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O CATÁLOGO realizado PARA O PGD “MANTENHA DISTÂNCIA o desenvolvimento de um catálogo de exposição para a artista CLAUDIA BARBISAN”


documenta a exposição “Mantenha Distância” de Claudia Barbisan ocorrida no Espaço Cultural - ESPM - SUL de 10 de Novembro de 2013 a 15 de Março de 2014.

Equipe geral da exposição Claudia Barbisan e Richard John

Montagem e expografia Nelson “Feijão” Rosa Projeto gráfico do catálogo Flavia Schwantes Créditos fotográficos do catálogo Richard John p. 02 - 05, 08 - 23, 26 - 28, 41 - 45

Denise F. Adams p. 50 - 55

Fábio del Re p. 07, 24 - 25, 43

Acervo pessoal da artista p. 59


SUMÁRIO


08 10 12 18 22 26

Dedicatória Resumo Introdução Justificativa e objetivos Metodologia Desenvolvimento projetual

28 Problema, definição e componentes do problema 28 Coleta e Análise de dados 29 34 41 48 57

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Análise das obras da artista Análise dos catálogos de espaços de arte nacionais Análise gráfica dos elementos obrigatórios do catálogo O Público

Criatividade

62 65 69 71 74

76 80

Histórico de materiais gráficos da artista Claudia Barbisan

Painel temático Desenvolvimento de cenários Diretrizes do projeto Estudos digitais Estudos manuais

Materiais e tecnologias Experimentação e modelo I

82 Pré-verificativa 84 Resultado pós qualificação

86 98

Geração de novas ideias Materiais e tecnologias II


SUMÁRIO


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Experimentação e modelo II

106 Testes manuais 108 Testes digitais 113 Pré verificativa pessoal e produção do boneco editorial

120 126 134 146 150

Verificativa Desenho de construção Solução final Considerações finais Referências


Dedicat贸ria


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Ă€ Claudia Barbisan por realizar um trabalho inspirador o qual me despertou a vontade de documentar com muito cuidado e carinho. TambĂŠm por ser sempre disponĂ­vel, interessada e afetuosa durante todo o processo. Em especial aos meus pais e amigos por terem me dado apoio durante todo o desenvolvimento deste trabalho.


Esse projeto de graduação em design (PGD) teve como objetivo a realização de um catálogo de exposição para a artista Claudia Barbisan, amparado pelos fundamentos do design editorial.


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A artista oriunda de Porto Alegre, ainda mora e trabalha na cidade e esteve em exposição no Espaço Cultural da ESPM – SUL em 2013 com “Mantenha Distância”.A primeira etapa do projeto compreendeu o desenvolvimento de um plano de marketing para a artista, a partir do qual foram estabelecidos os norteadores de projeto. Também nesta fase inicial foi realizada a fundamentação teórica que deu conteúdo ao projeto. Em seguida, as etapas projetuais foram desenvolvidas segundo a metodologia de Bruno Munari e incluem, entre outras, as etapas de coleta e análise de dados, criatividade, seleção de materiais e tecnologias, experimentação, verificação e desenhos de construção. O texto descreve as atividades desenvolvidas e os resultados obtidos em cada etapa, bem como apresenta as diversas analises realizadas para a obtenção do conceito final de projeto.

Palavras - chaves: Design Editorial; Artes Visuais; Catálogo de exposição; Claudia Barbisan.



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Quando um artista lança uma nova exposição e coloca suas obras de arte à venda seu trabalho pode ficar vulnerável à algumas maledicências do mercado da arte, muitas delas decorrentes da falta de documentação a respeito das obras ou da exposição o que pode vir a colocar em dúvida sua autoria, deixá-la suscetível a plágios ou até mesmo permitir que ela desvalorize-se ao longo dos anos. Além disso, a arte é uma parte fundamental da nossa história e como tal merece a documentação necessária. (SALDANHA, 2006). Newark (2009) afirma que o design é a mais universal de todas as artes e é, principalmente, a quem tem o poder de classificar e fazer com que as empresas ou objetos sobressaiam-se uns dos outros. O autor ainda assegura que interagimos com o design diariamente através dos mais triviais elementos como maços de cigarros, sinalizações de trânsito e bulas de medicamentos. A partir desta informação podemos compreender que o design também se encontra nos livros, revistas e, até mesmo, nos catálogos que lemos, os quais serão o foco deste trabalho. O manual da ADG (2000) conceitua o design editorial como a área de atividade do design que trabalha em contraponto com a de identidade corporativa. Já que além de poder projetar símbolos e logotipos, o design gráfico editorial leva em consideração aspectos gráficos e organizacionais como tipologia, hierarquia e sistemas de informação, entre outros elementos, para projetar livros, revistas e jornais. O design editorial auxilia o designer a desenvolver qualquer publicação, já que ele se detém a cada aspecto de sua feitura, desde o tamanho das páginas até em como será a capa, a forma mais confortável para segurar a publicação durante a leitura, além de também se preocupar com os aspectos finais, como acabamentos e impressão. (LUPTON, 2008) A responsabilidade de um designer que desenvolve o trabalho editorial é voltada ao autor da obra, uma vez que ao ler o texto o designer deve traduzir e decodificar a palavra escrita em forma de imagem dando uma face ao conteúdo, e ao leitor, já que deve despertar a vontade de desvendar o que se esconde nas páginas através do estímulo visual (KIDD, [2012]). Quando se fala em editorial nos dias de hoje há uma forte desavença entre os defensores do editorial impresso ou digital. De acordo com o designer de livros Chipp KIDD (2012) há muito benefícios ao se utilizar os meios digitais como a praticidade, facilidade de acesso e a leveza dos e-readers, no entanto, quando temos um e-book¬ perdemos parte da tradição histórica e da experiência tátil, sensual e, até mesmo, humana de sentir um livro pela primeira vez. Para a empresa Print Power (Disponível em. http://www.printpower.eu/ pt/porque-os-media-impressos/porque-os-media-impressos-2/porque-devem-osmedia-impressos-fazer-parte-da-sua-estrategia-de-comunicacao) a comunicação impressa possui todas as propriedades do meio ideal, já que pode ser consultada facilmente, é cativante, versátil, criativa e, principalmente, podem ser desenvolvidos em versões individuais e personalizadas em especial para títulos cujo conteúdo foi construído para um leitor específico. Além do mais, ao folhearmos uma edição

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impressa, estamos focados nas informações da página, prestando maior atenção aos detalhes, ao contrário dos meios digitais no qual sofremos diversas influências e raramente realizamos uma atividade por vez. Para a empresa Print Power (Disponível em. http://www.printpower.eu/ pt/porque-os-media-impressos/porque-os-media-impressos-2/porque-devem-osmedia-impressos-fazer-parte-da-sua-estrategia-de-comunicacao) a comunicação impressa possui todas as propriedades do meio ideal, já que pode ser consultada facilmente, é cativante, versátil, criativa e, principalmente, podem ser desenvolvidos em versões individuais e personalizadas em especial para títulos cujo conteúdo foi construído para um leitor específico. Além do mais, ao folhearmos uma edição impressa, estamos focados nas informações da página, prestando maior atenção aos detalhes, ao contrário dos meios digitais no qual sofremos diversas influências e raramente realizamos uma atividade por vez. Os catálogos são um copilado de informações e fotografias bem organizadas e dispostas que podem estar à serviço da venda, no caso dos catálogos de produtos, da organização e informação, como os catálogos de acervo de bibliotecas ou os presentes em lojas nos quais é possível observar toda a linha de produtos, da divulgação, como é o caso dos catálogos de moda, ou, no caso dos catálogos de arte, eles podem estar à serviço da documentação histórica e valorização dos artistas. (ESAAK,2010) Segundo a historiadora e curadora Shelley Esaak (2010), ao longo dos anos os catálogos evoluíram de simples listagens de acervo em preto e branco para publicações documentais projetadas editorialmente que se ramificam entre catálogos de leilão, raisonnés , coleção e exposição, todos com o objetivo de valorizar e agregar valor ao artista. Os artistas não são contratados de galerias ou museus e realizam seu trabalho de forma independente em seu atelier. Logo, até que ele seja convidado por um espaço de arte para a realização de uma exposição ele será considerado e valorizado pelo mercado da arte, afirma o historiador e escritor John Cage (2012). A principal função dos catálogos desenvolvidos durante ou após uma exposição é a de eternizar este momento na carreira do artista, através de uma publicação que pode ser o único registro de uma exposição, comprovando o valor da artista frente ao mercado, aos outros artistas e despertando o interesse de curadores, potenciais compradores e leiloeiros e merchants. (ESAAK, 2010). Com a chegada da era digital, alguns museus têm disponibilizado seus catálogos de exposição online, maneira extremamente criticada por artistas e curadores, já que o catálogo é projetado para ser um produto de longa durabilidade (CAGE, 2012). Segundo o artista Richard Horvath (2010), as fotografias das obras em alta-qualidade e os textos desenvolvidos e contextualizados por curadores ou historiadores que os catálogos impresso proporcionam são a melhor maneira de fruir as obras de arte quando não é possível estar fisicamente na exposição. Horvath, ainda, menciona que é mais satisfatório ler um catálogo bem produzido, desenvolvido e impresso do que olhar imagens digitais e textos abreviados com linguagem direcionada para a internet.

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Para Shelley Esaak (2010) os catálogos de exposição com suas fotografias, textos de curadores ou historiadores fornecem informação histórica, física e biográfica que coloca a exposição e seu tema em contexto, mesmo anos após o término desta, quando as obras já foram entregues aos compradores ou autores, imortalizando-a na história. Claudia Barbisan vive e trabalha em Porto Alegre. É mestre em Poéticas Visuais com ênfase em pintura pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS. Entre suas exposições destacam-se o 9º Salão de Artes Plásticas no MARGS - Porto Alegre (1990); 13º Salão Nacional de Artes Plásticas - Rio de Janeiro (1994), e a 5ª Bienal Internacional de Artes Plásticas - Chile (1995; Salão Arte Pará - Fundação Rômulo Maiorama. No ano de 2008 Claudia foi premiada com o IV Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, com a exposição Vem me Ver, no Espaço Cultural da ESPM – Sul. (Disponível: http://www.galeriamamute.com.br/#!claudia-barbisan/chgz). Apesar da extensa carreira da artista e de sua clara importância para o mercado regional Claudia não possui publicações ou documentos oficiais, como catálogos e certificados, que documentam e eternizam sua obra. Partindo do princípio da proteção da memória e buscando aproveitar a característica pessoal, interativa e colecionável que os editoriais impressos proporcionam para os catálogos de exposição, este trabalho visa desenvolver um catálogo de exposição, amparado pelos elementos do design editorial, para a documentação da exposição Mantenha Distância da artista Claudia Barbisan, ocorrida em de Novembro de 2013 a Março de 2014, no Espaço Cultural da ESPM - SUL.

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justifi cativa e objetivos


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Para o curador Romero Pimenta (2011), a catalogação de obras é necessária tanto de um aspecto cultural como mercadológico. Em primeiro lugar, ao desenvolver-se um catálogo de exposição, leva-se em consideração a “proteção artística”. A palavra que define uma exposição ou performance artística é “efemeridade”. Uma exposição pode habitar diversos museus e galerias mundiais, mas por apenas um curto período de tempo. Logo, o catálogo de exposição apoiado de fotografias fidedignas e de textos curatoriais que contextualizam tanto artista, quanto o momento pelo qual o mundo passava no momento da exposição, dando o devido valor e reconhecimento histórico ao artista e às obras de arte. Além disso, Pimenta (2011) afirma, ainda, que outra vantagem da documentação e catalogação de obras é o lado mercadológico, já que uma exposição, artista ou obra que já foi citado em editoriais adquire valor no mercado de forma que artistas que tem um projeto de identificação de sua obra acabam sendo preferidos pelos colecionadores, já que oferecem segurança de investimento. O artista e pesquisador de história da arte Richard Horvarth (2010) afirma que o melhor conteúdo para estudos específicos sobre artistas e historia da arte podem ser encontrados em catálogos especiais. Levando isto em consideração e como foi apontado no plano de marketing realizado para este trabalho a artista Claudia Barbisan não possui documentação formal à respeito de sua obra. A artista que iniciou sua carreira de exposições em 1989 possui alguns materiais, com livro de artista e alguns portfólios desenvolvidos por ela própria que mostram-se deficientes já que nem todos apresentam todas as informações que seriam importante a respeito dela e de sua obra. Desta necessidade justifica-se a criação deste documento. Além disso, a artista tem um trabalho com potencial para realizar exposições além das regionais, porém o mundo da arte é repleto de pequenos empecilhos e cada vez mais a questão da validação artística está conectada com o nome do artista em alguma publicação. Este trabalho também busca aumentar os conhecimentos pessoais da artista em relação ao design editorial e como este pode ser uma ferramenta de diferenciação quando aliado com a arte. À respeito dos catálogo de exposição não há muitos materiais publicados, em parte porque, de forma geral, estes não são livros os quais são desenvolvidos com esmero ou o cuidado necessário. Logo este trabalho também busca incrementar a bibliografia que une arte e design, duas áreas muito próximas, que quase nunca são trabalhadas unidas. Portanto este trabalho além de compreender, busca agrupar e organizar conteúdos sobre os catálogos de exposição e design editorial. Aproveitando estas informações e oportunidades este trabalho servirá para que se possa conhecer um pouco mais sobre as novas tecnologias do desenvolvimento do objeto livro e explorar como ela pode aplicar-se ao universo dos catálogos de arte amparado pelos conceitos de design editorial.

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OBJE


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Assim enriquecendo o portfólio e memória das obras da artista Claudia Barbisan e aperfeiçoando os conhecimentos da autora do projeto à respeito das áreas anteriormente citadas.

Logo, o trabalho pretende solucionar o seguinte problema:

Como desenvolver um catálogo de exposição de arte para a artista Claudia Barbisan, de acordo com os conceitos de catálogos utilizados no mercado da arte atual? O objetivo geral deste trabalho é o de Desenvolver um catálogo de exposição para a documentação da exposição Mantenha Distância de Claudia Barbisan, amparado pelo mercado editorial adequado ao mundo da arte.

Os objetivos específicos para este PGD são:

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Desenvolver um Plano de Marketing para a Artista Claudia Barbisan; Pesquisar sobre a história e importância dos catálogos na arte; Conceituar os diferentes elementos que constituem o Design Editorial; Pesquisar tecnologias necessárias para a impressão em alta qualidade e em diferentes materiais e de construção do objeto livro; Criar o catálogo de exposição.

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Para o desenvolvimento deste projeto será utilizada a metodologia projetual de Bruno Munari, como consta em seu livro: Das Coisas Nascem Coisas, 2008. Neste livro Munari aborda o método como uma série de operações, dispostas em ordem lógica, as quais devemos seguir a fim de chegar a um melhor resultado com o menor esforço para alcança-lo, tornando o ato de projetar fácil para quem o domina. O diagrama das etapas de Munari está expresso na figura abaixo.

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O método de Bruno Munari divide-se em doze etapas. A primeira delas é o Problema o qual deve ser expresso como uma pergunta precisa. Em seguida há a Definição do Problema etapa que deve ser compreendida como a delimitação clara do trabalho. A seguir há os Componentes do Problema momento no qual se especificam os subproblemas. Posteriormente inicia a etapa Coleta de Dados na qual pesquisa-se o maior número de informações possível relacionada aos componentes do problema e, logo em seguida realiza-se a Análise de Dados na qual aprofunda-se nas informações recolhidas selecionando o que poderá agregar ao projeto. Ao fim das etapas de definição e pesquisa, começa a etapa denominada Criatividade que resultará no desenvolvimento do projeto através das referências, estudos e análises anteriormente estudadas. A etapa que analisa as tecnologias e materiais necessários fazendo ajustes ao projeto é chamada de Materiais e Tecnologias e tudo que for analisado e escolhido nesta etapa é posto à prova na fase seguinte chamada de Experimentação. Quase se aproximando do resultado final é necessário verificar se o material até aqui estudado e produzido está resultando no que é esperado, logo há a fase de Verificação que pode ser realizada através de pesquisas e questionários. Se o resultado da verificação for satisfatório parte-se para o Desenho de Construção, etapa na qual desenvolvemse protótipos e mockups. Por fim, comunicam-se todos os dados técnicos e é chegada à Solução, fase final e de conclusão do projeto, que deve estar alinhada com tudo que foi evidenciado anteriormente. Em conclusão, considera-se a metodologia de Munari adequada para a proposta da criação de um catálogo de arte. Visto que um dos objetivos específicos deste trabalho é de aprofundar-se nas questões de produção gráfica e novas tecnologias, é possível salientar que as etapas de Coleta e Análise de dados, assim como Materiais e Tecnologia, seguidos da Experimentação, terão um valor mais expressivo para a autora e para a solução final do trabalho.

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desen volvi mento projetual


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Este capítulo apresenta o desenvolvimento e a solução para um dos problemas levantados no plano de marketing realizado para a artista Claudia Barbisan. Uma das estratégias sugeridas para o ano de 2015 é a de desenvolver um catálogo de exposição que documente a obra recente da artista exibidas na exposição “Mantenha a distância” de 2014. A estratégia de desenvolver um catálogo apoiado pelos conceitos do design editorial e produção gráfica que irá auxiliar a artista a aumentar seu faturamento, além de documentar sua obra e que a tornará melhor vista frente ao mercado da arte. O projeto de criação do catálogo contemplará todas as etapas necessárias de pesquisa e análise da metodologia de Bruno Munari até que a solução mais adequada seja encontrada. Problema Como aplicar a metodologia de Bruno Munari no desenvolvimento de um catálogo de exposição amparado pelos conceitos de design editorial e produção gráfica que esteja alinhado com a linguagem contemporânea da artista? Definição do problema Este projeto de desenvolvimento de publicação amparada pelo design editorial a ser lançado em 2015 deseja afirmar os conceitos de contemporaneidade exposta nas obras da artista adequando os elementos visuais do design editorial à produção do catálogo. O projeto também deseja fazer uso dos conhecimentos da produção gráfica para que seja possível representar de forma mais fiel possível as cores e texturas das obras no formato impresso. Componentes dos problema Para desenvolver o catálogo de exposição para a artista Claudia Barbisan devem ser contemplados os seguintes processos: Levantar dados e analisá-los para gerar hipóteses conceituais e criativas; Definir os elementos visuais e gráficos que estejam alinhados com a produção dos catálogos e da artista; Conceituar e projetar graficamente um catálogo que esteja alinhado com a linguagem da artista e do mercado, tanto como alinhado com os conceitos de design editorial. Coleta e Análise de dados Este capítulo consiste em apresentar o resultado das pesquisas realizadas sobre assuntos pertinentes relacionados ao universo da artista Claudia Barbisan e de suas obras. A Coleta e Análise de dados são etapas essenciais do planejamento do projeto, para que seja possível alcançar uma solução adequada às necessidades da artista. É necessário o conhecimento de seus materiais gráficos já existentes, bem como a linguagem de suas obras, referências pessoais e expectativa do público em relação ao trabalho da artista, além da expectativa geral de um catálogo de exposição.

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Histórico de materiais gráficos da artista Claudia Barbisan Em conversa informal com a artista foi compreendido que ela sempre manteve sua atenção e produção às obras de arte e não se envolveu profundamente em materiais ligados ao seu nome. Claudia nunca buscou um designer, nem foilhe oferecido este serviço, com o objetivo único de desenvolver um catálogo ou material gráfico especial para uma exposição específica. Durante os anos nos quais foi coordenadora do Espaço Cultural ESPM – SUL a artista produzia os convites para as exposições com o auxílio dos estagiários de Design que trabalhavam em conjunto com ela, porém estes materiais eram sempre realizados para outros artistas e mesmo quando ela esteve em exposição no local durante os anos 2008 e 2013 não houve a produção de materiais além do convite. No ano de 2010 ela produziu um portfólio próprio que ela realizou com tiragem muito pequena já que o material era completamente hadmade. “O único material mais design que eu produzi foi à mão com capa e miolo de folhas coloridas. É meio tosquinho e pequeno” (BARBISAN, 2014). A análise deste material foi realizada a partir de perguntas levando em consideração as informações de design editorial apresentadas no capítulo de fundamentação teórica deste trabalho, já que a artista não havia localizado este documento em sua biblioteca pessoal. Segundo a artista este portfólio possuía um formato mais próximo do quadrado, que ela julga confortável de segurar e observar, porém como as obras possuem diversos formatos nem todas estavam bem acomodadas. Também foi observado através de conversa com a artista que o tamanho deste material é muito pequeno e não valoriza os detalhes de material de pintura, como giz, pastel, bastão oleoso, etc, nem as cores utilizadas nas obras da artista. O tamanho pequeno também não está alinhado com os grandes formatos de pintura. Não é incomum que Claudia utilize telas de mais de 1 metro. Para a artista as páginas coloridas que foram utilizadas no miolo do livro estão alinhadas com a proposta de seu trabalho e que ajudam a dar ênfase e traduzir sua própria linguagem. Outro ponto positivo deste material é a neutralidade da capa e dos detalhes, como legendas, que não se sobressaem às obras. A finalização deste material era em encadernação que segundo a artista estava alinhado com a proposta deste livro handmade, mas é um material com o qual é necessário cuidado na utilização para publicações maiores ou catálogos já que o resultado pode acabar não sendo elegante e desvalorizar a publicação como um todo. Após a conversa com a artista à respeito deste material é possível assumir que este portfólio, realizado de forma totalmente informal, é um item que pode vir a tornar-se colecionável com o tempo, como acontece com alguns objetos de arte que são realizados de forma despretensiosa e em determinado momento adquirem valor de mercado ou emocional ao público, no entanto ele não é um documento de documentação histórica, como o catálogo de exposição. Quase ao final da realização deste trabalho a artista localizou este livro de artista e as fotos seguem a seguir.

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Livro de artista de Claudia Barbisan

Também foi localizado no acervo pessoal da artista um portfólio inteiramente branco, quadrado de tamanho 17 x 17 cm, em papel couchê que compilas pinturas, desenhos e intervenções realizados de 2008 a 2010.

Portfólio da artista de Claudia Barbisan

Este é sem dúvida um dos materiais com aparência mais profissional desenvolvido pela artista. O formato quadrado e o tamanho pequeno trazem uma simpatia e delicadeza ao objeto. Apesar de pequenino as imagens estão bem dispostas na mancha e as margens passam uma sensação de maior conforto ao olha. A fonte, infelizmente, é muito pequena e é necessário aproximar muito o livro dos olhos para que seja lido com melhor facilidade. A cor branca e neutra valorizou

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muito as obras da artista e utilização de obras com a mesma linguagem dividindo as páginas evitou que o layout parecesse vazio. O único aspecto no qual este portfólio da artista peca é na falta de maior documentação à respeito da artista, como seu currículo de exposições, ou até mesmo de professora, ou até mesmo um breve texto sobre os trabalhos que ali encontram-se. Ainda no ano de 2010 a artista realizou a exposição individual “Que isto fique entre nós” no Museu do Trabalho em Porto Alegre – RS. A exposição que contava com desenhos, pinturas, colagens e uma instalação foi documentada com um catálogo de pequeno formato realizado pelo próprio Museu do Trabalho e distribuído gratuitamente na vernissage da exposição em 05 de Março de 2010.

Catálogo da exposição “Que isto fique entre nós” (2008)

Como pode ser observado nas figuras acima o catálogo possuía capa preta com detalhes em cinza, branco e rosa. O acabamento foi feito em grampo e a impressão em papel fosco de gramatura baixa. Os acabamentos do catálogo realizado pelo Museu do Trabalho, como dobra grampo e papel de baixa gramatura podem não ser tão duráveis quanto se espera de um catálogo de exposição. O catálogo está documentando uma exposição temporária, logo este livro será a única comprovação quando as obras forem vendidas ou devolvidas ao artista, ou se por ventura algum desastre ocorra à obras, como extravio, roubo ou degradação. Segundo a artista (2014) a capa preta, os detalhes e a escolha da tipografia foram escolhida por estarem alinhada com os outros materiais de divulgação da exposição, como o convite, que foi realizado pelo Museu do Trabalho. Para Claudia é possível

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que a escolha tenha sido feita por gosto pessoal já que não há uma relação forte entre os elementos escolhidos e suas obras. O miolo do catálogo de exposição “Que isto fique entre nós” é um ponto positivo nesta publicação. As páginas dão ênfase às fotografias das obras em todas elas. Algumas páginas apresentam as fotografias estouradas e sangradas, permitindo que o leitor observe os detalhes das obras, como textura e as camadas de materiais utilizados pela artista. Outro ponto interessante é a disposição de “galeria” como algumas obras estão dispostas por este catálogo. Ao folhearmos as páginas nos deparamos com imagens sozinhas que ocupam a mancha gráfica por completo, em seguida imagens dispostas de acordo com a expografia da exposição, como se estivéssemos observando uma parede e outras ocupando meia folha ou com bordas. Esta disposição insinua escala e profundidade das obras. Apesar de bem estruturado imageticamente o conteúdo deste catálogo deixa a desejar, já que não há texto ou informações sobre curadoria, as imagens não possuem legendas, nem há um índice com detalhamento das obras. Durante a observação deste catálogo foi observado que as informações sobre a exposição, principalmente data de início, local, curadoria e, até mesmo, mais detalhes sobre a artista ou exposição são cruciais para que o catálogo cumpra seu papel. É possível encontrar informações na internet à respeito desta exposição, porém muitas são repetidas ou confusas, até mesmo datas e locais confundem-se em uma pesquisa online, as informações impressas no catálogo resolveriam algumas destas confusões. A artista possui também um blog hospedado no blogspot chamado de “Desenhos + Pinturas”. O blog foi iniciado em 2009 e possui diversas entradas apresentando os trabalhos da artista. As postagens do blog não estão atreladas a nenhuma exposição ou instituição e são um apanhado de trabalhos realizados desde 2004 até 2013. Este blog é a melhor forma de encontrar fotos em qualidade média e informações técnicas sobre as obras da artista (nome, ano, tamanho, etc). Apesar do blog ser um documento informal e pessoal da artista para a documentação e divulgação de suas obras foram notados alguns pontos interessantes no layout do site que poderiam vir a tornarem-se interessantes para a o catálogo da exposição “Mantenha Distância” (2014). A estética do blog foi decidida pela artista, mas não é de sua autoria tratase de um template pronto do próprio host site. O template é simples e neutro que possui um espaço razoável para as imagens, porém elas estão contidas dentro de retângulos que não parecem ter sentido para estarem ali. Um detalhe interessante à respeito do template do blog é a ausência de preto nas partes escritas. Todas as legendas das obras e escritos do blog estão em cinza, em contraponto aos retângulos que contêm as obras, os detalhes cinza conferiram maior leveza.

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Print screen do blog da artista (2014)

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A neutralidade em volta das obras e as legendas com uma fonte thin, unidas ao fundo branco são agradáveis aos olhos e harmônicas. Os elementos ajudam a destacar as cores das pinturas e desenhos e não há excesso de informações que impeçam a fruição das obras. É possível ampliar as imagens do blog clicando nas mesmas. O que se vê assim como o catálogo da exposição “Que isto fique entre nós” (2008) são as imagens em grande escala que permitem que o espectador note detalhes da pintura e se envolva mais com a obra do que quando ela está em tamanho pequeno. A volta da obra é completamente neutra com uma leve transparência e não há legendas na volta. Neste caso a ausência de legendas não se torna um problema de documentação já que ela encontra-se na miniatura da obra na página principal do blog. Após a observação dos materiais disponíveis sobre o trabalho da artista foi possível concluir que o catálogo deverá, além de enfatizar as obras, dando destaque com boas fotografias para as cores e texturas de cada quadro, também buscar diferenciar-se através do conteúdo, trazendo maiores detalhes sobre a artista e sua trajetória. A união entre as obras e o conteúdo pode levar o leitor a envolver-se com o trabalho de Claudia e continuar acompanhando o trabalho da artista. Como foi comprovado através destas observações a neutralidade tipográfica e de fundos são fortes aliados para elevar as obras e transformá-las na parte chave do catálogo da exposição “Mantenha Distância”. Análise das obras de Claudia Barbisan Claudia Barbisan trabalha com pinturas, desenhos, colagens e intervenções artísticas, desde 1989. Para a diretora da Mamute Galeria, Niura Borges: “Se quisermos valorizar adequadamente o trabalho de Cláudia Barbisan, temos de admitir sua sofisticação; das sutilezas formais percebidas, até uma metalinguagem estabelecida. Sua autonomia estética se liga ao olho e a visão que seleciona e organiza um universo limítrofe entre o figurativo e o abstrato. O espectador deposita e acrescenta um olhar no que está sugerido formalmente pela artista. Esta autonomia estética se depura e se impõe hoje, nos proporcionando o mesmo prazer visual, acrescido agora de uma sensualidade no uso das cores que abriga e radicaliza uma maneira sua de ver a arte e de propô-la com pensamento plástico.” (BORGES, 2012)

Os quadros tratam de temas abstratos, sem compromisso com o aspecto figurativo, mas que podem vir a formar imagens e oferecer principalmente possibilidades de compreensão ao espectador. A maioria das obras possui título, alguns nonsense mas que aparentam serem pensados afundo o que eleva a curiosidade e complementa a obra da artista. “Onde começa um? Onde termina o outro? Proponho uma ruptura com questões visuais. Rótulos ou definições são deixados de lado, cabendo ao espectador dar sentido, ou não” (BARBISAN, 2013), diz a artista sobre sua própria produção. Aqueles que observam as obras sentem-se convidados a explorar os sentidos ocultos que elas escondem. Para alguns espectadores as obras de Claudia possuem uma profunda aura de mistério. (ALVES,2012).

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Painel de obras gerais de Claudia Barbisan (2008 - 2014)

Esta mistura de materiais resulta e um trabalho único e de fácil reconhecimento. A artista já trabalhou com diversos temas – do erótico ao kitsch, mas mantendo uma linguagem própria de cores e tamanhos. Foi possível notar a partir da observação dos trabalhos da artista que a utilização de materiais cotidianos não banaliza o trabalho. É possível notar e sentir muita elegância e um cuidado especial na produção das obras. Dada à forma como a artista dispõem os elementos de seus trabalhos e cada material utilizado resultam em um quadro altamente geométrico, leve e equilibrado. O resultado desta mistura de materiais, mais voltado à pintura, fica claro ao observamos o quadro “Ciclope” de 2010. As formas sólidas feitas de tinta acrílica e o giz criam o fundo da obra dando a sensação de fartura e de completo enquanto isso na camada de cima as imagens laranja de pastel oleoso e levemente aquareladas feitas em desenhos vazados conferem a leveza e criam recortes por entre os quais enxergamos o fundo e as misturas de cores. Para o artista e professor Richard John o que mais salta aos olhos no trabalho de Claudia é o seu “gesto” e dinamismo (JOHN,2014). Os quadros da artista são uma experiência também corporal já que os borrões e machas são fortes e feitos com segurança e firmeza, nada no quadro é estático ou sem ritmo. Muitas obras são tomadas de linhas que levam o olho até uma explosão, como o quadro Ribo Somos (2013) pela artista e que esteve em exposição na mostra “Mantenha Distância”.

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Ciclope,2010 - Claudia Barbisan

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Ribo Somos, 2014 - Claudia Barbisan

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Detalhe da obra “Galatéia” (2013)

Além das linhas quando é possível observar os quadros de perto notam-se detalhes de tintas que escorrem ou vazam, além de mais camadas de materiais. Alguns destes vazados e borrões são propositais e outros parecem provir de erro humano, de qualquer forma, estes detalhes reforçam ainda mais a gestualidade e intimidade do trabalho. Segundo a própria artista tudo isto pode vir de seu inconsciente já que para ela observar uma obra de arte é uma experiência que não mexe apenas na mente mas, também, no corpo. “Não é só olhar, mas mergulhar no trabalho. Tu mergulhas na arte e ela mergulha em ti, é muito intenso. Até a circulação sanguínea fica diferente. A emoção e a a percepção do trabalho fazem da arte uma experiência diferente.” (BARBISAN, 2012). Apesar de sua extensa produção em diversos temas, materiais e técnicas a exposição “Mantenha Distância” (2014) possuía ao total de 29 obras, entre delas algumas inéditas, de pintura e desenho grafite produzidos de 2009 – 2014. A partir da observação das fotografias das obras realizadas pelo artista Richard John no ano de 2013 durante a exposição foi possível notar que os formatos e tamanhos das obras escolhidas para a exposição variam em quatro grupos: quadrados, retangulares – verticais, retangulares – horizontais e indefinidos, como podem ser observados nas próximas imagens, com alguns exemplos de obras presentes da mostra de 2013.

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Exemplos de quadros de formato (1) indefinido, (2) Quadrados, (3) Retangulares - verticais, (4) Retangulares - verticais

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Além dos formatos que estão nestes quatro grupos, os tamanhos dos trabalhos também variam imensamente passando de mini - quadros de 15 x 21 cm até quadros de 160 x 120 cm. Todos os trabalhos desta exposição são feitos sobre superfícies como tela, papel e apropriação de outras telas. Os trabalhos ocupam totalmente a sua superfície, sendo raros aqueles nos quais enxergamos o branco da tela atrás, mas como comentando anteriormente as camadas e recortes com diversos materiais dão respiro, leveza, movimento e dinamismo. A assinatura da artista está sempre presente, feita à lápis, normalmente nos cantos. A assinatura com a cor cinza funde-se com a obra, mesmo que ainda legível, e torna-se um detalhe importante nos quadros de Claudia. Além da assinatura, foi possível observar um detalhe importante e muito pessoal da artista de seguir pintando as laterais da tela. Os quadros não simplesmente terminam na frente do espectador, eles possuem uma continuidade durante toda a lateral, tanto no canto superior como inferior, como no exemplo a seguir.

Quadro com o detalhe da lateral pintada (2014)

Por fim, aos observarmos as obras que fizeram parte da exposição “Mantenha Distância” é possível concluir que a cor é o elemento principal que une a série, separa ou cria uma ponte entre os elementos do quadro, criando, quase, um sistema com todos os elementos das pinturas de Claudia. As cores além de criarem sentido dentro da própria pintura ajudam a unificar a série de pinturas, já que muitas utilizam da mesma paleta. Como anteriormente citado a artista trabalha com a temática abstrata com alguns elementos figurativos, eventualmente, ou até mesmo com algumas manchas que lembram os vetores digitais, logo as camadas formadas pelas cores ajudam a criar profundidade nas pinturas. As cores vibrantes, unidas a gestualidade, são uma marca do trabalho da artista, não interessa o formato, o tamanho, material ou técnica, elas normalmente encontram-se presentes e em papel de destaque. Após a observação das obras gerais da artista e das obras que fizeram parte da mostra “Mantenha Distância” foi possível assumir que o catálogo de exposição deverá contemplar alguns elementos principais presentes nas obras de

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de arte, como os detalhes de gestos, manchas e hachuras são detalhes intensos do trabalho da artista. Além disso, a cor que é um dos canais principais de reconhecimento do trabalho da artista também deverá estar presente, seja criando um sistema de linguagem ou de organização. As camadas e os recortes formados pelas formas geométricas das obras também devem fazer parte do trabalho da artista e podem ser elementos que o design editorial toma como partido para mostrar o trabalho dentro da linguagem da artista. Por fim, é possível concluir que as obras são objetos totalmente autônomos que possuem força e vida própria, logo não é necessário que estejam amparados de diversas técnicas de design editorial para que possam fazer seu trabalho. Análise de catálogos de espaços de arte nacionais e concorrentes A fim de compreender o cenário atual da produção dos catálogos de exposição foi realizada uma pesquisa a partir da biblioteca do Centro de Pesquisa e História da Arte da galeria Acervo Independente de Porto Alegre, além de visitas ao lançamento de dois catálogos, um na Mamute Galeria e no Santander Cultural de Porto Alegre. A partir da observação dos catálogos foi possível compreender que há quatros grupos de catálogos diferentes, aqueles que são clássicos e tradicionais, normalmente ligados à uma instituição ou fundação, aqueles que são desenvolvidos pelos próprios artistas ou galerias e que são feitos por obrigação da documentação sem tirar proveito dos fundamentos do design editorial, catálogos desenvolvidos com o patrocínio de alguma empresa ou edital e publicações desenvolvidos de forma totalmente inusitada. Em sua vasta maioria, as galerias veem o catálogo de exposição como uma obrigação que deve ser cumprida durante o lançamento de uma nova mostra. Estes catálogos costumam ser de baixa tiragem e são distribuídos gratuitamente na vernissage da exposição ou em um evento especial, normalmente marcado algumas semanas antes do final da mostra, promovido como forma de divulgação para chamar o público a visitar a exposição. É possível perceber que os catálogos de exposição desenvolvidos dessa forma são feitos ou pelo próprio artista ou por alguém que trabalha na galeria de áreas que não o design o editorial, já que o produto final aparenta não ser pensado ou projetado, são apenas feitos. A falta de projeto fica clara na má utilização do grid, principalmente quando trata-se de exposições coletivas nos quais é necessário encaixar diversos artistas e obras em uma página devido as restrições de orçamento. O catálogo “Territórios” resultado da exposição coletiva de mesmo nome no Rio de Janeiro é um exemplo da má colocação de imagens neste tipo de catálogo.

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Catálogo da exposição “Territórios”.

Na página do catálogo “Territórios” as imagens das obras da artista estão colocadas apertadas e não é possível observar detalhes das obras, não apenas pelo tamanho, mas também pela baixa qualidade da imagem. O catálogo “Ando Sonhando” realizado pela artista Vera Junqueira com o apoio da Mamute Galeria, espaço cultural no qual a artista Claudia Barbisan possui obras no acervo, foi lançado no ano de 2014 e é um exemplo de outros problemas que este tipo de publicação possui já que tem uma série de detalhes inadequados à produção do catálogo. Há problemas de impressão no degrade da página que não é fluído, possivelmente pelo uso de programas não adequados para a produção editorial, como pode ser percebido na a seguir. Além disso, o formato unido ao material final mostrou-se inadequado para a leitura já que é muito longo e não se sustenta por si é preciso que ele seja encostado em algum móvel para que possa ser apreciado por completo.

Problemas do catálogo “Ando Sonhando” (2014)

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O formato da publicação também não valoriza as obras sendo necessário que algumas sejam diminuídas e cortadas para que estejam dispostas dentro da mancha. O papel brilhoso não beneficiou as fotos e ainda dificulta a leitura já que o menor raio de luz reflete e impossibilita que a fotografia ou o texto sejam lidos por completo. Os catálogos produzidos da forma como o “Ando Sonhando” acabam também pecando por conteúdo já que raramente possuem index final com o detalhamento das obras, nem legendas com tais dados. De forma geral os catálogos desenvolvidos por galerias ou artistas sem o auxílio de um profissional da área do design acabam formando um padrão, de formato, padrão e tipografia que não emociona, não diferencia e acaba não seduzindo o leitor ou deixando-o com vontade de guardar aquele exemplar. Os catálogos desenvolvidos dessa forma buscam apenas documentar a exposição, não buscam relação com a obra do artista. Também fazem parte dos catálogos distribuídos atualmente por artistas e galerias aqueles que são projetos vencedores de editais ou que conseguem patrocínio. Normalmente neste tipo de projeto o artista é auxiliado por um designer ou criativo busca o patrocínio de empresas ou editais do governo que entram com os custos do catálogo permitindo maio liberdade criativa e qualidade para a publicação. Os catálogos que possuem patrocinadores cedem um pequeno espaço no expediente ou ficha técnica para o logo do patrocinador ou fazem uma página de agradecimento. De forma geral estas publicações conseguem manter maior sofisticação e são melhores projetadas e pensadas. Muitos buscam a linguagem do artista, como o catálogo desenvolvido pela artista Rosane Ricalde. O catálogo desenvolvido por uma empresa de design com o auxílio da artista buscou ir atrás da linguagem vintage e homemade das obras que estavam em exposição, gerando uma publicação agradável de ler, de qualidade, com movimento e boas fotografias. Além de também ser repleto de conteúdo, há textos de curadores, há também o nome de todas as obras e um expediente completo dos participantes da exposição, desde a montagem até os serviços gerais, além dos devidos créditos de quem projetou o catálogo. Ao observarmos a publicação é possível constatar que o grid foi bem utilizado, já que tanto texto e imagem estão bem distribuídos e equilibrados. Os textos longos estão confortavelmente dispostos no grid e a imagens sangradas nas páginas permitem uma boa visualização mesmo que o formato do livro seja pequeno.

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Catálogo de Rosane Ricalde (2008)

De acordo com o professor Richard John a arte trata de uma sensibilidade sofisticada logo os materiais e suportes de um catálogo ou livro que lide com este assunto também deve ser (2014), logo o papel kraft da capa e a finalização em costura escolhidos para o catálogo da artista Rosane Ricalde podem estar adequado à linguagem arts and crafts da artista mas talvez não fossem tão bem vistos pelo público, já que o catálogo, tendo em vista sua característica de documentação, pede uma postura e materiais mais sério. É possível compreender que é interessante para o catálogo que o material não sobressai-se a obra do artista, mas que eleve-o. Ainda há aqueles catálogos que são realizados com materiais, formatos e conteúdos inusitados. Como o “Manual para Curiosos” realizado para a 9ª Bienal do Mercosul. Além do catálogo esperado para um evento como a Bienal, com as imagens das obras e textos de curadores e críticos, a publicação ainda possui uma tipografia própria, como pode ser vista em detalhe nas próximas figuras. A publicação também conta com uma série de pôsteres relacionados com as instalações interativas dos artistas, ilustrados, também, nas figuras que seguem.

Tipografia especial do “Guia de Curiosos da Bienal” (2013)

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Pôsteres do “Manual para curiosos” da Bienal (2013)

É possível perceber que muitos destes catálogos buscam o contexto da exposição ou algum detalhe muito importante e marcante do artista e desenvolvem o material embasado neste conceito. No entanto, esta técnica pode ser arriscada se o conceito estiver muito enraizado no conceito da exposição e não faça sentido para aqueles que não estavam presente. Alguns destes catálogos, desenvolvidos de forma mais livre, não estão atrelados aos materiais, suportes, tecnologias e podem vir a ser distribuídos gratuitamente nas galerias ou pelo próprio artista. São objetos que podem adquirir valor posteriormente, já que em alguns casos estão ligados à emoção do público e à ocasião no qual são distribuídos e são objetos um pouco raros, como o catálogo da Casa de Daros que documenta a exposição “For you” ocorrida em 2009 em Zurique e utiliza papel jornal e uma linguagem de jornal cool.

Catálogo “For You” da Casa Daros

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Apesar de serem apelativos emocionalmente em alguns casos não são atemporais ou podem perder seu sentido principal quando tirados do contexto. É preciso muito conteúdo de textos e uma ficha técnica completa da exposição e do catálogo para que ele não perca seu sentido e cumpra seu objetivo de marcar aquela exposição como algo que ocorreu de verdade. No caso da exposição de arte e tecnologia “For you” do catálogo apresentado na figura 93 a qualidade e detalhe das imagens não era o carro chefe, mas, sim os textos de explicação sobre os vídeos, já que o material era distribuído aos visitantes no inicio da exposição, c aso contrário o papel jornal não seria o papel melhor indicado já que é altamente absorvente e deixa as cores opacas (AMBROSE; HARRIS, 2009). Assim como os catálogos desenvolvidos para editais ou com patrocinadores é preciso tomar cuidado e usar os materiais e suportes com sensibilidade e elegância, em sintonia com o layout, já que materiais como papel jornal, papel kraft , não são materiais comuns a publicações duráveis ou finas. Além dos materiais, o formato pode ser decisivo para que o leitor guarde a publicação em sua casa. O catálogo desenvolvido por Tania Jungblut e Giancarlo Lorenci para a exposição “Música para os Olhos” de 2012 é um item interessante já que é em formato pôster e vem com detalhes para recortar, assim vocês pode ter a obra que viu na sua casa.

Detalhes para recortar “Música para os Olhos” (2012)

Porém este detalhe exigiu que a publicação fosse impressa num formato tão grande (41 x 31 cm) que o catálogo torna-se um objeto inconveniente de ser guardado em uma prateleira caseira.

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Por fim, há os catálogos clássicos e tradicionais que normalmente estão relacionadas a uma fundação ou espaço expositivo como o Iberê Camargo e o Santander Cultural. Costumam ser publicações nas quais as galerias investem, tanto tecnicamente quanto no conteúdo. Podem ter capa dura e outros bons materiais e suportes, boa qualidade de imagens, cores fiéis as obras do artista, além do conteúdo também ser bastante expressivo, com mais de um texto, pode ser um poético realizado por um artista e outro realizado por um crítico ou curador. O objetivo destes catálogos é o de documentar e eventualmente ser base para um raisonnés. Pelo fato de estarem ligados à instituições acabam seguindo um padrão já estabelecido pelo local que tem uma imagem e um padrão a zelar, logo, na maioria dos casos a linguagem acaba sendo do local e não a do artista. De forma geral são neutros e tradicionais e seu diferencial frente aos outros é sua qualidade e sofisticação. No entanto, este padrão não tem objetivo de eliminar a criatividade da publicação e normalmente nestas publicações os fundamentos do design editorial são utilizados das mais variadas formas para que dentro da mancha gráfica haja harmonia entre informações, padrão da galeria e linguagem do artista. Como é o caso do catálogo para a exposição “Moacyr Scliar – O Centauro do Bom Fim” realizado em 2014 pelo Santander Cultural de Porto Alegre. Por fora a publicação segue a aparência de uma publicação clássica, quase como um livro biográfico com foto do autor, utiliza materiais tradicionais com capa dura e nome na lateral, por exemplo. Por dentro, é possível notar diversos detalhes que nos levam ao universo do autor, como a tipografia, utilizada apenas para títulos, de máquina de escrever e fotografias , tanto pessoais, quanto de seus rascunhos de textos. Alguns detalhes que evitam que a publicação torne-se enfadonha e sempre igual são as mudanças de cores das páginas e fotografias que sangram além da margem.

Catálogo “O Centauro do Bom Fim” (2014)

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Como foi evidenciado no plano de marketing, no capítulo cinco deste trabalho, a artista não possui concorrentes diretos no Rio Grande do Sul já que possui um trabalho repleto de características ímpares, como o uso de cor e materiais diferenciados. Porém, uma artista que encontra-se no mesmo patamar de Claudia Barbisan é Teresa Poester que apesar de trabalhar mais profundamente as técnicas e infinitas possibilidades do desenho também possui trabalhos na área de pintura. Teresa possui um extenso currículo de exposições tanto nacionais, quanto internacionais, no entanto a artista não possui materiais ou presença em catálogos que destacam-se ou que possuam características distintas, além das já apresentadas anteriormente neste capítulo. Análise gráfica dos elementos obrigatórios do catálogo A curadora e historiadora Esaak (2010) afirma que a palavra catálogo adquire mais de um significado na documentação de arte. De forma geral os catálogos de arte são publicações que listam obras que estão em exibição permanente em alguma museu ou galeria, e, também, aquelas que já participaram de exposição temporária ou leilão. A palavra chave que define o catálogo de exposição é “exposição temporária” e estas publicações costumam acompanhar uma exposição que estará disponível para o público durante um curto período de tempo e um local específico. Apesar de ser um documentação de um trabalho artístico os catálogos de exposição não necessitam ser desenvolvidos por um especialista em arte porém, geralmente, possuem textos de curadores ou especialistas sobre o tópico que conceitua a exposição, além de grande destaque para as imagens e descrições das peças. Os catálogos de exposição ajudam a tornar o artista reconhecido e validado para que em um dia ele possa fazer parte de catálogo Raisonnés. Os catálogos de exposição seguem semelhantes desde 2006 quando a Associação de Editores de Arte elaborou guias para o desenvolvimento correto de materiais gráficos para catálogos de exposição. Este guia está disponível online é atualizado anualmente e contém a anatomia de um catálogo de arte. Segundo o manual da AEA (2013), o catálogo de exposição deve conter obrigatoriamente: Capa; Texto curatorial; Miolo; Legendas (em páginas fotográficas). Contendo estes elementos acima citados a publicação é considerada um documento de arte. Além destes, os catálogos também podem possuir segundo o manual: guardas e orelhas, sumário, folha de rosto, agradecimentos, index com todas as obras presente na exposição mesmo que elas não estejam no catálogo, cronologia e currículo do artista, sumário, fotografias além das obras, etc.

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Os elementos obrigatórios do catálogo podem comportar-se de maneiras diferentes e criativas na publicação, mas que, ainda sim, auxiliem e influenciem a leitura. Segundo Donis A. Dondis (2003) toda a comunicação visual é composta de elementos básicos, como a linha, ponto, a forma e direção, por exemplo e estes elementos visuais podem ser manipulados para mudarem de acordo com o contexto nos quais encontram-se através das técnicas de comunicação visual. As técnicas, ainda de acordo com o autor, são os agentes no processo da comunicação visual; é através dela que a solução para um problema de comunicação toma forma. São muitas as técnicas que podem ser aplicadas na busca das soluções visuais e elas podem dividir-se em duas relações: contraste x harmonia. As relações de contraste e harmonia provêm de fontes antagônicas e é de acordo com Donis A. Dondis (2003) é impossível listar todas as técnicas que podem ser utilizadas na comunicação visual. Portanto neste capítulos analisaremos algumas técnicas de “contraste” como assimetria, exagero, transparência e de “harmonia”, como equílibrio, regularidade, sutileza, aplicadas aos elementos obrigatórios do catálogo de exposição. Capa De forma geral as capas para catálogos não costumam ser ousadas. Fazem uso principalmente das técnicas de harmonia. Muitos utilizam a simplicidade que confere ordem e oferece uma síntese visual, além de tornar a mensagem imediata.

Catálogo com “unidade” (2014)

Quando compostas de dois elementos, como no catálogo de Salvador Dali que pode ser observado na figura ao lado, a relação estabelecida é de unidade já que há um equilíbrio que adequa os elementos e faz-nos perceber como se título, recorte frontal e a fotografia do fundo, fosse apenas um. Catálogos de exposição que utilizam sleeves costumam oferecer sutileza em contraponto. Nestes casos a sutileza é a técnica que estabelece uma relação de delicadeza e requinte que foge da obviedade e em alguns casos da firmeza de propósito. O sleeve é utilizado para proteger a publicação ou pro motivos estéticos e pode conferir um certo mistério já que não costuma oferecer informações à respeito da publicação, como título, ou nome do artista, apenas algo que esteja relacionado ao artista, como um símbolo ou tipografia especial. O catálogo ao lado apresenta um catálogo de exposição que utilizou o sleeve com um recorte especial de triângulo que é a assinatura gráfica do artista.

Catálogo com sleeve e recorte especial (2014).

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Mesmo com a relação de harmonia é possível chegar a resultados completamente distintos e com significados diferentes. É possível observar nas capas dos catálogos de Wifredo Díaz Valdéz e do evento “Emerging Typographic Allstars” dois catálogos utilizando a harmonia e resultando em soluções completamente distintas. O catálogo que documenta a exposição de Wifredo Díaz Waldez mantém a neutralidade e simplicidade e é essencialmente tipográfica e estática, enquanto o catálogo da exposição de Chicago “Emerging Typographic Allstars”, utiliza a sequencialidade e, até mesmo o exagero conferindo dinamismo e movimento à capa da publicação.

Catálogos de Wifredo Díaz e do Emerging Typographic Allstars.

Sumário econômico (2014)

Sumário Nos catálogos de exposição os sumários costumam ser desenvolvidos de forma econômica, como pode ser observado no catálogo de exposição à direita, organizando de forma sensata as informações que compõem a publicação. Além de apresentar o conteúdo o sumário de um catálogo pode iniciar a apresentação das imagens e sua posição pode causar uma assimetria na publicação já que pode ser colocado em menor ou maior tamanho do que as imagens que acompanha, causando variação visual, como é possível evidenciar no catálogo de exposição de Wifredo Díaz Waldez.

Catálogo de Wifredo Díaz

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Sumário de livro de arte utilizando “Hamonia” (2014)

Existe a possibilidade de desenvolver sumários para publicações tanto estabelecendo a relação de harmonia como a de contraste. O sumário do livro de arte apresentando ao lado esquerdo utiliza a relação de harmonia.

A colocação dos numerais nos sumários do catálogo apresentamse das mais variadas formas. Os números podem utilizar o exagero, sendo extravagantes e expressivos e tornando-se o elemento gráfico principal da página. Sua colocação expressa espontaneidade, aparenta um não planejamento, apesar de ter, e oferece emoção, impulsividade e liberdade à publicação e ao designer. É facilmente associado aos sumários de revista ou de documentos ligados à moda. É possível observar dois exemplos nas figuras ao lado direito. A primeira de um catálogo de arquitetura e a segunda de uma revista de entrevistas e variedades.

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Exemplos de colocação de numerais.

Em contra ponto o sumário fotográfico desenvolvido para um catálogo de fotografias na imagem preto e branco ao lado esquerdo, estabelece uma relação de contraste. O sumário irregular enfatiza o incerto e o inesperado, utilizando cortes nas imagens e não se ajustando a um plano definitivo.

Sumário de revista utilizando “Constrate” (2014)

Nele é possível notar que utilizando a regularidade e ordem, apresenta-se uma ideia invariável e calma. Estas sensações também são provocadas pela imagem forte e realista, porém imóvel e absoluta, do pássaro em uma técnica chamada de estase.

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Muitos sumários buscam ser dispostos com previsibilidade de forma convencional na qual se sabe onde será disposto o numeral seguinte e, assim por diante. Conferem seriedade a publicação mas pode deixar o leitor não intrigado já que ele sabe qual será a próxima mensagem visual sem ter uma grande quantidade de informações, como pode ser observado na imagem abaixo.

Sumário previsível (2014)

Texto curatorial e miolo O texto curatorial pode ser utilizado de forma equilibrada em relação às fotografias formando um centro de suspensão. Ao utilizar esta técnica o texto não buscará ser inquietante, nem provocador, mas sim, claro e preciso. Mesmo que um texto mantenha sua organização regular, não é considerado simétrico já que não é rigorosamente repetido em ambos lados como é notado nos catálogos de exposição apresentado abaixo. No caso destas publicações o equilíbrio é atingido através da variação leve dos elementos repetidos em posições diferentes.

Textos curatoriais simátricos e equilibrados (2014)

Uma forma de conferir a linguagem do artista, de revelar partes das obras, ou, até mesmo, de trazer o texto curatorial de forma que não seja a tradicional é utilizar os recursos de transparência e/ou a opacidade, elementos similares, porém com propriedades e aplicações distintas.

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Catálogo de moda com transparência (2014)

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A transparência pode não ser ideal para a leitura de textos longos ou para tipografias light, já que consiste em deixar ver os detalhes visuais da página de trás, sendo ideal para aberturas de capítulos e para desenvolver camadas à publicações e páginas muito planificadas (Com vetores ou essencialemente tipográficas, por exemplo).

Texto curatorial com opacidade (2014)

A opacidade é leitosa e possui uma propriedade diferente, já que ele oculta e bloqueia a visão dos elementos conferindo a ideia de mistério ou curiosidade às publicações. Pode conferir profundidade de campo já que forma camadas de sombras. O catálogo de ilustrações apresentado ao lado mostra um bom exemplo de opacidade que revela um detalhe da página. A disposição das imagens no miolo pode variar imensamente. De forma geral em livros de arte ou fotográficos, costuma-se dar ênfase as fotos em alta qualidade das obras. No entanto, a tipografia também pode ser um elemento que confere emoção, através do exagero, e ampara as imagens que ocupam grande parte da macha como nos catálogos apresentados nas imagens abaixo. O exagero tipográfico e as cores podem auxiliar a separar as informações, além de conferir ritmo ao livro que segue em constante mudança.

Exagero tipográfico e imagético no catálogo (2014)

Utilizar elementos exagerados no catálogo podem conferir ousadia quando utilizado com audácia e segurança e seu objetivo principal é o de obter a maior visibilidade para o assunto, possível. Além disso, a tipografia aumentada, em aberturas de capítulos, por exemplo, também conferem ênfase e ajudam a ressaltar apenas uma coisa contra o fundo. Fotografias ampliadas ajudam o leitor a obter a ideia de

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de profundidade e escala, normalmente perdidas em publicações. Internamente o catálogo pode apresentar-se com extrema estabilidade, como é o caso do catálogo de exposição de arte e tecnologia que pode ser conferido na montagem abaixo.

Catálogo de exposição de arte tecnologia (2014)

A variação na publicação e as mudanças de composição oferecem diversidade e sortimento, porém o que reina aqui não é a aleatoriedade, já que a variação deve ser vista como uma música, ou seja, as mudanças e novas elaborações devem ser controladas por um tema dominante, como no livro de arte da artista Marina Warner, ao lado. Outra maneira de dispor as informações de forma não estática é a utilização do acaso. O catálogo realizado para uma exposição sobre música experimental utilizou os elementos

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Livro de arte Marina Warner (2014)

Neste caso é desenvolvida uma composição com abordagem temática que esteja sempre uniforme e coerente. Como no exemplo destas páginas, a estabilidade funciona muito bem quando a obra de arte é vibrante e ritmada por si e merece destaque, porém uma publicação inteiramente estável com conteúdo básico pode tornar-se enfadonha.

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sobrepostos e colocados de forma casual os quais sugeriram a experimentação e ritmos necessários para esta publicação. Utilizar o acaso é a solução que melhor reflete a ideia de uma desorganização acidental ou ausência de planejamento. Mesmo com esta aparente desordem é possível notar que há planejamento já que os elementos básicos, como linhas, pontos, texturas, são colocados de forma a direcionar a atenção do leitor.

Outra possibilidade para o miolo é a de dispor as informações em sintonia com o assunto da obra. O catálogo de formato inusitado “ Summer - Sunshine” de Tseng Kuo Chan foi realizado para a primeira exposição fotográfica individual da artista Japonesa. Seguindo as linhas das fotos que tem predominância de linhas, texturas e cores o catálogo foi em busca da mesma complexidade de elementos. Esta publicação feita em dobra faz uso de inúmeros elementos, tipográficos e fotográficos, os quais conferem forças elementares e resultam e um processo complexo de organização, mas que, ainda sim, estimula a leitura ordenada.

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Catálogo “Summer Sunshine” da artista Japonesa Tseng Kuo Chan

Catálogo de exposição sobre música experimental (2014)

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Legendas A colocação das legendas pode ser vista sob a ótica da tensão. A tensão visual é a nossa relação com o que sentimos ao visualizarmos as relações estabelecidas por “alto-baixo” ou “esquerda-direita”. Ao observamos uma página normalmente direcionamos nossa leitura da esquerda para a direita, ou seja, favorecemos sempre à esquerda. Este condicionamento pode acontecer devido a nossa influência do mundo ocidental; as impressões são feitas dessa maneira, e aprendemos a ler dessa forma, também. A maioria das publicações de arte dá ênfase às fotografias, colocando-as por consequência ocupando inteiramente a página esquerda. As páginas com textos e títulos dividem-se de forma linear e equilibrada formando uma composição nivelada e sem forte tensão.

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Raramente utilizados em catálogos de arte, mas que são eficazes na comunicação de informações pequenas são as legendas em espaços laterais beirando a sangra. Dipostas dessa forma possuem uma tensão mínima e provocam aguçamento. O catálogo de moda ao lado utiliza esta técnica.

Disposição de legenda próxima a sangra (2014)

Utilizar a barra superior da publicação com legendas, fotografias e elementos que pesam pode gerar uma tensão máxima. Quando um elemento não predomina a área esquerda do campo, ou a metade inferior sobre a superior ele encontra-se em uma área de tensão e adquire maior capacidade de atrair os olhos, como no exemplo da revista de esportes radicais ao lado.

Legenda ocupando espaço superior (2014)

Catálogo com ênfase fotográfica (2014)

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Após a busca por exemplos do que é realizado por designers para artistas visuais, especialmente em catálogos, é possível compreender que há uma tendência maior para os elementos harmônicos, do que os contrastantes. Isso ocorre, possivelmente, porque há uma maior necessidade de visualização clara de imagens e legendas e porque o catálogo de exposição ainda é visto como uma “documentação”, não como uma publicação criativa. Ainda sim, é possível concluir que elementos contrastantes, como exagero e casualidade são utilizados quando estão em sintonia com a linguagem do artista ou exposição. Baseado nas técnicas visuais de Donis A. Dondis (2013) é possível assumir que o catálogo pode documentar a exposição e ainda sim estar à serviço da obra do artista, compreendendo sua linguagem e adequando-a as técnicas de comunicação tão variadas do design. O público Por fim para compreender o contexto dos catálogos de exposição foi realizada uma entrevista com a curadora do Acervo Independente e responsável pelo setor de Pesquisa e Documentação da Fundação Vera Chaves Barcellos, Fernanda Medeiros a fim de compreender maiores detalhes sobre o público que adquiri livros e catálogos de arte. De acordo com a curadora inicialmente os catálogos eram realizados exclusivamente para artistas, curadores, historiadores da arte e para bibliotecas de outras instituições, no entanto, atualmente os catálogos não possuem mais este caráter tão intelectual e passaram a ser vistos e desejados, também pela classe de criativos. Além do mais, com as mudanças ocorridas na valorização da arte e dos artistas nas últimas décadas torna-se quase indispensável que o artista possua alguma forma de publicação e documentação disseminada e conhecida. (MEDEIROS, 2014). Porém, a curadora afirma que a popularização do catálogo não significa banalização do mesmo. Os catálogos continuam sendo colecionados e buscados por espaços de arte tradicionais, como exemplo o Santander Cultural, Bolsa de Arte, Fundação Vera Chaves Barcellos, Casa Daros, MARGS, MASP entre outros espaços em território nacional que possuem um núcleo de documentação e pesquisa. O público especializado, que adquiri catálogos, divide-se em artistas, publicitários, designers, fotógrafos, jornalistas, curadores, historiadores, apreciadores de arte, colecionadores, mecenas, leiloeiros, público intelectual, frequentadores de museus, galerias, sejam elas pequenas, underground, ou as clássicas e tradicionais. De forma geral estas publicações não atingem o público geral que visita galerias em viagens ou eventualmente, mas, sim, para aqueles que visitam e participam desse mundo assiduamente mesmo que não sejam artistas.

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A partir da conversa com a curadora foi desenvolvido um painel temático ilustrativo do público alvo e dos espaços de arte.

Painel temático do público frequentador de galerias e museus e leitores de catálogos (2014)

Painel temático de galerias, museus e bibliotecas destes lugares (2014)

Por fim para compreender melhor mais a fundo o público e suas impressões do cenário atual dos catálogos de exposição foi realizada uma entrevista com o professor de design visual e artista Richard John, no dia 03 de Setembro de 2014. A entrevista foi realizada a partir de três tópicos chaves que são: o que desperta a atenção no catálogo e o que faz você guarda-lo, o design em função da arte, quais as expectativas para um catálogo da artista Claudia Barbisan. O artista Richard afirma que o que desperta a atenção em um catálogo é sem dúvida a qualidade gráfica, notar que a publicação foi pensada e bem projetada. Infelizmente não é o que vem acontecendo, especialmente no mercado Porto Alegrense e muito destes materiais que poderiam ter uma valor especial acabam tornando-se desprezíveis (JOHN, 2014). Adquirir um catálogo de exposição não costuma ser algo pensado previamente, de acordo com o artista, a não ser que ele saiba que está indo em um evento de lançamento do catálogo. De forma geral o artista afirma que adquire os catálogos nas vernissages ou em ocasiõs quando encontra a publicação por acaso em visitas a museus e galerias.

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Para que a catálogo permaneça no acervo pessoal do artista entrevistado é necessário que , além de possuir todos os detalhes da exposição, tenha também conteúdo exclusivo, um texto ou fotos que só encontro naquela publicação em questão. Nos dias de hoje onde é possível encontrar quase tudo online em alta qualidade, obras de arte inclusas, é necessário que o catálogo possua um apelo emocional ou de proximidade do artista, evidenciando que a obra nasceu dele, foi fruto de um trabalho. (JOHN, 2014). Richard também foi questionado a respeito dos diferenciais gráficos do catálogo, como dobras, papéis, suportes diferentes, anexos, etc, ao que artista afirmou que são truques perigosos, já que é fácil os detalhes sedutores do design editorial tornarem o catálogo em uma ilustração do trabalho do artista, ao invés de mostra-lo e valorizá-lo. Richard afirma que a arte lida com uma sensibilidade sofisticada e as técnicas editoriais devem ser tratadas e utilizadas da mesma forma, evitando tornar-se uma caricatura. (JOHN,2014). Uma forma de exemplificar a opinião do artista seria como se as páginas do catálogo da artista Claudia Barbisan possuíssem constantemente manchas de tinta, já que o catálogo é sobre “pinturas”. O artista afirma que o essencial para ele quando fala-se de design e arte, no caso da criação de um material de design para uma artista, deve ser o desenvolvimento de um conceito bem amarrado, que reflita na publicação, e isso era se sobressair e deixar o trabalho do artista valorizado e elevado sem que seja necessário ficar apontando para o leitor obviedades sobre o artista e seu trabalho. (JOHN, 2014). Ao fim da entrevista foi possível compreender que os catálogos de arte não são objetos vistos como livros de arte ou fotográficos encontrados em livrarias comuns e que compra-se por vontade ou indicação de amigos. Os catálogos de arte possuem um caráter documental e são adquiridos, em sua maioria, na abertura das exposições, ou eventualmente na galeria quando a exposição acaba e não há mais espaço para que ele continue estocado, tornando-se um objeto raro. Além disso, os catálogos são procurados pelo público, historiados e pesquisadores nos núcleos de pesquisa e documentação dos espaço expositivos. Também foi possível concluir que a qualidade gráfica do catálogo é o mínimo esperado pelo público, já que o mais importante, o que chamará o leitor e tornará este objeto em uma documentação com valor para o artista e suas obras será o conceito da publicação desenvolvido em sintonia com sua linguagem de forma sofisticada e bem executados pelos fundamentos do design editorial.

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Este capítulo constitui a parte criativa do projeto, que contempla a criação de moodboards de conceitos retirados de um painel temático desenvolvido a partir das referências pessoais da artista e entrevistas informais com seus conhecidos artistas, criação de possíveis cenários e definição das diretrizes do projeto e o desenvolvimento dos layouts manuais e digitais que serão submetidos à experimentação. Painel temático A partir da análise de dados e de conversas informais com a artista foi possível realizar um painel temático de conceitos que inspiram a artista e sua produção.

Painel temático “Claudia Barbisan” desenvolvido no sketchbook da autora. (2014)

O diagrama foi desenvolvido a partir do nome da artista que é o tema central do catálogo já que as obras nascem do trabalho dela. Diversas ramificações serviram como forma de mapa mental para a organização da coleta de dados, de materiais gráficos pessoais e da concorrência e já foram explicados anteriormente no capítulo de coleta dados. O diagrama que iniciou como o nome da artista foi essencial para a etapa da criatividade, já que segundo Claudia durante sua trajetória com professora ela tentou alimentar os alunos com um vasto repertório, fazendo-os ler, ver imagens, exposições, viajar, ouvir boas músicas e ver bons filmes, elementos que aprimoram, enriquecem e influenciam o trabalho artístico e criativo (BARBISAN, 2012)

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Portanto o diagrama seguiu ramificando para as suas referências pessoais, como música, que artista cita grandes influências, com tema sensual, como Pj Harvey, Nick Cave e Portishead, o cinema, categoria na qual a artista destaca David Lynch com o desenho Salad Fingers e seus filmes com caráter nonsense, misterioso e assustador e, claro, arte, onde ela cita Magritte, Picasso e Duchamp, artistas que possuem um espírito desafiador e estimulante, mantendo o bom gosto e a elegância. Em seguida foi retomada a entrevista informal realizada com o professor e artista, Fernando Bakos, realizada em Abril, para o plano de marketing deste trabalho e foram adicionadas as referências e impressões de Bakos, que pode ser considerado, também, público do catálogo de arte, ao diagrama. Fernando Bakos aponta o dinamismo da pop art, a inovação, contraste e força do expressionismo abstrato alemão e a ousadia do movimento punk. O resultado destas entrevistas foram dois moodboards que, mais tarde, auxiliariam na diretriz do projeto.

Moodboard com as referências da artista (2014)

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Moodboard com as referências do público (2014)

Como foi anteriormente constatado, durante a análise das obras, ficou ainda mais claro como as cores seriam uma diretrizes mais importantes para o começo do projetode layout. Tanto as referências pessoais da artista, como as referências de impressões do público em relação à sua obra, são repletas de cores fortes e vibrantes. A partir das referências foi possível notar a simplicidade e eficiência de como as informações são passadas, através de tipografias simples e retas, que podem ser observadas nas capas de cd das bandas que influenciam Claudia e nas capas das publicações realizadas na época da Pop Art presentes no canto inferior esquerdo do moodboard 2. O tema da sensualidade, o forte constraste a intensidade das referências também ficaram evidenciadas no moodboard. Após a observação das imagens de referências foi adicionada a ramificação da exposição “Mantenha Distância” e a partir das obras que estiveram presentes na exposição foram desenvolvidas paletas de cores que poderiam seriam utilizadas ao longo do catálogo.

Paleta de cores desenvolvida a partir dos quadros da artista (2014)

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Desenvolvimento de cenários Com a coleta e análise de dados concluídos e com os moodboards de inspiração iniciando a geração de ideias para o desenvolvimento do catálogo foram desenvolvidos quatro cenários possíveis para o futuro da publicação.

Desenvolvimento de cenários (2014)

Os cenários organizaram-se como: C1 - Tradicional / Sério; C2- Tentativa / Senso Comum; C3 – Incomum / Sofisticado; C4 – Inusitado. O cenário 01, chamado de tradicional e sério refere-se às publicações extremamente tradicionais que seguem um padrão já que estão ligadas as instituições ou fundações de arte. Muitas destas publicações já possuem formato, tipografia, número de páginas e uma série de regras estabelecidas. São publicações muito próximas aos livros de texto longos e possuem mais conteúdo do que as publicações de arte normais. São produzidos em alta qualidade, com materiais duráveis e utilizados como livros de estudo, normalmente a distribuição ocorre entre uma galeria e outro e encontram-se no setor de pesquisa dos museus. Apesar das limitações por fora, o miolo destas publicações costumam ser livres e a mancha gráfica pode ser ocupada da maneira que melhor dispor e expor as obras. São livros que conferem extrema elegância e bom gosto.

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O cenário 02 trata-se dos catálogos de arte que hoje em dia encontram-se me maior circulação. Muitos deles são feitos sem planejamento e cuidado com o resultado final, são objetos realizados pela obrigação de ter-se uma documentação da exposição final. Estes catálogos costumam ser distribuído gratuitamente na vernissage das exposições aleatoriamente para quem quiser pegá-lo. Normalmente estes catálogos deixam a deseja na qualidade gráfica e de conteúdo, muitas vezes contém uma série de informações desinteressantes à respeito das obras.

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Imagens de catálogos ilustrativos do cenário 02 (2014)

Imagens de catálogos ilustrativos do cenário 01 (2014)


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Apesar das diversas informações sobre as obras estes catálogos acabam não documentando a data, local, quem participou da organização da exposição ou nem mesmo quem organizou o catálogo. Uma das únicas vantagens destes catálogos são seu custo baixo para o artista já que não possuem nenhum acabamento especial ou levam em consideração o resultado final. Alguns catálogos que constituem este cenário possuem erros de impressão como alteração de cores nas fotos e impressão da tinta preta com resultado borrado devido à falta de registro. Os catálogos do cenário 02 não são os preferidos do público e acabam sendo esquecidos na prateleira eventualmente ou dispensados já que não há nenhum carisma na publicação, além de não possuir um conteúdo diferenciado. Os catálogos do cenário 03 buscam manter uma sofisticação e delicadeza na produção, além de levarem em consideração os detalhes do projeto gráfico. Estes catálogos fazem uso de diferencias simples que buscam destacar o assunto da publicação e ainda mantê-la interessante através de artimanhas gráficas, como mudança de cor, recortes, detalhes que fazem o leitor associar o conteúdo com a forma. Além da sofisticação e cuidado esta publicação também abre espaço para eventuais momentos de ousadia, como o uso de cores neon, páginas totalmente brancas ou com pequenos detalhes para respiro, recortes que não revelam o conteúdo como todo, partes da publicação que diminuem ou destacam-se da mesma. O mais interessante destas publicações é o desenvolvimento do seu conceito que fica claro no resultado final baseado em todas as escolhas feitas ao longo da publicação.

Imagens de catálogos ilustrativos do cenário 03 (2014)

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O cenário 04 ilustra aqueles catálogos que são inusitados seja pelo seu formato, conteúdo, tamanho, cores ou escolhas gráficas. Trabalhar com o cenário 04 exige muita delicadeza já que muitas escolhas são baseadas em interpretações do conteúdo original e a publicação pode vir a tornar-se uma caricatura ou ilustração do objeto inicial. Em alguns casos as publicações estão muito atreladas ao conceito da exposição acabam não possuindo um formato ou conteúdo atemporais ou que são entendíveis quando são retiradas deste contexto, outro problema neste tipo de catálogo é que a escolha do diferencial pode parecer gratuita , caso ela não esteja clara ao longo de toda a publicação. Os catálogos destes cenários podem tornar-se itens colecionáveis devido ao seu valor emocional, mais do que seu caráter documental visto que este tipo de publicação costuma ter uma tiragem ainda menor dos que o do cenário 03 e sua distribuição menor ainda, normalmente em eventos especiais, portanto aquele que conseguir ter um, pode ser considerado um leitor de sorte, ainda mais quando se tem admiração pelo artista. É complicado o intercâmbio de catálogos deste tipo entre galerias e museus já que normalmente as bibliotecas possuem apenas prateleiras onde os livros se encaixam perfeitamente e não um espaço de armazenamento apropriado para este tipo de publicação que necessita estar acomodada sem riso de amassar, como um acervo.

Imagens de catálogos ilustrativos do cenário 04 (2014)

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Ao fim dos desenvolvimentos de cenários conceituais foi definido que o catálogo para Claudia Barbisan seria desenvolvido a partir do cenário 03, já que este cenário oferece liberdade criativa, não havendo limitações de tamanhos e formatos, além de se passível de espaço para alguns diferenciais que podem ser baseados na obra da artista, e parece adequado para a tiragem, conteúdo e público do catálogo a quem este trabalho destina-se. O cenário 03 foi o que melhor encaixou-se na expectativa do público que espera que o livro seja de qualidade, sofisticado mas, que ainda, sim, possua a sensibilidade de utilizar pontos interessantes do trabalho da artista mostrando-o de forma que ele destaca-se e não apenas o projeto gráfico, resultando em um projeto onde o design está a serviço da arte e não buscando sobressair-se sobre ela. Diretrizes do projeto e planejamento da publicação Após a coleta e análise de dados, do desenvolvimento dos painéis temáticos e da escolha do cenário foram definidas as direções para que a criação começasse a ocorrer. Como foi apontada na análise de obras e nos painéis temáticos a cor é um elemento de grande destaque que une os elementos das obras, a série e que faz parte tanto do universo profissional, quanto pessoal da artista. Logo, com a paleta de cores definidas, foi decidido que este elemento seria, também no catálogo, o elemento que une, separa, cria espaços para respiros, tornando-se um elemento fundamental da publicação, tanto quanto é para as obras. Em relação a disposição das obras foi decidido que haveria uma obra por página, deixando que cada uma delas ocupasse seu espaço e que o leitor não fosse bombardeado de informações, mas, que, sim pudesse aproveitar uma obra de cada vez, como se faz quando se está em um museu e foca-se a atenção e apenas uma das obras por vez. Foi decidido também que as páginas com obras seriam neutras e que o nome da obra, o ano e a técnica seriam mantidos na página, já que como foi evidenciado as obras possuem títulos pensados que dão o ponto final e podem levar a diferentes interpretações do espectador. Para o desenvolvimento das páginas que apresentam obras foi levado em consideração o aspecto das galerias – paredes neutras, etiqueta discreta, alinhada no canto superior direito ou esquerdo do quadro. Para as outras páginas de conteúdo foi imaginadas cores e, talvez tipografia com exageros que complementariam as páginas neutras. Em relação ao formato foi imaginado que seria melhor ser decidido nos estudos de layout já que como foi notado na coleta e análise de dados anteriormente eles variam entre 4 tipos diferentes, logo o melhor seria procurar um que deixasse as obras confortáveis sem precisar de muitos ajustes de corte ou diminuições de imagens. Também foi decidido que o layout deveria possuir manter o ritmo das obras e ser ágil e dinâmico, guiando o olho do leitor dos quadros, para a legenda, para a

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para a legenda, para a próxima páginas. Logo foi construído um grid modular simétrico que permite mais liberdade na disposição de imagens e textos. Ainda sobre a disposição das obras foi proposto um zoom nos detalhes de diversas delas, mostrando cores, materiais, hachuras e a textura do papel, no caso dos desenhos. Como foi apontado pelo público muitos catálogos, especialmente os de arte contemporânea, possuem uma postura austera, que mostram apenas a obra e não criam um vínculo do leitor com o artista ou não emocionam por criarem esta distância. Por isso, levando em consideração o caráter gestual, que provem da artista, e emocional descrito pelos espectadores, foi decidido que haveriam algumas páginas descontraídas, – como fotos da abertura da exposição – pessoais¬, – como a artista assinando seus quadro – e com fotografias de momentos que estiveram ligados com a produção da exposição “Matenha Distância” – como a artista trabalhando em seu atelier. Como anteriormente apontado não seriam utilizadas interferências que evidenciam a obviedade das pinturas, como manchas ou detalhes tipográficos digitais que buscam imitar o gesto humano, evitando ilustrar o trabalho. Também durante este momento foi iniciada a ideia de desenvolver um sleeve ou caixa totalmente estampado que contém a publicação. Além de auxiliar com a conservação, o sleeve ou caixa estampados em ambos os lados poderia dar a ideia de continuidade que nota-se quando vemos as telas de Claudia ao vivo, já que como foi anteriormente observado as telas não acabam quando estão de frente para o espectador e seguem pelas laterais da tela. Ainda nos detalhes especiais da publicação foram decididos que haveria recortes e, talvez, transparências ou opacidades discretas que estariam alinhados com os recortes e camadas criados pelos quadros da artista. Em conclusão nas diretrizes do projeto foi definido que o catálogo utilizaria plenamente dos fundamentos do design editorial e da produção gráfica para sua produção e que tudo estaria amparados no conceito gráfico e emocional do trabalho da artista.

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Estudos digitais

Também neste formato as obras quadradas encontravam-se sempre muito próximas da metade de publicação ou cortadas pela divisória da página dupla. Ainda nesta primeira versão de layout as imagens encontravam-se posicionadas no meio da página e apenas as quadradas estavam sangradas. Ficou evidente que esta disposição não era agradável, logo foi desenvolvido um novo formato no qual todas as imagens poderiam estar sangradas e alinhadas nas laterais.

Testes de layout - Texto curatorial | Obras quadradas (2014)

Com as diretrizes do projeto definidas foram iniciados os testes de layout. A primeira versão do catálogo foi desenvolvida em forma retangular e propunha-se a ser mais ousada em relação ao texto curatorial que seria colocado de forma irregular no trabalho. No entanto o texto não estava bem acomodado nas páginas, nem tornava-se interessante dessa forma e poderia levar a desistência do leitor. Além do texto ser abandonado este formato também foi, já que mostrou –se inadequado para a distribuição das obras.

Em seguida foi desenvolvido um novo formato e iniciado o teste de layout 02. O formato escolhido foi o mais próximo do quadrado, 30 x 34 cm, que seria ideal para a distribuição, tanto das obras horizontais, quanto das verticais. Além de possuir um grande espaço para as páginas duplas. O texto foi posicionado em duas páginas, sendo que a da direita uma página com um parágrafo que chama o leitor para que ele em seguida passe para o texto poético escrito por Teresa Poester. Neste momento foram estudadas três tipografias diferentes. A fonte “Aller Light” , “Bebas Neue”, “Din” e “Colaborate – thin / light”. A fonte Aller mesmo tendo variações como thin e light não mostrou – se adequada, já que possui um aspecto arredondado, levemente infantil e os detalhes são muito grossos. A fonte DIN apesar de mostrar-se interessante e estar em harmonia devido a sua geometria

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esta é uma fonte paga que não é fácil de encontrar em suas diferentes famílias na internet, além de não salvar corretamente no PDF devido à sua licença, pensando em evitar problemas no layout ela foi descartada. A fonte Bebas Neue, além de ser a fonte utilizada na linguagem da exposição, como convite, mostrou-se direta, impactante e clara, logo ela foi mantida e utilizada para os detalhes da publicação. Por fim, foi testada a fonte Colaborate thin que foi a tipografia final escolhida. A fonte colaborate –thin é fina, elegante, discreta e altamente legível para impressos.

ALLER FONT | Colaborate Thin | BEBAS NEUE | Din Font Light Tipografias testadas para o miolo do catálogo (2014)

Também nesta etapa foi definido que a publicação estaria dentro de um sleeve de papel cartão estampado em ambos lados continuamente e que a capa seria inteiramente branca e com corte especial revelando um dos quadros que estariam estampados na página atrás da capa. Foram testadas diversas formas de organizar o nome da artista e tipografias que seriam o recorte da capa, como pode ser visto observado na série de testes abaixo.

Após os testes digitais de tipografia foi definido que a fonte Bebas Neue sem stroke e inteiramente capitular, seria mais impactante e legível para o recorte da capa. Como forma de testar se a capa apresentaria este efeito dentro dos ambientes de museus e biblioteca foi realizado um teste digital da publicação na biblioteca do Santander Cultural e um teste digital do recorte e do sleeve estampado.

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Teste digital na biblioteca do Santander Cultural (2014)

Testes de distribuição de letras e tipografias para a capa do catálogo (2014)


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Simulação digital do sleeve e dos recortes da capa dura (2014)

Com as tipografias, layout, paleta de cores, tamanho, formato e detalhes definidos o catálogo foi finalizado e resultou em uma publicação de 90 páginas. Logo, foi passado para os testes manuais para verificação de tamanhos e ajustes de textos, imagens do sleeve e outros detalhes da publicação. A partir destes testes foram desenvolvidas as duas facas correspondentes à capa e ao sleeve.

Faca da capa dura com recortes (2014)

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O primeiro teste manual realizado foi impresso em uma ink jet e em papel ofício apenas com o objetivo de verificar o corpo de texto e tamanho da página. A partir deste teste foi realizado um ajuste fino no texto poético, na primeira linha. O ajuste foi feito porque além de ultrapassar o limite de conforto dos olhos de 12 cm para a leitura o texto escrito por Teresa Poester possui um ritmo e frases diretas e cortadas, logo a sua disposição no catálogo também deveria ser dessa forma. Em seguida foram realizados testes verificando como seria a melhor disposição e separação das letras da faca da capa “CLAUDIA BARBISAN”. Caso as letras estivessem muito próximas o material poderia ficar frágil. E foi necessário um estudo de recorte das letras verificando como seriam os espaço vazados e se manteriam-se legíveis. Também foram realizados testes para a verificação do fechamento do sleeve e do encaixe do mesmo com a capa. Foi realizado um teste caseiro com papel cartão para a verificação da estabilidade da capa.

Testes manuais para a defini;áo do quadro e do formato da tipografia (2014)

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Texto impresso antes do ajuste e texto digitlizado com ajuste (2014)

Estudos manuais


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O teste final foi um mini livro realizado manualmente para verificar se a publicação fecharia os cadernos necessários para a finalização em costura e para a observação geral da publicação. Com todas as decisões tomadas e o boneco funcionando de forma positiva partiu-se para a escolha de materiais e tecnologias e, enfim, para o modelo que seria levado ao público para uma pré verificativa.

“Galatéia” para o sleeve (2014)

Baseado nos testes de recortes e sobreposições da faca do título da capa dura foi definido um quadro que possui as características em comum de todos da artista, cores vibrantes, detalhes de tintas, geometrias, mas não atrapalham a leitura ou compreensão do recorte “CLAUDIA BARBISAN” o quadro escolhido para estar atrás da capa dura é “Cabra cega” de 2013.

“Cabra Cega” - recorte da capa (2014)

A partir deste teste, que pode ser visto ao lado, foi possível concluir que a obra que apresenta mais cores, texturas, manchas de tintas e detalhes que deixam o sleeve mais interessante visualmente é a obra Galatéia de 2013. Esta obra estava presente na exposição “Mantenha Distância” e possui um dos melhores registros fotográficos, sendo possível imprimi-la em grande formato sem perder qualidade.

Testes de mini sleeves com obras variadas (2014)

O próximo teste manual foi a impressão de quatro mini sleeves para a escolha de qual quadro seria o utilizado para este material.

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Com o formato, o tamanho, o layout e as facas especiais definidas foram escolhidos os materiais que podem ser utilizados para a impressão final do catálogo, sempre levando em consideração as fidelidade de cores das fotos das impressão, a qualidade final e a durabilidade do material. Para o miolo do catálogo foi escolhido um papel couché fosco acetinado, 170 gr. O papel couché foi escolhido por ser um papel revestido de ambos os lados deixando sua superfície lisa e uniforme. Este suporte possui uma das melhores reproduções de retículas e traços da impressão offset sendo o papel de melhor qualidade para materiais com impressões fotográficas. Além disso, este suporte possui a possibilidade de corte especial e dobras leves (AMBROSE; HARRIS, 2009). Para o sleeve foi escolhido o papel cartão supremo duo design que possibilita a impressão em alta qualidade em ambos os lados. A impressão em alta qualidade em ambos os lados papel cartão é possível devido a lisura do cartão que ocorre porque o papel cartão duo supremo, assim como o couché, possui revestimento em ambos os lados. ( Disponível em: http://www.passalacqua.com.br/produto/ papel-cartao-supremo-duo-design) O sleeve deve sustentar-se por si, portanto foi escolhida a gramatura de 240 gr. A publicação será de capa dura com faca especial recortada a laser. Foi escolhido o mesmo papel cartão duo supremo do sleeve, porém na gramatura 200gr. O papel cartão apresenta diversas vantagens no corte a laser de baixa potência, como a possibilidade de corte em cortornos muito finos ou curvos. Além disso, não ocorrem deformações nas arestas como pode acontecer nos cortes por pulsão. O laser para corte em papel cartão em alta gramatura é a forma mais exata de reproduzir o material digital. (Disponível em: http://www.eurolaser.com/pt/materiais/paper/) Por fim foi escolhido o processo de impressão. Para garantir boa qualidade para médias e grandes tiragens o processo de impressão mais indicado é o offset. Além de boa qualidade garantida o offset imprimi em praticamente todos os tipos de superfícies. Após a escolha dos materiais e tecnologias passa-se para a fase de experimentação onde estes materiais e técnicas serão testados.

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A fim de verificar se o projeto mostrava-se adequado até o momento foi impresso um modelo para experimentação das 10 primeiras páginas que já possuem as fotografias em alta qualidade. Este modelo foi levado para uma pré verificativa com os artistas do Acervo Independente.

Detalhes do primeiro modelo impresso ( 30 x 34 cm) (2014)

A impressão modelo foi feita com o objetivo de verificar se quantidade de pontos escolhida para a tipografia (11pt) ,o tamanho da publicação (34 x 30 cm), se a disposição das fotos como foi decidido estavam adequados, além de verificar se as imagens sangradas dos detalhes das obras em páginas duplas resultariam no efeito esperado. A impressão do modelo também foi essencial para a confirmação da fidelidade de cores.

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Neste período do trabalho foi realizada uma pré verificativa pessoal que mostrou-se parcialmente positiva. Notou-se que as informações estão legíveis e discretas, e que o texto curatorial e corpo de texto não necessitarão de ajustes. Porém o tamanho escolhido para a publicação (34 x 30 cm) seria inconveniente caso ainda fossem adicionados detalhes como dobras ou até mesmo sanfonas porque ultrapassaria um tamanho confortável para o leitor. Apesar de o tamanho permitir uma visualização ótima para as obras e seus detalhes, principalmente para aquelas que sangram nas páginas duplas, as obras verticais ficaram longe demais da legenda gerando um espaço em branco desconfortável. Este formato também não é um tamanho que beneficie o aproveitamento de papel.

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Neste caso a impressão offset mostrou-se a ideal devida as baixas tiragens do livro e as fotografias mantiveram suas cores fiéis as obras que vemos ao vivo ou na tela do computador. Após esta pré verificativa pessoal, nesta etapa do trabalho e foi concluído que o projeto poderia seguir uma linha menos institucional, atrelada principalmente com o cenário 01 – Tradicional e sério, apresentado anteriormente e buscar uma linha mais criativa e interessante, melhor alinhada com o cenário 03 – Incomum, mas ainda com detalhes sofisticados. Pré-verificativa A pré-verificativa foi realizada com três artistas do Acervo Independente. Um deles possui experiência com a montagem de editoriais já tendo trabalhado nesta área antes das artes, enquanto os outros dois artistas dizem-se leigos no assunto design, mas são colecionadores de livros e catálogos de arte que costumam adquirir em vernissages exposições ou em sebos e frequentam eventos ligados à arte constantemente. O feedback dos artistas foi parcialmente positivo em relação aos atributos da publicação. As páginas duplas com detalhes foram as páginas de maior destaque e elogios, já que, segundo os artistas, é raro encontrar uma publicação que utilize este recurso permitindo que seja visto os materiais e proporcionando a aproximação que o espectador teria o privilégio de fazer com o corpo ou cabeça caso frente ao quadro. Vale ressaltar que este recurso não foi compreendido como uma forma de fazer o catálogo substituir a obra sendo vista ao vivo, mas sim como forma de auxiliar a mostrar a beleza do detalhe dos trabalhos para aqueles que não tiveram o privilégio de presenciá-la. A tipografia sutil também foi aprovada pelos leitores encontra-se no corpo de texto apropriado. Foi sugerida a existência de fólios nas páginas devido a ausência de sumário, mas que sejam colocado tão discretamente quanto a legenda, além de, também, ter sido sugerido o teste de uma margem para a melhor acomodação das obras. A ordem e colocação das obras próximas aos cantos das páginas foram vistas como detalhes parcialmente bons. Todos concordaram que as obras possuem vida própria e que ocupam e parecem estar bem dispostas seja alinhada pela esquerda ou centralizada. O quadros não necessitam de adornos ou enfeites para apresentar-se, porém há uma sensação de vazio entre algumas obras e as legendas, talvez pelo tamanho da publicação, apontaram os leitores. Também foi apontado que muitos leitores possuem a mania de dobrar as orelhas dos livros para marcar as páginas, já que marcadores de página nem sempre estão por perto e acabam caindo algumas vezes durante o transporte, portanto foi sugerido que houvesse uma forma, que estivesse fixa no livro da página ser marcada, sem precisar danificar as páginas.

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O apontamento negativo em relação ao catálogo foi o seu tamanho. Quando aberto a publicação possui 68 centímetros de largura e 30 centímetros de altura. Além deste detalhe ter sido explicitado verbalmente pelos artistas, durante a leitura, ele foi também notado pela autora. Ficou evidente o desconforto de segurar as páginas e olhar as páginas duplas com dinamismo já que elas acabavam dobrando, caindo para as laterais ou fazendo com que o leitor precisase mexer-se ou encaixar o livro mais próximo a si. Esta verificativa não foi feita com a capa dura recortada, nem com as 90 páginas os quais seriam utilizados na impressão final. Foi levado em consideração que caso houvesse uma capa dura e a publicação seguisse com este tamanho e formato poderia tornar-se um catálogo extremamente desconfortável e inconveniente para os leitores. Não apenas pela quantidade de informação, mas também, pelo peso excessivo. Além da pré-verificativa com o modelo impresso foi mostrados aos artistas o modelo completo digitalizado que foi bem recebido especialmente pelas fotos de caráter pessoal e pelo uso das cores. De acordo com um dos artistas, as fotos conseguem contextualizar também o tempo da exposição, seja através das roupas, das manias, como o visitante fotografando a obra com a celular, e deixam a publicação não entediante se vista de forma corrida. Foi sugerido que algumas páginas possuam interferências quando impressas, seja mais dobras ou algo que o leitor possa guardar para si, algo que saia da publicação, como um pôster ou algum material com textura. Resultado pós qualificação Após a etapa de qualificação realizada pelo professor Fernando Bakos da ESPM – SUL foi constatado que apesar da parte conceitual do projeto encontrarse adequada e bem estruturada, a solução que vinha sendo desenvolvida atendia apenas parcialmente aos objetivos deste trabalho e foi sugerido buscar diferencias de diagramação ou materiais e acabamentos. Foi apontado, também, pelo professor que o catálogo em desenvolvimento poderia evoluir frente às referências apresentadas em capítulos anteriores. Foi sugerido a geração de mais opções e possibilidades criativas. A partir destas constatações foram retomadas as referências a fim de aprofundar as diretrizes do projeto, gerando, assim, novas propostas visuais.

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Após as constatações apontadas na etapa de qualificação pelo professor Fernando Bakos, da pré-verificativa com os artistas do Acervo Independente e da pré-verificativa pessoal foram retomadas as referências pessoais da artista Claudia Barbisan apresentadas no painel temático realizado para este trabalho na página 168 e os moodboards de referências pessoais e do público nas páginas 169 e 170. A partir da observação destas referências é possível notar que além das inspirações do munda da arte Claudia possui uma relação íntima com a cultura pop, principalmente através de cinema ou música. Com isto em mente foram buscadas novas referências dentro deste universo como capas de álbuns, embalagens diferenciadas para cd’s e de livros feitos por ou sobre cineastas.

Painel temático - Livros sobre música e arte (2014)

Nesta busca por novas referências estéticas foi possível observar detalhes e sutilezas que transformam estas publicações em livros diferenciados. Não há exagero de elementos, de tamanho, formato ou de materiais. O principal entre todas as referências apresentadas é o equilíbrio, ora causado pelo bom uso de cor e tipografia, ora pela utilização de dobras e acabamentos diferenciados em contraste à um layout clean. Apesar dos diversos acabamentos como caixas, dobras e recortes estes livros nos emitem a sensação de unidade, ou seja, não há elemento que possa ser descartado. Mesmo os exemplos que utilizam itens que têm uma carga fun ou informais, como ilustração ou diversas cores vivas, conseguem evidenciar seriedade, sem tornar-se enfadonho. Ainda em relação à unidade, também foi relembrado o livro Things I’ve learned in my life so far do designer Stefan Sagmeister, publicação na qual o autor desenvolveu uma série de capas intercambiáveis que podem ser vistas através de recortes no sleeve principal. Ao todo há trinta possibilidades de capas. Não só a

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publicação é ousada em dividir o conteúdo em diversos cadernos não costurados juntos, mas ela é, também, um objeto no qual todas as partes dialogam e fazem com que o leitor devolva todos os cadernos ao invólucro principal, evitando assim que peças se percam ou fiquem guardadas separadamente.

Algumas possibilidades de capa do livro “Things I’ve learned in my life so far” de Stefan Sagmeister (2014)

Estes apontamentos e referências foram base para a criação de roughs para novas possibilidades. Foram criadas três novas propostas que buscavam atingir um diferencial editorial, mas ainda mantendo elementos da identidade da artista enquanto valorizam seu trabalho e estando alinhado com a linguagem de catálogos. A primeira possibilidade desenvolvida afastava-se completamente da primeira solução desenvolvida anteriormente. Para esta possibilidade foi imaginado um formato de catálogo quadrado que estaria contido dentro de uma caixa. Esta caixa seria branca por fora e estampada com uma das obras da artista por dentro. A embalagem possuiria duas abas que estariam sendo colocadas uma no topo da outra. A aba inferior seria estampada com a obra da artista enquanto a superior teria o nome da artista em letras display e seria recortada revelando a obra abaixo. O catálogo com as obras dentro seria encontrado dentro desta embalagem e seria um livro pequeno e tradicional, próximo ao portfólio da artista encontrado na análise de dados. Possuiria a diagramação próxima ao catálogo anteriormente desenvolvido; páginas brancas, imagens em destaque, tipografia thin e fotos pessoais da artista e da abertura da exposição, além de também, possuir um index com todas as obras e o currículo com as principais exposições individuais e coletivas de Claudia.

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Como esta publicação teria um tamanho reduzido, aproximadamente 15 x 18 cm, foi imaginado que ele poderia vir acompanhado de alguns postais, que teriam a mancha gráfica quase inteiramente tapado pela obra, ou um pôster dobrado / mini livro sanfona com uma diagramação diferenciada que permitisse observar as obras em zoom in. Quando observada novamente esta nova possibilidade foi descartada por dois motivos essenciais. Neste caso a grande atenção seria ao projeto do catálogo, não ao conteúdo ou obras da artista. O tamanho reduzido não daria a devida importância aos quadros de Claudia. Caso fosse aumentado poderia causar o mesmo problema do anterior e tornar-se desconfortável e inconveniente. Outro detalhe desta ideia que levou a autora a descartá-lo foi a da proposta não estar alinhada com o conceito de preservação do catálogo. O material deslocado, como poster ou postal poderia ser facilmente perdido e retirado do contexto, deixando a publicação desmembrada e o elemento deslocado sem nenhum valor. Há também a possibilidade de uma leve vulgarização, já que um poster pode ser interpretado como uma reprodução da obra e ser retirado da embalagem original sendo colocado em paredes sem o verdadeiro cuidado ou atenção que deveria ter. Por fim esta possibilidade foi descartada porque evidenciava apenas o conceito de inovação frente aos outros catálogos de arte realizados em Porto Alegre, mas não valorizava o trabalho da artista ou o conceito de unidade que foi citado como importante nas referências. Esta possibilidade também se encontrava melhor alinhada com o Cenário 04 – Inusitado já que poderia ser mais bem interpretado como um livro objeto, não tanto como um catálogo.

Rough da primeira nova possibilidade criativa no sketchbook da autor (2014)

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A publicação inserida dentro deste sleeve exclusivo seria um livro com corte especial nas páginas iniciais. Quando fechado este livro teria diversas camadas promovidas pela sobreposição de cores e quadros nas páginas de tamanhos diferentes. Como pode ser observado no teste digital na imagem à direita.

Teste digital das camadas da publicação (2014)

Em seguida foi desenvolvida uma segunda opção buscando maior coerência entre as partes e os conceitos. Esta segunda possibilidade tratava-se de dois elementos que formariam o catálogo; um sleeve com impressão dos dois lados e um spread com páginas em camadas. O sleeve teria corte na lateral direita e seria estampado dos dois lados, como na primeira versão desenvolvida antes da etapa da qualificação. O sleeve buscava evidenciar a característica da continuidade que pode ser vista, principalmente, nas telas de Claudia que pinta as laterais da tela. Além disso, a imagem que revestiria este material seria de uma das obras da artista que esteve na exposição “Mantenha Distância”. Foi considerada a possibilidade de ser desenvolvida uma nova obra exclusiva para encapar este item, dependendo da disponibilidade artista. Este quadro poderia ser visto inteiro no spread interno, possivelmente entre as páginas inicias ou finais, que indicariam que não havia sido exposto em “Mantenha Distância”, mas que havia sido desenvolvido dentro da linguagem dos quadros expostos especialmente para o catálogo. A possibilidade de existir um conteúdo exclusivo, além dos textos, agregaria para transformar este catálogo em uma publicação rara.

Rough da possibilidade criativa II (2014)

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A capa da publicação seria branca com a presença de fontes display com o nome “Claudia Barbisan” em caixa alta. Este nome seria recortado revelando a página de trás, que seria em cor sólida, possivelmente vermelha. Todas as cores utilizadas foram retiradas das obras da artista que estiveram na exposição de 2013. As quatro primeiras páginas em camadas possuíram os textos principais. Iniciando com o texto poético realizado por Teresa Poester para a exposição em 2013. O texto poético seria seguido de um texto crítico realizado por um estudioso de arte ou curador, possivelmente Eduardo Veras, artista e professor, já familiarizado com o trabalho da artista ou Jaílton Moreira, artista, ilustrador, curador, professor e mentor de Claudia Barbisan o qual também já conhece a artista e seu trabalho há vários anos.

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Após os dois texto haveria uma quebra para uma página com uma obra em detalhe na frente e no verso da folha. Por fim, há o texto de agradecimento de artista. Após os textos e as páginas iniciais em camadas a publicação seguiria com o mesmo tamanho da página e apresentaria as obras num layout clean e neutro. Para a realização desta ideia foram encontrados alguns empecilhos. No momento de realização deste trabalho a artista não se encontrava em condições de realizar uma obra exclusiva para o sleeve e as obras produzidas atualmente possuem uma linguagem, dimensão e materiais que não estariam em harmonia com as obras da exposição “Mantenha Distância”. Além disso, os recortes em camadas do spread interno não estariam seguros. Não haveria uma página protetora às páginas de tamanhos diferentes que seriam puxadas e recolocadas diversas vezes no sleeve, estando muito suscetíveis a amassamentos, dobras indesejadas e orelhas, caso não fossem recolocadas com delicadeza na embalagem principal. Além disso, novamente, o material não parecia uma peça única e o sleeve não teria nem o material exclusivo, nem sentido para a segurança do spread interno. Em seguida foi desenvolvida a possibilidade três que foi a escolhida por oferecer maiores possibilidades e melhor suporte para o desenvolvimento do conceito.

Rough da terceira nova possibilidade criativa no sketchbook da autor (2014)

Para a possibilidade 03 foi imaginada uma capa dura inteiramente de uma cor, possivelmente um vermelho vivo, que normalmente encontra-se nos detalhes das obras da artista. A capa dura, além de ser um elemento sofisticado, também conferiria segurança aos demais itens da publicação Para esta possibilidade foi levada em consideração um dos elementos das obras de Claudia que as outras haviam relevado; a textura. Devido aos diversos materiais utilizados, como giz, bastão, pastel e tinta as obras da artista possuem volume e textura, logo foi

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imaginado que o catálogo poderia trazer este detalhe de forma sutil e delicada, através da aplicação de verniz high gloss que conferiria relevo ao texto de capa. Os dizeres “CLAUDIA BARBISAN” em caixa alta teriam um quebra incomum como “CLAUD – IABAR– BISAN” seguindo a linha do convite realizado pelo artista Richard John, coordenador do Espaço Cultural. A quebra incomum tem uma característica instigante e ousada e estaria em harmonia com a linguagem da própria artista. Levando em consideração o conforto de leitura, boa dimensão para apresentação do quadro, aproveitamento de papel e orçamento que seria possivelmente disponibilizado o catálogo foi imaginado mais próximo do tamanho A4 (210 mm x 297 mm), podendo varias em alguns centímetros dependendo da máquina de impressão e acabamentos. Foi escolhido que o texto de capa seria o nome da artista e não da exposição visto que de acordo com, os relatos do público o nome do artista chama a atenção do leitor, mesmo muitos anos após a exposição, principalmente se este catálogo for encontrado por acaso, como em acervos de pesquisa de galerias e museus. Enquanto o rough foi tomando forma, foi iniciado também o planejamento do conteúdo da publicação. Quando aberta a capa dura revelaria os três textos principais que ficaram decididos que estariam presentes. O primeiro seria o texto poético de Teresa Poester, o segundo um texto de tamanho médio de um professor ou curador familiarizado com o trabalho de Claudia e o terceiro um texto de agradecimento desenvolvido pela artista durante a produção do catálogo. Os textos estariam organizados em três fatias de papel com tamanhos diferentes sendo que a parte colorida frontal possuiria uma frase de introdução do texto que estaria presente na integra no verso. A diferença de tamanhos de página foi uma forma sutil de remeter ao detalhe das camadas presentes nas pinturas da artista que viriam a seguir em um spread dentro da capa dura. Ficou definido, também, que a parte interna desta capa dura seria totalmente colorida e com forte contraste em comparação à publicação que seguiria com as obras, sendo o texto colocado sobre fundo preto. Para que estas cores não fossem escolhidas randomicamente e que houvesse uma harmonia com o livro que estaria presente nesta capa dura, foi decidido que seriam escolhidas cores que seriam encontradas nas obras do catálogo interno, logo que seriam vistas novamente pelo leitor durante a publicação, criando um diálogo entre as partes. Apesar de ser incomum, neste rough foi sugerido o deslocamento dos textos, curatorial, crítico e agradecimento para o começo da publicação já que foi desenvolvida, ainda para a primeira possibilidade pré-verificativa, uma ordem de aparência, tamanho, cor e disposição de imagens para as fotografias do catálogo branco interno para que assim pudessem fluir e instigar a leitura, sem interferências de textos ou fotografias que não eram obras. O deslocamento dos textos para a

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capa dura, também ajuda a transformar o elemento em algo indispensável já que ambos apresentam informações importantes e possuem sentido e utilidade um para o outro. Após os três textos encontra-se um bolso com corte na lateral direita dentro do qual estaria uma publicação completamente branca na qual se lê “Mantenha Distância” com um quebra não tradicional, como a do convite e da capa dura principal. Foi definida a utilização de um bolso lateral ao invés de uma caixa que conteria a publicação menor. A caixa é um elemento que alinhado à capa dura conferiria muita seriedade e formalidade ao documento. Além disso, os catálogos de exposição devem ser duráveis, mas não possuem um conteúdo extenso, como se estivesse sendo realizado raisonnés com o conteúdo completo da obra da artista e não necessitam de acabamentos tão sérios e pesados. O acabamento com uma caixa possivelmente não possibilitaria a finalização com os textos em camadas, transformando novamente a capa e o catálogo interno em itens separados. Foram imaginadas duas possibilidades para o que viria no bolso da capa dura; cards ou posters com as obras da artista ou uma publicação corrida fotografica. A ideia dos elementos soltos como cards foi descartada como nas possibilidades anteriores já que não passavam a ideia de credibilidade e poderiam ser facilmente perdidas. Neste caso foi optado por uma publicação mais próxima do tradicional, clean e neutra que daria principalmente destaque as obras. Esta publicação traria alguns detalhes da obra da artista como camadas, sobreposições e, também, a pessoalidade com algumas fotos pessoais da artista e da abertura da exposição, com o objetivo documental.

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Antes de qualquer definição de layout foi pedido para Richard John, coordenador do Espaço Cultural, se seria possível disponibilizar todos os registros fotográficos realizados durante a exposição. Durante este período foi enviado para Claudia Barbisan uma relação com as fotografias das obras e uma listagem das informações necessárias para o index; nome da obra, ano, técnica e dimensões. Foi considerado pedir para a artista também sobre o paradeiro das obras, se continuavam em seu atelier pessoal, se haviam sido vendidas, etc. Porém esta compilação seria uma atividade que tomaria muito te mpo da artista, já que não há registros formais e, com o objetivo de poupá-la já que estava envolvida com outras atividades, além do auxílio ao catálogo, esta ideia foi descartada. Por fim, com todas as informações em mãos foram definidas quantas obras poderiam estar no catálogo. Houve alguns contratempos e nem todas as obras expostas no Espaço Cultural puderam ser contempladas na publicação, algumas não possuíam registro fotográfico e outras não tiveram seus dados – nome, ano, técnica, etc. - localizados pela artista ou pela equipe do Espaço Cultural. As obras de pequeno formato, majoritariamente de colagens, não possuíam registro individual ou ficha técnica, por isso foram descartadas. Este detalhe foi conversado e avisado à artista. Com estas obras descartadas foi observado que o catálogo seria principalmente de pintura. Artigos que estavam em maior quantidade na exposição.

Obras presentes na exposição “Mantenha Distância” que estavam de acordo com os critérios do catálogo (2014)

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Obras presentes que estavam de acordo com os critérios do catálogo (2014)

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As informações sobre as obras e a definição final de quais estariam no catálogo abriram uma série de possibilidades para a diagramação e para o planejamento da publicação, principalmente na fase da Experimentação, explicada mais adiante. Foi observado que a diferença de escala entre as obras e o diálogo que algumas obras possuíam, mesmo sendo feitas em anos diferentes, poderia gerar páginas duplas e boas disposições das obras quebrando o tédio que uma publicação extremamente neutra expressaria. Como pode ser observada na Coleta e Análise de dados deste trabalho a artista não possuía nenhuma publicação com seu currículo de exposições, logo foi realizado um currículo condensado de exposições fundamentais para sua carreira, a partir do currículo lattes da artista, que contempla tanto exposições coletivas, quanto individuais que podem ser vistos nas imagens abaixo. Ainda nas definições também foi imaginado um index que faria uso das fotografias em zoom in, já que o registro fotográfico havia sido realizado com esmero e possibilita a visualização de detalhes instigantes, como o material. A possibilidade 03 apresentava elementos sofisticados, como capa dura, alinhado com alguns diferenciais técnicos e descontraídos, como aplicação de verniz, cortes especiais e transparências e cores marcantes, utilizando-se assim do design editorial em prol do trabalho da artista. Além disso, esta possibilidade permitia alguns diferencias concentuais e sutis em relação aos catálogos realizados para artistas contemporâneos, como o deslocamento do texto do meio para o começo do catálogo e a utilização de fotos pessoais da artista, criando uma aproximação e leve humanização a publicação. Por estas observações e definições a possibilidade 03 mostrou-se a mais adequada à ser desenvolvida em uma solução final.

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Com o formato, tamanho e obras do catálogo definidas nesse capítulo serão pesquisados e apresentados os materiais e tecnologias que deverão ser utilizados para a produção final do catálogo, sempre levando em consideração as fidelidade de cores das fotos das impressão, a qualidade final e a durabilidade do material. As capas duras são feitas de papelão Percalux que varia de 1,9 mm – 2,2 mm (disponível em: http://www.guiadografico.com.br/produtos-e-servicos/ categoria/percalux) cortado no tamanho desejado. O papelão Percalux é, também, denominado de papelão de massa única, mais pesado e mais rígido que os outros papelões, o papelão de massa única é um sólido, feito de pasta na espessura total em uma única operação. É de alta qualidade e é sugerido para livros que serão bastante manuseados e que devem durar. Logo, as capas duras nada mais são do que duas peças de papelão, cobertas com o tecido ou papel de encadernação desejado, no caso do catálogo Manteha Distância será o papel couché 130 gr impresso na cor vermelha. A não ser que o documento seja na cor do papelão ele será, sempre, revestido nesta máquina de encadernação. No caso do catálogo desenvolvido para Claudia Barbisan a capa dura não passará por todo o processo de encadernação da máquina, já que não levará a encadernação comum em costura realizada com todos os cadernos que estariam comumente colados ou costurados na capa junto às guardas. No caso do catálogo de Claudia ao invés de um livro ser colado ou costurado à lombada, no processo denominado de encaixe, será feito um acabamento hotmelt das 3 primeiras facas especiais e em seguida do bolso, feito do mesmo papelão revestido. Como indicado no plano de marketing seria buscada uma lei de incentivo à cultura para a produção do catálogo, logo, sugere-se também que após a produção da capa ela seja submetida a um acabamento especial de termolaminação fosca que confere não só, acabamento discreto e elegante ao impresso, como também, oferece resistência ao produto por causa da película aplicada. Dessa forma a publicação fica menos propensa a riscos, rasgos e abrasão. Este acabamento seria também indicado por ser impermeável e oferece maior resistência para impressos com dobra e outros acabamentos, mantendo a qualidade do material mesmo com a frequência de uso. Mesmo que o catálogo fosse produzido em baixa tiragem seria possível produzir estes mesmo detalhes, com exceção da laminação térmica, com máquinas como a “Cadu 001” máquina atual desenvolvida para a produção manual de capas duras para publicações de baixas tiragens. A capa dura seria revestida em papel couché não só pelo acabamento matte, mas também porque os dizeres em fonte display com o nome da artista seriam realizados com Verniz UV Localizado High Gloss.

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A capa do catálogo que se encontra no bolso lateral deverá conter termonlaminação que minimiza as marcas de gordura e digitais nos materiais. Além disso, esta capa também terá o acabamento na de Verniz UV localizado High Gloss no nome da exposição que se encontra na capa. O catálogo que se encontra na parte interna deverá ser feito em papel couchê fosco acetinado, 170 gr. O papel couché foi escolhido por ser um papel revestido de ambos os lados deixando sua superfície lisa e uniforme, sendo assim, este suporte possui uma das melhores reproduções de retículas e traços da impressão offset sendo o papel de melhor qualidade para materiais com impressões fotográficas. Além disso, este suporte oferece a possibilidade de corte especial e dobras leves.

Aplicação de verniz na capa do catálogo interno (2014)

Este verniz, diferente dos outros utilizados no mercado editorial pode ser utilizado somente em papéis com coating como couchê liso, fosco, adesivo, cartão, supremo, duplex e triplex. O Verniz UV High Gloss localizado possui um super brilho e reflete a sensação desejada com o catálogo “Mantenha Distância” de relevo. Para ser realizado geralmente primeiro se faz a laminação fosca do material e depois se aplica o verniz apenas nas áreas desejadas, como no caso, nas letras.

Letras nas quais serão aplicadas o verniz UV High Gloss

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Para a produção da solução final deste trabalho, realizada em uma gráfica digital de Porto Alegre, foram necessárias algumas adaptações dos materiais, devido às limitações da gráfica e do fato de que seriam realizados apenas 02 exemplares. O verniz high gloss foi transformado em um adesivo vinil transparente, material que conferiria um leve relevo. E o acabamento da capa dura com as facas especiais foi realizado manualmente. As folhas de tamanhos diferentes da parte interna da capa dura possuem impressão dos dois lados (4 x 4) e devem ser feitas em papel couchê fosco, 230 gr, gramatura que conferirá maior durabilidade e menos probabilidade de serem danificadas ou dobradas. Estas páginas são de facas retas e passarão por uma guilhotina linear, que realizará três refiles; o inicial, intermediário e final, antes de serem coladas à lombada da capa dura.

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Inicialmente foi considerado que este material interno possuísse, também, uma capa dura, no entanto, ele deveria estar confortável no bolso para a maleabilidade do leitor. Além do mais, a utilização de mais uma capa dura parecia uma redundância. Por isso sugere-se que a capa deste material seja de couché com termonlaminação e que o acabamento seja em hot melt. O Hot Melt é um acabamento muito utilizado em revistas e também é conhecido como lombada quadrada. Este é um é um tipo de encadernação onde os páginas ou cadernos são fresados e colados à quente na capa flexível do livro. Para que o miolo tenha melhor fixação na capa, são feitas pequenas ranhuras na lateral das páginas, onde será aplicada a cola. Apesar de ser um acabamento comumente encontrado o Hot Melt é o mais indicado para publicações com a quantidade de páginas que estima-se que o catálogo terá, além de fornecer um bom contraponto aos materiais sofisticados como Verniz aplicado e clássica capa dura. O processo de impressão escolhido, tanto para as facas da capa, como para a parte interna do catálogo é o offsett. Este processo rotativo de impressão garante boa qualidade para médias e grandes tiragens, além de boa qualidade garantida no que diz respeito a fidelidade de cores e retículas e também por imprimir em todas as superfícies e suportes utilizadas no catálogo desenvolvido para Claudia neste trabalho. Após a escolha dos materiais e tecnologias passa-se para a fase de experimentação onde estes materiais e técnicas serão testados

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EXPER IMENT AÇÃO E MODELO II


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Com base nas decisões tomadas na etapa da criatividade a partir dos roughs, nessa seção serão apresentados alguns experimentos manuais e digitais realizados, durante o desenvolvimento do catálogo, a fim de desenvolver um modelo. O modelo para esta projeto foi um “boneco editorial”, que nada mais é do que o trabalho final impresso no tamanho real com as simulações mais próximas possíveis de materiais, ou os materiais reais caso seja possível, para que seja verificada a disposição das páginas, o conteúdo, tamanho do corpo de texto e para verificar se as decisões gráficas foram efetivas até o momento. Este modelo serve como base para, por fim, ser definida a solução final. Testes Manuais

Testes manuais de combinações de cores realizados com papéis coloridos (2014)

Devido às observações ao trabalho da artista que utiliza diversos tipos de formas e papeis diferentes em sua produção e a fim de evitar um processo completamente digital foram realizados alguns testes manuais para a definição do revestimento da capa dura e das formas que as facas especiais tomariam.

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Como pode ser observado nas obras de Claudia que estiveram em exposição em “Mantenha Distância” há a presença de muitas cores variadas e em seu mais variados tons. Com isso em mente foram feitos testes de combinações de cores com papeis coloridos color plus que mais tarde seriam scaneados e adaptados às cores encontradas na obra da artista. Foi escolhido realizar esta fase manualmente e depois digital para que fosse possível observar com mais exatidão o que seria o impresso. A partir destes testes foi escolhido o mais adequado em contraste de cores e que voltasse a ser encontrado ao longo das fotografias das obras e pessoais do miolo. O que melhor se enquadrava neste padrão eram as cores, vermelho, azul esverdeado, rosa magenta e amarelo, que com algumas adaptações na tonalidade tornaram-se as cores finais do miolo da capa dura.

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Escolha das cores e imagens nas quais elas se repetem no miolo do catálogo (2014)

Para as aberturas iniciais dos textos a fonte continuou sendo a “Bebas” fonte de forte impacto e de boa legibilidade para textos curtos. Ainda sobre as facas, foram cogitados mais dois detalhes com o objetivo de diferenciação. O primeiro deles seria a utilização de papéis diferentes nas facas em camadas. Papéis dourados, acetinados, transparentes, etc que permitissem a impressão offset. Além disso, também foi imaginado um corte especial para as facas, com curvas sinuosas ou formando desenhos retirados da própria pintura.

Testes de materiais, facas diferencias e folhas com opacidade e transparências. (2014)

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Estas ideias nasceram de observações e estudos da obra da artista, que como já foi anteriormente apontado, utiliza sobreposições de desenhos abstratos e variadas formas geométricas, além de materiais que nem sempre são considerados artísticos até que ela realize a intervenção. Porém no catálogo estes objetos não seriam percebidos como arte, mas como detalhes de “enfeite” e ilustração da obra da artista não agregando, de fato, ao conceito, nem ao trabalho da artista. Além disso, a mudança de material poderia ser visto como uma desvalorização do espaço no qual aquele material está sendo utilizado. Por exemplo, se um texto estivesse impresso em papel couchê revestido com textura acetinada, enquanto outro se encontra em papel vegetal sem o mesmo impacto de cores, este pode ser percebido como desimportante. Então, ficou definido que o miolo da capa dura trataria-se de papel da mesma qualidade com gramatura alta, faca reta vertical e cores que se repetiriam tanto na capa, quanto no miolo do catálogo, já que estes elementos resultariam em algo elegante, ainda refletindo o aspecto da cor e sobreposição dos trabalhos da artista, sem transformar-se em uma caricatura. Testes digitais Com os quadros que estariam presentes no catálogo definidos foram necessárias mais duas escolhas antes do início do layout. Quais fotografias pessoais da artista estariam alinhadas com a proposta interna e quais obras poderiam ser colocadas juntas em páginas duplas. O coordenador e artista, Richard John, e a prima da arista Denise Adams, realizaram registros pessoais da artista antes e durante a exposição resultando assim em registros íntimos e exclusivos que normalmente não são vistos em catálogo de arte contemporânea. O objetivo do catálogo não era o de ser um livro pessoal de fotos da artista, mas deseja mostrar que existia alguém por trás daquelas obras. As obras de Claudia são muito gestuais e, também, intimas. Além disso, a autora deste trabalho teve o privilégio de ter convivido com a artista durante alguns meses, podendo perceber seu lado afetuoso e como isto reflete em sua produção. Logo este aspecto se tornou um detalhe importante, além de criar um vínculo e simpatia com o leitor, assim como a artista cria com aqueles a sua volta. Foram selecionadas oito fotos de cunho pessoal para ilustrarem algumas páginas do miolo. Além do aspecto pessoal e simpático que elas confeririam havia também o fato de algumas documentarem a abertura da exposição. A vernissage ocorrida no Espaço Cultural é uma data importante para o acontecimento da exposição. Outra forma de documentar, de forma informal, o momento no qual a exposição aconteceu foi o de trazer a fotografia na qual o espectador fotografa a obra da artista com o smartphone. A foto foi escolhida porque que este é um ato atual e cada vez mais visto em galerias ou museus. A pessoa não busca desrespeitar o artista ao realizar uma reprodução mas é a forma como encontra de carregar algo que desperta seu interesse e que almeja lembrar.

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A razão principal da escolha destas fotos para o catálogo é o fato de a artista estar incorporada à sua obra, através das cores e estampas de suas roupas, nas fotografias realizadas por Richard em 2013. Este fato apenas reforça sutilmente o quanto de si está em seu trabalho.

Fotos pessoais presentes no miolo do catálogo (2014)

Em relação à disposição das obras foi novamente reatado o forma de galeria, com uma obra por página para que o leitor possa observar uma a uma com atenção, como faria caso estivesse frente a ela. Por questões de conforto e elegância do layout foi desenvolvida uma margem larga (4 cm) na mancha gráfica, as quais as imagens e legendas respeitam principalmente no topo onde seriam colocados os fólios.

Representação das margens e do grid utilizado (2014)

A legenda alinhada a esquerda e colocada à esquerda na obra no canto inferior foi realizada desta forma para reforçar o conceito de galeria, já que esta é a forma como a maioria das galerias busca organizar as etiquetas informativas das obras em exposição.

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Algumas obras possuíam linguagens próximas e quando colocadas lado a lado adquiriam força e contexto, assim como ocorreu na montagem da exposição no Espaço Cultural. A existência de algumas páginas com obras duplas não aparentou diminuir o ritmo de leitura da publicação e tornava a leitura fluída. Ademais na exposição “Mantenha Distância” há a presença de um díptico, um trabalho feito de dois trabalhos diferentes que formam um só, e que deveriam estar na mesma página. Assim os trabalhos de linguagem próximos dispostos na mesma página estariam realizando uma boa união para que não houvesse apenas uma página com duas obras. Após observação e testes digitais, que levarem em consideração cor, técnica, formato das obras e como se comportavam quando juntas em uma página, foi definido que os seguintes quadros estariam dividindo as páginas:

Obras colocadas juntas nas páginas duplas (2014)

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Nestes testes foram descartadas as possibilidades de disposições que envolvessem diversas obras em escalas diferentes na mesma página como, foi feito pela equipe do Museu do Trabalho no catálogo “Que isto fique entre nós” de 200. Apesar de a ideia ter funcionado ao vivo, na montagem da exposição do Espaço Cultural, no papel as imagens acabavam tomando a atenção uma das outras, além de que apenas algumas obras estariam nesta disposição e não receberiam a mesma atenção.

Disposição de obras em escalas diferenciadas na exposição (2014)

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Quando um catálogo possui index eles costumam não ser vistos como uma possibilidade criativa, por isso o catálogo desenvolvido para a artista Claudia Barbisan buscou desenvolver um índice mais agradável e que ajudasse o leitor a encontrar a obra que desejasse com facilidade. Ainda utilizando do privilégio das fotografias em alta qualidade foi desenvolvido um index com detalhes das fotografias das obras. Desta forma o index seria mais uma parte do catálogo que dialogaria com as outras ao invés de apenas uma folha informativa sem relação com contexto. Outra forma de manter a linguagem durante todo o catálogo foi o de manter a quebra não tradicional das palavras em textos grandes, como é o caso da página dupla que informa a data e introduz as fotografias do vernissage.

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Exemplo de página dup´la com fotografia e texto e de index (2014)

Levando em consideração o cuidado e os materiais diferenciados que a artista utiliza em suas telas e o privilégio de possuir registro fotográfico em alta qualidade, com o a capacidade de ser visto cada detalhe, em alguns casos até mesmo textura do papel, foram desenvolvidas páginas duplas que explodem além das margens. Este recurso proporciona a aproximação que o espectador poderia ter ao ver a tela ao vivo, além de deixar que a obre ocupe os olhos do leitor, encantando-o.

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As fontes utilizadas continuaram as mesmas da primeira versão pré-qualificativa já que mostraram-se adequadas, discretas e legíveis, cumprindo assim seu papel. Por fim, foram testados os fólios das páginas. Inicialmente eles seriam números na lateral esquerda da página divididos por uma linha vertical angulada ou reta.

Testes de fólios alinhados pela esquerda com linha angular (2014)

No entanto, apesar das geometrias dos quadros, as linhas e números não estavam em sintonia com as margens, obras e legendas e criavam tensão na página. A partir disso a autora foi em busca de algum detalhe geométrico que estivesse conectado tanto com os detalhes orgânicos das obras e que pudesse trazer um diferencial discreto às páginas. Foi considerado o círculo o melhor objeto que conferiria leveza e feminilidade agregado às páginas. Os fólios, quando dispostos em áreas próximas às margens não causam tensão, mas dinamismo. Antes dos números serem aplicados às páginas foi imaginado o que eles poderiam trazer de interessante e instigante à página. Para isso foi desenvolvido um sistema com o número total de páginas do catálogo (60 páginas). A partir disto foram escritos em uma coluna todos os números ímpares que estariam presentes na publicação do 01 aos 59 e ao lado deles foram sendo adicionados círculos, de 2 em 2, em suas laterais, dispostos de maneira igual que iam aumentando com o crescer do número. Ao fim dos números ímpares foram colocados os pares em coluna dos 02 aos 60 e em suas laterais foram diminuídos os círculos até restar apenas um no número 60. Esta brincadeira numeral foi desenvolvida como uma forma de quebrar o marasmo da colocação dos fólios e trazer um aspecto lúdico e curioso que despertará a atenção daqueles que possuem um olhar apurado para detalhes. A artista em diversas entrevistas já pontuou muito forte a frase “porque não?” quando questionada a respeito do porque coloca determinados assuntos ou formas em seu trabalho. A colocação dos fólios dessa forma aparentemente randômica e em constante movimento é mais uma forma de afirmar este lado aventureiro e provocador da artista.

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Desenvolvimento dos fólios (2014)

O resultado da etapa de testes manuais e digitais foi o miolo do catálogo que seria colocado à prova na etapa de pré – verificação para logo após ser transformado no boneco editorial que seria submetido à verificativa. Pré - verificação pessoal e produção do boneco editorial Antes da realização do boneco foi desenvolvida um teste caseiro em preto e branco a fim de verificar se o corpo de texto para as legendas encontrava-se adequado e se as imagens que haviam sido diminuídas consideravelmente desde o primeiro modelo apresentado no capítulo “Experimentação e Modelo I”. Com este modelo foi possível observar que as imagens que respeitavam as margens superior e inferior encontravam-se em melhor disposição no formato escolhido. Além disso, algumas imagens poderiam estar centralizadas e deixando com que a legenda estivesse na base inferior da mancha gráfica próxima a margem e não dentro dela. A tipografia escolhida e o corpo de texto tamanho 12 encontraram-se legíveis e adequados e não sofreram ajustes.

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Modelo de pré-verificação em preto e branco (2014)

Novamente mais um teste foi realizado contemplando os ajustes necessários e verificando se todas as imagens possuíam qualidade necessária, principalmente aquelas que sangravam além da margem. Este exemplar foi submetido à orientadora deste trabalho Carolina Fillmann para que fosse passado um pente fino nos detalhes e que para que fossem feitos apontamentos à respeito da posição das imagens, ordem de apresentação, corpo de textos, entre outros.

Modelo de pré-verificação colorido (2014)

Após este teste a artista e o fotografo Richard John precisaram ser consultados novamente já que algumas fotos pessoais estavam em qualidade inferior para a impressão. Por fim, foi possível realizar algumas trocas de imagens e apenas uma foto pessoal foi substituída já que não foi localizada sua versão em alta qualidade.

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A troca de fotos agregou ao conceito de camadas e sobreposições do catálogo inteiro, já que trata-se da artista de costas em um espelho com interferências realizadas por cima do material por ela mesma.

Troca fotografia (2014)

A foto de abertura do catálogo que seria da artista segurando “as cores” foi substituída pela do convite.

Durante a pré-verificação realizada com a orientadora Carol Fillmann foi sugerido que as páginas da esquerda nas quais encontravam-se em branco completo sofressem alguma interferência já que causavam a sensação de um vazio desconfortável. A fim de não utilizar a página esquerda como uma parte de colocação de legendas, perdendo um pouco do conceito de galeria com as legendas na parte inferior esquerda do quadro, foram adicionados a estas páginas detalhes retirados da obra que está presente naquela página. Rabiscos, imagens que pareçam figurativas, detalhes gestuais e orgânicos retirados dos próprios quadros como forma de instigar o leitor a olhar novamente para a obra em busca deste detalhe e de preencher o vazio da página que possuía apenas fólios. Cada um dos quadros foi observado calmamente pela autora e foi recortado com a ferramenta digital photoshop o detalhe que parecesse mais misterioso, interessante, chamativo ou representativo da obra que deveria estar apresentando. Ao todo foram desenvolvidos mais de trinta recortes de detalhes, coloridos e preto e branco para os testes com opacidade, mas foram utilizados, de fato, no catálogo doze destes recortes.

Detalhes desenvolvidos para as páginas (2014)

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Detalhes utilizados no miolo (2014)

Ajustes nas margens do miolo (2014)

Por fim foram utilizados 12 recortes, coloridos, com opacidade que varia entre 10% e 2% dependendo da cor principal da imagem e do contraste.

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Nesta versão também ocorreram ajustes de margem com as figuras que estavam invadindo a margem superior. Estas imagens foram todas reposicionadas para dentro da mancha gráfica respeitando a margem superior, mas ainda invadindo a lateral esquerda, formando a ideia de paspatur em sua volta. Com estes ajustes finais foi desenvolvido um boneco editorial. O boneco foi impresso em gráfica digital, porém foi montado à mão pela autora.

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A capa dura também foi montada e revestida pela autora e foi feita de papelão revestido com couchê fosco no vermelho escolhido na etapa de testes digitais. Para a simulação do verniz aplicado de alto brilho foi feito um stencil com as letras display e recortado sendo preenchido na capa dura com cola para dar impressão de relevo e brilho. O acabamento do catálogo que estaria dentro do bolso foi realizado com costura, mas foi levada em consideração a mesma margem necessária para o acabamento em Hot Melt.

Produção do boneco (2014)

Resultado do boneco (2014)

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Resultado do boneco (2014)

Parte da transparência e fotografia sob a qual será aplicada (2014)

Antes da verificativa com o público já foi observado que os detalhes de páginas poderiam ainda ter ajustes na opacidade, já que estavam muito marcantes. Além disso, as cores do miolo da capa dura deveriam ser ajustadas, já que estavam com excesso de ciano e provocavam uma sensação demasiadamente esverdeada em todos os tons. Com o boneco foi possível visualizar a publicação como um todo e adicionar, ainda, na parte da criação mais um elemento que agregaria à ideia de sobreposição. A foto realizada por Richard John, no Espaço Cultural, de Claudia de costas para seu quadro na qual suas roupas e a quase incorporam-se a obra trazendo a tona, novamente, o conceito da sobreposição, poderia sofrer a, ainda, mais uma intervenção de uma lâmina transparente com os detalhes retirados da própria obra da artista e não utilizados como detalhes nas páginas brancas. Estes detalhes seriam montados e estariam coloridos e visíveis por cima da obra. O boneco desenvolvido pela autora foi submetido à verificativa final com o público na qual seriam realizadas algumas perguntas de forma informal e seria verificado se a solução final encontrada está, de fato, adequada e alinhada com os objetivos do trabalho e com o conceito proposto.

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Finalizado o modelo final, realizou-se uma pesquisa informal com seis artistas do coworking de arte de Porto Alegre, Acervo Independente. O local é formado por vinte pessoas da área de criatividade e artes visuais que dividem os escritórios e ateliers de trabalho e foi fundado por seis artistas oriundos do curso de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS.

Esta etapa de verificação do trabalho busca os seguintes objetivos: Verificar se o catálogo reflete o trabalho da artista e o conceito desenvolvido para a publicação; Se a publicação instiga o leitor a ir até o final da leitura e se ele fica estimulado a buscar mais sobre a artista, caso não a conheça; Se o catálogo conseguiu utilizar o design editorial como forma de promover a artista e suas obras e não sobressair-se ao trabalho apresentado.

Esta verificativa foi feita ao vivo e conduzida através da apresentação do catálogo para os entrevistados, enquanto eram observadas suas reações e comentários, e, caso, já não tivesse sido respondido ao longo a leitura, era conduzido um bate papo informal no qual seriam coletadas as opiniões dos mesmos a respeito dos objetivos listados acima. Durante a leitura e observação do catálogo foi possível notar que cinco dos seis artistas se encantaram com as obras de Claudia e que este elemento foi o de maior percepção e interesse. As páginas duplas com as obras que sangravam além das margens foram as páginas nas quais os artistas tomaram maior interesse e, como foi possível ver, puxaram o catálogo mais próximo dos olhos para poder olhar ainda mais detalhes. A partir da observação dos artistas enquanto estes liam o catálogo pela primeira vez deixou claro que o projeto de design editorial não havia se sobressaído ao trabalho da artista, mas havia tornado-o no protagonista principal da publicação. Ao longo da leitura foi desenvolvido um bate papo descontraído no qual a autora foi comentado sobre alguns aspectos que foram deixados de lado durante a criação, como a faca decorada e com corte especial, já que estes ilustravam o trabalho. Estes comentários foram realizados com o objetivo de compreender se os artistas acreditavam que a forma como foi apresentado o trabalho da artista estava satisfatório e claro, ou, se sentiam falta de mais elementos. De forma geral, todos concordaram que a apresentação encontrava-se adequada e elegante. O conceito do elegante alinhado às cores foi visto de maneira positiva e dois dos entrevistados comentaram que gostariam de ter um material neste nível para ser enviado a galerias conceituadas já que ele evidenciou credibilidade, mas sem um aspecto tradicional. As cores foram citadas como um dos destaques da publicação e quatro entrevistados notaram a referência da paleta de cor e comentaram que acharam agradável encontrar as mesmas cores da capa dura e de seu miolo dentro do catálogo branco contido no bolso.

VERIFI


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Os detalhes das páginas foram percebidos por quase todos os entrevistados quando estavam aproximando-se do final da leitura e três deles voltaram para o começo para ver se havia, ainda, mais detalhes recortados das obras e para, também, encontrarem estes detalhes nas pinturas. O detalhe foi visto como algo positivo que fez com que o quadro seja observado mais de uma e mais afundo com prazer. Dos seis entrevistados apenas três conheciam o trabalho da artista. Apenas um dos entrevistados não se interessou em conhecer mais sobre a obra de Claudia Barbisan, pois não era de seu gosto pessoal. Os outros três artistas entrevistados mostraram-se interessados em buscar mais sobre a artista e um dos artistas disse que se identificava com o trabalho dela e que se encontrasse o material por acaso desejaria tê-lo para si, já que as obras tornaram-se referências pessoais.

De sugestões para alterações a respeito da publicação ficaram apenas dois detalhes. O primeiro seria de utilizar os detalhes das obras apenas nas páginas brancas ou incluí-los nas páginas coloridas do miolo da capa dura também. Como o detalhe estava feito em efeito multiply do photoshop ele chamava muita atenção e não estavam com a mesma linguagem da capa dura. Também ficou como sugestão da etapa de verificativa que a capa do catálogo branco contido no bolso tivesse um pedaço de papel a mais em sua lateral para que este tapasse as folhas que do contrário ficam expostas na abertura lateral do bolso.

Páginas nas quais foram sugeridas mudanças durante a verificação (2014)

O detalhe que agradou à todos os entrevistados foram as fotos da artista, principalmente a qual Claudia está pintando um pinochio quando criança que é uma imagem que lembrou à eles a própria infância pré-artista e a foto na qual a artista está assinando a própria obra. Apenas um dos artistas achou desnecessárias as fotografias de caráter pessoal e do vernissage que para cinco dos seis entrevistados foram apontadas como um detalhe que não se encontra na maioria das publicações atuais de arte, mas que deveria ser lembrado também, já que é um momento de enorme satisfação e alegria para um artista a abertura da própria exposição ao lado daqueles que o incentivam a produzir.

Estes detalhes não foram apontados como elementos que impediriam o leitor de adquirir ou aproveitar o catálogo como um todo, mas que seriam detalhes que adicionariam ainda mais para a solução final e para a aparência caprichada, mas ainda sim, despojada do catálogo.

CATIVA


Verificação com Frantz Soares (2014)

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Foi realizada também uma verificativa com o artista e dono da loja Koralle, Frantz Soares. O artista reagiu positivamente ao catálogo e achou que ele possui um bom equilíbrio entre elementos sérios e lúdicos. Além disso, o artista questionou a autora se a autora estava em contato com Claudia, já que diversas vezes ele mesmo já recebeu propostas de alunos para realizarem publicações a seu respeito e nunca obteve retorno. O artista afirmou que este seria um trabalho que deveria ser apresentado à Claudia e que deveria ser inscrito em um edital como a Funarte para que pudesse sair do meio acadêmico. Apesar do resultado positivo Frantz sugeriu que fossem observadas e respeitadas algumas margens, já que algumas fotografias verticais encontravam-se em um meio termo desconfortável, já que não estavam sangradas, nem centralizadas. Frantz ainda apontou que as páginas informativas, como índex e ficha técnica, destacam-se frente aos catálogos produzidos de exposição aos quais ele já teve acesso. Por fim, o artista afirmou que, de fato, o catálogo desenvolvido para a exposição “Mantenha Distância” parece um livro projetado, não feito com improviso. A partir da verificativa realizada, pode-se concluir que o cenário final e solução desenvolvida conseguiu de forma abrangente apresentar o trabalho da artista e atingiu o conceito proposto pelo catálogo. Apesar de existir uma crítica quanto às fotografias, essas são pequenas, visto que não são percebidas como algo negativo pela grande maioria dos entrevistados, mas um elemento de gosto pessoal ou de fácil reorganização. Em contraponto, as fotos pessoais foram um dos itens mais elogiados por serem diferenciados identificados como diferente. Outro mérito que pode ser observado durante esta etapa de verificativa é, que, além de, atingir o objetivo de apresentar e documentar a exposição da artista o catálogo conseguiu, ainda, despertar o interesse de leitores que ainda não conheciam o trabalho da artista.

VERIFI


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CATIVA


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DESEN HO DE CONSTRUÇÃO


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Com base no projeto definido foram confeccionados os desenhos de construção que serão utilizados para auxiliar na realização da solução final. Os desenhos de construção servem para comunicar, de maneira clara e objetiva, todas as informações de projeto necessárias para a possível materialização do mesmo. A seguir os desenhos de construção são apresentados em ordem da capa dura inicial até a parte interna do miolo do catálogo.

Capa dura planificada e aberta

Bolso da capa dura planificado

desen

const


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Posicionamento do verniz localizado

Medidas do miolo da capa dura

rução

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Padrรฃo cromรกtico do miolo da capa dura

Posicionamento do verniz localizado na capa do catรกlogo que se encontra no bolso da capa dura.

desen

const


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Faca planificada da capa do miolo do catálogo Para a construção do desenho final de construção da capa do catálogo que estaria presente no bolso foi levado em consideração a sugestão da verificativa e adicionada uma lateral de 10,5 cm que seria dobrável e não deixaria as páginas do miolo expostas quando colocadas no bolso.

Padrão cromático das páginas de currículo ao final do catálogo.

rução

ho de


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Grid e margens utilizados para o desenvolvimento do layout interno.

Corpo de texo, fonte e padrĂŁo cromĂĄtico utilizados nas legendas do catĂĄlogo

desen

const


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Distâncias entre os círculos e corpo de texto dos fólios

Dimensões da lâmina transparente posicionada entre as páginas 44 e 45 do catálogo.

rução

ho de


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SOLU ÇÃO FINAL


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Após a realização de todas as etapas da metodologia de Munari (2002), nesse capítulo será apresentada a solução final para o problema do começo deste projeto: desenvolver um catálogo de exposição para a artista visual Claudia Barbisan amparado pelo design editorial. Como observado na coleta e análise de dados a artista, apesar de longos anos de carreira, ela não possuía materiais com objetivos documentais, como um catálogo, no qual pudesse ser encontrada sua obra, além de seu currículo de exposições e textos realizados especialmente para seu trabalho que além de ser único aos olhos da arte, também é único na cidade de Porto Alegre, já que não há uma concorrente direta da artista, como foi evidenciado no Plano de Marketing. A partir disso foram realizadas pesquisas conceituais e desenvolvidos cenários. O cenário que melhor encaixava-se com a proposta da artista e do que o catálogo se propunha a realizar era a proposta 03 de manter-se elegante e sofisticado. Este seria um livro que o leitor teria prazer de guardar, mas ao mesmo tempo com detalhes descontraídos e ousados, alinhados com a obra da artista. Foi com o objetivo de valorizar a obra da artista, de marcar uma importante exposição em sua carreira e de realizar um trabalho que fizesse o design editorial um aliado ao trabalho do artista que foi desenvolvido o catálogo “Mantenha Distância” para a artista Claudia Barbisan.

solu

fin


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al

ção


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Desde o início da fase criativa foi decidido que o livro possuiria mais de um item, como um sleeve ou invólucro, logo um dos maiores desafios foi o de desenvolver dois materiais distintos que possuíssem unidade e que não pudessem ser separados. A utilização dos textos deslocados do catálogo fotográfico e a complementação cromáticas que as partes oferecem uma a outra ajudam a transformar os dois itens em um só.

Como sugerido na fase da verificativa foi realizada uma alteração na faca da capa do catálogo fotográfico a fim de deixar o acabamento lateral mais agradável ao olhar e de proteger as folhas do miolo.

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O miolo do catĂĄlogo buscou resolver alguns problemas apontados anteriormente como a falta de currĂ­culo da artista enquanto apresentava as obras de forma clara e interessante ao leitor, fazendo uso de cores, fotos e detalhes retirados das pinturas da artista.

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CONSI DERA ÇÕES FINAIS


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O presente projeto propôs-se a realizar um catálogo da exposição “Mantenha Distância” de 2013 para a artista Claudia Barbisan utilizando como base para sua realização os estudos realizados em design editorial e a metodologia projetual do design de Bruno Munari (2002). O projeto teve seu início quando a partir da realização do plano de marketing no qual foram identificadas deficiências na comunicação da artista e, um grave problema para os artistas, a falta de documentação formal à respeito de seu trabalho. Como os artistas possuem, em sua maioria, apenas exposições transitórias, um catálogo ou, até mesmo, folder são os únicos materiais que garantem que esta exposição aconteceu. Logo estava justificada a necessidade de um documento especialmente confeccionado para Claudia Barbisan, como um catálogo de exposição. Partindo deste ponto foi iniciada a fundamentação teórica que buscava encontrar a informações necessárias à respeito do design editorial, como formato, cor, tipografia, para que estes elementos pudessem ser utilizados em prol dos trabalhos da artista desenvolvendo, assim, um catálogo não só, documental mas que fosse bem projetado e que carregasse um conceito. Nesta etapa foi observada como o conhecimento básico dos conceitos projetuais e do design editorial agregam diferencial à produção do catálogo. De forma geral os catálogos de exposição são muito rudimentares, logo pensar em detalhes simples, como o formato deste já apresenta um diferencial frente à concorrência. Com a fundamentação teórica concluída iniciou-se a fase projetual que seguiu todos os passos de Munari (2002) e durante qual foi iniciado o desenvolvimento do catálogo de exposição. Foi essencial conversar com o público e entender suas necessidades e como o catálogo deveria carregar detalhes sutis de conceito como diferencial, não apenas a parte técnica do design editorial, já que o público tratava-se, em sua maioria, de pessoas com sensibilidade apurada e com olho para detalhes. Ainda, na fase projetual foi também importante a etapa de qualificação do projeto na qual, como sugerido pelo professor Fernando Bakos o projeto deveria seguir uma linha mais criativa do que a que estava sendo realizado, fugindo do formato tão formal. Os resultados obtidos na fase de verificação foram bastante positivos, visto que a maioria dos entrevistados consideraram que o catálogo refletia o trabalho da artista, enquanto outros desejaram buscar mais sobre Claudia, enquanto, por fim, outros gostariam de ter o material em sua coleção pessoal. A solução final deste trabalho nasceu de uma sequência de etapas propostas na metodologia de Munari. Seu passo a passo leva a uma geração e análise de alternativas, ao refinamento através de experimentações e do estudo e seleção de materiais e tecnologias e que por fim resultam num projeto que se conclui de forma positiva para a autora e espera-se que o trabalho tenha sido satisfatório tanto para a artista, quanto para o que se propôs a realizar.

Conside

fin


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Foi pessoalmente gratificante ouvir elogios dos artistas que participaram das entrevistas e que apontaram, sem que fosse falado nada, os detalhes desenvolvidos cuidadosamente para auxiliarem no discorrer da leitura, como fotografias e detalhes de fólios e ilustrações, o que indica que o resultado final atendeu às expectativas Ao final deste trabalho considera-se a solução final e seu desenvolvimento muito satisfatórios e espera-se que o presente trabalho tenha trazidos bons conceitos e ideias novas para o desenvolvimento de catálogos de exposição, sobre os quais não há diversas publicações ou informações em português. Também, espera-se que este possa servir de inspiração para demais projetos realizados na área. Deseja-se que os conceitos estudados e desenvolvidos possam contribuir na elaboração de futuros projetos feitos pela autora também. Em conclusão almeja-se que este material siga além do ramo acadêmico sendo submetido, com a autorização da artista, à uma lei de incentivo a cultura para o desenvolvimento real deste material, para que assim ele possa cumprir, também, o objetivo de divulgar e disseminar o trabalho da artista Claudia Barbisan em território regional.

ais

rações


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