobre o tema.

40% HOMENS

MULHERES

60%

Gráfico Gênero participantes

60-69 anos 40-49 anos

7% 7%

30-39 anos 17% 69%

Gráfico Faixa etária das participantes

APRESENTAÇÃO

18-29 anos

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AS MEDIADORAS E MEDIADOR

Leticia Sabino: Fundadora do SampaPé! Mestra em Planejamento de Cidades e Design Urbano pela UCL - Londres. Administradora de empresas pela FGV - EAESP. Especialista em Economia Criativa e Cidades Criativas, FGV.

Fernanda Pitombo: Arquiteta e Urbanista pela Universidade de São Paulo, com estágio na gerência de projetos urbanos na empresa pública São Paulo Urbanismo.

Colaboradora em projetos de

caminhabilidade do SampaPé! e arquiteta em escritório de restauro.

Igor Miranda: Arquiteto e Urbanista (UEMA e La Sapienza), Mestre em Urbanismo (PROURB UFRJ) e Doutorando em Urbanismo (ULisboa). Professor do UniFAP-CE, onde ministra disciplinas voltadas para a temática urbana.

APRESENTAÇÃO

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Ana Laura Costa: Urbanista e Arquiteta pela Faculdade Belas Artes de São Paulo, trabalhou na São Paulo Urbanismo e na plataforma de captação de recursos para requalificação de espaços público, Cidades.co. Colabora com pesquisas, workshops e projetos no Sampapé!

Estefânia Bordin: Engenheira Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Rio Grande do Sul e mestre em Engenharia de transporte

pela

COPPE/UFRJ.

Atualmente

é

consultora

e

coordenadora do Plano Viário de Joinville pelo Consórcio Nippon-TIS-Polo.

Louise Uchôa: Analista de desenvolvimento institucional do SampaPé! É urbanista e arquiteta pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Mestra em Arquitetura Sustentável pelo Politécnico de Milão, Itália. Especialista em Arquitetura, Educação e Sociedade, Escola da Cidade.

APRESENTAÇÃO

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ODUS CIDADES CAMINHÁVEIS OBJETIVO CENTRAL Transformar o espaço urbano um ambiente seguro, acolhedor e funcional para que todas as pessoas (de diferentes idades, cor/raça, gênero, condição socioeconômica, condição física e intelectual) acessem direitos básicos caminhando com qualidade e conforto, assim como, possam permanecer nos espaços públicos em tranquilidade. De forma a priorizar as pessoas e o seu pleno desenvolvimento e expressão no ambiente urbano, minimizando impactos e externalidades negativas dos deslocamentos, e a gerando a diminuição das desigualdades sociais e espaciais nas cidades. Por meio de processos cidadãos participativos, de co-construção, interação e transparência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Que todas as pessoas tenham acesso a direitos, serviços, trabalho e lazer a distâncias caminháveis nas cidades Descrição Articular a relação entre disponibilidade de moradia, equipamentos e empregos, junto ao modelo das ruas e políticas de estímulo à mobilidade ativa e sustentável

ODUS

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Estratégias ●

Criar políticas de promoção de cidades a 15 minutos;

Criar leis e planos que exijam e deem diretrizes para a distribuição justa do ambiente urbano, dando prioridade ao transporte ativo e público;

Promover políticas públicas para diversificar o uso do solo e estimular o uso misto em todas as áreas das cidades;

Usar o espaço de ruas largas e expressar para aumentar a áreas de equipamentos públicos, parques e moradia social;

Criar políticas que garantam acesso a áreas verdes em um raio de proximidade de todas as pessoas nas cidades;

Aumentar a diversidade socioeconômica em bairros consolidados, dando preferência para inclusão de população de baixa renda;

Criar leis urbanísticas e incentivos fiscais e empresariais para promoção de cidades compactas associados a políticas públicas de contenção do espraiamento das cidades;

Implementar políticas públicas que controlem a especulação imobiliária e façam contenção de aluguel para controlar a gentrificação e expulsão de população mais pobre;

Elaborar estratégias para estimular serviços noturnos em todas as áreas das cidades;

Estimular a criação de novas centralidades com equipamentos e serviços;

Aumentar as oportunidades de acesso a zonas com equipamentos públicos e empregos para pessoas com menor renda;

Criar modelos de cessão de áreas e taxas urbanas para empreendimentos grandes e de luxo;

Criar canais de interação e participação da cidadania junto à gestão pública com relação ao desenvolvimento das políticas, votação para equipamentos e lugares, e dinâmicas de governo aberto e transparência no uso de fundo de caminhabilidade;

Relação com sociedade civil organizada para estudos e pesquisas, apontar necessidades e localidades.

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Que os trajetos a pé sejam contínuos por toda a cidade e todas pessoas tenham acesso a transportes sustentáveis com qualidade Descrição Desenvolver políticas de destinem valor das externalidades dos deslocamentos por veículos para o deslocamento a pé, priorizar o caminhar por meio do desenho urbano e aproximar as pessoas do acesso ao transporte público

Estratégias ●

Eliminar vias expressas do perímetro urbano e criar política que exija que todas em todas as ruas as calçadas sejam mais largas de o espaço viário;

Promover o redesenho das ruas ampliando o espaço para caminhar e pedalar e diminuindo espaços de veículos motorizados;

Políticas que diminuam o tamanho das quadras para o deslocamento a pé, por meio de obrigação de fruição e passagem seguras e com qualidade em meio de quadras;

Tirar grades de parques e praças pois são equipamentos de continuidade do deslocamento a pé e colocar estrutura para garantir essa função a qualquer horário do dia, como iluminação e informação;

Tirar muros de equipamentos públicos e promover fruição interna;

Garantir que todas as pessoas morem em até 10 minutos a pé de um acesso ao transporte público;

Implantar informação de entorno e das linhas e trajetos do transporte público em em todos os pontos de ônibus;

Políticas para que pontos de ônibus também sejam mobiliários de apoio a quem está a pé, com espaço para sentar, e outras facilidades como água, banheiro, entre outras em paradas estratégias e sem muitas distância;

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Diminuição do número de estacionamentos em vias públicas e cobrança nos que forem mantidos para fundos de melhoria da caminhabilidade;

Priorizar os movimentos a pé criando travessias seguras em toda a cidade;

Exigir a implantação de sinalização urbana na escala do pedestre e com informação relevante para quem está a pé, como onde estão o acesso aos transportes públicos próximos e linhas;

Pontos de ônibus acessíveis nas ruas, com iluminação e informação adequada e com comércio e outras atividades próximas;

Criar diretrizes básicas para a padronização de qualidade mínima de calçadas para todas as ruas das cidades;

Garantir por meio de leis e diretrizes a criação de espaços para caminhar que sejam totalmente inclusivos para todas as pessoas: crianças, idosos, pessoas com deficiência física e mental, mulheres, etc;

Criar campanhas e incentivos ao transporte ativo;

Prever subsídio público visando a diminuição do valor das tarifas do transporte público;

Promover a participação e acesso às concessões de transporte público para novas empresas/empresas menores;

Estimular a intermodalidade, por meio de melhores condições das calçadas e rampas no acesso ao transporte coletivo, bem como da implantação de paraciclos ou bicicletários no entorno dos pontos de embarque e desembarque;

Criar parques lineares conectando bairros com espaços públicos em uso e com qualidade para as pessoas;

Políticas para a rede ciclável abranja toda a cidade e incentivo a programas de acesso à bicicletas;

Promover programas de transporte a pé para as escolas no perímetro urbano, criando ruas seguras para crianças circularem de suas casas até as escolas e programas para que sejam apoiadas no caminho;

Criar ruas lúdicas, interativas e com informação de forma a gerar continuidade nos trajetos de forma simbólica e afetiva;

Desenvolver planos municipais de caminhabilidade de forma participativa e que tenham que incluir estratégias e tempo para execução das estratégias acima listadas.

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Que todas as áreas das cidades tenham diversidade de equipamentos, próximo às pessoas Descrição Articular espaços públicos, organizações locais e instituições públicas como forma de ampliar a diversidade de atividades e de acesso a todas as pessoas

Estratégias ●

Distribuição dos recursos nas cidades com foco em áreas vulnerabilizadas;

Incentivo à instalação de equipamentos e empresas em bairros periféricos nas cidades;

Criação de parques e políticas de abertura de ruas com programação cultural em todas as áreas da cidade;

Políticas de uso das ruas para outras atividades, como feiras, atividades culturais e esportivas, entre outras;

Criar calçadões e praças de livre expressão e ocupação em todos os bairros;

Realizar pesquisa e mapeamento de locais que tenham grandes fluxos de pessoas e muitas pessoas vivendo para desenvolver equipamentos públicos;

Programa de desenvolvimento local e distribuição de recursos para que os agentes nos territórios criem programas sociais e culturais nos seus territórios;

Realizar processos participativos na implementação de equipamentos e espaços públicos junto com a elaboração de novas formas engajamento da população local: pesquisas quantitativas e qualitativas, audiências públicas, auditorias, dinâmicas, entre outras;

Contrapartidas, por parte do mercado imobiliário, destinadas a áreas carentes para implantação de equipamentos;

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Investimentos para melhorias da caminhabilidade nos entornos de novos empreendimentos em todo o território urbano, para viabilizar a implementação de novos equipamentos;

Propostas de equipamentos em diversos pontos da cidade com objetivos de espalhar a pluralidade cultural;

Orçamento estruturado e fundos para melhoria do espaço público;

Promover a aproximação de poderes locais para ações mais efetivas, inclusivas e justas;

Integração entre órgãos para melhor visão estratégica na distribuição de investimento público;

Promover mais autonomia de administrações locais, desde que articulada com a comunidade para implementar políticas de distribuição de recurso e criação de novos equipamentos;

Políticas de incentivo a usos múltiplos, flexíveis e diversos dos equipamentos públicos básicos, como fazer com que pátios de escolas públicas funcionem como praças públicas aos finais de semana.

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Que todas as ruas da cidade garantam a circulação livre e segura de pessoas diversas

Descrição Garantir infraestrutura que priorize as pessoas e os deslocamentos a pé nas ruas e demais espaços públicos da cidade, considerando a diversidade das pessoas e da variedade de estruturas necessárias para que as ruas sejam seguras e acolhedoras para todas as pessoas

Estratégias ●

Ampliar a largura das calçadas por meio de estratégias correspondentes a cada contexto como: calçadões, extensão de calçadas reduzindo via de circulação de veículos motorizados e estacionamento;

Fundos municipais que façam a manutenção constante dos pavimentos nas áreas para caminhar, desenvolvem travessias em nível entre outras melhorias para caminhabilidade;

Criar programas de rotas de estímulo a caminhada, transformando ruas e calçadas em parques para quem está a pé;

Criar um programa do Governo Federal para o financiamento de iluminação com regras específicas para os municípios respeitando as faixas livres das calçadas na instalação das estruturas de iluminação pública em toda cidade;

Realizar plano diretor de arborização urbana municipal nas cidades, de forma a incentivar o plantio de árvores adequadas para as calçadas para garantir sombreamento e a manutenção da qualidade de infra estrutura das calçadas;

Criar programas, normativas e incentivo para fachadas ativas, em especial em localidades com quadras com mais de 100 metros de extensão e inibir a construção de muros cegos de longas extensões;

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Criar portais com a centralização da informação e fácil acesso a dados de acidentes, de maior circulação de pedestres e outros dados de mobilidade a pé e caminhabilidade;

Diminuir a velocidade efetiva nas vias principais e locais, por meio de mudanças em legislação, sinalização, fiscalização e campanhas de conscientização;

Exigir estratégias e infraestrutura que garanta travessias seguras para todas as pessoas (inclusive crianças, pessoas com deficiência física e mental, etc) observando linhas de desejo das pessoas e com prioridade absoluta de quem está a pé;

Implantar extensões de calçada em todos os cruzamentos e esquinas encurtando as distâncias de travessia;

Fornecer sinalização consistente para as pessoas e todas as ruas da cidade, em parceria com a comunidade, valorizando o local, em uma linguagem visual clara e universalmente compreensível, que permitam aos usuários alternar entre os meios de locomoção e circular pelas redes de rua locais;

Criar planos e estratégias de distribuição de mobiliários de descanso por todas as ruas das cidades, incluindo bancos para sentar, sombra e áreas para brincar;

Fornecer recipientes de resíduos (lixeiras) por toda a cidade;

Ordenar os serviços que passam nas calçadas de forma que não criem barreiras para quem está a pé e dêem contrapartidas para estruturas de mobilidade a pé.

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Que todas as cidades tenham planos e estratégias de curto a longo prazo com priorização da mobilidade a pé e do caminhar Descrição Organizar a relação entre entes federativos, responsabilidades e distribuição de recursos, inclusive para sociedade civil para promoção de estratégias de caminhabilidade nas cidades

Estratégias ●

Estimular a criação de planos municipais de caminhabilidade com ampla participação, metas específicas e tempo de implantação das estratégias;

Formação em caminhabilidade para técnicos municipais e para população;

Criar maior responsabilização dos poderes públicos em todas as escalas administrativas sobre a promoção de cidades caminháveis;

Exigir que os municípios abordem critérios específicos para a mobilidade a pé em seus planos diretores e planos de mobilidade;

Elaborar lei que responsabilize o poder público pela coordenação, investimento e manutenção das estruturas de caminhar;

Realizar pesquisas e avaliações sobre as intervenções voltadas à mobilidade a pé para que se produzam dados que possam embasar os investimentos e melhorias nas estruturas e sistemas de deslocamento a pé, bem como a criação de fundos específicos;

Promover a integração dos modais de transporte, pensando o deslocamento a pé como um modal que complementa e funciona conjuntamente aos demais;

Promover e incentivar o turismo a pé, por meio de leis, melhoria da infraestrutura, comunicação e legibilidade cidadã, para ampliar a cultura do caminhar e sua relação direta com a economia;

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Elaborar lei e diretrizes de sinalização e legibilidade destinada ao pedestre para estimular o caminhar;I

ncentivar campanhas que estimulem a caminhada como uma prática de baixo custo para a prevenção de doenças;

Estabelecer políticas públicas de saúde que fomentem a caminhada como prática benéfica à saúde;

Criar um programa federal com orçamento próprio para políticas de mobilidade a pé que financie a elaboração de legislações (planos), estratégias e a capacitação de prefeituras e cidadãos e cidadãs para, bem como oficinas para elaborar diretrizes e realizar mudanças nos espaços e forma participativa;

Criar políticas de distribuição de recursos a organizações da sociedade civil, organizações de bairros, entre outras para que promovam ações de melhoria de caminhabilidade nos seus contextos locais;

Elaborar políticas, programas e projetos que foquem no caminhar, em especial no desenho urbano e construção de infraestrutura que demonstra a priorização da mobilidade a pé, como: calçadões e ruas compartilhadas;

Criar um sistema acessível e ordenado de fiscalização do cumprimento dos planos e diretrizes relacionados à mobilidade a pé;

Elaborar um programa nacional de incentivo ao urbanismo tático e sua formalização como estratégia de conscientização e elaboração projetual no processo de transformação urbana;

Realizar estratégias de comunicação e processo de conscientização por meio de campanhas educativas;

Plano e política que exija processos participativos como auditorias de segurança de gênero, co-construção com crianças e com ênfase em grupos marginalizados, entre outros métodos qualitativos e participativos para criação de melhores estratégias de caminhabilidade.

ODUS

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METODOLOGIA Para realizar a dinâmica da oficina foram elaborados cinco eixos temáticos nos quais o grupo geral foi dividido a fim de gerar discussões mais específicas e aporte de soluções e demandas para ampliar de forma estruturada e responsável a caminhabilidade das cidades. Cada um dos eixos temáticos foi mediado por uma mediadora, sendo eles:

1.

Proximidade e densidade

2.

Conectividade e outros transportes

3.

Distribuição socioespacial de equipamentos públicos e privados

4.

Infraestrutura para caminhar

5.

Políticas e programas de priorização ao caminhar nas cidades

Como ferramenta de metodologia foi escolhida a árvore de problemas e soluções, em que se analisam as consequências/problemas existentes (folhas), com o objetivo de chegar ao problema central (árvores) e a partir dele listar as causas (raízes).

Slide da apresentação geral sobre a metodologia

METODOLOGIA

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O passo seguinte trata de transformar o problema central em um objetivo principal e elaborar, a partir das causas listadas, as estratégias de solução.

Slide da apresentação geral sobre a metodologia

Sendo assim, cada eixo temático propôs um problema central relacionado à falta de caminhabilidade nas cidades, sobre o qual as pessoas levantaram causas e em seguida propuseram estratégias para solucioná-las.

A dinâmica foi realizada em duas rodadas de grupos de forma que todas as pessoas colaborassem em 2 eixos e que o grupo seguinte pudesse continuar a partir das reflexões e apontamentos do grupo anterior.

Por fim, estas soluções e estratégias elaboradas pelas pessoas participantes foram organizadas e revisadas por organizações que trabalham com mobilidade a pé, para elaborar o documento final de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para Cidades mais Caminháveis.

METODOLOGIA

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RELATO GERAL A conferência aconteceu no dia 31 de agosto de 2021, como anunciado em sua divulgação, em modo virtual na plataforma do Google Meets, com link divulgado junto à chamada aberta. Teve início às 19h com as boas vindas e a distribuição do formulário de inscrição para que as pessoas presentes pudessem preencher.

Apresentação geral, com ainda 42 participantes presentes

RELATO GERAL

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Às 19:05 iniciou-se a apresentação geral que seguiu a seguinte estrutura:

Parte I Introdução sobre o SampaPé! e apresentação das mediadoras e mediador; Parte II Exposição sobre o que são as Conferências Livres, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano; Informações e conceitos sobre cidades caminháveis, com dados sobre a caminhabilidade no Brasil e sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Parte III Explicação da dinâmica da oficina e dos cinco eixos temáticos de discussão; Explicação da metodologia Árvore de problemas e soluções Parte IV Informações sobre os próximos passos após a Conferência Livre e no que resultarão as discussões e materiais elaborados nas oficinas.

Apresentação geral, com ainda 42 participantes presentes

A apresentação geral se encerrou às 19:30 e, sem muitas dúvidas das pessoas participantes, às 19:40 fizemos a primeira rodada de grupos por eixo temático, em que todos os grupos tiveram diversidade da região de origem das participantes e contaram pelo menos uma mulher. No entanto, a faixa etária dos 20 a 30 anos foi a mais predominante em todos os grupos.

RELATO GERAL

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Nesta rodada, assim como na segunda, os eixos que tiveram discussões com abordagem mais polêmicas foram o 2 (conectividade e outros transportes) e o 4 (infraestrutura para caminhar), por tratarem de questões diretamente ligadas às qualidade das calçadas e serviços de transporte público, que são temáticas com as quais as pessoas conseguem se relacionar diretamente pela sua experiência cotidiana. Nestes grupos também esteve presente uma cidadã cadeirante, que defendeu o seu ponto de vista acerca dos temas.

Imagem: Captura de tela Eixo 1 rodada 1

Imagem: Captura de tela Eixo 2 rodada 1

RELATO GERAL

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Imagem: Captura de tela Eixo 1 rodada 1

Imagem: Captura de tela Eixo 4 rodada 1

Imagem: Captura de tela Eixo 5 rodada 1

RELATO GERAL

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A primeira rodada se encerrou às 20:10 e após 5 minutos de intervalo iniciamos a segunda rodada às 20:15. Com a experiência da primeira rodada, a segunda fluiu mais rapidamente e os grupos tiveram mais agilidade em propor estratégias, em especial nos eixos temáticos 1 (proximidade e densidade), 3 (socioespacial de equipamentos públicos e privados) e 5 (políticas e programas de priorização ao caminhar nas cidades) que são menos objetivos distribuição.

A composição dos grupos nesta rodada foi semelhante à primeira, com maioria de homens jovens, mas com pelo menos uma mulher em cada grupo e de ao menos 3 das 4 regiões presentes.

Captura de tela Eixo 1 rodada 2

Captura de tela Eixo 2 rodada 2

RELATO GERAL

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Captura de tela Eixo 3 rodada 2

Captura de tela Eixo 4 rodada 2

RELATO GERAL

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Captura de tela Eixo 5 rodada 2

Esta rodada se encerrou às 20:45 e após um intervalo de cinco minutos realizamos a plenária final, em que cada mediadora e mediador apresentou as principais causas apontadas e soluções propostas durante as rodadas e abrimos para colocações gerais e dúvidas das pessoas participantes.

Após a plenária final, os mediadores se reuniram por 30 minutos para organizar as etapas de produção dos relatos e documentos finais, apresentados junto a este relatório geral.

RELATO GERAL

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INFORMAÇÕES GERAIS Coordenação: SampaPé!

Mediadoras: Leticia Sabino Louise Uchôa Fernanda Pitombo Ana Laura Costa Estefânia Bordin Igor Miranda

Organizações colaboradoras: SOnhANDO A PÉ, CaminhaRio e TransLAB.Urb

Participantes da Conferência Livre:

Natale Favero

Emanuel Pontes Meirelles

Júnior Silva

Wesley Batista de Araujo

Arthur Cesar Valentim

Ianny Medeiros

Maria Lucia Rego Veloso

Vinicius Henrique Zampin

Danilo Fontes

Clarissa Paulino Teodoro

Gabriela Katie Silva Morita

William Vieira Alves

Cristiane Costa

Phelipe Araújo Santos

Gustavo Luiz Medeiros de Souza

Matheus Santoro Satero Balbino

Diego Vieira Ramos

Anthony Victor

Gustavo Guimarães

Oslannia Nogueira de Araújo

Bianca Pereira Saraiva

Kamila Belém

Maria Raquel do Vale Lima

Italo dos Santos Oliveira

Sabrina de Moura Fenelon

Igor de Luna Pereira

Edilson Pereira

João Victor SIlva

Larissa de Paula Santos Oliveira

Brasil, Agosto de 2021



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