direção musical Cláudio Cruz direção cênica Mauro Wrona cenografia Nicolás Boni iluminação Caetano Vilela figurinos Fábio Namatame
DON GIOVANNI WOLFGANG AMADEUS MOZART Orquestra do Theatro São Pedro 28 e 30 de OUTUBRO | 1º, 3 e 5 de NOVEMBRO domingo às 17h, e nos demais dias, às 20h
Dramma giocoso em dois atos com libreto de Lorenzo da Ponte
Temporada LĂrica
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Dos relatos da precocidade de Wolfgang Amadeus Mozart (17561791), o assombro em relação às suas improvisações parece resumir o que era e o que viria a ser seu enorme talento. A habilidade natural de casar música e sentimentos foi o que mais chamou a atenção do filósofo Daines Barrington, conforme seu “Relato sobre um Extraordinário Jovem Músico”, feito para a Royal Society. Nele, o inglês exprime sua surpresa com o menino de 8 anos que é capaz de alternar improvisações de temas de amor ou de ódio com igual naturalidade, chegando ao ponto de se erguer no banco, tocando o cravo como se estivesse “possuído”, tamanha intensidade de sua interpretação. Esse poder de espírito é apresentado em seu auge em Don Giovanni, a segunda e mais celebrada ópera da histórica parceria entre Mozart e o libretista veneziano Lorenzo da Ponte (1749-1838). Classificada como um dramma giocoso, a obra expõe a vida como ela é, com uma imersão poética e musical em diferentes visões de mundo e estados de espírito. De um lado se apresentam pessoas feridas, que não sabem se buscam vingança ou reconciliação;
do outro, sujeitos vulneráveis, sempre à mercê das oportunidades que lhes são oferecidas ou negadas. E no meio de tudo isso, o subversivo Don Giovanni, cujas ações desassossegam qualquer um que venha a cruzar seu caminho – e em momento algum fica claro se o faz por mera luxúria ou por uma autêntica revolta contra o estabelecido. Nas palavras do jornalista e crítico musical Lauro Machado Coelho, em sua A Ópera Alemã: Giovanni prefere morrer desafiando o Céu e o Inferno como nenhuma outra personagem de ópera jamais fez. É quando esse anti-herói lúbrico, traiçoeiro, perigoso não só se rebela contra tudo o que é apropriado, mas também permanece coerente, fiel a si mesmo diante do risco pavoroso da danação eterna que ele assume a dimensão heroica. E, apesar de tudo, consegue atrair nossa simpatia, da mesma forma que fascina todas as mulheres, para as quais é um permanente desafio enfrentar essa força desgovernada da natureza, que ninguém conseguiu domesticar.
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A concepção que o Theatro São Pedro leva ao palco na temporada de seu centenário é uma adaptação da montagem apresentada no XVI Festival de Ópera do Theatro da Paz, de Belém, com direção cênica de Mauro Wrona. Em São Paulo, são distintos a direção musical – com o maestro Cláudio Cruz – e o elenco. A temporada 2017 do Theatro São Pedro foi elaborada por um conselho artístico que reúne profissionais de diversas áreas e abrange todas atividades pertinentes a um teatro – da música popular à música clássica, contemplando todos agentes da orquestra, do regente ao instrumentista, passando pelo cantor, incluindo também a experiência em direção cênica e musical, administração cultural e pesquisa musical. Antes da presente montagem de Don Giovanni, foi apresentada em agosto, com sucesso de público, a dobradinha com o balé Pulcinella, de Igor Stravinsky, e a ópera Arlecchino, de Ferruccio Busoni – um programa que ofereceu dois exemplares do
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período neo-clássico, que marcou a música da primeira metade do século XX. Na ocasião, o espetáculo contou com direção cênica de William Pereira e direção musical do norteamericano Ira Levin. A programação lírica se encerra em novembro, quando estreia a opereta La Belle Hélène, do compositor romântico francês Jacques Offenbach – a direção cênica será de Caetano Vilela, e novamente Cláudio Cruz ficará a cargo da direção musical. Em comemoração aos seus 100 anos, o Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura de Estado e a Santa Marcelina Cultura apresentam uma nova fase do Theatro São Pedro. Respeitando sua história e atento aos novos desafios de seu tempo, o São Pedro segue sua diversificada temporada e oferece ao público de São Paulo mais uma alternativa musical de qualidade.
Donna Anna
Desenhos dos figurinos por Fรกbio Namatame
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Dignidade e
CoerĂŞncia de um Pecador
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Mozart conheceu o libretista Lorenzo da Ponte em Viena, por volta de 1784. Desse encontro nasceria uma brilhante parceria que criou a trilogia As Bodas de Fígaro (1786), Don Giovanni (1787) e Così Fan Tutte (1790). Esses três libretos são um marco na literatura do teatro lírico, pois além de exibir maestria no uso do idioma italiano, na ampliação e aprofundamento do perfil dos personagens e do refinado senso de humor, contêm também agudíssima crítica social e sarcástica observação dos personagens tanto masculinos quanto femininos. De origem judaica (originalmente Emmanuele Conegliano), Lorenzo da Ponte converteu-se ao catolicismo e chegou a se ordenar padre, mas sua inquietude e seu interesse pelo sexo oposto acabariam por provocar sua expulsão de Veneza, e, mais tarde, também de Viena. Da Ponte era grande amigo de Giacomo Casanova, o icônico conquistador de mulheres, o que talvez tenha lhe ajudado no genial libreto de Don Giovanni – ainda que sua gênese tenha duas fontes de inspiração direta: Tirso de Molina, com El Burlador de Sevilla y el Convidado de Piedra (1630) e Molière, com sua peça Dom Juan ou Le Festin de Pierre (1665). Mas descrever conquistas não era difícil para esse veneziano, tão experimentado no assunto. Se em As Bodas de Fígaro a crítica é mais focada na questão social sob as turbulências da iminente Revolução Francesa, em Don Giovanni se coloca em questão o ser humano e
seu instinto. Movido unicamente pelo instinto, que é estancado somente pela intervenção de uma força sobrenatural, Don Giovanni desperta esse impulso incontrolável também nos outros. Já em Così Fan Tutte, Da Ponte é cruel com as mulheres, encarando os personagens femininos com grande cinismo e atribuindo apenas a ingenuidade aos personagens masculinos. Dirigir Don Giovanni é desafiador, pois em um dramma giocoso (drama cômico) é preciso manter o tom da comédia mesmo que logo na primeira cena aconteçam um estupro (ou pelo menos uma tentativa) e um assassinato. A sobreposição da comédia de erros (oriunda da commedia dell´arte) e do drama, e ainda, do elemento sobrenatural que provoca o desfecho, são já um preâmbulo do Romantismo, o que transforma esta ópera em verdadeira obra-prima. Encenei anteriormente As Bodas de Fígaro e Così Fan Tutte, e das três obras da parceria entre Mozart e Da Ponte, faltava Don Giovanni. Desde o princípio, minha maior preocupação ao dirigir a ópera foi fazer com que o público compreendesse que tudo se passa em 24 horas, unidade de tempo vigente no Classicismo, e que o fio da ação não se perdesse. Sempre que assistia Don Giovanni, não me ficava clara a sequência das inúmeras cenas: o que eram aqueles locais, como uma coisa levava a outra?
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A flexibilidade das mudanças de cena, com o extremamente criativo cenário de Nicolás Boni – que conta essencialmente com duas paredes móveis e dois painéis que nos remetem sutilmente a Sevilha –, solucionou a dificuldade de representar todos os lugares em que se desenvolve a trama. Os belos figurinos de Fábio Namatame são de um século XVIII revisitado, com modelagem baseada na época, mas utilizando materiais contemporâneos. Em especial, o figurino de Donna Elvira no primeiro ato – que se distancia um pouco mais da época – além de ser confeccionado em material telado, apresenta uma surpreendente luminosidade, que exprime a exuberância de sua fogosa paixão. Quanto a Don Giovanni, impressiona-me essa busca desenfreada pelo sexo, e por preencher um vazio por meio do escárnio e do zombar de todas as leis, morais e espirituais. Ao mesmo tempo, entendo que a realidade de um desejo constante de conquista e desafogo da sexualidade constitui a condição humana. Todos temos um Don Giovanni dentro de nós. Don Giovanni é um individualista, e foge totalmente aos ideais universalistas do Iluminismo, então em voga na Europa do Classicismo. Essa “sensibilidade mórbida”, como cita Lauro Machado Coelho, em seu volume A Ópera Alemã, representa um estágio que, após a Revolução Francesa, se desenvolveria nos ideais próprios do Romantismo, com ênfase na subjetividade, individualidade e originalidade.
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Em todas minhas montagens respeitei as rubricas atentamente. Nesta produção, no entanto, tomei algumas liberdades, como suprimir totalmente a última cena, a moral da história. No Classicismo essa moral era obrigatória no final das obras (ainda que não fosse tão aplicada no dia a dia). Acredito que, para o espetáculo, é mais impactante a conclusão com Don Giovanni sendo tragado pelo inferno do que as decisões que cada personagem toma após o fim catastrófico do protagonista. Outra cena que foge às rubricas é a da ceia final, onde acrescentei a presença de mulheres que aguçam o apetite de Don Giovanni ao degustar pratos tão saborosos. Além de Don Giovanni, outros personagens merecem comentários mais detalhados por ajudarem a colorir o complexo quadro pintado por Da Ponte e Mozart: Leporello, uma espécie de superego de Don Giovanni, a voz da consciência jamais ouvida, vive no passado e no futuro, enquanto Don Giovanni vive exclusivamente o presente. Existe uma dualidade entre servo e patrão, como se fossem os dois lados da mesma moeda. Mesmo passando por todos os perigos e pelos apuros em que Don Giovanni o coloca, é ele, Leropello, quem sobrevive. Donna Anna, representante da aristocracia, vive durante toda a ópera o drama entre dois mundos: no primeiro, o conflito oculto entre vingar o pai
assassinado e os arfantes desejos após o contato violento com Don Giovanni; no segundo, seu compromisso com Don Ottavio, personagem equilibrado e extremamente correto em todas as suas atitudes, o anti-Don Giovanni. Quando digo acima “um estupro (ou pelo menos uma tentativa)”, referindome à primeira cena da ópera, é porque no texto fica explícito que o ato não foi consumado. Na 13ª cena do primeiro ato, Donna Anna afirma a Don Ottavio que conseguiu livrar-se do ataque de Don Giovanni – mas não seria essa uma forma de Donna Anna ludibriar Don Ottavio? Não é estranho que no final da ópera (a conclusão que escolhi suprimir) ela peça que ele espere ainda mais um ano para se casarem? Pode-se interpretar que ela espera terminar o período de luto, pela morte do pai... mas de todas as formas, nesta presente versão deixo flutuante a confirmação ou não do estupro. Quando ela relata a Don Ottavio a invasão de Don Giovanni aos seus aposentos e a tentativa de violá-la, culminando com a morte de seu próprio pai, musicalmente é o que há de mais próximo de uma Erzählung (narrativa) wagneriana. Essa passagem é apontada por estudiosos como precursora das grandes árias narrativas do Romantismo. Donna Elvira representa a alta burguesia, uma mulher abandonada e traída, uma mulher obsessiva que perde completamente o senso da realidade e do ridículo graças à descomunal paixão, que ao final se torna compaixão.
É interessante como esta atração fatal por Don Giovanni se transforma na última cena em um cuidado, pode-se dizer, num profundo amor, com a missão de salvá-lo do pecado. Já Zerlina, a camponesa, ao mesmo tempo que é uma arrivista, pois vê em Don Giovanni a possibilidade de ascensão social, traz um equilíbrio entre a malícia e a lucidez, conseguindo escapar das armadilhas do conquistador, e, com grande picardia, sabe contornar os ciúmes do truculento Masetto, o homem do campo, rústico e puro. Com estas três mulheres de diferentes classes sociais, entende-se que Don Giovanni não tinha preferências, pois, como diz Leporello em sua brilhante Ária do Catálogo: “Basta que vistam saias, que já se sabe o que ele faz!” Mesmo sendo arrastado para o inferno, Don Giovanni não se arrepende e continua fiel a si mesmo. Sua entrega à paixão não tem nada de bestial, e sim um fundamento filosófico e intelectual. Sua categórica recusa ao arrependimento revela valores surpreendentes para um pecador recidivo, como dignidade e coerência.
Mauro Wrona diretor cênico
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WOLFGANG
AMADEUS
MOZART (1756-1791)
A breve vida de Wolfgang Amadeus Mozart se iniciou no dia 27 de janeiro de 1756, quando, nas palavras de seu pai, Leopold, “Deus permitiu que um milagre nascesse em Salzburgo”. Iniciados na música desde cedo pelo pai, compositor e violinista consumado, Wolfgang e sua irmã mais velha, Maria Anna (“Nannerl”), logo demonstraram grande aptidão. A vida na estrada se tornaria um hábito, e o trio viajou para os grandes centros musicais da Europa, apresentando-se em cidades como Paris, Londres, Bruxelas, Amsterdã, Viena, Milão, Florença, Nápoles, Bolonha e Roma; entre as façanhas que Wolfgang já acumulava está uma audição com o papa, que conferiu ao jovem de 14 anos a Ordem da Espora de Ouro. O plano de Leopold era conseguir um posto para o filho em algum lugar de destaque, evitando o provincianismo de Salzburgo, onde o talento da família, e em especial do jovem prodígio, não parecia ter o reconhecimento merecido. Após muitos reveses, incluindo a morte de sua mãe, Maria Anna, durante uma viagem a Paris, Mozart, então com 25 anos, pediu demissão de seu cargo em Salzburgo
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e se estabeleceu em Viena, onde se casou com Constanze e passou a viver como professor e compositor independente. Já maduro, construiu reputação cada vez maior por sua música. Nada, no entanto, que se compare com o que estava por vir, com a parceria com o poeta Lorenzo da Ponte. Foi o veneziano quem lhe forneceu os libretos de três de suas mais importantes óperas. A primeira delas, As Bodas de Fígaro, foi um êxito absoluto. Em seguida veio Don Giovanni, que triunfou em Praga, mas recebeu fria recepção em Viena. A terceira obra de Mozart-Da Ponte é Così Fan Tutte, que, assim como as Bodas, foi aclamada. O último ano de vida de Mozart foi produtivo e alegre. Em suas correspondências desapareceram as constantes reclamações sobre dinheiro, e ele estreou duas óperas: A Clemência de Tito e A Flauta Mágica – esta última, por seu enorme sucesso, chega a rivalizar com Don Giovanni como sua obra-prima. Após uma semana de cama, Mozart morreu no dia 5 de dezembro de 1791, aos 35 anos. Não sendo membro da aristocracia, foi enterrado sem pompa em uma sepultura comum, sem indicação, de acordo com o costume da época.
LORENZO
DA PONTE (1749-1838) No dia 10 de março de 1749 nasceu, em Ceneda, na então República de Veneza, Emmanuele Conegliano. Em 1763, aos 14 anos, ganhou um novo nome: Lorenzo da Ponte – emprestado, conforme costume da época, do bispo que converteu sua família. Seu pai, um comerciante judeu viúvo, precisava abraçar uma nova fé para poder se casar novamente. Sem educação formal até então, Lorenzo e seu irmão Girolamo entraram para o seminário no ano seguinte. Em 1768 tornou-se padre. Lecionou no seminário de Treviso até ser expulso e proibido de dar aulas por conta de sua visão das leis naturais. Acabou sendo banido da cidade, em 1779, por adultério. Por meio de Antonio Salieri, compositor da corte de Viena, conseguiu uma audiência com o imperador José II, que o nomeou libretista do recém-fundado teatro italiano local. Trabalhou escrevendo para a música de Vicente Martín y Soler e do próprio Salieri. Seu primeiro sucesso, no entanto, veio em 1786, com As Bodas de Fígaro, realizada em parceria com o compositor Wolfgang Amadeus Mozart. Em seguida, escreveu o libreto de Una Cosa Rara, de Martín y Soler, que na época foi um sucesso estrondoso – Mozart cita a obra no banquete do final de Don Giovanni.
Em 1787 recebeu encomenda dos três grandes compositores de Viena, e escreveu simultaneamente, L’Arbore di Diana, para Martín y Soler; Tarare as Axur, maior sucesso operístico de Salieri; e Don Giovanni, para Mozart. Uma terceira parceria com o compositor de Salzburgo resultaria em Così Fan Tutte, completando uma trilogia incontornável na música ocidental. Sua disposição para conluios, no entanto, o deixou queimado em Viena quando o imperador morreu. Foi para Praga – onde visitou Giacomo Casanova. Em Londres, se tornou libretista do rei, mas novamente suas intrigas lhe renderam inimigos – entre eles Martín y Soler. Isso, aliado a preocupações financeiras, fez com que Da Ponte fosse para Nova York onde se tornou professor de língua e literatura italiana na atual Universidade Columbia. Em 1826 assistiu à primeira montagem norte-americana de Don Giovanni. Em 1829, já aos 80 anos, batalhou para erguer, em Nova York, uma Casa de Ópera Italiana – que funcionou de 1833 a 1836. Morreu aos 89 anos, em 1838, e foi enterrado em um cemitério católico. Em 1887, no centenário de Don Giovanni, entusiastas foram atrás da sua sepultura para prestar homenagens, e descobriram que o cemitério desaparecera.
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WOLFGANG AMADEUS MOZART
O Libertino Punido, ou o Don Giovanni Dramma giocoso em dois atos com libreto de Lorenzo da Ponte Estreia: dia 29 de outubro de 1787, no Teatro Nacional de Praga, atual República Tcheca, sob regência do compositor
ELENCO
SINOPSE
Don Giovanni Leonardo Neiva
Com a relutante companhia de seu criado Leporello, Don Giovanni persegue seu único objetivo: as mulheres. Quando um desses ataques dá errado, o nobre homem mata o velho Comendador. A filha deste, acompanhada por seu noivo, juram caçar o assassino. Donna Elvira, uma antiga amante, surpreende o nobre fugitivo, e em seu coração não fica claro se deseja vingança ou reconciliação.
Donna Anna Rosana Lamosa Leporello Saulo Javan Donna Elvira Luciana Bueno Don Ottavio Caio Duran Zerlina Carla Cottini Masetto Gustavo Lassen Comendador Anderson Barbosa
Mais tarde, ao avistar a celebração do casamento de camponeses, Don Giovanni decide conquistar a noiva. Assim, ao longo da ópera, ele vai acumulando conquistas e inimigos. Sua sorte começa a mudar quando, no cemitério, mexe com a estátua do Comendador. Em tom de piada, convida-a para jantar. Para surpresa de todos, a estátua aceita. No fatídico encontro, é ela quem convida Don Giovanni para jantar – dessa vez, no mundo dos mortos.
Libreto disponível em www.thetrosaopedro.org.br
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RESUMO ATO I À frente da casa de Donna Anna, Leporello se lamenta enquanto aguarda seu patrão, o inveterado conquistador Don Giovanni. Para variar, o nobre homem está atrás de mulher. Mas dessa vez o ataque dá errado, e Don Giovanni é obrigado a fugir, enquanto a vítima grita por socorro. O Comendador, atendendo às súplicas da filha, intercepta o vilão. Em combate mortal, quem tomba é o velho. Ao ver o pai morto, Donna Anna se lamenta, e seu noivo, Don Ottavio, consola-a e jura vingança. Já longe dali, Don Giovanni sente o cheiro de mulher, mas, para sua surpresa, é uma que ele já conheceu – e que o conhece bem. Após enrolar Donna Elvira, o conquistador foge e deixa a dama com Leporello. Em vez de defender o patrão, Leporello tenta convencer Donna Elvira a esquecer Don Giovanni – para isso, canta a famosa Ária do Catálogo, em que exibe o livro em que estão anotados os nomes de todas suas conquistas; e foge. Ao avistar a celebração do casamento de camponeses, Don Giovanni se decide pelo óbvio: vai conquistar a noiva.
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Para isso, manda Leporello preparar uma festa para o casal em seu castelo – só para se ver sozinho com a assanhada Zerlina. O noivo, Masetto, não fica nada feliz com a história, como demonstra em “Ho capito, signor, sì”, e sai contrariado. A sós, Don Giovanni e Zerlina cantam o tenro duetinho “Là ci darem la mano”. Dona Elvira surpreende o casal, e protege a pobre camponesa das garras do garanhão. Em seguida, Donna Anna e Don Ottavio, que seguem suas buscas pelo misterioso assassino do Comendador, encontram Don Giovanni, e saúdam o bom amigo. Nisso, Donna Elvira volta e novamente acusa Don Giovanni, que, como bom homem, tenta descreditar Donna Elvira chamando-a de louca. Saem Don Giovanni e Donna Elvira; sozinhos, Donna Anna confessa a Don Ottavio que reconheceu em Don Giovanni a voz de seu algoz – no famoso recitativo “Don Ottavio, son morta”, seguido da ária “Or sai chi l’onore”. Don Ottavio reitera suas intenções de ajudar a amada a vingar a morte do Comendador.
No palácio, Don Giovanni ordena que a festa comece com a breve e enérgica “Finch’han dal vino”. Fora do castelo, Zerlina pede perdão a Masetto, que segue bravo com a noiva. Para amolecer o bruto camponês, ela canta a provocante “Batti, batti, o bel Masetto”. Na festa, Don Giovanni conta com a ajuda de Leporello para manter Masetto longe de Zerlina. Três convidados mascarados atendem à festa e Leporello os convida a entrar – Donna Anna, Don Ottavio e Donna Elvira. Don Giovanni celebra a liberdade agarrando Zerlina à força. A jovem grita e todos vão a seu socorro. Don Giovanni tenta enganar os convidados e traz Leporello sob socos e pontapés, acusando-o de ofender a honra da camponesa. Os mascarados se revelam e acusam Don Giovanni, que, vendo-se encurralado, desafia a todos e escapa.
Camponeses
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RESUMO ATO II Após a surra, Leporello quer ir embora, pede para abandonar o patrão – ou pelo menos que o patrão abandone as mulheres. Don Giovanni ri do infeliz servo e já emenda mais um plano mirabolante: trocar de vestes com Leporello para distrair Donna Elvira; dessa forma, Don Giovanni pode cortejar em paz a criada da dama. Assim que Donna Elvira sai com Leporello, acreditando ser Don Giovanni, o próprio Don Giovanni, disfarçado de Leporello, canta a serenata “Deh, vieni alla finestra” – segunda e última ária de Don Giovanni na ópera, um dos momentos mais aguardados da peça. Seus planos, no entanto, são frustrados quando surge um grupo de camponeses liderados por Masetto, armados e dispostos a eliminar o rival. Imitando os trejeitos de Leporello, Don Giovanni diz que ele também deseja vingar-se de seu maldoso patrão, e dispersa o grupo. Vendo-se só com Masetto, tira vantagem de sua confiança, desarma-o e lhe dá uma surra, deixando-o largado sozinho no chão, agonizando. Zerlina aparece e vai ao encontro de seu noivo, e consola suas dores com carícias na doce “Vendrai carino”. Já para Leporello a situação está insustentável: tenta despistar Donna Elvira, que o toma por Don Giovanni reformado e enamorado. Quando ameaça fugir é surpreendido por Donna Anna e Don Ottavio. Zerlina e Masetto chegam,
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Comendador
e todos exigem a morte de Don Giovanni – apenas a enganada Donna Elvira se opõe. Leporello se revela, pede clemência, e foge de fininho. Don Ottavio mais uma vez reafirma seu compromisso com Donna Anna em “Il mio tesoro intanto”. Don Giovanni, após nova aventura amorosa, pula o muro do cemitério, e ouve seu fiel servo Leporello reclamando ao passar na rua. Os dois destrocam de roupas, e Don Giovanni ri ao contar suas mais recentes confusões. Interrompe-o uma voz misteriosa que diz “Di rider finirai pria dell’aurora” [Vais parar de rir antes da aurora]. Quem fala é a estátua do Comendador morto. Don Giovanni obriga Leporello então a convidar a estátua para jantar. No dueto “O statua gentilissima”, o pobre servo tenta mas não consegue, tamanho horror que sente, e Don Giovanni então faz o convite. A estátua aceita. No quarto de Donna Anna, Don Ottavio fala em casamento. Ainda sofrendo com a morte do pai, a dama repele o assunto com delicadeza na popular “Nom mi dir, bell’idol mio”. Mais tarde, na ceia, Don Giovanni usufrui vorazmente dos prazeres da vida, servido por Leporello, na animada “Già la mensa è preparata”. O clima é de festa, e a orquestra toca temas populares na época, das óperas Una Cosa Rara, de Vicente
Martín y Soler, Fra Due Litiganti, de Giuseppe Sarti, e As Bodas de Fígaro, do próprio Mozart – “Essa eu conheço bem”, diz Leporello. Donna Elvira aparece à porta dizendo sentir compaixão por Don Giovanni, e lhe implora que mude de vida. Ele faz pouco da dama, que sai – só para voltar horrorizada e sair por outra porta. Há um convidado misterioso, que entra no salão com estrépito. Trata-se da estátua do Comendador, que anuncia: “Don Giovanni, a cenar teco m’invitaste, e son venuto” [Don Giovanni, convidasteme para jantar contigo e cá estou]. O espírito, por sua vez, convida o anfitrião para jantar. “Dite di no, dite di no!”, clama Leporello. Destemido, o nobre aceita. De mãos dadas com o espírito e vendo sua vida ruir, Don Giovanni ainda é ordenado pela estátua a se arrepender. Ele se nega, e é tragado pelo fogo do inferno. Na versão original da ópera há ainda uma cena final em que os sobreviventes se reúnem e cantam a moral da história, celebrando a punição de Don Giovanni e anunciando seus planos para o futuro. Leporello buscará um patrão melhor. Donna Elvira decide passar o resto da vida em um retiro. Zerlina e Masetto vão para casa jantar juntos. Don Ottavio quer se casar, mas Donna Anna pede ainda mais um ano para desafogar o coração.
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Um Conquistador em Som e Drama, ou “A Melhor Ópera do Mundo”
Em seu conjunto, as óperas que
Entretanto, se, como um todo, as
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-
óperas que Mozart compôs foram
1791) escreveu ao longo de sua
decisivas para que seu nome se
breve vida constituíram referência
fincasse na posteridade, atuando como
fundamental para as práticas e a
estímulo para que o restante de sua
criação musical de diferentes gerações
obra fosse então redescoberta (isso já
de músicos e compositores que
desde os primórdios do século XIX), é
sucederam o compositor austríaco
interessante destacar a importância
logo após sua morte. Boa parte de seus
que os títulos compostos a partir de
contemporâneos e colegas da cena
libretos de Lorenzo da Ponte (1749-
operística vienense – como Giovanni
1838) desempenham em meio a esse
Paisiello, Antonio Salieri e Vincente
conjunto.
Martìn y Soler – desfrutaram em vida de sucesso e reconhecimento com os
Quando, em agosto de 1765, o rei
belos títulos que criaram. No entanto,
José II ascendeu ao posto de imperador
tal fato não impediu que a imensa
do Sacro Império Romano-Germânico,
maioria de suas óperas logo caíssem no
ele passou a promover uma série de
esquecimento. Isso quando não foram
mudanças políticas e culturais que
tomadas como uma espécie de “anti-
logo chegaram aos teatros de sua
modelo”, como algo a ser superado e
corte. A mais radical foi a dissolução
negado pelas novas gerações – como
da companhia nacional de Singspiel
ocorre com o O Barbeiro de Sevilha de
(gênero de teatro musical tipicamente
Gioachino Rossini, de certa maneira
alemão) em favorecimento de uma
uma provocação à ópera com o mesmo
prática operística ligada à opera buffa –
título composta cerca de três décadas
de caráter proeminentemente cômico
antes por Paisiello. O mesmo destino
– e à cultura musical italiana. Foi
estaria reservado às dezenas de óperas
nesse momento quando, justamente,
de Joseph Haydn, muito cultuado pela
compositores como Paisiello,
geração seguinte por suas sinfonias
Salieri e Martìn y Soler (espanhol
e quartetos de cordas, mas que
de nascimento, mas “naturalizado”
simplesmente ignorou sua numerosa
italiano) passaram a integrar a corte
produção lírica.
de José II. Quando, em 1782, o ciclo da
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vida enfim se encerrou para outro
Augustin de Beaumarchais. O êxito
residente da corte vienense, o poeta e
da ópera se repetiu poucos meses
dramaturgo italiano Pietro Metastasio
depois, durante sua temporada em
– então referência máxima para
outra importante cidade do império
libretos, em especial, para a opera
de José II, Praga, então capital da
seria – o imperador nomeou Da Ponte
província da Boêmia.
para o posto de poeta de seu teatro imperial. A escolha por Da Ponte era
O sucesso da empreitada animou
parte fundamental na consolidação de
especialmente Da Ponte, que logo
projeto buffo em Viena, uma vez que
em seguida se dispôs a realizar
o poeta era já bastante conhecido na
outro libreto para Mozart, dessa vez
Itália por suas peças e libretos cômicos,
abandonando o universo iluminista
entendido como o mais distinto
de Beaumarchais ao escolher uma
perpetuador da tradição do celebrado
lenda espanhola sobre um membro
dramaturgo italiano Carlo Goldoni.
da nobreza, afamado conquistador de mulheres e seu sobrenatural encontro
Dessa forma, realizar uma ópera a
com a morte: Don Juan, cuja primeira
partir de um libreto de Da Ponte era
versão escrita é atribuída ao espanhol
fundamental para que Mozart pudesse
Tirso de Molina (uma peça publicada
engrenar algum projeto junto à casa
por volta de 1630, mas já encenada
imperial. Porém, o italiano encontrava-
anos antes) e que posteriormente foi
se tão atarefado e envolvido em
também trabalhada por autores, como
projetos com seus conterrâneos que
Molière e Lord Byron.
foi apenas em 1785, quando o próprio imperador articulou um encontro, que
É provável que Da Ponte tenha visto
o músico e o poeta enfim iniciaram
uma oportunidade de se arriscar em
uma das mais geniais parcerias da
um libreto menos afeito ao gosto
história da ópera. No ano seguinte
do imperador e da corte como um
estreava com imenso sucesso, no
todo, um risco inadmissível de se
Burgtheater de Viena, a ópera As Bodas
correr em um projeto com alguns
de Fígaro (com o mesmo protagonista
dos compositores “oficiais”. Pesou na
de O Barbeiro de Sevilha), baseada na
escolha de Da Ponte a popularidade
obra do dramaturgo francês Pierre-
que a lenda espanhola então gozava em
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Praga, que pode em parte ser explicada
originalmente a ela) – foi escrito no dia
pela passagem pela cidade de um Don
28 de outubro. Na tarde do dia seguinte
Juan de carne e osso: ninguém menos
abria-se pela primeira vez as cortinas
que o escritor e boa-vida italiano
para o dramma giocoso intitulado Il
Giacomo Casanova (1725-1798), que
Dissoluto Punito, ossia Il Don Giovanni
desde 1784 residia na região, já se
[O Libertino Punido, ou o Don Giovanni].
dedicando à redação de suas memórias (conjectura-se que Casanova tenha
Superar o sucesso de As Bodas de Fígaro
mesmo dado alguma contribuição ao
não era mesmo uma tarefa fácil e, de
projeto).
fato, Don Giovanni não teve o êxito almejado por seus criadores, ainda que
Se por um lado a participação de
sua recepção em Praga esteja longe de
Casanova na construção do libreto do
ser considerada um fracasso. A prova
Don Giovanni de Mozart e Da Ponte é
disso é que já no início do ano seguinte
ainda uma pergunta em aberto, pelo
Mozart realizava algumas revisões na
outro é certa a influência do texto
partitura (especialmente acréscimo
que Giovanni Bertati havia elaborado
de árias e alguns cortes) e coordenava
para a ópera Don Giovanni Tenorio,
os ensaios para a estreia vienense da
com música de Giuseppe Gazzaniga,
ópera, ocorrida em 7 de maio de 1788,
estreada em Veneza no início de 1787.
consolidando a versão da ópera tal como a ouvimos hoje em dia.
Inicialmente, a ópera estava prevista para ser estreada em 14 outubro
Don Giovanni foi a primeira incursão
de 1787, a propósito da visita da
de Mozart no chamado dramma giocoso
arquiduquesa Maria Teresa (sobrinha
– sua terceira ópera com Da Ponte,
de José II) a Praga. Entretanto, o aval
Così Fan Tutte, também seria rotulada
do imperador para a elaboração do
desta forma –, termo que traz consigo
libreto, da partitura e da produção veio
uma contradição, algo como “drama
relativamente tarde, o que impediu
brincalhão”. Na prática, temos um
sua conclusão no prazo previsto. Tudo
libreto estruturado como uma opera
indica que a última nota da partitura –
buffa comum – uma “farsa” em termos
isto é, o compasso final de sua abertura
teatrais – porém, com a inserção de
(ou Sinfonia, tal como Mozart se referia
algum elemento serioso ou mesmo
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trágico em seu enredo. Na versão de Da
onde Don Giovanni por pouco não é
Ponte, a faceta buffa da narrativa recai
capturado). O início do Ato II é, via de
sobretudo na atuação de Leporello,
regra, marcado por outro relaxamento
o divertido criado de Don Giovanni,
da narrativa, que gradativamente se
e nas situações ao modo de uma
desenvolve para o terceiro e último
“comédia dos erros” que os diferentes
ponto de tensionamento, justamente,
personagens são envolvidos ao longo
o finale da ópera – momento em que
de seus dois atos. Por outro lado, a
Don Giovanni, acompanhado de
faceta seria é dada não apenas pela
Leporello, recebe para jantar o espírito
violenta ação inicial da ópera (nada
do Comendador, materializado em
menos que uma tentativa de estupro
uma estátua de pedra, quando então se
e um assassinato a sangue frio), mas
cumpre sua punição.
envolve também a abertura orquestral que a precede, em tom menor e
Se em termos estruturais o libreto de
de atmosfera densa e conturbada,
Da Ponte, no final das contas, apenas
sonoridade essa que será retomada ao
se aproveita das convenções vigentes,
final da ópera, outro momento serio,
o diferencial de Don Giovanni reside
isto é, a punição e morte do libertino.
justamente no modo como Mozart elaborou musicalmente o enredo,
Bem ao estilo das farsas de Goldoni,
visando acentuar ainda mais o
para o libreto de Don Giovanni, Da
tensionamento dramático delineado
Ponte lança mão de um tradicional
pelo libreto.
esquema de tensão narrativa que se articula ao longo de dois atos.
Nos três pontos de tensão narrativa
Nesse esquema tem-se logo ao início
destacados acima, o compositor se
do Ato I o primeiro momento de
vale de um tipo de escritura vocal
tensionamento, por meio de um texto
extremamente elaborada, designada
narrativamente ágil e movimentado
por “conjuntos”, complexa tanto em
(isto é, a tentativa de estupro de
sua execução por parte dos cantores
Donna Anna e o assassinato de seu
como em sua compreensão por parte da
pai, o Comendador), ao qual se sucede
audiência. Nesses conjuntos, diferentes
certa desaceleração do enredo, que
personagens cantam simultaneamente,
volta a se tencionar ainda no final
porém não de forma única e coesa
do primeiro ato (baile de máscaras
como num coral, mas sim preservando
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sua individualidade, que se consuma
Exatos vinte anos após a estreia da
em uma trama de sobreposições
ópera – quando Mozart já estava morto
melódicas, um contraponto ao
e Da Ponte já havia se tornado cidadão
mesmo tempo musical e dramático
norte-americano – ao redigir suas
(lembremos que apenas recentemente
memórias, o libretista mandou às favas
assistimos a esses espetáculos com
a modéstia quando, ao recordar de seus
legendas eletrônicas, o que dá uma
anos na corte vienense, se referiu ao
ideia do desafio que Mozart – e
Don Giovanni como “a melhor ópera
posteriormente uma infinidade de
do mundo”. Não que ele se referisse de
outros compositores por ele inspirados
forma narcisista ao seu texto, pois, ao
– lançava à sua audiência com esse tipo
redigir essa sentença, Da Ponte tinha
de configuração).
plena ciência da mágica simbiose entre música e drama que ele e Mozart
Porém, não foi apenas nesses
haviam criado.
momentos que o compositor empregou sua maestria. “Visto à distância”, conseguimos vislumbrar na partitura de Don Giovanni uma sólida coesão musical, um invisível mas plenamente
Leonardo Martinelli compositor e professor
audível fio condutor trançado a partir de um laborioso trabalho de harmonia e de orquestração, no qual as ideias musicais se conectam com perfeição aos diferentes elementos do enredo e às características de suas personagens. É esse trabalho, no nível da escritura musical, que confere notável singularidade a essa obra: mais do que uma mera sonorização de um texto, a partitura de Don Giovanni constitui um discurso dramático autossuficiente, algo que apenas um grande sinfonista como Mozart seria capaz de criar.
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Don Giovanni
Leporello
Jefferson Colaccico
Cláudio Cruz | DIREÇÃO MUSICAL Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz, posteriormente recebeu orientações de Erich Lenninger, Maria Vischnia e Olivier Toni. Foi premiado pela APCA e recebeu os prêmios Carlos Gomes, Bravo, Grammy, entre outros. Foi regente titular das sinfônicas de Ribeirão Preto e de Campinas. Atuou como diretor artístico e regente nas montagens das óperas Lo Schiavo e Don Giovanni, em Campinas; e Rigoletto e La Bohème, em Ribeirão Preto. Participa de festivais internacionais nos EUA e no Brasil. Atua como regente convidado em diversas orquestras no Brasil, América do Sul, Europa e Japão. Atualmente, é regente e diretor musical da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, e primeiro violino do Quarteto de Cordas Carlos Gomes.
Mauro Wrona | DIREÇÃO CÊNICA Nasceu em São Paulo e iniciou seus estudos musicais com Marcel Klass. Atuou no Brasil como ator e cantor de 1974 a 1978, até transferir-se para Barcelona, na Espanha, onde começou a sua carreira lírica como tenor. Colaborou por três anos com o Théâtre Royal de La Monnaie, em Bruxelas. De volta ao Brasil, iniciou intensa atividade na direção cênica de espetáculos líricos. Graduado em regência pela FASM, desde 2004 é coordenador do Ópera Estúdio EMESP. Foi assessor artístico e diretor cênico residente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde dirigiu a série Ópera do MeioDia. Foi diretor cênico residente da Companhia Brasileira de Ópera. Desde 2011, é diretor artístico do Festival de Ópera do Theatro da Paz, onde encenou várias óperas, entre elas A Ceia dos Cardeais e O Menino e a Liberdade. Recentemente, assumiu a coordenação da Academia de Ópera Theatro São Pedro.
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Nicolás Boni | CENOGRAFIA Graduado em belas artes e música, e doutorando em história da arte, Nicolás é membro do Centro de Pesquisa em Arte Argentina e Latino-Americana. Completou sua formação no Instituto Superior de Artes do Teatro Colón e no Teatro Municipal General San Martín. Trabalha como cenógrafo em diversos teatros da América Latina e dos EUA. Entre as cenografias por ele criadas, destaque para as óperas O Barbeiro de Sevilha, Cavalleria Rusticana, Madama Butterfly, Pagliacci, A Voz Humana, Carmen, Os Contos de Hoffmann, Don Giovanni, Lucia di Lammermoor, Don Carlo, Manon, La Bohème, entre outras. Recentemente, criou o cenário de Salomé, para o Theatro Municipal de São Paulo, e de As Bodas de Fígaro, na temporada 2015 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Fábio Namatame | FIGURINOS Cenógrafo e figurinista, formado em comunicação e artes pela FAAP, tem entre os seus principais trabalhos musicais, óperas, balés e teatro de prosa. Desenhou os figurinos de My Fair Lady, West Side Story, O Rei e Eu, Evita, Cabaret, Crazy For You, Chaplin - O Musical, Antes Tarde do que Nunca e Alegria, Alegria. Tem ainda em sua trajetória as óperas Bodas de Fígaro, Romeu e Julieta, O Pescador de Pérolas, Olga, Madama Butterfly e A Viúva Alegre. Recebeu dezenas de prêmios importantes como Shell, Apetesp e APCA.
Caetano Vilela| ILUMINAÇÃO Nome de destaque no cenário da ópera tendo realizado dezenas de produções em importantes teatros no Brasil e no exterior. Fez a iluminação de óperas como Tannhäuser, La Sonnambula, Nabucco e Elektra. Dirigiu e assinou a iluminação das óperas O Navio Fantasma e o programa duplo Um Homem Só e Ainadamar. Produziu a iluminação das peças As Benevolentes e Rainhas do Orinoco, e do musical The Sounds of Music, no Théâtre du Châtelet, em Paris. Ganhou o Prêmio Shell de Iluminação em 2011, pelo espetáculo Dueto para Um. Foi indicado novamente em 2014, pela iluminação de Assim é (Se lhe Parece), e em 2015, por Dias de Vinho e Rosas.
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Don Giovanni | LEONARDO NEIVA O barítono estudou com Francisco Frias na Escola de Música de Brasília e na Universidade de Brasília (UnB) antes de aprimorar-se com Rita Patané e Ernesto Paláci na Itália. Dentre seus principais trabalhos estão: Ford, em Falstaff; Zurga, em Os Pescadores de Pérolas; Silvio, em Pagliacci; Athanäel, em Thaïs; Fígaro, em O Barbeiro de Sevilha; Kunwenal, em Tristão e Isolda; o pai, em João e Maria; e o papel título de Don Giovanni. Apresentou-se em importantes casas de espetáculo, como Theatro Municipal de São Paulo, Teatro Municipal de Santiago do Chile, Teatro São Carlos de Lisboa e Teatro do Capitólio de Toulouse.
Donna Anna | ROSANA LAMOSA A carioca Rosana Lamosa é uma das mais importantes sopranos brasileiras, reconhecida pela crítica e meio cultural. Em sua carreira, destacam-se os papéis: Manon, Melisande, Mimì, Violetta, Lucia di Lammermoor, Norina, Nannetta, Hanna Glavari, Micaela, Lucy e Condessa, tendo participado da primeira produção brasileira de O Anel do Nibelungo. Apresentou-se em importantes casas de espetáculo, como Carnegie Hall, e Concert Hall, de Seul. Em 2017, cantou a Paixão Segundo São Mateus, com a Camerata Antiqua de Curitiba. É professora de canto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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Leporello | SAULO JAVAN Iniciou seus estudos musicais e de canto com Carmo Barbosa. Atualmente, estuda sob a orientação de Marconi Araújo e aperfeiçoa repertório com Ricardo Ballestero. Venceu o 19º Concurso Nacional de Canto Heitor Villa-Lobos, em 2002. Participou das montagens de Treemonisha, A Rosa do Asfalto, O Homem dos Crocodilos, O Franco Atirador, Don Giovanni, As Bodas de Figaro, O Elixir do Amor e Alcina. É diretor musical do Grupo All Music, regente e professor de técnica vocal. Desenvolve workshops e performances vocais com grandes empresas no Brasil e exterior.
Donna Elvira | LUCIANA BUENO Estreou em O Barbeiro de Sevilha, como Rosina. Desde então, tem se apresentado como Carmen; Donna Elvira, em Don Giovanni; Lola, em Cavalleria Rusticana; João, em João e Maria; Suzuki, em Madama Butterfly; Meg Page, em Falstaff; Giulietta, em Os Contos de Hoffmann; Cinderela, em La Cenerentola; Romeo, em Os Capuletos e os Montecchios; Mãe, em Poranduba; Teresa, em Magdalena; Mãe/Xícara Chinesa/Libélula, em O Menino e os Sortilégios, de Ravel; Marguerite, em A Danação de Fausto. Estudou com Pier Miranda Ferraro (Itália) e Leilah Farah (Brasil). Atualmente, desenvolve repertório com Ricardo Ballestero.
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Don Ottavio |
CAIO DURAN
Bacharel em canto pela Faculdade de Música Carlos Gomes, iniciou seus estudos com Benito Maresca e Isabel Maresca. Participou de master classes com Marco Gandini, Angelo Lo Forese, Marcello Giordani, entre outros. Diplomou-se pela Civica Scuola di Musica Claudio Abbado, em Milão. Cantou sob a direção de Roberto Duarte, Alex Klein, Patrick Fournillier, Luís Gustavo Petri e Sergio Monterisi, e com os diretores Livia Sabag, Carlos Harmuch, Cleber Papa, Enzo Dara, Mauro Wrona e Gianni Quaranta. Em 2017, diplomouse pelo Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo, sob a direção de Gabriel Rhein-Schirato.
Zerlina | CARLA COTTINI Vencedora do prêmio revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas, a cantora tem no currículo importantes papéis operísticos apresentados em palcos como os do Theatro Municipal de São Paulo, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Palácio das Artes de Belo Horizonte e Palau de la Música de Valência. É mestre em interpretação operística pelo Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo, da Espanha. Tem formação em artes cênicas e jazz dance na Casa de Artes OperÁria, e em balé clássico na Royal School of Ballet.
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Masetto |
GUSTAVO LASSEN
Formado pela Academia de Ópera Theatro São Pedro, debutou em O Guarani, como Don Antônio. Posteriormente, interpretou Colline, em La Bohème, no Auditório de Tenerife Adán Martin, na Espanha. Desde então, se destacou com os personagens Pistola, em Falstaff; Tirésias, em Édipo Rei; e Príncipe de Bouillon, em Adriana Lecouvrer. Atuou com os maestros Roberto Duarte, Marco Boemi e Luiz Fernando Malheiro, e foi dirigido por Enzo Dara, Caetano Vilela e Stefano Vizioli. Estuda técnica vocal com Isabel Maresca. Venceu as edições 11 e 12 do Concurso de Canto Maria Callas.
Comendador | ANDERSON BARBOSA Membro da Academia de Ópera Theatro São Pedro, foi orientado por André dos Santos. Sua formação inclui aulas com Francisco Campos, Martin Hummel, Marco Boemi, Felicity Lott, Gregory Reinhart e Maciej Pikulski. Sob a regência de André dos Santos, Luiz Fernando Malheiro, Alex Klein e Silvio Viegas, interpretou Sarastro, Superintendent Budd, citado na revista italiana L’Opera, pela beleza musical e interpretativa de Hermann Landgraf e na crítica nacional pela excelente atuação como Comendador. Premiado no Concurso Maria Callas 2017 e aprovado na Berlin Opera Academy.
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ORQUESTRA do THEATRO
SÃO PEDRO
A Orquestra do Theatro São Pedro foi criada em 2010, por iniciativa da Secretaria da Cultura de Estado, e mesmo com pouco tempo de atuação já é reconhecida como uma das principais orquestras de ópera do país – em 2011, recebeu o Prêmio Carlos Gomes pelo nível de qualidade alcançado em pouco tempo de atividade. Nesses sete anos, o grupo já interpretou importantes títulos do repertório, como As Bodas de Fígaro, de Mozart, e Falstaff, de Giuseppe Verdi, e tem se destacado especialmente ao explorar os novos caminhos da ópera. Foi responsável pela estreia nacional de obras como A Volta do Parafuso, de Britten, O Barbeiro de Sevilha, de Paisello, e Arlecchino, de Busoni. Entre outros títulos pouco executados que foram revisitados pelo grupo estão Adriana Lecouvreur, de Cilea, Édipo Rei, de Stravinsky, As Bodas no Monastério, de Prokofiev, O Amor dos Três Reis, de Montemezzi, Ifigênia em Táuris, de Gluck, e Ártemis, de Alberto Nepomuceno, e Dom Quixote, de Massenet (Prêmio APCA 2016 de melhor ópera).
Entre os artistas que já dividiram o palco com a Orquestra estão maestros de renome como Ligia Amadio, Luiz Fernando Malheiro, Ira Levin, Carlos Moreno, Roberto Tibiriçá, Silvio Viegas e Cláudio Cruz; instrumentistas do naipe de Gilberto Tinetti, Nicolau de Figueiredo, Tiago Naguel, Pacho Flores e Elisa Fukuda; e cantores de destaque como Denise de Freitas, Rosana Lamosa, Gabriella Pace, Gregory Reinhart, Luisa Francesconi, Vinicius Atique, Paulo Szot, Luciana Bueno, Rodolfo Giugliani, Carla Cottini e Giovanni Tristacci, entre outros. Em sua nova fase, a Orquestra do Theatro São Pedro segue um novo modelo de trabalho, com regentes convidados e maior variação de repertório, abordando tanto a ópera quanto a música sinfônica e de câmara, numa rotina que visa aprofundar a investigação de diferentes formas do fazer musical, elevando ainda mais a excelência de suas apresentações.
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1º Violino Flávio Geraldini - spalla*** Mariela Giovanini Micheletti** Jonathan Cardoso Indira Torres Hugo Leonardo 2º Violino Anderson Santoro** Maria Emília Paredes Jair Guarnieri Almeida Cléber Albuquerque Viola Fabio Schio* Diogo Guimarães ** Edmur Mello Violoncelo Fabrício Rodrigues* Camila Hessel** Denise Piotto *** Contrabaixo Fernando de Freitas* Waldir Augusto Bertipaglia ***
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Flauta Marco André dos Santos* Filipe de Castro** Oboé Alexandre Bocalari* Renato Mendes Sales** Clarinete Daniel Oliveira* Paula Roberta Pires** Fagote Renato Perez ** Clarissa Oropallo** Trompa Rafael Nascimento** Eraldo Araujo (Fumê)
Trombone Tenor Ricardo Pacheco** Trombone Baixo Maurício Martins* Percussão Rubens de Oliveira* Bruno Oliveira** Harpa Rafaela Lopes* Bandolim Vitor Casagrande *** Cravo Rafael Andrade***
Trompete Fabio Simão* Roger Brito *** Trombone Alto Agnaldo Gonçalves*
Chefe de naipe* Solista** Músicos convidados***
ORQUESTRA EM CENA E FORA DE CENA Violino Dan Tolomony Pedro Gobeth Nikolay Iliev Iliev Ana Rebouças
Tenores Paulo Felipe Lanine Rodrigo Morales Rodrigo Andrade
Contrabaixo Griffin Meinbersse Oboé Rafael Felipe Gizele Sales Trompa Daniel Herreras Matheus Barciela
Fátima Heberaldo José Wellington de Carvalho
Assistente de Cenografia Jonas Soares Assistente de Luz
DON GIOVANNI Direção de Produção Artística Rosana Caramaschi Pianista Correpetidor Anderson Brenner Alexander Ribeiro Rocha Wesley L. Portela Rocha Tradução do Libreto Irineu Franco Perpetuo
CORO
Editoração e Operação
Sopranos Caroline Brito da Paixão Débora Menegaz Faustino Janaina Rocha Avanzo
Piero Schlochauer
Contraltos Laiana Oliveira Suelen Francis Fernanda Nagashima
Elizabeth Seabra
Andréia Nascimento Baixos Carolina Fuggazza Albert Santana de Andrade Fabricio Branchini Beltramini Marcello Amaral Bernini Marcus Danilo dos Ouros Paula Emanelle
Viola Heller Rodrigues Violoncelo Leandro Tenório Leonardo Salles
Equipe Make up
de Legendas Diretor de Palco André Di Peroli Assistente de Direção Cênica Mayra Terzian Make Up Designer Anderson Bueno
Pâmola Cidrack Programação de Operação de Luz Paulo Giobi Voinichs Técnico de Montagem de Luz Sidnei Sergio Rosa Assistente de Produção Vânia Almeida Assistente Produção de Figurinos Karina Sato Figuração Lucas de Souza Felipe Hideky Diogo Carvalho Evandro Ferrarezzo Rafael Braga Douglas Zanone Cezar Rocafi Renan Paini Jéssica Miranda Janaína Alves Juliano Lopes
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Construção dos Cenários
Aprendiz Administrativo
L & C Cenografia
Isabelle da Silva Andrade
Cenotécnico Responsável
e Juliana Brito Santos
Leonardo Bezerra
Arquivo Musical
Maquinista Auxiliar
Jean Guilmer Lima e
Elvis Antônio da Silva e
Graziela Barbosa Gomes
Lourival Fonseca Conceição
Montador da Orquestra
Auxiliares de Camarim
Alessandro Neves Gonçalves,
Luciano Freitas,
Francimar da Conceição Rodrigues
Vitoria Pereira de Oliveira,
e Vitor Siqueira Pedro
Valkiria Cabral de Jesus,
Técnico de Iluminação
Luiz Mendonça e
Carlos Eduardo Silva
Jacqueline Vilar
Técnico de Sonorização
THEATRO SÃO PEDRO
Almir Agustinelli Assistente de Palco Guilherme Silva Monteiro Chefe de Maquinário
Conselho Artístico
Rodrigo Nascimento
Adriana Schincariol
Maquinista
Vercellino, Cláudio Cruz,
Antônio Carlos da Silva,
Giuliana Frozoni, Mauro
Júlio de Oliveira e
Wrona, Paulo Braga, Paulo
Wellington Nunes Pinheiro
Zuben, Renato Bandel e
Copeira
Ricardo Appezzato
Silvia Aparecida P. Nascimento
Produtor Marcio Branco Analista Artístico-Pedagógico Gilberto Ferreira e Renata Vieira Borges Assistente Administrativo Maria de Fátima Oliveira
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Donna Elvira
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Programação Theatro São Pedro LA BELLE HÉLÈNE Jacques Offenbach Cláudio Cruz | direção musical Caetano Vilela | direção cênica Orquestra do Theatro São Pedro Academia de Ópera Theatro São Pedro Ópera Estúdio EMESP
29 de novembro, 1º, 3, 5 e 7 de dezembro domingo às 17h, e nos demais dias, às 20h
P O C K E T Ó PE RA
Falstaff Giuseppe Verdi
15 e 16 de dezembro, 20h 17 de dezembro, 17h Mais informações no site: www.theatrosaopedro.org.br theatrosaopedro santamarcelinacultura
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11 2122.4070
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Governo do Estado de São Paulo Governador do Estado | Geraldo Alckmin Secretário da Cultura de Estado | José Luiz Penna Secretário-Adjunto da Cultura de Estado | Romildo Campello Coordenador de Unidade de Formação Cultural | Dennis Alexandre Rodrigues de Oliveira Santa Marcelina Cultura Presidente do Conselho de Administração | Irmã Ivânia Vassali Diretora-Presidente | Irmã Rosane Ghedin Administrador Geral | Odair Toniato Fiuza Diretor Artístico-Pedagógico | Paulo Zuben Gestora Artístico-Pedagógica | Giuliana Frozoni Gestor de Produção | Walter Gentil Coordenadora Artístico-Pedagógica | Adriana Schincariol Vercellino Coordenador Artístico-Pedagógico | Paulo Braga Coordenador Artístico-Pedagógico | Renato Bandel Coordenador Artístico-Pedagógico | Ricardo Appezzato Coordenadora Área Social | Marta Bruno Coordenador de Desenvolvimento Institucional | Mauricio Cruz Coordenador de Produção | Marcelo Silva Coordenadora de Recursos Humanos | Marcia Almeida Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim Coordenadores de Área | Edu Ribeiro, Ana Beatriz Valente Zaghi, Luis Otavio Santos e Mauro Wrona Supervisora Artístico-Pedagógica | Fátima Leria Secretária Geral da Secretaria Pedagógica | Sabina Martins Secretário de Coordenação Pedagógica | Luiz Fernando Conceição do Evangelho Secretária de Coordenação Pedagógica | Michele Costa Santos Supervisora de Produção e Elenco | Sandra Lacal Produtores | Juliana Durães, Juliana Mara Silva, Lívia Nonato e Joel Lourenço Analista Administrativa de Produção | Ana Paula Bressani Donaire Aprendizes administrativos de Produção | Giulia Bonvenuto e Vinícius Domingos Motta Supervisora de Relacionamento Institucional | Monica Toyota Analista de Relacionamento Institucional | Agnes De Munno Técnico de Estúdio | Andre Malinardi Encarregado de Montagem | Ednilson de Campos Pinto Arquivistas Musicais | Ana Cláudia de Almeida Oliveira e Diego Scarpino Pacioni Montadores | André Leal de Lima, Jefferson Pedroso, Marcelo Mota Araújo, Marcio Aparecido Silva Marciano, Marcio Cavalcante Bessa, Marco Aurélio Gianelli Viana da Silva, Paulo Sergio Fermiano, Roberto Kennedy Veríssimo da Silva, Robson Borges da Silva e Wellington Souza da Silva Inspetores | Claudionor de Lima e Julio Vieira Cesar Neto Créditos do Programa Supervisora de Comunicação | Renata Franco Analistas de Comunicação | Marina Panham e Rafael Zanatto Designer | Juliana Azevedo Assistente Administrativo | Geslaine Cardoso Aprendiz | Vinicius José Marinho
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