Caderno de TCC 2 Sandra Regina Flach

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ESTACÃO CULTURAL: REQUALIFICAÇÃO URBANA DO NÚCLEO FERROVIÁRIO DE ERECHIM -RS TCC 2 . UFSC . arquitetura e urbanismo . acadêmica: sandra regina flach . orientador: luiz eduardo fontoura teixeira




foto: Vista da Estação Paiol Grande, Erechim-RS, a partir de seus trilhos fonte: acervo pessoal


Agradeço: Ao meu orientador, professor Luiz Eduardo Fontoura Teixeira, pelo envolvimento com este trabalho, por todas as conversas, incentivo e apoio. A todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo - UFSC, grandes mestres, pela dedicação e grandes ensinamentos. Aos servidores e técnicos da UFSC. Aos meus pais Claudete e Afonso, pelos inúmeros sacrifícios para me darem as oportunidades que não tiveram, pelo amor incondicional e apoio em todos os momentos. Ao meu irmão Carlos pelo apoio e estímulo e amor. Ao Felipe, por compreender minha constante ausência nos últimos meses, pelo carinho e companheirismo. Aos amigos e colegas ARQ –UFSC, que fizeram a passagem por este curso mais leve e alegre. Em especial à Gabriela, Bianca e André pelo incentivo e ajuda na reta final de projeto. Aos servidores e estagiários do Arquivo Histórico Municipal Joarez Miguel Illa Font e Setor de Desenho da Prefeitura Municipal pelo cordial e pronto atendimento.

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Foto: Vista Aérea do centro da cidade de Erechim -RS, década de 1950. Fonte: Ar quivo Histórico Municipal

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INTRODUÇÃO Erechim, localizada no norte do estado Rio Grande do Sul, munícipio de médio porte de 101.122 habitantes, é polo da microrregião do Alto Uruguai. A cidade foi uma das primeiras planejadas no estado, seu plano urbano de autoria do engenheiro Carlos Torres Gonçalves datado de 1914, possui fortes traços positivistas e influência do urbanismo haussmanniano. A implementação do plano urbano esteve atrelada à dois fatores principais: a Ferrovia São Paulo – Rio Grande e à política de colonização de imigrantes promovida pelo governo do estado. A lógica de implantação dos núcleos urbanos na região do Alto Uruguai foi regida pelo traçado da ferrovia e de suas paradas: estações ferroviárias e caixas da água. Segundo Ducatti (1981), a ferrovia foi a espinha dorsal dos transportes durante muitos anos, pois através dela exportava-se a produção das colônias, chegavam os produtos industrializados e matérias primas essenciais ao comércio local, e ainda, era o meio de transporte de passageiros e de comunicação (telegramas e postais). Desta forma, os arredores das estações e pontos de parada do trem eram os locais ideais para se estabelecerem os primeiros

núcleos que posteriormente formavam vilas e cidades. A estação Paiol Grande inaugurada em 1910 pela Cie. Auxiliare au Brésil, foi o marco zero do processo de ocupação da área central de Erechim –RS. Seu movimento rapidamente a transformou em entreposto comercial, atraindo para seus arredores as primeiras residências e negócios erechinenses. Em 1914, com início das obras do Plano Urbano de Torres Gonçalves, a estação continuou ditando do ritmo processo de ocupação, que partiu do seu entorno em direção a Praça Cristóvão Colombo (atual Praça da Bandeira). Além de seu caráter fundador e econômico, a linha férrea também movimentava a vida urbana do centro. A Praça Júlio de Castilhos, em frente à Estação, era um tradicional ponto de encontro da população e de visitantes da Vila. O processo de decadência do ciclo ferroviário iniciado nos anos 60, devido ao surto rodoviário, culmina em longos anos de estagnação econômica da microrregião e na desativação total do trecho Marcelino Ramos - Passo Fundo no ano de 1997, quando a malha gaúcha é concedida a operação da empresa privada América Latina Logística.

A desativação da linha férrea provocou o esvaziamento do entorno da Estação Paiol Grande, recorte da intervenção deste projeto. A estação, seus trilhos e entorno adjacente se tornaram um Terrain Vague (SOLA- MORALES, 2002), uma área fora da dinâmica da cidade. Aos poucos a vila férrea foi sendo substituída por depósitos , lojas de materiais de construção e outros usos residuais. Sem uso, os trilhos e a estação tonaram-se uma área morta e estigmatizada dentro de um centro vivo. A Estação Ferroviária, tombada como patrimônio cultural municipal (lei nº3.331 de 2000), permaneceu anos no abandono, sendo apropriada espontaneamente por grupos da comunidade que utilizam parte de seu espaço para realização de atividades culturais como aulas de capoeira, ensaios de dança típica e da banda municipal. Essa apropriação cultural espontânea da Estação, a carência de uma agenda de lazer e de cultura municipal, somada à outros usos populares significativos do entorno imediato, tais como a feira do produtor e o camelódromo, se transformaram na força, na semente originadora do projeto ESTAÇÃO CULTURAL. 7


Imagem 02: Vista A茅rea Parcial do centro da cidade de Erechim -RS, 2007. Fonte: Arquivo Hist贸rico Municipal

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ERECHIM - RS:

economia

características gerais

representatividade dos setores econômicos no valor adicionado municipal (%) :

35 %

localização

pólo do alto uruguai

Situa-se na região norte do Rio Grande do Sul, na cordilheira da Serra Geral com altitude média de 768 metros. (S 27° 38’ 03’’ e W 52° 16’ 26’’). Distância da capital, Porto Alegre: 360 km As principais rodovias de acesso: BR 153, RS 135

[ Centro da microrregião, formada por 31

população 101.122 habitantes (estimativa IBGE para 2013) 94% população urbana 6% população rural (IBGE, 2010)

municípios, para ela convergem mais de 200 mil pessoas. As carências encontradas nas pequenas comunidades do interior do Alto Uruguai, fazem com que as pessoas busquem em Erechim infraestrutura educacional (ensino médio e superior), de saúde, segurança pública, energia, comunicações, transportes, comércio, serviços, e mercado de trabalho, atribuindo à cidade o caráter de principal centralidade

microregional. 2014.

]

fonte: SINDILOJAS e PME,

38 %

22%

5%

É a grande geradora de empregos do município. Seus principais ramos são o metalomecânico, alimentício (balas e doces) e óleos vegetais.

Os setores de comércio e serviços são os maiores geradores de renda do município. Abastecem também, os pequenos municípios agricolas da microrregião.

O setor primário figura em último lugar como gerador de receita, porém é de importância fundamental, pois se baseia na agricultura familiar e minifúndios de produção diversificada que fornecem matéria prima para a agroindústria regional.

fonte: SINDILOJAS e PME, 2014. 9


SÍNTESE HISTÓRICA construção da paisagem central

Ciclo Fundacional - 1910

Ferrovia & Imigração

-A ocupação das terras da região do Alto Uruguai, no final do século XIX e início do XX, esteve atrelada à dois fatores principais: à implantação da Ferrovia São Paulo – Rio Grande e à política de colonização de imigrantes promovida pelo Governo do Estado Rio Grande do Sul. Estes dois elementos foram essenciais para organização e efetivação dos núcleos das colônias que ali se instalaram.

-Arquitetura da Imigração em Madeira -Economia baseada na exploração Madeireira

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plano urbano de torres gonçalves, 1914 O plano positivista de Torres Gonçalves para Erechim adotou conceitos de racionalidade e ordem referenciados no urbanismo barroco, na reforma de Haussmann em Paris (segunda metade do século XIX) e no plano urbano de Aarão Reis para a cidade de Belo Horizonte (1893 -1895). Ocupando uma área de 589 hectares, com 2.500 lotes demarcados, o plano previa uma população de 15.000 habitantes. Com uma primeira área demarcada para expansão ao leste, com lotes para chácaras que poderiam ser desmembrados e uma segunda área a oeste, denominada “área de desenvolvimento futuro”. (FÜNFGELT, 2004)

Ciclo de construção da imagem da cidade: Avenida Central - 1930 Medidas para a criação da imagem urbana para a área central( Pref. Amintas Maciel) Proibição de construções em madeira no perímetro do centro. - Consecutivos incêncios consomem o centro de arquitetura em madeira. -Arquitetura em Alvenaria -Linguagem Eclética Economia baseada na madeira e agricultura familiar.


Ciclo de Consolidação 1930/4050 Estaganação Econômica 1960 - 1975 Ciclo de Sobreposição 1980 -1990 Projetos de embelezamento urbano para Avenida Maurício Cardoso e Praças. ( Francisco Riopardense de Macedo) Adoção da Linguagem Art Déco Primeiros exemplares de arquitetura com traços modernos Mudança na base econônica: policutura familiar artesanal - monocultura mecanizada: Capital Nacional do Trigo

Gradual desativação da linha férrea. Como escoar a produção da região do Alto Uruguai , se a a unica ligação terrestre com Santa Catarina era através da ponte férrea de Marcelino Ramos?

Verticalização e Sobreposição da área central Primeiro Plano Diretor -1981 Economia Baseada na Indústria e comércio

1997 - DESATIVAÇÃO DA LINHA FÉRREA

Cidade Atual Papel de cidade polo na Microrregião: educação, saúde, comércios e serviços e mercado de trabalho (indústrias) Chegada de importantes instituições de ensino federais UFFS - IFRS : POLO EDUCACIONAL.

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1a parte: Av, Maurício Cardoso

2

E

2a parte: Av, 7 de Setembro

1

P

3

ESPAÇO URBANO

elementos estruturadores LEGENDA

Plano de Urbano de 1914

3a parte: Av, 7 de Setembro

Núcleo Original Ferrovia Av. Mauricio Cardoso e Av. Sete de Setembro BR -153

P

Início Vale do Rio Dourado Parque Longines Malinoski

E

Estação Ferroviária

1

Praça Cívica /da Bandeira

2

Praça Júlio de Castilhos

3

Praça dos Bombeiros

Fonte: Ortofoto de Erechim-RS, PME. Modificada pela autora

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CONTEXTUALIZAÇÃO URBANA elementos estruradores e dinâmicas do espaço urbano Os principais elementos estruturadores do território urbano do município de Erechim –RS são o traçado da Ferrovia São Paulo Rio Grande, a rodovia BR – 153 e ao norte o Vale do Rio Dourado que limita a expansão da área urbana. No espaço delimitado pela ferrovia e BR 153 está a cidade consolidada e o centro original - concentrador do comércio, serviços, educação e saúde – a partir do qual a lógica do valor do solo é regida. Fora desses limites está a cidade em crescimento: ao norte, entre a ferrovia o Vale do Rio Dourado, concentra-se o uso residencial de classe alta (Bairros: Morro da Cegonha, Estar do Chile). Ao sul, segregado pela BR-153 estão os bairros mais carentes (Progresso, Presidente Castelo Branco, Cristo Rei). À oeste e leste dos trilhos também se encontra áreas de expansão da classe trabalhadora. A população é predominantemente urbana – 94% vivem na área urbana e 6% na área rural – a densidade urbana é de 1.279,15 hab./ km² enquanto a rural 15,52 hab./ km², a população total estimada para 2013 é de 101.122 habitantes. (IBGE e P.A.M.E). O espaço urbano do município é conformado por 31 bairros, dos quais 12 encontram-se dentro da área delimitada pela Ferrovia e BR-153, e os 19 demais, na área de crescimento/expansão. Através do Mapa de Densidades de

DENSIDADE DOS BAIRROS

Elaborado pela autora, com base no Plano Ambiental de Erechim, PME e URI, 2011

Demográficas por bairro, percebe-se que os bairros da área consolidada concentram a maior parte da população. A região central, mais verticalizada da cidade, possui um índice de 4.751 hab./km². Todavia os bairros mais densos são os periféricos caracterizados por uso residencial e tipologia horizontal (1 e 2 pavimentos). Os bairros de maior densidade do município são: Cristo Rei 11.120 hab./km², Florestinha 8.707 hab./ km², Progresso 6.735 hab./km², São Cristóvão 6.497 hab./km² e Presidente

Vargas 5.934 hab./km². Segundo o Plano Ambiental Municipal de Erechim, 2011, três dos bairros mais densos, caracterizados por loteamentos sociais estão localizados em áreas inadequadas para o uso para o uso a habitacional, tais como declives acentuados (São Cristóvão), faixa de domínio da Rede Ferroviária Federal S.A. (Florestinha) e ao longo de Riachos ( Cristo Rei).

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ANÁLISE URBANA áreas verdes , área de lazer e equipamentos culturais áreas verdes e de lazer ferrovia avenida principal rodovia BR - 153 estação ferroviária praça da bandeira (cívica) praça dos bombeiros escola municipal de belas artes 1 1 2

NIDA AVE

25 de julhos

5

3

2

6 biblioteca e 3 arquivo histórico

centro de exposições FRINAPE 4

AVENIDA

4

5

Parque Longines Malinoviky

`6 Seminário de Nossa Senhora de Fátima 0,5 1

14

2

Km


ANÁLISE URBANA

áreas verdes, área de lazer e equipamentos culturais As principais áreas verdes de lazer e equipamentos de cultura da cidade localizam-se dentro da área central, zona concentradora de vitalidade e movimento. A distribuição de áreas verdes de lazer pelos bairros é muito pequena e equipamentos culturais é inexistente. O que justifica a preposição de um parque linear ferroviário, utilizando-se do vazio residual da manha férrea que entrecorta mais de 20 bairros, maximizando o acesso da população à espaços públicos livres recreativos e atividades culturais. Quanto aos espaços livres de lazer existente, sem dúvida o mais apropriado do município de Erechim-RS é o grande eixo norte sul proposto pelo Plano Urbano de 1914, composto avenidas Maurício Cardoso e Sete de Setembro. Além de ser um importante elemento de memória urbana, continua sendo o principal eixo concentrador de vitalidade, comércios e serviços. É o principal cenário dos finais de semana erechinenses, moradores de todas as idades apropriam-se dos canteiros e praças, seja para tomar chimarrão com os amigos nos bancos do canteiro central, para caminhar, andar de bicicleta, tomar um sorvete ou simplesmente observar o movimento de pessoas e carros que por ali passam. Outros espaços públicos importantes da área central são as praças e o Parque de Preservação Ambiental Longines Malinowski, apelidado pela população de “Mato da Comissão”, este

último destaca-se nas imagens áreas e mapas da cidade por sua área de 24 hectares, fragmento da mata atlântica, devido a falta de infraestrutura e segurança é pouco utilizado. Existe uma carência relevante no setor cultural municipal que se limita a poucos equipamentos: Escola Municipal de Belas Artes, Centro de Espetáculos de 25 de Julho, Arquivo Histórico e Biblioteca Municipal. A Escola Municipal de Belas Oswaldo Engel é a única instituição deste segmento no município, foi fundada na década de 60, atualmente a escola atende a 700 estudantes que aprendem artes visuais, dança, música e teatro, dos quais cerca de 100 são bolsistas. Seu corpo docente conta com 26 professores e cinco funcionários para atender a área administrativa. A instituição funciona em prédio com área insuficiente, onde as salas são revessadas para atender as atividades e alunos. A falta de investimentos e infraestrutura da escola diminui bruscamente sua capacidade de levar arte à comunidade. Desda forma o programa deste projeto inclui um novo centro de lazer e cultural (COLETIVO) que ministre oficinas artisticas em conjunto com a Escola de Belas Artes, sendo uma extensão de suas instalações.

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ANÁLISE URBANA principais instituições de ensino escolas públicas escolas particulares instituto e universidades públicas universidades particulares escola municipal de belas artes APAE colégio agricóla

ferrovia avenida principal rodovia BR - 153 estação ferroviária praça da bandeira (cívica) praça dos bombeiros

IFRS

UERGS

UFFS* URI

APAE CÓLEGIO AGRÍCOLA

PRÉ - ESCOLAR: 40 2.033 matrículas 19 privadas 8 estaduais 13 municipais

ENS. FUNDAMENTAL: 35 11.860 matrículas

6 privadas 22 estaduais 7 municipais ENS. Médio: 15

3.959 matrículas 4 privadas

10 estaduais ESCOLA DE BELAS ARTES: 1 municipal

16

ENS. Superior 5 (principais) 4 privadas 1 estadual

0,5

2 federais

* fonte IBGE - Cidades 2012

UFFS* O campus da Universidade Federal da Fronteira Sul está sendo construido a aproximadamente 15 km da zona urbana, nas margens da rodovia BR-153

1

2

Km


ANÁLISE URBANA educação e ensino

O município de Erechim destaca-se na região do Alto Uruguai pela rede de instituições educacionais. Nos últimos anos recebeu duas grandes instituições públicas de ensino superior: O Instituto Federal do Rio Grande do Sul (2008), que atualmente conta com 6 cursos técnicos e 3 cursos superiores, todos nas áreas de Mecânica, Agroindústria, Vendas e Vestuário; e a Universidade Federal da Fronteira Sul (2010), que oferece os cursos superiores de Arquitetura e Urbanismo, Agronomia, Engenharia Ambiental, Filosofia, História, Geografia, Ciências Sociais e Pedagogia. Desta forma surge uma nova demanda de infraestruturas de apoio à função educacional, como residência estudantil, bibliotecas, espaços públicos de cultura e lazer. A rede educacional do município está apresentada no mapa ao lado. Considerando somente a rede pública (municipal, estadual, federal) são: 21 escolas pré-escolar públicas, 29 escolas de ensino fundamental públicas, 10 escolas de ensino médio públicas, 3 instituições publicas de ensino superior (UFFS, IFRS, UERGS) e 1 escola de belas artes municipal. A prefeitura vem ampliando as vagas na educação infantil e também, implantando a educação em tempo integral. No ano letivo de 2012, em pelo menos três escolas municipais há alunos matriculados

em turno integral, onde os estudantes da escola passaram a ter diversas outras atividades como informática, música, canto coral, leitura, desenho, fotografia, jornal escolar, rádio escolar, atletismo, basquete, futsal, karatê, xadrez, banda fanfarra e reforço nas disciplinas de português, ciências e matemática (ZANELLA, 2012 apud BORGES,2012). Apesar do avanço promovido pela gestão municipal na educação, segundo FNDE 2012 apud BORGES, 2012, as principais deficiências das escolas públicas referem- se à falta de infraestrutura: bibliotecas sem espaços adequados para acervo ou lugar para estudos individuais ou em grupos, laboratórios de informática desativados por falta de equipamentos e menos de 50% das escolas da rede publica possui quadra de esportes, entre outros. A área central é a que concentra as maiores escolas públicas de ensino médio superior (Jóse Bonifácio, Professor Mantovani, HAIDE, Imlau entre outras) e também a principal parcela de universidades, com exceção do IFRS localizado no bairro Três Vendas e da UFFS cujo novo campus está sendo construído no Km 72 da BR 153 (área não urbanizada).

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ANÁLISE URBANA usos do solo centro comercial e de serviços eixos de comércio e serviço corredores de comércio e serviços área industrial unidade industrial

ferrovia avenida principal rodovia BR - 153 estação ferroviária praça da bandeira (cívica) praça dos bombeiros

unidades de serviços predominantemente residencial ocupação irregular comunidades beira -trilhos

0,5 1

18

2

Km


ANÁLISE URBANA usos do solo

A principal centralidade comercial e de serviços é núcleo central original do município, que possui a maior diversidade de atividades. Existem ainda outras centralidades lineares, conformadas pelos eixos e corredores comerciais nos bairros. Estas tendem a ser mais especializadas, como é o caso da centralidade do bairro Três Vendas que tem uma parcela significativa de comércios e serviços voltados a agropecuária e construção civil. O uso industrial, originalmente se localizava ao longo da linha férrea, por isso ainda existem algumas indústrias dentro da área urbana. Com o declínio e desativação total da ferrovia em 1997, associado a crescimento urbano as indústrias passaram a se instalar ao longo da rodovia BR 153 – corredor de transporte. Atualmente, sua maioria (mais de 34 empresas) está instala no distrito Industrial Jaime Farina.

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ANÁLISE URBANA

mobilidade

principais vias abastecidas por transporte público ferrovia avenida principal rodovia BR - 153

estação ferroviária “terminal urbano” praça da bandeira (cívica) praça dos bombeiros

0,5 1

20

2

Km


ANÁLISE URBANA mobilidade

A cidade apresenta uma boa distribuição e abastecimento por transporte público coletivo (ônibus) para seu porte. As linhas convergem para o centro e formam um anel contornando a Avenida Maurício Cardoso, o que possibilitaria a implantação de sistema circular continuo e integrado baseado nos pontos principais existentes, dispensando a grande estrutura de terminal físico (ver página 45). Atualmente não existem formas de transporte públivo, dessa forma junto com proposta urbana geral, apresentada a diante, ver página 38, propõe-se uma malha primária deste ciclovias, incentivado o uso da bicicleta como alternativa de deslocamento urbano.

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ANÁLISE URBANA: APROXIMAÇÃO DA ÁREA CENTRAL

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A leitura de cheios e vazios da área central permite a clara identificação da estrutura urbana: quadras, nós (praças) e sistema viário, bem como a sua hierarquia. A imagem estampa as intensões do plano urbano de 1914: o grande eixo central que conflui junto com quatro avenidas diagonais para a praça central, conformando o principal nó da cidade. Outro vazio legível é a mancha ferroviária que separa ao sul o centro mais denso e ao norte o centro mais espraiado. A leitura dos cheios permite fazer apontamentos quanto à densidade e uso do tecido estudado. A densidade maior se concentra no trecho central ao sul da ferrovia, a graduação da densidade e do tamanho dos grãos também tem relação com a proximidade da Avenida. As quadras deste setor apresentam menos espaços vazios e também grãos maiores que indicam a presença de edifícios verticais de uso misto/ residencial. A leitura da Avenida neste primeiro trecho também é clara pela predominância de cheios, de edifícios num mesmo alinhamento sem afastamento lateral. Ao longo da ferrovia os grãos maiores podem ser associados a galpões e indústrias. Ao norte da linha férrea predominam os vazios e os grãos menores que caracterizam o uso predominantemente residencial. No centro original os usos atuais são predominantemente mistos - edificações com comércios ou/e serviços no térreo e uso residencial nos andares superiores – o que ocorre principalmente no eixo da

avenida principal e quadras adjacentes. Nesse setor o uso residencial persiste, mas vem gradativamente diminuindo devido o processo substituição de edifícios antigos (2 a 4 pavimentos) por torres monofuncionais de escritórios com embasamento comercial. A praça principal, popular Praça da Bandeira, pensada como centro político e religioso mantem seu caráter, com a presença da Prefeitura Municipal, Câmera de Vereadores, Centro Administrativo Municipal, Secretaria Estadual de Educação e Castelinho. Existem indicações que o Centro Administrativo Municipal será deslocado para o bairro Bela Vista , assim como foi deslocado, nos últimos anos, o Fórum Municipal. Sugerindo a criação de uma nova centralidade deslocada do centro original. As bordas da linha férrea desativada possuem edificações de amplos espaços utilizados por pequenas indústrias, oficinas, materiais de construção e depósitos. Essas atividades permitidas pelo zoneamento de unidade de serviço, atualmente encontram-se fora da lógica da área central: comércios, serviços e residências. Nas imediações da Estação Ferroviária Paiol Grande, foram instalados edifícios de usos públicos como a Feira do Produtor, Camelódromo e Terminal de Transportes Coletivos. No trecho central norte, acima da linha férrea predomina o uso residencial com algumas exceções observadas nos lotes de frente com a avenida central. 23


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RECORTE DE INTERVENÇÃO: Núcleo Ferroviário Central de Erechim/ RS- Estação Paiol Grande

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RECORTE DE INTERVENÇÃO

9

2 de

no

ve

m br

4

o

av. sete de setembro

15

rua

NORTE

ferrovia

26

6

luiz

ma rc

os

11 uch

12

oa

10

5

ber

t

7 rua joaquim cabral

8 rua joaquim cabral

praça dos bombeiros

Localização do recorte de intervenção na área central traçado do plano urbano de 1914

av. maurício cardoso

as rg va de

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praça da bandeira a ru a

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av. maurício cardoso

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rua

rua bo rto lo

5

ESTAÇÃO

ba lve di

viaduto sobre linha férrea

localização

delimitação do centro orginal entorno imediato

área de interveção: Estação Ferroviária Paiol Grande

Recorte de intervenção e entorno imediato 7. Feira do Produtor 1. Prefeitura 8. Mercado Público (Camelódromo) 2. Castelinho 9. Novo Terminal de Ônibus Municipal. 3. Catedral São José 10. Materiais de Construção e Depósitos 4.Parque Longines Malinovisky 5. Estação Ferroviária Paiol Grande Carvalho 11. Depósitos Gribler Materiais de Contrução 6. Praça Júlio de Castilhos 12. Armazéns Antigos

O recorte de intervenção de projeto é a Estação Ferroviária Paiol Grande e seu entorno . A Estação faz parte do núcleo originador (centro histórico) de Erechim –RS, localizando –se ao norte da área central junto à linha férrea. Seu entorno imediato é bem conectado a malha viária, cujas vias principais são a Rua Joaquim Cabral e a Rua Marcos Uchoa. Outra conexão importante é a Rua Bortolo Balvedi que leva ao Vale do Rio Dourado, área rural do município. A área da Estação esteve originalmente conectada a Praça Júlio de Castilhos, tradicional ponto de encontro e trocas sociais durante o período em que a linha férrea estava ativa.


RECORTE DE INTERVENÇÃO

Relevância histórica da ferrovia e da Estação Paiol Grande Como já desenvolvido anteriormente a Estação Paiol grande teve função fundacional do atual núcleo urbano de Erechim- RS. Anteriormente à ela, a colônia era instada nas proximidades da atual cidade de Getúlio Vargas. Com a construção da Estação Paiol Grande no ano de 1910, parte do trecho férreo que ligava Passo Fundo ao Rio Uruguai, um pequeno povoado foi crescendo aos seus arredores. Nessa mesma fase a região estava incluída em projetos do governo estadual de imigração e colonização, recebendo imigrantes de vária etnias, principalmente alemã, italiana, polonesa e judia. A existência da ferrovia facilitou e incentivou o processo de imigração que tornasse significativo a partir de 1910. Em 1914, começam as obras da nova colônia de Erechim, planejada junto da estação Paiol Grande com objetivo de ser um ponto de acesso mais fácil aos imigrantes, além das suas redondezas possuírem forte potencial madeireiro. A colônia foi uma das primeiras a serem planejadas no estado e teve seu plano urbano assinado pelo engenheiro positivista Carlos Torres Gonçalves. A estação ferroviária foi a primeira construção da colônia de Paiol Grande, depois chamada de Erechim. Ao seu lado também foi construída a primeira moradia, de propriedade de um funcionário da ferrovia, Sr. Antenor Pedrollo.

A ferrovia barateou os fretes da produção local, acelerando o desenvolvimento da região, assim aos poucos o núcleo urbano foi se consolidando como importante núcleo regional. Surgiram indústrias ligadas à extração de erva- mate e madeira, com várias serrarias e depósitos ao longo da ferrovia. Já na década de 50, quando Erechim recebia o título de capital do trigo, toda a produção de trigo e farinha era escoada pelos vagões da viação férrea. Erechim foi servida pelo trem misto Marcelino Ramos – Passo Fundo , pelo Noturno Paulista, que conectava São Paulo ã Porto Alegre e pelo luxuoso trem internacional que ligava Rio de Janeiro a Buenos Aires A Estação Paiol grande era um grande chamariz de movimento e pessoas. Segundo relato do Sr Helly Parenti, morador antigo do município que viveu a era de ouro dos trilhos era a grande atração da cidadezinha e a praça Júlio de Castilhos, tradicional ponto de encontro social: [...]Eu vinha do serviço: banho, camisa, aquela única de domingo, a calça, o sapato lustro e ia pra Estação ver as gurias. Como era bonito, bonito demais. [...] [...] Na segunda, quarta e sexta que vinha o (trem) noturno... Meu Deus do céu! O que tinha de mais bonito desfilava, e eu ficava de olho em alguma namorada [...]

Estação Paiol Grande em 1910. Fonte: Arquivo Histórico Municipal

Estação Paiol Grande em 1939, aos fundos o Quiosque da Praça Julio de Castilhos e as edificações da área central. Fonte: Arquivo Histórico Municipal

Vista aéra da Praça Júlio de Castilhos em 1939, Fonte: Arquivo Histórico Municipal

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RECORTE DE INTERVENÇÃO

Relevância histórica da ferrovia e da Estação Paiol Grande A viação férrea inicia seu processo de decadência na década de 60, com o surto rodoviário. Consequentemente, Erechim e sua microrregião entram em período de estagnação econômica. Nos anos noventa ocorre a venda das concessões das linhas férreas brasileiras. Em 1997, a empresa estatal RFFSA transfere a concessão da malha gaúcha à empresa ALL - América Latina Logística, que no mesmo ano desativa totalmente a linha férrea de Marcelino Ramos à Passo Fundo, alegando inviabilidade econômica do trecho . A desativação gradual da linha férrea provocou também o esvaziamento do entorno da Estação Paiol Grande compreendido no recorte de estudo este trabalho. Na década de 80, na Rua Joaquim Cabral existiam alguma atividade comercial, como a concessionária Autolândia. Já na rua de fundos, Marcos Uchoa, onde o uso solo era na predominância residencial, vila operária ferrovia, os terrenos passam vendidos e as casas substituídas por depósitos de materiais de construção, oficinas e estacionamentos. Apesar do esforço da população requerendo na justiça a reativação da linha férrea, a empresa a ALL não dá sinais positivos para o mesmo. Em 2012, a Prefeitura Municipal conseguiu a concessão de uso do pátio da Estação Paiol Grande e 28

transfere para ali o terminal de ônibus municipal. O projeto municipal já foi executado e prevê a reutilização da Estação Férrea como Museu da Imigração. Apesar de ter esse viés cultural o projeto de execução do terminal, não tem caráter preservação e valorização patrimonial da área: As paradas de ônibus foram colocadas justamente em frente ao prédio da estação, prejudicando a visibilidade da mesma. O acesso aso trilhos foi murado, segregando ainda o espaço que já era tido como perigoso e não o recuperando. Além disso, a implantação do Novo Terminal é deficiente em termos de fluxos, conforto dos usuários, e integração com paisagem e patrimônio histórico. Concluindo, o entorno da área da estação ferroviária precisa da rearticulação de seus usos públicos, de um projeto que enfoque no resgate do valor patrimonial do lugar, sensível aos seus significados usos históricos, sociais e econômicos. Enfatizando a sua localização que é central e o recorte de estudo precisa urgentemente de uma revitalização que o retire da subutilização e estigmatização. Que o devolva para a cidade como lugar de encontro, de memória, de lazer e mobilidade, essa é proposta deste trabalho.

1 2

Vista Aérea da Área da Estação Ferroviária, 1985. 1. Estação 2. Vila Ferroviária Fonte: Arquivo Histórico Municipal

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Vista Aérea da Área da Estação Ferroviária, 1999. 1. Estação 2. Materiais de contrução Fonte: Arquivo Histórico Municipal


Foto da Plataforma da Estação, 1939. Fonte: arquivo histórico municipal

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RECORTE DE INTERVENÇÃO

usos do solo - recorte de intervenção

usos e gabaritos

Com o declínio ferroviário a quadra em que está localizada a Estação se transformou em um grande vazio urbano central que foi sendo ocupada forma fragmentada. Através do diagnóstico de usos do solo, identificaram-se duas áreas segmentadas pela linha férrea: uma frente e um fundo. Na frente, ao sul da ferrovia, os usos são comerciais e institucionais, estabelecendo uma relação de pertencimento ao centro. Por ser uma área de concessão pública e pouco ocupada, entre a década de 90 até 2013, implantaram-se equipamentos populares municipais como a Feira do Produtor, o Camelódromo, associações e o Terminal de Transporte Coletivo (mais recente 2014). Já o fundo, a parcela da quadra ao norte dos trilhos, recebeu originalmente a função residencial que permanece em alguns lotes. Hoje, esse fundo é subtilizado por depósitos, galpões e lojas de materiais de construção. Nas ruas Marcos Uchoa e Bortolo Balvedi também existem lojas de materiais de construção, oficinas de automóveis e depósitos atacadistas. Esses usos são permitidos pelo zoneamento do plano diretor em que a área se insere: Unidade de Serviço -1. Atualmente tais usos não são coerentes com o caráter da área central porque geram trânsito de veículos pesados e subutilizam terrenos de localização privilegiada e de excelente acessibilidade. O recorte de estudo caracteriza-se por ser predominantemente horizontal com edifícios de dois e três pavimentos. Todavia o zoneamento US-1 , permite uma altura máxima igual a nove pavimentos.

30

gabaritos - recorte de intervenção


RECORTE DE INTERVENÇÃO legislação urbana

Unidades Territoriais Mistas (UTMs)

Unidades de Serviços (US) Unidades Residenciais (UR)

Unidades Especiais

Estação Paiol Grande

zoneamento área central

Fonte : Prefeitura Municipal de Erechim Plano Diretor de Desenvolvimento Ambiental Sustentável de Erechim- Esquema de cores elaborado pela autora

Conforme o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável e Ambiental de Erechim-RS, atualizado em 2012),o recorte de projeto encontra-se na zona US-1, unidade de serviço-1. Ainda segundo o plano as unidade de serviços são zonas caracterizadas pela homogeneidade de uso em que predominam as atividades comerciais, de serviços ou industriais, visando a descentralização, mediante medidas institucionais, administrativas e tributárias; investimentos públicos; execução de loteamentos industriais obedecida a legislação pertinente. Este zoneamento encontra-se obsoleto e não condiz com a dinâmica da cidade e usos do solo atual. Permitir usos industriais dentro da zona central gera fluxo de caminhões, além de atrair outros usos com o mesmo viés: oficinas, depósitos, estacionamentos como ocorre do lado norte dos trilhos da Estação. Esse trabalho considera que tais usos subutilizam uma área de localização central e completa infraestrutura, além de agravarem o processo de estigmatização e abandono da quadra ferroviária, não considerando também o caráter patrimonial que impregna o local. Sugere-se que tal zoneamento seja revisto, induzindo uma transformação revitalizadora deste atual espaço residual da cidade. Acredita-se que por sua localização central, o entorno da estação deva receber um zoneamento que equilibre as atividades de comércio e serviço com a função habitacional, que preferencialmente deveria ser voltado a oportunizar o acesso digno á cidade a parcela da população que apresenta menores condições econômicas.

US1 -UNIDADE DE SERVIÇO -1 índice de Aproveitamento

Habitação: 3.50 Comércios e Serviços: 1.50 Indústria e Depósitos: 1.00

Taxa de Ocupação

TO = 70%

Altura

Recuos Laterais e fundos

Recuo Frente

Altura máxima: 09 pavimentos.

a) Recuo lateral – paredes com aberturas: H/15 + 2,00m e nunca inferior a 2,00m. - paredes sem aberturas: H/23 + 1,50m e nunca inferior a 2,00m. b) Recuo de Fundos – H/20 + 3,00m e nunca inferior a 1/10 da profundidade do lote.

Recuo Habitacional: 4m Recuo Uso Misto: 2m Recuo Comércio e Serviços: 2m

Estacionamento de Veículos

Subsolo ou qualquer pavimento observada a taxa de ocupação vigorante.

31


RECORTE DE INTERVENÇÃO levantamento fotográfico paradas de ônibus

estação

1 muro

2

paradas de ônibus depósito mat, de construção viaduto

estação

ac

es

so

residências

32

depósito de mat. de contrução

loja de mat. de contrução

3

paradas de ônibus (fundos)

estação

loja de mat. de contrução

4

5

Panorâmica da entrada atual da Estação: A estação encontra-se desfigurada pelas modificações provocas pela implantação do terminal de ônibus. A obra do terminal não respeita o caráter patrimonial da estação, desconfigurando seu antigo pátio de manobras, e criando forte obstrução visual do edifício da estação. Um muro foi construído separando a área de terminal de uma residência vizinha. Panorâmica a partir dos bancos das paradas de ônibus: Nota-se o despreparo da infraestrutura do terminal, sua implantação nega a existência do edifício patrimonial da Estação, inclusive murando o acesso aos trilhos. Os usuários ficam de costa para estação e trilhos e de frente para os fundos mortos de edificações da Rua Luiz Bert. Panorâmica a partir dos trilhos em direção ao viaduto: Do lado direito está o muro e banheiros do terminal que rompem o contato visual e diminuem o acesso ao local. Agravando a sensação de insegurança do local. Panorâmica a partir dos trilhos em direção à fachada norte da estação: A face do abandono. Observa-se antiga frente que recebia os trens, hoje tratada como um fundo, uma área residual, vazia, sem uso o que traz para a população a sensação insegurança. Essa fachada encontra-se toda pichada e danificada, algumas portas foram até concretadas. Há muito lixo jogado nos trilhos. É um vazio imenso, cortado momentaneamente por pessoas que atalham por ali, para ir ou voltar do centro. Panorâmica a partir dos trilhos em direção lateral oeste da estação: Nesta vista localiza-se as residências adjacentes, construída irregularmente por família que permanece no local.


6

implantação e qualidade do “novo terminal”?

13

12

9

8

7

11

10

saída do terminal /viaduto/falta de conexão peatonal/cruze, atalho

14

16

17

15 fundo residual/ trafego de veículos pessados / usos fora da dinâmica do centro /abandono / insegurança/ passagens indequadas aos pedestres

19

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20 21

praça júlio de castilhos 13

14

10 6

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R. Luiz Bert

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camelódromo

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15 8 11 9

23

feira do produrotor

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RECORTE DE INTERVENÇÃO

Estação Paiol Grande - características arquitetônicas - usos originais - atuais - propostos

fotos: acervo pessoal O edifício original da Estação construído em 1910, tipologicamente caracteriza-se como estação de médio porte com cobertura em duas águas e estrutura de madeira no prolongamento sobre a plataforma. O edifício patrimonial, encontra-se bastante depredado e em estado de abandono. A fachada sul, da Rua Luiz Bert está mais conservada, enquanto a menos visível, a dos trilhos está totalmente pichada. As alterações mais fortes são na cobertura onde as telhas de barro francesas foram 34

substituídas por Brasilit, nas janelas originais, que estão bem danificadas, muitas dessas até foram fechadas com alvenaria, enquanto outras foram abertas aleatoriamente nas paredes. Não foi possível fazer um levantamento fotográfico detalhado do interior da edificação por impossibilidade de acesso. Parte do edifício da estação é usada como residência por duas famílias. As duas salas internas que tive acesso vem sendo usada improvisadamente para aulas de música da Banda Sinfônica Erechinense, aulas de capoeira da Escola de Cultura

Afrodescendente, ensaios do Grupo de Cultura Italiana Avanti, todas iniciativas da comunidade. Com o deslocamento do terminal de transporte urbano para a área da estação as atividades culturais serão interrompidas. A prefeitura municipal está desenvolvendo um projeto para instalar no edifício um museu da imigração.


RECORTE DE INTERVENÇÃO

legislação municipal de proteção do patrimônio ferroviário LEI Nº3.331. DE SETEMBRO DE 2000 CONSIDERA PATRIMONIO HISTÓRICO E CULTURAL, A MANCHA FERROVIÁRIA DE ERECHIM. “ [...] Art.1º - Fica considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Erechim a parte da Mancha Ferroviária, que engloba o Prédio da Estação Férrea; as Construções de Apoio; a Gare, os Antigos Depósitos, o próprio largo e a cerca que o limita. Art.2º - Fica o Executivo Municipal autorizado a determinar a abertura do processo Administrativo de Tombamento, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, conforme a legislação vigente. Parágrafo único – Durante o Processo Administrativo, através de notificação, por mandado, será cientificado à Rede Ferroviária Federal e a seus prepostos, dos atos e termos do Processo de Tombamento.

Foto da Plataforma da Estação, 2015. Fonte: acervo pessoal

Art.3º- Decorrido o prazo do processo sem que haja sido oferecida a impugnação ao tombamento, procederá o Município à averbação do tombamento de parte do patrimônio da Rede Ferroviária Federal, conforme caput do artigo 1º, no Registro de Imóveis, à margem da transcrição de domínio, para que se produzam os efeitos legais. [...]” 35


Imagem: Vista da Estação a partir da praça de acolhimento, na lateral esquerda, ao fundo, vemos o pátio de manobras, espaço livre de estar e lazer que abriga vagões fixos de artesanato.

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Imagem: Vista aérea geral da proposta a partir do pátio de manobras

proposta de projeto : estação cultural

requalificação do núcleo ferroviário central de Erechim-RS 37


PROPOSTA URBANA GERAL PARA REVITALIZAÇÃO DA MANCHA FÉRREA: Laboratórios itinerantes de cultura, ensino, tecnologia e saúde. A ferrovia é um dos principais elementos estruturadores do espaço urbano municipal, através de seu percurso é possível conectar aproximadamente 20 bairros, além da possibilidade de integração com o meio rural e pequenos municípios agrícolas vizinhos, também entrecortados pela ferrovia. Com a desativação da linha férrea em 1997, e sem qualquer previsão de retomada, o espaço remanescente da ferrovia, 15 metros de faixa de domínio público de cada lado dos trilhos, permanece abandonado e ocioso. Tendo em vista esse cenário, aproxima-se da ferrovia com objetivo de reinserir esse elemento urbano patrimonial no cotidiano da cidade e de seus cidadãos. Enxergando nele, o potencial de elemento conformador de um parque linear, de costura da cidade por meio dos trilhos acompanhados por ciclovias, pela inserção de espaços livres recreativos e de novos usos para essa área remanescente, os quais atendam o função social de um bem público. A proposta geral deste trabalho se baseia na reativação dos trilhos como elemento de descentralização e expansão do acesso à cultura, tecnologia, ensino e saúde por meio da ferrovia. Ressignificando-a e criando novos vínculos com a população. Surge assim o conceito dos laboratórios itinerantes.

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la.bo.ra.tó.rio: 1.local onde se fazem experimentações 2. lugar de grandes operações ou transformações (fonte: dicionário léxico) As experimentações e transformações levadas por esses laboratórios gerariam um impacto social positivo na populaçao dos bairros e distritos rurais do municipio, podendo ser expandidas para os pequenos municípios vizinhos, também carentes de iniciativas e proposta culturais. Os laboratórios itinerantes utilizariam vagões reciclados, os adapatando com layouts flexíveis para receber as mais diversas oficinas, cursos capacitação, performances artísticas, campanhas de conscientização e saúde pública, além outras atividades pensadas em conjunto com população. A relação dos laboratórios sugeridos pelo trabalho segue abaixo: 1. Laboratório Móvel Biblioteca 2. Laboratório Móvel de Mídias Digitais ( Internet, Vídeos, Fotografia Digital, softwares, redes sociais) 3.Laboratório Sonoro 4. Laborátorio Cine- Corpo ( Teatro, Dança, Cinema) 5. Laboratório de Multiplicação ( palestras, oficinas de capacitação, aulas de reforço escolar) 6. Laboratório de Saúde no Bairro


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Imagem: Laboratório itinerante biblioteca no distrito rural de Capoerê -Erechim –RS.

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Imagem: Laborat贸rio itinerante sonoro, no percuso do parque linear ferrovi谩rio proposto, dentro da zona urbana, bairro Koller, Erechim -RS

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LOCAL: NÚCLEO FERROVIÁRIO CENTRAL - ESTAÇÃO PAIOL GRANDE JUSTIFICATIVAS DO RECORTE INTERVENÇÃO

OBJETIVOS

1. Valor patrimonial e cultural 2. Grande área de posse pública 3. Transformou-se em uma área residual, fora da dinâmica do centro urbano. É uma grande área morta dentro de centro muito vivo. 4. Grande potencial como espaço público: seja pelo seu fácil acesso, pelas atividades populares já presentes na área (feira do produtor e camelódromo), dotado de toda a infraestrutura e comodidade de um centro urbano. 5. Vinculo já existente de setores da comunidade com o lugar: a estação é cedida a grupos culturais comunitários (escola de capoeira, grupo de cultura italiana, banda sinfônica).

Valorização do conjunto ferroviário da cidade Erechim -RS, através de proposta de requalificação do entorno da Estação Ferroviária Paiol Grande. Reforçando sua importância como patrimônio cultural, potencializando esse lugar simbólico e público como um espaço livre recreativo. Resgatando o papel central da estação férrea como ponto de chegada e partida, agora, porém, de laboratórios itinerantes de cultura. Busca-se um projeto que conecte novamente a Estação e seu entorno ao centro. Que acione a memória do lugar, reúna pessoas, ofereça espaços livres recreativos, atividades culturais e de lazer. Criando uma nova frente para cidade que ajude a valorizar e manter a apropriação da área central pela população.

FOTO: Travessia dos trilhos, logo abaixo do viaduto. acervo pessoal 42


DIRETRIZES DE PROJETO 1. Valorização patrimonial do edifício da estação ferroviária, liberando seus visuais. 2. Criar eixos de conectividade transversal à quadra, tendo como base os caminhos espontâneos já feitos pelos usuários do local. 3. Valorizar e qualificar os usos populares e culturais já existentes, tais como a feira do produtor e grupos culturais que usam a estação. 4. Resgatar o papel de centro da estação férrea, onde em seu ciclo ativo era o ponto principal de chegadas e partidas dos trens e de pessoas. Com o projeto busca-se de forma simbólica resgatar esta função, transformando-a em principal polo de cultura. Lendo-a como um conjunto: a estação cultural, de onde chegam e partem os laboratórios itinerantes, gente, movimento, vida. 5. Trazer usos ativadores para o entorno, potencializando os já existentes como a feira do produtor e camelódromo; e inserindo novos em substituição dos usos residuais atuais que não condizem com a localização central, de boa acessibilidade e infraestrutura. Os novos usos previstos seriam um centro de lazer e cultura, galerias de arte, quadras desportivas, residência estudantil, memorial operário e edifícios mistos de habitação/ comércios. Estimulando assim o potencial de recuperação e reinserção do recorte na dinâmica de apropriação da cidade.

Foto: Fachada norte atual da estação, bloqueio e abandono, vista de depósito de material de construção, a partir da rua Marcos Uchoa. Fonte: acervo pessoal

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LOCAL:

remoções e alterações de uso

edificaÇões removidas: LV E BA MA

BO RT OL O

A

9

RC O

SU

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RU A

RU

Terminal de ônibus urbano - ver na justificativa na página 45. critérios: a, b,d Residências em frente a estação, dentro da área pública critérios: a,b,d

1

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VIADUTO SOBRE FERROVIA

RUA JOÃO MASSIGNIAN

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4 1

5

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2

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6 7

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8

AV. MAURÍCIO CARDOSO

2 PRAÇA JULIO DE CASTILHOS

AV. JOAQUIM BRASIL

3 EDIFICAÇÕES REMOVIDAS

EDIFICAÇÕES COM ALTERAÇAO DE USO

EDIFICAÇOES DO ENTORNO

Critérios utilizados para remoções: a. Bloqueio de eixos conectores estruturadores da proposta b. Bloqueio visual da estação c. Usos residuais ou inadequados para localização central ( materiais de construção, estacionamentos, oficinas mecânicas). d. Melhoria na infraestrutura e/ou conectividade entre os equipamentos públicos e o parque linear

44

5

8

Feira do Produtor. Propõem-se nova volumentria mantendo a atividade atual critérios: a, d

3

4

Loja e depósito de material de construção critérios: a, b,c

Edificações residênciais, Retiradas para propor eixo feiravale do dourado. critérios: a

6

7

9

10

Oficinas de depósito. critérios: c

Depósito de critérios: a e c.

automóveis

e

transportadora

fonte das fotos: acervo pessoal e google earth

edificaÇões com uso alterado

Armazéns industriais, uma das primeiras edificações em alvenaria do entorno. Sugerese reuso como programa de apoio à residência estudantil proposta

Galpão da antiga revenda automóveis Autolândia. Por ser conectado ao pátio de manobras da estação e possuir um vão livre interessante sugere-se reuso com atividades desportes, abrigando duas quadras esportivas.

Casa em madeira, exemplar restante do conjunto operário ferroviário. Atualmente tem uso residencial, sugere-se que seja transformada em um memorial operário, resgatando a memória dos trabalhadores que ajudaram a construir a história da ferrovia


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LOCAL:

diretrizes de mobilidade e justificativa para a dissolução do terminal urbano coesão - andar à pé

diversidade de usos

diretrizes de moblididade propostas

1 ESTAÇÃO

1

R.

= áx

0m

50

m

fotos: Vistas do Terminal de Onibus Urbano acervo pessoal No ano de 2014, a prefeitura municipal tentou implantar um terminal para os ônibus urbanos na intenção de integrar fisicamente as linhas. Implantando no pátio de manobras da estação ferroviária, espaço cuja concessão de uso para 20 anos foi concedida á prefeitura municipal pela empresa ALL que administra a mancha férrea municipal. Infelizmente o projeto não possui nenhum viés patrimonial, desrespeitando a memória do local onde se instala. Obstruindo a visibilidade da estação ferroviária, criando muros segregando a própria edificação patrimonial em duas, e área em frente e fundos, murando o acesso

aos trilhos, que contribui para diminuir a segurança do local ao invés de promovêla. Além dos equívocos quanto a implantação o terminal não é eficiente porque não compreende a lógica de apropriação espacial do centro. Anteriormente o ponto final e de saída de ônibus, ficava na Praça Júlio de Castilhos, que na prática sempre funcionou como apenas mais um ponto principal da rota dos ônibus dentro do centro. Devido à diversidade de usos e tamanho compacto do centro urbano os usuários do transporte urbano acabam descendo e

tomando ônibus nos pontos distribuídos ao longo do centro, dispensando assim a necessidade de um terminal físico. Portanto, sugere-se que o terminal seja substituído por um anel de ônibus no centro e que a integração entre as diferentes linhas seja feita por meio de cartão magnético. Diminuindo dessa forma os impactos de um terminal físico na cidade, que muitas vezes funciona apenas como um grande estacionamento de ônibus. Liberando o pátio de manobras para implantação de uma praça de acolhimento em frente à estação ferroviária, conectando–a novamente com a cidade. 45


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LOCAL:

46

VA LE

RIL

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RESIDÊNCIA ESTUDANTIL

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PRAÇA

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eixos de conectividade estruturadores

A forma alongada da quadra e a própria linearidade característica dos trilhos da ferrovia fazem com a relação atual de conectividade quadra com a cidade não seja muito efetiva. Observando os caminhos e atalhos que usuários do local utilizam, associados à proposição de distribuição programática do projeto, traçaram-se os eixos estruturadores do projeto. Os mesmos foram propostos a partir das linhas força do entorno, buscando reinserir o recorte de projeto na dinâmica da apropriação da cidade. Todos os eixos foram pensados com a mesma linguagem de projeto, utilizando uma mesma cor para orientar os usuários e facilitar a identificação das travessias acessíveis transversais aos trilhos. Tais travessias foram pensadas na forma de deques elevados com trilhos embutidos, permitindo assim a passagem de pedestres e a utilização da linha férrea. Eixo Avenida - Praça- Estação: Buscou-se capturar o movimento da avenida central e traze-lo pelo interior da praça remodelada, conduzindo-o para a estação e parque linear. Eixo Avenida: Dá continuidade a ciclovia proposta na avenida central. Conecta a avenida aos novos usos do viaduto (ponto de aluguel de bicicletas e pista de skate). Eixo Estação- Coletivo: Eixo simbólico do projeto, procura evidenciar a ligação programática entre a Estação (Galerias de exposição temporária e administração do conjunto cultural) ao Coletivo (Centro de Lazer e Cultura). Eixo Feira - Vale do Dourado: Eixo simbólico conecta a Feira do Produtor a Rua Bortolo Balvedi, que dá acesso ao Vale do Rio Dourado, zona rural de produção agrícola. Também propõem se que o eixo continue em direção ao vale na forma de uma ciclovia de lazer e contemplação. A região do vale do Dourado possui forte potencial turístico tanto por suas pelas naturais, quanto pelo patrimônio imaterial relacionado à agricultura familiar e imigração. Eixo Residência Estudantil: Conecta a residência estudantil proposta ao parque linear ferroviário e à cidade.


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LOCAL:

VA DO LE D UR O AD O

programa de requalificação do entorno da estação paiol grande

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PRAÇA DE ACOLHIMENTO PRAÇA JÚLIO DE CASTILHOS

HABITAÇÃO TÉRREO COMERCIAL ME OP MOR ER I ÁR AL IO

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AVENIDA

ALU BIC GUEL ICL ETA DE S

HO

S

NOVA FEIRA DO PRODUTOR

RESIDÊNCIA ESTUDANTIL

HABITAÇÃO TÉRREO COMERCIAL

CAMELÓDROMO EXISTENTE

O programa do conjunto foi pensado como estratégia para ativar a regeneração do entorno, onde hoje se multiplicam usos residuais tais como oficinas, depósitos, materiais de construção, estacionamentos, entre outros. O foco do programa proposto é dar força aos espaços públicos livres recreativos associando-os novos usos, ou remodelando existentes. Os novos usos inseridos são da área lazer, cultura, comércio e habitação. A Estação e o Coletivo foram pensados como a matriz do programa itinerante dos laboratórios. O Coletivo – Centro de Lazer e Cultura busca atender também as atividades dos grupos culturais que já utilizavam a Estação. A nova feira do produtor procura dar uma infraestrutura adequada a atividade que há anos se desenvolve em um galpão improvisado. A volumetria proposta respeita o entorno patrimonial e estabelece relações entre a cidade, a feira e o parque linear dos trilhos. A residência estudantil foi proposta no terreno de antigos armazéns industriais, reutilizando os como apoio ao volume novo de apartamentos. Acredita-se que localização central da residência ajudaria a atender a demanda gerada pela instalação de duas grandes instituições federais de ensino na cidade, o IFRS e UFFS. 47


IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO 8 A

7

5

B C

14

6

D

19

15

20

14 4 3 1 ÔN

IBU

21

16 17

2

S

11 ÔN

18

IBU

E

S

10

9

12

E

13 B

C D

NORTE A

48


LEGENDA EDIFÍCIOS PROPOSTOS 1 ESTAÇÃO FERROVIÁRIA PAIOL GRANDE - ABRIGA 2 GALERIAS DE EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA E ADMINISTRAÇÃO DO CONJUNTO 2 PRAÇA DE ACOLHIMENTO DA ESTAÇÃO 3 PÁTIO DE MANOBRAS - ABRIGA VAGÕES FIXOS DE ARTESANATO 4 GALPÃO DESPORTES - EDIFICAÇÃO REUTILIZADA - ABRIGA DUAS QUADRAS DE ESPORTE 5 PONTO DE ALUGUEL DE BICICLETAS ( SOB VIADUTO) 6 SALA EXISTENTES SOB O VIADUTO UTILIZADA POR ASSOCIAÇÕES 7 PISTA DE SKATE (SOB VIADUTO) 8 SALA EXISTENTES SOB O VIADUTO UTILIZADA POR ASSOCIAÇÕES 9 PRAÇA JÚLIO DE CASTILHOS 10 FEIRA DO PRODUTOR - VOLUME SEMI-ENTERRADO - ABRIGA APOIO DA FEIRA 11 FEIRA DO PRODUTOR - VOLUME SEMI-ENTERRADO - ABRIGA APOIO DA FEIRA 12 FEIRA DO PRODUTOR - VOLUME PRINCIPAL - ABRIGA BOXES DE PRODUTORES 13 CAMELÓDROMO EXISTENTE 14 COLETIVO CENTRO DE LAZER E CULTURA 15 PRAÇA DE ACOLHIMENTO E EVENTOS DO COLETIVO 16 CASAS REMANESCENTES DA VILA FERROVIÁRIA - ABRIGA MEMORIAL OPERÁRIO 17 EDIFÍCIO MISTO - HABITACIONAL E TÉRREO COMERCIAL - 4 PAVIMENTOS 18 EDIFÍCIO MISTO - HABITACIONAL E TÉRREO COMERCIAL - 3 PAVIMENTOS 19 EDIFÍCIO MISTO - HABITACIONAL E TÉRREO COMERCIAL - 5 PAVIMENTOS 20 ARMAZÉNS ANTIGOS - REUTILIZADOS PARA RECEBER PROGRAMA DE APOIO A RESIDÊNCIA ESTUDANTIL BIBLIOTECA, RESTAURANTE , ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA 21 VOLUME DA RESIDÊNCIA ESTUDANTIL - APARTAMENTOS obs: cortes estão na prancha digital

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Imagem: Vista do interior do parque linear, ao longo dos trilhos, ao fundo vemos a passagem elevada que conecta o Centro de Lazer e Cultura Coletivo, a Estação, que abrigará galerias de exposição

Imagem: Vista do interior do parque linear ferroviário

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Imagem: Vista aérea do Coletivo - Centro de Lazer e Cultura

Imagem: Praça de acolhimento e apresentações do Coletivo

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Imagem: Vista aérea da Praça Júlio de Castilhos, a partir da Av. Maurício Cardoso

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Imagem: Novos usos propostos para a apropriação do viaduto. Á esquerda da imagem, vemos o ponto de aluguel de bicicletas e ao fundo a pista de skate.

Imagem: Vista do eixo de conexão proposto entre a feira do produtor (no final da perspectiva) e o Vale do Dourado

53


Imagem: Vista do eixo de conexĂŁo proposto para a residĂŞncia estudantil

54


Imagem: Vista aérea da volumetria proposta para a nova feira do produtor

Imagem: Vista dos boxes de alimentação no pavimento de conexão da feira do produtor com o parque linear

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DE PROJETO

CENTRO CREACIÓN JOVEN - ESPACIO Vias

reabilitação de estrutura ferroviária/proximidade de uso proposto/ escala de intervenção / proposição do espaço público O Centro de Creación Joven Espacio Transvia, projeto do escritório espanhol Estúdio SIC, localiza-se na cidade de León, Espanha. O projeto consiste na conversão de uma antiga estrutura ferroviária em um laboratório temporal de iniciativas jovens e culturais. O mesmo é o início de um plano de regeneração linear que trata a ferrovia de León como um novo espaço 56

público. O projeto prevê a expansão da reabilitação para outros espaços ao longo da linha férrea, permitindo que a cidadania seja o elemento transformador da cidade. Fonte: http://www. plataformaarquitectura.cl/2011/04/22/ centro-creacion-joven-espacio-viasestudio-sic/ e http://www.estudiosic.es


High line park -NY - James Corner Field +and Diller Scofidio + Renfro reabilitação de conjunto ferroviário/proximidade de uso proposto/ proposição do espaço público O parque é fruto da organização popular, de debates e parcerias da comunidade local e da prefeitura de Nova York. É um dos espaços públicos mais celebrados e visitados na cidade nos e tornou-se uma referência mundial pela qualidade do desenho urbano e pelo sucesso como estratégia de renovação de áreas centrais degradadas.

O parque é uma importante referência em regeneração urbana, já que transforma todo um trecho de ferrovia desativada em um sistema de áreas verdes e equipamentos públicos, trazendo um novo impulso para o desenvolvimento dos bairros em que está inserido. A grande apropriação do público mostra a forma assertiva com que foram pensados

seus espaços, os quais parecem não possuir usos muito definidos, e sim excelentes ambiências e equipamentos que permitem que os usuários escolham a melhor forma de usufruir do lugar.

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DE PROJETO

centro de lazer - Sesc Pompéia - lina bo bardi

reabilitação patrimonial /programa de lazer e cultura / dimensão humana/ contraste entre a arquitetura patrimonial e intervenção contemporânea O SESC Pompéia é importante referência programática de projeto. Projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, conjunto recusa a estrutura tradicional de um centro de cultura e esportes e propõem um dinâmico centro de convivência e lazer. Para Lina, a dimensão original de fábrica, é resgatada na medida em que em seus espaços permite que a cidadania cultural seja exercida em sua forma mais plena. A antiga fábrica de tambores, convertida

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emblematicamente no conjunto SESC Pompéia, abriga um amplo programa de oficinas artísticas, laboratório fotográfico, estúdio musical, teatro, restaurante, biblioteca de lazer, pavilhão de grandes exposições temporárias e um conjunto esportivo. O projeto de Lina também é referencia pela inserção da dimensão humana como premissa de projeto. O que transforma o conjunto em um lugar vivo e apropriado

pelos usuários.

Fonte: RUBINO, Silvana; GRINOVER, Marina. Lina por escrito: textos escolhidos de Lina Bo Bardi 1943-1991. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 194 p. ISBN 9788575037645.. Imagens: google.com


REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DE PROJETO

Matucana 100 - centro cultural/stgo -Arq. Martin Hurtado. reabilitação patrimonial /uso proposto/ escala de intervenção / espaço público

O centro, que recicla os Armazéns da Direção de Abastecimento do Estado, foi concebido com um espaço de uso simultâneo de exposições de arte contemporânea e fotografia, teatro, dança, cinema e música. Buscou-se resgatar a essência dos espaços públicos tradicionais e impulsionar a integração entre a participação cidadã e a cultura. Sua localização estratégica, junto da

Estação Central e Parque Quinta Normal, busca revitalizar e reposicionar a zona como um lugar de interesse histórico e novo polo gerador de desenvolvimento cultural. fonte: http://www.m100.cl/ em fevereiro de 2014 imagens: acervo próprio e https://www. facebook.com/Matucana10

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DE PROJETO

vagón del saber - equador - al borde arquitectos

programa cultural itinerante/ reutilização de vagões/ resgate de patrimônio ferroviário O vagón del saber faz parte do projeto do Ministério de Patrimônio do Equador para recuperar o sistema ferroviário do pais. O projeto de autoria do escritório Al Borde, é a principal referência para concepção dos laboratórios itinerantes proposto por este trabalho de conclusão de curso. O vagão recuperado não leva turistas e sim cultura e espaço publico. A reativação da ferrovia retoma o desenvolvimento de

60

comunidades que estão em sua rota, retomando em muitos casos sua via de comunicação, sua economia e vocação. fonte: http://www.albordearq.com/ (acesso em fevereiro de 2014)


REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DE PROJETO

Rolling hotel - noruega- Jagnefält Milton Architecture

arquitetura itinerante, arquitetura sobre trilhos O projeto é um hotel rolante sobre os trilhos de trem que ligam a cidade de Åndalsnes na Noruega. O projeto de autoria do arquiteto Jagnefält Milton Architecture propõe animar a vida da pequena cidade. A proposta também prevêe uma sala de concertos que possa viajar ao longo dos trilhos. Quando o inverno chega, as unidades se concentram perto do centro da cidade e no verão eles viajam ao longo das várias linhas de trem existentes. fonte: http://www.igndes.com/v2/conceitoarquitetura-mvel/ (acesso em fevereiro de 2014)

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