Livro infantil

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A vida no Bosque Encantado

Laurie Formiga



Este livro pertence a:


Agradecimentos: Tatiana, Marcos e Amelia (in memorium) pela paz que me deram para escrever este livro.


A vida no Bosque Encantado

Laurie Formiga


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Era uma vez...

Hyppos, um hipopótamo, grande, gordo, cinzento e simpático. Gosta de nadar e ficar na água porque sua pele resseca ao sol, mas não fica por muito tempo mergulhado, pois não pode respirar debaixo da água, é vegetariano, vive num bosque encantado dentro de uma grande lagoa.

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Piggy é uma porquinha gorducha, rosada, amável, gosta de comer milho, nadar na lama e ficar bem sujinha, o que não agrada a seus amigos. É curiosa e está sempre observando os pássaros e as borboletas do bosque.

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Donkey é um burrinho cinzento como o Hyppos, anda muito e relincha alto quando algo não lhe agrada. É pensativo e está sempre inventando novas brincadeiras.


Os três amigos moram num bosque encantado onde existe além de uma imensa lagoa, muitas árvores de diferentes tamanhos, que dão frutos coloridos e gostosos. Nada passa desapercebido por Hyppos, Piggy e Donkey, olham tudo ao redor. Notam que as árvores não têm a mesma cor, umas são de cor amarelo suave, outras amarronzada, parecem pegar fogo. As copas das árvores se juntam umas com as outras e deixam passar o sol com seus raios avermelhados e quentes. O chão fica coberto de folhas secas, lembranças do outono, estalam e se arrebentam quando eles brincam correndo por cima delas, o ruído gostoso que elas fazem é motivo para mais correria. Escutam com atenção o cantar dos pássaros, sobre as árvores quando amanhece o dia, observam a terra umedecida pelo orvalho da noite, pois sabem que as raízes, que alimentam as árvores, retiram o que há de melhor para crescerem fortes e saudáveis.

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Neste bosque encantado onde moram os três amigos, quando chegam as chuvas as árvores ficam sem folhas, os dias ficam mais curtos, frios e escurecem cedo, tornam-se mais difícil para brincar, e os três aproveitam para dormir mais e esperar com ansiedade a chegada da primavera, e assim fazem também os outros animais. As chuvas vão passando e o bosque torna-se novamente bonito, e se enche de vida, de alegria e de cor. O aroma gostoso das árvores que florescem, as folhas que reaparecem, junto com elas os pássaros, e as abelhas poderão novamente produzir mel. Os dias tornam-se quentes, as noites de céu claro coberto de estrelas convidam nossos amigos a contá-las e a imaginar como seria bom tocá-las. E a lua? Muitas vezes esquecida derrama sobre o bosque seu brilho intenso refletindo sua luz sobre a lagoa como um enorme espelho mágico. Chegou à primavera. O bosque tem uma linda casa rodeada de muitas árvores, um jardim florido de rosas, jasmins, margaridas, açucenas e lírios, onde os beija-flores sugam o néctar, alegremente. Nesta casa moram três crianças, que gostam de correr no bosque, admirar a natureza e conversar com os animais.

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Um belo dia de primavera, Hyppos acordou contente, desejando um lago maior onde pudesse encontrar outros hipopótamos, mas ele era feliz, pois sabia que o bosque era maravilhoso, e curioso observava as flores, pois em cada uma delas pousavam borboletas coloridas, cujas asas brilhavam com os raios de sol. Estava tão pensativo que não percebeu uma menina sentada numa enorme pedra à beira da lagoa, olhando admirada para seus grandes olhos abertos e os pequenos pássaros que picavam as suas costas, o que lhe dava grande prazer. Trocavam tantos olhares que acabaram ficando grandes amigos. A menina prometeu a Hyppos que viria sempre visitá-lo quando voltasse da escola e lhe contaria tudo que aprendeu. Assim, teve início uma grande amizade.

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A menina que era muito branquinha e meiga passou a ser chamada carinhosamente de Branca pelo seu novo amigo. À noite para compensar a saudade de Hyppos, Branca ganhou de sua mãe um pequeno hipopótamo feito de tecido bem macio, assim em pensamento a conversa continuava até o sono chegar e sonhar com o dia seguinte. Com o passar dos dias Hyppos ficava mais curioso, pois Branca falava sobre tudo que interessava a Hyppos: lagoas, rios, mares e seus habitantes. Estes eram seus assuntos preferidos, pois seu mundo era a água e ele ficava imaginando como seria a vida neste mundo tão desconhecido para ele.

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Num fim de semana, Branca sugeriu a Hyppos que seria mais divertido convidar Piggy e Donkey para participarem da conversa; trocariam idéias e também falariam sobre animais terrestres. Hyppos gostou da idéia, mas falou para Branca chamar também seus irmãos. Piggy deu o nome de Cabelo-dourado à irmã de Branca, que tem uma porquinha de tecido parecida com a Piggy,

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Donkey, convidou o irmãozinho das meninas que por ser muito pequeno, recebeu o nome de Pequerrucho, e ele não entendia muita coisa, mas já demonstrava interesse tal qual as meninas por Donkey. Ele também tinha um burrinho de brinquedo cinzento. A reunião dos amigos acontecia sempre ao redor da lagoa nas tardes sombrias, embaixo de um grande ipê-amarelo, orgulho da mãe das crianças por ficar todo florido de um amarelo dourado, durante a primavera. As horas passavam, mas o tempo parecia que parava de tão entusiasmada que a turma ficava com a narrativa envolvente de Branca. Tudo na natureza precisa de água, falava Branca, quase tudo vem da água ou precisa dela para viver. Hyppos sugeriu a Branca que ela começasse a falar sobre os rios e as lagoas.


– Vejamos! Os rios e as lagoas, ao contrário dos mares são mais calmos, mais tranqüilos. Branca lembrou que tinha um amigo que era um sapo, chamado Frog, que morava numa lagoa longe dali, mas perto da casa da sua avó. Era uma lagoa rodeada de grama verdinha, cheia de grilos, rãs e pererecas, flores coloridas, águas transparentes de tão limpas que era possível ver ao fundo as pedras e os peixes. Todos desejaram conhecer uma lagoa assim, um pouco diferente da que eles conheciam. Hyppos falou: – Mesmo estando feliz com a minha lagoa, que é limpa e bonita, gostaria de ter amigos sapos, rãs e pererecas, pois meus amigos são todos terrestres e não posso correr muito pelo bosque e segui-los. – Mas o que é um sapo? Perguntou Hyppos. – Nós nunca vimos nenhum por aqui, falaram Piggy e Donkey. – Hum..Hum... Deixe-me ver como vou explicar, disse Branca. Bem aqui tem um desenho que fiz, acho que dá para entender.

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– Aqui está o desenho! Os sapos são anfíbios. Animais que podem viver tanto na água quanto na terra, gostam dos dois. Porém quando nascem tem uma grande cauda e ficam dentro da água, e quando vão crescendo a cauda vai diminuindo e eles vão gostando de ficar mais na terra. Quando crescem a pele fica rugosa de cor verde escura, pulam muito e coaxam. É a voz deles, é como se comunicam com os outros, também ficam quietos parados na grama e se confundem com elas. São amigos das rãs que também são chamadas de perereca. As rãs têm a pele fininha, são verdes e pulam mais que os sapos. – Bem! Já que agora vocês já sabem o que é um sapo, vamos dormir, amanhã será um novo dia, com muito sol, com seus raios quentinhos sobre nós. Depois de fazer meus deveres, eu e meus irmãos voltaremos, e continuaremos a falar das lagoas e dos rios.


Nessa noite Branca passou um bom tempo conversando com os seus próprios pensamentos e perguntava a si mesma o que iria falar sobre o mar tão grande e cheio de mistério quando terminasse de explicar sobre os rios e lagoas. Olhava para o seu pequeno Hyppos em sua cama e ficava imaginando por onde começar, adormeceu. No dia seguinte, acordou sonolenta sem coragem de trocar de roupa, mas com esperança de que na escola poderia pedir ajuda a sua professora. Trocou de roupa rapidinho, tomou uma refeição gostosa com frutas, leite e pão, escovou os dentes e partiu com seu pai para a escola.

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Teve uma surpresa, pois o assunto da aula era exatamente sobre o mar e os animais que nele vivem. Branca prestou muita atenção, e ficou ansiosa para chegar em casa, para ir em seguida ao bosque contar tudo a Hyppos e seus amiguinhos. Durante o almoço, fez mais algumas perguntas a seus pais e obteve algumas fotos do mar e dos animais marinhos; e com elas tentaria desenhá-los para ficar mais fácil de explicar. Após os deveres escolares, correu para o bosque e saudou a turminha que já esperava por ela e seus irmãos. Cantou uma música que a mãe costumava cantar para eles dormirem “seu eu fosse um peixinho e soubesse nadar...” e deu um belo sorriso cheio de alegria.

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– Tenho uma surpresa para vocês, sei tudo sobre o mar, vou fazer vários desenho, para explicar melhor e a cada dia trarei alguns para mostrá-los. Hyppos abriu uma enorme boca, era sua maneira de dizer que estava feliz e esperando com a orelha bem aberta para não perder nada da explicação. Piggy então disse: – Antes vamos falar mais um pouquinho sobre os rios e lagoas. Donkey pediu para explicar para ele e mostrar o desenho de como seria um grilo, pois ele tinha escutado um barulhinho fazendo “cri... cri...”, e perguntou: – Será que era um grilo?

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– Bem, vamos voltar a falar sobre os rios e lagoas. Os rios são belos e com sua água doce saciam nossa sede, carregam nossos barcos, alimentam nossos peixes, são fonte de vida, suas água fazem parte das nossas vidas. Dizem que as crianças e os rios possuem algo parecido, ambos têm curiosidade de seguir em frente. – Piggy perguntou à Branca se os rios eram sempre limpinhos. – Nem sempre, o que é uma pena. Em um rio limpinho as plantas e os peixes crescem bem, as águas são cristalinas e servem para tomar banho, brincar, mas nem todos são limpos. Donkey queria saber o que acontece para ele não continuar limpinho. – Ah! Essa eu sei, falou Cabelo-dourado, minha mãe me explicou. Isto acontece quando jogamos nele brinquedos velhos, nossas garrafinhas de suco, potes de iogurte, e outros objetos que os adultos jogam. Com muita sujeira, as planta e os animais que nele vivem passam a sofrer. E as suas águas que eram limpas ficam cheias de lixo.

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– Hum...Hum... esqueceram de mim? perguntou Donkey. – Eu quero saber dos grilos. – Ah! Este sim é bem diferente. É um inseto, saltador porque tem as pernas bem longas e finas. Tem asas pequenas, por isso não voam, e alguns são verdes como nosso amigo sapo, outros são marrons, e se confundem com os troncos das árvores. O mais interessante é o seu canto. Ele é capaz de fazer sons através das asas, é este o som de cri...cri... que você ouviu Donkey. – Os grilos têm a fama de desejar boa sorte quando entram em nossas casas, contou Branca. A noite começou a escurecer e encher o céu de estrelas, a lua apareceu clareando o bosque. Branca e seus irmãos desejaram boa-noite aos amigos e prometeram voltar no dia seguinte para iniciar a conversa sobre o mar.

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Chegou o fim de semana, o dia amanheceu e estava lindo. Branca sentia-se feliz, e foi pela manhã até a lagoa, o que não fazia durante a semana, pois tinha de ir à escola. Sentou-se em uma grande pedra ao lado da lagoa, admirando a água tranqüila, e cristalina que parecia um vidro de tão transparente. Além do colorido das flores, as teias de aranha cobertas de orvalho lembravam o colar de pérolas da sua mãe. Quando ouviu um ruído suave, era Piggy e Donkey que chegavam, silenciosamente e observaram Branca olhando a lagoa. Ficaram felizes com a paz do lugar. Aquele era realmente um bosque encantado.


Aos poucos, as borboletas coloridas foram chegando para enfeitar as árvores e as flores. Hyppos chegou nadando, bem devagar com seu amigo pássaro, picando suas costas. Cabelo-dourado veio correndo para não perder a conversa e dar seus palpites, pois assistia alguns programas de televisão sobre animais e ficava ansiosa para dar sua opinião. Todos ficaram ao redor de Branca, bem na frente de Hyppos, para que ele pudesse acompanhar a conversa, já que ele era o único que não podia sair do lugar por muito tempo. Falaram um pouco sobre a beleza do dia, o calor do sol que teimava em passar através da copa das árvores.

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– Vamos começar! Como já disse para vocês, minha professora deu muitas explicações sobre os mares, os animais marinhos, a poluição, e os direitos das águas, que falarei no final da nossa conversa. – Tenho uma sugestão para vocês, seria bom falar um pouco do que vocês sabem, trocar idéias, fazer perguntas, só assim aprendemos mais. Branca iniciou falando que a maior parte da Terra, que é o planeta onde moramos, é de água que formam os oceanos. Eles têm águas bem salgadas, diferentes dos lagos e dos rios, e tem ondas fortes. Tudo na natureza vive por causa da água, doce ou salgada, até o ar vem do mar. Cabelo–dourado levantou a mão e completou que nos mares tem muitas plantas e animais diferentes, as plantinhas mais importantes são as algas, muito necessárias para a vida no mar pois elas servem de alimento aos outros animais do mar.

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Branca perguntou: – O que vocês acham do que contei? Todos gostaram e mostraram entusiasmo para ouvir mais. Hyppos pediu para começar a falar dos animais marinhos. – Já conheço alguns que vivem nos rios e nos lagos, mas estou curioso para saber como outros podem viver na água salgada. Branca continuou: – A vida nos mares é bem variada, tem caranguejo, estrela–do-mar, esponja, cavalo–marinho, lula, vários peixes coloridos e diferentes que parecem pintados à mão.

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Nos mares também vivem alguns mamíferos, que são animais que mamam, como nós quando somos pequenos. São as baleias, os golfinhos e as focas. Existe réptil que prefere o mar a terra, como as tartarugas marinhas. Algumas aves voam em cima da água e mergulham para agarrar os peixes; os pingüins são aves do mar que gostam do ambiente marinho.


Piggy e Donkey estavam tão calados, que chamou a atenção de Branca. Piggy disse que eles estavam muito curiosos por imaginar como os animais marinhos são tão diferentes dele. – Vamos começar pela estrela-do-mar. Branca mostrou o desenho que ela fez. – Linda! Disseram todos. – Acredita-se que ela está no planeta há milhões de anos e que prefere viver em locais fundos. Ás vezes a encontramos nas praias. Tem forma de uma estrela-do-céu de cinco braços. Por baixo deles existem muito pezinhos e braçinhos para ela se movimentar. Uma coisa curiosa sobre as estrelas–do–mar é que quando elas perdem um dos braços, ele nasce novamente e fica igualzinho ao outro, isto se chama “capacidade de regeneração”, não é legal?

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– Temos a esponja, que também é habitante do mar, mas algumas vivem em água doce. Parecem com uma esponja de banho, são fofinhas, têm várias cores: verde, amarela, laranja ou azul. Dependem muito da água, gostam mais das águas rasas e claras. Vivem nos corais. Quando Donkey ouviu falar em cavalo-marinho abriu bem os olhos para olhar o desenho que Branca mostrava. Todos riram quando o burrinho disse que achava que o cavalo-marinho seria parecido com ele. Branca disse que gostava muito do nome cavalo-marinho, e que tinha vários cavalinhos de brinquedo, mas que o cavalo-marinho é bem diferente, mas também muito bonito. – Ele é um peixe muito pequeno, a cabeça é muito parecida com a cabeça de um cavalo, por isso colocaram esse nome nele. Possui boca pequena. É muito preguiçoso, ao invés de nadar ele prefere ficar parado e prende a cauda em tudo que estiver por perto, só nada em busca de alimento. Gostam de viver no meio das algas. Sabe qual a sua curiosidade? Quem tem os filhotes é o macho, ou seja, o pai! Cabelo–dourado disse que achava ótimo, muitos pais cuidam bem dos filhos, como o dela. – Vamos almoçar, amanhã voltaremos para brincar e correr um pouco nesta grama verdinha, e trarei mais desenhos para vocês.


Na volta para casa as meninas contaram para os pais porque gostam de conversar no bosque com seus amigos, estavam aprendendo muito, pois quem ensina aprende duas vezes. Estava chegando às férias escolares, e Branca e Cabelo–dourado tinham outras atividades além da escola, mas sempre achavam um tempinho para voltar ao bosque. À tarde, após os deveres escolares, Branca e Cabelo-dourado começaram a desenhar os animais que iriam mostrar ao Hyppos, Piggy e Donkey. Desenharam uma lula e um caranguejo. Com acharam difícil desenhar o golfinho, a foca e a baleia, pediram ajuda do pai, mas para àquela tarde os dois desenhos já estavam quase prontos, e os outros ficariam para outro dia. Colocaram o Pequerrucho no carrinho e lá se foram para o bosque. O dia estava frio, colocaram seus casaquinhos e foram correndo com os desenhos na mão.

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– Alô! Alô! Gritaram as meninas – estamos de volta com novos desenhos, vamos começar. Tornaram a ficar perto da lagoa. E começaram a falar, Cabelo-dourado segurava o desenho e Branca falava. – Eis uma lula! São animais marinhos alegres, tem olhos muito eficientes, não tem ossos. São os mais evoluídos dos mares, sabem brincar de uma maneira parecida com os mamíferos. – Algumas são bem pequenas outras são muito grandes. Trocam de cor num piscar de olhos, ora são cremes, vermelhas, roxas, azuis, e para isso só precisam ser provocadas, e os peixes adoram fazer isto. Possuem tentáculos que ajudam a se movimentar. – Hum...Hum... Sabe qual é a curiosidade? Ela tem os pés na cabeça. Gostaram?


– Agora vamos falar de um animal interessante: é do mar, mas adora uma praia onde faz a sua toca e sai sempre quando vê o primeiro raio de sol. Fica vagando pela praia e come tudo que encontra. Pode passar muito tempo fora da água. Não possui ossos, tem um par de antenas, cinco pares de pata, os olhos saem um pouco da cabeça. Este animal tão diferente é o caranguejo, bastante interessante pois só anda para os lados, mas sempre chega onde quer. 31


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– Vou mostrar sobre um animal que quando pequeno mama com nós, mas vive no mar. O mais simpático dos animais aquáticos, dócil e brincalhão, gosta do ser humano, tem forma e tamanho diferente, sua cor varia de acordo com a luminosidade, de cinza-claro para escuro, alguns tem pintas pelo corpo, a pele é lisa e suave. Gosta de surfar nas ondas em grupos, usa o som para se comunicar com os outros e também para se orientar. Só vive no meio aquático. Os filhotes mamam até os sete meses. Estou falando do golfinho. Os golfinhos não dormem como nós, porque precisam subir até a superfície para respirar um pouco. Cada lado do cérebro dorme de cada vez. As únicas coisas que fazem é comer e brincar. – A curiosidade sobre o golfinho é uma prova de muito amor. Quando o filhote nasce à mãe ajuda-o a subir à superfície onde ele respira pela primeira vez na vida.


Cabelo-dourado mostrou o novo desenho, todos olharam admirados! – Que belo peixe! Disseram. – Quem falou que a baleia é um peixe está muito enganado, disse Branca. A baleia é o maior mamífero aquático da terra, é uma maravilha da natureza, respira pelos pulmões, tem vários tamanhos, é muito social e forma grupos onde todos se alimentam juntos e protegem os mais novos, e se comunicam através de assobios. – As baleias fazem longas viagens, no verão vão para as águas frias para se alimentarem, no inverno vão para as águas quentes onde criam seus filhotes. O filhote nasce com pouca gordura em redor do corpo, e se nascesse em um lugar muito frio acabaria morrendo. Como ele mama a mãe expele o leite no mar, como é muito gorduroso coagula em contato com a água salgada facilitando a alimentação do filhote. A curiosidade é... Não existe no mundo animal nenhum que tenha boca tão grande como a baleia. 33


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– Vamos agora conhecer um animal fácil de reconhecer, tem algo bem diferente de todos que já vimos até agora. Olhem bem nosso desenho! O que será? Donkey disse: – Eu sei, o que falta nele eu tenho demais “orelhas”. – Bravo, gritaram todos! É isto mesmo, não tem orelhas mais escuta muito bem. Tem cor cinza com riscas branca, ou mancha em todo corpo. São ótimas nadadoras, atraentes e simpáticas, as focas passam parte da vida na terra, mas são consideradas animais marinhos, pois dependem do mar, são bem adaptadas à vida nas águas geladas. Amamentam seus filhotes por quatro meses. Em terra arrastam o corpo de modo lento e desajeitado com o auxilio das barbatanas da frente. Adoram as pedras, areia, e gelo onde podem apanhar sol e descansar. – Curiosidade... os longos bigodes servem para sentirem tudo que está por perto e auxiliam os olhos durante as caçadas.


Cada um dos nossos animais escolhidos tem uma vida bem diferente uma da outra, vamos ver o que faz um réptil e uma ave marinha. – A tartaruga marinha é um réptil, tanto vive na terra com na água. Surgiu há milhões de anos, e é um dos animais mais antigos. Era encontrada na terra com outros répteis, porém com a mudança ao longo dos anos migraram para o mar, modificando seu corpo. Não são inteligentes como os golfinhos, mas têm boa visão, ouvem bem e sabem se orientar, mesmo vivendo em vários lugares dos mares, voltam à praia onde nasceram para colocar seus ovos na areia. – As tartarugas desmaiam vocês sabiam? Quando são pescadas elas se estressam, mas é só colocá-las de barriga para cima, massagear a barriga para tirar a água dos pulmões, colocá-las na sombra até conseguir bater as nadadeiras, e estão prontas para voltar ao mar.

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– Este é o desenho de um pingüim, e vocês já conhecem as aves, sabem que tem o corpo coberto de penas, tem asas, bico e pé. O pingüim é uma ave um pouco diferente, porque é uma ave marinha, muito especial, cujas asas não servem para voar e os seus olhos estão preparados para ver debaixo da água salgada. As penas os protegem da água, do frio e do vento. São mansinhos, divertidos, simpáticos e curiosos. Possuem o peito branco e as costas pretas, parecem que estão vestindo um casaquinho. Curiosidade...O pai oferece a primeira comida ao filho recém-nascido depois à mãe traz o alimento e assume seu papel de mãe enquanto o pai vai descansar. – Muito bonito, disse Hyppos que andava meio calado.

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De volta para casa, no fim da tarde, Branca e Cabelo-dourado conversaram sobre os animais, os bosques, os rios e os mares e concluíram que só teria sentido se eles fossem protegidos e pudessem viver num mundo sem perigo, sem poluição. Pensando assim elas falaram sobre ecologia e os direitos das águas para seus amiguinhos antes de saírem de férias com Pequerrucho e seus pais. – Hyppos, Piggy e Donkey tudo que nós conversamos e vocês trocaram idéias comigo e meus irmãos precisa ser cuidado. Todos nós, desde pequenos, seja menino ou menina, precisamos aprender a respeitar a natureza e os seres que vivem nela. Há muitas pessoas que se ocupam para que o mundo seja consertado e conservado, para que as florestas, os animais, os rios e os mares não se acabem. – A água também tem de ser protegida. Ela faz parte do Patrimônio do Planeta, todos somos responsáveis. É condição essencial para a vida do Planeta e os seus três reinos, animal, vegetal e mineral. O seu equilíbrio é o futuro do nosso planeta e não deve ser desperdiçada nem poluída. – As férias chegaram, vamos viajar e quando voltarmos contaremos tudo que aprendemos para todos vocês!

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A vida no Bosque Encantado © Laurie Formiga Editora: Kenia de Aguiar Ribeiro Ilustrações: Peter, Paloma e Manuela Formiga Murphy Fotografias cedidas por: www.kenia.art.br Revisão: Regina Marques



Dedico este livro à Paloma (Branca), Manuela (Cabelo-dourado) e Liam (Pequerrucho), fontes de minha inspiração


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