Revista Hospital São Vicente de Paulo - Nº 14

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Revista do Hospital

São Vicente de Paulo Ano 4 • Número 14 • Ago/Set 2014

CTI AMPLIADO Novos leitos de Tratamento Intensivo têm tecnologia avançada e equipes especializadas

ENDOMETRIOSE Doença está entre as principais causas da infertilidade feminina.

APLICATIVOS PARA DIABETES Programas desenvolvidos para celulares e computadores ajudam a controlar a glicemia Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo


NOVO CTI: UM PRESENTE PARA O RIO DE JANEIRO Ampliar a estrutura de atendimentos, com foco na qualidade dos serviços e preocupação com o acolhimento dos pacientes, é uma meta constante para nós, do Hospital São Vicente de Paulo. Por isso, ao inaugurarmos a nova ala do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), construída com esforço e dedicação, sentimos uma grande alegria e temos a certeza de que estamos no caminho certo. Além de oferecer mais segurança para aqueles que procuram tratamento em nosso hospital, vemos essa ampliação como um presente para o Rio de Janeiro, que hoje enfrenta uma grande carência de leitos de CTI, tanto no setor público quanto no privado. Nesta edição da Revista do HSVP, você vai conhecer as novidades que preparamos para o Serviço, que terá sua capacidade de internação ampliada em 100%, com tecnologia avançada e equipes qualificadas. Nas próximas páginas, você também encontrará um resumo das ações sociais desenvolvidas pelo HSVP, que reforçam a nossa missão de oferecer assistência para as pessoas mais pobres, segundo o carisma vicentino. Para ajudar a cuidar da sua saúde, trazemos, ainda, uma entrevista com o chefe do Serviço de Endoscopia Ginecológica, Dr. Claudio Crispi, sobre a relação entre endometriose e infertilidade. Temas importantes, como as doenças dermatológicas associadas ao tempo frio, e as novas tecnologias para o controle do diabetes são outros destaque desta edição. Boa leitura! Ir. Marinete Tibério – Diretora Executiva do HSVP

SUMÁRIO 3 HSVP investe em ações sociais 4, 5 Pele saudável também no inverno 6,7 Quando ir ao urologista? Especialista explica 8, 9 Novo CTI: conheça as novidades do setor 10, 11 Artigo – Pólen das flores pode causar alergias 12, 13 Endometriose é uma das principais causas da infertilidade 14, 15 Entrevista – Marcos Piedade, cirurgião vascular 16, 17 Aplicativos para diabetes ajudam no controle da doença 18 Hospital investe em equipamentos de segurança 19 Aconteceu 19 Personalidade – Luiz Claudio Castro, Diretor da SBEM

EXPEDIENTE Hospital São Vicente de Paulo - Rua Dr. Satamini, 333 Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121. FUNDADO EM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Diretoria Médica: Marcio Neves (CRM: RJ-577755). Conselho Administrativo: Ir. Marinete Tibério, Ir. Josefa Coissi, Ir. Emanuele Gonçalves de Alcântara e Ir. Ercília de Jesus Bendine. Conselho Editorial: Ir. Marinete Tibério – Diretora Executiva; Ir. Josefa Coissi – Diretora de Enfermagem; Ir. Ercília de Jesus Bendine – Diretora de Relacionamento com o Paciente; Marcio Neves – Diretor Médico; Gabriela Claro – Gerente de Hospitalidade; Olga Oliveira – Gerente de Suprimentos; Vanderlei Timbó – Coordenador de Qualidade. Edição: Simone Beja. TEXTOS: Carolina Medeiros, Juliana Borel, Leonardo Martes e Thamyres Dias. Projeto gráfico e DIAGRAMAÇÃO: SB Comunicação. APOIO EDITORIAL: Wilson Agostinho e Ana Paula Gama. Impressão: Arte Criação


Luiz Claudio Castro

Diretor do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Desreguladores endócrinos

Substâncias comuns no dia a dia podem afetar a sua saúde. Entenda como

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les estão presentes em produtos simples, de uso frequente, ou mesmo no ar, no solo e na água contaminados. Os desreguladores endócrinos são substâncias químicas naturais ou sintéticas que têm propriedades parecidas com alguns hormônios e, por conta dessa semelhança, interferem no funcionamento normal do corpo. Obesidade, infertilidade e disfunções da tireoide são algumas das consequências da exposição a esses materiais. Sobre o assunto, o Diretor do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Luiz Claudio Castro, conversou com a Revista do HSVP. Revista do HSVP: Quais os tipos mais comuns de desreguladores endócrinos? Em que produtos são encontrados? Luiz Claudio Castro: Entre os produtos sintéticos, os mais comuns são o Bisfenol A e os Ftalatos, encontrados em plásticos e resinas; e o Vinclozolin (fungicida) e a Atrazina (herbicida), utilizados na agricultura. Com relação aos desreguladores naturais, podemos destacar os metais pesados usados na indústria, como o cádmio, o mercúrio e o chumbo e, ainda, os fitoestrógenos, presentes em vegetais, como a soja. Revista do HSVP: Quais os principais efeitos dessas substâncias para o organismo? L.C.C: Estudos mostram que altos níveis de determinados desreguladores podem causar problemas endócrinos, como: disfunção da tireoide, alteração da produção de hormônios sexuais e obesidade. Essas substâncias também estão associadas à diminuição da fertilidade, aumento do risco de abortos, problemas

neurológicos, problemas no desenvolvimento do feto (se a mãe for exposta a altas doses durante a gestação) e alguns tipos de tumores. Revista do HSVP: Como evitar o contato desnecessário com os desreguladores? L.C.C: A prevenção é o ponto mais importante para a diminuição dos riscos à saúde relacionados aos desreguladores endócrinos. Ao comprar potes ou utensílios de plástico, busque aqueles que vêm com a inscrição “livre de Bisfenol A” ou, se importados, “BPA free”. Procure, ainda, aquecer alimentos em vasilhas de vidro. Na alimentação, dê preferência aos vegetais orgânicos, livres de produtos químicos. Para quem cultiva plantas em casa, ou tem uma pequena chácara, outra dica é abolir o uso de fungicidas ou herbicidas. Eles podem afetar a saúde da sua família, além de contaminar a água e o solo, oferecendo risco a outras pessoas. Por último, descarte corretamente pilhas e baterias, que contêm cádmio e chumbo. Revista do HSVP: Houve algum avanço, nos últimos anos, com relação à regulação do uso dessas substâncias? L.C.C: Alguns desreguladores tiveram sua produção, comercialização e uso proibidos no Brasil nas últimas décadas, como DDT, Metoxicloro e Clorpirifós (pesticidas usados na agricultura), o que significou um avanço nos cuidados à saúde humana. Uma das maiores conquistas recentes foi a proibição do uso do Bisfenol A em mamadeiras, no ano de 2011, a exemplo do que já era feito em outros países. Essa proibição teve como objetivo maior proteger as crianças pequenas, pois, quando a mamadeira plástica com Bisfenol A é aquecida, aumenta o risco de migração dessa substância para o alimento. Entretanto, o Bisfenol A continua liberado para a fabricação de outros tipos de plásticos como copos e tigelas. O ideal é que ele fosse proibido em todas as embalagens que acondicionam alimentos e podem ser aquecidas.

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Atendimento social beneficia mais de 6 mil pessoas por ano

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ão Vicente de Paulo sempre foi o defensor de crianças abandonadas, idosos, pobres e doentes. Suas obras, focadas na simplicidade, na humildade e na mansidão permanecem até hoje prestando serviços à humanidade. Para possibilitar a vivência do carisma vicentino no Hospital São Vicente de Paulo, foi criado do Programa de Atendimento Social (PAS), que visa ao atendimento gratuito das pessoas carentes que necessitam de procedimentos médicos. “O PAS é uma forma de o HSVP manter viva e atuante a sua missão, independente de qualquer legislação. Para nós, Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, servir aos pobres e atender as pessoas em estado de vulnerabilidade social é questão de carisma congregacional”,

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ressalta a Diretora Executiva do HSVP, Irmã Marinete Tibério. Os pacientes atendidos no PAS são cadastrados em um sistema informatizado e recebem a carteirinha do programa, que permite a realização de exames, consultas e procedimentos cirúrgicos – quando necessário –, totalmente gratuitos. “Mesmo o hospital tendo uma nova personalidade jurídica, a missão, a visão e os valores da instituição permanecem inalterados. Somos uma instituição sem fins lucrativos. Priorizamos o atendimento social às pessoas que não teriam acesso a um bom tratamento de saúde na rede pública, dadas as complicações de suas doenças. Aqui no HSVP, elas recebem atendimentos emergenciais, realizam procedimentos cirúrgicos e exames complexos”, explica.


Anualmente, o Programa de Atendimento Social realiza, em média, 6.500 atendimentos, distribuídos entre consultas médicas, exames, cirurgias e internações. O Serviço Social é responsável por desenvolver esse atendimento, com foco na prevenção, promoção e recuperação da saúde, prestando, sempre que necessário, todo acompanhamento, orientação e encaminhamento. “Estes são pacientes acompanhados desde quando o hospital era uma associação e, atualmente, continuam recebendo o tratamento com a participação do Serviço Social”, lembra Eliane Fernandes, coordenadora do Serviço Social. Para realizar esse trabalho sem cobrar nada aos pacientes atendidos, é disponibilizado um teto orçamentário que não compromete o fluxo de caixa da instituição. Atualmente, o Serviço Social dispõe de um valor fixo de R$ 200 mil por mês. “Tenho responsabilidades com a autossustentação do Hospital, de forma que essa gratuidade não desequilibre nossas contas (receitas x despesas). Porém, só em 2013, os gastos em gratuidade no PAS ultrapassaram R$ 3 milhões. Isso demonstra que não medimos esforços no que tange ao atendimento aos pobres, dentro das nossas possibilidades”, afirma Irmã Marinete.

Palestras gratuitas de prevenção em saúde As ações sociais do Hospital São Vicente de Paulo não se restringem somente ao atendimento hospitalar. Cada vez mais preocupado com o bem-estar da população, o HSVP realiza eventos ligados à promoção da saúde e da qualidade de vida, oferecendo palestras gratuitas sobre as doenças com maior incidência no Rio de Janeiro, abertas para a comunidade.

“Para nós, Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, servir aos pobres e atender as pessoas em estado de vulnerabilidade social é questão de carisma congregacional; é nossa missão” Irmã Marinete Tibério

Apenas este ano, já foram realizados ciclos de palestras sobre câncer de mama, doenças ginecológicas, glaucoma e infarto agudo do miocárdio. Nos próximos meses, outros temas serão abordados, como o câncer de próstata. Os eventos têm em média uma hora de duração e contam com a participação de especialistas do Corpo Clínico do Hospital, que dedicam parte do seu tempo para falar sobre sintomas e tratamentos, tirando dúvidas da população em relação às doenças. Um estudo do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) revelou que os brasileiros têm consciência da importância de uma vida saudável e que 87% afirmam estar dispostos a mudar os hábitos para conseguir esse objetivo. “As pessoas estão cada vez mais preocupadas em levar uma vida saudável. Essa busca motivou o HSVP a oferecer as palestras gratuitas. São ações de prevenção que têm como objetivo estimular as pessoas a mudarem seu estilo de vida”, afirma Irmã Marinete. De acordo com a Diretora Executiva, a realização de campanhas tem impacto também na qualidade de vida dos colaboradores do Hospital. “As palestras criam um ambiente especial de reflexão e de promoção da saúde física, emocional, social, espiritual e intelectual dos nossos colaboradores”, destaca. Equipe do Serviço Social do HSVP

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Pele saudável também no inverno

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queda de temperatura, no inverno, pode ser uma trégua bem-vinda para o calor carioca. Mas para a saúde da pele, a estação é o momento de redobrar cuidados. Segundo a dermatologista do Hospital São Vicente de Paulo, Monika Neffa, o clima seco e frio pode aumentar a incidência de algumas doenças, como a dermatite atópica, a dermatite seborreica e a xerodermia. “O número de atendimentos desses casos chega a crescer 60% no meu consultório”, alerta a médica.

Para manter a pele bonita e saudável nesta época do ano, alguns cuidados são fundamentais. Banhos muito quentes e demorados, por exemplo, reduzem o manto lipídico – camada de gordura que envolve e protege a pele –, agravando alergias e irritações. A melhor opção, explica Monika, é um banho morno e rápido. As roupas também são determinantes. “No frio, as pessoas ficam mais cobertas. Dê preferência aos tecidos feitos de algodão, que deixam a pele ‘respirar’ melhor. Peças de tecido sintético podem agredir a pele, propiciando alergias de contato”, orienta. Beber bastante água é outra dica importante para manter a saúde do maior órgão do corpo. “Mesmo que a sede diminua no inverno, tente ingerir ao menos dois litros de água por dia para conservar a pele hidratada. Alguns cremes e sabonetes indicados pelo médico também podem ajudar nessa tarefa”, lembra a especialista.

Dermatites A dermatite atópica é uma alergia crônica de origem genética, muito comum entre as crianças. Seu principal sintoma é a diminuição da hidratação da pele em algumas regiões do corpo, entre elas os antebraços e a parte de trás dos joelhos. Isso acontece porque o manto lipídico fica deficiente nesses pontos do corpo. “O paciente apresenta vermelhidão na pele, geralmente acompanhada de coceira. O maior risco é de a pessoa coçar a região sem controle, o que pode provocar feridas e, em alguns casos, até causar uma úlcera no local. Por isso, é de extrema importância procurar logo um especialista”, explica Monika Neffa.

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Cuidado com o sol! Mesmo com o tempo frio, é importe ficar atento ao sol. No inverno, os banhos quentes e o vento gelado acabam deixando a pele mais sensível à ação dos raios ultravioletas, até em dias nublados. Por isso, a recomendação é continuar usando filtro solar normalmente, com fator de proteção FPS 30 ou maior.

Outros problemas comuns no frio Monika Neffa, dermatologista do HSVP

Também com fator genético, a dermatite seborreica é uma inflamação mais comum na fase adulta. Embora ela seja associada ao couro cabeludo, pode se alastrar com escamação e placas vermelhas, acompanhadas de coceira, pelo rosto, parte de trás das orelhas, cantos do nariz e até pelo colo. No inverno, seu risco é maior porque as pessoas ficam mais tempo sem lavar o cabelo, o que aumenta a oleosidade no couro cabeludo, facilitando o desenvolvimento da doença. Além disso, os fios demoram mais a secar nesta época do ano, facilitando a proliferação do fungo Pityrosporum oval. O tratamento é feito com xampus dermatológicos recomendados pelo especialista. Nos casos mais avançados, em que a doença aparece em outras partes do corpo, podem ser utilizados medicamentos locais, geralmente à base de corticoide.

Rachaduras na boca: o tempo frio pode ressecar a pele dos lábios, causando rachaduras e queilites (feridinhas no canto da boca). Hoje em dia, já existem dermocosméticos específicos para hidratar essa área. Evite passar a saliva! Embora cause uma sensação de hidratação temporária, ela é cáustica e acaba piorando o quadro. Ressecamento de mãos e pés: eles também são muito afetados pelo frio. As mãos sofrem com o contato constante com a água e os pés, porque ficam dentro de sapatos fechados o dia todo. A recomendação de Monika, nesse caso, é usar luvas de borracha nos serviços domésticos que envolvam água e sempre passar hidratantes depois de lavar as mãos. Para os pés, a recomendação também é usar hidratantes específicos para essa região, evitando rachaduras dos calcanhares.

Xerodermia A principal característica dessa doença, conhecida também como “pele seca”, é a falta de hidratação da pele, o que causa coceira e descamação. “Os idosos são os que têm mais tendência a ter xerodermia, porque já têm o manto lipídico deficiente pela própria faixa etária”, explica Monika Neffa.

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Urologista: saiba quando o especialista deve entrar na sua vida

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ocê já foi ao urologista? Se for homem, tiver mais de 40 anos e sua resposta for “não”, está na hora de marcar uma consulta. A partir dessa idade, deve-se começar a acompanhar a saúde da próstata anualmente. Alguns sintomas, como desconforto e ardência ao urinar, também indicam que é preciso visitar o especialista, em qualquer faixa etária. “Dor forte no abdômen ou região lombar e febre em conjunto com vômito ou náusea são sintomas importantes que necessitam imediatamente de um médico para avaliação do trato urinário. Nesses casos, pode ser preciso buscar uma Emergência”, orienta o Coordenador do Centro Avançado de Urologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Alex Rizkalla. O acompanhamento com o urologista também é muito importante para as mulheres. Entre elas, a cistite e a infecção urinária são os problemas urológicos mais frequentes. Segundo Rizkalla, normalmente os primeiros sintomas surgem na adolescência, no início da vida sexual. “Mas isso não é uma regra. Essas doenças não têm idade certa para acontecer, podendo, inclusive, acometer crianças”, lembra o especialista.

Outro cuidado importante para as mulheres é o acompanhamento ginecológico. “Quando a mulher começa a apresentar os sintomas de infecção urinária, é preciso fazer uma avaliação e verificar se não existe nenhuma influência da flora bacteriana vaginal, devido a sua proximidade com a uretra”, explica Alex Rizkalla.

Cálculo renal Muito comum, tanto para os homens quanto para as mulheres, o cálculo renal – ou “pedra nos rins”, como o problema é conhecido –, é uma patologia dolorosa, que pode atingir pessoas em qualquer idade. “Fatores metabólicos, como distúrbios de produção excessiva de cálcio, ou componentes hereditários podem propiciar a formação de cálculos. A prevenção é, principalmente, investir na ingestão de líquidos“, aponta o urologista.

Câncer de Próstata Localizada na parte baixa do abdômen, a próstata é uma glândula exclusiva do sexo masculino. Ela é responsável por envolver a uretra, tubo por onde a urina é eliminada. Além disso, o órgão produz parte do sêmen.

Sintomas Dr. Alex Rizkalla , Coordenador do Centro Avançado de Urologia do HSVP

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O perigo desse câncer é que, na maioria das vezes, ele avança silenciosamente. Quando, porventura, o paciente apresenta sintomas, eles podem ser confundidos com o crescimento benigno da próstata, que causa dificuldade para urinar e necessidade de ir ao banheiro mais vezes durante o dia ou à noite, por exemplo. Já na fase mais avançada, o paciente pode sentir dores ósseas, sintomas urinários e até desenvolver infecção generalizada ou insuficiência renal.


Cistite O que é: infecção na bexiga ou em outras estruturas do trato urinário inferior. O que causa: bactérias, que provocam irritação e inflamação.

Infecção Urinária O que é: patologia que afeta qualquer parte do aparelho urinário, incluindo rins, bexiga e uretra. O que causa: agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário

O tratamento é, na maioria das vezes, clínico, com uso de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos. A intervenção cirúrgica só é recomendada quando a dor é muito grande, quando há obstrução severa do ureter ou se o cálculo é grande demais para ser expelido pela urina. Exames de imagem, como radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada, são utilizados pelo médico para definir o procedimento mais adequado de acordo com as características de cada paciente.

Em números

Sintomas: dificuldade para começar a urinar, ardência ao urinar, dor no baixo ventre, urgência para urinar. Prevenção: beber muito líquido e manter boa higiene principalmente após as relações sexuais. Tratamento: deve ser iniciado aos primeiros sintomas, e envolve o uso de antibióticos e analgésicos. A demora pode fazer com que a doença se propague para os rins, provocando calafrios, tremores ou suores noturnos, cansaço, febre acima de 38 graus, pele avermelhada e dor abdominal severa.

Pedras nos cálices menores e maiores do rim

Cálculo no ureter

Prevenção

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros e o sexto no mundo. A estimativa de novos casos para este ano é de quase 70 mil.

Causas

Exame de toque: rápido e indolor, é essencial para prevenir o câncer na região. Com ele, o médico consegue identificar se há alguma irregularidade na próstata, aumentando as chances de um diagnóstico precoce e de cura. De acordo com Alex Rizkalla, o receio dos homens em fazer o exame de toque está cada vez menor: “Eles estão mais conscientizados”, afirma. O ideal é repetir o exame anualmente, após os 40 anos.

Ainda não existe um consenso sobre o que pode causar o câncer de próstata, mas sabe-se que ele está associado ao histórico familiar. Filhos, netos ou irmãos de homens que tiveram câncer de próstata devem redobrar os cuidados preventivos.

Dosagem de PSA: o PSA é uma proteína encontrada no sangue. Se o índice estiver muito acima do normal, pode significar uma alteração maligna na glândula ou processo infeccioso da próstata.

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HSVP inaugura Centro de Tratamento Intensivo Novo CTI terá o dobro da capacidade atual de atendimento

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Rio de Janeiro é a capital brasileira que mais perdeu leitos em hospitais nos últimos três anos. Segundo levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), 1.113 vagas foram fechadas no município, durante o período. No caso dos Centros de Tratamento Intensivo (CTIs), a demanda por leitos é especialmente maior do que a oferta disponível nas redes pública e privada. Dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) estimam que, até 2016, o setor precisará de 13.700 novas unidades de internação. Atento a essa demanda e buscando oferecer maior segurança aos seus pacientes, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) acaba de ampliar em 100% sua capacidade de atendimento intensivo, passando a contar com 20 leitos de CTI – dos quais 10 serão destinados aos pacientes clínicos graves e 10 à Unidade Cardiointensiva. “Os novos leitos vêm para atender a nossa demanda interna e para minimizar o impacto que o Rio de Janeiro vem sofrendo pela carência de vagas de CTI. A ampliação não se restringirá aos 20 leitos, já que o nosso Plano Diretor prevê maiores expansões para o hospital nos próximos

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anos”, afirma a Diretora Executiva do HSVP, Irmã Marinete Tibério. Com a ampliação, os leitos passarão a ser individuais, em espaços privativos, em lugar dos antigos boxes. “Essa iniciativa permite o acolhimento dos pacientes de forma mais reservada, oferecendo privacidade e melhor controle de infecções, além de isolamento, quando necessário”, ressalta o coordenador do CTI, Guilherme Aguiar. Para o Diretor Médico do Hospital, Márcio Neves, as mudanças no setor, aliadas à tradição do HSVP, trarão benefícios para os clientes. “Os pacientes poderão ser atendidos em uma área mais moderna em arquitetura e tecnologia, sem deixar de lado a nossa excelência na parte assistencial. O novo CTI traz um ganho em logística e ratifica nosso posicionamento como instituição que tem o objetivo de oferecer qualidade e segurança para os seus clientes”, afirma.

Parque tecnológico moderno O Hospital São Vicente de Paulo não mediu esforços para trazer o que há de mais moderno em tecnologia para o novo CTI. Entre as aquisições


estão os monitores touchscreen da Philips, que priorizam o monitoramento de todas as medidas fisiológicas do paciente e funcionam como computadores à beira dos leitos, interligados à rede de dados do hospital. Já os Ventiladores Mecânicos Multiparamétricos da GE permitem uma ventilação não invasiva – Irmã Marinete Tibério quando necessário –, e apresentam excelente monitoração dos pacientes que necessitam de respiração artificial, tornando o procedimento mais seguro. “Dentro de um ambiente preparado especificamente para atender o paciente grave, temos a possibilidade de fazer hemodiálise com o mais moderno equipamento do mercado. Cada leito possui um acesso individualizado ao sistema de diálise, além de bombas para infusão de medicamentos no tempo e velocidade exatos. Como o objetivo do novo CTI é dar atendimento seguro e humanizado, nossa unidade possui, ainda, aparelho de ultrassonografia portátil que permite intervenções no próprio leito, com menos riscos”, destaca o coordenador do CTI, Guilherme Aguiar. À frente do setor desde 1995, Aguiar ressalta, ainda, a importância de aliar a tecnologia de ponta a uma equipe multiprofissional altamente qualificada e experiente. “A maioria dos nossos médicos é especialista em Terapia Intensiva ou área afim, Dr. Guilherme Aguiar

Padrão internacional O novo CTI mantém o reconhecido nível de conformidade com os padrões do Manual de Acreditação Hospitalar da Joint Comission International (JCI) – uma das mais respeitadas instituições acreditadoras do mundo. Desde 2008, o HSVP conta com o selo de ouro da JCI, que comprova a qualidade dos serviços disponíveis no Hospital. “O emprego de equipamentos, materiais e medicamentos com tecnologia de ponta, profissionais qualificados, treinamento contínuo e afeto como distinção humanizadora na assistência aos pacientes são características desse serviço que permanecem e fazem parte da política da qualidade do HSVP”, lembra o coordenador da Qualidade e Riscos Hospitalares, Vanderlei Timbó.

como Cardiologia, Pneumologia e Gastroenterologia. Temos também enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogos especializados em Terapia Intensiva, ou seja, uma equipe de saúde unificada no que Dr. Márcio Neves tange ao atendimento do cliente criticamente doente”, destaca Aguiar. Diariamente, os pacientes são examinados pela equipe de rotina, com participação também dos serviços de Infectologia e Nutrologia, permitindo uma avaliação completa de cada pessoa internada. “O objetivo é manter um cuidado integrado, mas ao mesmo tempo individualizado, com o acompanhamento não só das urgências mas de toda a evolução clínica do paciente”, acrescenta.

Atendimento aos familiares Outra novidade do CTI do Hospital São Vicente de Paulo é a disponibilização de um espaço exclusivo para atendimento aos familiares do paciente, construído na área administrativa do setor. O objetivo da iniciativa é proporcionar maior privacidade e acolhimento para os acompanhantes, no momento da conversa com o médico responsável pelo ente querido que está internado. “Nosso compromisso é o de atender melhor o paciente e sua família, com qualidade e segurança. O bom seria que todo ser humano pudesse gozar de perfeita saúde, que não adoecesse e não precisasse de hospital para curá-lo de seu mal ou doença. No entanto, isso não é possível, pois somos limitados em nossa natureza. Pretendemos fazer do nosso slogan ‘Vocação para cuidar’ uma realidade para a população do Rio de Janeiro, humanizando a técnica e fazendo com que o paciente seja reconhecido em sua dignidade humana como um ser que se fragiliza e fica inseguro diante da doença”, pontua a Diretora Executiva do HSVP, Irmã Marinete Tibério.


Primavera: a estação das flores e das infecções respiratórias Dr. Roberton Rodrigues Pereira Junior* (CRM-RJ 5284490-0)

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chegada de uma nova estação costuma estar associada ao aumento na incidência de determinadas doenças. Na primavera, que vai de 23 de setembro a 21 de dezembro, não poderia ser diferente. As alterações bruscas de temperatura – com dias mais quentes e noites frescas – e a baixa umidade do ar são alguns dos fatores responsáveis pela multiplicação, nessa época do ano, de alergias e infecções virais e bacterianas, tais como: rinites, amigdalites, faringites, otites e sinusites, além da varicela (catapora). No caso das alergias respiratórias, outra possível causa é o contato com o pólen das flores, que se desprende e fica suspenso no ar, em um processo chamado polinose. A exposição a esse agente irritante – ou alérgeno – desencadeia no corpo reações que têm como objetivo proteger o sistema respiratório. Para isso, células do sistema imunológico começam a produzir substâncias químicas de defesa, como a histamina, o que provoca sintomas alérgicos súbitos, com duração entre alguns dias e semanas. Espirros, coriza, tosse seca que piora ao se deitar, coceira, irritação ou ressecamento nos olhos, olheiras, dor de cabeça, dor de garganta e fadiga são alguns dos sinais mais comuns dessas alergias. Identificá-las, entretanto, pode não ser uma terefa simples, já que seus sintomas parecem com os de outras doenças, como a gripe. Entre as alergias típicas da primavera, a rinite é a mais frequente.

Com o passar do tempo e sem o tratamento adequado, as alergias podem acabar facilitando o aparecimento das infecções. Isso acontece porque elas provocam alterações no epitélio (tecido que recobre as vias aéreas), facilitando a proliferação de vírus e de bactérias nocivas à saúde.

Amigdalite A inflamação das amígdalas – a amigdalite – é um dos exemplos de infecções que podem surgir dessa forma. As amígdalas são linfonodos, ou seja, estruturas do sistema de defesa do corpo, localizadas na parte de trás da boca e na parte superior da garganta, que combatem os germes causadores de doenças por meio da produção de anticorpos. Entre os sintomas da amigdalite, os mais comuns são: dor ao engolir, febre e sensibilidade na mandíbula e na garganta. As infecções podem também estar presentes na própria garganta e em áreas próximas, causando inflamação na faringe (faringite), ouvidos (otites) e nos seios da face (sinusite). O tratamento para as infecções respiratórias pode envolver antibióticos – no caso das doenças bacterianas – e analgésicos e antitérmicos, se o problema tiver sua origem em uma contaminação por vírus. A avaliação do médico é fundamental para determinar qual a melhor abordagem terapêutica.

* Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença, mestrando pela Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro e membro da equipe de Pneumologia do Hospital São Vicente de Paulo.

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Asma e bronquite Doenças preexistentes, como a asma e a bronquite, também podem piorar entre os meses de setembro e dezembro. Por isso, é importante que o paciente converse com antecedência com seu médico, a fim de saber como proceder em caso de crise.

Varicela (catapora) No caso da varicela (popularmente conhecida como catapora), que é muito contagiosa, principalmente entre crianças, a transmissão acontece por contato e também pelas vias respiratórias, em especial nos ambientes fechados. A transição entre o fim do inverno e o início da primavera concentra a maior incidência de transmissões do

ano. Os sintomas logo aparecem: coriza, febre, vômito, dores no corpo e, é claro, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Todo adulto que não teve varicela pode se infectar com o vírus. Nessa faixa etária, a doença pode ser mais grave, chegando a acometer órgãos vitais como os pulmões e o cérebro, nos casos mais complexos. A melhor forma de prevenção contra a varicela é a vacina. Desde o segundo semestre de 2013, a dose está disponível no SUS para crianças em seu segundo ano de vida.

Previna-se! Não se esqueça de que o diagnóstico das doenças e o tratamento adequado devem ser sempre realizados por um médico especialista e a automedicação pode trazer graves riscos à saúde. Algumas atitudes também podem ajudar a evitar possíveis contaminações: • Lave muito bem as mãos; • Evite ambientes com aglomerações de pessoas; • Mantenha ambientes ventilados; • Não compartilhe alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;

• Evite se aproximar de pacientes que estejam com algum tipo de infecção de vias aéreas; • Evite exposição prolongada aos ácaros do pó doméstico (existentes principalmente em colchões, almofadas e carpetes); • Hidrate as narinas com soro fisiológico ou água; • Utilize aparelhos umidificadores ou vaporizadores do ambiente ou coloque bacias com água nos cômodos. A medida deve ser adotada principalmente para minimizar o desconforto de crianças e idosos.

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Dificuldade para engravidar pode ser sinal de endometriose Mais da metade das mulheres com infertilidade tem a doença

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resente na vida de até 15% das mulheres entre 15 e 45 anos, a endometriose está diretamente ligada à dificuldade de engravidar. Estudos apontam que, a cada 10 casos de infertilidade feminina, sete podem ter relação com a doença. O problema provoca, ainda, fortes dores pélvicas, muitas vezes incapacitantes. “As duas condições (a dor e a infertilidade) impactam negativamente na qualidade de vida da paciente, frustrando o desejo da maternidade e reduzindo a assiduidade no trabalho”, afirma o chefe do Serviço de Endoscopia Ginecológica do HSVP, Claudio Crispi. A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio – tecido que reveste a parte interna do útero – em outros órgãos ou na cavidade abdominal. Mensalmente, os ovários produzem hormônios que estimulam as células do endométrio, resultando em sua descamação durante a menstruação. Quando há tecido endometrial fora do útero, ele também é afetado por esse processo, o que provoca diversos sintomas, de acordo com o local onde se instalou a doença. Não existe um consenso a respeito da causa da endometriose. Uma possibilidade bastante aceita no meio científico é de que o problema começa quando parte do sangue eliminado na menstruação retorna e passa através das trompas, caindo na cavidade abdominal. Algumas células desse sangue têm a capacidade de se instalar e se multiplicar, formando focos de endometriose. Dr. Claudio Crispi

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Quando esses focos se formam no ovário, podem gerar cistos, conhecidos como endometriomas, que dificultam a ovulação e estão relacionados com os casos de infertilidade. Outra relação entre a endometriose e a dificuldade de engravidar é a distorção que a doença causa na anatomia do aparelho reprodutor, principalmente em estágios avançados.

Diagnóstico precoce O diagnóstico precoce da endometriose pode evitar o comprometimento da função de alguns órgãos, como o ureter, a bexiga, os nervos pélvicos e o intestino, assim como dos órgãos reprodutores. Ou seja, quanto mais rápido a doença é descoberta, menores as chances de que ela provoque impactos na fertilidade da mulher. “Para fazer o diagnóstico, basta escutar a paciente. O sintoma principal é a cólica menstrual (dismenorreia), que tem como característica o seu caráter progressivo, ou seja: para combater a dor a paciente necessita cada vez mais de analgésicos. Algumas publicações indicam que 98% das pacientes com esse sintoma têm endometriose. Porém, a nossa realidade é outra. No Brasil, levamos, em média, sete anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença”, alerta o especialista. Alguns exames de imagens têm papel importante na confirmação da suspeita de endometriose. Segundo Crispi, a ressonância nuclear magnética se destaca como método de escolha; a ultrassonografia transvaginal é útil quando há endometriomas ovarianos (cistos); e a ultrassonografia com preparo intestinal é muito sensível para as endometrioses infiltrativas – aquelas que atingem os tecidos mais profundos e são as formas mais dolorosas da doença.


Sistema reprodutor feminino

Endométrio

Tratamento De forma geral, o tratamento para a endometriose pode ser hormonal ou cirúrgico. Contudo, nos casos associados à infertilidade, a alternativa mais eficaz é a cirurgia citorredutora, com a remoção do endométrio que se instalou fora do útero. Após o procedimento, as chances de gravidez crescem, em média, 50%. “Preconizamos a cirurgia inicial completa com a remoção de todos os focos de endometriose visíveis. Isso, com certeza, diminui a necessidade de novas cirurgias”, lembra Claudio Crispi. Quanto mais jovem for a paciente, melhores tendem a ser os resultados do tratamento. Mulheres com mais de 35 anos e infertilidade devem

Casais que tentam engravidar durante um ano, sem sucesso, devem procurar o médico para investigar a possibilidade de infertilidade.

procurar o médico com urgência. Em casos mais graves, em que a cirurgia não é suficiente para restaurar a fertilidade, outra solução possível é a reprodução assistida, com procedimentos como inseminação artificial ou fertilização in vitro.

Outros sintomas Comprometimento funcional intestinal – diarreia, constipação e sangramento ao evacuar também podem ser sintomas da endometriose;

Endometrioma de ovário – quando a endometriose se instala nos ovários, dá origem a cistos que dificultam a ovulação e podem estar ligados à infertilidade;

Dor durante a relação sexual – também conhecida como dispareunia, a dor no ato sexual pode acometer até 30% das pacientes;

Disfunção urinária – já ao se instalar na bexiga, o problema pode provocar aumento no número de micções, dor e sangramento ao urinar e, ainda, afetar o funcionamento dos rins.

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MARCOS PIEDADE ‘O mais importante é gostar de cuidar do ser humano’

C

om quase 35 anos de formado – 30 deles dedicados aos pacientes do Hospital São Vicente de Paulo – Marcos Piedade nunca teve dúvidas: desde a adolescência, sabia que seu destino estava ligado ao exercício da Medicina. E se o amor pela profissão veio assim, tão cedo, a escolha pela Cirurgia Vascular também não demorou a chegar. “Foi uma paixão quase que imediata, logo no terceiro ano da faculdade”, lembra o especialista. Pai de dois filhos, Piedade mantém uma rotina simples, entre os atendimentos no HSVP e em seus dois consultórios. Admirador da boa música, afastou-se do violão para dedicar mais tempo ao trabalho. “A Medicina é uma senhora exigente e possessiva”, brinca o médico, que não esconde o orgulho de uma vida focada no bem-estar dos seus pacientes.

Revista do HSVP: Como começou a sua história com a Medicina? Marcos Piedade: Na verdade, foi por volta dos 15 anos. Eu estudava no Colégio São José e tinha que escolher entre o científico (atual Ensino Médio) em Engenharia ou Ciências Biológicas. Esse é um modelo muito interessante, muito usado hoje na Europa. E acho que foi ali que eu decidi. Na faculdade, a primeira matéria que eu fiz no ciclo clínico, na Santa Casa de Misericórdia, foi Cardiologia (6ª Enfermaria), onde um dos meus professores foi o Munir Murad. Fiquei fascinado. Mas a segunda matéria foi Angiologia e, aí, foi uma paixão quase que imediata. Durante três anos, do 3º ao 5º ano do curso médico, passei

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a acompanhar um dos precursores da Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, Antônio J. Monteiro da Silva, com quem muito aprendi. Revista do HSVP: E o que o encantou, naquele momento, na Cirurgia Vascular? MP: O que mais me encanta na Cirurgia Vascular, até hoje, é a arte desenvolvida no ato cirúrgico. É um trabalho minucioso. Uma cirurgia de carótida, uma cirurgia de aneurisma, por exemplo, são procedimentos que envolvem muita arte. A atividade cirúrgica é de um imenso prazer, mas também traz uma dose de estresse e adrenalina. Por isso é importante gostar do que se faz. Revista do HSVP: O senhor teve algum professor ou colega que o inspirou em sua carreira? MP: Eu fiz o internato e a residência em Cirurgia Geral no Hospital da Polícia Militar. Lá, eu conheci o Dr. Henrique Murad, que é a pessoa que eu tenho como meu grande mestre, uma das maiores vocações médicas que eu já vi. Depois da Ci-


CIRURGIÃO VASCULAR rurgia Geral, fiz com ele a residência em Cirurgia Cardiovascular. Sob seu comando, Paulo Albuquerque (atual Chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do HSVP), Allan Queiroz e eu viemos juntos para o Hospital São Vicente de Paulo, em 1982.

ser humano, de ajudar o ser humano. A tecnologia é muito importante, mas ela é aplicada em cima de um ser humano, por outro ser humano – não tem como fugirmos disso. O protagonista da história deve ser sempre o paciente.

Revista do HSVP: Qual foi o momento mais marcante da sua trajetória no HSVP?

Revista do HSVP: Que conselho o senhor daria para um jovem que pretenda seguir carreira em Medicina, como a sua filha?

MP: No HSVP, tive muitos casos interessantes, impressionantes até; mas o que mais me marcou aqui foi a identificação que eu tive, desde o começo, com o Hospital. Esse é um hospital que, além de bem aparelhado, tem um Corpo Clínico impressionante, de um nível técnico excelente, que tem uma maneira humanizada de encarar a Medicina. A gente observa muito isso no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) daqui, que tem pessoas muito experientes. No HSVP, sempre me senti em casa. Revista do HSVP: Ao longo desses 35 anos de profissão, o que mais mudou na área da Cirurgia Vascular? MP: A novidade mais importante aconteceu nos últimos 10 anos e foi a mudança do padrão técnico da cirurgia convencional para a cirurgia endovascular, com o uso de cateteres. Essa foi uma modificação muito importante tanto na Cardiologia quanto na Cirurgia Vascular. A cirurgia endovascular é uma técnica muito interessante porque é menos agressiva, simplifica a forma de tratar e oferece uma morbidade menor. Muitos casos passaram a ser resolvidos por meio de cateterismo, em lugar das cirurgias convencionais.

MP: Acho que a vocação médica é uma coisa que a pessoa pode desenvolver um pouco, mas que ela já tem quando nasce. Para aqueles que possuem esse dom, eu diria que o fundamental é estudar muito, continuar sempre se atualizando e nunca perder o foco no paciente. Revista do HSVP: Quais são os seus planos para os próximos anos? MP: Tenho horror a me aposentar, é uma coisa que me assusta um pouco. Espero continuar trabalhando pelo menos uns 10 anos porque, quando eu parar, sei que vou sentir uma falta muito grande do contato com os pacientes e com os colegas. Quando eu me aposentar, talvez eu volte ao violão, que eu deixei um pouco de lado para me dedicar melhor à Medicina. Já pensei em várias coisas para essa fase da vida, até em escrever um livro sobre as histórias interessantes que tenho vivido na profissão. Eu já plantei uma árvore, tive dois filhos maravilhosos. Enfim, só falta o livro.

Revista do HSVP: A Cirurgia Vascular tem uma relação muito estreita com as inovações tecnológicas em Saúde. O que é mais importante: a aparelhagem moderna ou a proximidade com o paciente? MP: Vou responder a essa pergunta contando uma história. A minha filha se formou em Medicina e está no segundo ano de residência. Ela não quis fazer Cirurgia, preferiu escolher uma especialidade Clínica. E, quando ela estava se formando, eu comecei a me questionar qual seria a característica mais importante para a atuação médica. Eu pensei muito nisso. E cheguei à conclusão de que a coisa mais importante é gostar de cuidar do

Angiografia

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Novas tecnologias ajudam a controlar o Diabetes

U

m levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta: 366 milhões de novos casos de diabetes devem ser diagnosticados, em todo o mundo, até 2030. O diagnóstico marca apenas o início de uma série de mudanças na rotina dos pacientes; a fim de manter a taxa de glicose em padrões adequados, é preciso controlar a quantidade de carboidratos ingeridos, calcular doses de insulina e coordenar os horários de medicamentos, entre outras tarefas. Para facilitar esse acompanhamento, já é possível contar com aplicativos para celulares, notebooks e tablets, muitos deles gratuitos. A maioria dos programas disponíveis para Android e IOS – os sistemas operacionais do Google e da Apple, respectivamente – estão em inglês e contam com diários de controle de glicose, que podem ser conectados aos monitores digitais já utilizados por muitos pacientes. Segundo a endocrinologista do Hospital São Vicente de Paulo, ReDra. Renata Sacramento nata Sacramento, essa funcionalidade é uma das mais úteis. “Por meio do monitoramento frequente podemos detectar episódios de hipoglicemia, que pode levar a sintomas desde sonolência, tonteira, até casos de convulsão, dano cerebral, coma e morte. Além disso, o médico pode detectar e combater alterações bruscas de glicemias ao longo do dia, o que chamamos de variabilidade glicêmica”, explica a especialista. Outras funcionalidades comuns incluem programas de exercícios, sugestões de cardápio saudável e até uma rede social específica para que pacientes diagnosticados com diabetes troquem experiências. Entre os principais aplicativos gratuitos estão o Glucose Buddy, que rastreia os números de glicose e insulina, o Companion MySugr, que funciona como um diário, e o Diabetes Pal, que registra também a pressão arterial, o peso e a duração do sono. Em português, as opções mais acessadas são o GlicoCare e o Minsulin, este último disponível apenas para IPhone, que fazem

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controle de glicemia, contagem de carboidratos, geram gráficos semanais e possuem alarme para medicação. Juntos, esses aplicativos já ultrapassam 250 mil downloads no mundo.

Monitoramento é fundamental O diabetes é uma doença crônica que pode estar relacionada a diversos fatores, como obesidade, sedentarismo e má alimentação, e se caracteriza pela falta de produção de insulina, ou pela incapacidade da insulina de exercer sua função no organismo do paciente. A fim de evitar complicações, que podem incluir amputações, cegueira irreversível e doença renal crônica, o diabetes deve ser tratado e monitorado constantemente – seja por meio de novas tecnologias ou das ferramentas tradicionais. “O controle do tratamento pode ser feito mesmo da forma convencional, em folhas de papel. Esses dados ajudam o médico a observar as modificações do organismo ao longo do dia, analisar as médias das glicemias e seus horários mais comuns de picos”, ressalta Renata. A endocrinologista do HSVP reforça que apenas o acompanhamento feito em casa, mesmo utilizando os aplicativos mais completos, não pode substituir os encontros com o especialista. “Os dados e os gráficos gerados pelos aplicativos devem ser usados para favorecer a comunicação entre médicos e pacientes. Para, efetivamente, evitar a progressão do diabetes, o acompanhamento especializado é obrigatório”.


Saúde ocular Você sabe como cuidar dos seus olhos? Foi para orientar a população sobre essa questão que o HSVP promoveu, no dia 23 de maio, a palestra gratuita Olhos: o que devemos saber?, com Renata Rezende, doutora em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em córnea e doenças externas pelo Hospital Wills Eye, da Universidade de Thomas Jefferson, na Filadélfia (EUA). No encontro, a médica abordou as formas de prevenção e tratamento dos principais problemas que acometem os olhos, como o glaucoma, a catarata, as conjuntivites, entre outros, além de esclarecer as dúvidas dos participantes.

Semana da Enfermagem Nos dias 12, 13 e 14 de maio, o Hospital São Vicente de Paulo realizou, em seu Centro de Convenções, a tradicional Semana da Enfermagem. Durante os três dias, enfermeiros, profissionais da área de saúde e estudantes discutiram novas tendências e perspectivas na assistência aos pacientes em diversas especialidades. O evento abordou os princípios da técnica com os profissionais que atuam nos hospitais, com foco na melhoria do atendimento e na segurança do paciente.

HSVP investe em equipamentos de proteção de última geração

I

nvestir no bem-estar dos trabalhadores: esse é o objetivo do Serviço em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), do Hospital São Vicente de Paulo. A equipe acaba de adquirir dois jogos de macacões, balaclavas, luvas isolantes e capacetes com visor especial, contra choques elétricos. A vestimenta isolante e antichamas, feita com materiais específicos para proteção térmica, é uma das tecnologias mais avançadas em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), e está disponível em poucos hospitais. O HSVP comprou ainda calçados antiderrapantes, luvas e óculos de proteção, respiradores com filtro contra substâncias químicas, entre outros materiais. “A empresa que investe em EPIs, principalmente os mais modernos (com Certificado de Aprovação em dia), está, em primeiro lugar, preocupada em proteger a integridade física do colaborador. Como consequência, esse cuidado pode reduzir o absenteísmo devido ao afastamento por doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho”, explica o engenheiro de Segurança do Trabalho Marcus Porto, responsável pelo SESMT. Ainda segundo Porto, o uso correto de EPIs e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), como extintores de incêndio, reflete em uma redução de até 80% dos acidentes de trabalho.

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